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LIVROS EDUCAÇÃO FINANCEIRA

volume 2 da Série CVM Comportamental, Vieses do Poupador. Ver depois

Planejamento Financeiro Pessoal autor Investidor.gov.br | Fonte: Investidor.gov.br


GESTÃO FINANCEIRA

Para aumentar nossa capacidade de poupança precisamos aumentar nossa capacidade de


gerar renda e/ou reduzir as despesas.

Financiar a fatura do cartão de crédito ou comprar um carro financiado significa destinar uma
boa parte da renda futura a pagamento de dívidas contraídas com consumo. Evite essa
armadilha e pague despesas de consumo com dinheiro disponível.

O tempo e os juros são nossos aliados e podem facilitar as coisas.

Não espere uma tragédia acontecer para avaliar seus riscos e se proteger contra eles.

Assumir o controle das finanças é um caminho seguro para evitar problemas financeiros e
garantir o atingimento de metas e objetivos de vida.

O Patrimônio Líquido, resultante do total de ativos menos o total dos passivos, indica a riqueza
de uma pessoa, sendo um dos mais importantes indicadores das finanças 26 Planejamento
financeiro pessoal pessoais, e o monitoramento de sua evolução evidencia se estamos
construindo ou destruindo riqueza

Não espere sobrar dinheiro para investir visando a seus objetivos futuros, pois não vai sobrar.
As sobras gastamos com coisas supérfluas, sem importância. Nossos so- Gestão financeira 27
nhos não podem ficar com a sobra, são muito importantes e devem ocupar lugar de destaque
no nosso orçamento.

Pesquise concorrentes que ofereçam alternativas similares por menor preço, pois a aura que
cerca uma marca famosa é resultado de um investimento em marketing, que pode tornar o
preço do produto excessivo em relação a seu benefício;

Evite tomar alguma decisão em momentos de fragilidade emocional, pois a necessidade de


segurança emocional e proteção da autoestima podem influenciar suas escolhas

De um modo geral, as pessoas têm ganhos limitados e necessidades infinitas. O desa- 34


Planejamento financeiro pessoal fio é fechar o mês com saldo zero ou positivo para conquistar
uma situação financeira equilibrada e sustentável, no presente e no futuro

O que determina o equilíbrio do orçamento não depende da faixa de renda, mas sim do nível
de despesas.

PARTE 2 INVESTIMENTOS

Todos os produtos de investimento devem ser analisados considerando o chamado “tripé dos
investimentos”: riscos potenciais, liquidez e rentabilidade esperada.

Não existe o melhor investimento, mas sim o mais adequado ao objetivo proposto. Se o
objetivo for rentabilidade superior, ganhos acima da taxa de juros básica de mercado,
certamente o investidor terá de abrir mão de segurança e liquidez imediata, estando disposto
a assumir riscos para tentar alcançar a rentabilidade desejada.
Quando o atributo mais relevante é liquidez e segurança, com o objetivo de constituir um
fundo destinado a emergências, por exemplo, o investidor optará por esses dois atributos em
detrimento de maior rentabilidade.

Risco

Muitas vezes ignorado ou subestimado pelos investidores, o risco potencial de uma aplicação
financeira deve ser conhecido, avaliado e aceito pelo investidor antes de selecionar a aplicação
financeira.

O risco está diretamente ligado à outra base do tripé: rentabilidade. Para tentar ganhar, mais o
investidor deve estar disposto, necessariamente, a correr mais risco.

Os três principais riscos inerentes aos investimentos são: risco de mercado, risco de liquidez e
risco de crédito

O risco de crédito está relacionado a possíveis perdas provenientes da incapacidade financeira


de o emissor de um título de dívida (tomador de recursos) honrar seus compromissos,
deixando de pagar os juros e/ou o capital em dívida.

Como gerenciar o risco de crédito –

O risco não pode ser evitado, mas sim gerenciado. Para tanto, o investidor deve adquirir ativos
de emissores com solidez reconhecida, com boa classificação de risco de crédito (rating). –
Preferir aplicações protegidas pelo FGC, observados os limites de garantia. – Diversificar os
investimentos para não concentrar o risco em um único emissor. Isso é uma forma simples de
reduzir e gerenciar esse tipo de risco.

2.1.2.2. Risco de mercado O risco de mercado se caracteriza pela oscilação no preço ou no


valor de mercado de títulos e valores mobiliários, gerando perdas ou ganhos ao investidor. As
condições macroeconômicas podem alterar as taxas de juros, a taxa de câmbio, o preço das
commodities e influenciar positiva ou negativamente os preços dos ativos financeiros no
mercado.

Como gerenciar risco de mercado A diversificação ainda é a mais simples e melhor estratégia
para minimizar o risco de oscilações de preço dos ativos de renda variável. Mas não adianta
apenas investir em várias ações, e sim buscar as negativamente correlacionadas, ou seja,
aquelas cujos preços se movimentam em direções opostas diante do mesmo evento de
mercado. Por exemplo, uma desvalorização do Real terá impacto negativo em alguns setores
(exemplo: varejo), mas refletirá positivamente em setores voltados à exportação.

No caso dos ativos de taxa prefixada, a forma mais simples de gerenciar o risco de mercado é
reduzir o prazo dos ativos. A rentabilidade tende a ser menor em razão da menor exposição ao
risco de mercado.

O prazo médio da carteira de ativos indica o risco potencial da carteira. Quanto maior a
duração (duration), maior o risco de valorização ou desvalorização dos ativos frente a oscilação
da taxa de juros de longo prazo.

A redução do prazo reduz o risco de mercado, entretanto reduz também o retorno potencial.
Caso o investidor esteja em busca de maior retorno, poderá aumentar o prazo dos títulos de
taxa prefixada, desde que exposta a maior volatilidade no período compreendido entre a data
de compra e a data de resgate, ampliando o potencial de ganhos e perdas.
2.1.2.3. Risco de liquidez O conceito de liquidez está associado à capacidade de
comprar/vender um título sem afetar substancialmente o preço.

Além dos principais riscos mencionados, o investidor está exposto a outros, entre eles:

– Risco da inflação: risco de os rendimentos obtidos pelos investimentos não serem


suficientes para compensar a inflação acumulada no mesmo período. Nesse cenário, não
haverá ganho real, acima da inflação, podendo ser negativo, em termos reais.

– Riscos de mercado internacional: mudanças no cenário macroeconômico mundial, riscos


geopolíticos específicos de cada país e questões legais, regulatórias e tributárias, específicas de
um país, podem causar oscilações nos preços dos valores mobiliários negociados no Brasil.

– Risco de reinvestimento: o risco de o investidor não conseguir reinvestir o dinheiro, em


condições iguais ou melhores que as contratadas originalmente, na eventualidade de um
evento de liquidação financeira de um título de renda fixa (resgate, vencimento, venda) ou
pagamento de juros.

– Risco país: possibilidade de que mudanças no ambiente político e macroeconômico de


determinado país impactem negativamente o preço e desempenho dos ativos de indivíduos ou
empresas estrangeiras naquele país.

– Risco operacional: advém da possibilidade de perdas decorrentes de eventos externos ou de


falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas ou sistemas.

Liquidez

A liquidez de um investimento é a capacidade de transformar o capital investido em caixa,


recursos disponíveis, a qualquer tempo, por um preço justo, ou seja, preço observado no
mercado.

O que assegura a liquidez de um ativo é a presença constante de compradores, dispostos a


comprar o ativo que o investidor deseja vender.

Um mercado líquido é um mercado no qual os participantes podem realizar um grande volume


de transações com rapidez, com pequeno impacto sobre o preço dos ativos negociados.

Rentabilidade

Dos três atributos, a rentabilidade é, provavelmente, o mais atraente e sedutor para o


investidor, porém, o mais perigoso também. Por quê?

Porque existe uma tendência natural de acreditarmos que a rentabilidade passada vai se
repetir ao longo do tempo. Como isso não é verdade, basear a escolha do investimento nesse
atributo não é recomendável.

A CVM (539/2013) recomenda que o procedimento deve ser suficiente para verificar se: I. o
produto, serviço ou operação é adequado aos objetivos de investimento do cliente; II. a
situação financeira do cliente é compatível com o produto, serviço ou operação; e III. o cliente
possui conhecimento necessário para compreender os riscos relacionados ao produto, serviço
ou operação.
Ainda, segundo a CVM (539/2013), a instituição deve analisar, no mínimo: I. o período em que
o cliente deseja manter o investimento; II. as preferências declaradas do cliente quanto à
assunção de riscos; e III. as finalidades do investimento.

Para definir a tolerância a riscos, é preciso analisar, no mínimo (CVM – 539/2013): I. o valor das
receitas regulares declaradas pelo cliente; II. o valor e os ativos que compõem o patrimônio do
cliente; e III. a necessidade futura de recursos declarada pelo cliente.

2.1.4.1. Objetivos do investidor São diversas as motivações e necessidades de acumulação de


capital das pessoas. Mas podemos classificar, simplificadamente, em dois objetivos:
preservação do capital ou crescimento do capital.

O momento de vida é fator determinante a ser considerado – na juventude, e início da fase


adulta, o objetivo tende a ser de crescimento do capital, e a natural assunção de riscos. Na
maturidade, a preservação do capital passa a ser mais importante, com menor tolerância a
riscos.

Investidores mais jovens ou no início da fase adulta, com longo horizonte de tempo pela
frente, estão mais dispostos a aceitar os riscos inerentes aos investimentos, sendo razoável
que parte dos recursos seja destinada a investimentos de mais risco em busca de crescimento
do capital investido.

Na idade mais elevada, ou períodos mais curtos de aplicação, ou ainda, em razão da natureza
dos recursos aplicados, é prudente que toda a carteira ou a maior parte dela esteja investida
em aplicações conservadoras com o objetivo de preservar o capital.

Uma vez identificados esses objetivos, é preciso relacionar a capacidade de investir de acordo
com eles, horizonte de investimentos e riscos envolvidos na seleção de ativos de renda fixa ou
renda variável. Diversificar... sempre.

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