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Índice
Introdução .............................................................................................................................. 4
Bibliografia .......................................................................................................................... 11
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Introdução
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1. OS POETAS DA GERAÇÃO DE 70 NA SITUAÇÃO DE GUETTO.
“Há em Charles Maurras um período que revela um curioso aspecto da sua geração literária e
onde nos surge idêntico caso ao da geração de 70, em geral e de Fialho, em
especial” (BRANCO CHAVES, 1923, p. 50-51).
O grupo fez-se notar a partir de 1865, tendo Antero de Quental como figura de proa e
de maior profundidade reflexiva, e integrando ainda literatos como Ramalho Ortigão, Guerra
Junqueiro, Teófilo Braga, Eça de Queirós, Oliveira Martins, Jaime Batalha Reis e Guilherme
de Azevedo. Juntos ou, como sucedeu mais tarde, trilhando caminhos de certa forma
divergentes, estes homens marcaram a cultura portuguesa até ao virar do século (se não
mesmo até à República), na literatura e na crítica literária, na historiografia, no ensaísmo e na
política.disponivel em www.wikipedia.info.org acesso em 14/07/2021
Análise específica de um certo conflito entre revolução cultural e literária, por um lado, e
revolução social e política, por outro. O que significa, em suma, do ponto de vista pessoal: a
Geração de 70 é considerada frequentemente como uma espécie de símbolo, ou, melhor, de
alegoria duma certa atitude revolucionária estritamente ideológica e dependente dos
acontecimentos históricos imediatos, chegando a ser atacada pelo seu idealismo pequeno-
burguês ou pelo seu reformismo igualmente pequeno-burguês. Eu creio que, pelo contrário,
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ela deve ser vista, sobretudo (embora não só) como expressão duma importante revolução
propriamente cultural e literária.
1.3. ANGOLANA.
Em 1971, foi contemplado com o prémio "Mota Veiga" pelo seu livro de poesia Vinte
Canções para Ximinha, não tendo comparecido para recebê-lo.
João Maria Vilanova se mantém no anonimato silencioso e, é considerado um dos poetas que
permite definir em toda a plenitude o chamado "espírito de ghetto", enquanto espírito
caracterizador de uma vivência escondida, marginal, irreverente e inventiva que se projeta
para além do período colonial. Disponível em https://www.infopedia.pt/$joao-maria-vilanova
acesso em 14/07/2021.
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A sua obra figura em diversas antologias conceituadas, tais como: Angola Poesia
71; Cancioneiro Angolano (1972); Presença de Ideialeda. Poetas Angolanos (1973); Kuzuela
II (1974); Monangola. A Jovem Poesia Angolana (1976); Antologia da Poesia Pré-
Angolana (1976); Literatura Africana de Expressão Portuguesa (1976); Poesia de
Angola (1976); No Reino de Caliban. Antologia Panorâmica da Poesia Africana de
Expressão Portuguesa,II (1976); Textos Africanos de Expressão Portuguesa (1977);
e Antologia do Mar na Poesia Africana de Língua Portuguesa do Século XX (2000).
São suas as seguintes obras: Vinte Canções para Ximinha (1971) - Poesia; Caderno de um
Guerrilheiro (1974) - Poesia.
1.4. MOÇAMBICANA.
A situaçao sócio – cultural de ghetto, que se vivia em todas as cidades coloniais, teve uma
expressão poética explícita em dois livros, um angolano e outro moçambicano.
Rui Knopfli nasceu em 1932, em Inhambane, Moçambique, desenvolveu uma sólida obra
poética que não é facilmente incluída nas correntes literárias moçambicanas, assumindo-se
antes como continuadora da tradição lírica do Ocidente. Camões, Carlos Drummond de
Andrade, Fernando Pessoa ou T. S. Eliot poderiam servir de referência para analisar a poética
de Knopfli.
Foram suas obras, o País dos Outros (1959), Reino Submarino (1962), Máquina de Areia
(1964), Mangas Verdes com Sal (1969), A Ilha de Próspero (1972), O Escriba Acocorado
(1978), Memória Consentida (1982), O Corpo de Atena (1984) e O monhé da cobras (1997).
A poesia de Knopfli, trabalha muito mais a linguagem, o fazer poético, tentando não se
haver com a instabilidade política do momento. Defende a ideia de que essa não é uma luta
sua, uma luta que ele deva lutar. Ele vai ao encontro das metrópoles no que diz respeito a
suas leituras, principalmente as de língua inglesa, influenciadas diretamente por seus
estudos em Johanesburgo, na África do Sul. O próprio Knopfli diz:
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A descoberta do Eliot foi uma descoberta sensacional e foi uma
influência enorme. Creio que serei o único caso [em Moçambique]
em que há uma influência da poesia inglesa. A grande punhalada
foi o Eliot. Mas desde o John Donne... Para mim, a poesia inglesa
é a melhor do mundo. A gente pega no William Blake, no
Wordsworth... eu abri-me muito para ela quando estive em
Johanesburg. (CHABAL apud MONTEIRO, 2003, p. 30)
A obra de Knopfli não busca objectivo senão o de permanecer. Knopfli mesmo assume que
não pode permanecer mais que seus versos, desde seu primeiro livro (O país dos outros, de
1959), em que nos diz: “morri sim, que não me repito,/ mas que o eco inteiro na força do
meu grito” (p. 46).
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e de assimilação ou apropriação, que implicam tomadas de
consciência de ser/pertencer a um grupo e, por consequência, não
ser/não pertencer a outro grupo. Como se sabe, a imagem resulta
deste distanciamento e corresponde à representação do outro a
partir do espaço ideológico ou social em que se situa o eu. (p. 58)
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Conclusão
Na última parte deste trabalho, buscamos realizar uma análise da poesia sobre a poesia, ou
seja, a perspectiva metapoética na obra de Rui Knopfli. Verificamos que, os poemas não
rompem com a fidelidade dos seus versos, à sua experiência, ao seu não alinhamento.
Mantendo-se presente em seus versos e deixando as palavras actuarem nas ideias, Knopfli
produz uma poesia sem precisar recorrer aos critérios ideológicos de seus contemporâneos.
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Bibliografia
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