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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA

Curso Lic. Sociologia Disciplina Introdução à Sociologia


Regime Pós-laboral Ano Lectivo 2020 Semestre I

Aula Prática: Teorias sociológicas clássicas: Karl Marx

Nome: Irene Mucumbe

1. Não é a consciência dos homens que determina a sua existência, pelo contrário, é a
sua existência social que determina a sua consciência” (Aron 2000: 149-150).
Explique esta formulação de Marx.

R: Com esse postulado procura Marx reformula a dialéctica hegeliana, negando que as
ideias determinem a existência social. Para ele, o que dizemos ou pensamos é no fim de
contas determinado pelo que fazemos, o que equivale a postular que os nossos jogos
linguísticos repousam em práticas históricas.

Neste sentido, Marx explica que deve-se compreender que o pensamento está enraizado
nas próprias condições materiais. Com isso queria afirmar que, são os homens, pelo
contrário, que, ao desenvolverem a sua produção e a sua comunicação materiais, tanto
transformam essa sua realidade como transformam o seu pensamento e os produtos do
pensamento.

A história humana é a história das relações dos homens com a natureza e dos homens
entre si.” É desse processo (e nunca fora dele) que emerge a consciência do homem sobre
si próprio. Neste sentido, defende Marx, a consciência do homem é produto das
condições existenciais prevalecentes. Assim, nesta perspectiva, devemos explicar a
maneira de pensar dos homens pelas relações sociais nas quais eles se encontram
integrados. Karl Marx levam-no a sustentar que primeiramente mudam as condições
económicas, e somente DEPOIS, de modo correspondente, muda a consciência dos

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homens. Assim, o fundamento deste ou daquele ideal deve ser encontrado, não no cérebro
dos homens, não em sua fantasia, mas no desenvolvimento de suas condições
económicas.

2. Como Karl Marx e Friedrich Engels definem os seguintes conceitos básico da sua
teoria: Proletariado

Para Marx proletariado ou classe operaria: é todo conjunto de indivíduo que se encontram
na mesma situação em função da posse, ou seja, aqueles indivíduos detém e vende a força
de trabalho. Neste sentido, o proletariado ou classe operária tinha como objectivo
principal a luta contra a Burguesia. Assim, essa classe era a força política que realizaria a
destruição do Capitalismo e uma transição para o Socialismo, ou seja, era a classe a que
pertence o futuro.

O proletariado ou classe operaria surge com intuito da luta contra a burguesia e atravessa
várias fases de desenvolvimento. No primeiro momento começou a luta de forma
individual dos trabalhadores e pelos trabalhadores de uma fábrica, passando para as lutas
locais que se centralizaram ajuda dos modernos meios de comunicação, transformando-se
em uma luta nacional entre classes.

Durante o desenvolvimento das luta contra a burguesia, o movimento da classe operária


dividiu-se claramente entre as alas reformistas e revolucionária. Essa divisão tornou-se
ainda mais acentuada depois da Revolução Russa, com a criação dos partidos comunistas
como rivais dos velhos partidos social-democratas. Os reformistas, por um lado,
defendiam que apenas uma minoria da classe operária jamais chegou a adquirir uma
Consciência de Classe revolucionária e que nunca uma consciência socialista de qualquer
tipo deitou raízes profundas em toda a classe operária. E por outro lado, as revoluções
socialistas, lideradas em sua maioria pelos partidos comunistas, ocorreram em sociedades
camponesas, e não nas sociedades onde predomina o capitalismo avançado.

Os marxistas responderam a essa situação de várias maneiras, classe operaria não podia,
pelos seus próprios meios, alcançar uma consciência revolucionária, mas sim a partir de
um partido de revolucionários marxistas comprometido com sua causa. Esta posição foi

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criticada também por pretender substituir a classe operaria pelo partido e a levar a uma
ditadura partidária sobre a classe. Foi através dessa concepção que viu o crescimento da
Classe média, ou a emergência de uma “nova classe operária”

Para que haja o avanço na direcção do socialismo depende de uma aliança entre a classe
operária e grandes segmentos da classe média. E essa a continuidade da “marcha para o
socialismo” dependente da acção política da classe operária organizada, que continua
sendo a mais poderosa força política para a transformação radical da sociedade.

3. Porque é que Marx afirma tanto que “A burguesia desempenhou na história um


papel altamente revolucionário” (Manifesto do Partido Comunista, p. 109) como
que “[...] só o proletariado é uma classe realmente revolucionária” (ibid., p.116).

R: A burguesia desempenhou na história um papel eminentemente revolucionário,


porque destruiu todas as condições feudais, patriarcais, idílicas, bem como os laços
multicolores da feudalidade que prendiam o homem ao seu superior natural, não
deixando subsistir entre o homem e o homem outro laço que não fosse o do interesse nu,
o inexorável ‘pagamento sonante afogando ao cálculo egoísta. No que se refere as
relações familiares, reduziu-as a uma simples relação de dinheiro.

A burguesia não pode existir sem revolucionar constantemente os instrumentos da


produção, as relações de produção, o conjunto das condições sociais. Todas as relações
sociais enferrujadas, com o seu cortejo de ideias e de opiniões aceites e veneradas,
dissolvem-se; as que as substituem envelhecem antes mesmo de se consolidarem. Tudo o
que era sólido, bem estabelecido, volatiliza-se, tudo o que era sagrado é profanado, e no
fim os homens são forçados a olhar de modo desenganado o lugar que ocupam na vida e
as suas relações mútuas.

Marx também afirmou que o proletariado é uma classe realmente revolucionária, porque
a revolução proletária assinalaria o fim das classes e do carácter antagónico da sociedade
capitalista.

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4. De acordo com Karl Marx, "a história da sociedade até aos nossos dias é a história
da luta de classes." (Manifesto do Partido Comunista, p. 106). Explique
sucintamente o raciocínio do autor.

R: Marx, a história da sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes, com
isso queria dizer que, sempre houve e haverá luta de classes desde Homem livre e
escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre e oficial, opressores e oprimidos
sempre estiveram em constante oposição empenhados numa luta sem trégua, ora velada,
ora aberta, a luta pela democracia, monarquia, direito de voto etc. esta são apenas
maneiras ilusórias nas quais se desenvolve a verdadeira luta de classes. Mas a que ter
cuidado de que a luta de classes não é apenas um confronto armado, mas algo presente
em todos os procedimentos institucionais, políticos, policiais, legais, que a classe
dominante lança mão para obter sua dominação.

5. “Marx era incontestavelmente um sociólogo, mas um sociólogo de um tipo


determinado, sociólogo-economista, convencido de que não se pode compreender a
sociedade moderna sem referência ao funcionamento do sistema económico, nem
compreender a evolução do sistema económico negligenciado a teoria do
funcionamento” (Aron 2000: 145). Apresente e explique os elementos principais da
análise do sistema capitalista e da sua [eventual] evolução.

R: Neste trecho Marx pretendia mostrar que não existe uma separação da compreensão e
da acção. O pensamento de Marx deve ser vista numa perspectiva de analise e de
compreensão da sociedade capitalista no seu funcionamento actual.

Para Marx as características principais da analise do sistema capitalista e da sua evolução


é de que, as sociedades modernas são industriais e científicas em detrimento das
sociedades militares e teológicas. Neste sentido, Marx coloca no centro da sua
interpretação e antinomia entre as sociedades do passado e as do presente.

O conflito entre o proletariado e os capitalistas são visto por Marx como traço principal
das sociedades modernas, o que revela a natureza dessas sociedades e permitem prever o
desenvolvimento histórico. E por fim, afirmamos que, o pensamento de Marx é uma

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interpretação antagónico ou contraditório das sociedade capitalista na qual, esse carácter
é inseparável da estrutura do regime capitalista ou como alavanca do desenvolvimento
histórico.

6. O significa na obra de Marx dizer que o capitalismo caminha para uma


“autodestruição” e porque esta é necessária?

R: Marx saudava a autodestruição do capitalismo, porque era confiante que uma


revolução popular ocorreria e daria origem um sistema comunista que seria mais
produtivo e muito mais humano. Mas Marx estava errado sobre o comunismo. Aquilo
sobre o que ele estava profeticamente certo era a sua compreensão da revolução do
capitalismo. Não era somente a instabilidade endémica do capitalismo que ele
compreendia, embora neste sentido ele fosse muito mais perspicaz do que a maioria dos
economistas da sua época e da nossa.

7. “Como sociólogo, [Marx] não separava a compreensão do presente da previsão do


futuro e da vontade de acção” (Aron 2000: 145). Explicite as ligações, na obra de
Marx, entre a interpretação do que é e o juízo que faz sobre o que deveria ser.

R: Com isso Marx pretendia afirmar que, não se pode compreender a sociedade moderna
sem referência ao funcionamento do sistema económico, nem compreender a evolução do
sistema económico negligenciado a teoria do funcionamento.

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