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DIREITO PENAL I

PARTE GERAL I

Prof.: Victor Gabriel de Oliveira Melo


Faculdade Atenas Paracatu/MG
vcool147@hotmail.com
6 VIGÊNCIA DA LEI PENAL
NO TEMPO
 6.1 Vigência e Princípios da Lei Penal no tempo
 6.2 “Lex gravior”. Irretroatividade absoluta
 6.3 Fixação da lei aplicável pelo tempo do crime
 6.4 “Abolitio criminis”
 6.5 “Lex mitior”
 6.6 Da combinação de leis
 6.7 Normas de Direito Processual e de execução
 6.8 Medidas de Segurança
 6.9 Normas penais em branco
 6.10 Leis temporárias e excepcionais. Ultra-atividade
 6.11 Contagem de Prazo
6.1 VIGÊNCIA E PRINCÍPIOS DA LEI
PENAL NO TEMPO

o Principio da Continuidade das Leis:


Depois de cumprir todas as fases do
processo legislativo previsto na
CF/88, a lei penal ingressa no
ordenamento jurídico e, assim como
as demais leis em geral, “vigora”
até ser revogada por outro ato
normativo de igual natureza;
6.1 VIGÊNCIA E PRINCÍPIOS DA LEI
PENAL NO TEMPO

o Revogação: é a retirada da
“vigência” de uma lei. Regra: uma
lei só é revogada por outra lei.
6.1 VIGÊNCIA E PRINCÍPIOS DA LEI
PENAL NO TEMPO

o Quanto ao alcance:
o Ab-rogação: absoluta ou total;

o Derrogação: parcial.
6.1 VIGÊNCIA E PRINCÍPIOS DA LEI
PENAL NO TEMPO

o Quanto ao modo:
o Expressa: quando uma lei indica
em seu corpo os dispositivos
legais revogados;
6.1 VIGÊNCIA E PRINCÍPIOS DA LEI
PENAL NO TEMPO

o Tácita:
quando a lei nova revela
incompatível com a anterior, mesmo
não havendo menção expressa á
revogação;
6.1 VIGÊNCIA E PRINCÍPIOS DA
LEI PENAL NO TEMPO

 Global: quando a nova lei regula


inteiramente a matéria disciplinada
pela lei anterior.
6.1 VIGÊNCIA E PRINCÍPIOS DA LEI
PENAL NO TEMPO

o Obs: lei geral não revoga especial, bem


como a contrário sensu;
o Exceção: as leis temporárias e
excepcionais são autorrevogavéis;
6.1 VIGÊNCIA E PRINCÍPIOS DA
LEI PENAL NO TEMPO

 Princípio Tempus Regit Actum: a lei rege,


em geral, os fatos praticados durante
sua vigência.
6.2 “LEX GRAVIOR”
IRRETROATIVIDADE ABSOLUTA

o Em regra, a norma penal não retroage,


nos termos do art. 1º do Código Penal e
do art. 5º, inciso XXXIX, da
Constituição Federal;
6.2 “LEX GRAVIOR”
IRRETROATIVIDADE ABSOLUTA

o Se a norma penal for prejudicar o Réu,


haverá a irretroatividade absoluta, ou
seja, quando agravar a situação do réu
a lei nunca poderá retroagir;
6.2 “LEX GRAVIOR”
IRRETROATIVIDADE ABSOLUTA

 Se a norma penal posterior for mais


benéfica ao réu, será possível a
retroatividade, nos termos do Art. 2º,
parágrafo único, do Código Penal, e do
Art. 5º, inciso XL, da Constituição
Federal.
6.3 FIXAÇÃO DA LEI APLICAVEL
PELO TEMPO DO CRIME

o Regra: É aplicável a lei penal durante a


sua vigência, neste caso a sua
aplicação é denominada ATIVIDADE.
6.3 FIXAÇÃO DA LEI APLICAVEL
PELO TEMPO DO CRIME

 Exceção: Ocorre nos casos em que a lei


é aplicada após sua revogação ou
antes de sua vigência, nesta caso a sua
aplicação é denominada EXTRA-
ATIVIDADE.
6.3 FIXAÇÃO DA LEI APLICAVEL
PELO TEMPO DO CRIME

o São espécies da Extra – Atividade:


o Retroatividade: Ocorre quando a lei
penal abrange fatos anteriores à sua
vigência, em razão de a lei penal
anterior ser mais grave (aplicação da
posterior), nos termos do art. 2º,
parágrafo único, do Código Penal, e do
Art. 5º, inciso XL, da Constituição
Federal.
6.3 FIXAÇÃO DA LEI APLICAVEL PELO
TEMPO DO CRIME

o Ultratividade: Ocorre quando a lei


abrange fatos posteriores à sua
revogação, em razão de a lei penal
posterior ser mais grave (aplicação da
anterior), nos termos art. 1º do Código
Penal, e do Art. 5º, inciso XXXIX, da
Constituição Federal.
o OBS.: Em relação ao mesmo assunto, a lei
posterior revoga a anterior.
6.4 ABOLITIO CRIMINIS

o Ocorre quando a lei posterior deixa de


considerar como crime determinada
conduta que era considerada como
crime pela lei anterior (art. 2º “Caput”
do CP);
6.4 ABOLITIO CRIMINIS

o Abolitio Criminis vai ocorrer quando:


o A lei anterior considerar uma conduta
como crime; e
o A lei posterior deixa de considerar a
mesma conduta como crime.
o Exemplo:
o a Lei 11.106/2005 revogou os arts. 217,
219, 220, o § 3o do art. 231 e o art. 240,
todos do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 – Código Penal.
6.4 ABOLITIO CRIMINIS

 O dispositivo alcançará a sentença


transitada em julgado, a execução da
sentença condenatória e todos seus
efeitos (art. 107, III do CP).
6.4 ABOLITIO CRIMINIS

 Pela abolitio criminis se fazem


desaparecer o delito e todos os seus
reflexos penais, permanecendo apenas
a possibilidade de reparação do dano
na esfera cível.
6.5 “LEX MITIOR”

o Quando a lei considera crime, fato


anteriormente incriminado, teremos,
ao contrário da Abolitio Criminis, a
Novatio Legis.
6.5 “LEX MITIOR”

o Existem duas espécies de Novatio Legis:


o Novatio Legis in Pejus – que agrava
a situação do réu (não retroage)
o Novatio Legis in Mellius - que
beneficia o réu retroage
(retroage).
6.5 “LEX MITIOR”

 Caso o réu esteja sendo julgado ou até


mesmo já tenha sido julgado, e ocorra
o surgimento de uma lei mais benéfica,
a chamada Lex Mitior, esta deve ser
aplicada, mesmo que já se tenha
verificado o trânsito em julgado da
sentença (parágrafo único do artigo 2º
do CP).
6.6 DA COMBINAÇÃO DE LEIS

o De acordo com a doutrina é possível


combinar a aplicação da lei anterior
com a lei posterior, ou seja, aplicar
uma parte da lei anterior que é mais
benéfica ao Réu e a parte da lei
posterior que também beneficia o réu.
6.6 DA COMBINAÇÃO DE LEIS

 Obs: há divergência por parte da doutrina –


Nelson Hungria, Heleno Claudia Fragoso e
Aníbal Bruno são contrários quanto à
combinação; José Frederico Marques,
Mirabete, Luiz Regis Prado, e Cleber Masson,
aceitam a possibilidade. O STF já decidiu a
favor e contra, o STJ não concorda, o CPM
proíbe expressamente em seu art. 2º §2º.
6.6.1 LEI INTERMEDIÁRIA

o Acontece em determinados casos


em que a lei mais benéfica ao réu
não é a primeira e nem a última,
mas, sim, uma lei intermediária
entre as citadas, neste caso, será
aplicada a lei intermediária por ser
mais benéfica ao réu;
6.6.1 LEI INTERMEDIÁRIA

o A lei intermediária terá dupla extra-


atividade:
o Retroatividade, em relação à primeira,
pois vai se aplicar a fatos anteriores à
sua vigência; e
6.6.1 LEI INTERMEDIÁRIA

 Ultratividade, em relação à última, pois


vai se aplicar a fatos posteriores à sua
revogação.
6.7 LEI INTERMEDIÁRIA

o As regras estudadas relativas à


extra – atividade das normas
penais não são aplicadas às
normas processuais penais e às
normas de execução da pena, pois
estas, em hipótese alguma, atingem
fatos anteriores à sua vigência e
posteriores a sua revogação.
6.7 LEI INTERMEDIÁRIA

o Principio da Aplicação Imediata da Lei


Processual:

o “Art. 2º do CPP: a lei processual penal


aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo das
validades dos atos já realizados sob a
vigência da lei anterior”.
6.8 MEDIDA DE SEGURANÇA

o As mesmas regras que se aplicam


às penas serão também aplicadas
às medidas de segurança, sendo
que a última será aplicada em regra
aos inimputáveis e em exceção aos
semi-imputáveis.
6.9 NORMAS PENAIS EM
BRANCO

o A norma penal em branco é aquela


que exige uma complementação.
6.9 NORMAS PENAIS EM
BRANCO
o A norma que complementa a norma penal em
branco, denominada de norma complementar,
sempre irá retroagir, vez que neste caso o
Princípio da Legalidade não será lesado, vez que
a norma complementar:
o Não modifica a conduta ou a pena prevista
no tipo penal; e
o Trata-se, apenas, de circunstâncias
secundárias.
6.10 LEIS TEMPORAIS E EXCEPCIONAIS
– ULTRA-ATIVIDADE

o Leis Temporárias: São aquelas que


possuem vigência previamente
fixada pelo legislador.
6.10 LEIS TEMPORAIS E EXCEPCIONAIS
– ULTRA-ATIVIDADE

 Leis Excepcionais: São aquelas que têm


sua vigência limitada a um tempo
determinado, incerto, mas caracterizado
pela presença de uma circunstância
excepcional;
6.10 LEIS TEMPORAIS E EXCEPCIONAIS
– ULTRA-ATIVIDADE

o Não retroagem: Não se aplicam aos


fatos anteriores à sua vigência.
6.10 LEIS TEMPORAIS E EXCEPCIONAIS
– ULTRA-ATIVIDADE

 São ultrativas: Aplicam-se a fatos


durante a sua vigência e depois de sua
autorrevogação. De acordo com art. 3º
do CP “a lei excepcional ou temporária,
embora decorrido o período de sua
duração ou cessadas as circunstâncias
que as determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante a sua vigência”.
6.10 LEIS TEMPORAIS E EXCEPCIONAIS
– ULTRA-ATIVIDADE

 Período de sua duração: refere-se às


Leis Temporárias.
 Cessada as circunstâncias que as
determinaram: refere-se às Leis
Excepcionais.
6.10 LEIS TEMPORAIS E EXCEPCIONAIS
– ULTRA-ATIVIDADE

 Apesar de revogadas, aplicam-se aos


fatos ocorridos durante a sua vigência.
 Fundamento: Caso contrário, tais leis
seriam inócuas, atingindo uns e não
outros.(somente aqueles que foram
processados enquanto a norma
estivesse vigendo)
6.11 CONTAGEM DE PRAZO

o É importante para o Direito Penal


fixar o momento em que o crime é
cometido, ou seja, necessário
estabelecer o tempo do crime
(âmbito temporal de aplicação da
lei penal)
6.11 CONTAGEM DE PRAZO

o É importante estabelecer o tempo do


crime, pois através deste dado é
possível estabelecer;
o Se o agente é imputável ou não;
o A lei aplicável ao fato; e
o Contagem da Prescrição
6.11 CONTAGEM DE PRAZO

o Em relação à fixação do tempo a


várias teorias, sendo que as 03
(três) principais são as seguintes:
6.11 CONTAGEM DE PRAZO

 Teoria da Atividade: Ocorre o crime no


momento da ação ou omissão previsto
no tipo penal, ou seja, no momento em
que há exteriorização da vontade do
agente. (adotada pelo CP, art. 4º);
6.11 CONTAGEM DE PRAZO

o Teoria do Resultado: Ocorre o crime no


momento da produção do resultado, no
caso do homicídio, por exemplo, o
momento do crime ocorria com a morte
da vítima.
6.11 CONTAGEM DE PRAZO

 Teoria Mista: Ocorre o crime no


momento da ação/omissão ou
do resultado

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