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Curso: História
Resumo:
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma breve análise da questão
agrária no Paraguai nos contextos antes e pós guerra, refletindo como o
sistema neoliberal afetou o país em suas relações internas e externas em
termos fundiários.
Introdução:
Após a guerra o Paraguai teve que ceder para as nações vencedoras boa parte
de seus territórios como forma de pagamento de dívida de guerra, e que junto
ao remodelamento da produção capitalista interna na Europa na metade do
século XIX, gerando mudanças estruturais extremamente significativas no
Paraguai na segunda metade da década de 70, já que as nações colonizadoras
buscavam inserir suas colônias – nesse caso se tratando das colônias
americanas – a esse novo modelo exploratório, onde o objetivo era intensificar o
mecanismo de produção para a exportação introduzindo assim esses países
subdesenvolvidos no mercado internacional.
É já no século XX que buscando investir nas políticas agrarias a favor da agro
exportação que assim como outros países da américa latina o Paraguai adquire
uma divida externa muito grande, tomando empréstimos financeiros
principalmente por parte dos ingleses – que vale ressaltar aqui tinha grande
interesse em expandir seus domínios aqui na América latina – e assim o fez –
mesmo que de forma indireta.
Embora a Inglaterra não tenha participado diretamente na horrorosa façanha, foram seus
mercadores, seus banqueiros e seus industriais que se beneficiaram com o crime do Paraguai.
A invasão foi financiada, do começo ao fim, pelo Banco de Londres, a casa Baring Brothers e
banco Rothschild, em empréstimos com juros leoninos que hipotecaram o destino dos países
vencedores. (2000, p.135) ².
Carter e Galeano (1995, apud BARBETTA & LAPEGNA, 2004) distinguem três etapas no
processo de redistribuição de terras ou “colonização”. O primeiro, entre 1954- 1974,
caracterizado pela forte presença do Estado na administração do processo. De 1975 a 1982 se
dá a segunda etapa, caracterizada por um crescimento do PIB agrícola, em função da
expansão dos cultivos comerciais para exportação, especificamente, o algodão e a soja – que
foi resultado não apenas da expansão das atividades das grandes empresas, mas também a
própria orientação das unidades campesinas para esses cultivos 6. Em conjunto, esses dois
cultivos representavam 61,5% das exportações em 1983, em contraposição a 17,3% em 1973
(ABENTE, 1989:35). Finalmente, a terceira etapa se inicia por volta de 1983 com os primeiros
sinais de desgaste desse modelo de desenvolvimento. 5.
Essa politica refletiu significativamente em termos socias uma vez que como já
mencionado anteriormente provocou o agravamento das desigualdades socias
principalmente referentes a população do campo, que a mecanização da
produção agraria gerando um aumento no desemprego, a migração rural para a
cidade e agravamento da pobreza já eminente, fazendo assim eclodir
manifestações de reivindicações democráticas bastante notórias dentre desse
contexto.
De acordo com Fogel (1988, 2001a), a reação foi mais visível nas grandes mobilizações,
principalmente entre 1984 e 1986, que reivindicavam, além de seus próprios interesses, outras
demandas da sociedade. No entanto, as respostas mais frequentes à marginalização
persistente do sistema nesse período foram as invasões de terras livres e latifúndios. Essas
manifestações, e principalmente os movimentos que conseguiram congregar grupos mais
organizados, conquistaram um espaço político importante, alimentando expectativas da
população e de analistas políticos sobre o potencial transformador desses atores sociais 6.
A maldição do Paraguai 7
Entre 1995 e 2001, a superfície cultivada de soja teve um aumento de 63% (ROJAS, 2009:34).
Já nos anos mais recentes, entre 2002 e 2008, o aumento da superfície cultivada foi de 83%.
Considerando os dados do último Censo Agropecuário realizado no país em 2008, que
compara dados com o censo anterior de 1991, o aumento da superfície da soja corresponde a
345,8% (MAG, 2008:56). 8
A “extranjerización” da terra.
Considerações finais:
Sendo assim é importante perceber que para além de politicas de mercado que
façam um pais crescer é necessário se atentar para as demandas internas da
população, o Paraguai assim como os demais países da América latina tem
potenciais de riqueza e desenvolvimento gigantescos, mas que tem se
definhando a cada dia por suas lideranças adotarem um modelo econômico tão
explorador e sobretudo exportador que levam nossa riqueza para outros países,
matam de fome a nossa gente, tirando de nossas mãos direitos básicos para a
sobrevivência, em termos mais técnicos é realmente preciso se atentar para
essas questões pois a terra envolve política, sociedade, economia, e todos os
demais pilares sociais existentes.
Notas:
Referências: