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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

OS POETAS DA GERAÇÃO DE 70 NA SITUAÇÃO DE GUETTO

Nome de estudante: Simão Paulino David


Código de estudante: 708180390

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Disciplina: Literatura Africana em Lingua Portuguesa
Ano de frequência: 4º ano
Docente: Carlos Fernando Lino de Sousa

Nampula, Junho, 2021


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

OS POETAS DA GERAÇÃO DE 70 NA SITUAÇÃO DE GUETTO.

Nome de estudante: Simão Paulino David


Código de estudante: 708180390

O presente trabalho de caracter avaliativo a ser


apresentado ao docente de Literatura Africana
em Lingua Portuguesa, para obtenção do grau
de Licenciatura em ensino de Lingua Portuguesa.

Docente: Carlos Fernando Lino de Sousa

Nampula, Julho de 2021

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Índice

Introdução .............................................................................................................................. 4

1. Os poetas da geração de 70 na situação de guetto. ......................................................... 5

1.2. Análise comparativa da geração de 70. ...................................................................... 5

1.3. Angolana. .................................................................................................................... 6

1.4. Moçambicana. ............................................................................................................. 7

Bibliografia .......................................................................................................................... 11

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Introdução

O presente trabalho de Literatura Africana em Lingua Portuguesa, explica minunciosamente


sobre os poetas da geracao de 70 na situacao de Guetto.
No último século, poucas gerações ou grupos de escritores têm merecido tanta atenção e
exercido tanto fascínio como a chamada Geração de 70.
O conceito se torna particularmente visível na vastíssima bibliografia que lhe tem sido
consagrada.
Mas uma dificuldade não é um impedimento, e as tentativas são sempre necessárias, mesmo
quando posteriormente refutadas. Por isso, decidimos aclarar um pouco esta área, reunindo e
interpretando elementos que andam dispersos no caso das bibliotecas. Onosso objectivo foi
seguir, tanto quanto possível, as várias designações que, ao longo do tempo, foram sendo
atribuídas ao conjunto de escritores comummente identificados como os da Geração de 70
designação consensual que, simultaneamente, constitui uma breve resenha da recepção e das
leituras.
O trabalho está estruturado em: índice, introdução, corpo de trabalho, conclusão e
bibliografia.

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1. OS POETAS DA GERAÇÃO DE 70 NA SITUAÇÃO DE GUETTO.

“Há em Charles Maurras um período que revela um curioso aspecto da sua geração literária e
onde nos surge idêntico caso ao da geração de 70, em geral e de Fialho, em
especial” (BRANCO CHAVES, 1923, p. 50-51).

O grupo fez-se notar a partir de 1865, tendo Antero de Quental como figura de proa e
de maior profundidade reflexiva, e integrando ainda literatos como Ramalho Ortigão, Guerra
Junqueiro, Teófilo Braga, Eça de Queirós, Oliveira Martins, Jaime Batalha Reis e Guilherme
de Azevedo. Juntos ou, como sucedeu mais tarde, trilhando caminhos de certa forma
divergentes, estes homens marcaram a cultura portuguesa até ao virar do século (se não
mesmo até à República), na literatura e na crítica literária, na historiografia, no ensaísmo e na
política.disponivel em www.wikipedia.info.org acesso em 14/07/2021

Os homens da Geração de 70 tiveram possibilidade e, sobretudo, apetência de contacto com a


cultura mais avançada da Europa como não se via em Portugal desde o tempo da formação de
um Garrett e de um Herculano. Puderam, pois, aperceber-se da diferença que havia entre o
estado das ciências, das artes, da filosofia e das próprias formas de organização social no país
e em nações como a Inglaterra, a França ou a Alemanha. Em consequência, esta juventude
cosmopolita nas leituras, liberal e progressista não se revia nos formalismos estéticos que
grassavam nem naquilo que consideravam ser a estagnação social, institucional, económica e
cultural a que assistiam. disponivel em www.wikipedia.info.org acesso em 14/07/2021.

1.2.ANÁLISE COMPARATIVA DA GERAÇÃO DE 70.

Análise específica de um certo conflito entre revolução cultural e literária, por um lado, e
revolução social e política, por outro. O que significa, em suma, do ponto de vista pessoal: a
Geração de 70 é considerada frequentemente como uma espécie de símbolo, ou, melhor, de
alegoria duma certa atitude revolucionária estritamente ideológica e dependente dos
acontecimentos históricos imediatos, chegando a ser atacada pelo seu idealismo pequeno-
burguês ou pelo seu reformismo igualmente pequeno-burguês. Eu creio que, pelo contrário,

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ela deve ser vista, sobretudo (embora não só) como expressão duma importante revolução
propriamente cultural e literária.

1.3. ANGOLANA.

Em Angola o advogado João Maria Vilanova é, de acordo com a convicção de alguns


ensaístas e críticos de literatura, o pseudónimo literário de João Guilherme Fernandes de
Freitas, nascido em 1933. Contudo, mantêm-se ainda algumas reservas quanto à sua
verdadeira identidade civis, na medida em que sempre a manteve com algum "segredo".
Intelectual empenhado e preocupado com o seu país, colaborou em vários suplementos
literários e revistas, nomeadamente na revista Cultura, no suplemento "Artes e Letras" do
jornal A Província de Angola assim como noutros órgãos moçambicanos e latino-americanos.

Em 1971, foi contemplado com o prémio "Mota Veiga" pelo seu livro de poesia Vinte
Canções para Ximinha, não tendo comparecido para recebê-lo.

Como poeta da "Geração de 70", os seus textos germinam numa


situação de intensificação da repressão e da censura colonial, numa
situação de "ghetto", que dificultava a circulação dos mesmos. Através
de um discurso caracterizado pelo rigor e pela concisão das palavras,
discurso mais implícito do que explícito, por força da censura, esses
textos, com tiragens muito reduzidas, refletiam, então, a esperança de
uma vitória certa, capaz de conduzir Angola à liberdade. Poesia com
uma forte componente ideológica, enquanto espelho do empenhamento
do povo, ela exalta a euforia revolucionária e a reconstrução
da pátria totalmente dilacerada. Disponível
em https://www.infopedia.pt/$joao-maria-vilanova acesso em
14/07/2021.

João Maria Vilanova se mantém no anonimato silencioso e, é considerado um dos poetas que
permite definir em toda a plenitude o chamado "espírito de ghetto", enquanto espírito
caracterizador de uma vivência escondida, marginal, irreverente e inventiva que se projeta
para além do período colonial. Disponível em https://www.infopedia.pt/$joao-maria-vilanova
acesso em 14/07/2021.

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A sua obra figura em diversas antologias conceituadas, tais como: Angola Poesia
71; Cancioneiro Angolano (1972); Presença de Ideialeda. Poetas Angolanos (1973); Kuzuela
II (1974); Monangola. A Jovem Poesia Angolana (1976); Antologia da Poesia Pré-
Angolana (1976); Literatura Africana de Expressão Portuguesa (1976); Poesia de
Angola (1976); No Reino de Caliban. Antologia Panorâmica da Poesia Africana de
Expressão Portuguesa,II (1976); Textos Africanos de Expressão Portuguesa (1977);
e Antologia do Mar na Poesia Africana de Língua Portuguesa do Século XX (2000).
São suas as seguintes obras: Vinte Canções para Ximinha (1971) - Poesia; Caderno de um
Guerrilheiro (1974) - Poesia.

1.4. MOÇAMBICANA.

Os temas da poesia da “ Geração de 70” são marcadamente irónicos desligados da intenção


política e, por outro lado, anticolonialistas que incitavam à revolução e tematizam a luta
armada.

A situaçao sócio – cultural de ghetto, que se vivia em todas as cidades coloniais, teve uma
expressão poética explícita em dois livros, um angolano e outro moçambicano.

Rui Knopfli nasceu em 1932, em Inhambane, Moçambique, desenvolveu uma sólida obra
poética que não é facilmente incluída nas correntes literárias moçambicanas, assumindo-se
antes como continuadora da tradição lírica do Ocidente. Camões, Carlos Drummond de
Andrade, Fernando Pessoa ou T. S. Eliot poderiam servir de referência para analisar a poética
de Knopfli.

Foram suas obras, o País dos Outros (1959), Reino Submarino (1962), Máquina de Areia
(1964), Mangas Verdes com Sal (1969), A Ilha de Próspero (1972), O Escriba Acocorado
(1978), Memória Consentida (1982), O Corpo de Atena (1984) e O monhé da cobras (1997).

A poesia de Knopfli, trabalha muito mais a linguagem, o fazer poético, tentando não se
haver com a instabilidade política do momento. Defende a ideia de que essa não é uma luta
sua, uma luta que ele deva lutar. Ele vai ao encontro das metrópoles no que diz respeito a
suas leituras, principalmente as de língua inglesa, influenciadas diretamente por seus
estudos em Johanesburgo, na África do Sul. O próprio Knopfli diz:

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A descoberta do Eliot foi uma descoberta sensacional e foi uma
influência enorme. Creio que serei o único caso [em Moçambique]
em que há uma influência da poesia inglesa. A grande punhalada
foi o Eliot. Mas desde o John Donne... Para mim, a poesia inglesa
é a melhor do mundo. A gente pega no William Blake, no
Wordsworth... eu abri-me muito para ela quando estive em
Johanesburg. (CHABAL apud MONTEIRO, 2003, p. 30)

A obra de Knopfli não busca objectivo senão o de permanecer. Knopfli mesmo assume que
não pode permanecer mais que seus versos, desde seu primeiro livro (O país dos outros, de
1959), em que nos diz: “morri sim, que não me repito,/ mas que o eco inteiro na força do
meu grito” (p. 46).

Em um comunicado à Associação dos Escritores Moçambicanos, em 1989, Knopfli


discorre sobre a pátria e sobre a literatura nacional. Nesse comunicado, Knopfli mais uma
vez usa a metáfora de Caliban e Próspero. Sob sua perspectiva, restava a Moçambique,
depois de postos senhor e escravo em pé de igualdade:
[...] quando escravo e senhor se enfrentam, olhos nos olhos, no
terreno em que não resta já mais lugar para escravos e senhores,
senão para homens dialogando com homens na pátria de uma língua
comum. Inicialmente, mau grado todas as atenuantes, mas em seu
prejuízo imediato, Moçambique não entendeu isso. Portugal,
perdido nas suas maos que muitas quezílias internas, também não
soube ou não pôde acompanha-lo devidamente. Presumo que é
mais que tempo de se pôr cobro ao mal-entendido, no espaço
generoso do aqui que principiei por apelidar de “denominador
comum”, aquilo que nos une para além e por cima da indispensável
vontade política, por mais teimosa e persuasiva que esta o seja [a
língua portuguesa]. (p. 19)

Gilberto Matusse (1998) referencia sobre o comparatismo entre autores moçambicanos:


A situação colonial de que emerge a literatura moçambicana é
marcada por interações, por clivagens, por atitudes de distanciação

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e de assimilação ou apropriação, que implicam tomadas de
consciência de ser/pertencer a um grupo e, por consequência, não
ser/não pertencer a outro grupo. Como se sabe, a imagem resulta
deste distanciamento e corresponde à representação do outro a
partir do espaço ideológico ou social em que se situa o eu. (p. 58)

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Conclusão

Na última parte deste trabalho, buscamos realizar uma análise da poesia sobre a poesia, ou
seja, a perspectiva metapoética na obra de Rui Knopfli. Verificamos que, os poemas não
rompem com a fidelidade dos seus versos, à sua experiência, ao seu não alinhamento.
Mantendo-se presente em seus versos e deixando as palavras actuarem nas ideias, Knopfli
produz uma poesia sem precisar recorrer aos critérios ideológicos de seus contemporâneos.

Os temas da poesia da “ Geração de 70” são marcadamente irónicos desligados da intenção


política e, por outro lado, anticolonialistas que incitavam à revolução e tematizam a luta
armada.

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Bibliografia

1. CHABAL, Patrick. Vozes moçambicanas. Lisboa: Vega, 1994


2. FERREIRA, Manuel. Literaturas africanas de expressão portuguesa. São Paulo:
Ed.Ática, 1987.
3. Knopfli, Rui. O denominador comum. Revista Colóquio/Letras. No.110/111, Julho 1989,
p. 99-107.
1. KNOPFLI, Rui. Obra poética. [Escritores dos países de língua portuguesa, nº 31]
Lisboa: INCM, 2003.
2. Knopfli, Rui. A ilha de próspero. Lourenço Marques: Minerva Central, 1972.
3. LABAN, Michel. Moçambique: encontro com escritores. Porto: Fundação
Engenheiro António de Almeida, 1998. V.2.
4. LARANJEIRA, Pires. Literaturas africanas de expressão portuguesa. Lisboa:
Universidade Aberta, 1995.
5. SERRA, Carlos. Identidade, moçambicanidade, moçambicanização. Maputo:
Universidade Eduardo Mondlane, 1998
6. ______ A geração 70. Www.wikipedia.info.org acesso em 14/07/2021
7. João Maria Vilanova.Infopédia Porto: Porto Editora.2021.Disponível
em https://www.infopedia.pt/$joao-maria-vilanova

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