Horta da ArceloMittal Vega recebe composto orgânico resultado do processo de reaproveitamento de alimentos
Etapas do processamento realizado com os resíduos provenientes do pré e pós-preparo de refeições na empresa
Sinopse do Projeto
Em A ArcelorMittal Vega, em São Francisco do Sul/SC, preocupada em dar destino específico para resíduos
industriais e não-industriais produzidos na unidade e diminuir o impacto ao meio ambiente, buscou uma solução
eficaz para minimizar o volume enviado ao aterro sanitário de resíduo proveniente da preparação e pós-consumo
de alimentos da cozinha dos dois restaurantes da unidade.
Entre as alternativas estudadas para reaproveitamento do material orgânico, a escolha foi o uso de um equipamento
que desidrata o composto orgânico e reduz significativamente o seu volume. Com a iniciativa, três toneladas de
resíduos orgânicos deixam de ser enviadas mensalmente para o aterro sanitário, aumentando a vida útil destes
espaços e possibilitando seu uso como adubo em hortas e no cultivo de espécies na Reserva do Patrimônio Privado
Natural (RPPN) da empresa.
Seguindo as orientações do Plano Diretor de Resíduos Industriais, outros resíduos foram estudados e receberam
a destinação com a melhor relação custo/benefício para o ambiente. Desta forma, a ArcelorMittal Vega encerrou
o ano de 2018 contabilizando o reaproveitamento de mais de 99% dos resíduos industriais, dentro ou fora de sua
unidade fabril. Atualmente, apenas 0,6% dos resíduos industriais da unidade instalada em São Francisco do Sul são
encaminhados para o aterro sanitário.
Resíduo pré e pós-consumo alimentar
Cumprida a etapa de redução dos resíduos industriais, a empresa voltou sua atenção para minimizar os maiores
volumes dos resíduos não-industriais. Foi quando o lodo da estação de tratamento, madeira de embalagem, papel,
papelão, plástico e resíduos de obra passaram a ser prioridade para uma reciclagem mais eficiente. Para completar o
ciclo de destinação correta dos resíduos não-industriais, faltava encontrar uma alternativa para o resíduo orgânico,
proveniente da preparação de alimentos de cozinha e de seu pós-consumo.
Resultado da produção de 1.000 refeições diárias, 3 toneladas/mês de resíduo orgânico eram descartadas em aterro
sanitário até o primeiro semestre de 2017. Além do envio, ainda havia necessidade de refrigeração dos resíduos
antes que chegassem ao aterro, devido à incidência de vetores, gerando um custo mensal para o envio e tratamento
dos resíduos em aterro sanitário entre R$ 10.000 e R$ 16.000 ao mês.
Compostagem
Máquina recebe o
alimento proveniente da
cozinha do condomínio
e aquece o material
orgânico a 360º até
desidratá-lo
Por vez, são desidratados 100 quilos de resíduos orgânicos
a cada 8/10 horas, tempo médio que o equipamento leva
para completar o ciclo. São realizadas diariamente até duas
operações, transformando 200 quilos de resíduos do preparo
de alimentos (composto orgânico) que passam, após a
desidratação, a ter volume 85% a 90% menor.
Para adquirir e instalar a máquina que transforma o resíduo
orgânico em composto orgânico foram gastos R$ 69 mil. O
retorno do investimento foi concluído em cinco meses e meio.
A partir daí, o projeto, além de evitar o envio desnecessário de
resíduo para aterros, gerará uma economia mensal entre R$ 10
mil e R$ 16 mil, considerando valores pagos para transporte,
aterro e adubo.
O equipamento está instalado em um dos restaurantes do condomínio e um outro já foi adquirido e está sendo
instalado para melhor atender o segundo restaurante, evitando a necessidade de transportar os resíduos. A previsão
para início das operações deste segundo equipamento é junho/2019.
Com a transformação do resíduo orgânico pré e pós-alimentar em composto orgânico, utilizado em hortas, canteiros
e floresta, a Arcelormittal Vega completa o ciclo de reaproveitamento de 100% dos resíduos sólidos de cozinha,
evitando sua destinação em aterros sanitários. A água que evapora do resíduo é condensada e também reutilizada
para lavar pisos e regar plantas da empresa.
Se a solução implantada na ArcelorMittal Vega fosse disseminada para o uso em grande geradores de resíduos
orgânicos – como restaurantes, condomínios empresariais, shopping centers e cozinhas industriais – reduziríamos
significativamente a quantidade de resíduos orgânicos em aterros.
Em Santa Catarina, de acordo com dados mais recente da Abrelpe (2017), são geradas 5.659 toneladas/ano de
resíduos encaminhados para disposição. Deste total, pelo menos 50% são resíduos orgânicos, que poderiam ter
um destino diferente dos aterros e duplicar a vida útil dos aterros. Esta medida também minimizaria a geração de
chorume, evitando a contaminação dos solos e de curso de águas e reduzindo a necessidade de tratamento deste
efluente gerado nos aterros e lixões.
Resultados quantitativos e qualitativos
A ArcelorMittal Vega possui uma Reserva Particular de Patrimônio Natural com 760 mil m² de Mata Atlântica
preservada, além de extensas áreas de canteiros rodeando os prédios operacionais e administrativos e uma horta,
onde são cultivados legumes e verduras que abastecem parte da demanda dos refeitórios da empresa e rendem
mudas distribuídas aos empregados no programa Verde com Vida. São estes espaços que estão recebendo o adubo
orgânico desidratado e com correção de PH, resultante dos resíduos alimentares.
Paralelamente, análises laboratoriais são realizadas para avaliar a possibilidade de uso deste material orgânico como
componente para ração animal. 45 aves da RPPN já são alimentadas com ração à base deste resíduo.
Outros resultados importantes:
Resíduo vira adubo orgânico em hortas e jardins Aves ão alimentadas com ração à base do resíduo