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RESPOSTA TÉCNICA – Tensoativo e espessante para a formulação de saneante ácido

Tensoativo e espessante para


a formulação de saneante
ácido
Indicação de tensoativos e espessantes para uso em
saneante de alta acidez.

Sistema Integrado de Respostas Técnicas – SIRT/UNESP

Março/2013
RESPOSTA TÉCNICA – Tensoativo e espessante para a formulação de saneante ácido

Resposta Técnica YAMANAKA, Eric Seiti


Tensoativo e espessante para a formulação de saneante ácido
Sistema Integrado de Respostas Técnicas – SIRT/UNESP
25/3/2013
Indicação de tensoativos e espessantes para uso em saneante
de alta acidez.
Demanda Qual tensoativo e/ou espessante devo usar para aumentar a
viscosidade de uma solução com pH 1,7?
Assunto Fabricação de produtos de limpeza e polimento
Palavras-chave Espessante; produto de limpeza; saneante domissanitário;
tensoativo

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RESPOSTA TÉCNICA – Tensoativo e espessante para a formulação de saneante ácido

Solução apresentada

Introdução

Os produtos para a limpeza ácida são aqueles que utilizam em sua composição algum tipo
de ácido, no intuito principal de remover sujidades inorgânicas, tais como resíduos de solo,
ferrugem e incrustações (AHMED, 2008, tradução nossa). São particularmente importantes
no caso de indústrias que utilizam água com alta dureza e/ou aquecimento de água em
caldeiras, provocando a formação de incrustações; ou então na pasteurização de laticínios,
onde o cálcio presente no leite pode formar precipitados fosfatados (UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA, [20--?]).

Como principais fontes de ácido, podem ser citadas as inorgânicas, tais como o ácido
fosfórico, ácido clorídrico, ácido sulfúrico, ácido nítrico e ácido fosfônico, que possuem alta
acidez, mas são mais corrosivos e podem gerar riscos durante seu manuseio. Já os ácidos
orgânicos são mais brandos e seguros, podendo ser utilizados em associação com outras
substâncias (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA, [20--?]).

Para a remoção de sujidades gordurosas, podem ser utilizados nos saneantes ácidos,
agentes tensoativos ou surfactantes, que reduzem a corrosão ácida e o desenvolvimento de
micro-organismos, aumentando também a ação de molhagem do produto (UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA, [20--?]).

Tensoativos

Também chamados de surfactantes ou detergentes, os tensoativos possuem como principal


aplicação, nos produtos saneantes, a limpeza de gorduras. A dissolução desse tipo de
sujidade é possível graças à estrutura química dos tensoativos, que diminui a tensão
superficial da água e envolve as partículas gordurosas, permitindo sua remoção.

Podem ser classificados de acordo com sua estrutura e comportamento quando dissolvidos
em água:

 Aniônicos: se dissociam em água, gerando um ânion anfifílico (que se dissolve


simultaneamente em água e gorduras) e um cátion, que pode ser um metal alcalino
ou amônio quaternário (SALAGER, 2002, tradução nossa).

 Catiônicos: se dissociam em água, gerando um cátion anfifílico (amina graxa ou


amônio quaternário) e um ânion, geralmente do tipo halogênio (cloro ou bromo)
(SALAGER, 2002, tradução nossa).

 Não-iônicos: não sofrem dissociação em água, tendo em sua estrutura grupamentos


hidrofílicos do tipo álcool, fenol, éter ou amida, além de uma cadeia de
hidrocarbonetos, de modo a tornar o tensoativo lipossolúvel (SALAGER, 2002,
tradução nossa).

 Anfóteros: possui uma combinação de cátions e ânions anfifílicos, cuja ação varia de
acordo com o pH da solução em que se encontram. Como exemplos, podem ser
citados os aminoácidos, as betaínas e os fosfolipídios (SALAGER, 2002, tradução
nossa).

Aplicação em detergentes ácidos

De acordo com Ahmed (2008, tradução nossa), nos saneantes ácidos são preferidos os
tensoativos do tipo não-iônicos ou aniônicos com baixa formação de espuma. Tal fato ocorre
pois possuem um maior poder de detergência e maior estabilidade em formulações ácidas,
além de um menor custo.

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Os tensoativos catiônicos possuem um baixo poder de detergência, sendo geralmente


utilizados como bactericidas e em baixas concentrações nos produtos saneantes. Já os
anfóteros, além de possuir alto custo, são altamente sensíveis ao pH do meio, sendo
aplicados apenas em situações muito específicas (SALAGER, 2002, tradução nossa).

Ahmed (2008, tradução nossa) cita como tensoativos que podem ser usados em
formulações ácidas, os não-iônicos: álcool etoxilado, alquilfenol etoxilado, alquil
poliglicosídeo e alquil polietileno glicol éter; e os aniônicos: alquilbenzeno sulfonato,
sulfonato de parafina, alquilsulfatos, alcanossulfonato secundário e sulfato de álcool
etoxilado.

Espessantes

O espessamento dos saneantes pode ser necessário por motivos estéticos, dando a
impressão de uma alta concentração de ativos, e/ou então pela necessidade de maior
aderência do produto com a superfície a ser limpa. Isso ocorre no caso de superfícies de
maior inclinação, como vasos sanitários e paredes, ou quando se deseja um tempo de
contato maior do produto com a superfície (AKZO NOBEL, 2007, tradução nossa).

Como principais espessantes para saneantes ácidos, podem ser utilizados os óxidos de
amina, gomas de celulose (hidroxietil celulose, carboximetil-hidroxietil celulose), polímeros e
copolímeros de acrilamida, e espessantes ácidos, que são na verdade surfactantes
catiônicos, que em altas concentrações promovem um aumento da viscosidade em ácidos
(AHMED, 2008; CROWE; MARTIN; MICHAELIS, 1981, tradução nossa).

Conclusões e recomendações

Nos saneantes do tipo ácido, os tensoativos são utilizados tanto para a remoção de
gorduras como para reduzir a corrosão em superfícies metálicas, sendo os mais
recomendáveis aqueles do tipo não-iônico e aniônico com baixa formação de espuma.
Como espessantes, podem ser usados óxidos de amina, gomas de celulose, derivados de
acrilamida e espessantes ácidos.

A dosagem correta dos tensoativos/espessantes na formulação dependem da composição e


propriedades desejadas para o produto, necessitando de estudos mais aprofundados. Além
disso, devido à complexidade do processo, recomenda-se fortemente seu acompanhamento
por um profissional especializado, tal como um Químico ou Engenheiro Químico, que deve
tomar a responsabilidade legal pelo processo e qualidade do produto final.

O Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas (SBRT) informa que existem, no banco de


informações, Respostas Técnicas que abordam o assunto de seu interesse. Aconselha-se
realizar a busca no site <http://www.respostatecnica.org.br/>, utilizando os códigos das
respostas 2932, 10266, 11936, 14394, 16482, 18548 e 20856 para ter acesso ao conteúdo
disponível.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. [Resposta nº 2932]. Porto Alegre:


SENAI/RS, 2006. (Código da resposta: 2932).

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Fórmula de amida aplicada em


sabões e detergentes. Curitiba: TECPAR, 2008. (Código da resposta: 10266).

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Viscosidade em detergente


ecológico. Rio de Janeiro: REDETEC, 2008. (Código da resposta: 11936).

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Detergente ácido na forma de gel.


Curitiba: TECPAR, 2009. (Código da resposta: 14394).

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Adição de lauril éter sulfato de


sódio a detergentes ácidos. São Paulo: USP/DT, 2010. (Código da resposta: 16482).

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SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Espessantes em detergentes.


Brasília: CDT/UnB, 2011. (Código da resposta: 18548).

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Substituição do lauril éter sulfato


de sódio em detergentes ácidos. Araraquara: SIRT/UNESP, 2012. (Código da resposta:
20856).

Fontes consultadas

AHMED, F. U. Industrial and institutional cleaners. In: ZOLLER, U. Handbook of detergents


– Part E: applications. New York: CRC Press, 2002. p. 263-265.

AKZO NOBEL. Thickening. [S.l.], 2007. Disponível em: <http://www.julius-


hoesch.de/pdf/AKZO_Broschuere_Verdicker_2007.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2013.

SALAGER, J. L. Surfactantes: typos y usos. Mérida: Universidad de Los Andes, 2002.


Disponível em: <http://www.firp.ula.ve/archivos/cuadernos/S300A.pdf>. Acesso em: 25 mar.
2013.

CROWE, C. W.; MARTIN, R. C.; MICHAELIS, A. M. Evaluation of acid-gelling agents for use
in well simulation. SPE Journal, v. 21, n. 4, p. 415-424. Disponível em:
<http://www.onepetro.org/mslib/servlet/onepetropreview?id=00009384>. Acesso em: 25 mar.
2013.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Agentes químicos para higienização


– detergentes. Florianópolis, [20--?]. Disponível em:
<http://www.enq.ufsc.br/disci/eqa5221/material/detergentes07.pdf>. Acesso em: 25 mar.
2013.

Identificação do Especialista

Eric Seiti Yamanaka – Mestre em Química

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