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CENTRO UNIVERSITARIO CAPITAL

UNICAPITAL

ENGENHARIA ELÉTRICA

Elton Inacio Alves Junior


Gustavo Bezerra Hiroki

ISAW – Identificador eletrônico de obstáculos

São Paulo
2018
Elton Inacio Alves Junior
Gustavo Bezerra Hiroki

ISAW – Identificador eletrônico de obstáculos

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Centro Universitário
Capital para obtenção do título de
Bacharel Engenharia Elétrica.
Orientador: Prof. Ms. Marcos Antonio
Justi

São Paulo
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca do Centro Universitário de São Paulo

Alves Junior, Elton I.


ISAW: identificador eletrônico de
obstáculos. /Elton I.
Alves Junior, Gustavo B. Hiroki. ― São Paulo,
SP. 2018. 45 f.: il. Acompanha CD-ROM.

Trabalho de Conclusão de Curso


(Graduação em Engenharia Elétrica) - Centro
Universitário de São Paulo – UNI - São
Paulo, 2018.
Orientador: Prof. Ms. Marco A. Justi.
Co-Orientador: Prof. Ms. Luiz V. Puglia.

1. Obstáculo. 2. identificador. 3.
Eletrônico. I. Gustavo B, Hiroki.

CDU 621.3
FOLHA DE APROVAÇÃO

Elton Inacio Alves Junior


Gustavo Bezerra Hiroki

ISAW - Identificador eletrônico de obstáculos

Monografia apresentada ao
centro Universitário Capital –
Unicapital como exigência
São Paulo, de de 2018.
parcial para obtenção do
título de bacharel em
Engenharia Elétrica.

__________________________________
Prof° Dr.

__________________________________
Orientador

__________________________________

__________________________________
Dedicatória

Dedicamos este trabalho a todas as pessoas que sofrem algum grau de


deficiência visual, e que a cada dia luta e se mantem em pé embora as
dificuldades do dia-a-dia com a mobilidade. Em especial a aqueles que buscam
ajudar de alguma maneira, criando novas ideias, auxiliando os deficientes visuais
e a todos os familiares que acompanham a vida dessas pessoas diariamente.
Agradecimento

Primeiramente gostaríamos de agradecer a Deus por esta oportunidade


de estar desenvolvendo este projeto que além de ser um trabalho de graduação
é também um projeto social, buscando ajudar ao próximo, especialmente os
deficientes visuais. Agradecemos aos nossos pais e familiares pela
compreensão e força nos momentos difíceis que passamos ao longo desta
jornada, obrigado aos nossos professores e orientadores pelos conhecimentos
compartilhados.

Queremos deixar um agradecimento especial aos nossos apoiadores que


nos forneceu todos os recursos necessários para o desenvolvimento deste
trabalho: Loja Mamute Eletrônica (Rafael, Rodrigo e Rogério). Temos a
convicção que este projeto será levado à diante, sempre com a intenção de
ajudar o próximo com a tecnologia junto com o conhecimento que adquirimos
durante estes anos.

Não menos importante queremos agradecer ao Rafael Spessato e a Jessica


Garcia que nos disponibilizou o salão para fazermos os testes com o deficiente
visual Roberto Carlos de Souza, que é uma pessoa incrível de total
disponibilidade em ajudar a desenvolver este projeto.
Resumo

Esta monografia irá introduzir a ideia de um sistema de detecção de obstáculos,


nomeado como “Sistema ISAW”. Este sistema tem como objetivo facilitar a
mobilidade de deficientes visuais em seu dia a dia e proporcionar maior
segurança ao seu usuário ao se locomover por ruas e ambientes das cidades. O
sistema ISAW foi desenvolvido com um hardware de baixo custo, tornando-o
assim mais acessível em conjunto com o software que é capaz de detectar
obstáculos: frontais, diagonal acima, desnível, lateral direita e esquerda. O alerta
de obstáculos para o usuário é feito através de avisos sonoros e por vibrações,
tudo isto em um curto tempo de resposta que possibilita o processamento de
dados do firmware e a reação do deficiente. Para o teste e validação, contamos
com a colaboração de um deficiente visual, que utilizou o sistema ISAW durante
seu dia-a-dia e relatou sua opinião sobre o projeto aqui desenvolvido.

Palavras-chave: Obstáculo, Deficiente, Visual, Sistema, ISAW.


Abstract

This term paper will introduce to you a detection block system, known as “ISAW
System”. The main purpose of this project is easier the visually impaired mobility
and provide to your user better safety when walking in the ways and places in the
city. The ISAW system was developed with a low-cost hardware became easier
to get one and the capable software to identify obstacles in blocks, such as front,
up, down, left and right side. The firmware must be able to process the data in a
short period of time for the person that using the device could react in time, and
the alert would be provided by sounds and vibrations. For the real tests, we had
the help of a visually impaired person´s collaboration that used to the ISAW
system in all his day and helped us by giving his opinion about the project here
developed.

Key-Words: Block, Impaired, Visual, System, ISAW.


Lista das figuras

Figura 1 - Cão Guia......................................................................................... 14


Figura 2 - Sensor HC-SR04 ............................................................................ 18
Figura 3 - Funcionamento HC-SR04 ............................................................... 19
Figura 4 - Primeiro protótipo desenvolvido, com testes em bancada para
calibração de distância dos sensores. ............................................................. 21
Figura 5 - Diagrama Entrada e Saídas do microcontrolador. ........................... 22
Figura 6 - Exemplo do uso .............................................................................. 22
Figura 7 - Detecção de obstáculos altos ......................................................... 23
Figura 8 - Detecção de desníveis .................................................................... 23
Figura 9 - Driblando dificuldades ..................................................................... 24
Figura 10 – Dificuldades na Mobilidade........................................................... 26
Figura 11 – Acessibilidade não acessível........................................................ 27
Figura 12 - Teste prático realizado com o deficiente visual ............................. 33
Figura 13-- Inicialização do Firmware ............................................................. 37
Figura 14 - Lógica de execução dos áudios .................................................... 38
Figura 15 - Timer zero ..................................................................................... 39
Figura 16 - Tratamento Interrupção CCP Frontal ............................................ 40
Figura 17 - Tratamento Interrupção CCP Acima ............................................. 41
Figura 18- Tratamento Interrupção CCP Abaixo ............................................. 42
Figura 19 - Circuito de audio WTV020-SD - Datasheet ................................... 43
Figura 20 - Fonte De Alimentação ................................................................... 43
Figura 21 - Microcontrolador PIC 18F46K22 ................................................... 44
Figura 22 - Circuito aviso por vibração ............................................................ 44
Lista de Tabelas

Tabela 1 .......................................................................................................... 14
Lista de abreviaturas

PCD - Pessoas com Deficiência;

PIC - Programmable Interface Controller (Controlador de Interface


programável);

GPS - Global Position System (Sistema de posição global);

OMS - Organização Mundial da Saúde;

CAT - Comitê das Ajudas Técnicas;

GND – Ground (Terra);

VCC - Voltagem em Corrente Contínua;

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas;

ONS - Organismo de normalização Setorial;

CEET - Comissões de Estudos Especiais Temporárias;

CE - Comissões de Estudo;

ADA - American Disabilities Act.


Sumário
1. Introdução .............................................................................................. 12

2. Dados gerais ........................................................................................... 13

2.1. Justificativa de seleção do projeto ...................................................... 15

3. Sobre o projeto ....................................................................................... 18

3.1. Componentes a serem utilizados ....................................................... 18

3.2. Alertas de obstáculos Sonoros ........................................................... 19

3.3. Objetivos do projeto ........................................................................... 22

3.4. As principais dificuldades de um deficiente visual .............................. 24

3.5. Mobilidade nas ruas ........................................................................... 28

4. Tecnologia .............................................................................................. 30

4.1. BlindTool ............................................................................................ 30

4.2. Be my eyes ........................................................................................ 31

4.3. Color ID .............................................................................................. 31

4.4. Ariadne GPS ...................................................................................... 31

4.5. IBrailler Notes .................................................................................... 31

4.6. Ubook ................................................................................................ 32

4.7. CPqD Alcance .................................................................................... 32

5. Teste Prático ........................................................................................... 33

5.1. Entrevista .............................................................................................. 34

5.2. Opinião do usuário ................................................................................ 34

6. Ideias Futuras ......................................................................................... 34

7. Conclusão ............................................................................................... 35

8. Esquema elétrico e fluxograma ............................................................. 37

9. Bibliografia .............................................................................................. 45
12

1. Introdução

No Brasil aproximadamente 45,6 milhões de pessoas declaram ter algum


tipo de deficiência visual, e como sabemos há muita dificuldade para as pessoas
cegas seja na locomoção ou acessibilidade dentro das cidades, muita delas
digamos que seja simples como, a falta de sinalização sonora ou marcação no
[1].
solo Algumas vias com grande circulação de pessoas e a fiscalização das
legislações, estão sendo adaptadas para os deficientes visuais. Grande parte
dos deficientes visuais utiliza a bengala como auxílio para locomoção, porém
mesmo assim sofrem grandes dificuldades, como, degraus imprevisíveis,
buracos, e obstáculos altos, ficando exposto a acidentes graves a todo instante.

Devido essa dificuldade, a proposta deste trabalho de conclusão de curso


de engenharia elétrica, é utilizar a tecnologia a favor das pessoas com deficiência
visual, com a implementação de sensores capazes de identificar buracos,
obstruções frontais, laterais e identificação de obstáculos altos. Isto tudo com o
aviso sonoro e por vibrações, onde o usuário será capaz de ter uma maior
interação segura com o ambiente. Outro ponto importante, é a acessibilidade em
relação a aquisição desse equipamento, com o propósito de que todos possam
ter a oportunidade de utilizar a bengala com o dispositivo eletrônica nomeado
neste trabalho por “ISAW”.
13

2. Dados gerais
A deficiência visual no mundo segundo os dados do World Report on
Disability 2010 e do Vision 2020, afirma que a cada 5 segundos 1 pessoa se
torna cega, infelizmente um número bastante alto e acredita-se que em 2020
[20]
este número possa dobrar. A organização Mundial da Saúde (OMS) afirma
que se houvessem sistemas de prevenção e ações para conscientização e
tratamentos, o número de pessoas afetadas pela falta de visão poderia diminuir
cerca de 80% dos casos.

Outros dados da OMS a nível global:

 Globalmente, estima-se que aproximadamente 1,3 bilhão de pessoas


vivem com algum tipo de deficiência visual [2];
 Globalmente, erros de refração não corrigidos e a catarata são as
principais causas de deficiência visual;
 A maioria das pessoas com deficiência visual tem mais de 50 anos.

Enquanto no Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, as


principais causas de cegueira são catarata, glaucoma, retinopatia diabética,
[1].
cegueira infantil e degeneração macular

A partir do total da população brasileira, 23,9% (45,6 milhões de pessoas)


declararam ter algum tipo de deficiência. Sendo, a mais comum, a deficiência
visual, atingindo 3,5% da população. Em seguida, ficaram problemas motores
[3].
(2,3%), intelectuais (1,4%) e auditivos (1,1%)

Segundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, mais de 6,5 milhões de


pessoas têm alguma deficiência visual. Desse total:

 528.624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos) [3];


 6.056.654 pessoas possuem grande dificuldade permanente de
enxergar (baixa visão ou visão subnormal) [3];
 Outros 29 milhões de pessoas declararam possuir alguma dificuldade
permanente de enxergar, ainda que usando óculos ou lentes[3].

De acordo com a Tabela 1 é possível observar a quantidade de pessoas


deficientes por regiões [1].
14

Tabela 1 – Deficientes Visuais por Região

Deficientes visuais por região Total % população local

Norte 574.823 3,6

Nordeste 2.192.455 4,1

Sudeste 2.508.587 3,1

Sul 866.086 3,2

Centro-Oeste 443.357 3,2

Fonte: https://www.fundacaodorina.org.br/a-fundacao/deficiencia-visual/estatisticas-
da-deficiencia-visual/
F IGURA 1 - CÃO GUIA

Fonte: http://www.vermelho.org.br/noticia/264939-1

Mesmo nos dias de hoje onde a tecnologia está em crescimento


constante, ainda há poucas formas de ajuda para as pessoas com deficiência
visual. A forma mais comum de auxílio é o cão-guia, figura 1, que infelizmente
não é acessível á todas as pessoas, pelo custo e pela falta de cães treinados
para este tipo de função. Segundo o Conselho de Oftalmologia, a fila de espera
para as pessoas que desejam ter um cão-guia está entre duas mil solicitantes,
porém apenas 70 conseguem a oportunidade deste auxílio.

Levando em consideração que as cidades brasileiras são despreparadas


estruturalmente para atender PCDs de um modo geral, ou seja, apesar da
Constituição Federal brasileira assegurar o direito de acesso ao meio físico da
cidade – acessibilidade – na prática, isso não ocorre, especialmente nos grandes
15

centros urbanos, tal como na zona metropolitana de São Paulo; partindo dessa
análise, verificamos a necessidade de contribuir de alguma maneira com as
demandas dos deficientes visuais, utilizando conhecimentos de eletrônica
embarcada, bem como tecnologia para desenvolver um projeto de caráter social
disponibilizando um equipamento acessível a todos e assim poder ajudar
pessoas que possuem deficiência visual [4].

Existem inúmeros recursos destinados a pessoas com deficiência visual,


porém grande parte desses projetos é inacessível às pessoas, especialmente
em termos financeiros e/ou incompatibilidade na oferta.

Podemos citar como exemplo: o cão guia, mas que além de incorrer em
um custo alto, também há falta de cães treinados capazes de suprir a todos, ou
seja, o impacto financeiro é apenas uma parcela do problema, pois também há
filas de espera bastante longas para conseguir um cão.

Há também espaços e acessos a transportes públicos que contam com o


piso no chão para guiar os passos e até mesmo, cidades tecnológicas
[5].
preparadas para os deficientes visuais

Todavia a grande característica em comum desses recursos é a


dificuldade de aquisição pelo PCD, ou mesmo a implantação e manutenção
desses meios de acessibilidade por autoridades governamentais.

2.1. Justificativa de seleção do projeto

O conceito de tecnologia assistiva que em outras palavras significa “ajuda


técnica” ou tecnologia de apoio [17].
16

Assim, é definida como:

“Uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas


concebidas e aplicadas para minorar os problemas encontrados pelos
indivíduos com deficiências” (Cook e Hussey • Assistive Technologies:
Principles and Practices • Mosby – Year Book, Inc., 1995 apud
SARTORETTO, Mara Lúcia; BERSCH, RITA, 2018)

O Termo Tecnologia Assistiva foi criado em 1988 por legislação norte-


americana, mas nessa época tinha um nome diferente. Passou a ser realmente
reconhecido como Assistive Technology em 1998. Juntamente com outras leis,
compõe o ADA - American with Disabilities Act, que regula os direitos dos
cidadãos com deficiência nos Estado Unidos da América. (SARTORETTO, Mara
Lúcia; BERSCH, Rita, 2018).

Já no Brasil, o conceito de tecnologia assistiva só foi proposto pelo Comitê


de Ajudas Técnicas - CAT, instituído pela PORTARIA N° 142, DE 16 DE
NOVEMBRO DE 2006, que foi estabelecido no âmbito da Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República, com a perspectiva de apresentar
propostas de políticas governamentais e parcerias entre sociedade civil e órgãos
públicos para trabalhar ajudas técnicas entre outros.

Segundo o Comitê de Ajudas Técnicas – CAT propõe o seguinte conceito


para a tecnologia assistiva [6]:

“Área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba


produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que
objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e
participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade
reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e
inclusão social"(SARTORETTO, Mara Lúcia; BERSCH, Rita, 2018).
17

Ou seja, a tecnologia assistiva se baseia em dois fundamentos principais,


recursos e serviços para de alguma maneira contribuir para melhorar as
capacidades funcionais dos PCDs.

Conforme (SARTORETTO, Mara Lúcia; BERSCH, Rita, 2018):

“Os Recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele,


produto ou sistema fabricado em série ou sob medida utilizado para
aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas
com deficiência. Os Serviços, são definidos como aqueles que auxiliam
diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar
os recursos acima definidos.” (SARTORETTO, Mara Lúcia; BERSCH,
Rita, 2018)”

A partir disso, percebemos, que podíamos também colaborar por meio da


tecnologia assistiva a partir dos conhecimentos adquiridos no curso de
Engenharia Elétrica com um recurso que fosse capaz de contribuir com soluções
de acessibilidade aos PCDs com baixo custo e consequentemente tornar nossa
sociedade ainda mais inclusiva.

Por isso, desenvolvemos o projeto ISAW que trata-se de um dispositivo


que é usado para identificar obstáculos para as pessoas cegas, sendo acoplado
em bengalas convencionais para proporcionar ainda mais conforto e segurança
as pessoas cegas.

Ou seja, corresponde a um sistema simples e útil, capaz de identificar e


alertar obstáculos. De modo que, esses sensores foram escolhidos pela
facilidade de compra e custo acessível.
18

3. Sobre o projeto

Para este projeto, serão utilizados componentes de fácil acesso no


mercado, buscando manter o baixo custo e preservando a qualidade dos
circuitos e sensores. Desenvolver um software capaz de identificar com precisão
e agilidade obstáculos, para garantir a segurança e melhor acessibilidade.

Faz-se necessário fazer testes práticos com os sensores de distância


ultrassônicos e determinar a distância correta para alertar o usuário,
principalmente a consistência do circuito, tempo de processamento e evitar
problemas técnicos, como sobre cargas ou curtos.

Ressaltamos também que, além de uma avaliação técnica crítica será


necessário realizar uma avaliação de mercado para a produção do sistema
ISAW.

3.1. Componentes a serem utilizados

O sensor utilizado para identificar as barreiras é o sensor HC-SR04


mostrado na figura 2.

Este sensor emite ondas ultrassônica capazes de identificar obstáculos entre


distâncias de 2cm a 4m com uma ótima precisão e além de tudo é um sensor
acessível com facilidade de compra.

F IGURA 2 - S ENSOR HC-SR04

Fonte: O Autor

O módulo ultrassônico possui 4 pinos para seu funcionamento: VCC,


GND, Echo e Trigger.
19

VCC: Pino de alimentação positiva 5v do sensor.


GND: Pino de referência terra.
Trigger: Pino de entrada que aciona a emissão da onda ultrassônica.
Echo: Pino de entrada que recebe o sinal rebatido no obstáculo.

Para que o módulo ultrassônico possa emitir a onda e identificar o


obstáculo, figura 3 é necessário um pulso de no mínimo 10us no pino Trigger do
módulo HC-SR04. Este pulso dispara oito ciclos de onda sonora com uma
frequência de 40KHz, ao encontrar uma barreira, estes pulsos sonoros retornam
para o módulo, e identificando este retorno do pulso o sensor aciona o pino de
echo, este pino fica em nível lógico alto até que o módulo possa receber
novamente todos os 8 pulsos [7].

3.2. Alertas de obstáculos Sonoros

Quando o sensor identificar um obstáculo o mesmo deverá o mais rápido


possível enviar um sinal sonoro para o usuário. Este alerta sonoro é uma voz
indicando quais dos sensores foram acionados, assim será possível ter uma
melhor precisão de onde se encontra o obstáculo (frontal, diagonal para cima,
lado direito, esquerdo e desníveis). O principal objetivo do sistema eletrônico é
calcular e identificar um obstáculo em um tempo menor possível, para
identificação e reação da pessoa que está utilizando a bengala.

F IGURA 3 - FUNCIONAMENTO HC-SR04

Fonte: O Autor
20

Para efetuar o acionamento dos áudios neste projeto, foi utilizado um módulo
MP3 WTV020-SD, figura 9, capaz de reproduzir sons armazenados em um
cartão de memória. Este módulo faz a leitura dos áudios em formato AD4
(formato binário de áudio) configurados em uma frequência de até 16KHz de
amostragem.

F IGURA 9 – WTV020-SD

F ONTE : O AUTOR

Estão armazenados e disponíveis 5 áudios, sendo cada um tocado de


acordo com as medidas dos sensores ultrassônicos. Sendo os seguintes
áudios:
- Bloqueio à frente;
- Bloqueio à cima;
- Bloqueio á direita;
- Bloqueio à esquerda;
- Desnível.

Ao inicializar o sistema é tocado um áudio de aviso de inicialização:


“Sistema ISAW iniciado”, assim o usuário saberá quando o sistema vai estar
pronto para uso de modo que lhe permita mais segurança e conforto em seu
deslocamento.

Outro alerta importante do sistema ISAW é a identificação de caminho


livre, que se manifesta pela emissão emitindo de um áudio “Prossiga, caminho
livre!”, assim o usuário saberá quando não há nada a frente e poderá continuar
andando.

Todo o sistema e lógica foram desenvolvidos para se comportar tal como


os olhos do deficiente visual, e se ajustar as atividades diárias do PCD, sendo
21

elas mais simples ou mais complexas, proporcionando mais segurança e


comodidade para identificar o melhor caminho a seguir.

O sistema ISAW funcionará com uma bateria recarregável de 12V, este


pack de baterias tem um peso de aproximadamente 100g para que não se torne
um desconforto na utilização ao acoplar com a bengala. A bateria tem utilização
de aproximadamente 50min em funcionamento constante, ao identificar que a
bateria está em um nível abaixo de uso, é emitido um sinal de alerta para que o
usuário possa recarregar, consequentemente ao estar completamente
carregado o sistema emite outro alerta indicando que o hardware está pronto
para uso novamente.

F IGURA 4 - P RIMEIRO PROTÓTIPO DESENVOLVIDO, COM


TESTES EM BANCADA PARA CALIBRAÇÃO DE DISTÂNCIA
DOS SENSORES .

Fonte: O Autor
22

3.3. Objetivos do projeto

A figura 5, mostra o diagrama de bloco de entradas e saídas do


hardware do projeto.

F IGURA 5 - D IAGRAMA ENTRADA E SAÍDAS DO MICROCONTROLADOR .

Fonte: O Autor

Acoplar o ISAW na bengala do portador de deficiência visual, facilitando


e assegurando a locomoção dos deficientes para prevenir acidentes, o sistema
acoplado tem a funcionalidade de identificar e alertar ao usuário em relação a
obstáculos frontais, diagonais e/ou buracos.

F IGURA 6 - E XEMPLO DO USO

Fonte: O Autor
23

O sensor ultrassônico frontal, é configurado para identificar obstáculos


com aproximadamente 60cm de distância como mostra a figura 6. É
considerado o sensor de maior prioridade pelo algoritmo. O sensor somente
emite um sinal de alerta após a distância atual medida ser menor que a
distância anterior, sendo possível verificar se há a aproximação da pessoa em
direção a um obstáculo, figura 7.

F IGURA 7 - DETECÇÃO DE OBSTÁCULOS ALTOS

Fonte: O Autor

Em conjunto com o sensor frontal, e provido os sensores laterais, a


previsão é que o sensor detecte a presença dos demais obstáculos localizados
na lateral quando houver a necessidade de se fazer, figura 8, em um giro ou
caso algo que o frontal não consiga detectar, funcionando assim como um
sistema de redundância para usuário do ISAW.

F IGURA 8 - DETECÇÃO DE DESNÍVEIS

Fonte: O Autor
24

Um dos grandes desafios deste projeto é a identificação de desníveis e


buracos, figura 8. Com a estratégia do algoritmo é possível saber, por exemplo,
os finais das calçadas, evitando uma queda e até mesmo uma torção do
deficiente visual. Este sensor comparado com os outros é considerado o de
maior prioridade. Inicialmente o sensor ultrassônico inferior precisará aprender
qual é a distância de utilização, pois a partir desta referência inicia a
identificação de desníveis. A principal dificuldade de um deficiente visual como
mostra na figura 9.

F IGURA 9 - D RIBLANDO DIFICULDADES

Fonte: http://pessoascomdeficiencia.com.br/site/2013/05/31/estudante-com-
deficiencia-visual-enfrenta-falta-de-estrutura-em-universidade-no-pa/

Infelizmente a sociedade brasileira atualmente não está preparada para


atender aos deficientes visuais, principalmente em termos de acessibilidade.
Assim, há poucos projetos e investimentos para os deficientes nas cidades,
sendo bem comum nos depararmos com calçadas esburacadas e irregulares,
inexistência de ligações entre guias e asfaltos, rampas instaladas
inadequadamente, entre outros. Ou seja, apresentam sérios riscos ao deficiente
visual que pode facilmente se ferir ou provocar acidentes envolvendo outros
25

cidadãos, bem como implica no bem-estar dessas pessoas de modo geral, que
terão mais dificuldades para frequentar a escola, buscar emprego e trabalhar,
especialmente mediante deslocamentos maiores ou quando necessitam de
transporte público [8].

Vários estudos revelam que a deficiência visual, por si só, não acarreta
dificuldades cognitivas, emocionais ou de adaptação social ao portador.
Entretanto, as formas de interação, comunicação e significados socialmente
construídos são fatores determinantes para o progresso no
desenvolvimento, aprendizagem e adaptação social das crianças com
deficiência visual. No passado, a interação das pessoas especiais com a
sociedade não era tão fácil, pois precisavam enfrentar, entre outros
obstáculos, problemas de deslocamentos para serem incluídas nas
atividades sociais; entretanto, atualmente, graças à criação de vários
recursos tecnológicos, elas ganharam um espaço muito maior que lhes
proporciona mais participação social. É preciso minimizar as dificuldades
ainda existentes para essa população, considerando o número crescente
de indivíduos com tal deficiência e os reflexos na sociedade.
(DOS SANTOS, Jadir P. et al.)

Algumas reportagens nos mostra a dificuldade do deficiente em se


locomover pelas as cidades, são buracos, carrinhos de ambulante que a bengala
detecta apenas as rodas, e acabam batendo a muitas vezes as pernas ou
dependendo o carrinho até mesmo o rosto, pessoas olhando para o celular ao
invés do caminho e o famoso orelhão telefônico.

Uma atitude legal, é a instalação da pista tátil, pisos com relevo que a
prefeitura coloca nas vias e encontramos em estabelecimentos, porem muita das
vezes não nos leva a lugar nenhum.

Outro ponto é na hora de atravessar as vias, alguns pontos onde não se


tem marcações, ou se espera uma ajuda par que não haja acidentes ou um
possível aviso sonoro indicando que é seguro atravessar a via.
26

F IGURA 10 – D IFICULDADES NA MOBILIDADE

Fonte: [https://www.tribunapr.com.br/noticias/parana/deficiente-visual-se-queixa-de-acessibilidade/

As dificuldades existem e também existem pequenas coisas que pode vir


a ser feitas para que melhore o dia a dia das pessoas que são portadoras desta
dificuldade visual.

O site da Tribuna no Paraná entrevistou um deficiente visual para


entender as principais dificuldades encontradas no dia-a-dia, figura 10:

“No comércio, por exemplo, o rapaz conta que é mais fácil localizar seu destino caminhando
próximo às portas das lojas, o que se torna praticamente impossível por causa dos degraus no
meio da calçada, entre um estabelecimento e outro. “Não tem como. Se vou pelo canto é pior,
então vou perto do meio fio, mas assim não sei qual é a porta onde preciso entrar. Isso tira o
direito do cidadão de ir e vir, a gente que não tem acesso”. Crítica – O ponto mais crítico,
porém, é atravessar a Rua Pedro Gusso, em frente ao terminal do bairro, onde
o movimento de ônibus e caminhões é intenso. “Eu me arrisco todo dia”, diz. Sem
dispositivo sonoro para avisar quando o sinal está aberto para pedestres,
Massaneiro depende apenas de sua audição para saber se pode ou não
atravessar a rua, já que poucas pessoas se dispõem a ajudar. Ainda assim, a
sincronia com outro sinaleiro poucos metros adiante também atrapalha a
27

travessia, junto com carros e ônibus que param em frente à guia rebaixada,
fazendo com que os pedestres passem no meio dos carros para chegar ao outro
lado da rua. “Não sei quando posso atravessar, é impossível” [10].

Relatou o bacharel em Direito Daniel Massaneiro, 28 anos e deficiente


visual. Para Daniel escorregões, tropeços e torções são comuns na cidade onde
vive.

Figura 11 – Acessibilidade não acessível

Fonte:
http://blogs.diariodepernambuco.com.br/mobilidadeurbana/2011/11/aces
sibilidade-nao-acessivel-ensaio-sobre-a-cegueira-nas-ruas-do-recife/

Na figura 11 vemos um problema que infelizmente é bastante comum para


pessoas com deficiência visual, como a bengala somente é um guia para
obstáculos baixos, bloqueios acima não são detectáveis e percebíveis a tempo
de ocorrer um acidente muitas das vezes. Por este motivo é utilizado o sensor
de altura posicionado a um ângulo de aproximadamente 45° e programado para
identificar a uma distância apropriada para alertar a tempo.
28

3.4. Mobilidade nas ruas

A mobilidade urbana é um dos temas de reinvindicação em todo o Mundo.


Além dos tráfegos pesado das cidades grandes e particularmente nas
metrópoles os problemas no transporte público, muitas barreiras e obstáculos
são encontrados no caminho das pessoas, porem se esta pessoa consegue
enxergá-lo e simples, mas e se não é possível vê-los? Normalmente, eles são
resultado de obras em andamento de empresas que deixam espelhadas pelo
ambiente da cidade e se torna uma verdadeira armadilha para todos.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) corresponde ao


Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujos conteúdos são
de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de
Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais
Temporárias (ABNT/CEET), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE),
formadas por representantes dos setores envolvidos, entre elas fazem parte:
produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Por isso, trata-se de norma com significativa aceitabilidade nos meios


acadêmicos e que tem sido alvo de aperfeiçoamento ao longo dos últimos dez
anos.

[11]
No Brasil, A ABNT NBR 9050 de 2015 é que rege a acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, em outras palavras,
as estruturas de mobilidade que estabelecem os parâmetros para projetos e
obras levando em consideração a acessibilidade universal.

[11]
A ABNT NBR 9050 foi elaborada no Comitê Brasileiro de
Acessibilidade (ABNT/CB–40) e pela Comissão de Edificações e Meio (CE–
40:001.01); o Projeto circulou em Consulta Pública conforme Edital nº 09 de
30.09.2003, com o número Projeto NBR 9050. Assim, Essa Norma substituiu a
ABNT NBR 9050 de 1994.

A norma ABNT 9050 possui 162 páginas e pode ser acessada conforme
link citado a seguir:
29

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfiel
d_generico_imagens-filefield-description%5D_164.pdf

[11]
A norma ABNT 9050 tem sido utilizada para nortear os trabalhos de
aferição das edificações, do mobiliário e dos equipamentos de uso público,
verificando se estes estavam ou não adequados à acessibilidade universal,
sendo essa padronização essencial para manter o mínimo de condições de
acessibilidade ao PCD.

A legislação federal, em especial a Lei nº. 10.048 de 08 de novembro de


2000 e, a Lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000, regulamentadas pelo
Decreto-Lei nº. 5296 de 02 de dezembro de 2004, bem como a norma ABNT
NBR 9050/2004 são normas passaram a estabelecer regras gerais e critérios
básicos para a promoção de acessibilidade os PCDs, mediante a supressão de
barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, tanto no mobiliário
urbano, como na construção e reforma de edifícios, além dos meios de
transporte e comunicação, a LEI Nº 10.098 pode ser encontrada no link:
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2000/lei-10098-19-dezembro-2000-
377651-normaatualizada-pl.pdf.

Contudo, podemos concretizar que o Brasil, possui uma quantidade


considerável de leis e normas a níveis municipal, estadual e federal.

Entretanto, o que se constata é que a sua aplicação e seu cumprimento


para com o cidadão, ou até mesmo o seu descumprimento dessas leis pelos
profissionais da área especificas, ainda representa uma barreira a ser superada
no meio urbano, a responsabilidade na atuação profissional dos responsáveis da
área de engenharia civil, planejadores urbanos e arquitetos deve ser revista,
desde a prática na formação acadêmica e profissional.
30

4. Tecnologia

Com a era dos smartphones e aplicativos, foram criados vários App´s para
facilitar e ajudar os deficientes visuais. Utilizando a câmera do celular alguns
App´s são capazes de identificar objetos, cores e até utilizar o GPS para
identificação de localização, a principal ideia é que o celular da pessoa deficiente
seja o seu guia. Porém o funcionamento desses aplicativos devem ser bem
desenvolvidos e testados, pois poderá colocar em risco a vida do usuário, caso
alguma informação seja transmitida errada.
A tecnologia consegue melhorar a qualidade de vida e segurança das pessoas
deficientes, se usada de maneira correta e segura.

Das tecnologias quando falamos de APP’s, vem sendo disseminada por


ser, muitas vezes, fácil de se implementa e como todos temos um smartphone,
fácil de se usar. Aqui ire apresenta 5
aplicativos para Android e iPhone para pessoas com baixa ou quase nada de
[12].
visão, e o mais importante, quase todos são gratuitos

4.1. BlindTool

Criado pelo cientista da computação Joseph Cohen, pesquisador da


Universidade de Massachusetts, o aplicativo reconhece objetos. Funciona da
seguinte maneira: o usuário deve apontar o celular para seu entorno até senti-lo
vibrar. Isso significa que o aplicativo detectou um objeto reconhecível e pode
verbalizar qual é.

Essa leitura de objetos tridimensionais é feita por uma rede neural artificial
capaz de relacionar o que está diante da câmera do aparelho com imagens
armazenadas em um banco de dados, buscando semelhanças. O sistema, claro,
está sujeito a erros, mas é programado para descrever o objeto apenas se há
possibilidade de ao menos 30% de acerto. O BilndTool é gratuito e está
disponível para sistema Android no Google Play [12].
31

4.2. Be my eyes

Esse aplicativo é especialmente interessante, pois permite que pessoas


que enxergam ajudem cegos a resolver problemas pontuais, como ler uma
etiqueta, um rótulo, uma conta etc.

Ao se cadastrar no sistema, o usuário pode atuar como voluntário ou


como alguém que precisa de auxílio.

Este envia imagens em vídeo do que precisa ver; a outra pessoa responde
por escrito e o aplicativo verbaliza.

[12]
Be my eyes pode ser baixado gratuitamente para iPhone no iTunes .

4.3. Color ID

Disponível para iPhone e Android, é capaz de reconhecer os mais


variados tons de cores e verbalizar (em inglês) para o usuário.

Pode ajudar pessoas com baixa visão a descobrir, por exemplo, a cor da
roupa que pretende usar ou se uma fruta ainda não está madura. Gratuito [12].

4.4. Ariadne GPS

O GPS especialmente desenvolvido para cegos ajuda a saber onde ele


está e a seguir rotas. O usuário passa o dedo sobre o mapa e o aplicativo
verbaliza onde ele está e oferece as coordenadas para chegar ao destino. O
celular vibra caso seja preciso atravessar um cruzamento e também sinaliza as
paradas em ônibus em movimento.

Disponível em vários idiomas para IPhone, por US$ 5,99 (em moeda
brasileira vária conforme a cotação do dólar) [12].

4.5. IBrailler Notes

Permite digitar anotações na tela do iPad ou iPhone e compartilhá-las


diretamente em braile. Basta posicionar os dedos sobre a tela que teclas
dinâmicas aparecem, melhorando o conforto do usuário.

A versão mais recente para iPhone custa US$ 19,99 (em moeda brasileira vária
conforme a cotação do dólar) no iTunes [12].
32

4.6. Ubook

Ubook é uma loja de audiolivros com mais de 1000 títulos no catálogo


(Foto: Reprodução/ubook). O Ubook é uma audioteca com plano de assinatura
mensal de R$ 18,90. Com um acervo que conta com vários gêneros literários e
mais de mil títulos, a empresa carioca investiu em audiolivros. A ideia é parecida
com a de serviços de streaming populares, e pode ser uma ótima saída para
quem tem dificuldades para ler, principalmente porque as opções de audiolivros
ainda são muito poucas no mercado.

Os usuários podem baixar o aplicativo Ubook pela Internet, iOS ou


Android, e salvar os livros que mais interessam dentro do catálogo. Um
diferencial do software é a possibilidade de compartilhar diretamente trechos de
livros nas redes sociais [12].

4.7. CPqD Alcance

CPqD Alcance é um sistema desenvolvido para o usuário ter melhor


acesso ao smartphone (Foto: Reprodução/CPqD). O CPqD Alcance é um projeto
da instituição brasileira disponível gratuitamente na loja do Google. O sistema é
um guia completo para deficientes visuais, com narração automática da tela e
com auxílio para quase todas as funções básicas e avançadas do celular.

Disponível para Android 4.0 ou superior, o sistema é de simples


navegação e tem configurações que tentam manter a privacidade do usuário,
permitindo que ele escreva sozinho. Após instalado, o CPqD Alcance já se torna
[12]
a interface padrão do celular, sem a necessidade de cadastro .
33

5. Teste Prático

Para primeiro teste em campo com um deficiente visual, contamos com a


colaboração do Roberto Carlos de Souza, figura 12. Deficiente visual desde
2003, após uma doença que afetou suas retinas, desde então ele vem se
adaptando as dificuldades encontradas no dia-a-dia, desde o preconceito á
mobilidade.
Atualmente atua como massoterapeuta formado pela universidade
holística desde 2012.

F IGURA 12 - TESTE PRÁTICO REALIZADO COM O DEFICIENTE


VISUAL

Fonte: O Autor

O ambiente de teste foi em um salão, com vários obstáculos desde


paredes, cadeiras baixas, altas, bancos, pias, etc. Neste ambiente Roberto pode
se locomover sem nenhuma dificuldade, porém houve alguns pontos que o
sistema identificava obstáculos onde não de fato havia.
34

Roberto frequentou o Instituto Laramara para receber treinamentos e auxílios de


[13].
profissionais capacitados a ajudar pessoas deficientes visuais

5.1. Entrevista

1- Qual o seu maior desafio diário em relação à mobilidade?


Para o Roberto um dos maiores desafios foi a adaptação inicial, para se
locomover com a bengala e aceitar a sua deficiência.

2- Já sofreu algum acidente (tropeços, colisões, torsões, quedas, etc)?


Sim, Houve uma vez que eu tropecei e cai em um buraco, bati meu rosto e
quebrei o nariz. E várias vezes já bati a cabeça em orelhões ou placas, pois
com a bengala não há como identificar obstáculos acima.

3- Você conhece e/ou já utilizou algum sistema tecnológico para auxílio


do deficiente visual?
Roberto relatou que já foi em uma feira de tecnologia para deficientes e utilizou
uma bengala retrátil e muito leve, isto ajudava bastante na locomoção.

5.2. Opinião do usuário

4- O que você achou do sistema ISAW? Foi útil? Utilizaria no seu dia-a-
dia?
Achei a ideia excelente, embora ainda haja alguns pontos a melhorar, utilizaria
no dia-a-dia.

5- O que você acrescentaria no projeto para melhorar o desempenho?


Diminuiria a placa para melhor equilíbrio da bengala e colocaria um vibra mais
próximo a mão.
35

6. Conclusão

Inicialmente este trabalho de conclusão de curso apresenta a primeira versão


do protótipo ISAW. Com os incansáveis testes será possível tirar conclusões de
melhorias tanto no hardware como o algoritmo do software.
Primeira mudança que será necessária para um sistema de maior precisão e
rápida resposta são a utilização de sensores de identificação, como o medidor
de distância a laser ou o sonar de maior frequência e ângulo de captura. Com
isso iremos resolver outro problema do hardware que é seu tamanho e peso, que
nesta versão é um problema conhecido, mas para solucioná-lo seria antes
necessário testar o sistema e sua utilidade. Para melhoramento da bateria a ideia
é utilizar menos carga, consequentemente menor consumo, aumentando a vida
útil e maior durabilidade do mesmo.

A versão 01 do protótipo foi desenvolvida com mais dois sensores direita e


esquerda, para futuras melhorias de identificação laterais.

Para um melhoramento futuro, será necessário um sistema conjunto com


uma cidade inteligente preparada para comunicar com o sistema ISAW, temos a
ideia de identificar faróis e seus estados, ônibus e suas identificações e um GPS
já desenvolvido para guiar o usuário até o caminho de destino, através da troca
de dados com o hardware. Embora para que isso possa ser desenvolvido
dependa de muitos fatores como os projetos destinados a mobilidade de
deficientes visuais e principalmente o alto investimento para instalação de
tecnologia.

Além disso, o projeto funciona com bastante precisão, atendendo aos


requisitos técnicos esperados, sendo simples, mas apresentando robustez. De
todo modo, há possibilidade de fazer aperfeiçoamentos em termos estéticos
(como trabalhar constantemente na redução do peso do equipamento) e capaz
de apresentar desempenho equivalente mesmo em situações adversas, como
em dias de chuva, por exemplo.

Ao longo do projeto, conseguimos com facilidade obter todos os itens


para desenvolvimento da bengala ISAW. Somente tivemos um único
componente (circuito para alto-falante) que queimou em um dos primeiros testes
36

da bengala, sendo posteriormente substituído e para novos testes serem


realizados.

O teste realizado com o deficiente visual foi considerado um sucesso,


atingido os objetivos, há alguns pontos a serem melhorados com este sistema,
como a identificação de alguns obstáculos inexistentes, e a utilização da bateria
mais longa. Contudo no ambiente realizado o teste foi possível identificar todos
os obstáculos ali encontrados sem colocar dano algum ao usuário.

O projeto será levado a diante para corrigir os pontos citados e com isso
contamos novamente com a colaboração do Roberto e futuramente realizar
testes com institutos dedicados à mobilidade de deficiente visual.
37

7. Esquema elétrico e fluxograma

Da figura 13 à figura 18 a seguir é a representação em bloco do software


desenvolvido para o monitoramento do sistema ISAW.

F IGURA 13-- INICIALIZAÇÃO DO F IRMWARE

Fonte: O Autor
38

F IGURA 14 - L ÓGICA DE EXECUÇÃO DOS ÁUDIOS

Fonte: O Autor
39

F IGURA 15 - T IMER ZERO

Fonte: O Autor
40

F IGURA 16 - TRATAMENTO I NTERRUPÇÃO CCP FRONTAL

Fonte: O Autor
41

F IGURA 17 - TRATAMENTO I NTERRUPÇÃO CCP A CIMA

Fonte: O Autor
42

F IGURA 18- T RATAMENTO INTERRUPÇÃO CCP A BAIXO

Fonte: O Autor
43

7.1 – Circuitos

Da figura 19 à figura 22, temos os circuitos do projeto ISAW.

F IGURA 19 - C IRCUITO DE AUDIO WTV020-SD - DATASHEET

Fonte: O Autor

F IGURA 20 - FONTE DE A LIMENTAÇÃO

Fonte: O Autor
44

F IGURA 21 - MICROCONTROLADOR PIC 18F46K22

Fonte: O Autor

F IGURA 22 - C IRCUITO AVISO POR VIBRAÇÃO

Fonte: O Autor
45

8. Bibliografia

[1] Estatísticas da deficiência visual. Disponível em:


https://www.fundacaodorina.org.br/a-fundacao/deficiencia-visual/estatisticas-da-
deficiencia-visual/ > Acesso em 28 de Outubro.

[2] Blindness and vision impairment Disponível em:


http://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/blindness-and-visual-
impairment>. Acesso em 7 out. 2018.

[3] https://facilitandoacessibilidade.wordpress.com/2015/04/02/dados-sobre-
deficiencia-visual-no-brasil/ > Acesso em 28 de Outubro.

[4] Obstáculos Nas Ruas Dificultam A Vida De Cadeirantes E Deficientes


Visuais. Disponível em: http://blog.isocial.com.br/obstaculos-nas-ruas-
dificultam-a-vida-de-cadeirantes-e-deficientes-visuais/> Acesso em 28 out.
2018.

[5] Deficientes visuais encontram dificuldades de locomoção em áreas verdes


do município. Disponível em: https://32xsp.org.br/2017/02/02/deficientes-
visuais-encontram-dificuldades-de-locomocao-em-areas-verdes-do-municipio/ >
Acesso em 28 de Outubro.

[6] Tecnologia Assistiva. Disponível em:


http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/comite-de-ajudas-tecnicas>.
Acesso em 14 out. 2018

[7] https://www.mouser.com/ds/2/813/HCSR04-1022824.pdf > Acesso em 01


de Novembro de 2018.
46

[8] Inclusão dos deficientes visuais ainda é desafio. Disponível em:


http://www.acessibilidadebrasil.org.br/joomla/noticias/382-inclusao-dos-
deficientes-visuais-ainda-e-desafio > Acesso em01 de Novembro.

[9] Movimento Conviva. Disponível em:


http://movimentoconviva.com.br/deficientes-visuais-respeite-e-conviva/>
Acesso em 21 out. 2018.

[10] Deficiente visual se queixa de acessibilidade. Disponível em:


https://www.tribunapr.com.br/noticias/parana/deficiente-visual-se-queixa-de-
acessibilidade/> Acesso em 21 out 2018.

[11] ABNT NBR 9050 de 2015 - Acessibilidade a edificações, mobiliário,


espaços e equipamentos urbanos > Acesso em 01 de Novembro de 2018.

[12] 7 Tecnologias Inovadoras Para Deficientes Visuais. Disponível em:


http://www.casadaptada.com.br/2016/11/7-tecnologias-inovadoras-para-
deficientes-visuais/> Acesso em 28 out. 2018.

[13] http://laramara.org.br/ > Acesso em 01 de Novembro.

[14] DOS SANTOS, Jadir P. et al. Uma Avaliação da Bengala Eletrônica


(tecnologia Assistiva), para a Melhoria de Mobilidade dos Deficientes Visuais.
Simpósio de Excelência em Gestão e tecnologia.

[15] BITTENCOUT, Leonardo Salazar. Acessibilidade e cidadania: Barreiras


arquitetônicas e exclusão social dos portadores de deficiência física – Área
temática de Direitos Humanos. Disponível em:
<http://www.ufmg.br/congrext/Direitos/Direitos10.pdf>. Acesso em: 7 out.
2018.
47

[16] Acessibilidade e Locomoção dos deficientes físicos na UFG. Disponível


em: http://www.aedbaja.aedb.br/seget/artigos12/6616490.pdf>. Acesso em 7
out. 2018.

[17] O que é Tecnologia Assistiva? Disponível em:


http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html>. Acesso em 14 out. 2018.

[18] Monteiro, Janete Lopes. Os Desafios Dos Cegos Nos Espaços Socias: Um
Olhar Sobre A Acessibilidade. UFSC. Disponível em:
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFil
e/1081/649 >Acesso em 14 out. 2018.

[19] Fornaziero SM, Zulian MAR. Estudo Das Dificuldades Encontradas Pelas
Pessoas Com Deficiência Visual No Uso Do Transporte Coletivo Disponivel em:
http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2010/anais/arquivos/RE_0308_0861_01.p
df > Acesso em 14 out. 2018.

[20] Um Guia Pela Dignidade Humana E Pela Justiça Social. Disponível em:
http://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/gestao-na-camara-dos-
deputados/responsabilidade-social-e-ambiental/acessibilidade/pdfs > Acesso
em 21 out. 2018.

[21] Deficientes visuais fazem treinamento de locomoção nas ruas de União da


Vitória. Disponível em: http://www.vvale.com.br/geral/deficientes-visuais-fazem-
treinamento-de-locomocao-nas-ruas-de-uniao-da-vitoria/> Acesso em 28 out.
2018.

[22] Afeto e Lugar: Pessoas com Dificuldades de Locomoção e Espaço Urbano.


Disponível em: http://www.bengalalegal.com/afetoelugar#301> Acesso em 28
out. 2018.

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