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Anexo X

O licenciamento da instalação de um estabelecimento industrial

O licenciamento da instalação de um estabelecimento industrial supõe a intervenção da


Administração Central e/ou Local, na vertente do licenciamento da actividade em causa, e a
intervenção da Administração Local, na vertente do licenciamento das obras necessárias a tal
instalação.

Em função da classificação económica da actividade industrial projectada, da classificação do


estabelecimento e da área do território onde se localiza será identificada a entidade
coordenadora competente de entre aquelas passíveis de o serem:

 Direcções Regionais da Economia (DRE);


 Direcções Regionais de Agricultura e Pescas;
 Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG);
 Câmaras Municipais;
 Sociedades Gestoras de ALE - Áreas de Localização Empresarial.

Por exemplo, no caso de estabelecimentos industriais situados em ALE, a entidade


coordenadora do processo de licenciamento é a respectiva sociedade gestora; no caso de um
estabelecimento industrial de tipo 3, a entidade coordenadora será a Câmara Municipal da
respectiva área de localização; no caso de actividades económicas com maior grau de risco
potencial, correspondentes aos estabelecimentos industriais dos tipos 1 e 2, a entidade
coordenadora será um serviço da administração central.

A entidade coordenadora é a única entidade interlocutora do industrial em todos os contactos


considerados necessários à boa instrução e apreciação de pedido de autorização, de
declaração prévia ou de registo, competindo-lhe a condução, monitorização e dinamização dos
procedimentos administrativos.

A entidade coordenadora designa o gestor do processo, devendo existir um processo único


para todas as instalações industriais com a mesma localização e pertencentes ao mesmo
estabelecimento industrial.

As DRE são os canais do Ministério da Economia e da Inovação para efeitos da recepção e


encaminhamento dos pedidos de licenciamento, nomeadamente ao nível da aprovação de
projectos de estabelecimentos industriais e do licenciamento de:

 Estabelecimentos industriais, bem como a sua reabertura ou transferência de local;


 Pedreiras e oficinas de transformação de pedra;
 Instalações de armazenagem de combustíveis líquidos e gasosos;
 Postos de abastecimento de combustível;
 Instalações eléctricas de serviço particular e público;
 Redes de distribuição de gás natural;
 Recipientes sob pressão;
 Cisternas para o transporte de mercadorias perigosas.
Por outro lado, à DGEG incumbem atribuições de licenciamento ao nível das seguintes
actividades:

 Energia Eléctrica, nomeadamente ao nível das Ligações à Rede da Produção em


Regime Especial, à Cogeração e às Energias Renováveis;
 Terminais e Instalações de Armazenagem de petróleos brutos, seus derivados e
resíduos;
 Gases Combustíveis - armazenagem subterrânea de gás natural em formações salinas
naturais e construção, exploração e manutenção de gasodutos de transporte de gases
combustíveis.

Para além da entidade coordenadora, podem pronunciar-se neste procedimento as seguintes


entidades públicas:

           Administração de Região Hidrográfica;

         Agência Portuguesa do Ambiente (APA);

         Autoridade Nacional de Protecção Civil;

         Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT);

         Câmara municipal territorialmente competente;

         Comissão de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR);

         Direcção-Geral de Saúde (DGS);

         Direcção-Geral de Veterinária;

         Outras entidades previstas em legislação específica.

De referir também a possibilidade de intervenção neste processo de entidades acreditadas


nas áreas abrangidas pelo regime de exercício da actividade industrial (REAI), ou com elas
relacionadas, designadamente ao nível da elaboração de relatórios de avaliação, estudos e
pareceres, assim como na avaliação da conformidade do projecto de execução ou
alteração da instalação com as normas técnicas previstas na legislação aplicável. Esta
intervenção das entidades acreditadas pode ocorrer a solicitação do industrial ou das
entidades públicas intervenientes e conduz, nos casos e termos previstos no REAI, à
dispensa de pronúncia destas entidades, bem como à redução de prazos.

Na Região Autónoma da Madeira, as entidades coordenadoras do processo de


licenciamento de actividades industriais são os departamentos do Governo Regional com
competência no sector da energia, com competência nos sectores da agricultura e pescas
ou com competência no sector da indústria, em função da natureza da actividade a
desenvolver. Para além das entidades referidas poderão intervir no processo outras
entidades regionais com competência, por exemplo, no sector do ambiente ou saúde e
assuntos sociais. 

 
Licenciamento Industrial

Sumário Executivo

  O Decreto-Lei n.º 209/2008, de 29 de Outubro, estabelece o regime de exercício da actividade


industrial (REAI), com o objectivo de prevenir os riscos e inconvenientes resultantes da
exploração dos estabelecimentos industriais, salvaguardar a saúde pública e dos
trabalhadores, a segurança de pessoas e bens, a higiene e segurança dos locais de trabalho, a
qualidade do ambiente e um correcto ordenamento do território, num quadro de
desenvolvimento sustentável e de responsabilidade social das empresas.

 O industrial deve, nos termos definidos no REAI, respeitar designadamente os seguintes


princípios:

 Adoptar as melhores técnicas disponíveis e regras de eco-eficiência;


 Utilizar racionalmente a energia;
 Ter em conta os princípios gerais de prevenção em matéria de gestão da segurança e
saúde no trabalho;
 Adoptar medidas de prevenção de riscos de acidentes e limitação dos seus efeitos;
 Implementar sistemas de gestão ambiental, de segurança alimentar e de segurança e
saúde no trabalho adequados ao tipo de actividade;
 Proteger a saúde pública através da promoção de medidas de profilaxia e vigilância da
saúde;
 Implementar medidas para evitar riscos em matéria de segurança e poluição. 

O industrial deve arquivar no estabelecimento um processo organizado e actualizado sobre os


procedimentos do REAI e os elementos relativos a todas as alterações introduzidas no
estabelecimento industrial, que deverá ser disponibilizado à entidade coordenadora do
processo de licenciamento e às entidades com competências de fiscalização quando estas lho
solicitem.

Por outro lado, no caso de estabelecimentos do tipo 1 ou 2, deve celebrar um contrato de


seguro de responsabilidade civil que cubra os riscos inerentes às instalações e às actividades
exercidas, cujo comprovativo deve apresentar à entidade coordenadora no prazo de 30 dias a
contar do início da exploração.

 A instalação e a exploração de estabelecimento industrial ficam sujeitas aos seguintes


procedimentos:

 Autorização prévia, para estabelecimentos industriais incluídos no tipo 1;


 Declaração prévia, para estabelecimentos industriais incluídos no tipo 2;
 Registo, para estabelecimentos incluídos no tipo 3. 

Com a entrada em vigor (em 27 de Janeiro de 2009) do Decreto-Lei acima referido, que
revogou o anterior regime legal para o exercício da actividade industrial aprovado pelo Decreto-
Lei n.º 69/2003, de 10 de Abril, os estabelecimentos dos tipos 2 e 3 deixam de ficar sujeitos a
vistoria prévia, salvo no caso de estabelecimentos que utilizem matéria-prima de origem animal
não transformada, cujo início de exploração depende de vistoria por imposição de acto
legislativo comunitário. Nos estabelecimentos de tipo 1 continua a exigir-se a vistoria prévia,
mas é permitido ao requerente recorrer a entidades acreditadas para substituir a intervenção
administrativa em ordem a ultrapassar eventuais atrasos da Administração.

O interlocutor único - a entidade coordenadora - é uma entidade da administração central nas


áreas da agricultura ou da economia no caso dos estabelecimentos dos tipos 1 e 2 e as
câmaras municipais territorialmente competentes no caso dos estabelecimentos de tipo 3.

 É consagrado o princípio geral do deferimento tácito para os casos de não cumprimento dos
prazos pela Administração, ficando o gestor do processo obrigado a emitir e remeter ao
requerente uma certidão donde conste menção expressa a esse deferimento. Quando há uma
causa de indeferimento obrigatório e a entidade coordenadora não decida dentro do prazo
legal, não há deferimento tácito mas é instituída a obrigação de devolução ao requerente da
taxa paga pelo procedimento.

O novo regime institui também um sistema de informação de suporte que, entre outras
virtualidades, permite ao industrial conhecer antecipadamente, através de um simulador, o
procedimento que se aplica ao seu caso, bem como acompanhar o seu processo nas suas
diferentes fases.

 É, por outro lado, reforçada a articulação com outros regimes, em especial com o Regime
Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE), a fim de evitar a duplicação de procedimentos
sempre que a exploração do estabelecimento industrial envolva a realização de operação
urbanística sujeita a controlo prévio. Ex: no caso dos estabelecimentos industriais do tipo 1
prevê-se a realização de uma vistoria única, que integre a vistoria determinada no âmbito do
RJUE. Esta harmonização visa também prevenir decisões contraditórias que frustrem as
legítimas expectativas dos particulares, designadamente no que respeita à apreciação em
razão da localização, efectuada a título exclusivo no âmbito daquele regime.

Este regime foi adaptado às condições específicas da Região Autónoma da Madeira pelo
Decreto Legislativo Regional nº 28/2009/M, em vigor a partir de 26 de Outubro de 2009.  

  Diplomas legais importantes:

Decreto Legislativo Regional n.º 28/2009/M, de 25 de Setembro, estabelece o regime de


exercício da actividade industrial na Região Autónoma da Madeira

 Decreto-Lei 209/2008, de 27 de Outubro, estabelece o regime de exercício da


actividade industrial (REAI) e revoga o Decreto-Lei n.º 69/2003, de 10 de Abril, e
respectivos diplomas regulamentares
 Decreto Regulamentar Regional 8/2007/M, de 12 de Novembro, elimina o acto
administrativo autónomo de registo obrigatório dos estabelecimentos industriais no
âmbito do cadastro industrial (Madeira)
 Decreto-Lei n.º 288/2007, de 17 de Agosto, concede aos requerentes de autorizações
ou licenciamentos de instalações industriais, de instalações do Sistema Eléctrico
Nacional, do Sistema Nacional de Gás Natural e do Sistema Petrolífero Nacional, a
possibilidade de instruírem desde logo respectivos pedidos com os pareceres
obrigatórios
 Portaria n.º 584/2007, de 9 de Maio, define os termos de apresentação dos pedidos de
instalação ou de alteração dos estabelecimentos industriais
 Portaria n.º 583/2007, de 9 de Maio, estabelece as regras de cálculo e actualização das
taxas devidas pelo exercício da actividade industrial
 Decreto-Lei n.º 174/2006, de 25 de Agosto, elimina o acto administrativo autónomo de
registo obrigatório dos estabelecimentos industriais, dispensando o industrial do
fornecimento de informação que já consta do processo de licenciamento
 Decreto-Lei n.º 152/2004, de 30 de Junho, estabelece o regime de intervenção das
entidades acreditadas em acções relacionadas com o processo de licenciamento
industrial
 Decreto Legislativo Regional n.º 9/2004/M, de 15 de Junho, define as entidades que na
Região Autónoma da Madeira exercerão as competências e atribuições previstas no
Decreto-Lei n.º 69/2003, de 10 de Abril, e no Decreto Regulamentar n.º 8/2003, de 11
de Abril, e respectivos regulamentos
 Despacho n.º 7064/2004 (2.ª série), de 7 de Abril de 2004
 Portaria n.º 1235/2003, de 27 de Outubro, estabelece o âmbito de aplicação do seguro
em articulação com os regimes de licenciamento dos estabelecimentos industriais
 Portaria n.º 474/2003, de 11 de Junho, define os documentos que devem instruir os
pedidos de autorização de localização de estabelecimentos industriais apresentados
junto das câmaras municipais ou das direcções regionais do ambiente e ordenamento
do território
 Portaria n.º 464/2003, de 6 de Junho, identifica os estabelecimentos industriais que
integram os tipos 1 a 4, à luz do critério de classificação previsto no referido decreto-
lei, bem como a entidade coordenadora do respectivo processo de licenciamento
industrial
 Decreto Regulamentar n.º 8/2003, de 11 de Abril, aprova o Regulamento do
Licenciamento da Actividade Industrial (republicado pelo Decreto Regulamentar n.º
61/2007, de 9 de Maio)

Direcção-Geral de Energia e Geologia

Sumário Executivo

A Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) é um serviço central da administração directa do


Estado, dotado de autonomia administrativa, responsável pela concepção, promoção e avaliação das
políticas relativas à energia e aos recursos geológicos, numa óptica do desenvolvimento sustentável e de
garantia da segurança do abastecimento.

 São atribuições da DGEG:

• Contribuir para a definição, realização e avaliação da execução das políticas energética e de


identificação e exploração dos recursos geológicos, visando a sua valorização, utilização apropriada e
acompanhamento do funcionamento dos respectivos mercados, empresas e produtos;

 • Promover e participar na elaboração do enquadramento legislativo e regulamentar adequado ao


desenvolvimento dos sistemas, processos e equipamentos ligados à produção, transporte, distribuição e
utilização da energia, em particular visando a segurança de abastecimento, a diversificação das fontes
energéticas, a eficiência energética e a preservação do ambiente;

 • Promover e participar na elaboração do enquadramento legislativo e regulamentar, relativo ao


desenvolvimento das políticas e medidas para a prospecção, aproveitamento, protecção e valorização dos
recursos geológicos, e o respectivo contexto empresarial e contratual;

 • Proceder a acções de fiscalização nos domínios da energia e recursos geológicos, nos termos da
legislação aplicável aos respectivos sectores;

 • Apoiar o Governo na tomada de decisão em situações de crise ou de emergência, no âmbito da lei, e


proporcionar os meios para o funcionamento permanente da Comissão de Planeamento Energético de
Emergência (CPEE);

• Apoiar a participação do Ministério da Economia e da Inovação no domínio comunitário e internacional,


nas suas áreas de intervenção, bem como promover a transposição de directivas comunitárias e
acompanhar a implementação das mesmas.

Diplomas legais relevantes :

 Decreto-Lei n.º 139/2007, de 27 de Abril, aprova a orgânica da Direcção-Geral de


Energia e Geologia

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