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Apostila Digital

Plantas de
Poder
POR LEO ARTESE
Leo Artese

Estudioso do Xamanismo
com iniciações no E.U.A.,
Peru e Brasil. Vem
conduzindo cerimônias,
ritos, grupos de estudos e
oficinas de Xamanismo
desde 1990 no Brasil e em
mais de 20 países.
Terapeuta Holístico.
Fundador e Diretor do
Espaço – Centro de Estudos
de Xamanismo Vôo da
Águia. Fundador e
Presidente do Centro
Eclético da Fluente Luz
Universal Céu da Lua Cheia.
Proprietário do portal
Xamanismo.com.br Autor
dos livros: O Vôo da Águia –
Uma iniciação aos mistérios
e Magia do Xamanismo e O
Espírito Animal, ambos
publicados pela Editora
Roca.
Deus disse:

“Eis que vos dou toda


a erva que dá semente
sobre a Terra e todas
as árvores frutíferas,
contendo em sí
mesmas a sua
semente, para que vos
sirva de alimento”
Genesis 1,29
Das plantas se obtém os
princípios ativos empregados
nos medicamentos.

Deus nos uma completa


farmácia natural. Umas
alimentam, outras nos
perfumam, outras nos
purificam, nos calmam, nos
dão prazer, etc.

Porém, algumas plantas


transportam a mente humana
a regiões de maravilhas
espirituais, alterando a nossa
consciência, levando-nos ao
Mundo Profundo,
reconectando-nos com os
nossos ancestrais.
Conhecidas atualmente como
plantas enteógenas
( entheos = Deus dentro ) são
também reconhecidas como;
Plantas Mestres, Plantas
Professoras, Plantas de
Conhecimento, Plantas de
Poder, Plantas Sagradas.

As Plantas de Poder aumentam a


percepção, a acuidade visual e
auditiva, e transportam o
praticante para outras camadas
vibracionais ou dimensões.

A experiência é individual,
algumas pessoas tem visões,
outras canalizam mensagens,
fazem regressões, recebem
insights, recebem soluções para
seus problemas com maior
claridade, percebem as causas
de suas doenças, recebem cura,
se conectam a arquétipos, aos
mitos, aos medos, traumas,
símbolos que estão no
inconsciente coletivo,
visualizam entidades, viajam
astralmente, etc..
A experiência é individual,
algumas pessoas tem visões,
outras canalizam mensagens,
fazem regressões, recebem
insights, recebem soluções
para seus problemas com
maior claridade, percebem as
causas de suas doenças,
recebem cura, se conectam a
arquétipos, aos mitos, aos
medos, traumas, símbolos que
estão no inconsciente coletivo,
visualizam entidades, viajam
astralmente, etc..

Refazer nossa linguagem


significa rejeitar a auto-
imagem que herdamos da
cultura dominadora – a imagem
de uma criatura culpada pelo
pecado, e portanto merecendo
a exclusão do paraíso. O
paraíso é nosso direito por
nascença, e pode ser
reivindicado por qualquer um
de nós.
A natureza não é nossa
inimiga, para ser estuprada e
conquistada. A natureza somos
nós, para ser investigada e
tratada com carinho.

O xamanismo sempre soube


disso, e sempre, em suas
expressões mais autênticas,
ensinou que o caminho requer
aliado.

Esses aliados são as plantas


alucinógenas e as misteriosas
entidades mestras, luminosas e
transcendentais, que residem
na dimensão próxima,
dimensão de beleza e
compreensão extática que
negamos até quase ser tarde
demais.
A palavra droga tem, hoje em
dia, uma carga semântica
negativa, de condenação,
medo, curiosidade mórbida.

Droga em grego é pharmakon,


quer dizer remédio,
medicamento, mas também é
veneno. É o nome dado a Platão
à bebida que matou Sócrates.

A Organização Mundial de
saúde definiu: ”Dependência
de droga é o uso habitual e
compulsivo de qualquer droga
narcórtica, de maneira que
ameace a segurança e o bem-
estar do próprio dependente ou
de terceiros.

Para aumentar a confusão,


entra em cena a palavra tóxico,
que significa veneno, mas que
adquiriu um sentido tão amplo
quanto da palavra narcótico.
Droga e tóxico passaram a ser
palavras irmãs. Maconha é
sinônimo de horror e
delinqüência; cigarro de
elegância e bom gosto...

(hoje em dia já mudamos isso,


ainda bem !).

Os meios de comunicação
noticiam com destaque a prisão
de maconheiros; mas veiculam
insidiosas propagandas de
cigarros e álcool.

A sociedade combate a
maconha como se fosse uma
"erva maldita" e pune o seu
uso. Mas permite que seja
anunciada amplamente as
bebidas alcoólicas.
Por que os que se empenham
em combater tóxicos não
começam pelos mais graves?

Basta olhar à volta, para


constatar a gigantesca
quantidade de tóxicos que
ameaçam a saúde e a vida de
nosso povo, em terra, nas
águas, no ar.

Para o branco a droga


fragmenta a personalidade: é
um vício e um processo de
fuga.

Para o índio, a droga provoca


uma comunhão com a
divindade e a volta às mais
profundas raízes ancestrais; é
um processo de integração.

A rapidez e a amplitude da
difusão das drogas entre os
brancos teve como causa
principal a ambição do lucro,
que o índio desconhece.
Em todas as nações indígenas,
as drogas são sagradas,
oriundas dos vegetais
hierobotânicos. E o seu
consumo é sempre cerimonial,
em ritos determinados por
tradição milenar.

Cada planta mágica abriga um


espírito, cuja força o índio
absorve, ingerindo o vegetal ou
uma de suas partes.

Essa força propicia o sono


divinatório, as imagens
(visões), o mistério das visões,
a presença dos mortos, as
revelações dos espíritos, enfim,
o contato com o sobrenatural.

Essa forca é o mana dos


polinésios e dos antropólogos.
É também o pneuma do Velho
Testamento – sopro, vida,
Espírito Santo.
Para o índio, um princípio
inteligente habita o reino
vegetal. Está presente em cada
espécie. Esta crença está
cientificamente comprovada.
Toda a planta psicoativa é
sagrada. E toda a planta
sagrada só é consumida
ritualmente.

Alerta

– A busca pelas Plantas de


Poder pode ser perigosa. Não
são todos os que dizem
conhece-las, que as conhecem
realmente. As Plantas de Poder
só trazem resultados benéficos,
se utilizadas dentro de um
fundamento espiritual.
Consagradas em rituais e
preparadas de forma correta.
AYAHUASCA
Bebida Sacramental Ayahuasca,
é, principalmente, fruto da
decocção do cipó
Banisteriopsis Caapi e a folha
Psycotria Viridis.

Outras espécies de cipó e folha


também são utilizadas em
algumas regiões.

É também conhecida por Yagé,


Caapi, Nixi Honi
Xuma,Oasca,Vegetal, Santo
Daime, Kahi, Natema, Pindé,
Dápa, Mihi, etc.

Seu nome mais conhecido,


AYAHUASCA é de origem
quechua, que significa
“Liana(Cipó) dos Espíritos “. É
chamada também de “O Vinho
da Alma ” ou “Pequena Morte”.
Utilizada por povos pré-
colombianos, incas, e muito
utilizada, por pelo menos, 72
tribos indígenas diferentes da
Amazônia. É empregada
extensamente no Peru,
Equador, Colômbia, Bolívia,
Brasil.

Foi usada provavelmente na


Amazônia por milênios, e está
expandindo-se rapidamente na
América sul e em outras partes
do mundo com o crescimento
de movimentos religiosos
organizados tais como Santo
Daime, União do Vegetal
(UDV), Barquinha que a
consagram como sacramento
de seus rituais.

Ingerindo essa bebida mágica,


pode-se absorver o Espírito da
Planta. Os sentidos são
expandidos, os processos
mentais e as emoções tornam-
se mais profundos.
A jornada pode mover-se em
muitas dimensões. O voo da
alma, a partida do espírito do
corpo físico, uma sensação de
flutuar.

A experiência pode em algum


ponto revelar visões notáveis,
insights, produzir catarses,
produzindo experiências de
renovação, de renascimento
positivas. Visões arquetípicas,
de animais, de espíritos
elementais, de cenas de vidas
passadas, de Divindades, etc.

Abre-se o portal de outros


reinos da existência.

Uma vez que iniciado, o


processo da renovação e
transformação, eles continuam.

O grande passo no trabalho


com a Ayahuasca é a
assimilação dos ensinamentos
espirituais e a prática na vida
diária , ou seja por em prática o
que se aprende.
Isso garante a dimensão
espiritual em nosso dia-a-dia, e
é essencial para recebermos as
dádivas e as bênçãos
espirituais e para que
possamos evoluir no estudo,
aprender mais.

A ela atribui-se a cura de males


físicos, psicológicos, mentais e
espirituais.

Os estudos científicos
ocidentais estão confirmando
aplicações médicas e
psicoterapeuticas benéficas.

A jornada com Ayahuasca, leva


a exploração tanto deste mundo
ordinário, como mundos
paralelos, que estão além de
nossa percepção corrente.

Libera os limites normais de


espaço-tempo.
PEYOTE
O Peiote ( Lophophora
Williamsii ) é um pequeno
cacto redondo (menos de 12 cm
no diâmetro, uma planta de
poder utilizada pelos nativos do
México e EUA.

O famoso mescalito, dos livros


de Castañeda, (derivado da
mescalina seu princípio ativo)
É o sacramento da Igreja Nativo
Americana – NAC (Native
American Church ).

A maioria das cerimonias


formais do Peiote misturam
rufar tambores de água, cantar,
orar, e contar histórias como
meios de oferecer
agradecimentos e como uma
maneira de compartilhar com o
Criador.

Usado pelas tribos mexicanas,


seu uso, era uma tradição bem
estabelecida na época da
entrada europeia no mundo
novo.
O uso médico do peiote foi
bastante difundido entre
médicos norte-americanos no
final do século XIX, que
receitavam como tônico
cardíaco e medicamento para
dificuldades respiratórias.

Ele também chegou a ser


testado antiespasmódico e até
mesmo em caso de
manifestações histéricas, mas
hoje em dia sua aplicação
terapêutica é nula.
IBOGA
Trata-se de uma raiz
subterrânea que chega a
atingir 1,50m de altura,
pertencente ao gênero
Tabernanthe, composto por
várias espécies. 650 destas já
foram identificadas na África
Central.

A que tem mais interessado a


medicina ocidental é a
Tabernanthe iboga, encontrada
sobretudo na região dos
Camarões, Gabão, República
Central Africana, Congo,
República Democrática do
Congo, Angola e Guinea
Equatorial.

O arbusto cresce em áreas de


floresta tropical, solos
pantanosos ou savanas
molhadas.
Ela floresce e produz frutos
durante todo o ano. O seu
principal alcalóide leia-se:
princípio ativo – é a ibogaína,
extraída da casca da raiz e que
representa 90% dos 30
alcalóides encontrados nas
raízes desta espécie.

A iboga pertence a família dos


alucinógenos clássicos, entre
eles o peyote, os cogumelos, a
ayahuasca e o LSD.

Acredita-se que os pigmeus


tenham descoberto a iboga em
tempos imemoriais.

Até hoje estas populações a


utilizam em ritos nos quais
dificilmente admitem a
participação de brancos.
Segundo os escritos de um
especialista nesta planta, o
italiano Giorgio Samorini,
algumas espécies de animais,
entre as quais os mandris e
javalis, alimentam-se das raízes
da iboga para conseguir efeitos
entorpecentes.

É provável que os pigmeus


tenham descoberto as
propriedades alucinógenas da
iboga observado o
comportamento curioso destes
animais.

Em 1901 a ibogaína foi isolada


pela primeira vez. Há notícias
de que ela teria sido usada no
ocidente desde do início do
século no tratamento de gripe,
doenças infecciosas,
neurastemia e doenças
relacionadas ao sono.
Em 1962, Howard Lotsof, um
jovem viciado em heroína em
busca de uma nova droga,
acaba descobrindo a iboga.

Após uma viagem de 36 horas,


relata que perdeu totalmente o
desejo de consumir heroína e
não sentiu nenhum sintoma de
abstinência.

Administrou a substância a sete


amigos também viciados, e em
cinco casos o resultado foi o
mesmo.

Em 1983 Lostsof reportou as


propriedades anti-aditivas da
ibogaína e em 1985 obteve
quatro patentes nos EUA para o
tratamento de dependências de
ópio, cocaína, anfetamina,
etanol e nicotina.
Fundou o International
Coalition for Addicts Self Help e
desenvolveu o método
Endabuse, uma famacoterapia
experimental que faz uso da
ibogaíne HCl, a forma solúvel
da ibogaína.

Através da administração de
uma única dose, cujo efeito
dura dois dias, haveria uma
atenuação severa ou completa
dos sintomas de abstinência,
permitindo que o dependente
se desintoxique sem dor.

Em segundo lugar, uma


retirada ou perda do desejo de
consumir drogas por um
período mais ou menos longo
de tempo.
De acordo com italiano Antonio
Bianchi, médico e toxicólogo
em produtos naturais, a
ibogaína “age sobre uma
quantidade de receptores
neuronais incrível. Sua
característica fundamental é a
sua ação sobre a NMDA (N-
metil-D-aspartate).

Estes receptores estão


presentes sobretudo em duas
áreas: o hipocampo, que
controla a memória e as
recordações, e a sensibilidade
proprioceptiva, parte
responsável pela sensação que
temos do nosso corpo físico.

"Se estes receptores são


bloqueados, a pessoa constrói
uma imagem do “eu” que não
está relacionada com o eu
físico, ou seja, está fora do
corpo.
Este seria o mecanismo
neurofisiológico da “viagem
astral”, o ponto de encontro
entre a teoria nativa e a
científica. «Nestas condições, o
homem tende a construir
aquilo que é definido como
uma bird eye image, ou seja, o
sujeito assume uma projeção
de si mesmo a partir de uma
posição do alto», afirma o
médico.

Esta sensação não é provocada


apenas pela ibogaína. Ela pode
ser produzida também pela
ketamina, um anestético
endovenoso, ou ser resultado
de um choque, uma meditação
profunda etc.

A medicina tem dedicado


atenção crescente a um
fenômeno conhecido como
“near death experiences”,
pessoas que passaram por
perto da morte.
Existem relatos de recorrências
neste tipo de experiência: a
presença de uma luz infinita
que é a própria divindade,
encontro com mortos, visão
panorâmica da própria vida
passada etc.

Cientificamente, a explicação é
de que o cérebro, quando
submetido a uma enorme
stress (como num ataque
cardíaco, por exemplo) produz
alucinações, reconstruindo
imediatamente um mundo
fantástico.
WACHUMA
O nome quéchua do cacto é
Wachuma. O nome San Pedro,
lhe é atribuído por dar ao
iniciado a chave para entrar no
Céu.

Trata-se de um cacto que chega


a atingir a mais de dois metros
de altura, tendo a mescalina
(Peiote) como princípio ativo.

Tem sido utilizado há séculos


pelos índios do Peru e do
Equador. É conhecido por
xamãs por estar sempre em
harmonia com os poderes dos
animais, de seres e
personagens fortes, de seres
sobrenaturais, principalmente
o Jaguar.

O uso atual do San Pedro


concentra-se nas regiões
costeiras do Peru e nos Andes
do Peru e Bolívia, e tem
recebido forte influência cristã.
É aplicado para curar
enfermidades, incluindo o
alcoolismo e problemas
mentais, para adivinhações,
poções amorosas, para
combater feitiçaria,purificação,
etc.

É conhecido também por


huachuma, achuma, agua colla,
cardo, huando hermoso,
gigantón, San Pedrito, San
Pedrillo.

Por que São Pedro?

O cacto abre as portas do Céu.


Daí ter recebido o nome do
apóstolo a quem disse Jesus:

”Dar-te-ei as chaves do Reino


dos Céus: o que ligares sobre a
Terra será ligado aos céus…”
(Matheus 16:19).
A mesma ligação é estabelecida
pelo San Pedro, que dá ao xamã
as chaves que abrem as portas
do mundo invisível, fonte dos
seus poderes mágicos,
divinatórios e terapêuticos.

O San Pedro possui um símbolo


do curandeirismo, pois sempre
está em harmonia com os
poderes dos animais, do seres
fortes, dos seres sobrenaturais.

É uma das plantas mais antigas


da América do Sul. A prova
mais antiga remonta o ano de
1.200 a.C.

Quando os espanhóis
chegaram ao Peru, usava-se
muito San Pedro.
Um texto eclesiástico diziam
que os xamãs tomavam a
bebida chamada Achuma, e
como era muito forte, depois de
tomaram perdiam o juízo e
ficavam privados dos sentidos,
tinham visões nas quais
aparecia somente o diabo.
Como aconteceu com o Peyote
no México.

Atualmente o São pedro é


empregado para curar
enfermidades, incluindo o
alcoolismo e a loucura, para
adivinhação, para namoros,
para combater qualquer tipo de
feitiçaria e para assegurar êxito
nas empresas pessoais.
Os xamãs distinguem quatro
tipos de cactos à partir de suas
costelas.

Os mais raros são aqueles que


tem quatro, e são considerados
os mais potentes, possuem
poderes sobrenaturais
especiais, sendo que as quatro
costelas representam os quatro
ventos, os quatro caminhos.

Em 1992, estávamos
Agustin,eu, e um grupo de
norte-americanos em Machu
Pichu. Tomamos a decisão de
realizar um trabalho com
Wachuma nas ruínas. E lá
fomos.
Chegamos à tarde nas ruínas, e,
quando foi por volta das 21:00
hs. iniciamos o trabalho,
nenhuma pessoa mais estava
presente, a não ser os Espíritos
de Machu Pichu.Agustin tinha
levado dois rapazes que
ficavam tocando flautas
andinas o tempo todo, o que
ajudou muito na harmonização
do trabalho.

Após duas horas, já na segunda


dose de San Pedro, as visões.
Machu Pichu, sem utilizar
nenhuma planta, já conduz as
pessoas a estados alterados de
consciência.
Podia perceber os Espíritos
Incas, como se tivesse voltado
no tempo. Os rituais, a Festa do
Sol. Olhando para cima…num
instante as nuvens se
transformaram num imenso
Condor...

Num momento pedi a Agustin,


que falasse um pouco sobre os
Incas. E, ele nos indicou uma
pedra e pediu que
encostássemos nossa testa
nela.

Foi, a melhor resposta, me


senti como recebendo um “pen
drive” em minha mente.

Pude compreender sem


palavras a cosmologia do Povo
Inca. O legítimo Império do Sol.
Sentia muita emoção. Sabia que
já tinha feito parte daquela
história. Senti-me resgatando
um pedaço do meu ser, que
estava perdido no tempo e
espaço.
Estávamos no Alto, as nuvens
passavam por nosso corpo,
parando nos joelhos e, acima o
céu estava limpo e cheio de
estrelas, as nuvens iam
formando fendas, dando para
ver a cidade embaixo. Tive a
impressão de estar no céu,
caminhando pelas nuvens.

O ponto que iniciamos o


trabalho, era nas Fontes
Sagradas, que ficam a 850 m.
ao sul da cidade, onde as águas
corriam por um canal de pedra
despejando-se por cima de um
terraço do Templo do Sol.

Estávamos em centros
religiosos onde realizavam-se
as festas principais do
calendário Inca e os
cerimoniais ligados à água
(setembro a março) e à
agricultura.
Foram também centros de
purificação de iniciados e de
sacerdotes conferindo-lhes
renovação e conhecimentos
místicos.

Era costume dos sacerdotes


realizar cerimônias e rituais
com oferendas de conchas do
mar, chamadas: As Filhas do
Mar.

As conchas eram o alimento


dos deuses do Yakumama,
Serpente de Uma Cabeça.

Pude ver animais guardiões


dos portais da cidade. Nesse
trabalho pude compreender
que Machu Pichu, ainda está
muito habitada graças a força
de Wachuma.
CANNABIS
Cannabaceae é uma família
botânica de Angiospermas, ou
seja, plantas com flores.

Um dos mais famosos gêneros


desta família é a Cannabis, que
inclui a espécie Cannabis
sativa.) que recebeu e evoluíu
por volta de 60 milhões de
anos, com base em testes
genéticos e comparação com
grupos relacionados de plantas
como Moraceae, a família das
amoreiras. Cannabis:
Evolution and Ethnobotany
(Clarke & Merlin)
Os fósseis de folhas que se
assemelham à cannabis
moderna são datados de 38
milhões de anos atrás e foram
encontrados no centro do
Cazaquistão, o que pode
significar que a data da
divergência esta mais para trás
no tempo.

Sem dúvida, futuros estudos


genéticos irão lançar mais luz
sobre isso.

Acredita-se que tanto a


cannabis como o lúpulo (muito
associada) tenham evoluído na
Ásia – A informação é que o
lúpulo tenha se originado na
China, enquanto a cannabis
pode ter evoluído na região da
Ásia Central, que abrange
partes do oeste da China.
Assim, o ancestral comum
provavelmente também teve
seu habitat nessas regiões – o
que faz sentido, já que a
maioria das plantas
Cannabaceae são encontradas
na Ásia.

A escritora Agata Blaszczak em


sua pesquisa conta:

“Dos locais onde os caçadores e


coletores pré-históricos viviam,
até a antiga China e os navios
Vikings, a cannabis tem sido
usada em todo o mundo há
séculos, e um novo relatório
apresenta a história colorida da
planta.”
No relatório, o autor Barney
Warf descreve como o uso de
cannabis originou-se há
milhares de anos na Ásia e,
desde então, encontrou seu
caminho para muitas regiões
do mundo, eventualmente se
espalhando para as Américas e
os Estados Unidos.

“Na maior parte do tempo, ela


foi amplamente usado para fins
medicinais e espirituais”, disse
o professor de geografia da
Universidade do Kansas, em
Lawrence, durante a pré-
modernidade.

Por exemplo, os vikings e


alemães medievais usaram
cannabis para aliviar a dor
durante o parto e para dores de
dente, disse ele.
“A ideia de que se trata de uma
droga maligna é uma
construção muito recente“, e o
fato de ser ilegal é uma
“anomalia histórica”, disse
Warf. A Cannabis tem sido
legal em muitas regiões do
mundo durante a maior parte
de sua história.

Sementes de maconha
queimadas também foram
encontradas em túmulos de
enterros de kurgan na Sibéria,
datados de 3.000 aC, e algumas
das tumbas de pessoas nobres
enterradas na região de
Xinjiang na China e na Sibéria
por volta de 2.500 aC incluíram
grandes quantidades de
cannabis mumificada.
COCA
Não pode ser confundida com a
droga cocaína. No Peru ela é
considerada a síntese das
Plantas de Poder. Suas folhas
até hoje são utilizadas para
leitura de um oráculo, por
aqueles que tem esse
conhecimento.

Tanto no Peru, como na Bolívia


( Ipadu) ela tem até hoje uma
grande importância como chá,
para dores de estômago,
cólicas, distúrbios digestivos,
para facilitar a digestão,
normalizar a pressão,
problemas de pele, do aparelho
respiratório, da circulação,
enjoos, fadiga na laringe.

Também era utilizada para


diminuir o apetite. Os incas ao
subirem as montanhas, as
vezes ficavam dias sem comer,
somente mascando folhas, que
tiravam a fome e lhe davam
mais energia.
Utilizada também como
antidepressivo, e como
coadjuvante no tratamento de
diabetes (regula o
metabolismo).
Outras indicações terapêuticas
estudadas : acalma
inflamações, fortalece ossos
fraturados, para tirar o frio do
corpo, o pó das sementes tem
bons efeitos no sistema
nervoso, como fortificante.

O início do Império Inca, eles


não conheciam a coca, era um
conhecimento indígena.
Apenas a Família Imperial fazia
uso. A Planta Sagrada, era de
uso restrito ao filhos de Inti (
Sol ).
Pouco a pouco ela foi se
popularizando.
Eram levadas em bolsinhas
medicinais juntamente com a
lifta ( resina que é utilizada
para melhor extrair os
princípios das folhas). As
sacerdotisas utilizavam como
instrumento uma haste que na
ponta tinha um beija-flor.Com
o bico extraia-se a lifta para ser
juntada às folhas.

O velho hábito de mascar coca


continua até hoje,
principalmente entre os índios,
que as usam para afastar maus
espíritos e para gerar sonhos.

Ao Deus Inti, divindade


suprema, foi consagrado o
arbusto da coca, e suas folhas
são oferecidas nos rituais e
cerimônias.
Em todas as consagrações aos
deuses incas, as pessoas
levavam em suas bocas as
folhas de coca. Eles queimavam
folhas para predizer o futuro,
jogavam no chão para evocar
Viracocha.

Os sacerdotes as mascavam
para abrir portas do mundo
profundo.

Introduziam folhas de coca na


boca dos mortos, para
preservá-los de perigos
espirituais, assim como nas
sepulturas.

As folhas de coca também eram


usadas nos ritos de passagem
dos filhos do rei.

No Peru havia um Templo da


Coca, onde consagrava-se La
Cocamama, a entidade
espiritual das folhas de Coca.
Em Cuzco tive uma experiência
gratificante com Edwin Flores
ou Küichy.

Fomos até o Templo da


Serpente para fazermos uma
meditação com as folhas de
coca.

A Coca é considerada para


muitos peruanos como a
síntese das plantas de poder.

Os incas a mascavam para


suportar grandes altitudes,
para matar a fome, além de
possuir propriedades
terapêuticas.

A coca para os andinos não é


considerada droga, pois para
eles droga é o que o homem
produziu com suas próprias
mãos usando uma dádiva da
Mãe Terra.
Os efeitos medicinais da folha
da coca são como de um
estimulante, além de melhorar
o metabolismo, mal de altura
(mal de puna ou soroche),
diarréias, dores de cabeça, tirar
a fome e ajudar em problemas
estomacais.

Por ser estimulante e


revigorante, as folhas de coca
são mastigadas pelos
camponeses com o propósito
de recarga das energias no
duro trabalho empreendido nos
campos e nas altitudes.

As folhas de coca também


podem ser usadas para troca,
para retribuir serviços, como
sinal de amizade.
A folha de coca contém 0,5% de
um produto anestesiante
chamado cocaína. A partir do
século XIX, os cientistas
conseguiram sintetizar a
cocaína da coca. Em um
primeiro momento, ela foi
utilizada por suas propriedades
anestésicas.

Mas, a partir de 1914, o cocaína


foi definida como “droga
perigosa” e proibida. Nos anos
60, após a guerra do Vietnam
ressurgiu como uma droga
popular. A demanda cresceu e
a “máfia da droga” entrou em
cena.
COGUMELOS MÁGICOS
A Amanita Muscária tem sido
empregada há mais de 6.000
anos, por xamãs siberianos, um
cogumelo vermelho com
manchas brancas. É o
sacramento de seus trabalhos
espirituais.

É um cogumelo enteógeno, que


proporciona visões e
introvisões de profundo
significado. Alguns
pesquisadores acreditam que
ele é o soma, dos Vedas (a mais
antiga literatura sagrada da
humanidade).

Essa planta contém elementos


que permanecem intactos em
sua passagem pelo organismo,
por isso os xamãs siberianos
guardavam e consumiam a
própria urina para ser bebida
no inverno, quando não havia o
cogumelo.
Nas biografias legendárias de
alguns adeptos do budismo, há
alguns indícios que podem ser
interpretados para revelar que
eles consumiam o cogumelo
Amanita muscaria para
conseguir a iluminação.

Eles mantinham o voto de


manter o segredo dessas
práticas, tanto que sua
identidade foi escondida atrás
de um jogo de símbolos.
Alguns pesquisadores afirmam
que ele é o próprio *Soma*, dos
Vedas.

Soma era mais do que uma


planta, e seu sumo expressa
um deus. Sugere-se o deus
Agni, deus do fogo.

O soma é simbolizado pelo


touro, o símbolo do rig veda
(hino aos deuses) da força.
Nas pesquisas, o uso do
amanita aparece também em
tradições da Ásia do Norte e do
Sul, nas tradições germânicas
ligadas a Odhin, em usos
xamânicos mais adiantados nas
florestas da Eurásia do Norte.

Visto também, por muitos anos,


no distrito de Kanto, no Japão;
no Norte da Europa; Índia; e na
América Central por muitos
anos.

Também identificado como o


Haoma, dos Persas. Esses
cogumelos sagrados foram
utilizados por xamãs para a
cura espiritual; era a entrada
para incorporar o reino dos
deuses.

Relata-se também efeitos


analgésicos significativos, para
curar males da garganta,
feridas cancerígenas, artrites.
A amanita contém os princípios
ativos muscazon, ácido
ibotênico, muscimelk e
bufoteína. Os efeitos começam
entre 20 e 30 minutos após a
ingestão e duram de 6 a 8
horas.

Geralmente, o usuário
experimenta visões
semelhantes aos sonhos.
O Amanita muscaria, em suma,
é um dos cogumelos mais
bonitos, com um encanto
misterioso.

Maria Sabina :

“Há um mundo além do nosso,


um mundo que, próximo, e
invisível. E há onde o deus vive,
onde os inoperantes vivem, os
espíritos e os santos, um
mundo onde tudo tem
acontecido e tudo é sabido.
Esse mundo fala. Tem uma
linguagem própria. Eu relato o
que diz. O cogumelo sagrado
faz exame, me pega pela mão e
traz-me ao mundo onde tudo é
sabido. É eles, os cogumelos
sagrados, que falam em uma
maneira que eu posso
compreender. Eu pergunto-
lhes e eles me respondem. ”
TABACO
O Tabaco é uma planta forte,
consideradada como uma
“planta de poder” (ou
relacionada com o uso de
outras destas), de caráter
mágica, originária das
Ameríndias justamente.

Assim, quando os
companheiros de Cristovão
Colombo desembarcaram em
1492 na ilha de Cuba, eles
viram com curiosidade os
indígenas fumarem pelas
narinas curiosos cilindros de
folhas enroladas…eram os
ancestrais dos “havanas”.

Intrigados, eles quiseram


imitar os índios e na sua volta
na Espanha foram
encarcerados por bruxaria .
(acreditou-se que só podia ter
feito um pacto com o diabo
quem conseguisse assoprar
fumaça pelo nariz!)
Depois em 1556 que o padre
francês, André Thévet
introduziu e começou a cultivar
o tabaco no sul da França…,
alguns anos depois, o
embaixador da França em
portugal (Jean Nicot, do qual o
nome os botanicos escolheram
para denominar
cientificamente esta planta)
mandou uma amostra de folha
empó para a rainha Catherine
de Médicis, o que aliviou as
suas dores de cabeça o usando
em forma de rapé.
Dai, se tornou a “Erva da
rainha”, e tomou pelo
seguimento da história uma
carreira de medicamento para
diversos usos, sendo que
depois acabou por ser
descartado e se tornou uma
“droga”: as pessoas usavam
muito na forma de rapé, e foi
em 1586 que apareceu o uso do
cachimbo na Inglaterra.
espalhou-se deste ponto, de
forma descontrolada, sendo
também monopolizado a sua
produção pelos estados, o que
rende muito dinheiro
atualmente ainda.

Dentro do mundo xamânico,


ele tem um lugar importante,
sendo um elemento de troca e
ligação com o mundo
sobrenatural, e presente em
toda a sessão de cura deste
gênero em alguns povos, seja
fumado em charuto ou
cachimbo.
A fumaça é considerada, de
modo geral,e particularmente a
de tabaco, a “via” ou caminho
pelos qual os espíritos, no
sentido largo, se movem ( a
fumaça é associada a água, que
é o caminho do povo d’agua,
sendo esta o “Caminho das
almas, da mesma forma, a
fumaça é associada a Via
Láctea e as nuvens).

A fumaça do cachimbo é
considerada, por muitas tribos
(senão todas) e culturas
primitivas como o “sustento
divino” dos deuses e dos sêres
sobrenaturais, sendo seu
alimento espiritual e essencial.

É assim atribuído a mesma


necessidade desta aos xamãs
como a eles, tendo sido criado
uma relação de
interdependência entre os
humanos e os seres espirituais.
Lembremos do ritual do
“Cachimbo da Paz”, em que ele
(ou outras plantas) é fumado
ritualmente, passando o
cachimbo de um a um,
estabelecendo uma corrente
harmonia e união entre os
participantes.

A própria preparação dos


cachimbos pelos xamãs segue
todo um ritual, e esta pode
demorar muitos e muitos dias.
É fabricado tanto pelas
mulheres como pelos homens.

Sabemos que o famoso xamã


“Mestre irineu” as vêzes usava
um charuto nas suas sessões, e
devia ser especial…
No mundo afro-brasileiro e na
Umbanda ele é muito presente
também, sendo a planta dos
Pretos-Velhos, que fumam em
cachimbo, enquanto os
caboclos de pena preferem os
charutos, isto não sendo uma
regra fixa.

A fumaça é usada justamente


nos passes, ajudando a efetuar
as limpezas fluídicas de cargas
negativas.
RAPÉ
O rapé tem seu uso igualmente
interessante. dentro da tradição
indígena, o seu uso enquanto
psicodélico ativo é feito em
alguns casos, ingerindo
quantidade relativamente
importante graças a tubos de
ossos e ou madeira, sendo que
uma pessoa sopra nas narinas
da outra, dando um efeito
poderoso.

É também misturado com outrs


plantas, e diferentes plantas
psicoativas são usadas desta
maneira nas culturas
primitivas.
Os caboclos usam rapés opara
entrar na mata para se
harmonizarem com os seres da
floresta.
Seu uso mais comum
atualmente é o rapé simples, e
o associado a outras plantas.

Assim a receita amazônica


popular contém muitos outros
ingrediantes como a Buchinha
do Norte (sinusite), cravo,
canela, cumaru-de-cheiro,
copaíba, noz moscada e muitas
outras. Cada um na verdade faz
sua própria receita. Os
ingredientes são torrados e faz-
se um pó mais fino possível.
SALVIA DIVINORUM
As folhas de Maria Pastora são
usadas de forma oral, em
infusões e mastigações. Na
Europa e nos EUA, são
fumadas folhas secas, ou
extratos muito poderosos, que
são fumados em cachimbos de
água, acendido com isqueiros
maçaricos, pois a substância
ativa Salvinorina A tem uma
temperatura de vaporização
muito alta, e se fumada como
cigarro ou com um isqueiro
convencional não produz os
efeitos desejados.

Mastigando folhas frescas os


efeitos iniciam 30 minutos
depois da ingestão e se
prolongaram durante um
pouco mais de uma hora.
Fumada, faz efeito em
aproximadamente trinta
segundos.
A Salvia Divinorum pertence à
família das sálvias ou mentas. É
um arbusto silvestre que chega
a medir aproximadamente um
metro de altura, sua folhas são
ovaladas e chegam a quinze
centímetros. Possue folhas com
coroas brancas e cálices
púrpuras. É original de Oaxaca,
México e era cultivada pelos
mazatecas para adivinhações e
cura. Para alguns índios era
associada com a Virgem Maria
de Guadalupe.

As folhas de Maria Pastora são


usadas de forma oral, em
infusões e mastigações. Na
Europa e nos EUA, são fumadas
folhas secas, ou extratos muito
poderosos, que são fumados em
cachimbos de água, acendido
com isqueiros maçaricos, pois a
substância ativa Salvinorina A
tem uma temperatura de
vaporização muito alta, e se
fumada como cigarro ou com
um isqueiro convencional não
produz os efeitos desejados.
Mastigando folhas frescas os
efeitos iniciam 30 minutos
depois da ingestão e se
prolongaram durante um pouco
mais de uma hora. Fumada, faz
efeito em aproximadamente
trinta segundos.

Aparentemente a salvinorina-A
não atua através de nenhum dos
neurotransmisores
conhecidos.Estudiosos tem dito
que sua molécula não e
alucinógena e sim onirógena;
significa que dispara o
mecanismo cerebral que troca o
estado de vigília pelo de sonho,
estado que pode ser chamado de
“Sonho Lúcido ”.

Até o momento, a ciência


farmacológica considera que a
planta Salvia Divinorum não
possui qualquer substância
entorpecente, ou que cause
dependência física ou psíquica.
- CRÉDITOS
Autoria: Leo Artese
Diagramação: Nay Bellini
Coordenação: Marcelo Freitas
Ilustrações: Alex Grey e Pablo Amaringo
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