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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA (LICENCIATURA)

WILSON DE JESUS MACHADO MIRANDA

A educação brasileira nos tempos do Covid-19

Campo Grande, MS, 19 de junho


2021
Introdução

A sociedade brasileira está vivenciando, atualmente, uma situação sem


precedentes em todos os aspectos cotidianos de existência, face à pandemia do
Covid-19. Na esfera educacional não é diferente. Todos os cenários que se
apresentam a curto e longo prazo não deixam de ser preocupantes, podendo trazer
resultados catastróficos para a educação em nosso país. Vários elementos
alimentam os debates de como implantar o já combalido e deficitário setor
educacional ante o risco de contaminação dos alunos. Se por um lado isso é
alarmante e preocupante, por outro lado, as autoridades, em vez de se preocuparem
com o encadeamento de atitudes a serem tomadas para a libertação do ser humano
dos grilhões da falta de cultura, parecem se preocupar apenas em tentar desbancar
um método de ensino que já se mostrou eficiente e eficaz ao ser aplicado em nossa
sociedade combalida: o método Paulo Freire.
Desenvolvimento

Ultimamente, temos visto várias intercalações veiculadas pela mídia escrita e


televisiva sobre os métodos de ensino da pedagogia escolar adotada em nosso país.
Isso, aliado à pandemia do Covid-19, que surgiu apenas para atrapalhar nossa vida
cotidiana, em todos os sentidos, tem prejudicado sobremaneira a já combalida
educação de nossa sociedade. Se de um lado, o novo governo, tenta extirpar da
cultura brasileira, anos e anos de ensinamentos que, à primeira vista, seria um
sucesso nacional se não fosse a patifaria e semvergonhice de nossos políticos que
fazem questão de conservar as pessoas à margem do desenvolvimento cultural para
mantê-los no cabresto como margem de manobra para o angariamento de votos; por
outro lado, os esquerdistas lutam diuturnamente para implantar em nosso país,
culturas marxistas e socialistas que só interessam aos poderosos, e nunca aos
pobres iletrados.
Mormente isso, à margem de toda essa briga anticultural, em que ministros e
secretários ligados à área educacional parecem ser mais analfabetos do que os
próprios iletrados incultos de nosso país, vemos um movimento estúpido de mentes
insanas que tenta extirpar da cultura brasileira (e também porque não dizer
mundial?) os ensinamentos daquele que, a princípio, é um dos maiores educadores
que nosso país já teve, ou seja, Paulo Freire. Ora, neste país, todos os que são a
favor dos pobres, dos miseráveis, dos necessitados ..., são considerados personas
non gratas pelos capitalistas gananciosos que preferem que a sociedade permaneça
iletrada para poder pagar menos salários e direitos, mantendo-as na penúria e
enchendo seus bolsos com o vil metal segundo os ensinamentos de Adam Smith.
O insigne professor Carlos Rodrigues Brandão (2008, p. 56) afirmava que
“inaugurar conceitos e convidar às ideias de um pensar é, na verdade, o próprio
fundamento do método da filosofia e da pedagogia de Paulo Freire”. Portanto,
entendemos, salvo melhor juízo, que ir de encontro ao método de Paulo Freire, cuja
pedagogia de alfabetização levou cultura a milhares de pessoas, é ir de encontro
aos anseios de nosso país em querer galgar status de primeiro mundo. É querer tirar
de nossos concidadãos o sonho da educação, não lhes permitindo a capacidade da
libertação das raias do “coronelismo” e das ambições desenfreadas de sempre os
mesmos que ambicionam o poder.
Conclusão

Nesses tempos imemoráveis, em que nosso país atinge o meio milhão de


mortos pela pandemia do Covid-19, nossos governantes e sociedade deveriam se
preocupar com problemas mais prementes e importantes do que querer implantar
este ou aquele método de ensino. A pandemia praticamente acabou com o ensino
em nosso país, isto porque, com exceção dos ricos e da classe média que ainda se
consegue manter por seus próprios meios, a população, de uma maneira geral, só
está conseguindo sobreviver com a graça de Deus. Querer implantar ensinamento
remoto é uma utopia, porque a maioria dos estudantes necessitados não possui
meios para acompanhar os estudos em suas residências. Se nossa população
necessitada mal tem o que comer em casa, como pode ter computadores, internet
etc. para acompanharem as aulas?
Muito a propósito, aqui cabe um brilhante excerto do pedagogo, escritor,
conferencista e ex-secretário de Educação do Município de Nova Friburgo, Rio de
Janeiro, Hamilton Werneck (1992, p. 87) quando afirma que: “Se você finge que
ensina, eu finjo que aprendo”.
REFERÊNCIAS

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é o método Paulo Freire. 17ª ed. São Paulo:
Editora Brasiliense, 1991.

CERQUEIRA, Hugo. Adam Smith e o surgimento do discurso econômico. Revista de


Economia Política, v. 24, n. 3, p. 422-441, 2004.

SMITH, Adam. Teoria dos sentimentos morais. São Paulo: Editora Martins Fontes.
p. 226. ISBN 8533611048. Consultado em 18 de junho de 2016.

WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo.


Petrópolis/RJ: Editora Vozes. 1992.

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