Introdução........................................................................................................................................1
1.1. Objectivos.........................................................................................................................1
6. A cidadania em Moçambique...................................................................................................5
CAPITULO III: Direitos Humanos e a relação que estes tem com Direitos Fundamentais na
perspectiva humana.........................................................................................................................7
13. Conclusão...........................................................................................................................18
Falar dos direitos fundamentais em Moçambique e sua importância significa aprimorar inúmeros
aspectos da história do nosso pais e para justificar o conceito sendo assim, não se mostra tarefa
fácil e muito menos algo que possa ser esgotado numa reflexão apenas, contudo, a necessidade
de fazer este trabalho tentar entende a real essência de direitos e deveres em moçambique, devido
aos conturbados momentos que marcam o quotidiano moçambicano.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
Enquanto procedimento, este trabalho realizou-se por meio de observação indirecta e indutiva,
porque foi partindo de uma análise documental e do seu despectivo conteúdo que obtivemos um
parecer, um ponto de vista generalizado sobre o tema em causa.
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CAPITULO II: DIREITOS FUNDAMENTAIS E CIDADANIA
2. Direitos fundamentais na Constituição Moçambicana
Direito, concebido como sendo um “sistema de regras de conduta social, obrigatórias para todos
os membros de uma certa comunidade, a fim de garantir no seu seio a justiça, a segurança e os
Direitos Humanos, sob a ameaça das sanções estabelecidas para quem violar tais regras”
(AMARAL, 2004, p. 65), revela que o bem por ele perseguido é o homem, que já nasce com
direitos (direitos humanos) que merecem uma tutela por parte da ordem jurídica onde se insere.
É esta protecção do bem perseguido (o homem) que gera a facção “Direitos Humanos”. Tratam-
se de direitos de que uma pessoa necessita para viver com certa dignidade humana. São direitos
inerentes à pessoa humana, isto é, “direitos individuais, conferidos por Deus ou pela Natureza,
reconhecidos pela Razão, inerentes à condição da pessoa humana, e por isso mesmo, anteriores e
superiores ao próprio Estado, a quem são oponíveis pelos indivíduos” (AMARAL, 2004, p. 56).
A expressão Direitos Humanos, para designar os direitos que cada pessoa tem por ser pessoa,
mostra-se vaga e com sentido diferenciado para determinadas áreas (MIRANDA, 2014b). Aos
que trabalham o Direito Constitucional, nesse caso, Direito Interno (positivo) de cada Estado
soberano, preferem a expressão Direitos Fundamentais. Isto porque tratam-se, segundo eles, de
direitos assentes na ordem jurídica, e não de direitos derivados da natureza do homem e que
subsistam sem embargo de negação da lei (MIRANDA, 2014b). Tratam-se de direitos humanos
consagrados em texto fundamental (Constituição) por forma a dar-lhes maior protecção e
garantia.
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mãe” do país. Refere ainda que: “...os direitos fundamentais consagrados na Constituição não
excluem quaisquer outros constantes das leis” (CRM, 2004).
Isto para dizer que todos os assuntos sobre os direitos fundamentais não se esgotam apenas na
Constituição, existindo outros instrumentos legais ou leis que de forma específica nos remetem à
sua consulta e apreciação. Ou seja, a fonte de reconhecimento dos direitos humanos em si não é,
apenas, a Constituição mas também a Lei ordinária. Assim, as atribuições dos direitos
fundamentais na CRM encontram-se dispostos em:
Este é o primeiro comum a quaisquer direitos fundamentais. Todos quanto fazem parte da
comunidade política são titulares dos direitos e deveres aí consagrados. Portanto, este princípio
diz respeito aos destinatários das normas.
Neste princípio, todos têm os mesmos direitos e deveres, e diz respeito ao conteúdo do princípio
da universalidade.
No positivismo os valores éticos são aqueles que devem ser seguidos pela sociedade.
Actualmente os princípios já não são vistos como eram no antigamente, mas sim carregados de
normatividade, o que os faz um tipo de norma, bem assim como regras. Os princípios
constitucionais são normas que sustentam e servem de fundamento jurídico para o ordenamento
constitucional; são valores primordiais e bases do sistema normativo da sociedade. Não são
meros programas ou sugestões que visem acções para iniciativa privada ou simplesmente para
um poder público, dão a direcção e possuem verdadeira força vinculativa.
Não se devem misturar os direitos dos povos e os direitos do homem. Quando fala-se dos direitos
dos povos estamos a referir do direito a autodeterminação, direito a paz, etc. São direitos da
colectividade bem definidos e em situações variáveis. Direito do homem refere-se ao direito à
vida, à liberdade, às convicções religiosas, direito ao trabalho.
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Segundo Mendes, “direitos fundamentais são direitos de defesa que se destinam a proteger
determinadas posições subjectivas contra a intervenção do poder público”. Ainda nesta mesma
linha de pensamento, o autor diz que “os direitos fundamentais do homem são situações jurídicas
objectivas e subjectivas definidas no direito positivo em prol da dignidade, igualdade e liberdade
da pessoa humana”.
Deveres cívicos são um conjunto de deveres que se impõem ao cidadão para uma justa e salutar
convivência em sociedade. Os direitos cívicos correspondem aos valores fundamentais dos seres
humanos. Por exemplo, o direito à vida, a constituir família, a escolher livremente o emprego e a
religião, o direito à liberdade e defesa em tribunal e o direito à liberdade de expressão.
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Respeitar os outros cidadãos é um dever cívico e de cada um.
Pagar impostos é um dever cívico e de cada um. Consiste em dar parte dos lucros que se tenha ao
estado. Serve para pagar aos polícias, aos médicos, aos professores, etc.
5.4. O voto
Votar é um dever cívico e de cada um. Consiste em escolher uma opção duma lista de opções. É
extremamente limitativo, ter que escolher entre duas (no caso de referendo) ou meia dúzia de
hipóteses (eleições), embora o povo fique todo contente a pensar que escolhe alguma coisa
cumprir pena. Num regime político democrático (democracia), os cidadãos têm mais garantias de
ver os direitos fundamentais respeitados pois são eles que elegem os poderes políticos que fazem
as leis e as fazem cumprir.
6. A cidadania em Moçambique
Um cidadão é uma pessoa que se considera em uma fase madura o suficiente desenvolvido para
agir consciente e responsavelmente dentro da sociedade.
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Cidadania é a prática dos direitos e deveres de um(a) indivíduo (pessoa) em um Estado. Os
direitos e deveres dos cidadãos devem andar sempre juntos, uma vez que o direito de um cidadão
implica necessariamente numa obrigação de outro cidadão. Conjunto de direitos, meios, recursos
e práticas que dá à pessoa a possibilidade de participar activamente da vida e do governo de seu
povo. Em suma, a cidadania é reconhecida como o «direito a ter direitos».
Segundo Jorge Miranda (2014b), não pode haver verdadeiros direitos fundamentais sem que
as pessoas estejam em relação imediata com (i) o poder, beneficiando de um estatuto comum e
não separadas em razão dos grupos ou das instituições a que pertençam. Também, não há direitos
fundamentais sem (ii) Estado. Ora, aqui, é preciso, para a protecção desses direitos fundamentais,
acrescentar-se um requisito: o Estado de Direito Democrático. Trata-se de um ambiente propício
para a garantia, respeito e protecção de direitos fundamentais.
´´Na óptica do tipo histórico de Estado, o princípio do Estado de Direito surge como um
dos principais resultados do Constitucionalismo e do Liberalismo, sendo a expressão firme de
oposição ao sistema político precedente, com a preocupação essencial pela limitação do poder
político, por isso também fundando o Estado Contemporâneo (GOUVEIA, 2009, p. 791).``
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Contudo, podemos dizer que, entre os pressupostos dos direitos fundamentais está (e deve estar)
um Estado de Direito Democrático. Não na forma, mas também na matéria, nas atitudes das
pessoas e na vontade de proteger o bem supremo: o homem e seus direitos. Aliás, os Direitos
Fundamentais devem sempre ser garantidos pelo Estado, dado que é o Estado que detém
mecanismos (órgãos com poderes) para forçar ou impedir os seus cidadãos a absterem ou
adoptarem determinadas condutas. Em cada Estado haverá a sua forma de conceber e proteger os
DF (CUNHA JÚNIOR, 2016). Vejamos a seguir como o Estado moçambicano o faz.
CAPITULO III: Direitos Humanos e a relação que estes tem com Direitos Fundamentais
na perspectiva humana
Os direitos fundamentais têm a sua origem no final do século XVIII na França, com a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. O conceito de direitos humanos remonta ao
direito natural estabelecido pelos romanos na antiguidade, baseado em ideias racionais derivadas
da natureza das coisas.
Entende-se por Direito o conjunto de normas jurídicas criado pelo Estado com o objectivo de
regular o comportamento das pessoas, e cujo incumprimento implica uma sanção judicial.
Seguindo a definição de Direito, podemos introduzir e entender os direitos humanos como uma
limitação às acções do Estado em relação aos indivíduos, outorgando-lhes um âmbito de
liberdade de acordo com a sua condição própria de ser humano.
Assim, os direitos humanos são indispensáveis para viver com dignidade, livremente, em um
entorno justo e pacífico.
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São aqueles direitos que todas as pessoas têm pelo mero fato de existirem. Não fazem distinção
de sexo, nacionalidade, etnia, cor, religião, lugar de residência, idioma, partido político, idade ou
condição social, cultural ou económica.
• Universais
• Invioláveis
• Intransferíveis
• Irrenunciáveis
• Interdependentes
Desse modo, o direito internacional dos direitos humanos estabelece a obrigação, para todos os
países, de agir de uma determinada maneira para promover e proteger os direitos humanos e as
liberdades fundamentais dos indivíduos.
As bases deste corpo de regras se encontram na Carta das Nações Unidas (1945) e na Declaração
Universal dos Direitos Humanos (1948).
Para que exista um direito fundamental, é preciso existir, anteriormente a ele, um direito
humano. O direito fundamental pode ser considerado aquela garantia que um país oferece aos
indivíduos que se encontram dentro de suas fronteiras. Estes direitos são regidos por uma carta
magna, nas constituições dos Estados, devido a sua importância; são fundamentais.
Eles são diferentes do restante dos direitos estabelecidos pelas constituições porque são
inalienáveis (são adquiridos no momento do nascimento) e não podem ser objecto de transacção
ou troca.
Além disso, a defesa dos direitos fundamentais costuma ser mais ágil em termos judiciais,
quando falamos de sociedades democráticas, já que são considerados pilares fundamentais da
sociedade.
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A principal diferença se encontra na territorialidade. Os direitos humanos são universais, sem
nenhum tipo de limitação. Por outro lado, um direito fundamental se encontra dentro de uma
jurisdição específica, com as limitações que a lei outorga. Portanto, o conceito de direitos
fundamentais predomina na ordem estatal.
Um direito fundamental é, antes de mais nada, um direito criado pela constituição. Portanto, é
preciso considerar a pré-existência do direito para a configuração de um direito fundamental.
Os direitos humanos têm um teor muito mais amplo do que os direitos fundamentais. Assim,
vemos que a distinção entre direitos humanos e direitos fundamentais é importante: nem todos os
direitos humanos foram reconhecidos como direitos fundamentais.
Vemos que a organização interna dos Estados, e particularmente na doutrina constitucional, faz
uma distinção entre direitos fundamentais e direitos humanos. O conceito de direitos
fundamentais predominou na ordem estatal. Esta distinção provoca uma série de consequências
na ordem interna dos Estados.
A sociedade moderna nem sempre teve o perfil organizado que conhecemos no presente. Foi ao
longo do tempo, que a humanidade desenvolveu questões atinentes às maneiras de sobrevivência,
organizando-se em prol da vida em comunidade – tentando estabelecer princípios solidários e de
respeito à vida. Assemelhando-se ao consenso: “nenhum homem é uma ilha”, e a conjuntura
sociocultural das enormes desigualdades e das violências condicionam a vida numa
vulnerabilidade constante.
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Se por um lado, em ocasiões de lutas armadas que foram geradas por antagonismos culturais,
étnicos-raciais, políticos, religiosos e conflitos territoriais – que são traços frequentes em nossa
história. Do outro, em contrapartida a essas lutas, várias respostas serviram de alicerces para
construir a história das realidades sobre as quais pairam diante da vida o significado de valor
maior, consequentemente, sua integridade deve ser protegida e viabilizada.
Ao tentar se construir uma concepção de sociedade ideal, cujas pessoas são frutos do que se
deseja formar, os Direitos Humanos adquirem fundamentos não como uma essência milagrosa
ou uma inspiração intelectual, mas sim forma momentânea de época. Entretanto, são conjecturas
dos próprios processos de aprendizagens acumulados pela humanidade, em suas áreas
diversificadas, experiência e descobertas. De fato, um processo de construção humana, de
apreensão e de recriação da realidade.
O padrão dos Direitos Humanos se fortalece a partir da segunda metade do século XX, período
que se catalogam referenciais jurídicos, teóricos e empíricos-metodológicos. Desse momento,
surge um vasto propósito de direitos sobre o qual, na actualidade, trabalhamos tão-somente
acerca dos direitos civis e políticos, quanto aos direitos sociais, económicos, culturais e
ambientais. Neste paradigma, tem-se como princípio máximo a universalidade da dignidade
humana – considerada a singularidade de cada indivíduo e seu segmento sociocultural. “Todos os
direitos humanos para todos, é este o único caminho seguro para a actuação lúcidas no campo da
protecção dos direitos humanos”, como reitera o professor Augusto Cançado Trindade (1994-
p.20)
10 | P á g i n a
Surge-se, então, no início do século XX o Estado de Providência. E nesse sentido, Themístocles
Brandão Cavalcanti apud Alexandre de Moraes, explicita que:
Considerando O começo do nosso século viu a inclusão de uma nova categoria de direitos nas
declarações e, ainda mais recentemente, nos princípios garantidores da liberdade das nações e
das normas da convivência internacional. Entre os direitos chamados sociais, incluem-se aqueles
relacionados com o trabalho, o seguro social, a subsistência, o amparo à doença, à velhice etc.
(MORAES, 2005, p. 26)
Mergulhada nesse contexto, a Declaração Universal dos Direitos humanos proclamada em 1948
é reconhecida por ser uma referência básica a todo e qualquer princípio é direito expresso. Visto
por sua tentativa de alinhar os países a um compromisso de defesa incondicional do direito de
todos à vida digna em qualquer contexto que ela se encontre, esse contrato é um marco para a
humanidade.
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultam em actos bárbaros
que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em que os homens
gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da
necessidade foi proclamado com a mais alta aspiração do homem comum,
Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para
que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,
Considerando que os povos das Nações reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos
fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e
das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em
uma liberdade mais ampla, considerando que os Estados-Membros se comprometeram a
desenvolver, em operação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e
liberdades fundamentais e a observância desses direitos e liberdades, Considerando que uma
11 | P á g i n a
compreensão comum desses direitos e liberdade é da mais alta importância para o pleno
cumprimento desse compromisso (RODRIGUES, 2007, ano, p.).
Após citar o Preâmbulo Universal da Declaração que se tornou arcabouço importante no direito
humanitário da sociedade moderna. Faz-se jus, neste estudo, a necessidade de se atentar para
alguns artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que dizem:
Art.1 – Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de
razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.
Art.2 – Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou
qualquer outra condição.
Art.5 – Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano
ou degradante.
Art.6 – toda pessoa tem o direito de ser em todos os lugares, reconhecida como pessoa
perante a lei.
Art.7 – Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a qual
protecção da lei. Todos têm direito a Igual protecção contra qualquer discriminação que viole a
presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Art.8 – Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes remédio
efectivo para os actos que violam os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela
constituição ou pela lei.
12 | P á g i n a
Nesse contexto, perceber-se os Direitos Humanos como um agrupamento de direitos e princípios
reunidos pelo objectivo de representar defesa para a vida honrada da pessoa humana. Isso
implica em afirmar a sustentabilidade da universalidade do ser humano respeitando, também, a
especificidade de cada pessoa.
A respeito da Constituição de 1990, AfriMAP (2006:4) diz que esta inclui expressamente o
direito à igualdade perante a lei (artigo 66), o que não era explícito na constituição de 1975;
outras disposições incluíam o direito à vida, com a abolição da pena de morte (artigo 70); a
liberdade de expressão e o direito a informação (artigo 74); a liberdade de movimento (artigo
83); o direito a formar e participar em partidos políticos (artigo 77); o direito de contestar a
violação de direitos (artigo 81); o direito a apresentar petições e reclamações (artigo 80); e o
direito de recorrer a tribunais em caso de violação de tais direitos (artigo 82).
A constituição de 1990 também inclui um capítulo relativo aos direitos e deveres económicos e
sociais, o que representou uma mudança digna de realce, tendo em conta a forma como a questão
económica era abordada na constituição de 1975. A este respeito AfriMAP (2006:4) diz que ela
previu o direito à propriedade privada (artigo 86), o direito a herança (artigo 87), e o direito a
trabalhar numa profissão de livre escolha (artigo 88), contra uma contribuição justa (artigo 89).
O direito a educação (artigo 92) e o direito de cuidados médicos e de saúde foram também
reconhecidos.
No que se refere a educação, é importante notar que segundo Manhique (2009: 39), a área de
educação é importante para o país, face a ainda fraca base de qualificação dos recursos humanos
que vem afectando, de maneira considerável, o desempenho e limitando a efectividade e
eficiência de todas as instituições da sociedade em geral, e do Estado, em particular. Esta
situação dificulta a luta que o Estado moçambicano tem estado a fazer para o alcance do
13 | P á g i n a
desenvolvimento. Aliás, não podemos erradicar a pobreza enquanto existir um maior número de
pessoas sem educação formal ou com baixo nível de escolarização.
Oppenheimer e Isabel (2002:71, Manhique, 2009: 3961) dizem que existe uma forte relação
entre a educação e pobreza: “os chefes de agregado familiar com maior nível de educação
tendem a ser menos pobres. Esta relação é mais forte nas zonas urbanas que nas zonas rurais, e
nos agregados chefiados por mulheres do que nos chefiados por homens”. Estas situações
demonstram o quanto é importante o direito humano educação, o que fez com que, influenciado
pelas instituições financeiras internacionais, para além da acção do Estado, a sociedade civil,
incluindo as instituições religiosas e o sector privado, também se envolva na promoção de
programas de expansão do acesso e melhoria da qualidade da educação, bem como a gestão das
instituições de ensino. Actualmente, temos em Moçambique 48 instituições de ensino superior e
mais de 130 mil estudantes. Este é um dado importante, quando falamos do direito humano a
educação, particularmente ao direito do acesso ao ensino superior.
A Constituição de 2004 estabelece no seu artigo 43 que os preceitos constitucionais relativo aos
direitos fundamentais são interpretados e integrados em harmonia com Declaração Universal dos
Direitos Humanos e a Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos.
A constituição de 2004 introduziu o direito de acção popular (artigo 81). Tanto individual
como colectivamente, os cidadãos tem direito de reclamar indemnizações, assim como o
direito de agir em defesa da saúde pública, dos direitos dos consumidores, da preservação
do ambiente e do património cultural (artigo 81). A constituição de 2004b também inclui
novas disposições relativas à utilização da informática (artigo 71).
14 | P á g i n a
Enquanto a Constituição de 1990 reconhecia o direito dos arguidos a assistência e
patrocínio judicial (artigo 100), a Constituição de 2004 ao arguido o direito de escolher o
seu defensor para o assistir em todos os actos do processo (artigo 62).
Quanto a prisão preventiva, a Constituição de 1990 previa que esta apenas era permitida
nos casos previstos na lei e que os detidos deveriam ser presentes a um juiz dentro de um
período fixado na lei para este verificar a legalidade da detenção (artigo 101). A
constituição de 2004 adianta, por seu turno, que os detidos sejam prontamente
informados das razões da sua detenção e a sua família sobre esta informada (artigo 64).
A constituição de 1990 previa o direito de habeas corpus (artigo 102), sendo o seu
processo fixado na lei. A constituição de 2004 estipulou um prazo de oito dias para os
tribunais responderem a petições de habeas corpus (artigo 66).
A constituição de 2004 introduziu o princípio de que a pena não ser de carácter perpétuo
nem transmissível e de que, salvo as limitações inerentes à condenação, não implica de
quaisquer direitos civis, profissionais ou políticos, nem priva o condenado de seus
direitos fundamentais (artigo 61).
A constituição de 2004 prevê maior protecção para os advogados no exercício das suas
funções, incluindo o direito de comunicação em privado entre o advogado e o seu
constituinte, mesmo quando este se encontra detido (artigo 63).
A Carta dos Direitos, Deveres e Liberdades Fundamentais de 2004 é vinculativa tanto
para as entidades públicas e privadas como para o Estado, pelo que, de facto se aplica a
pessoas singulares e colectivas.
Entretanto, a Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (2005:08) diz que o processo de adopção
de convenções por parte de Moçambique é rico em contradições e imprecisões, desde logo, por
falta de um critério a ser seguido pelos órgãos responsáveis que tomam os actos de ratificação.
Note-se, que é pouco provável que não haja critérios na acção de um Estado para adopção de
instrumentos internacionais, o que pode ocorrer é a incompreensão destes critérios por
organizações da sociedade civil, tais como a Liga.
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República aprovar e denunciar os tratados que versem sobre matérias da sua competência”. Os
tratados internacionais sobre os Direitos Humanos fazem parte dos tratados cuja aprovação
depende da Assembleia da República.
A este respeito Oppenheimer e Isabel (2002:68, citados por Manhique, 2009) afirmam que a
posição dominante fundamental das instituições financeiras internacionais e cooperação multi e
bilaterais oficiais, imposta aos países do Sul por via das variadíssimas condicionalidades da
ajuda externa, continua a ser o prosseguimento de uma política social “restritiva”, o único
considerado compatível com uma economia liberal competitiva, no quadro globalizado.
16 | P á g i n a
A Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher (1997);
A Convenção das Nações Unidas contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanos ou Degradantes (1999);
A Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos (1989);
A Carta Africana dos Direitos e bem-estar da Criança (1998);
A Convenção da União Africana Relativa a Aspectos Específicos do problema dos
Refugiados em África (1989);
Protocolo sobre o Tribunal de Justiça da União Africana (2004);
O protocolo sobre a Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos Sobre os
Direitos das Mulheres em África (2005);
A Convenção das nações Unidas Contra a Corrupção (2006);
A Convenção da União Africa sobre a Prevenção e Luta Contra a Corrupção (2006).
Quanto a protecção dos direitos humanos, a ONU, no seu relatório de 2014, diz que em
Moçambique se tem registado melhoria na questão relativa a protecção dos direitos humanos. A
criação de uma Comissão dos Direitos Humanos é o grande exemplo.
A CNDH tem como funções a promoção, protecção e defesa dos direitos humanos no País
através de programas de educação sobre direitos humanos (…) A Lei n.º 33/2009 determina que
a CNDH tem como membros quatro representantes da sociedade civil; três personalidades
ligadas aos sectores da educação, da justiça e da saúde, designados pelo primeiro-ministro,
ouvidos os ministros de tutela; três personalidades com conhecimento ou experiência em
matérias relacionadas com a promoção e defesa dos direitos humanos, eleitos pela Assembleia da
República de acordo com o princípio de representatividade parlamentar; e ainda um
representante da Ordem dos Advogados de Moçambique. Além do supracitado, a representante
da ONU em Moçambique, Jennifer Topping, destaca também a ratificação de acordos
internacionais sobre direitos humanos.
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13. Conclusão
Contudo, pode concluir que direitos fundamentais são direitos de defesa que se destinam a
proteger determinadas posições subjectivas contra a intervenção do poder público. Os direitos
fundamentais do homem são situações jurídicas objectivas e subjectivas definidas no direito
positivo em prol da dignidade, igualdade e liberdade da pessoa humana.
Os direitos humanos pode ser vista como uma limitação às acções do Estado em relação aos
indivíduos, concebendo-lhe a um âmbito de liberdade de acordo com a sua condição própria de
ser humano.
Portanto os direitos humanos são de suma importância visto que são indispensáveis para viver
com dignidade, livremente, em um entorno justo e pacífico.
18 | P á g i n a
14. Referencia Bibliográficas
Legislação:
19 | P á g i n a
Http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2010/08/estatutos-da-comiss
%C3%A3o-nacional-dos-direitos-humanos-contrariam-princ%C3%ADpios-de-
paris.html.
20 | P á g i n a