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Da planta

ao jardim
Um guia fundamental para jardineiros
amadores e profissionais.

Assucena Tupiassu
Da planta ao jardim

Um guia fundamental para jardineiros


amadores e profissionais.

Segunda Edição - 2018

Assucena Tupiassú
Ao meu pai (em memória) por
ter me dado nome de flor.

À minha mãe (em memória),


maior semeadora de amor,
que me fez germinar em solo fértil
e cuidou para que nunca faltassem
nutrientes, luz, água e muito amor.

Às minhas irmãs e ao meu irmão, por


terem sempre me tratado como uma flor.
Agradecimentos 2018

No dia do lançamento da primeira edição deste livro, eu, minha família, meus amigos (incluindo vários
professores e ex-alunos da Escola de Jardinagem) estávamos muito felizes. Especialmente minha mãe, que
mostrava no rosto o mais lindo sorriso dizendo: Valeu a pena! O esforço dela e o meu.

Agradeço muito à:

D. Angelina, minha mãe, que foi, é e sempre será meu maior amor, inspiração e referência. Ela insistiu
muito que eu fizesse essa segunda edição.

Giuliana Velasco, pelas correções técnicas e incentivo, sempre com muito humor, competência e carinho.

Beatriz Tupiassú Assis Lemos, pela revisão e por ter me enchido de orgulho por sua prontidão, dedicação
e eficiência.

Maria José de Almeida Prado, Tereza Kobashikawa, Lilian Yatabe, Lucia Nunes, Nilce Morais Pinto
e Daniel Tapia (gramados) pelas fotos que enriqueceram o livro e pela amizade.

Todo Grupo da Jardinagem por me fazer sorrir, mesmo nos momentos tristes.

Marina Nunes, que realizou o projeto gráfico, capturando tudo do jeitinho que eu queria e fez um livro
mais belo do que eu poderia imaginar.

A toda equipe da Amazon, especialmente ao Alexandre Munhoz, pelo carinho nesta publicação.

Todos aqueles que procuraram o livro “Da Planta ao Jardim”, me incentivando a fazer a 2ª. Edição.

Especialmente a você que está lendo o livro a quem eu espero poder ajudar na arte da jardinagem.
10/2008
Agradecimentos 2008

Um dia, uma aluna me disse que estava na cara que eu gostava muito do que fazia, pois quando eu falava
sobre plantas, parecia que uma luz brilhava em volta de mim. Na hora não pensei muito, agradeci e ponto,
mas depois pensei no assunto e concluí que a luz que ela via era o reflexo do brilho dos alunos. Dos que
gostam de plantas e querem fazer lindos jardins, a eles meus agradecimentos.
Minha intenção, quando comecei este trabalho, era registrar parte do que falo nas minhas aulas. Não
me preocupei com muitos detalhes ou nomes, mas sim com aquilo que realmente acredito que vai ajudar a
quem pretende cultivar jardins.
A maneira como escrevi reflete a simplicidade das minhas aulas no Projeto Crer-Ser “Germinando a
cidadania”, curso de capacitação profissional em jardinagem, onde aprendo mais do que ensino e agradeço
por fazer parte da vida desses jovens.
Os momentos alegres e valiosos que passo com os meus alunos do Crer-Ser, do Curso de Jardinagem e de
Paisagismo, me fazem Crer e Ser. Esta é minha retribuição.

Agradeço também a várias pessoas especiais que enriquecem minha vida:


Selma Reyes, que me ensina a acreditar nos sonhos de nossos alunos e nos meus também.
Bia Fugulin, por dar forma ao livro desde o início e me incentivar até a sua concretização.
Todos da família Morais Pinto, minha segunda família.
Amigos do Centro Empresarial de São Paulo pela força que sempre me deram, em especial
ao eng. Marcos Maran.
Amigos da Escola de Jardinagem do Parque Ibirapuera, com os quais aprendo diariamente nas conversas e
brincadeiras.
Muitas das fotos deste livro foram tiradas no Centro Empresarial de São Paulo e no Parque Ibirapuera.
Minhas parceiras do Crer-Ser, Juçara, Suzete e Cecília.
Maria José, Lilian e Bel, com quem compartilho a alegria dos belos jardins e do investimento em educação
ambiental.
Minhas grandes incentivadoras: Selma Paschini, Terezinha Sbrissa, Marisa Urban, Nilce Morais.
Amigos do São Paulo Golf Club.
Todos os amigos cujos nomes não estão citados aqui, mas que estão presentes em meu coração.
Agradecimento especial aos amigos da Editora Nobel: Ary Kuflik Benclowicz, por ter acreditado no livro
e feito acontecer; Maria Elisa Bifano, minha editora, por toda capacidade, paciência e carinho; Vivian
Valli e Julio Portellada, por terem colocado arte e finalizado com eficiência e a todos que participaram da
produção deste livro.
Sumário

Prefácio • 11
Apresentação • 14
Introdução • 16

Capítulo 01 – Plantas • 22
Capítulo 02 – Solo • 36
Capítulo 03 – Ferramentas • 47
Capítulo 04 – Multiplicação das plantas • 55
Capítulo 05 – Gramados • 81
Capítulo 06 – Ervas invasoras • 99
Capítulo 07 – Forrações • 107
Capítulo 08 – Arbustos • 118
Capítulo 09 – Plantas pendentes • 132
Capítulo 10 – Floríferas • 146
Capítulo 11 – Hortas • 165
Capítulo 12 – Palmeiras • 171
Capítulo 13 – Árvores • 179
Capítulo 14 – Plantas para ambientes internos • 198
Capítulo 15 – Como escolher uma planta • 221
Capítulo 16 – Pragas e doenças • 229
Capítulo 17 – Manutenção • 237

Considerações Finais • 251


• Prefácio •

Prefácio

O
Brasil é conhecido pela grande Foi neste contexto que a jovem paraense, auto-
exuberância e beleza natural e, ra desta obra, encontrou o terreno ideal para
certamente, é um dos países que semear seu amor pelo verde, pelas plantas,
ostenta a maior diversidade em sua fauna e pelas flores. É possível que este amor e talento
flora. Apesar de termos consciência desse para lidar com a flora brasileira tenha sido
privilégio, nós, brasileiros, não temos sido predestinado, afinal, ela tem nome de flor.
educados e sensibilizados no sentido de Assucena Tupiassú tem dedicado todo seu
preservar essa riqueza. talento, sua atenção e energia à preservação do
verde. Bióloga de formação, Assucena desen-
Temos assistido, pacificamente, a todo tipo de volveu sua carreira na área de paisagismo e
desrespeito à natureza em nosso território e urbanismo. O Parque do Ibirapuera é a sua
muito pouco temos feito para nos reeducarmos morada e paixão.
e educarmos nossos jovens no que se refere às
questões do meio ambiente. Por meio de suas atividades profissionais
desenvolvidas no Parque Ibirapuera, junto à
Presenciamos nos grandes centros urbanos a Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura
edificação comercial e residencial sem o devido de São Paulo, dedica-se a transmitir seus
planejamento urbanístico. Quando comparada conhecimentos sobre jardinagem em cursos e
com países vizinhos, a cidade de São Paulo, palestras, e também lecionando no Crer- Ser,
locomotiva empresarial e industrial da Améri- projeto voltado à profissionalização de meni-
ca Latina, é uma das cidades com menor área nos e meninas em jardinagem.
verde por habitante.
Didático e objetivo, Da planta ao jardim desmis-
Vista sob qualquer perspectiva, São Paulo é um tifica a arte de criar e cuidar de jardins. Com
aglomerado de quadras densamente edifica- formato prático e ilustrativo, esta obra orienta
das e cortadas por ruas e avenidas áridas. Nas o leitor da identificação das inúmeras espécies
calçadas estreitas de concreto e pontuadas de de plantas e os cuidados específicos que cada
postes de eletricidade não há verde. Raras são uma delas requer, à elaboração do projeto de
as praças, e as existentes muitas vezes encon- um jardim completo.
tram-se praticamente em estado de abandono.
E os parques são ainda mais raros e disputados A simples leitura deste livro transporta o leitor
nos fins de semana do paulistano. para a infinita paz e harmonia que reina no

11
• Prefácio •

mundo da flora e acende o desejo da aproximação e do contato com a natureza.


A cada página virada, o reconhecimento de que se faz necessário mais verde nas
ruas da cidade. O ser humano sente-se bem junto à natureza e pode trazê-la para
mais perto de si, seja em grandes jardins ou em pequeninos vasos ornamentais.
Da planta ao jardim surge num momento muito apropriado, em que tanto se
fala de meio ambiente e de responsabilidade social. Não está destinado apenas
àquelas pessoas que gostam de plantas e que terão nesta obra um silencioso,
mas muito efetivo tutor. Destina-se, também, aos pais e professores que estejam
preocupados em sensibilizar crianças e adolescentes para a questão do verde e
dar-lhes uma formação mais consistente e robusta sobre o tema.

Será, ainda, de grande valor como aprimoramento e consulta para os milhares


de profissionais de jardinagem que atuam em nosso país, entre eles os atuais e os
já formados meninos e meninas treinados pelo Projeto Crer-Ser.

Destina-se, também, às empresas cidadãs que adotam praças e canteiros


num ato de colaboração com as prefeituras locais, contribuindo, assim, para
a melhoria da manutenção de áreas públicas. Em linha com os projetos de
responsabilidade social, essas empresas podem usar o conteúdo deste livro para
orientar funcionários interessados no tema, visando à criação de programas de
voluntários voltados para o aumento e melhoria das áreas verdes dentro e fora
da empresa.

Da planta ao jardim é o fruto de anos de estudo, trabalho, dedicação e, acima de


tudo, amor à natureza. Ao compartilhar seu conhecimento e sua experiência,
Assucena forma e incentiva milhares de novos jardineiros, que vão semear,
cultivar e, principalmente, respeitar a vida, transformando o árido presente em
florescente futuro.

Selma Paschini - Psicóloga e diretora executiva da Human Capital


Consultores Associados.

12
• Prefácio •

13
• Apresentação •

Apresentação

D
esde 1967, tive referências muito importantes ao longo de todos estes
anos. Mais do que o curso de agronomia e muitos de paisagismo, apren-
di com jardineiros, imigrantes italianos e espanhóis, que a jardinagem é
uma arte feita com capricho e amor, uma herança preciosa passada de pais para
filhos. Outros mestres ensinaram-me que jardim é um lugar para ser feliz. As-
sim, fui me aproximando de pessoas que, além do conhecimento técnico, tinham
também esse olhar.

“Você nunca mais será a mesma pessoa depois


de ter o privilégio de ver o mundo pelos
olhos de um índio.”

(Darcy Ribeiro)

Assucena nasceu em Belém, nome de flor e neta de índia. Profissional de pres-


tígio, de grande visibilidade pelos serviços prestados tanto como paisagista —
embelezando praças, residências, centros comerciais — ou atuando em causas
socioambientais. Uma líder que focaliza os problemas, dentro de um compro-
misso de valores, de excelência e respeito na busca de uma sociedade mais justa,
que promova a valorização das diferenças e a interdependência que permeia as
relações dos seres vivos.

Professora da Escola de Jardinagem do Parque Ibirapuera, ensina teoria e


práticas que auxiliam na compreensão do ambiente em que vivemos: água, seres
vivos, ar, luz, calor, bem como a identificação, o cultivo e manejo das diversas
plantas ornamentais e suas semelhanças com os demais seres vivos.
Bióloga, está sempre se atualizando, coletando informações e aplicando-as no
seu cotidiano.

14
• Apresentação •

Humanista, desenvolve, com outras pessoas, Por isso, mãos à obra. Transforme seu co-
desde 1985, o Projeto Crer-Ser, que promove a nhecimento em fazeres. Use bem seu tempo,
capacitação profissional de jovens em idade de aproveite a natureza. Ela não para de nos sur-
15 a 21 anos e a geração de renda em jardina- preender e encantar. Desenvolva uma atitude
gem, contribuindo para o processo de inclusão empreendedora, porque “todas as flores do
social e buscando caminhos em direção ao futuro estão nas sementes do hoje”
equilíbrio socioambiental e à vida digna. (provérbio chinês).

Fotógrafa, ilustra com belas fotos os dados Boa sorte!


científicos e técnicos.

Este livro é coerente com essa prática, um


convite ao prazer da jardinagem; uma orien-
tação a pessoas que cultivam ou gostam da
arte de fazer e projetar jardins. Uma base para
a identificação prática de espécies cultivadas
para fins ornamentais com descrições breves Terezinha Sbrissa
de suas características. Eng. Agrônoma e Paisagista.

15
• Introdução •

Introdução
• Jardinagem e Meio ambiente

A relação do homem com a natureza vem mudando com o tempo.


Os homens das cavernas, que caçavam e da caça comiam a carne, da
pele faziam roupas e dos ossos produziam ferramentas e utensílios, eram mais
um grupo de animais entre tantos outros.
Com o crescimento populacional as comunidades se tornaram nômades, ou seja,
mudavam-se cada vez que o alimento se tornava escasso, dando, assim, tempo à
natureza para se restabelecer, se recuperar.
Até 10 mil ou 12 mil anos atrás, o homem não conhecia as técnicas de plantio.
Saber cultivar plantas significa domesticar a natureza. O homem percebeu que,
no local onde eram jogadas as sementes não utilizadas na alimentação, nasciam
novas plantas da mesma espécie da semente. A partir dali, não precisou mais ir
atrás das plantas: ele podia trazer as plantas para perto de si.
As populações deixam de ser nômades, pois não têm de ir atrás do alimento, que
agora nasce onde é plantado. O homem se fixa no ambiente e, com isso, pode
começar a guardar, pois até então, ele só colhia o que conseguia consumir ou
carregar em sua jornada. O acúmulo de reservas, em consequência da fixação do
homem à terra, faz que aumente a retirada de bens da natureza.
Nesse exato momento, o homem deixa de pensar que faz parte da natureza para
ser o dono dela.
Com o crescimento da população, a formação das cidades, a mudança dos
homens do campo para os centros urbanos e a industrialização, os problemas
ambientais foram aumentando.
Nós transformamos a natureza o tempo todo, e quase sempre ela sai perdendo.
Árvores que são transformadas em móveis, papéis, lápis etc., rios que são modi-
ficados para gerar energia elétrica, montanhas que são dinamitadas para virar
pedras, fósseis transformando-se em combustíveis etc. A nossa própria respira-

16
• Introdução •

ção transforma oxigênio em gás carbônico. adaptam aos diversos ambientes, porém o
Quando fazemos modificações nas plantas homem interfere de tal maneira que as plantas
para transformá-las de modo que melhor não conseguem sobreviver e algumas até en-
atendam às nossas necessidades, acabamos, tram em extinção.
muitas vezes, por torná-las mais sensíveis e Uma das grandes riquezas do Brasil é a sua
fracas, sempre perdendo na competição com biodiversidade, afinal, temos diversos ecos-
ervas invasoras; aliás, é por isso que as chama- sistemas e estamos na zona dos trópicos, com
das ervas daninhas são tão resistentes: porque temperatura boa para desenvolvimento de
não foram modificadas geneticamente pelo muitas espécies.
homem. Com isso, o uso de defensivos para No mundo, estima-se que existam 8,7 milhões
matar as invasoras acaba por contaminar as de diferentes espécies de seres vivos; o cálcu-
plantas, o solo e muitas vezes o lençol freático, lo foi publicado por cientistas do Censo da
sem falar na contaminação do próprio homem Vida Marinha na revista PloS Biology, sendo
que aplicou o produto. que 298 mil são plantas. O Brasil, com 7% da
A natureza nos dá vida. Sem as plantas não superfície terrestre, é o país com a maior diver-
haveria vida, e por isso é fundamental sua sidade genética do mundo, abrigando mais de
preservação. 55 mil espécies catalogadas (Dias, 1996).
A jardinagem nos dá a chance de fazer a O desmatamento das florestas, não só no
transformação positiva, para melhorar a natu- Brasil, mas em todo o mundo, é de extrema
reza, reflorestar áreas, melhorar as condições preocupação, pois, além de modificar todos os
ambientais, trabalhar uma área feia e sem vida ambientes, ainda provoca um empobrecimento
e transformá-la em um maravilhoso jardim. da biodiversidade e afeta como um todo a vida
Temos sempre de harmonizar as atividades do planeta.
diversas e não agir sobre a natureza, contro- Lembrar que as plantas são seres vivos e fazem
lando-a, mas agir com a natureza, integrando parte do meio ambiente ajuda bastante na sua
nosso trabalho e respeitando-a. preservação. Observe as semelhanças entre o
As plantas se multiplicam, dispersam e se homem e as plantas no quadro a seguir.

17
• Introdução •

A jardinagem, quando feita com preocupação funcionando como filtro, ou até


ambiental e conhecimento de técnicas, é de barreira.
fundamental importância para o meio ambien-
te e para os outros seres vivos. 8. Ajudam no controle de enchentes, pois
Para muitos animais, a vegetação significa onde há plantas a terra é permeável, per-
sobrevivência, pois eles dependem diretamente mitindo que a água penetre no solo e não
dela para se alimentar e abrigar. A verda- fique acumulada sobre a superfície.
de é que nossa vida depende inteiramente
da presença das plantas no meio ambiente, 9. Ajudam a reabastecer o lençol freático
afinal, são seres autótrofos, que produzem seu com a água que desceu das áreas
próprio alimento (fotossíntese) e dão início à permeáveis.
cadeia alimentar.
Vamos citar alguns aspectos importantes da 10. Contribuem para o aumento da diversi-
presença das plantas em nossa vida: dade biológica, pois fornecem abrigo e
alimento para a maioria dos animais.
1. Áreas verdes proporcionam harmonia,
paz. Não é à toa que chamamos a natu- 11. Direta ou indiretamente, o que comemos
reza de Mãe Natureza, pois é onde nos vem das plantas terrestres ou aquáticas.
sentimos protegidos.
12. Muitas pessoas trabalham na produção,
2. Deixam os espaços mais bonitos e agra- transporte, comércio, criação e execução
dáveis. de projetos de jardins. É uma das áreas
que mais cresce no Brasil.
3. Reduzem a poluição do ar, pois pela
fotossíntese transformam gás carbônico 13. Participam da economia, pois produzem
em oxigênio, além de funcionarem madeira, celulose, resina, látex, perfu-
como filtro, retendo as partículas mes, corantes etc.
suspensas no ar (poeira) em suas folhas e
impedindo que entrem em nosso sistema 14. Servem de proteção nas estradas, dimi-
respiratório. nuindo acidentes.

4. Protegem o solo e controlam a erosão. 15. Diminuem e conduzem ventos, agindo


Suas raízes evitam o desmoronamento, como uma barreira.
pois seguram e mantêm a terra.
16. Amenizam temperaturas, não só por
5. São fundamentais para o controle da produzir sombra, mas, também, por
poluição dos cursos de água. Agem como aumentar a umidade relativa do ar.
filtro para lixo e poluentes. 17. Escondem ou realçam detalhes de
construções.
6. São utilizadas na produção de remédios,
naturais e sintetizados. Se, de alguma forma, a prática da jardinagem e
suas técnicas de cultivo levaram à degradação
7. Ajudam a controlar a poluição sonora, ambiental — pois como vimos anteriormente,

18
• Introdução •

Período Planta Ser humano Necessidades

Concepção Fecundação Fecundação Divisões celulares

Nascimento Semente Bebê Separação do corpo


da mãe

Crescimento inicial Germina, quebra a Dependência dos Cuidados para não


casca e se lança na vida primeiros meses faltar alimento e
água, evitar exposição
a muito sol

Crescimento Cresce, respira, trans- Cresce, respira, trans- Água, luz, alimento e
pira, faz fotossíntese e pira, elimina resíduos cuidados
elimina resíduos

Crescimento Produz raiz e caule Corpo cresce Água, alimento, ven-


tilação, um pouco de
sol, cuidados para não
ficar doente

Crescimento Raízes se ramificam, Corpo cresce Água, alimento,


produz mais ventilação, mais sol,
galhos e folhas cuidados para não
ficar doente

Fase adulta Produz flores Corpo cresce, mais Água, alimento,


pêlos, músculos, mo- ventilação, mais sol,
dificações hormonais cuidados para não
ficar doente. Atrair
parceiros

Reprodução Flor atrai insetos, aves, Sai para festas, Água, alimento,
e outros polinizadores, bares etc. Há atração ventilação, mais sol,
através de perfumes, através de perfumes, cuidados para não
beleza e cores formas, roupas, boa ficar doente. Atrair
conversa parceiros

Produção de Óvulo é fecundado Óvulo é fecundado Água, alimento, ven-


descendentes dentro do ovário. Flor dentro do ovário. Mu- tilação, sol, cuidados
se transforma em fruto lher engravida e seu para não ficar doente
que contém a semente corpo sofre modifica-
ções para crescimento
do bebê

Nascimento do filho Produção da semente Produção do bebê Água, alimento,


ventilação, mais sol,
cuidados para não
ficar doente

Envelhecimento Folhas ficam amarelas, Cabelo fica branco, Água, alimento, ven-
perdem um pouco de pele enruga e perde tilação, sol, cuidados
vigor um pouco do vigor paranão ficar doente

Morte Seiva deixa de circular Sangue deixa de São colocados na


e processos vitais pa- circular e processos terra
ram. Acaba por virar vitais param. Acaba
adubo para terra por virar adubo
para terra

19
• Introdução •

foi o que possibilitou que o homem se fixasse


à terra — essa mesma jardinagem é capaz de
recuperar os ambientes pela arborização e cria-
ção de jardins.
A relação da jardinagem com o meio ambiente
pode ser positiva ou negativa, dependendo do
jardineiro e do paisagista. Um jardim, além
de deixar o ambiente mais saudável e bonito,
pode ser um berçário para a produção de uma
infinidade de sementes, que por sua vez podem
germinar em outros locais, melhorando todo
o entorno. Mas a aplicação de defensivos
químicos, sem conhecimento e em excesso,
pode contaminar o solo e até o lençol freático.
Ainda podemos citar a retirada de espécies de
nossas matas — muitas vezes para utilização
em projetos de paisagismo —, que acabam por
morrer, pois não se adaptam ao novo ambien-
te, o que pode levar várias espécies à extinção.
Contudo, podemos afirmar que o papel do
jardineiro e do paisagista é fundamental para
deixar o ambiente mais limpo e saudável, me-
lhorando a qualidade de vida das pessoas.

• Postura do jardineiro
Assim como ocorre em todas as outras profis-
sões, quase sempre as atitudes do jardineiro
irão determinar se ele vai ou não continuar
trabalhando. Existe uma série de itens que são
importantes, mas vamos citar apenas alguns
neste capítulo:

• conhecer o assunto – só assim o empre-


gador terá confiança para contratar o
jardineiro.

• cumprimento de horário – chegar na


hora combinada e ficar até o fim do
período trabalhando com a mesma

Fotomontagem: Ana Claudia Delfini.

20
• Introdução •

competência. É obvio que, dependendo qualquer coisa, é preciso pedir autoriza-


da temperatura, presença de chuva e pe- ção para o cliente. Caso não haja tempo
ríodos após refeições, há uma diferença para isso — se for algo urgente e ele não
no rendimento, mas o importante é que estiver —, assim que chegar, ele deve ser
a qualidade do trabalho seja mantida. comunicado. Esses cuidados são funda-
mentais para uma relação de confiança e
• limpeza no serviço – manter a ordem respeito entre cliente e jardineiro.
no trabalho muitas vezes determina
sua qualidade. A medida que descarta • ser justo no orçamento – saber avaliar o
materiais que não serão utilizados na trabalho e quanto tempo será necessário
execução do jardim, é certo que os colo- para realizá-lo. Não se deve cobrar pela
que em sacos de lixo e os separe. Retirar aparência do cliente ou pelo tipo de casa,
o excesso de terra da bota resulta em não mas pelo real valor do trabalho.
ter de gastar um tempo enorme depois,
limpando todos os lugares por onde o • vestir-se adequadamente para o trabalho
jardineiro passou. O mais importante é – mesmo com muito calor, é importante
deixar tudo organizado e limpo no final que o jardineiro esteja com o uniforme
do trabalho, ferramentas limpas, secas e de trabalho, ou roupas confortáveis, que
guardadas no lugar certo. Todos os luga- protejam a maior parte do corpo: calça
res onde ficou algum tipo de sujeira de- comprida, camisa ou camiseta de man-
vem ser limpos. Muitas vezes, o cliente gas longas, botas ou sapatos fechados e
não percebe como o jardim ficou bonito, chapéu ou boné. É importante também
pois há lixo e sujeira por toda parte. que o uniforme esteja limpo ao iniciar o
serviço e ter sempre uma capa de chuva
• responsabilidade no trabalho – fazer e uma bolsa de ferramentas para cinto.
e deixar bem-feito, saber o que está
fazendo. Se o cliente perguntou ou pediu • higiene corporal e com as vestimentas
algum serviço que não sabemos fazer, – Muitas vezes, por esses detalhes, o
é melhor dizer a verdade, pedir algum empregador relaciona a falta de cuida-
tempo para pesquisar e descobrir como do pessoal com a falta de cuidado no
se faz. A maioria das ferramentas é serviço.
altamente cortante e muito perigosa.
A atenção e a seriedade no serviço são
fundamentais para um bom trabalho
sem acidentes.

• honestidade – às vezes, o que parece sem


importância pode desencadear um pro-
blema. É importantíssimo que o cliente
tenha confiança no jardineiro, pois
muitas vezes ele é responsável não só
pelo jardim, mas pela casa toda. Toda vez
que vamos retirar, mudar ou jogar fora

21
Capítulo 01 • Plantas

• Capítulo 01
Plantas
22
Capítulo 01 • Plantas

Capítulo 01

Plantas

A
s plantas surgiram há aproximada- sombreados; podem crescer no solo ou sobre
mente 400 milhões de anos no meio outras plantas. A este grupo de plantas damos
aquático e, com o passar do tempo, o nome de briófitas.
sofreram modificações que lhes permitiram Na sequência evolutiva vem o grupo das pte-
viver no ambiente terrestre. ridófitas, do qual as samambaias fazem parte.
Mesmo saindo do ambiente aquático, a maior Assim como os musgos, as samambaias não
parte das plantas é constituída de água – produzem flores, multiplicam-se assexuada-
aproximadamente 90%. Para manter toda essa mente por esporos — aquelas bolinhas de cor
água, as plantas tiveram de criar órgãos espe- ferrugem que aparecem na parte inferior da
cializados, como a cutícula impermeável, que folha — ou por divisão da planta. Vivem em
funciona como uma capa protetora e impede ambientes úmidos e sombreados. Na maioria
que a água seja perdida por evaporação; ape- das plantas deste grupo, parece que as folhas
nas alguns poros presentes nessa capa deixam saem do solo (sem caule), mas muitas têm um
que as plantas respirem e transpirem. Outro caule modificado, que cresce paralelo ao solo,
aperfeiçoamento foi a formação das raízes, que ou não, chamado rizoma.
são responsáveis pela retirada da água do solo, Das plantas que crescem e vivem em ambientes
pela distribuição dessa água para as outras secos, há dois grupos: as gimnospermas e
partes da planta e também por manter a planta as angiospermas. As duas produzem flores,
fixa no solo. mas a grande diferença entre elas é que as
As primeiras espécies que conseguiram gimnospermas (pinheiros, cycas e ginko –
desenvolver esses órgãos foram as do grupo representantes mais comuns) não têm frutos
dos musgos, que conquistaram o ambiente para proteger as sementes.
terrestre; no entanto, elas não são totalmente O grupo das angiospermas é constituído de
evoluídas, pois não possuem flores, frutos nem plantas aptas a viver em ambientes diferentes
sementes. Sua estrutura especializada a para e que apresentam flores de diversos tipos e
reprodução são os esporos, células envolvidas cores. Engloba a maioria das plantas usadas
por uma parede celular, muito resistente e nos jardins, das orquídeas às árvores maiores,
que, diferentemente das sementes, não têm como o ipê-amarelo.
reservas, dependendo, assim, de condições
ambientais para se desenvolver. Seu caule é
subdesenvolvido. Normalmente, os musgos
são pequenos e vivem em ambientes úmidos e

23
Capítulo 01 • Plantas

Briófitas. Pteridófitas.

Cycas. Gimnospermas.

Angiospermas.

24
Capítulo 01 • Plantas

Partes das Plantas


• Raiz
É a primeira estrutura que sai da semente em germinação; a partir deste
momento, é responsável pela fixação da planta e pela absorção de nutrientes e,
logo a seguir, pela condução dos nutrientes e das reservas.
As raízes podem ser classificadas em:

1. Subterrâneas – Ficam sob o solo.

• Pivotantes – têm uma raiz primária com crescimento acentuado para baixo
e que dá origem a ramificações ou raízes laterais.
• Fasciculada – a raiz primária tem vida curta, ficando apenas com raízes
adventícias, que se formam a partir do caule.
• Superficiais ou tabulares – crescem rentes à superfície. Quando plantadas
em calçadas, costumam causar danos.

2. Aéreas – Ficam ao ar livre (fora da terra ou da água). Muitas vezes ajudam a


dar sustentação a galhos muito pesados.

3. Aquáticas – Ficam submersas na água.

Raízes fasciculadas. Raízes aéreas.

25
Capítulo 01 • Plantas

Raízes tabulares. Raízes aquáticas.

Raíz pivotante.

A mesma planta pode ter raízes que se apresentam de diversas formas; por exemplo, a existência
de uma pedra muito grande abaixo da árvore pode fazer com que sua raiz se desloque para os
lados para dar sustentação à planta e pareça superficial. A localização do lençol freático ou de
outra fonte de água também interfere na forma da raiz, que pode, às vezes, torna-se muito maior
para poder alcançar a água.
É importante saber que a raiz principal se ramifica em raízes laterais, que também se ramificam.
Somente essas ramificações finais, as raízes bem finas (pelos), são responsáveis pela nutrição
da planta. Assim, concluímos que a adubação não deve ser feita no colo da planta e sim no final
das raízes. Como as raízes não são facilmente visíveis, uma maneira de saber o melhor local
para a adubação é traçar uma linha reta ao final de toda a circunferência da copa da árvore.
Nem sempre a raiz é do tamanho da copa: algumas vezes é menor e muitas vezes é maior, mas
partimos da suposição de que, para manter o equilíbrio da planta, a raiz deve ser proporcional ao
tamanho da copa. A variação do tamanho depende principalmente da umidade e do tipo de solo.

26
Capítulo 01 • Plantas

• Colo da planta
Área que fica entre a raiz e o caule – área de transição. Não pode ser aterrado
nem exposto demais.

• Caule
Também chamado tronco, no caso de árvores, é a parte aérea da planta, com
exceção de caules modificados. É útil principalmente para reserva de alimento
e multiplicação, e muitos podem ser subterrâneos. Não é raro identificarmos
uma planta somente olhando para o seu caule, de tão peculiares que podem ser.

Cerne

Xilema

Câmbio

Floema

Casca

27
Capítulo 01 • Plantas

Suas principais funções são: produção e sustentação de folhas, flores e frutos,


condução da seiva e acúmulo de reserva.
Apresenta dois tipos de crescimento: para cima, através da gema apical, e para
os lados, pelo câmbio, e é composto de camadas.

• Câmbio – é o centro formador de células novas, as quais podem migrar


para dentro ou para fora. Quando migram para dentro, formam o xilema,
responsável por levar água e nutrientes para as folhas, que fazem, assim,
a fotossíntese. Quando migram para fora, formam o floema que, após a
fotossíntese, leva a seiva elaborada para as outras partes da planta.
• Casca – formada pelas células envelhecidas do floema, é responsável pela
proteção da planta.
• Cerne – é a camada no interior da planta formada por células envelhecidas
do xilema.

• Folha
Uma boa parte da planta é composta de folhas ou folhas que se modificaram e se
transformaram em outras partes dessa planta. Podem se diferenciar e ter aspec-
tos bem distintos, que vão lhe conferir maior ou menor resistência; por exemplo,
as folhas mais grossas são mais resistentes que as finas, pois têm mais camadas,
podem armazenar mais água e são mais resistentes ao vento.
Existem vários tipos de folhas e, às vezes, o que chamamos de folha são folíolos
(folha pequena), que, quando agrupados, formam a folha composta, ligadas pelo
pecíolo (cabinho) à raque (eixo central de estrutura ramificada).

Tem como função realizar os seguintes processos:

• Fotossíntese – produção do alimento para a planta. O processo se inicia a


partir da captura de água e nutrientes, por meio dos pelos das raízes. Assim,
água e nutrientes são transportados pelo xilema, atingindo as folhas. Nas
folhas, se dá o contato com o gás carbônico presente no ar e, com a ação da
luz solar, há a transformação de tudo isso em oxigênio e seiva elaborada. O
oxigênio é devolvido para o ar e a seiva é distribuída para toda a planta pelo
do floema.

• Respiração – como todo ser vivo, as plantas também respiram; por isso,
é importante que as folhas não fiquem cobertas por poeira. As plantas
também respiram pelas raízes. Assim, o excesso de água no solo, que ocupa
os espaços destinados ao ar necessário para a respiração, pode causar o
apodrecimento da raiz e leva à morte da planta.

28
Capítulo 01 • Plantas

• Transpiração – é a liberação da água que sobrou no processo de


fotossíntese. Serve, também, para controlar a temperatura na planta. É
importante que a planta transpire e necessite de mais água para, assim,
absorver mais nutrientes.
• A folha pode ser modificada para a proteção da flor: bráctea; ou para a
fixação da planta: espinhos e gavinhas.

Folha simples. Folha composta.

Folha palmada. Folha pinada.

29
Capítulo 01 • Plantas

Folha bipinada.

• Flor
A flor é uma das estruturas que mais se destaca em uma planta. Ela possui cores,
formas e perfumes diferentes, que atraem pássaros, insetos etc., que, os quais,
irão garantir a reprodução das plantas. Como foi dito anteriormente, nem todas
as plantas possuem flores, que são órgãos bastante evoluídos: o sistema reprodu-
tor da planta. Somente nas gimnospermas e angiospermas ocorre a fecundação
de uma célula sexual feminina por uma masculina e, a seguir, nas angiospermas,
o ovário se transforma em frutos e os óvulos, em sementes.

Bracteas coloridas (folhas modificadas).

Sem dúvida, a flor é a parte da planta responsável pelo encantamento e, por


muitas vezes o que pensamos ser uma flor é uma inflorescência, ou seja, um
conjunto de flores.

30
Capítulo 01 • Plantas

As flores possuem diversos órgãos, como:

• Cálice – é formado por um conjunto de folhas modificadas, as sépalas, quase sempre verdes.
• Corola – também formada por folhas modificadas chamadas pétalas. Geralmente, é a parte
mais atraente da flor, pois possui cores e formas diferentes.
• Perianto – é formado pelo cálice e pela corola. Tem como função proteger os órgãos
reprodutores da flor — o androceu e o gineceu — e atrair agentes polinizadores.
• Androceu – é o órgão masculino da flor, formado por um ou mais estames, que são compos-
tos de: antera, filete e conectivo.

Estigma
Estilete
Pólem
Corola (pétalas)
Antera
Óvulos
Filete
Ovário
Cálice

Estigma

Estilete

Pétala

Antera
Filete

Sépala

31
Capítulo 01 • Plantas

• Antera – região dilatada que se situa na ponta do estame; é aí que se for-


mam os grãos de pólen, a estrutura reprodutora masculina.
• Filete – haste que sustenta a antera.
• Conectivo – região onde se ligam o filete e a antera.
• Gineceu – é o órgão feminino da flor. Constitui-se de um ou mais carpelos,
que são folhas modificadas, e é composto de estigma, estilete e ovário.
• Estigma – parte achatada do carpelo, situada na sua extremidade superior;
secreta um líquido pegajoso que contribui para a fixação do grão de pólen.
• Estilete – tubo estreito que liga o estigma ao ovário.
• Ovário – parte dilatada do carpelo, onde se formam os óvulos.

Flor de Ingá. Flor de Manacá.

Flor de pau-brasil. Flor de capim-dos-pampas.

32
Capítulo 01 • Plantas

• Fruto
Após a fecundação dos óvulos, o ovário
inicia o crescimento, com modificações de
seus tecidos provocadas pela influência de
hormônios vegetais, que produzirão o fruto
com consistência, cor e sabor. Os frutos
mantêm-se fechados até que a semente esteja
pronta para germinar e, a partir daí eles
amadurecem e podem se abrir, liberando as
sementes, como as vagens do ipê-amarelo;
alguns frutos, chamados indeiscentes, não
Pata-de-vaca.
liberam sementes, por exemplo, sâmara do
Araribá.

Araribá. Sapucaia.

Jequitibá.

33
Capítulo 01 • Plantas

Mandacarú.

Sua função não é só produzir alimento para o homem, mas, principalmente, proteger as semen-
tes (basta lembrar que, em várias árvores, os frutos caem de muitos metros de altura e, se não
fosse a polpa da fruta, as sementes se quebrariam ao atingirem o solo). Alguns frutos possuem
estruturas especiais que grudam na pele dos animais para que estes os levem para outros lugares.
Outros possuem, ainda, estruturas que funcionam como asas e facilitam a dispersão das semen-
tes. As sementes são espalhadas, também, pelos animais que ingerem os frutos e as soltam por
meio das fezes.
Os frutos dividem-se basicamente em 3 camadas:

• Epicarpo – também conhecido como casca, é a camada externa, normalmente membranácea


e fibrosa; pode ser lisa, rugosa, pilosa ou espinhosa.
• Mesocarpo – é a camada abaixo do epicarpo, suculenta, que pode ou não armazenar
substâncias de reserva.
• Endocarpo – é a camada mais interna e normalmente, mais rígida que envolve as sementes
(como o caroço dos pêssegos).

• Semente
É responsável pela multiplicação da planta e pela preservação da espécie no planeta. É origina-
da do óvulo fecundado. É formada por tegumento ou casca, embrião e endosperma. Quando a
semente encontra condições apropriadas, o embrião dá origem a uma nova planta.
As sementes possuem reserva de alimento, óleo, amido e proteínas no endosperma para manter a
planta até que ela germine e produza seu próprio alimento.
A casca, além de proteger, ainda restringe a perda de água. Para que o embrião germine, este
tegumento tem de se romper, o que, quase sempre, ocorre em contato com água e umidade. No
entanto, muitas vezes, é necessária escarificação mecânica, que ocorre naturalmente quando a
semente cai no chão. Algumas precisam passar pelo tubo digestivo ácido de animais; para imitar

34
Capítulo 01 • Plantas

esta condição, colocamos algumas sementes em solução ácida, como vinagre.


As sementes podem ficar anos em dormência até que as condições apropriadas apareçam e as
façam germinarem.
Podem ser divididas em duas partes – as dicotiledôneas (cotilédone significa partes), como feijão,
soja, ervilha etc. — ou não se dividir, como milho, arroz etc., que são monocotiledôneas.
Existem sementes de diversos tipos, cores, formas e, especialmente, com estruturas desenvolvi-
das para garantir ou aumentar as chances de germinação.

1. Semente de Guapuruvu.
2. Semente de paineira.
3. Sementes de Ipê-amarelo.
4. Sementes de acerola.
5. Sementes de dente-de-leão.

35
• Capítulo 02
Solo
Capítulo 02 • Solo

Capítulo 02

Solo

O
solo é o local de onde a planta retira a água e os nutrientes para seu
desenvolvimento. Quanto melhores forem suas características, mais
saudáveis serão as plantas. É a camada superficial da crosta terrestre e
serve como suporte, fixação e alimentação das plantas. Um bom jardineiro sabe
que o trabalho deve ter início com o tratamento do solo – vale a pena ter cuidado
no início para não ter problemas no futuro. O solo deve conter água, nutrientes
e ser arejado.

37
Capítulo 02 • Solo

Composição • Água – dizemos que as plantas bebem


o alimento, pois a planta absorve os
nutrientes dissolvidos na água. A
quantidade de água é inversamente
O solo apresenta quatro partes principais: ar, proporcional à quantidade de ar, ou seja,
água, matéria orgânica e matéria mineral. A se houver muita água, o solo terá pouco ar.
quantidade de cada um deles depende do tipo O ideal é que água e ar estejam na mesma
de solo e da necessidade da planta. proporção.

• Ar – quanto mais arenoso for o solo, • Matéria orgânica – é formada por aquilo
mais haverá espaço entre os grãos. Em que “um dia teve vida”, como resíduos
solos argilosos, a quantidade de ar é bem animais e vegetais que entram em
menor. É fundamental que exista ar, caso processo de decomposição. Quando esses
contrário, as raízes não respirarão e a resíduos apresentam aspecto de terra
planta morrerá, porém, o excesso de areia escura, sem cheiro e segurando umidade,
dificulta a fixação da planta e deixa a água está pronto o composto orgânico. É
ser drenada. fundamental para deixar o solo mais solto

38
Capítulo 02 • Solo

e úmido, melhorando as propriedades


físicas e facilitando o enraizamento, além
de fornecer nutrientes.

• Matéria mineral – todo material


originado das rochas; sua cor depende da
rocha que lhe deu origem. Temos como
exemplo areia, argila, silte, pedrisco etc.

Composto orgânico

Ar

Mineirais

Água

Chamamos de substrato a terra preparada.


Ele deve conter os três elementos principais:
areia, terra de jardim/argila e composto
orgânico. Para uma mistura básica devemos
colocar 1/3 de cada.

• Perfil do solo
Para facilitar o estudo, falaremos sobre toda
a estrutura do solo, desde as camadas ou

39
Capítulo 02 • Solo

horizontes paralelos à superfície até a rocha- mãe que deu origem ao solo.

• Horizonte “O” — camada superficial com material em decomposição de animais e vegetais.


Atinge poucos centímetros.

• Horizonte “A” — após a decomposição, esse material começa a descer e se misturar com
a parte mineral. É onde está a melhor terra e é aí que se desenvolvem as raízes. Atinge
aproximadamente 30 cm. Dependendo da região, pode levar muitos anos para se formar, por
isso deve ser bem cuidado.

• Horizonte “B” — de consistência bem mais compactada e dura, atinge vários metros;
é o subsolo. Quando são feitas covas para plantio de árvores e arbustos, é a camada que
mais preocupa, pois ela é dura e as raízes precisam de solo mais poroso e úmido para se
desenvolverem. É no fundo desses orifícios que deve estar a terra de melhor qualidade.

• Horizonte “C” — camada onde encontramos a rocha-mãe desintegrada ou em processo de


desintegração.

• Rocha-mãe — a rocha que deu origem ao solo.


• É importante lembrar que a camada mais importante para as plantas — e que deve ser
preservada — é a camada superficial (Horizonte “O” e “A”). Geralmente, é ela que sofre todas
as agressões, como a deposição de lixo, entulho, ácidos etc.

Para facilitar o estudo, falaremos sobre toda a estrutura do solo, desde as camadas ou horizontes
paralelos à superfície até a rocha- mãe que deu origem ao solo.

Análise da terra

• Análise física

Em um primeiro momento, a análise do solo pode ser feita a olho nu, de acordo com sua
aparência. Um solo mais escuro significa um solo mais humoso; o mais claro é mais arenoso; e
o mais vermelho é mais argiloso. O tipo de rocha decomposta também pode originar solos de
diversas cores. Ainda conforme sua aparência, podemos verificar a consistência:um solo mais
duro quase sempre indica falta de composto orgânico.

40
Capítulo 02 • Solo

• Análise química
A análise química da terra é útil porque fornece o pH do
solo, permitindo corrigi-lo, caso seja necessário. É também
um método de avaliação de fertilidade, pois permite estimar
a quantidade de nutrientes essenciais necessária ao bom
desenvolvimento das plantas.
O pH é o potencial hidrogeniônico.
O solo é ácido quando a terra tem grande quantidade de íons de
hidrogênio. No Brasil, o solo é predominantemente ácido, pois
a grande incidência de chuvas arrasta elementos, como cálcio e
magnésio, da parte superficial do solo.
A alcalinidade resulta do acúmulo de sais e é encontrada em
zonas áridas e semiáridas.

• Escala do pH
São considerados ácidos todos os solos que tenham pH menor
que 7 e alcalinos os superiores a 7.
A média de pH dos solos cultivados no Brasil está entre 4,5 e
7,0, e o pH ideal para a maioria das plantas está entre 5,5 e 6,5.

1. Camada superficial.
2. Solo.
3. Rochas fragmentadas.
4. Rocha mãe.

0 7 14
Ácido Neutro Básico
(alcalino)

41
Capítulo 02 • Solo

• Preparo do solo • Nivele.


• Realize o plantio.
Caso a amostra apresente o pH ácido, devemos
efetuar a correção, pois em solo ácido a planta
não consegue capturar os nutrientes. Esta cor- • Compostagem
reção é chamada de calagem, pois adicionamos
calcário, que pode vir enriquecido com outros A compostagem é a decomposição dos resíduos
elementos, como o calcário dolomítico. Em orgânicos. Na primeira fase, ocorre pela
caso de solo alcalino, raro no Brasil, podemos ação de fungos, bactérias e actinomicetos e,
adicionar pó de enxofre. posteriormente, por protozoários, nematoides
O ideal é fazer a correção do pH 30 dias antes e insetos — lacraias, besouros e aranhas.
do plantio; a adição de areia, composto, outros As centopeias devem ser afastadas, pois
adubos orgânicos ou mesmo argila deve acon- consomem grande quantidade de matéria
tecer 5 dias antes do plantio. orgânica.
De modo geral, dizemos que adicionamos A compostagem baseia-se num processo
adubos mais enriquecidos em nitrogênio para biológico em que os microrganismos, na
plantas que precisam desenvolver as folhas. O presença de oxigênio, água, carbono e
fósforo é utilizado para intensificar o floresci- nitrogênio (em proporções adequadas),
mento e a frutificação, e o potássio, para maior transformam a matéria orgânica, como
desenvolvimento das raízes, deixando a planta estrume, folhas, talos, cascas e restos de
mais resistente a doenças. Como exemplo, comida, num material semelhante ao solo,
podemos citar tortas de folhas, como a de ma- chamado composto. Esse processo ocorre
mona e apara de grama como fonte de nitrogê- naturalmente; na compostagem, nós apenas o
nio, farinha de ossos, como fósforo, e cinzas de aceleramos.
madeira, como fonte de potássio. Na compostagem, ainda são produzidos gás
carbônico, calor e água. Com a transformação
Etapas para a preparação do solo: da matéria orgânica em gás carbônico e
vapor de água, ocorre a redução da massa
• Faça o levantamento do que existe e do volume do material que está sendo
na área. compostado; a redução é de normalmente 1/3 a
• Selecione material/plantas que 1/2 do volume inicial.
serão reaproveitadas. O ideal, quanto à umidade, é que, ao segurar o
• Colete o material para análise, se material, ele esteja como uma esponja úmida,
necessário. sem escorrer água. Em relação ao gás, não
• Faça a limpeza, retirando vidros, deve ocorrer aquecimento excessivo e quanto
latas etc. ao ar (oxigênio), deve-se evitar que o material
• Capine, de preferência retirando fique compactado. O nitrogênio é fonte de
as ervas invasoras com raiz, bulbos, energia e o carbono, de proteínas. Ambos são
rizomas etc. considerados ativadores, pois esquentam a
• Corrija o solo, se necessário. composteira.
• Adicione composto orgânico e areia. Podemos separar os resíduos em dois grupos:
• Faça a adubação orgânica, se
necessário. • Resíduos secos, que podem ser

42
Capítulo 02 • Solo

encaminhados para a reciclagem. embaixo vai para cima e vice-versa. Em 90


Existem diversos pontos de recebimento dias, normalmente, o composto já estará bem
desse material: vale a pena escolher curado. A fim de eliminar gases, coloque um
a destinação certa. Sua utilização na cano de PVC furado em alguns pontos da leira,
compostagem pode trazer diversos para que o gás saia por ele. Semanalmente,
problemas, como dificuldade de aproxime a mão na leira para sentir a tem-
decomposição e adição de metais peratura, que não deve estar alta. Um pouco
pesados ao composto, que muitas vezes de calor ajuda as bactérias na decomposição,
estão presentes em materiais coloridos mas o excesso acaba por matá-las ou deixá-las
de tecidos e papéis. inativas. A leira deve ser molhada sempre que
estiver seca. Para incrementar, você pode regar
• Resíduos úmidos, restos orgânicos, com água com estrume.
folhas, talos, aparas de grama etc., mas
nada que tenha sido cozido com óleo, 2. Você também pode fazer um buraco na
temperos, vinagre etc. terra e enterrar restos de alimentos, de
preferência misturando os resíduos verdes e
Descrevemos, a seguir, alguns modelos de castanhos. Ao fim, adicione um pouco de cal.
compostagem:
3. Outra possibilidade é fazer dois furos
1. Composteira ou leira: pequenos montículos em um balde a aproximadamente 1 cm do
de cascas nos quais você sobrepõe terra, fundo. Coloque o balde sobre dois tijolos
alternando, assim, terra e restos, e finalizando e acrescente o material a ser compostado,
com terra para que não ocorra atração de misturando verde e castanho e também
insetos e outros pequenos animais. O ideal um pouco de terra. Nos furos, pode ser
é usar material verde, principal fonte de acoplado um pedaço de mangueira ou uma
nitrogênio (legumes, hortaliças, restos e torneirinha para conduzir o chorume — que
cascas de frutos, borra de café, cascas de é o líquido formado na decomposição dos
ovos esmagadas, sacos de chá etc.) e material resíduos em um composto orgânico — a um
castanho, que fornece, sobretudo, carbono recipiente.
(palha, aparas de madeira e serragem,
grama seca, folhas secas, ramos pequenos ou O chorume que é produzido pode ser
grandes triturados, cinza de madeira). Sobre utilizado como fertilizante, em pequenas
a leira, pode-se acrescentar cal, para evitar o quantidades, para as plantas. Recomenda-se
aparecimento de insetos e roedores. fazer a diluição 10:100. Ajuda muito colocar
Para quantidades maiores, você pode fazer algumas minhocas nesse balde, pois, além de
grandes leiras com 1,5 m de largura, 4 a 5 m de revolverem o material, ainda vão produzir o
comprimento e 1,8 m de altura, com espaço ao húmus.
lado para que possam ser tombadas ou revira-
das. Uma leira muito pequena perderá o calor
com facilidade e uma muito grande ficará
quente demais, especialmente no centro.
O tombamento deverá acontecer a cada mês,
alternando as camadas, ou seja, o que estava

43
Capítulo 02 • Solo

1. Separar resíduos de cascas, talos, folhas etc. 2. Se possível triturar no liquidificador, especialmente
casca do ovo.

3. Jogar no balde ou recipiente adequado. 4. Misturar com o material já existente.

5. Cobrir com terra ou folhas secas. 6. Após algum tempo retirar o composto orgânico e
chorume.

44
Capítulo 02 • Solo

• Misture os materiais verdes e castanhos.



• Não deixe esquentar; revire o composto
quando estiver compactado ou aquecido.

• Mantenha a umidade; quando estiver


seco, regue.

São muitas as vantagens do preparo e do uso
de composto orgânico:

• Diminui os resíduos encaminhados para


7. Diluir o chorume em água 1:9.
os aterros, que contaminam o solo e,
com a produção misturada de chorume,
podem contaminar do lençol freático.

• Diminui a poluição do ar, com a redução


do transporte dos resíduos para os
aterros sanitários.

• O composto melhora a estrutura do solo,


principalmente suas características
físicas. Ajuda a reter a água nos solos
arenosos e dá porosidade aos solos
argilosos.

• Atua como adubo, acrescentando


8. Jogar nas plantas.
nutrientes ao solo, melhorando, assim,
sua fertilidade.

Cuidados necessários para elaboração de uma • Apresenta fungicidas naturais e


composteira: organismos benéficos, que ajudam a
eliminar organismos causadores de
• O local deve estar protegido de chuvas doença no solo e nas plantas.
e, de preferência, na sombra, durante o
verão; no inverno, deve estar exposto ao • Pode ser armazenado por longos
sol da manhã, protegido de ventos, com períodos, sem odores nem moscas.
leve inclinação e perto de ponto de água.
• • A liberação dos nutrientes ocorre
• O líquido produzido (chorume) deve ser lentamente. Na adubação mineral,
drenado. Em baldes, faça furos para que muitos nutrientes são desperdiçados,
o líquido não se acumule, e na terra, pois, muitas vezes a planta não consegue
adicione areia sob a leira. absorver todo o nutriente e a sobra é
perdida com o tempo.

45
Capítulo 02 • Solo

• Reduz erosão e perdas de terra boa,


causadas pela erosão.

• Estabiliza a temperatura e o pH do solo.

• Utilização do composto
Para ser utilizado, o composto deve estar
“curado”, seco, ter cheiro agradável de terra
e cor marrom-escura. Uma terra boa para
plantio pode ser preparada na proporção de
1/3 de composto, 1/3 de areia e 1/3 de terra, e
utilizado nos mais diversos tipos de canteiros
e vasos.
Não utilize carvão mineral e/ou vegetal, papel Compostagem leira.
colorido, plantas doentes, materiais não
biodegradáveis, produtos tóxicos e fezes de
animais domésticos.

Compostagem caseira. Compostagem minhocário.

46
Capítulo 03 • Ferramentas

• Capítulo 03
Ferramentas
47
Capítulo 03 • Ferramentas

Capítulo 03

Ferramentas

A
s ferramentas têm um papel funda- • Manutenção
mental nas atividades de jardinagem.
A escolha dependerá do tamanho e • Retire a terra das ferramentas.
tipo de jardim a ser executado.
Devemos observar alguns aspectos: • Lave com escova de aço, água e sabão.

• Ferramenta certa para cada serviço. • Seque bem antes de guardar e coloque-as
• Boa qualidade. na posição vertical, com a lâmina para
• Estado de conservação. cima, se possível.
• Armazenagem.
• Lubrifique as lâminas.

• Ferramenta certa • Afie quando necessário.

É aquela ideal para o trabalho a ser executado. • Limpe regularmente os pneus dos
Para cada tipo de trabalho existe uma carrinhos.
ferramenta certa que, além de facilitar a tarefa,
proporciona conforto, podendo economizar • Remova as lascas dos cabos com uma lixa.
tempo e dinheiro.
• Muitas vezes, ao manusear uma
ferramenta contaminada, passamos
• Qualidade doenças para outras plantas; por isso,
é bom que elas estejam sempre limpas
Além dos tipos de ferramentas, existem e desinfetadas. Podemos passar álcool
diversas marcas (muitas delas importadas). O quando as plantas apresentarem doenças.
ideal é fazer uma análise de custo-benefício
para escolher a ferramenta a ser adquirida. • Aplique óleo de linhaça nos cabos
Teste o tamanho e o peso das ferramentas. • de madeira.
Ferramentas de aço inoxidável não enferrujam,
porém, são mais caras. • Observe o desgaste dos fios de
equipamentos elétricos e, se necessário,
substitua-os.

48
Capítulo 03 • Ferramentas

• Armazenagem o mais ereto possível. É lógico que cada um


tem uma posição melhor, dependendo de
• É preferível não colocar as ferramentas suas características físicas, mas é importante
no chão (principalmente as pequenas), observar a postura e fortalecer o abdome.
pois podem absorver umidade e, assim,
você também evita que alguém tropece
nelas.
• Não envolva as ferramentas em plástico,
pois poderá ocorrer condensação, favo-
recendo a ferrugem.
• Se possível, pendure as ferramentas em
local fechado e seco.
• Mantenha as ferramentas elétricas em
locais secos, dentro de casa ou sobre um
estrado de madeira.
• Ferramentas com cabo de madeira
muitas vezes lascam. Essas lascas devem
ser removidas com lixa fina de papel,
seguindo o veio da madeira.
• Aplicar óleo nas ferramentas ajuda a
conservar, porém o excesso deve ser
retirado com pano seco.

Trenas.

• Outros equipamentos
• Baldes, bacias, borrifador manual.

• Como manusear as
ferramentas
É muito importante segurar a ferramenta de
modo correto, especialmente as maiores e mais
pesadas. Desse modo, fortes dores nas costas
podem ser evitadas.
O ideal para ferramentas como enxada,
enxadão, chibanca e rastelo é posicionar as
pernas como uma alavanca, uma perna na
frente, outra atrás, com uma distância que
seja confortável para o corpo. A cavadeira
Sacho.
pode ser usada com os pés paralelos. Em
ambos os casos, deve-se posicionar a coluna

49
Capítulo 03 • Ferramentas

Pá reta. Enxadão.

Enxada. Rastelo.

Chibanca. Picareta.

50
Capítulo 03 • Ferramentas

Pedra de amolar. Tesoura de poda.

Canivete. Tesoura de poda grande.

51
Capítulo 03 • Ferramentas

Pazinha estreita. Garfinho.

Firmino. Pazinha larga.

52
Capítulo 03 • Ferramentas

Ferramenta Uso

Alfanje* Cortar e aparar grama

Aspersor Tipo de regador para áreas maiores/molha a terra e plantas e umidifica o ar

Canivete* Podar/estaquear/mergulhia/enxertar

Carrinho-de-mão Transportar terra, composto, mudas, ferramentas, produtos colhidos

Cavadeira* Remover terra/preparar covas

Chibanca Revolver a terra/incorporar adubos/fazer covas/retirar plantas a serem


transplantadas*

Chucho***** Fazer pequenas covas para sementes e estacas

Enxada* Capinar/revolver a terra/incorporar adubos/acertar bordas e superfícies


do canteiro

Enxadão* O mesmo da enxada, porém com maior profundidade

Facão* Cortar galhos já retirados da árvore/abrir clareiras

Firmino Retirar ervas espontâneas

Gadanho Deslocar materiais/tombar leira

Mangueira** Irrigar em áreas maiores

Pazinha/Colher de Transplantar com torrão/fazer covas/montar vasos/medir e manipular


jardineiro produtos e sementes

Peagâmetro Medir o pH do solo

Peneira Preparar misturas para sementeiras

Pedra para amolar Amolar as ferramentas que precisam ter bom corte

Picareta Preparar covas e revolver terra dura/quebrar torrões

Pulverizador Aplicar defensivos naturais e irrigar as folhas

Rastelo ou Ancinho Limpar jardim/retirar material como torrões de terra e pedras/nivelar

Regador*** Irrigar

53
Capítulo 03 • Ferramentas

Ferramenta Uso

Roçadeira* Cortar grama em áreas maiores*

Sacho Retirar plantas invasoras dos canteiros, entre as plantas/afofar entre linhas
plantadas e fazer sulcos e covas pequenas

Serrote de poda**** Podar galhos mais grossos

Tesoura de poda Podar galhos altos/podar galhos mais grossos/coletar material para
(podão)* identificação

Tesoura de poda* Podar/retirar galhos secos e doentes/conduzir o crescimento/preparar


estacas

Tesoura de poda Podar grama em locais pequenos ou que a roçadeira para grama não alcan-
(grande)* ce/fazer a primeira poda na implantação

Trena Medir

Vanga/Pá reta* Fazer covas/acertar canteiros

Vassoura de jardim Limpar jardim/retirar material leve

* Manter sempre afiado(a).


** Cuidado com jato de água muito forte, pois pode danificar as plantas.
*** Existem diversos tipos de bicos e crivos: a escolha certa é muito importante.
**** Antes de podar galhos maiores, além da segurança, deve-se conhecer a Lei nº 10.365 que
trata de poda e supressão de vegetação de porte arbóreo.
***** O chucho é um pedaço de madeira com uma das pontas afiadas.

54
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

• Capítulo 04
Multiplicação
das Plantas
55
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Capítulo 04

Multiplicação das Plantas

U
ma das partes mais interessantes para o embrião até que a planta cresça e
da jardinagem é, sem dúvida, a produza seu próprio alimento.
produção de mudas. É muito fácil Se todas as sementes caírem perto da planta-
multiplicar uma planta, tanto por sementes mãe, provavelmente terão poucas chances
quanto por suas partes vegetativas. de sobreviver. Por isso, algumas possuem
Podemos dividir os métodos de propagação das estruturas que possibilitam seu deslocamento
plantas em dois grupos: para outros lugares: podem voar, ser levadas
pelas águas, disseminadas pelas roupas das
1. Sexuada, pelas sementes. pessoas, patas ou fezes de animais etc.
2. Assexuada, pelas partes vegetativas As sementes têm capacidade de viver vários
(raiz, caule e folhas). anos antes de germinar, isto é, pode ocorrer o
ressurgimento das atividades de crescimento,
provocado pela ruptura dos tegumentos e

Sementes
pela emergência da plântula. Esse processo
é chamado de dormência — atraso da
germinação, quando as sementes, mesmo em
condições favoráveis de umidade, temperatura,
luz e oxigênio não germinam. Muitas vezes,
Para que ocorra a reprodução por sementes, a dormência acontece quando as condições
é necessário que o pólen (gameta masculino) não são boas para o desenvolvimento das
fecunde o óvulo (gameta feminino). Após sementes, ou seja, é uma adaptação para que
a polinização, o ovário se transformará em elas germinem na estação mais propícia.
um fruto e os óvulos em sementes. Após a Devemos conhecer como as espécies superam
germinação, a semente se transforma em uma o estado de dormência em condições naturais
planta cujas flores produzirão novas sementes. para que possamos quebrar esse estado. É
Neste processo de fecundação com mistura conveniente copiar a natureza, pois em seu de-
de caracteres hereditários, dificilmente senvolvimento natural sofrem quedas de vários
conseguiremos descendentes idênticos — metros, passam pelo tubo digestivo (ácido) dos
assim como ocorre com a formação dos seres passarinhos, ficam anos sob a areia, caem na
humanos. água etc. Por isso, quando queremos produzir
A semente é a estrutura especializada na mudas por sementes e para quebrar a dormên-
propagação de plantas e fornece nutrientes cia, raspamos, lixamos, colocamos na água em

56
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

soluções ácidas ou simplesmente plantamos a


semente em terra úmida.

• Por que usar a semente?


Muitas plantas floríferas e hortícolas, são
plantas anuais, isto é, em um ano completam
seu ciclo (germinam, enraízam, enfolham,
dão flores e frutos contendo sementes) e, para
tanto, gastam muita energia. Assim sendo,
não armazenam reserva nas partes vegetati-
vas (folhas, ramos, raízes), o que permitiria a
multiplicação vegetativa. para cada tipo de semente, normalmente
O uso da semente também proporciona novas relacionada com o seu local de origem.
variedades, devido à mistura de caracteres Algumas preferem o frio, enquanto outras
que se dá no cruzamento, usado também para gostam de calor.
obtenção de porta-enxertos.
E há espécies que só se reproduzem por semen- c) Oxigênio: quando a semente começa a
tes, como mamão e muitas palmeiras. Além germinar, ela necessita de muito ar, por isso é
disso, a propagação por sementes é recomen- errado encharcar o solo. Utilizamos solos mais
dável para a multiplicação das árvores. arenosos para facilitar a circulação de ar, água
Muitas sementes, por sua fragilidade, não e expansão das raízes.
podem ser semeadas diretamente no canteiro,
mas sim em sementeiras, nas quais é possível d) Luz: as sementes, em geral, são postas para
controlar as condições ambientais. Assim, as germinar na sombra (ou, em alguns casos, no
plantas crescerão fortes, com condições de escuro). Muitas vezes, são enterradas nas covas
viver muito bem quando transplantadas para o ou nas linhas. Quando isso não acontece, é
local definitivo. preciso colocar uma camada de terra sobre
Além disso, o uso de sementeira permite as sementes. Essa camada é afastada com o
fazer a seleção das mudas, por ocasião do aparecimento das folhinhas que precisam fazer
transplante. a fotossíntese.
Você pode semear de diversas maneiras:
O que é necessário para que as sementes
germinem. • Em covas (“berços”), normalmente com
profundidade de duas vezes o tamanho
a) Água: a água precisa passar pelo tegumento da semente.
para desencadear o processo de crescimento,
mas isso não quer dizer que o solo precise ficar • Em linhas ou sulcos, para sementes
encharcado. A necessidade de umidade varia menores, normalmente utilizadas em
entre as espécies. sementeiras. Sobre as linhas coloque
uma camada de areia para diferenciar a
b) Temperatura: há uma temperatura ideal germinação das sementes desejadas das

57
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

ervas invasoras, observe no capítulo hortas.

• A lanço, diretamente no local definitivo. Algumas vezes, para facilitar o esse processo, as
sementes são misturadas com areia.
• Utilizando máquinas de distribuição uniforme das sementes, observe no capítulo de
gramados.

As sementes colocadas em sementeiras serão transplantadas quando aparecer o primeiro par de


folhas verdadeiras.

01. forrar com jornal uma caixa de madeira. 02. colocar terra preparada com 50% de areia.

03. fazer uma linha não muito profunda. 04. colocar as sementes na linha.

58
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

05. de preferência sem tocar nas sementes 06. colocar areia sobre as sementes, na linha.

07. irrigar. 08. esperar as 4 primeiras folhas surgirem.

59
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

09. Fazer o transplante para o canteiro definitivo. 10. cuidar para que a planta cresça saudável e logo ela
estará pronta para a colheita.

Multiplicação vegetativa

É a reprodução de um vegetal a partir de células somáticas. Estas contêm todas as informações


genéticas e estão capacitadas a reproduzir um indivíduo idêntico, desde que as condições do meio
sejam favoráveis.
Neste processo, também chamado clonagem, ocorre a divisão celular (mitose) sem mistura
genética.
As células somáticas encontram-se em galhos, raízes e folhas.
Podemos dividir as partes das plantas em dois segmentos:

1. Partes sexuais: flor, fruto e semente.


2. Partes vegetativas: galho, folha e raiz. As vantagens deste tipo de reprodução são:

• Seleção de características, pois como a planta-filhote será igual à planta-mãe, garantimos


as melhores variedades, evitando a dissociação dos caracteres.
• Fixação de híbridos e mutações diversas, transformando plantas estéreis em produtivas.
• Restauração de plantas danificadas.
• Possibilidade do cultivo de plantas em solos impróprios.

60
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

• Redução de tempo de produção, pois a etapa de


germinação de sementes não é necessária.
• Economia e redução de resíduos. Podemos utilizar o que
seria descartado das plantas após a poda, como estacas
que serão futuras mudas.
• Pode ser feita em qualquer época do ano, sendo que, para
cada espécie, existe a mais apropriada, de preferência,
um tempo após a florada.
• Para sempre sabermos o que estamos produzindo, pois
estamos vendo a planta da qual recolhemos o material.

Material necessário:

• Tesoura de poda.
• Canivete afiado.
• Pedra para amolar.
• Fitilhos.
• Etiquetas.
• Esfagno (para alporquia).
• Saco plástico preto (para alporquia).
• Chucho.
• Substrato adequado, normalmente bem arenoso.
• Caixas de madeira, vasos sem uso, saquinhos para
• produção de mudas
• Saco plástico transparente, para cobrir as estacas
• plantadas nas caixas.

As principais técnicas são:

Divisão de touceiras

Muitas plantas crescem mais para o lado do que para cima,


entouceirando. Podemos retirar essas mudas com enxadão, pá
reta ou chibanca, dependendo do solo e do tamanho da tou-
ceira. Prossiga com a divisão da planta, sendo que cada parte
deverá ter um pedaço da planta com a raiz. Execute o plantio já
no canteiro preparado. Para facilitar o enraizamento, costu-
mamos cortar um pouco da raiz e das folhas da muda que será
plantada.

61
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

01. Retire da terra, com chibanca, pá-reta ou pazinha, 02. Cada nova muda deve ser completa,
as mudas que serão divididas e separe as mudas. com folhas e raízes.

03. Cortar o excesso de raízes. 04. E folhas.

05. Fazer covas com chucho ou pazinha. 06. Replantar no local definitivo ou em caixas.

62
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

07. Ou em saquinhos para aguardar serem plantadas.

Divisão dos esporos

Retire algumas folhas de samambaias com os esporos maduros (cor ferrugem) na face inferior
e coloque-as em um saco de papel. Após uma semana, a planta desidrata e quebra o esporângio
(cápsula que mantém os esporos presos às folhas), libertando os esporos. Distribua esses esporos
em uma caixa com substrato bastante humoso, umedeça e cubra com saco plástico transparente,
fazendo uma pequena estufa. Os esporos vão crescer e formar algumas manchas que se juntarão,
dando aspecto de tapete. Divida o tapete formado pelos esporos em blocos de 2 x 2 cm e coloque
cada pedaço em um novo vaso.

Multiplicação por esporo.

63
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Estaquia

É o método mais utilizado e mais fácil de multiplicação vegetativa, no qual um pedaço da planta,
de preferência um galho jovem e saudável, é retirado e colocado para enraizar. Nesse pedaço de
plantas existem as células somáticas, que têm todas as informações genéticas e são capazes de
formar uma planta igual à planta-mãe.
A estaca deve conter, no mínimo, uma gema, que é destacada da planta e colocada no solo ou na
água para enraizar.

Tipos de estacas: trato, que será colocado em caixotes, canteiros


protegidos, vasos ou sacos de produção de
• Aéreas mudas.
Um bom substrato para enraizamento deve
• Herbáceas: folhas e ramos apicais. ser poroso, para que as raízes cresçam sem
• Lenhosas: simples, talão, cruzeta e gemas. encontrar resistência. Para isso, adicione uma
quantidade maior de areia. Você pode usar,
por exemplo: 25% de terra argilosa, 25% de
• Subterrâneas composto orgânico e 50% de areia.
Preparo das estacas: corte a parte superior
Normalmente não fazemos estacas só de e inferior, em bisel “diagonal”, a um ou mais
raízes, mas elas podem ser muito convenien- centímetros acima da última gema, a parte in-
tes quando, por descuido, a planta foi roçada ferior com uma gema do lado oposto ao corte.
junto com as gramas ou quando, por ataque de Retire a maior parte das folhas. Pode-se se
algum bichinho, perdemos toda a parte aérea. deixar duas ou três pequenas ou, se forem
grandes, cortá-las, podendo, inclusive, retirar
todas as folhas. Este procedimento impede
• Raízes que a estaca perca mais água do que consegue
absorver.
Características das estacas: As estacas devem ser plantadas em covas, com
a ajuda de um chucho para fazer o buraco e
• idade entre 8 e 15 meses; não enfiadas, pois o atrito com a terra pode
• comprimento de 20 a 30 cm; danificar as células e impedir sua multiplica-
• diâmetro de 0,5 a 1,5 cm; ção. A colocação deve ser feita com inclinação
• devem possuir de 4 a 6 gemas. aproximada de 60 graus, para que as folhas
não produzam sombra no colo da planta.
Época de propagação: são multiplicadas Aproximadamente 1/3 do tamanho da estaca
durante o ano todo, de preferência durante a deverá ser enterrado. É recomendado umede-
primavera e o verão, ou após o florescimento. cer o substrato, pois como é muito arenoso,
os buracos se fecham antes de colocarmos as
Antes da retirada da estaca, prepare o subs- estacas.

64
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Pegamento das estacas: a maior ou menor • Raízes


facilidade no enraizamento está associada à
espécie, idade da planta e dos ramos, posição Características das estacas:
dos ramos, época do ano, nutrição e ambiente.
Para facilitar o enraizamento você pode lançar • idade entre 8 e 15 meses;
mão de alguns processos mecânicos, por • comprimento de 20 a 30 cm;
exemplo, pequenas torções para que a casca se • diâmetro de 0,5 a 1,5 cm;
quebre, ou fisiológicos, como a utilização de • devem possuir de 4 a 6 gemas.
hormônio enraizador, que serve como cata-
lizador, fazendo com que as células se multi- Época de propagação: são multiplicadas
pliquem mais rapidamente. Este hormônio, durante o ano todo, de preferência durante a
naturalmente produzido pelas plantas, é o primavera e o verão, ou após o florescimento.
fitormônio indolbutírico presente em grande
quantidade nas tiriricas. Antes da retirada da estaca, prepare o subs-
As estacas devem sempre ser retiradas de trato, que será colocado em caixotes, canteiros
plantas saudáveis. protegidos, vasos ou sacos de produção de
Em plantas como a coroa-de-cristo, que ao ser mudas.
cortada solta um líquido branco, a estaca deve Um bom substrato para enraizamento deve
ser deixada por dois ou três dias na sombra ser poroso, para que as raízes cresçam sem
para que toda a seiva seja eliminada, caso con- encontrar resistência. Para isso, adicione uma
trário, o enraizamento é mais difícil. quantidade maior de areia. Você pode usar,
Muitas plantas são transportadas na água para por exemplo: 25% de terra argilosa, 25% de
que não se desidratem. Se não for possível, é composto orgânico e 50% de areia.
aconselhável o transporte da planta embru- Preparo das estacas: corte a parte superior
lhada em papel molhado. Algumas podem ser e inferior, em bisel “diagonal”, a um ou mais
deixadas na água até o enraizamento. centímetros acima da última gema, a parte in-
ferior com uma gema do lado oposto ao corte.
Tipos de estacas: Retire a maior parte das folhas. Pode-se se
deixar duas ou três pequenas ou, se forem
• Aéreas grandes, cortá-las, podendo, inclusive, retirar
todas as folhas. Este procedimento impede
• Herbáceas: folhas e ramos apicais. que a estaca perca mais água do que consegue
• Lenhosas: simples, talão, cruzeta e gemas. absorver.
As estacas devem ser plantadas em covas, com
a ajuda de um chucho para fazer o buraco e
• Subterrâneas não enfiadas, pois o atrito com a terra pode
danificar as células e impedir sua multiplica-
Normalmente não fazemos estacas só de ção. A colocação deve ser feita com inclinação
raízes, mas elas podem ser muito convenien- aproximada de 60 graus, para que as folhas
tes quando, por descuido, a planta foi roçada não produzam sombra no colo da planta.
junto com as gramas ou quando, por ataque de Aproximadamente 1/3 do tamanho da estaca
algum bichinho, perdemos toda a parte aérea. deverá ser enterrado. É recomendado umede-
cer o substrato, pois como é muito arenoso, os

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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

buracos se fecham antes de colocarmos as estacas.


Pegamento das estacas: a maior ou menor facilidade no enraizamento está associada à espécie,
idade da planta e dos ramos, posição dos ramos, época do ano, nutrição e ambiente. Para facilitar
o enraizamento você pode lançar mão de alguns processos mecânicos, por exemplo, pequenas
torções para que a casca se quebre, ou fisiológicos, como a utilização de hormônio enraizador,
que serve como catalizador, fazendo com que as células se multipliquem mais rapidamente. Este
hormônio, naturalmente produzido pelas plantas, é o fitormônio indolbutírico presente em gran-
de quantidade nas tiriricas.
As estacas devem sempre ser retiradas de plantas saudáveis.
Em plantas como a coroa-de-cristo, que ao ser cortada solta um líquido branco, a estaca deve ser
deixada por dois ou três dias na sombra para que toda a seiva seja eliminada, caso contrário, o
enraizamento é mais difícil.
Muitas plantas são transportadas na água para que não se desidratem. Se não for possível, é
aconselhável o transporte da planta embrulhada em papel molhado. Algumas podem ser deixa-
das na água até o enraizamento.

Mergulhia

Difere da estaquia, pois a planta a ser formada só é destacada daquela da qual se originou após
o enraizamento. Por ser uma técnica um pouco mais difícil, não é utilizada com frequência, mas
sim quando a estaquia não deu certo.

A planta deve possuir galhos compridos e flexíveis. Por isso, é uma técnica muito utilizada para
trepadeiras e alguns arbustos.
É um forçamento para que a planta enraíze mesmo estando ainda ligada à planta- mãe. É preciso
escolher o melhor galho.
A grande vantagem é que quando a planta-filhote for plantada, ela já estará pronta, com raiz,
galho e folhas, e terá muito mais chances de se desenvolver.
A época ideal para fazer a mergulhia é, normalmente, no princípio da primavera, usando gemas
dormentes de um ano de idade, ou seja, galhos jovens de ramos baixos e flexíveis, que podem se
dobrar facilmente até o solo.

66
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

67
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

01. Selecione um galho comprido e flexível e direcione-o até o chão, verifique qual pedaço será
mergulhada na terra.

02. Retire as folhas da parte que ficará sob a terra.

03. Prepare a terra do local. É aconselhável solo arenoso.

04. Faça um anel de aproximadamente 2cm para tirar a casca e deixar as células do câmbio
aparentes, é necessário que tenha pelo menos uma gema.

05. Encurve e enterre o pedaço do galho que foi preparado a uma profundidade de 10 a 15 cm e
prenda-o com forquilha ou pedras, para que não se desprenda do solo.

06. Tutore (direcione) a parte do galho que ficou para fora, mais ou menos 30 cm.

07. Após algum tempo, o galho começará a enraizar. Dependendo das condições ambientais e da
espécie, pode demorar mais ou menos dois meses.

Esta técnica é chamada mergulhia simples normal. Existe também a simples


invertida, que é mais frequente, quando não há intervenção humana. Vejamos
um exemplo: uma árvore produz muitos frutos, o galho fica pesado, vergando até
o chão. Com o movimento do galho em contato com a terra, a casca sai e lá ele
começa a enraizar, a partir de sua ponta. Quando fazemos a mergulhia invertida,
enterramos o mais próximo possível o galho à planta-mãe.

A mergulhia normal pode, ainda, ser:

• Contínua chinesa — quando enterramos uma grande parte do galho, ao


longo de seu comprimento. É retirada a casca em vários pontos e cada ponto
irá enraizar e formar uma nova muda.
• Contínua serpenteada — quando o galho é enterrado em movimento de
serpente, ou seja, entrando e saindo da terra. Normalmente ele é enterrado
a 30 cm de profundidade.

• De cepa — é feita uma poda drástica, pouco acima do nível do solo, para
forçar a emissão de novas brotações a partir de gemas adventícias e dormen-
tes. Em seguida à brotação, é feita uma amontoa (ajuntamento de terra) so-
bre a cepa, para obter o enraizamento das brotações. Este tipo de mergulhia
leva em conta a capacidade de enraizamento ligada à juventude da planta
(Mattos, 1976, citado por Paiva e Gomes, 2001).

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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

A mergulhia aérea, ou ALPORQUIA, é feita quando o galho não é flexível ou não possui compri-
mento suficiente para atingir o solo. Então, levamos o solo até ele.
De preferência, utilize galhos de um ano de idade e elimine as brotações laterais e folhas do local
que será coberto. Faça um anel no galho para acúmulo de carboidratos, auxina e outras substân-
cias de crescimento, originadas das folhas e gemas, e para a liberação de células para que ocorra
o enraizamento. O ideal é que a mergulhia seja feita a uma distância aproximada de 25 cm da
extremidade do galho. Você pode ou não colocar hormônio de enraizamento, e envolver com uma
mistura de terra, areia, matéria orgânica ou, de preferência, esfagno, um musgo capaz de reter
muita água. Depois, cubra com saco plástico preto, espere o enraizamento e faça o desmame.

01. Selecione um galho, tire as folhas de aproximada- 02. Envolva com esfagno molhado ou terra humosa.
mente 20 cm e rape a casca, fazendo um anel.

03. Cubra com saco plástico preto. 04. Amarre cuidadosamente para que a
água não se perca.

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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

05. Aguarde o enraizamento e faça o desmame como na


mergulhia comum.

Enxertia

Enxertar significa inserir, ou seja, colocar um ramo ou fragmento do ramo de


uma planta, com uma ou mais gemas, sobre outra planta, para que ambos se
unam e passem a constituir um único indivíduo.
A enxertia é feita para aproveitar as melhores qualidades das plantas. A planta
que cede a parte superior (copa), onde ocorre uma boa formação de flores, frutos
e sementes, é chamada enxerto ou cavaleiro, e a planta que cede a parte inferior
(com um forte sistema radicular) é chamada porta-enxerto ou cavalo. Assim, a
planta resultante do enxerto terá raízes fortes e resistentes, além de uma grande
produção de flores.

Fatores de compatibilidade:

• Afinidade fisiológica (exigência de nutrientes).


• Parentesco botânico, de preferência, da mesma espécie.
• Comportamento biológico (folhas caducas e folhas perenes).
• Consistência dos tecidos (herbáceos e lenhosos).
• Afinidade anatômica (tamanho, forma, consistência das células).
• Porte e vigor.
• Sensibilidade a doenças.

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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Para realizar um enxerto com êxito é preciso que haja uma união perfeita das
camadas cambiais; as partes que ficarão em junção devem ser lisas e livres de
substâncias estranhas.

Material necessário:

• Tesoura de poda.
• Canivete de enxerto.
• Pedra para amolar.
• Fitilho.
• Plástico.
• Barbante.
• Pano.
• Álcool.
• Cera de abelha.

• Processos de enxertia
Borbulhia — justaposição de uma única gema sobre um porta-enxerto

01. Selecione um porta-enxerto saudáel e faça dois 02. Retire uma gema da planta
cortes formando um T. escolhida para ser o exerto.

71
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

enraizado.

03. Abra esse T, a casca ficará aberta 04. Imediatamente insira a gema no
e o câmbio ficará exposto. porta-enxerto e feche o T.

05. Passe cera de abelha ou simplesmente amarre com 06. A gema deve ficar bem justaposta e presa para que as
uma fita de plástico. camadas cambiais se unam.

Tipos:

T normal – isto significa que é feito o desenho de um “T” na casca do cavalo — é um corte na
horizontal e outro na vertical. Com a espátula do canivete abra os cortes, atingindo a camada
cambial, que está logo abaixo da casca. Retire, imediatamente, uma gema da planta que será
usada como cavaleiro e introduza a gema no T. A seguir, amarre delicadamente com um fitilho. É
recomendado cobrir o corte com cera de abelha.

T invertido – é exatamente o mesmo processo do T normal, só que o desenho do T é de cabeça


para baixo.

Janela aberta – retire um quadrado da casca do cavalo deixando aparente a camada cambial.

72
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Nesse quadrado, insira a gema. Recomendamos passar cera de abelha e amarrar com fitilho.

Janela fechada – faça três cortes na casca do cavalo, dois na horizontal e um na vertical, forman-
do uma janela; abra a casca, deixando a camada cambial aparente e introduza imediatamente a
gema. Depois, é só fechar a janela e amarrar com fitilho.

Garfagem – é quando soldamos um pedaço de ramo ou estaca do cavaleiro sobre outro vegetal
(cavalo) enraizado, de maneira que permita seu desenvolvimento. Faça um ou dois cortes em bisel
no cavaleiro, enquanto faz uma fenda no cavalo. Encaixe a estaca do cavaleiro na fenda do cavalo,
aplique a cera e amarre com fitilhos.

01. Selecione a muda que será o porta-enxerto e retire a 02. Retire uma estaca da planta que será o enxerto,
parte aérea do galho que receberá o enxerto. ambos os cortes em bisel.

03. Sobreponha o enxerto no porta-enxerto. 04. Cubra com cera de abelha ou simplesmente amarre
com uma fita de plástico.

73
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

05. O encaixe deve ser perfeito e a fita plástica deve 06. Mantenha a amarração até que as duas plantas se
prender bem as duas partes. soldem e formem uma única planta.

Encostia – é utilizada para unir duas plantas que continuam vivendo sobre seus próprios siste-
mas radiculares até que a soldadura se complete. Faça uma raspagem no cavalo e no cavaleiro
para retirar a casca, deixando aparente o câmbio. Encoste o cavaleiro no cavalo e amarre-os até
que fiquem grudados. Depois, corte toda a parte aérea do cavalo, deixando somente o cavaleiro se
desenvolver, e retire a parte inferior do cavaleiro.
Pode ser feito no topo do cavalo ou na lateral de ambos.

• Estaca simples de galho

01. Selecionar um pedaço de galho (estaca) de aproxima- 02. Fazer o corte em bisel, deixando pelo
damente 30 cm de comprimento e 01cm de diâmetro. menos umas 4 gemas.

74
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

03. Fazer a cova com chucho e plantar


1/3 do tamanho da estaca.

Estaca de unha-de-gato, por ser muito fina, damos um Estaca com gemas, pode ser feita na
nó para facilitar o enraizamento e fixar melhor a estaca. maioria dos arbustos.

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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

• Estaca de folhas

01. Selecionar uma folha saudável de begônia-rex, e 02. Fazer pequenos cortes nas nervuras da
reduza seu tamanho, para diminuir a perda de água, parte inferior da folha.
deixe o cabinho.

03. Em uma cova e enterrar o cabinho da folha. 04. Fechar a cova com terra.

05. Colocar pedrinhas sobre a folha para conduzir a 06. Outras folhas como violetas, enterramos só o cabinho.
entrada das raízes que se formarão na terra.

76
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Para folhas de suculentas, como a espadinha, selecionar Surgirão raízes;


a folhar ou pedaço da folha e enterrar uma
parte em substrato arenoso;

E folhas novas; Logo você terá uma muda com folhas novas e raízes.

Primeiro se formam as raízes e depois as folhas.

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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

• Estacas de ponteiro

01. Selecionar uma estaca da ponta da planta e retirar o 02. Cortar a ponta em bisel,
excesso de folhas,

03. Fazer uma cova com chucho e enterrar 1/3 da estaca 04. Fechar a cova com terra , irrigar e colocar, irrigar
e colocar em local que receba bastante luz, mas não sol
forte direto.

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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Órgãos especializados
para a multiplicação

1. Estolão ou estolonífero – é um caule que cresce paralelo à superfície do solo


ou suspenso, formando raízes adventícias e ramos aéreos em nós consecutivos,
em nós intercalados. A partir de cada nó, você pode desenvolver uma nova plan-
ta, que finalmente se torna independente. Exemplo: morangueiro, neumárica e
clorofito. (Foto órgão especializado estolão).

2. Tubérculo – é um caule subterrâneo que apresenta na porção terminal de seus


ramos longos uma dilatação que contém reservas. Difere dos rizomas, nos quais
a dilatação é completa e por não formar raízes adventícias a partir dos nós. O
tubérculo apresenta-se envolvido por catafilos membranosos, como o rizoma (ou
apenas as suas cicatrizes) e as gemas. Com apenas um pedaço do tubérculo, você
pode conseguir uma nova muda. Exemplo: batata-inglesa.

3. Rizoma – é um caule que apresenta crescimento horizontal sobre o solo ou


enterrado próximo à superfície, podendo ser delgado ou suculento. Geralmen-
te, armazena substâncias e suas folhas são modificadas (catafilos). O rizoma
apresenta todas as características de um sistema caulinar comum – nós, entre-
nós e gemas – além de, habitualmente, formar raízes adventícias. Com apenas
um pedaço do rizoma, você pode conseguir uma nova muda e, de preferência,
escolha aquela que já tem as raízes e gemas. Exemplo: bananeira, lírio-do-brejo,
espada-de-são-jorge e samambaias.

4. Bulbo – tem um pseudocaule vertical. Do caule, que na verdade é reduzido


a um “disco basal”, partem muitos catafilos densamente dispostos, os mais
externos, secos e os mais internos, suculentos. O próprio bulbo se divide e é dele
que você pode separar e retirar novas mudas. Entre os bulbos, temos o tunicado,
quando os catafilos suculentos são concêntricos e derivados de bainhas de folhas
que já morreram, como a cebola. O alho é um bulbo composto de vários bulbi-
lhos, cada um deles com a mesma estrutura básica, e pode se tornar uma nova
muda. Outro tipo de bulbo é o escamoso, que apresenta catafilos derivados de
folhas internas, que não se dispõem concentricamente, como o agapantus.

79
Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

80
Capítulo 05 • Gramados

• Capítulo 05
Gramado
81
Capítulo 05 • Gramados

Capítulo 05

Gramado

O
gramado é o plano de fundo do jardim, o qual integra as áreas e sobre
o qual se pode praticar esportes. É o piso do jardim e se diferencia das
demais forrações, plantas que forram o solo, por diversos fatores, mas
principalmente por suportarem pisoteio e podas constantes; afinal, são pro-
venientes de plantas de pasto, sobre os quais os animais andavam (pisoteio)
e comiam (poda). É um elemento quase indispensável em jardins de médio e
grande porte. Quando se cria um projeto de paisagismo, é o último grupo vegetal
a ser calculado e comprado, pois não pode ser guardado. Dependendo do clima
e da estação do ano, as gramas não aguentam mais de uma semana sem serem
plantadas.

82
Capítulo 05 • Gramados

As gramas são sempre verdes, algumas variegatas (com duas tonalidades de


verde); não têm flores como grande atrativo, a inflorescência é formada por
flores agrupadas em espiguetas; suas raízes são fasciculadas (ramificadas);
possuem rizomas e estolões (caule modificado), que lhe conferem a possibilidade
de crescer bastante para os lados; seu colmo (caule) é em meritalo, com nós e
entrenós; suas folhas são alternadas, formadas por bainha, lâmina e lígula.
O gramado é um elemento fundamental para o jardim. Podemos dizer que, por
meio dele, se faz um diagnóstico da área: se estiver bonito, significa que o jardim
é bem cuidado, mas; se estiver feio, falta manutenção no local.
É constituído por plantas da família das gramíneas (Poaceae), de crescimen-
to rastejante, que se propagam razoavelmente rápido, revestindo e fixando o
solo, principalmente em taludes; porém, se a declividade for muito acentuada,
apresentando dificuldade para o jardineiro fazer a poda com o equipamento
apropriado, recomendamos o uso de outra vegetação que não necessite de podas
constantes, como a grama amendoim, que é uma forração. Um gramado deixa o
ambiente mais saudável, diminuindo poeira e calor.

Tipos mais comuns de grama

• Grama-batatais, forquilha ou mato grosso.

Gramado com batatais.

Paspalum notatum Flüggé


Era utilizada na maioria das praças do Brasil, até o final do século passado.
Atualmente, foi substituída por outras que crescem mais devagar e necessitam
de menos podas.

83
Capítulo 05 • Gramados

Características:

• Folhas grandes e largas, comparadas a outras espécies de gramas; possuem pelos em toda
a superfície da folha, bem visíveis quando há falta ou excesso de irrigação.
• Excelente para formação de gramados densos.
• Boa resistência à seca, inclusive em casos de regeneração após queimada. É resistente,
também, à geada, ao pisoteio, às pragas e às doenças.

Gramado com grama batatais

• Pouco exigente quanto à fertilidade do solo.

• São-carlos ou grama-de-folha-larga

Grama são-carlos.

Axonopus compressus (Sw.) P. Beauv


Muito utilizada em gramados públicos e residenciais, onde há presença de árvores que possam
sombrear a área por uma parte do dia.

Características:

• Folhas largas, com nervuras longitudinais e apresenta pelos nas bordas da folha.
• Tem crescimento intenso para as laterais, às vezes dificultando a poda. Suporta um pou-
co melhor áreas sombreadas.
• A variedade variegata possui folhas verdes com listras mais claras, que dão grande efeito
paisagístico.

Um gramado com grama São-carlos é uniforme, resistente e tem um verde um pouco menos
intenso que os outros gramados.

84
Capítulo 05 • Gramados

• Santo-agostinho ou grama inglesa

Grama santo-agostinho.

Stenotaphrum secundatum (Walter) Kuntze


Grama utilizadas em algumas áreas públicas ou esportivas, mas, sobretudo, em áreas
residenciais.

Caraterísticas:

• Folhas médias, entre a batatais e a esmeralda, ásperas, sem pelos e com a ponta arredon-
dada; tem nervura marcante no centro da folha, possibilitando dobrá-la ao meio.
• Como a grama São-carlos, apresenta-se como variegata, com dois tons de verde, e supor-
ta locais um pouco sombreados.

Um gramado com grama santo-agostinho é bastante compacto e firme, e apresenta facilidade


para poda.

85
Capítulo 05 • Gramados

• Grama-seda, conhecida também como bermudas

Grama -seda.

Cynodum dactylon (L.) Pers. “celebration”


Apesar de sua grande resistência e até ser considerada planta invasora, pode for-
mar os mais belos gramados, como os de campo de golfe ou de campo de futebol,
porém, em ambos os casos, precisa de manutenção praticamente diária. Por isso,
não é recomendada para jardins residenciais ou públicos.

Características:

• Folhas estreitas, macias e finas; cor verde-escuro.


• Forma um tapete bem baixo e firme, que suporta pisoteio.
• Boa resistência a estiagem e poucos tratos culturais.
• Vegeta em barrancos e lugares pedregosos. É bastante utilizada para
campos
• esportivos. Em muitos locais, é considerada grama invasora ou erva-da-
ninha.

Um gramado com grama-seda pode ser mantido com poucos milímetros de


altura, possibilitando a prática de golfe, tênis e futebol; todos, se bem cuidados,
formam os mais belos gramados, um verdadeiro tapete sem falhas.

86
Capítulo 05 • Gramados

• Grama-esmeralda

Grama-esmeralda.

Zoysia japonica Steud


Atualmente a grama mais utilizada no paisagismo. Além do fechamento perfeito, o que dificulta
o desenvolvimento de ervas invasoras, necessita de menos cortes anuais. É muito utilizada em
jardins residenciais, comerciais e esportivos.

Características:

• Folhas pequenas e estreitas.


• Quando bem tratada, forma um tapete uniforme.
• Requer menos poda, porém precisa de mais sol.

Um gramado com Grama-esmeralda é compacto, de fácil manutenção e tem um verde bem inten-
so, como a pedra esmeralda.

87
Capítulo 05 • Gramados

• Grama-japonesa ou coreana

Grama-japonesa.

Zoysia tenuifolia Thiele


Grama-japonesa ou coreana. Utilizada para formar pequenos jardins ou para
áreas de difícil acesso, pois seu crescimento não é muito intenso e, por isso, não
exige muitas podas.

Características:

• Folhas estreitas e resistentes.


• Por possuir uma grande quantidade de sílica, suas folhas, especialmente
quando podadas são consistentes.
• Assemelha-se muito a alguns capins quando ficam muito meses sem
receber podas, o que lhes confere uma grande beleza.
• Crescimento lento, não é muito resistente ao pisoteio.
• Muito utilizada para pequenos jardins ou detalhes.

Um gramado com Grama-japonesa é muito atraente por sua beleza, pois forma
montículos, criando verdadeiras paisagens no jardim. No entanto, seu corte não
pode ser feito com máquinas, o que torna impossível um corte padronizado e,
exige sempre a poda com tesoura.

88
Capítulo 05 • Gramados

Implantação

É importantíssimo o preparo do solo antes da implantação, pois após a pega do


gramado, não se tem mais acesso ao solo — a grama forma um tapete e qualquer
tipo de procedimento será mais difícil após a implantação. O terreno deverá
estar mais baixo que as áreas adjacentes, na altura da placa comprada; aliás, as
mais grossas são as melhores, por possuírem mais raízes, e, assim, pegarão com
mais facilidade.
Para obter ótimos resultados, adicione 1cm de areia de construção grossa sobre a
terra preparada e antes de colocar as placas de grama.

• Formas de plantio
Por sementes – apesar de ser o método com o menor custo, existem alguns
inconvenientes a serem mencionados:

• Levará mais tempo para a formação total.

• As ervas daninhas, quase sempre presentes na terra, têm o desenvolvi-


mento mais rápido que a grama. Então, será necessária mais manuten-
ção. O despraguejamento até o fechamento total da área é fundamental,
pois as ervas invasoras, além de retirarem os nutrientes do solo, ainda
sombreiam as sementes das gramas.

• Dificuldade de distribuição por igual: normalmente ocorre maior con-


centração em alguns pontos do jardim. Para amenizar essa dificuldade,
é recomendado misturar as sementes em areia e lançar de forma mais
uniforme possível. Existem alguns equipamentos e até máquinas apro-
priadas para a distribuição homogênea, mas isso é mais indicado para
uso esportivo.

89
Capítulo 05 • Gramados

Sementes. Distribuição com equipamento adequado.

Jogar uma camada fina de areia. Passar um tapete para fixar as sementes.

Sementes entre a grama já existente. Gramado pronto.

90
Capítulo 05 • Gramados

O ideal para a implantação por sementes é um solo bastante arenoso.

Por mudas – podemos obter as mudas por meio da divisão das placas de grama. Normalmente,
as mudas são utilizadas para fechar alguns buracos nos jardins, para implantação em pequenas
áreas ou quando se quer economizar. O plantio é muito fácil, basta destacar pequenos pedaços
da placa, cortando com a própria mão, colocar as mudas na terra preparada, de preferência,
arenosa, e fazer pressão com os pés. Se for possível, é melhor passar um compressor para melhor
ajustar as mudas no solo. Dependendo do tipo de solo, da estação do ano e da distância entre as
mudas, é possível conseguir um bom fechamento entre um e três meses.

1. Separar placa, pode ser quebrada.

2. Cortar com a mão pedaços pequenos.

3. Soltar no solo. 4. Ajustar, deixando pequenos espaços entre eles.

91
Capítulo 05 • Gramados

5. Pisar delicadamente para fixar.

Por placas ou tapetes – normalmente, as placas de grama têm dimensões de 30 x 30 cm e os tape-


tes têm 1,25 x 0,40 m. Nos dois casos, o terreno é preparado numa cota de 5 cm abaixo das áreas
vizinhas, pois, com a colocação da terra preparada mais as placas de grama, ele ficará no mesmo
nível que as outras áreas.
Coloque as placas uma ao lado da outra, sem espaços entre elas. Principalmente em áreas em
declive, a colocação das placas deve seguir o esquema de construção de parede com tijolos: uma
placa ao lado da outra e, na camada inferior, a placa deve ficar no meio de duas, para que uma dê
sustentação à outra.
Após a colocação das placas, soque o solo com pranchas de madeira para retirar bolsões de ar sob
as placas e coloque areia entre os vãos.

92
Capítulo 05 • Gramados

Plantio por placas ou tapetes.

93
Capítulo 05 • Gramados

Maxi-rolo – são tapetes de dimensões grandes, o tamanho dependendo do corte


do produtor, muito usado para campos de futebol. Quase sempre precisam de
máquinas para implantação. Utilizado para locais onde se necessita do gramado
pronto o mais rápido possível.
Logo após a implantação de um gramado, é muito importante irrigar e podar
constantemente. Até a total pega do gramado, é conveniente molhá-lo todos os
dias. Por isso, é recomendada a implantação do gramado em épocas de chuva;
também sugerimos podar o gramado a cada 15 dias nos primeiros 3 meses, pois
isso diminui muito o desenvolvimento de plantas invasoras.

Manutenção

É necessária a irrigação diária até que haja o enraizamento e fechamento do gra-


mado; no caso de sol muito forte, recomendamos molhar duas vezes por dia, de
preferência dirigindo o jato de água para cima e deixando-o cair como se fosse
chuva. Após o enraizamento, também não pode faltar água: lembre-se de que as
plantas bebem o alimento. É possível observar a falta de água quando as folhas
se enrolam ou se, quando pisadas, demoram a voltar à posição anterior.

Corte - Quase todas as gramas necessitam de cortes constantes, por exemplo 8,


10, 12 ou mais vezes ao ano, essa quantidade é determinada pela espécie utiliza-
da, estação do ano, gosto do proprietário e objetivo do gramado. Pode-se deixar
as gramas entre 3 mm e 15 cm, mas, para jardins em geral, a média é 5cm. É
importante, no momento da poda, não cortar a bainha, a parte de baixo da fo-
lha, de coloração clara, caso contrário, o gramado ficará esbranquiçado e poderá
morrer.
O corte pode ser feito com tesoura, cortador de grama costal (que fica preso às
costas) ou carrinhos. O corte com fio de náilon ou lâminas apresenta caracte-
rísticas diferentes. O fio de náilon corta pelo impacto e, por isso, muitas vezes,
deixa as pontas da grama danificadas. É mais utilizado para refilar. Atualmente,
temos vários tipos e marcas de cortadores. É sempre bom fazer uma análise de
custo/benefício. É recomendado que o primeiro corte seja feito com tesoura. A
frequência do corte depende do tipo de grama, da estação do ano, da necessida-
de e do gosto do proprietário. Se você cortar o gramado em intervalos curtos,
as aparas miúdas podem ficar no local, servindo de cobertura morta e adubo.
Além disso, a poda frequente após a implantação enfraquece as ervas invasoras.
É imprescindível o uso de equipamento de proteção: roupas protetoras de raspa
de couro, protetor auricular, óculos, botas e luvas. Também é preciso proteger as
áreas vizinhas com tela.

94
Capítulo 05 • Gramados

Podar.

Refilamento – Consiste em conter o gramado no espaço em que foi implantado.


Pode ser utilizada uma pá reta, tesoura ou cortador com fio de náilon.

Refilamento. Refilamento.

Despraguejamento – É a retirada das ervas invasoras, que devem ser arrancadas


com raiz, rizoma, bulbos etc., e com a ajuda do firmino. Quanto mais atenção
você der ao despraguejamento inicial, menos problemas terá com o gramado no
futuro. Não deixe as ervas florescerem, pois logo aparecerão os frutos e muitas
outras ervas invasoras. A grande maioria das ervas que acometem o gramado
só se multiplica por sementes; assim, podemos interromper o ciclo e a sua
produção.

95
Capítulo 05 • Gramados

Despraguejamento. Despraguejamento firmino.

Adubação – As gramas são plantas que crescem muito, não é à toa que são po-
dadas praticamente todos os meses. Para esse desenvolvimento todo, as gramas
necessitam de nutrientes, e o mais importante é o nitrogênio, elemento que está
presente nas folhas e caso o gramado tenha uma poda constante, formando
aparas pequenas, elas podem ser deixadas sobre o gramado por alguns dias, até
que a folhas sequem e se tornem marrons. É nesse momento que se faz a retirada
com rastelo ou vassoura de jardim. Indicamos levar esse material seco para com-
postagem. Quando esse processo é feito, você aduba naturalmente o gramado e
ainda contribui para produção de composto orgânico que, muitas vezes, volta
para nutrir as gramas. Caso as aparas sejam grandes, não recomendo deixar,
pois podem sufocar o gramado.

Caso opte por uma adubação mineral, o recomendado é aplicar o adubo três
vezes ao ano, entre a primavera e o verão, lembrando que, após a aplicação, o
gramado deve ser bem irrigado. A prática da adubação de cobertura com terra
adubada no inverno pode provocar o aparecimento de ervas invasoras, além de
elevar o nível do gramado. Muitos jardineiros fazem isso, mas só é indicado em
locais com frio intenso.

Aeração – Alguns relatam que, por vezes, a água nem desce no gramado,
formando poças. Isso acontece, pois as gramas crescem para cima e para baixo,
nós podemos fazer a poda da parte aérea, mas não das raízes, e elas continuam a
crescer. Com o passar do tempo o volume de raiz aumenta e começa a compactar
o solo, impedindo que a planta se desenvolva e podendo levar à perda do
gramado. Nesse caso, recomendo a adição de areia lavada de rio grossa, para
produzir aeração; assim, tanto a água quanto o ar podem circular e as raízes e a
planta de modo geral podem se desenvolver.

96
Capítulo 05 • Gramados

Aeração.

Iluminação – Muitos problemas relatados por donos de jardins são decorrentes


da falta de sol, como falhas no gramado. As gramas necessitam de sol, algumas
mais e outras menos, mas dificilmente veremos um belo gramado em uma área
sombreada. Isso acontece muitas vezes quando as árvores, que foram plantadas
pequenas, crescem e começam a sombrear o jardim. Neste caso é muito comum
vermos a grama morrer e começar a formar falhas. Para corrigir esse problema
não há muito o que fazer. Alguns realizam a poda da vegetação mais alta, mas eu
realmente prefiro plantar outra vegetação, alguma forração que não necessite de
muito sol, como a grama-preta.

Iluminação.

97
Capítulo 05 • Gramados

Podar.

Correção de falhas. Varrer.

98
Capítulo 06 • Ervas Invasoras

• Capítulo 06
Ervas Invasoras
99
Capítulo 06 • Ervas Invasoras

Capítulo 06

Ervas-invasoras

A
s plantas invasoras são aquelas deixam em vantagens na competição, é sempre
que crescem nos jardins sem serem melhor fazer o controle preventivo, ou seja,
plantadas por nós, talvez um pas- impedir que elas cheguem e se disseminem.
sarinho tenha jogado ali algumas sementes ou
elas vieram voando e caíram por lá. As vezes Para isso, você deve:
nos deparamos com uma planta linda, que em
outro jardim ficaria um charme, mas ela não • Fazer um bom controle na terra que é
está no projeto e talvez comprometa a harmo- colocada no jardim, pois, muitas vezes,
nia do jardim, pois invadiu a área. veem sementes, raízes, tubérculos
Durante muito tempo, foram chamadas de etc., de plantas invasoras. Essas
plantas daninhas, mas atualmente uma boa sementes podem ficar 40 anos ou mais
parte delas está sendo conhecida como PANC, enterradas sem germinar e, após esse
plantas alimentícias não convencionais, como período, quando são desenterradas, elas
tanchagem, dente-de-leão e serralha. Esse germinam.
novo título é muito mais interessante.
De qualquer modo, os jardineiros ficam muito • Impedir que elas floresçam, pois após as
assustados quando elas aparecem, pois têm flores surgem os frutos com as sementes.
crescimento rápido e acabam por competir por Muitas plantas invasoras produzem mais
água, nutrientes, sol e espaço com as plantas de 100 mil sementes, o que certamente
cultivadas e quase sempre elas ganham. infestará a área, e poderá fazer que
Nenhuma planta é ruim, ela somente pode cheguem a outras áreas pela ação do
estar no local errado. A maioria das ervas vento, da água, dos pássaros, dos insetos
invasoras é pioneira, isto é, foi a primeira a etc. Muitas sementes germinam ao
ocupar áreas onde não havia vegetação, ou longo de vários anos e isso faz com que
seja, áreas com solo exposto. Muitas vezes elas elas fiquem na área, competindo com as
recuperam extensas áreas de vegetação após plantas cultivadas por longo período.
catástrofes.
As plantas invasoras podem ser herbáceas • Conhecer as plantas invasoras, pois
de pequeno porte ou até árvores com muitos existem as que são anuais e só se
metros de altura. reproduzem por sementes; as bianuais,
Por serem plantas muito adaptadas ao meio que, no primeiro ano, têm o crescimento
ambiente e possuírem vários fatores que as das partes vegetativas (raiz, galho e

100
Capítulo 06 • Ervas Invasoras

folhas) e no segundo ano produzem flores, frutos e sementes, e, também, as perenes, que
vivem por muitos anos e, além de produzirem as sementes, se multiplicam pelas partes
vegetativas, principalmente raízes, rizomas, bulbos e tubérculos. Para algumas, o corte
das plantas com roçadeira estimula o crescimento, para outras, não deixa florescerem e,
assim, não haverá sementes. É recomendável a retirada manual, com uso de firmino para
que qualquer raiz, bulbo, tubérculo etc., seja eliminado.

Brilhantina. Emília.

Fazer a rotação ou integração de métodos de controle. É comum elas se tornarem resistentes


a práticas repetidas.

• Verificar as especificações da planta invasora que está causando os danos: se existe


alguma planta que iniba o seu crescimento ou as afastem do canteiro, e se mudanças no
pH alteram seu desenvolvimento.

Características:

• Pouca exigência para germinar e dormência.


• Crescimento rápido.
• Alta capacidade de florescimento e produção de sementes.
• Muita habilidade de dispersão por sementes.
• Adaptação às práticas de manejo.
• Tolerância à variação ambiental.
• Baixa exigência quanto a condições ambientais.
• Habilidade de alterar sua forma para viver em diversos ambientes. Estas alterações
ocorrem com mais rapidez em clima tropical.

101
Capítulo 06 • Ervas Invasoras

Quadro de ervas invasoras


Planta Descrição Controle

Asclépias, oficial- Anual ou perene, de 40 a 80 cm, Cuidado ao manuseá-la, pois é


-de-sala propaga-se por sementes tóxica, não deixando florescer
Asclepias curassavica L. não haverão sementes

Beldroega Anual. Densamente ramificada, com Não deixe florescer


Portulaca oleracea L. caules e folhas avermelhadas.
Multiplica-se por sementes

Brilhantina Pilea Perene. Folhas pequenas e suculen- Fácil de controlar, uma vez que
microphylla (L.) Liebm. tas, é muito comum em jardins, ma só se multiplica por sementes.
não causa grande infestação Basta retirar a planta antes de
florescer

Centela Centella Perene. Acaule com estolões e rizo- Retire a planta toda sem deixar
asiatica (L.) Urb. mas. Folhas arredondadas estolões e rizomas e não deixe
produzir sementes

Cruz-de-malta Anual ou perene. Herbácea ou su- Não deixe florescer ou corrija


Ludwigia uruguayensis barbustiva, propaga-se por sementes o pH do solo, pois prefere solos
(Cambess.) H. Hara ácidos

Cuspe-de-caipira Soliva Anual. Muito ramificada, espi- Retire a planta antes de flo-
nhenta, com 15 a 30 cm. Seus frutos rescer, pois só se reproduz por
anthemifolia (Juss.)
pontiagudos podem machucar sementes
Sweet

Dente-de-leão Perene. As folhas parecem dentes de Retire com as mãos, tomando


Taraxacum officinale leão. Flores amarelas que se desen- cuidado para eliminar total-
volvem em bolas brancas e sementes mente a raiz-mestre
F.H.Wigg.
que voam

Emília, Falsa-serralha Anual. Folha lanceolada e serrilhada, Retire a planta antes do flores-
Emilia sonchifolia (L.) levemente pubescente, de 30 a 60 cm cimento, pois só se multiplica
por sementes
DC.

Língua-de-vaca Anual. Folhas largas, acaule, inflo- Propaga-se por sementes:


Chaptalia nutans (L.) rescência no ápice da planta, que retire a planta logo que formar
Polák se transforma em bola parecendo a inflorescência
algodão que voa

102
Capítulo 06 • Ervas Invasoras

Quadro de ervas invasoras


Planta Descrição Controle

Picão Bidens pilosa L. Anual. Herbácea ereta com flores Não deixe florescer, pois pro-
amarelas, seus frutos e sementes duz até três gerações por ano
grudam nas roupas e são facilmente
disseminados

Quebra-pedra Anual. Folhas pinadas, atinge de 20 a Retire a planta antes de


Phyllanthus niruri L. 50 cm. Multiplica-se por sementes florescer

Serralha Sonchus Anual, multiplica-se somente por Propaga-se somente por se-
oleraceus L. sementes e se propaga facilmente por mentes, não deixe florescer
sementes, que permanece viável por
mais de 8 anos.

Tanchagem Plantago Perene. Folhas largas em forma de Propaga-se por sementes: não
roseta, hastes finas nas quais os pon- deixe florescer
major L.
tos de sementes se desenvolvem

Tiririca Cyperus Perene. Caule triangulado, poden- Não deixe produzir sementes
esculentus L. do-se dobrar a folha. Inflorescência e retire a planta manualmen-
na ponta do caule, se reproduz por te sem deixar os tubérculos
sementes e, principalmente, por (batatinhas)
tubérculos

Trapoeraba azul Perene. Semi-prostada, caules semi- Retire a planta toda, pois os
Commelina spp. -suculentos, de 20 a 50 cm, gosta de ramos enraízam, além de se
solo fértil e local sombreado multiplicar por sementes

Trevo Oxalis latifolia Perene. Folhas com o típico formato Difícil de controlar devido à
Kunth de trevo, acaule e bulbosa. As flores multiplicação pelos bulbos.
são vistosas Retire delicadamente a planta
inteira

103
Capítulo 06 • Ervas Invasoras

Tiririca. Tiririca.

Língua-de-vaca. Soliva.

Cruz-de-malta. Dente-de-leão.

104
Capítulo 06 • Ervas Invasoras

Tanchagem. Centela.

Trapoeraba-azul.

Trevo. Asclépias.

105
Capítulo 06 • Ervas Invasoras

Serralha. Quebra-pedra.

Beldroega. Picão.

106
Capítulo 07• Forrações

• Capítulo 07
Forrações
107
Capítulo 07• Forrações

Capítulo 07

Forrações

S
ão plantas que apresentam crescimento horizontal maior que o vertical.
Assim como as gramas, as forrações preenchem a parte baixa dos jardins,
porém, com algumas diferenças importantes:

• Não aceitam pisoteio.


• Apresentam cores, formas, texturas e tamanhos diversos, muitas com
flores de importância paisagística.
• Algumas espécies crescem em locais bem sombreados.

Tipos de forração

Existem muitas forrações no mercado, desde aquelas que necessitam de muito


sol àquelas que vivem na sombra; algumas preferem muita água e outras, pouca
água. A escolha deverá ser feita em função da adaptação da planta ao local, do
gosto do dono do jardim e da composição com as outras plantas.

Implantação

Normalmente, são compradas em caixas com 15 mudas, que serão plantadas em


covas com tamanhos proporcionais aos torrões, pelo menos 2cm maior em cada
lado. O espaçamento entre mudas depende do porte da planta. Como exemplo,
temos o espaçamento da grama-preta, que varia de 8 a 10 cm entre mudas, e do
clorofito, com espaçamento de 20 a 30 cm.
De modo geral, utilizamos 25 mudas de forrações por m2 de jardim.

108
Capítulo 07• Forrações

O preparo do solo deve se estender a 20 ou 30 cm abaixo da superfície, pois é lá


que as raízes vão se desenvolver.
No plantio, é recomendado o uso de um gabarito (pedaço de madeira), com a
medida da distância entre as mudas para plantio em pé de galinha, ou seja, em
triângulo – assim, o canteiro parecerá mais preenchido. Para uma boa harmo-
nia no plantio, é recomendado parar a implantação de tempos em tempos para
observar de longe e ver se há alguma falha ou espaçamentos desiguais.
Quando as mudas estiverem muito secas, o ideal é umedece-las e rasgar o saqui-
nho para facilitar a retirada das mudas sem deixar quebrar o torrão. Às vezes,
isso determina a sobrevivência das mudas.
Você deve começar o plantio pelo final do canteiro até chegar à entrada, para
evitar o pisoteio nas mudas plantadas.
Após o plantio, sempre deve-se realizar a irrigação, de preferência direcionando
o jato de água para cima e deixando cair como se fosse chuva.

Manutenção

Cuidados básicos:

• Irrigação – Realizar da mesma maneira após o plantio, quando a terra


estiver seca, de preferência na parte da manhã, antes que o sol fique muito
forte.

• Despraguejamento – Como existe um espaço entre as mudas, ocorre o apa-


recimento de ervas invasoras, que devem ser retiradas manualmente com a
utilização do firmino.

• Adubação – A quantidade e o tipo de adubo dependerão do tipo de planta,


da terra e do local. De modo geral, recomendamos 3 adubações orgânicas
entre os meses de setembro e março.

• Poda – Muito cuidado, pois inúmeras forrações ficam danificadas com


a poda, uma vez que a capacidade de regeneração das folhas é diferente
daquela do gramado. Para diminuir o crescimento, muitas vezes realizamos
a divisão de touceiras.

109
Capítulo 07• Forrações

Quadro de Forrações
Nome popular Importância Ambiente Multiplicação
e científico ornamental

Ajuga - Ajuga reptans L. Várias cores de folhas Meia-sombra Ramagem enraizada

Alisso - Lobularia maritima Flores brancas ou roxas Pleno sol Sementes


(L.) Desv.

Azulzinha - Evolvulus Flores azuis Pleno sol Estaquia e divisão de


glomeratus Nees & C. Mart. ramagem enraizada

Brilhantina - Pilea microphylla Pleno sol ou


Folhas delicadas e densas Estaquia ou divisão
(L.) Liebm. meia-sombra de touceira

Barba-de-serpente - Folhas desenhadas Sol pleno e Divisão de touceira


Ophiopogon jaburan (Sieb.) Folhas com duas cores e meia-sombra
Lodd. flores brancas

Capim-chorão – Eragrostis Leveza das folhas e inflo- Pleno sol Divisão de touceira
curvala (Schrad.) Nees rescência

Cebolinha-de-jardim - Bulbine Inflorescências amarelas e Meia-sombra Divisão de touceira


frutescens (L.) Willd.
alaranjadas

Clorofito - Chlorophytum Folhas variegatas Pleno sol e Estaquia de folhas


comosum (Thunb.) Jacques. meia-sombra

Dedo-de-moça - Sedum Folhas suculentas Meia-sombra Divisão da planta


morganianum E.Walther

Dinheiro-em-penca - Callisia Folhas Pleno sol e Estaquia e sementes


repens (Jacq.) L. avermelhadas meia-sombra

Érica - Cuphea gracilis Kunth Flores róseas e brancas Pleno sol Brotos laterais

Espadinha - Sansevieria Folhas que podem ser Pleno sol e Divisão de touceira e
trifasciata Prain. variegatas meia-sombra ramagem enraizada

Grama-amendoim - Arachis Flores amarelas Meia-sombra e Divisão de touceira e


repens Handro pleno sol ramagem enraizada
ou não

Grama-preta - Ophiopogon Folhas verdes Meia-sombra e Divisão de touceira


japonicus (Thunb.) Ker Gawl pleno sol

110
Capítulo 07• Forrações

Quadro de Forrações
Nome popular Importância Ambiente Multiplicação
e científico ornamental

Hera - Hedera canariensis Folhas que podem ser Pleno sol e Estaquia
Willd. variegatas meia-sombra

Hera-roxa - Hemigraphis Folhas roxas prateadas Pleno sol e Estaquia


alternata (Burm.f.) meia-sombra
T.Anderson.

Íris-variegata - Iris germanica Folhas com duas tonali- Pleno sol e Divisão de touceira
L. forma variegada dades de verde meia-sombra

Lambari-roxo - Tradescandia Folhas verdes e roxas Meia-sombra Estaquia ou ramagem


zebrina Heynh. Ex Bosse enraizada
´Purpusii´

Maranta-barriga-de-sapo Folhas desenhadas Meia-sombra Divisão da planta ou


- Maranta leuconeura var ramagem enraizada
kerchoveana (E.Morren)
Petersen

Peperômia - Peperomia Folhas brilhantes Meia-sombra Estaquia


obtusifolia (L.) A.Dietr.

Pileia - Pilea cardierei. Folhas prateadas Meia-sombra Estaquia


Gagnep & Guillaumin

Rabo-de-gato - Acalypha Inflorescência vermelha Pleno sol Estaquia e divisão de


reptans Sw. touceira

Setcrésia - Tradescantia pallida Folhas roxas; flores Meia-sombra Estaquia e divisão da


(Rose) D.R.Hunt róseas planta

Singônio - Syngonium Folhas que podem ser Meia-sombra Estaquia


angustatum Schott variegatas

Vedélia - Sphagneticola Flores amarelas Pleno sol e Ramagem enraizada


trilobata (L.) Pruski meia-sombra

111
Capítulo 07• Forrações

• Sequência de plantio de forração

1) Antes de começar a plantar prepare bem a terra, 2) Retirar do invólucro...


deixe-a fofa e adubada.

3) ...sem quebrar o torrão. 4) Abrir a cova com espaço maior que o torrão.

5) Colocar a muda e fixar bem na terra, respeitando o 6) Plantar em triângulo “pé-de-galinha”.


nível do torrão.

112
Capítulo 07• Forrações

7) Separar todos os sacos plásticos e caixas 8) Lembrar que é interessante se afastar para ver o
durante o plantio. plantio de longe.

• Exemplos de forrações

Alisso. Azulzinha.

Barba-de-bode. Brilhantina.

113
Capítulo 07• Forrações

Cebolinha-de-jardim. Capim-chorão.

Dedo-de-moça. Clorofito.

Dinheiro-penca. Érica.

114
Capítulo 07• Forrações

Érica. Espadinha-variegata.

Espadinha. Grama-amendoim.

Grama-preta. Hera.

115
Capítulo 07• Forrações

Iris-variegata. Lambari-roxo.

Maranta barriga. Peperomia.

Piléia. Rabo de gato.

116
Capítulo 07• Forrações

Setcresia. Singônio.

Vedélia.

Hera-roxa. Ajuga.

117
Capítulo 08 • Arbustos

• Capítulo 08
Arbustos
118
Capítulo 08 • Arbustos

Capítulo 08

Arbustos

S
ão vegetais lenhosos ou semi-lenhosos, com ramificações no caule desde a
base. Podem ter aparência de arvoretas quando deixamos desenvolver um
só tronco e eliminamos os outros logo na base.
Em um jardim, os arbustos podem ser comparados às paredes da área, pois
formam uma barreira quando se olha para o horizonte.
Muito utilizados para fazer cercas-vivas, que podem ser mais naturais quando
as deixamos crescer livremente ou mais uniformes quando recebem podas. Não
se esqueça que, ao podar, muitas vezes, retiramos a possibilidade de a planta
florescer.
Em jardins pequenos, onde não há espaço para o plantio de árvores, o arbusto é
uma ótima opção.

Tipos de arbusto

Encontramos uma grande variedade de arbustos, com muitas ou poucas flores,


pequenos ou que atingem vários metros de altura, que se adaptam a diversas
condições ambientais etc. É muito provável que você encontre um arbusto para
quase todos os tipos de lugares.
São elementos importantíssimos, pois criam a estrutura dos canteiros,
contemplam os jardins com cores, tanto das flores, como das folhas, perfumes,
texturas, sabores, volumes etc. Porém, não os recomendo em algumas áreas
públicas onde há problemas com segurança, pois pode criar nichos ou
esconderijos.

119
Capítulo 08 • Arbustos

Implantação

A planta deve ser apropriada para o local. Algumas condições ambientais difíceis são: falta de
luz, locais encharcados, presença de vento forte etc. Na escolha da espécie adequada, você pode
eliminar várias plantas por não se adaptarem ao local. Observe também as características das
plantas, por exemplo, as que são caducifólias (perdem todas as folhas numa determinada época),
possuem espinhos, produzem secreção quando seus galhos são quebrados ou suas folhas arranca-
das etc.
Os arbustos são bastante utilizados para a formação de cercas-vivas, que podem ser plantadas
em fileiras únicas, duplas ou múltiplas. O espaçamento entre eles depende do tamanho da planta
quando adulta, lembrando que plantas muito próximas, além de competirem por nutrientes e
água, disputam também sol e ventilação, e ainda se contaminam mais facilmente quando uma
delas está doente.
Na compra deste grupo de planta, você deve ter cuidado com o torrão (terra que envolve e
protege a raiz da planta): ele deve ser firme e proporcional ao tamanho da muda. O transporte é
importante para que o torrão não quebre.
Para a implantação de arbustos, é necessário fazer as covas, que terão tamanho compatível com o
do torrão da muda. De modo geral, faça covas de 40 x 40 x 40 cm a 60 x 60 x 60 cm.
O espaço para o plantio entre mudas depende do porte da planta e da necessidade do proprietá-
rio.
O nivelamento da muda na terra deve respeitar o nível do torrão, ou seja, o colo da planta deve
estar no nível do solo.

Manutenção

• Adubação – A quantidade e o tipo de adubo dependerão do tipo de planta, terra e local. De


modo geral, faça 3 adubações orgânicas entre os meses de setembro e março.

• Poda – Como os arbustos são muito utilizados para formação de cercas-vivas, que podem ser
mais baixas ou altas dependendo da necessidade, a poda é muito importante, pois determi-
nará o tipo de crescimento. Para cercas-vivas mais altas, costuma-se retirar os galhos que
saem na base da planta, estimulando o crescimento para cima. Caso você precise de uma
cerca mais fechada embaixo, faça a poda na parte de cima.

• Despraguejamento – Retirada das ervas invasoras entre as mudas com firmino. Às vezes,
algumas plantas trepadeiras começam a crescer sobre os arbustos e devem ser arrancadas
com a raiz.

120
Capítulo 08 • Arbustos

Quadro de Arbustos
Nome popular e Porte Importância Ambiente Multiplicação
científico ornamental

Acalifa - Acalypha 1,5–3 m Folhas de várias cores Sol ou Estaquia


wilkesiana Müll. meia-sombra
Arg.

Azaléia - 1–3 m Flores de diversas Pleno sol Estaquia


Rhododendron simsii cores
Planch

Bela-emília - 0,7 - Folhagem e flores Pleno sol Sementes, estacas de


Plumbago auriculata 1,5 m azuis e brancas ponteiro e divisão da
Lam. planta

Brassaia - Schefflera 5–7 m Folhas palmadas Meia-sombra e Estacas e Sementes


actinophylla (Endl.) sol pleno
Harms

Bico-de- papa- 2–3 m Brácteas brancas, Pleno sol Estaquia


gaio - Euphorbia róseas ou vermelhas
pulcherrima Willd.
ex Klotzsch

Buxinho - Buxus 2–5 m Facilmente moldado Pleno sol Estaquia


sempervirens L. por topiaria

Cabeça-de- 2–3 m Flores brancas, Sol pleno Estacas


velho - Euphorbia deixando a copa toda
leucocephala Lotsy branca

Caliandra - 1,5– Flores tipo pom-pom, Sol pleno Estacas e sementes


Calliandra brevipes 2,5 m com estames cor-de-
Benth. -rosa

Camarão-amarelo
0,5–2 m Brácteas amarelas e Sol pleno Estacas
- Pachystachys lutea
flores brancas
Nees

Camarão-vermelho - 0,8– Brácteas Sol pleno e Estacas


Justicia brandegeeana 1,5 m avermelhadas meia-sombra
Wassh. &L.B. Sm

121
Capítulo 08 • Arbustos

Quadro de Arbustos
Nome popular e Porte Importância Ambiente Multiplicação
científico ornamental

Caracassana - 2–3 m Folhas vermelhas Pleno sol Estaquia


Euphorbia cotinifolia
L.

Cheflera - Schefflera
2,5–4 m Folhas palmadas Sol pleno e Estaquia e alporquia
arboricola lutea
verdes e variegatas meia- sombra
(Hayata) Merr.

Clúsia - Clusia Até 5 m Folhas grossas e Pleno sol e Estaquia, alporquia e


fluminensis Planch. & brilhantes meia-sombra sementes
Triana

Coleus - 0,4 – Folhas coloridas Pleno sol ou Estacas de ponteiro


Solenostemon 0,9 m meia-sombra
scutellarioides (L.)
Codd.

Coroa-de-cristo - 1–2 m Muitos espinhos e Pleno sol Estaquia


Euphorbia milii Des flores vermelhas ou
Moul. amarelas

Cróton - Codiaeum 2–3 m Folhas de cores e Pleno sol e Estaquia e alporquia


variegatum (L.) formas diversas meia-sombra
Rumph. ex A.Juss

Dracena-tricolor - 2-4 m Folhas com três cores Pleno sol Estacas


Dracaena marginata
Lam.

Estífia - Stifftia Até 5 m Flores duradouras Pleno sol Sementes


chrysantha J.C. com estames
Mikan alaranjados

Espirradeira - 3–5 m Flores vermelhas, Pleno sol Sementes ou estaquia


Nerium oleander L. róseas ou brancas

Evônimo - Euonymus 2–3 m Facilmente moldado Pleno sol Estaquia


japonicus Thunb. por topiaria

Hibisco - Hibiscus Até 5 m Flores de diversas Pleno sol Estaquia


rosa-sinensis L. cores praticamente o
ano todo

122
Capítulo 08 • Arbustos

Quadro de Arbustos
Nome popular e Porte Importância Ambiente Multiplicação
científico ornamental

Hortência - Até 3 m Grandes Pleno sol Estaquia


Hydrangea inflorescências
macrophylla
(Thunb.) Ser

Ixora - Ixora coccinea Até 4 m Belas flores que se Pleno sol Estaquia
L. agrupam em cachos

Lantana - Lantana Até 2 m Inflorescências Pleno sol Estacas e sementes


camara L. coloridas

Malvavisco - 3–4 m Flores vermelhas e Pleno sol Estacas


Malvaviscus arboreus róseas o ano todo
Cav.

Mussaenda X 2–3 m Brácteas coloridas Pleno sol Estaquia e alporquia


philippica A. Rich.
´Doña Luz`.

Murta - Murraya 5–7 m Grande maciço foliar Pleno sol Estaquia e alporquia
paniculata (L.) e flores perfumadas
Jack.

Nandina - Nandina 1–2 m Folhas mudam de cor Sol e Divisão de touceira


domestica Thunb. conforme a estação do meia-sombra
ano, frutos vermelhos

Ocna - 3–6 m Flores amarelas e Pleno sol Estacas e sementes


Ochna serrulata cálice vermelho
Walp.

Pentas - Pentas Até 1 m Inflorescências de Pleno sol Estacas e sementes


lanceolata (Forssk.) diversas cores
Deflers

Pingo-de-ouro - Até 5 m Folhas amarelas Pleno sol Estacas


Duranta erecta L.
'Gold Mound'

Pleomele - Dracaena 2–3 m Folhas bicolor Pleno sol ou Estacas


reflexa Lam. meia sombra

123
Capítulo 08 • Arbustos

Quadro de Arbustos
Nome popular e Porte Importância Ambiente Multiplicação
científico ornamental

Sanquésia - 3–4 m Inflorescência amarela Sol e Estaquia


Sanchezia nobilis e brácteas vermelhas meia-sombra
Hook.f.

Tumbéria arbustiva 2–2,5 m Brácteas vermelhas Sol e Estaquia


- Thunbergia erecta meia-sombra
(Benth.) T.Anderson

Trialis - Galphimia Até 2 m Inflorescência amarela Sol pleno Estacas e sementes


brasiliensis (L.) A.
Juss.

Yuca - Yucca Até 8 m Folhas pontiagudas Sol pleno Estacas e sementes


guatemalensis Baker

124
Capítulo 08 • Arbustos

Musaendra. Sanquesia.

Pleomele. Nandina.

125
Capítulo 08 • Arbustos

Caliandra. Caramão-vermelho.

Coleus. Malvavisco.

126
Capítulo 08 • Arbustos

Bela Emília. Bico-de-papagaio.

Cerca viva composta por várias espécies. Coroa-de-cristo.

Hortência. Espirradeira.

127
Capítulo 08 • Arbustos

Ixora. Iantana.

Cabeça-de-velho. Camarão-amarelo.

Ligustrinho. Hibisco.

128
Capítulo 08 • Arbustos

Ocna. Pentas.

Evônimo. Tumbérgia.

Pingo-de-ouro. Trialis.

129
Capítulo 08 • Arbustos

Acalifa. Buxinho.

Caracassana. Dracena.

Murta. Stiftia.

130
Capítulo 08 • Arbustos

Cheflera (brassaia). Cheflera.

Azaléia. Clússia.

Cróton. Yuca.

131
• Capítulo 09
Plantas pendentes e
escadentes/trepadeiras
132
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Capítulo 09

Plantas pendentes e
escadentes/trepadeiras

S
ão plantas que têm caules longos e flexíveis, não conseguem ficar eretas,
não se sustentam, assim, tem o crescimento para baixo e, se tornam
pendentes ou escandentes, também chamadas de trepadeiras, que tendem
a subir apoiadas em algum elemento, seja uma outra planta, ou cerca, pérgula
etc. Muitas dessas plantas desenvolvem estruturas especializadas para se fixar.
Dependendo do tipo de estrutura para fixação, podem crescer em muros, cercas,
madeiras etc.
Com uma grande variedade de formas, as trepadeiras encantam os jardins e
dão um toque especial, emoldurando o espaço. Suas flores apresentam cores,
tamanhos, formas e perfumes diversos. Atraem muitos pássaros e pessoas
também, além de poderem se desenvolver em locais com diferentes quantidades
de sol, vento e umidade.
É fato que, em um jardim, quase sempre cabe uma trepadeira.
Muitas pessoas não obtêm sucesso ao tentar plantá-las, pois não estão atentas
ao seu tipo de fixação.
Podemos classificá-las conforme a estrutura de fixação:

• Sarmentosas
São as que sobem em suportes por meio de órgãos de fixação como:

• gavinhas – normalmente, caules modificados que se enrolam em torno da


estrutura de suporte: maracujá, partenocissus, amor-agarradinho, hera-
americana, ervilha-de-cheiro.

• raízes adventícias – filodendro, jiboia, costela-de-adão, guaimbê, hera.

• ventosas – videira-virgem.

• espinhos ou acúleos – roseira.

133
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Sarmentosa (1). Sarmentosa (2).

Sarmentosa (3). Sarmentosa (4).

• Volúveis
Têm caules que se enrolam nos suportes por movimentos espirais, como:
tumbérgia, jasmim, ipomeia e madressilva.

134
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Volúvel (1). Volúvel (2).

• Cipós e arbustos escadentes


Têm caules rijos sem órgãos de fixação e por isso precisam ser amarrados ou deixar cairem
naturalmente. Crescem e se curvam ao próprio peso; quando encostam em um ponto firme,
surge um broto que repete o processo formando um arco: primavera, glicínia, jasmim-amarelo,
alamanda, flor-de-são-miguel, viuvinha.

Glicínia. Jasmim-amarelo.

135
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Congea. Primavera.

Amor-agarradinho. Tumbérgia.

Viuvinha. Abutilon.

136
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Implantação

O plantio dependerá da espécie utilizada. No que diz respeito ao tamanho da


cova, é importante deixar pelo menos 10 cm a mais que o tamanho do torrão.
Como espaçamento entre espécies, sempre deve-se respeitar o tamanho da
planta quanto adulta, quantos metros ela consegue crescer. Normalmente são
plantadas junto a muros, cercas, pérgulas, caramanchões, tutores e árvores.
Também podem ser plantadas em filas simples ou duplas.
De modo geral, dizemos que, para cada muda podemos colocar uma lata de 18
Litros de composto orgânico e 18 Litros de areia, mas, se a terra estiver boa, essa
quantidade pode ser bem menor.
O tutoramento, “amarração”, deve ser feito em oito deitado, com material que
não irá ferir a planta. Após sua fixação, retirar a amarração. Terminar o plantio
com boa irrigação.

Manutenção

Além da manutenção básica para todas as plantas, como irrigação, poda,


despraguejamento, adubação, controle de pragas e doenças etc., é necessário
sempre conduzir a planta para que o crescimento seja o esperado.

137
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Quadro de plantas pendentes


Nome popular e Importância Floração Indicação Multiplicação
científico ornamental

Abutilom / Flores amarelas com Quase o ano Trepadeira Estaquia


Lanterninha cálice vermelho todo escandente em
- Abutilon floreiras
megapotamicum
(A.Spreng.) A.St.-Hil.
& Naudin

Alamanda - Allamanda Flores amarelas Várias vezes Forma cortina Estaquia


cathartica L. ao ano em muros

Amor-agarradinho Flores pequenas, mas Primavera e Cercas, grades, Sementes, estaquia


- Antigonon leptopus muito atraentes verão pérgulas ou mergulhia
Hook. & Arn.

Begônia-asa-de-anjo Folhas em forma de Primavera e Cercas Estaquia


- Begonia coccinea asa de anjo e flores verão
Hook. róseas avermelhadas

Brinco-de-princesa - Flores protegidas por Primavera e Floreira Estaquia ou


Fuchsia hybrida hort. brácteas de várias verão sementes
ex Siebert & Voss cores

Congea - Congea Flores brancas peque- Inverno e Cercas, grades e Mergulhia e


tomentosa Roxb. nas com brácteas primavera caramanchões estaquia
rosa-arroxeadas

Costela-de-adão - Folhas grandes e Espádice Sempre apoiada Estaquia


Monstera deliciosa brilhantes formando com muitas em muros,
Liebm. buracos flores peque- árvores à meia
nas no verão sombra

Dama da noite - Folhas pequenas, mas Primavera e Pórticos ou Estaquia e


estrum noctuumum muito perfumadas à verão grades, sempre sementes
noite tutoradas

Falsa-vinha - Folhas que se tornam Primave- Paredes e muros Estaquia


Parthenocissus avermelhadas e caem ra, sem
tricuspidata (Siebold no outono e inverno importância
& Zucc.) Planch. ornamental

138
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Quadro de plantas pendentes


Nome popular e Importância Floração Indicação Multiplicação
científico ornamental

Flor-de-são-joão - Flores tubulares Inverno Floreiras Estaquia e


Pyrostegia venusta alaranjadas sementes
(Ker Gawl.) Miers

Glicínia - Wisteria Cachos com flores Outono e Caramanchões, Mergulhia e


floribunda (Willd.) roxas e brancas inverno, pérgulas e estaquia
DC. indicada pontes
para regiões
frias

Guaimbê - Folhas grandes e Espádice Forma renques Sementes e


Philodendron brilhantes recortadas com muitas brotações
bipinnatifidum Schott nas pontas flores peque-
ex Endl. nas no verão

Ipomeia-rubra - Flores em grande Outono Cercas, grades, Estacas


Ipomoea horsfalliae quantidade pérgulas
Hook.

Jasmim-amarelo Forma cortina com Da primave- Em floreiras ou Estaquia


- Jasminum mesnyi flores amarelas ra ao outono locais altos
Hance

Jasmim-estrela - Galhos volúveis Primavera e Grades, pórticos, Sementes e


Trachelospermum com flores brancas verão caramanchões alporquia
jasminoides (Lindl.) perfumadas
Lem.

Lágrima-de-cris- Corola vermelha e Primavera, Cercas, grades, Mergulhia e


to- Clerodendrum cálice branco verão e pérgulas, sempre estaquia
thomsoniae Balf. outono tutorada

Maracujá - Passiflora Flores bonitas e Verão Cercas, pérgulas Sementes


alata Curtis frutos deliciosos e muros

Primavera - Flores pequenas en- Do outono à Caramanchões e Estaquia e


Bougainvillea volvidas por brácteas primavera cercas mergulhia
spectabilis Wild. de várias cores

139
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Quadro de plantas pendentes


Nome popular e Importância Floração Indicação Multiplicação
científico ornamental

Ripsális - Rhipsalis Ramos cilíndricos e Pequenas Floreiras e Estaquia


teres (Vell.) Steud. frutos arredondados flores na árvores
primavera e
verão

Rosa-trepadeira - Flores de várias cores Primavera e Muros, cercas, Enxertia


Rosa lucieae Franch. & e perfumadas verão pórticos, sempre
Rochebr ex Crép. conduzida

Russélia - Russelia Flores tubulares ver- Quase o ano Jardineiras ou Divisão de


equisetiformis Schltdl. melhas e amarelas todo locais altos touceiras
& Cham.

Sapatinho-de-judia - Inflorescência em Primavera e Pérgulas e cara- Estaquia


Thunbergia mysorensis cachos com flores verão manchões
(Wight) T.Anderson amarelas

Trepadeira-africana Inflorescência em Quase o ano Jardineiras, Estaquia


- Senecio mikanioides cachos com flores de todo, caramanchões,
Otto ex Walp. capítulos amarelos especialmen- paredes com
te no verão condução

Trombeteira - Flores grandes, bran- Primavera – Muros e cercas, Sementes


Brugmansia suaveolens cas e róseas planta com com condução
(Humb. & Bonpl. ex ação tóxica
Willd.) Bercht. &
J.Presl

Tumbérgia-amare- Inflorescência amare- Primavera e Grades e cara- Sementes


la - Thunbergia alata la com centro escuro verão manchões
Bojer ex Sims

140
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Quadro de plantas pendentes


Nome popular e Importância Floração Indicação Multiplicação
científico ornamental

Tumbérgia azul Flores azuis, muito Quase o ano Grades, cercas e Estaquia
- Thunbergia rústicas todo caramanchões
grandiflora (Roxb.
ex Rottl.) Roxb.

Unha-de-gato - Ficus Folhas que revestem Sicônio, Muros e paredes Estaquia dando
pumila L. paredes “fruto verde” um nó na base do
sem valor galho
ornamental

Viuvinha - Petrea Flores roxas e Outono, Cercas, grades e Sementes ou


volubilis L. brancas inverno e caramanchões estaquia
primavera

Tumbérgia. Viuvinha.

141
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Alamanda. Begônia vermelha.

Brinco de princesa. Clerodedro.

Costela-de-adão. Falsa-vinha.

142
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Flor de São João. Guaimbe.

Ipomeia-rubra. Jasmin-estrela.

Ripsalis. Rosa-trepadeira.

143
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Russélia. Sapatinho-de-judia.

Senécio. Thunbergia alata.

Trombeteira. Unha-de-gato.

144
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Abutilon. Amor-agarradinho.

Congea. Glicínia.

Maracujá. Primavera.

145
• Capítulo 10
Floríferas
146
Capítulo 10 • Floríferas

Capítulo 10

Floríferas

É
o elemento mais encantador dos jardins. Proporcionam as mais
diversas cores, perfumes e sorriso em quem as vê. Sem dúvida é o toque
especial do jardim.
Com exceção das briófitas e pteridófitas, todas as plantas são floríferas. No caso
das gimnospermas, as flores são os estróbilos.
Neste capítulo, estudaremos as angiospermas herbáceas (que não têm lenho)
e que têm grande potencial paisagístico com suas flores. Elas podem ser
classificadas em anuais, perenes e bulbosas, conforme seu ciclo de vida e suas
características.
As plantas anuais são aquelas que, na formação de canteiros, não se pode deixar
de admirar, pois têm floração exuberante, causando o esgotamento e a morte
da planta após a maturação das sementes. Seu ciclo todo, ou seja, formação de
sementes, crescimento vegetativo, produção de flores e novas sementes, acontece
em menos de um ano — às vezes, em algumas semanas. O plantio é feito por
sementes que, como as hortaliças, podem ser distribuídas em sementeiras,
canteiros definitivos ou covas. Cada espécie tem uma época para ser semeada.
Precisam de sol e solo preparado.
Exemplos: papoula, calêndula, rodante, girassol, amor-perfeito, boca-de-leão,
flox, crista-de-galo, tagetes, titônia, zínia etc.
Plantas perenes ou vivazes são aquelas cujas estruturas vegetativas persistem
ano após ano. Têm longa duração, com a vantagem de não precisarem de trocas
constantes, apenas manutenção.
São multiplicadas por sementes ou por multiplicação vegetativa.
Neste grupo encontramos representantes para diversos ambientes — sol, meia-
sombra, plantas epífitas (plantas que crescem sobre outras plantas).
Exemplos: bromélia, orquídea, hemerocalis, neumárica, moréia, lantana, érica,
íris, gerânio, violeta africana, cufea, gazânia, lobélia, petúnia, maria-sem-
vergonha, helicônia etc.
As plantas bulbosas têm caule subterrâneo recoberto por folhas espessadas,
tipo cebola, com capacidade de armazenar alimentos. Algumas têm rizomas
e tubérculos, onde desenvolvem as gemas, responsáveis pela sua reprodução.
Passam por um período de repouso, para brotarem nas condições climáticas

147
Capítulo 10 • Floríferas

adequadas. base de fósforo, o que é bom para as flores.


Exemplos: agapantus, açucena, gladíolo, biri, Em canteiros que serão replantados a cada
tulipa, lírio-asiático, dália, begônia tuberosa, ano, utilize de 100 g a 300 g/m2. Para bulbos,
angélica, narciso, jacinto etc. adicione 1 colher (chá) em cada cova, por ano.
Precisam de bastante luz e terra preparada. Também é recomendado o uso de cinzas de
madeira, que contêm potássio. As plantas
Observação: ficam mais resistentes ao frio, à seca, às pragas
Não corte as folhas das bulbosas logo após a e às doenças.
floração; recomenda-se deixá-las murcharem Quanto mais atraente for uma planta,
naturalmente, para que a parte subterrânea mais chances ela tem de atrair os agentes
acumule energia suficiente para suportar polinizadores, principalmente as aves e
o período de descanso e possa florescer no os insetos. Assim, elas podem produzir
próximo ano. mais sementes, ou seja, têm uma vantagem
reprodutiva.
A produção do néctar, as diferentes cores e

Implantação
formas e a produção de odores fazem parte da
evolução da planta.

Preparar o solo, deixando-o fértil e solto. Polinização


Recomendamos adicionar areia e composto
orgânico; a quantidade dependerá das
condições da terra.
Demarcar os canteiros após o nivelamento As flores que são polinizadas por pássaros têm
e efetuar o plantio, de acordo com a espécie pouco ou nenhum odor. Isto acontece porque
utilizada. o sentido de olfato é pouco desenvolvido
Terminar o plantio com boa irrigação. nas aves. Entretanto, sua visão é ótima
(semelhante à nossa); assim, as plantas
polinizadas por pássaros têm cores fortes,

Manutenção
como amarelo, vermelho e laranja. Os pássaros
também são atraídos pelo néctar e, para isso as
flores formam grandes inflorescências.
Entre todos os polinizadores, o grupo mais
importante é o das abelhas. Elas se alimentam
Além dos procedimentos normais para todas do néctar, portanto, para atraí-las, as plantas
as plantas, como irrigação, poda, controle devem ser produtoras de um néctar com
de ervas invasoras, eliminação de pragas e cheiro adocicado, além de pétalas vistosas e
doenças, um fator primordial para um bom vivamente coloridas, comumente azuis ou
florescimento é a adubação. amarelas. As abelhas veem o ultravioleta como
Para intensificar o florescimento, a adubação uma cor diversa – diferente do espectro visível
com farinha de ossos é muito importante, por nós – porém, não enxergam o vermelho
pois age lentamente por muito tempo e é a como uma cor distinta, confundida com o

148
Capítulo 10 • Floríferas

fundo. Flores polinizadas por abelhas nunca


são totalmente vermelhas.
Os morcegos se alimentam durante a noite
e, por isso, não precisam de cores vistosas,
mas as flores devem ser grandes, como as
polinizadas pelas aves, e com odor bastante
forte, principalmente odor de frutos maduros
e fermentados.
A maioria das mariposas tem hábitos
noturnos, assim, as flores por elas polinizadas
têm coloração branca ou pálida e odor
adocicado e penetrante, que, normalmente, é
emitido à noite.

Polinização.

Quadro de Floríferas

Nome popular e Ciclo de vida/ Altura Local Multiplicação


científico floração

Agapantus - Perene – Primavera 60 a 80 cm Pleno sol Divisão de


Agapanthus e verão touceiras
africanus
(L.) Hoffmanns

Alpínia - Alpinia Perene – Quase o ano 1,5 a 2 m Meia-sombra Divisão de toucei-


purpurata (Vieill.) todo ras e mudas forma-
K. Schum das nas brácteas

Antúrio - Anthurium Perene – Primavera Até 100 cm Meia-sombra Divisão de


andraeanum Linden e verão touceiras
ex André

Amarílis - Açucena - Perene – Primavera 60 cm Pleno sol Bulbos


Hippeastrum hybridum e verão
Hort

Amor-perfeito - Viola Perene tratada como 20 a 30 cm Pleno sol Sementes


X wittrockiana Gams anual – Primavera

149
Capítulo 10 • Floríferas

Quadro de Floríferas

Nome popular e Ciclo de vida/ Altura Local Multiplicação


científico floração

Begônia - Begonia Perene – Ano todo 30 cm Meia-sombra Estaquia


cucullata Willd

Beri - Canna indica L Perene – Quase o Até 150 cm Pleno sol Divisão de touceira
ano todo

Bulbine - Bulbine Perene – Quase o ano 30 a 40 cm Pleno sol Divisão de


frutescens (L.) Willd. todo touceiras

Cacto-margarida - Perene – Primavera 20 cm Pleno sol Estaquia


Lampranthus productus
N.E. Br.

Capuchinha - (L.) Perene – Primavera 30 a 40 cm Pleno sol Sementes


Tropaeolum majus L. e verão

Ciclame - Cyclamen Perene – Primavera 30 a 40 cm Meia-sombra Sementes


persicum Mill.

Cista-de-galo - Celosia Anual – Verão 40 a 60 cm Pleno sol Sementes


argentea L.

Crino / Açucena - Perene – Primavera 60 cm Pleno sol Bulbos


Crinum X powellii e verão
Hort. Ex Baker

Copo-de-leite Perene – Primavera Até 100 cm Meia-sombra Divisão de


- Zantedeschia e verão em ambientes touceiras
aethiopica (L.) úmidos
Spreng.

Dicosandra - Perene – Quase o ano Até 150 cm Meia-sombra Divisão e estaquia


Dichorisandra todo e sol
thyrsiflora J.C.Mikan

Flor-do-guarujá - Perene – Ano todo 30 a 50 cm Pleno sol Sementes e


Turnera subulata Sm. estaquia

150
Capítulo 10 • Floríferas

Quadro de Floríferas

Nome popular e Ciclo de vida/ Altura Local Multiplicação


científico floração

Gerânio - Perene – Primavera Até 100 cm Pleno sol Estaquia


Pelargonium peltatum e verão
(L.) L'Hér.

Gérbera - Gerbera Perene – Primavera 50 cm Pleno sol Sementes ou divi-


jamesonii Bolus ex e verão são de touceira
Hook.f.

Girassol - Helianthus Anual – Primavera e Até 300 cm Pleno sol Sementes


debilis Nutt. verão

Gusmânia - Guzmania Perene - Verão 30 a 40 cm Meia-sombra Sementes


lingulata (L.) Mez

Lavanda - Perene – Ano todo 60 a 90 cm Pleno sol Sementes e


Lavandula dentata L. estaquia

Jacinto - Perene – Primavera 30 a 70 cm Pleno sol Divisão de


Alstroemeria touceiras
caryophyllaea
Jacq.

Lírio-amarelo Perene – Primavera 40 a 60 cm Pleno sol Divisão de


- Hemerocallis e verão touceiras
lilioasphodelus L.

Lírio-asiático - Lilium Perene – Primavera 30 a 50 cm Meia-sombra Bulbos


pumilum Delile e verão

Lírio-da-paz - Perene – Ano todo 40 cm Meia-sombra Divisão de


Spathiphyllum wallisii touceiras
Regel

Lisianthus- Eustoma Bianual – Primavera 50 a 60 cm Meia-sombra Sementes


grandiflorum (Raf.) e verão
Shinners

151
Capítulo 10 • Floríferas

Quadro de Floríferas

Nome popular e Ciclo de vida/ Altura Local Multiplicação


científico floração

Margarida - Perene – Verão e 60 cm Pleno sol Divisão de


Leucanthemum outono touceiras
vulgare Lam

Maria-sem-vergonha Perene – Ano todo 50 cm Meia-sombra Sementes


- Impatiens walleriana
Hook.f.

Moréia-amarela - Perene – Primavera 50 a 80 cm Pleno sol Divisão de


Dietes bicolor (Steud.) e verão touceiras
Sweet ex Klatt

Moréia-branca - Perene – Primavera 30 a 50 cm Pleno sol Divisão de


Dietes iridioides (L.) e verão touceiras
Sweet ex Klatt Willd

Neomárica - Perene – Primavera 90 a 120 cm Meia-sombra Divisão de


Neomarica caerulea e verão e sol touceiras
(Ker Gawl.) Sprague

Ninféia-azul - Perene – Primavera 40 a 60 cm Pleno sol Tubérculos e


Nymphaea nouchali e Verão aquática sementes
var. caerulea
(Savigny) Verdc.

Onze-horas - Perene – Quase o ano 20 a 30 cm Pleno sol Sementes


Portulaca oleracea L. todo

Orquídea-bambu / Perene – Primavera Até 200 cm Meia-sombra Divisão de


Arundina - Arundina e verão e sol touceiras
graminifolia (D. Don)
Hochr.

Palma-de-santa-rita Perene – Ano todo 50 a 90 cm Pleno sol Bulbos


- Gladiolus hortulanus
L.H. Bailey

Papoula - Papaver Perene tratada como 100 a 120 cm Pleno sol Sementes
orientale L. anual – Primavera

152
Capítulo 10 • Floríferas

Quadro de Floríferas

Nome popular e Ciclo de vida/ Altura Local Multiplicação


científico floração

Perpétua - Gomphrena Anual – Ano todo 40 cm Pleno sol Sementes


globosa L.

Petúnia - Petunia Perene – Primavera 30 a 60 cm Pleno sol Sementes


hybrida Vilm.

Prímula - Primula X Perene tratada como 20 a 30 cm Meia-sombra Sementes


polyantha Mill. anual – Inverno e
primavera

Rosa - Rosa X Perene – Quase o ano 150 a 200 cm Pleno sol Estaquia e enxertia
grandiflora Hort todo

Ruélia - Ruellia Perene – Verão e 60 a 90 cm Meia-sombra e Estacas e sementes


simplex C.Wright outono sol pleno

Ruélia-do-amazonas Perene – Verão e 60 a 80 cm Meia-sombra Estacas


- Ruellia chartacea outono
(T. Anderson) Wassh.

Ruélia-vermelha Perene – Quase o ano 30 a 70 cm Meia-sombra e Estacas e sementes


- Ruellia brevifolia todo sol pleno
(Pohl) C.Ezcurrat

Sálvia - Salvia coccinea Perene – Quase o ano 30 a 60 cm Pleno sol Sementes


Buc'hoz ex Etl. todo

Strelitzia - Strelitzia Perene – Praticamen- 1,2 a 1,5 m Pleno sol Divisão de toucei-
reginae Aiton te o ano todo ras e sementes

Tagetes - Tagetes Anual – Primavera e Até 40 cm Pleno sol Sementes


erecta L. verão

Tilandsia - Tillandsia Epífita – Verão 20 a 30 cm Meia-sombra Sementes e divisão


stricta Sol. da planta

153
Capítulo 10 • Floríferas

Quadro de Floríferas

Nome popular e Ciclo de vida/ Altura Local Multiplicação


científico floração

Titônia - Tithonia Anual – Verão e Até 200 cm Pleno sol Sementes


rotundifolia (Mill.) outono
S.F. Blake

Tulipa - Tulipa Perene – Inverno 60 a 90 cm Pleno sol Bulbos


gesneriana L.

Vinca - Catharanthus Perene – Ano todo 30 a 50 cm Pleno sol Sementes


roseus (L.) G. Don

Violeta - Saintpaulia Perene – Ano todo 20 a 30 cm Meia-sombra Estaquia de folhas


ionantha H.Wendl.

154
Capítulo 10 • Floríferas

Agapantus. Agapantus.

Alpínia Amor-perfeito.

Beri. Titônia.

155
Capítulo 10 • Floríferas

Rosinha-de-sol. Capuchinha.

Celósia. Ciclamen.

Copo-de-leite. Crinum.

156
Capítulo 10 • Floríferas

Crinum. Tulipa.

Antúrio. Flor-do-guarujá.

Gérbera.

157
Capítulo 10 • Floríferas

Gerânio. Girassol.

Gusmínia. Lírio-amarelo.

Jacinto. Kalanchoe.

158
Capítulo 10 • Floríferas

Lírio-da-paz. Lavanda.

Lírio. Lisiantus.

Maria-sem-vergonha. Margarida.

159
Capítulo 10 • Floríferas

Moreia-amarela. Moreia.

Neumárica. Ninféia.

Onze horas. Vinca.

160
Capítulo 10 • Floríferas

Orquídea bambu. Palma de Santa Rita.

Papoula. Perpétua.

161
Capítulo 10 • Floríferas

Petúnia.

Prímula. Rosa.

Sálvia. Strelíctzia.

162
Capítulo 10 • Floríferas

Dicosandra. Antúrio.

Tafetes. Bromélia.

Amarilis. Bulbine.

163
Capítulo 10 • Floríferas

Ruélia. Ruélia-do-amazonas.

Ruélia-vermelha.

164
Capítulo 11• Hortas

• Capítulo 11
Hortas
165
Capítulo 11• Hortas

Capítulo 11

Hortas

A Implantação
s delícias de ter uma horta só sabe
quem tem. Nada é mais saudável e
agradável que plantar, colher e
comer vegetais sem agrotóxicos e irrigados
com água de procedência conhecida e de boa
qualidade. O solo deve ser bem preparado com 1/3 de
Podemos plantar hortaliças em pequenos terra argilosa, 1/3 de areia e 1/3 de composto
vasos, floreiras, quintais, em grandes orgânico, quando o plantio for em vasos. Em
canteiros, em chácaras ou sítios, ou usar canteiros é só adicionar a areia e o composto, a
a criatividade e improvisar tubos de PVC, quantidade dependerá das condições da terra
latas etc. e das hortaliças escolhidas. Revolva bem, se
A horta precisa de sol, por isso, prefira a face a terra estiver bem solta não será necessário
norte, e a água é muito importante. Portanto, elevar o canteiro, caso contrário, subir a terra
a fonte deve estar próxima, ser abundante e de 20 cm de altura para garantir que ela esteja
boa qualidade. solta.
Antigamente, as hortas seguiam um Para protegê-la contra os ventos frios,
desenho padrão, retangular, e, normalmente principalmente os vindos do Sul, faça uma
ficavam escondidas no jardim. Felizmente barreira de proteção, que pode ser composta de
temos acompanhado a criação dos mais vários arbustos resistentes ao vento, como as
belos canteiros com hortaliças, dos mais dracenas.
variados desenhos, sempre lembrando de Não faça canteiros grandes, com mais de
deixar um espaço entre canteiros para os 1,20 m de largura. Já o comprimento pode
tratos necessários. Aconselho meus alunos ser variável. Entre os canteiros, deixe um
a abusarem da criatividade e deixarem suas espaçamento de 40 cm, de modo que haja
hortas mais a vista. espaço para fazer os tratos necessários.
Quando houver muitos canteiros, deixe um
espaço de 1 m entre eles para que possa passar
o carrinho de mão.
Escolha as hortaliças mais apreciadas pela
família, que se adaptem à região e que possam
ser produzidas na época do ano desejada. Lem-

166
Capítulo 11• Hortas

brando que nem todas as espécies podem ser


plantadas em todas as épocas. As informações
de época de plantio quase sempre estão nos
saquinhos que contêm as sementes.
Normalmente, o plantio de hortaliças é
feito por sementes e, para obter boas mudas,
precisamos de sementes de qualidade. Caso
use as de saquinho, verifique sua procedência,
a validade, e a capacidade de germinação e
produção. O armazenamento das sementes
é importante, pois, em locais úmidos, elas
tendem a embolorar. Para que isso não ocorra,
Uma caixa de frutas pode ser usada como sementeira.
muitos fabricantes usam fungicidas antes de
lacrar os pacotinhos. Por isso, é conveniente
não tocar nas sementes.
Nem todas as hortaliças são cultivadas da
mesma maneira, por exemplo:

• Hortaliças semeadas em canteiros


definitivos: cenoura, beterraba,
rabanete, almeirão, rúcula, salsa etc.

• Hortaliças semeadas em sementeiras e


transplantadas para o local definitivo:
alface, chicória, couve-flor, couve,
repolho, tomate, pimentão etc. A
O saquinho pode ficar junto para sabermos o que é.

Plantar em linhas com espaçamento de pelo menos 10 cm. Quando a planta tiver de 4 a 6 folhas...

167
Capítulo 11• Hortas

...já pode ser transplantada.

Sementeira maior. No início, proteger as mudas recém-transplantadas com


sombrite.

Semeadura em linha. O espaçamento ideal é igual ao tamanho


da planta adulta.

168
Capítulo 11• Hortas

Adubação orgânica. A variedade de plantas...

...ajuda o controle... ...de pragas e doenças.

Retirar folhas velhas e doentes.


Os canteiros são construídos acima do nível do terreno
para que a terra fique mais solta.

169
Capítulo 11• Hortas

sementeira deve ser feita em caixa de


madeira e furada na base, para não Manutenção
acumular água em excesso no fundo.
Coloque jornal no fundo e, depois, a
terra preparada. Aconselhamos deixá-
las à meia-sombra para diminuir a perda As regas deverão ser feitas diariamente a fim
de água. Você pode fazer uma proteção de conservar a umidade do solo, de preferência
com folhagens ou outro material, até logo de manhã, direcionando o jato de água
o pegamento. Quando as plantinhas para cima e deixando cair como chuva.
atingirem de 5 a 10 cm, transplante- Quando as plantas apresentarem de 4 a 6
as para o local definitivo, variando o folhas definitivas, deverá ocorrer a passagem
distanciamento, de acordo com a espécie das mudas das sementeiras para o local
plantada: lembre-se do tamanho que ela definitivo (transplante). Este procedimento é
ficará quando adulta. recomendado nas horas mais frescas do dia e
após a rega. Retire as mudas com uma pazinha
• Hortaliças plantadas em covas, no local e enterre-as até a profundidade em que se
definitivo: abóbora, chuchu, pepino, encontravam na sementeira.
quiabo etc. No canteiro definitivo e em covas, é preciso
cuidar para que as ervas invasoras não
A princípio, as sementes devem ser protegidas tomem conta da área, pois elas retiram os
do excesso de sol, da chuva e dos ventos, por nutrientes, a água e ainda fazem sombra para
isso, recomendamos colocar uma tela amarra- as hortaliças. Quando as plantas estiverem
da nas pontas sobre os canteiros e sementeiras. com aproximadamente 7 cm, faça o desbaste
A distância entre as sementes deve ser de 10 e a seleção das mais desenvolvidas, as outras
cm entre um sulco e outro e a profundidade de espalhe onde as sementes não pegaram.
1,5 vezes o tamanho ou a espessura da semente. Algumas plantas devem ser estaqueadas para
Coloque uma camada de areia peneirada sobre não crescerem junto à terra.
os sulcos para distinguir as hortaliças que A rotação das hortaliças é uma boa prática,
estão germinando das ervas invasoras. pois o plantio sucessivo das mesmas espécies
no mesmo lugar ocasiona o empobrecimento
do solo — as plantas da mesma família retiram
do solo os mesmos elementos nutritivos. Há
ainda a maior probabilidade de ataques de
certas doenças e pragas específicas de cada
família.
Acompanhar o desenvolvimento das plantas,
algumas são bem mais rápidas do que outras e
perceber o ponto certo para colheita. Agora é
só se deliciar com suas hortaliças, comer o que
você planta é realmente sensacional.

170
Capítulo 12 • Palmeiras

• Capítulo 12
Palmeiras
171
Capítulo 12 • Palmeiras

Capítulo 12

Palmeiras

E ste grupo de plantas, com mais de 3.500


espécies, da família Arecaceae, é muito
utilizado no paisagismo, pois além da exube- •
bainhas das folhas que caíram.

Folhas – com grande variedade,


rância natural e de ser representante da flora normalmente são grandes, podendo
tropical, é de fácil cultivo e a maioria se adapta atingir mais de 12 metros de comprimento.
bem a ambientes internos na fase juvenil. Podem ter formato de pena, saindo
As palmeiras possuem características próprias em duas direções “penteadas” ou mais
que as distinguem das outras plantas, como: “despenteadas”, formato de leque, de
rabo-de- peixe etc. Diferente das árvores é
• Raízes – apesar de algumas apresentarem possível contar o número de folhas de uma
raízes aéreas, que podem ou não encostar palmeira, que naturalmente se mantém,
no chão, a maioria tem raízes cilíndricas pois a cada uma folha nova formada a
subterrâneas em forma de cabeleira, por mais velha cai, a formação das folhas é em
isso são plantas que suportam bem o espiral.
transplante, até mesmo quando adultas.
Porém, tenha um cuidado especial ao • Flores – pequenas e agrupadas em cachos.
cortar a raiz para o transplante, pois as
raízes cortadas não se regeneram, ficando • Frutos – também agrupados em
por conta das raízes menores o sustento cachos, são normalmente cilíndricos,
da planta. arredondados ou ovais. Os pássaros
adoram e muitos humanos também,
• Tronco – nas palmeiras, o tronco recebe especialmente o coco, açaí, pupunha etc.
o nome de estipe. É cilíndrico ou colunar,
longo e não cresce tanto quanto o de uma • Sementes – normalmente únicas inseridas
árvore, pois o câmbio não se situa ao dentro dos frutos.
longo do tronco, mas na parte de cima,
onde se formam as folhas. Pode ser único
ou formar touceiras. Uma vez retirada
a parte de formação de células novas,
quando o estipe se quebra ou é cortado,
a planta não se regenera. As marcas que
observamos no estipe, são marcas das

172
Capítulo 12 • Palmeiras

Implantação

Devem ser plantadas em covas proporcionais ao tamanho do torrão, já que


muitas vezes são plantadas adultas. Para espécies pequenas é utilizada a cova de
50 x 50 x 50 cm.
Para um desenvolvimento mais rápido, temos boas experiencias fazendo a cova
um pouco abaixo do nível da terra, mas respeitando o nível do colo da planta.
Antes de colocar a planta, enchemos a cavidade com água, esperamos secar, o
que não costuma demorar, e em seguida colocamos a planta, com muito cuidado
para não quebrar o torrão (terra que envolve a raiz). Adicionar terra bem
preparada com húmus e areia.
Especialmente para as palmeiras que não vieram com o torrão grande, com
muitas raízes viáveis, sugiro fazer um bom tutoramento – para que elas não
caiam, amarrar as folhas – para diminuir a evapotranspiração, perda de água, e
ser bastante generoso com a irrigação.

Manutenção

Irrigar sempre que a terra estiver seca, até que a palmeira já tenha desenvolvido
novas raízes e comece a capturar águas mais distantes. Podemos acompanhar
isso pela formação de novas folhas com turgor.
O ideal é que não faça a poda de folhas velhas, a não ser que estejam colocando
em risco as pessoas que passem por elas.
Adubação 3 vezes por ano, no período das chuvas, de preferência com húmus ou
chorume da compostagem.
Retirar as mudas que se formam em volta da planta-mãe, provenientes das
sementes que caem junto a essa planta. O ideal é retirar com cuidado para fazer
novas mudas.
Não é raro vermos palmeiras atacadas por lagartas, temos boas experiencias com
controle biológico a base de Bacillus thuringiensis.
A maioria se multiplica por sementes, mas algumas também podem se
multiplicar por divisão de touceiras, como a areca e a ráfis.

173
Capítulo 12 • Palmeiras

Quadro de Palmeiras

Nome popular e
Tipo de folha Altura Local Multiplicação
científico

Açaizeiro - Euterpe De 8 a 9 folhas 5 a 20 m Sol pleno Sementes


oleracea Mart. pinadas

Aifanes - Aiphanes Pinadas irregulares 6 a10 m Sol pleno Sementes


aculeata Willd.

Areca-bambu - Dypsis Pinadas distribuídas Até 8 m Meia- sombra Sementes e divisão


lutescens (H.Wendl.) em dois planos de 45° de touceiras
Beentje & J.Dransf. a 60°

Camedórea - Pinada De 2 a 3 m Meia-sombra Sementes e divisão


Chamaedorea spp. de touceiras

Coqueiro - Cocos Pinada distribuída Até 20 m Pleno sol Sementes; fruto


nucifera L. em um só plano comestível

Dendezeiro - Elaeis Pinadas de até 4 m 15 a 20 m Pleno sol Sementes


guineensis Jacq.

Fênix/ Tamareira- Pinada Até 4 m Pleno sol Sementes


-de-jardim - Phoenix
roebelenii O'Brien

Jerivá - Syagrus Pinada distribuída Até 50 m Pleno sol Sementes


romanzoffiana em planos diferentes,
(Cham.) Glassman escondendo o pal-
mito

Juçara - Euterpe edulis De 8 a 15 folhas De 5 a 12 m Meia- sombra Sementes


Mart. pinadas

Licuala - Licuala Em forma de leque Até 4 m Meia- sombra Sementes


grandis H.Wendl.

Palmeira-imperial Pinada distribuída Até 40 m Pleno sol Sementes


- Roystonea oleracea em um só plano,
(Jacq.) O.F.Cook palmito aparente

174
Capítulo 12 • Palmeiras

Quadro de Palmeiras

Nome popular e
Tipo de folha Altura Local Multiplicação
científico

Palmeira-leque Em forma de leque Até 14 m Pleno sol Sementes


- Sabal maritima
(Kunth) Burret

Palmeira-real - Pinada distribuída Até 25 m Pleno sol Sementes


Roystonea regia em planos diferentes,
(Kunth) O.F.Cook escondendo o pal-
mito

Palmeira triangular Pinada, arqueada Até 6 m Pleno sol Sementes


- Dypsis decaryi (Jum.) e saindo em três
Beentje & J.Dransf. direções

Rabo-de-peixe - Bipinadas diver- Até 20 m Pleno sol Sementes e divisão


Caryota mitis Lour. gentes em forma de touceiras
de cauda de peixe,
distribuídas ao longo
do tronco

Rafis - Raphis excelsa Palmada, dividida até Até 3 m, Meia- sombra Divisão de toucei-
(Thumb.) a base em 5 a 9 partes caule revesti- ras e sementes
do por tecido
fibroso

Seafórtia - Pinada distribuída Até 10 m Pleno sol Sementes


Archontophoenix em um só plano,
cunninghamii palmito aparente
H.Wendl.& Drude

Tamareira/ Fênix - Pinada Até 15 m Pleno sol Sementes


Phoenix canariensis
Chabaud

175
Capítulo 12 • Palmeiras

Seafortia. Fênix canariensis.

Dendê. Aifanes.

Rafis.

176
Capítulo 12 • Palmeiras

Palmeira-real. Jerivá.

Rabo de peixe. Sabal.

177
Capítulo 12 • Palmeiras

Coqueiro.

Areca. Palmeira Juçara.

178
Capítulo 13 • Árvores

• Capítulo 13
Árvores
179
Capítulo 13 • Árvores

Capítulo 13

Árvores

E
ntre todos os vegetais, as árvores são calçadas.
as mais fascinantes, extremamente Seu tronco é composto de anéis concêntricos
complexas, as maiores entre todas de células, que formam várias camadas, cada
as plantas e as que têm vida mais longa. uma com uma função. O câmbio produz a
Divididas visualmente em raiz, tronco e copa, maior parte das células que irão construir as
elas dispõem de um maravilhoso mecanismo demais camadas, como as chamadas xilema
que retira centenas de litros de água por dia e floema, formadoras do sistema de vasos
com nutrientes para se alimentar, pois têm condutores de alimento. Ao morrer, as células
crescimento constante. do floema se transformam na resistente
Suas raízes devem ter tamanho proporcional casca da árvore, que tem capacidade de se
à copa, dando assim estabilidade à planta, mas distender e que muitas vezes se solta ou abre-se
nem sempre a raiz é o espelho da copa, como em profundos sulcos. As células do xilema,
muitos pensam. As raízes se desenvolvem em quando atingem a maturidade, passam a
função de uma série de fatores, como presença integrar o anel de células que constitui o cerne
de água e nutrientes, consistência do solo e das árvores.
presença de pedras e construções abaixo delas A copa apresenta-se de vários formatos,
ou ao seu redor. Isto faz que muitas raízes não algumas parecem guarda-chuvas, outras são
cresçam para baixo e acabem quebrando as compridas ou redondas, e há ainda aquelas

180
Capítulo 13 • Árvores

horizontais. As árvores crescem o tempo todo; • Folhas – Verificar o tamanho e a textura


em algumas épocas mais, aumentando a das folhas para evitar o entupimento de
largura e a altura. Na copa estão as folhas, calhas e bueiros; a queda de folhas grossas
com a função de fabricar alimento constituído e suculentas pode causar acidentes.
de açúcares; as flores, responsáveis pela
atração de agentes polinizadores; os frutos, • Frutos – A utilização de árvores que
oferecendo alimentos para os animais, produzem frutos grandes e carnosos em
inclusive o homem, e também protegendo as vias públicas pode causar acidentes com
sementes que são responsáveis pela pedestres e veículos. O ideal é a produção
perpetuação da espécie. Tudo isso está na copa. de frutos pequenos que atraiam pássaros.
Não é raro grupos de pessoas se mobilizarem
para efetuar plantio de árvores em praças e • Resistência a pragas e doenças Quanto
calçadas. A princípio a ideia é muito boa, mas mais resistentes melhor, uma planta
muitas vezes o resultado não é o esperado e, saudável tem muito menos quebra de
tempos depois, a árvore tem de ser removida. galhos e produz mais flores, tornando o
Isto se deve ao desconhecimento técnico e ambiente mais bonito. É necessário,
escolha inadequada da espécie. também, que sejam espécies que se
Alguns fatores importantes na escolha das adaptem ao clima local.
árvores para calçadas são citados abaixo. Para
praças, parques e jardins maiores teremos • Crescimento – O tamanho da árvore deve
muito mais facilidade: ser compatível com o espaço físico, mas
sempre lembrando que o ideal é ter uma
• Sistema radicular – As espécies mais arborização com árvores grandes, bem
indicadas para arborização urbana são formadas para oferecer todos os
aquelas que apresentam sistema radicular benefícios que só elas são capazes de nos
pivotante e profundo, ou que não seja oferecer.
extremamente superficial como um
flamboyant ou agressivo como o fícus. • Princípios tóxicos – Evitar árvores
consideradas tóxicas, pois podem causar
• Tronco – Evitar o plantio de espécies com acidentes.
espinhos, acúleos e de pouca resistência
em locais de grande circulação de pessoas Escolher uma árvore para plantar não é tarefa
e os volumosos, que dificultam a tão fácil assim. Se você quer melhorar a
passagem. qualidade ambiental de sua cidade e a sua
própria qualidade de vida, sugerimos que
• Copa – O formato e a dimensão da copa consulte um técnico da Secretaria do Meio
devem ser compatíveis com o local de Ambiente de sua cidade.
plantio, permitindo o livre trânsito de
veículos e pedestres.

• Flores – As espécies que produzem flores


pequenas são preferíveis, pois flores
grandes podem tornar-se escorregadias ao
cair no chão.

181
Capítulo 13 • Árvores

Implantação

• As árvores são plantadas em muda da cova e corte toda o invólucro


covas, que são preparadas da com muito cuidado.
seguinte forma:
• Respeite o colo da planta. Use uma ma-
• A cova deve ser proporcional ao tama- deira para nivelar a planta na superfície,
nho do torrão, mas tendo, no mínimo, na mesma altura em que está no torrão.
largura, profundidade e comprimento
de 60 cm, ou seja, 60 x 60 x 60 cm ou • Coloque uma madeira para tutorar (dire-
receber o torrão com folga de 20 cm de cionar) o crescimento. A amarração deve
cada lado. ser feita com sisal ou borracha em forma
de oito deitado, assim, quando o tronco
• As camadas são invertidas, a terra reti- crescer, a planta não sofre danos. Assim
rada de baixo será devolvida na parte de que a muda se fixar, retirar o tutor.
cima da cova e a camada superior deverá
ficar na parte de baixo, próxima às raí- • Regue em abundância.
zes. Adicione também areia e composto
orgânico, dependendo da qualidade da • Se necessário, coloque uma proteção.
terra e da espécie a ser plantada.
A distância entre uma árvore e outra depen-
• Não se esqueça de retirar o invólucro da derá do tamanho da planta quando adulta.
planta, o saco plástico, a lata etc. sem Esse espaçamento varia muito, pois podemos
deixar quebrar o torrão. Para facilitar, encontrar tanto árvores que ocupam 7 m de
umedeça o torrão e aperte um pouco copa, como 25 m. O tamanho também está
para melhor fixação, aproxime bem a relacionado com a fertilidade do solo e o clima
da região.

1,70 cm de altura Tutor

Ramos

Pernadas

Muda
Amarra
25 a 20 cm

182
Capítulo 13 • Árvores

• Plantio de árvore

Fazer a cova e colocar o tutor. Colocar a muda sem deixar quebrar o torrão.

Completar a cova com terra bem preparada. Completar com terra, respeitando o colo da árvore.

Fazer amarração no tutor sem machucar a árvore.

183
Capítulo 13 • Árvores

Manutenção
Os cuidados após o plantio são tão ou mais importantes que o próprio plantio. A manutenção
consiste em retirar os ramos-ladrões e ervas-de-passarinho, por exemplo, além de irrigação,
adubação e tratamento de pragas e doenças, para as quais, em áreas urbanas não existe produto
registrado para tratamento, devendo esse, ser feito com produtos naturais ou controle biológico.

Erva de passarinho. Ramo ladrão.

Cuscuta.

A poda na cidade de São Paulo é regulamentada pela Lei no 10.365, pois muitas vezes as árvores
são levadas à morte por podas malfeitas. Para mais informações, veja o capítulo de manutenção.

184
Capítulo 13 • Árvores

As espécies citadas nessa tabela não são as mais indicadas e sim as mais
presentes no paisagismo do Brasil, sobretudo em São Paulo.

Quadro das Árvores

Nome popular e Origem Porte Flores/Frutos Folhas Obs.


científico

Aldrago - Pterocarpus Brasil M Amarelas com Compostas, Recomen-


rohrii Vahl manchas púrpuras com 5-7 folí- dada para
que se agrupam for- olos elípticos arboriza-
mando um delicado a ovalados de ção urbana
cacho perfumado um ver- e para
de-musgo reflosre-
brilhante tamento
de áreas
degradadas

Alecrim-de-cam- Brasil G Flores pequenas Compostas Floresce


pinas - Holocalyx cremes, frutos re- pinadas com mais
balansae Micheli dondos de 2 a 3 cm intensi-
dade na
primavera;
sulcos
longitudi-
nais bem
marcantes

Araribá - Brasil G Fruto grande alado, Folhas com- Flores


Centrolobium com espinhos, pa- postas com 13 amarelas
tomentosum Benth recendo um pássaro a 17 folíolos no verão
marrom com a parte
inferior
cor-de-ferru-
gem e peluda

Aroeira-salsa - Brasil P Muito pequenas, folhas flexí- Ideal para


Schinus molle L. reunidas em cachos veis direcio- beira de
nadas para o córregos e
solo lagos e fruto
é a pimenta-
-rosa

Aroeira-pimenteira - Brasil M Muito pequenas, Pinadas, ge- Fruto é a


Schinus terebinthifolia reunidas em cachos ralmente com pimenta-
var. acutifolia Engl. 7 foíolos -rosa

185
Capítulo 13 • Árvores

Quadro das Árvores

Nome popular e Origem Porte Flores/Frutos Folhas Obs.


científico

Cássia - Senna Brasil M Inflorescência Compostas Floresce


macranthera (DC. ex amarela formando no verão.
Collad.) H.S.Irwin & cachos; vagens Há muitas
Barneby cilíndricas outras es-
pécies com
o nome
popular de
cássia

Cedro - Cedrela fissilis Brasil G Flores pequenas Compostas de Os frutos


Vell. sem atrativos até 1 m com aparecem
paisagísticos; fruto folíolos de 8 a com a ár-
ovalado resistente e 14 cm vore quase
manchado sem folhas

Chorão - Salix China M Planta dióica, Simples,al- Ramagem


babilonica L. espigas pequenas, ternadas longa e
cápsulas ovaladas lanceoladas, flexível
estreitas com queda
acentuada

Chichá - Sterculia Brasil G Delicadas, de 2 Simples com 3 Raízes


apetala (Jacq.) cm, amarelas com lóbulos de tubulares
H.Karst. centro vermelho; aproximada- lembrando
lenhosos grandes mente 15 a 20 a base de
tipo cápsula cm um fogue-
te, floresce
no verão

Chuva-de-ouro - Brasil M Amarelas forman- folhas com- Inflores-


Cassia ferruginea do lindos cachos; postas parim- cência
(Schrad.) Schrad. ex vagens cilíndricas pinadas parece de
DC. fato uma
chuva de
ouro

Embaúba - Cecropia Brasil M Seus frutos são Folhas dividi- Faz parte
pachystachya Trécul pontiagudos, pare- das em 9 a 10 da alimen-
cendo dedos lóbulos com a tação do
parte inferior bicho-
branca e -preguiça;
tomentosa tronco oco

186
Capítulo 13 • Árvores

Quadro das Árvores

Nome popular e Origem Porte Flores/Frutos Folhas Obs.


científico

Eritrina / Mulungu Brasil P Inflorescências que Composta de Planta


- Erythrina speciosa lembram um 3 folíolos (for- caduca que
Andrews. candelabro; vagem ma de raia) floresce no
com espinhos inverno,
tronco tor-
tuoso com
espinhos

Eritrina-falcata - Brasil M/G Flores vermelho- Folhas com- É um


Erythrina falcata -alaranjadas, de 3 postas; com verdadeiro
Benth. a 5 cm de compri- três folíolos espetáculo
mento; vagem no inverno

Espatódea - Spathodea África G Tubo dilatado, Ovaladas Floresce


campanulata P. Beauv. central abrindo 5 lobos ver- alongadas, pratica-
melho- alaranjados, composta de mente o
cápsula semelhante 5 a 7 folíolos, ano todo
à vagem opostos com flores
e mais 1 grandes e
terminal suculentas

Eucalipto - Eucalyptus Austrália G Com numerosos Alternas Árvore


spp. estames cremes; ovaladas, com cres-
formato de sino com pontas cimento
lanceoladas rápido

Falsa-seringueira - Ásia G O figo verde é uma Simples Sicônio =


Ficus elastica Roxb. ex tropical reunião de muitas alternadas de inflores-
Hornem. flores pequenas; 12 a 30 cm de cência
infrutescência comprimento
com muitos frutos
pequenos

Flamboyant - Delonix Madagascar G Grandes com 5 Compostas Copa


regia (Hook.) Raf. petalas e margem bipinadas horizontal;
onduladas; vagem floresce no
pendente verão

187
Capítulo 13 • Árvores

Quadro das Árvores

Nome popular e Origem Porte Flores/Frutos Folhas Obs.


científico

Grevílea-anã - Austrália P Estames longos ver- Compostas, Tronco


Grevillea banksii R.Br. melhos com anteras pinadas com tortuoso,
amarelas; frutos: 3 a 7 folíolos ramagem
cápsulas ovaladas lineares lan- cinzenta
ceolados quando
nova

Guapuruvu - Brasil G Flores amarelas na Folhas com- Tronco


Schizolobium parahyba primavera; fruto postas bipina- liso com
(Vell.) Blake achatado e alado das delicadas marcas
com semente que de até 1m parecendo
parece ficha traços na
horizontal

Ipês - Tabebuia spp / Brasil M/G Brancas, róseas, Folhas com- Plantas ca-
Handroanthus spp roxas, amarelas, postas que se ducas que
frutos em forma de diferenciam florescem
vagem dependendo normal-
da espécie mente no
inverno

Jacarandá-mimoso - Argentina, G Azuis em formato Compostas Floresce


Jacaranda mimosifolia Paraguai e de sino no final dos bipinadas no verão
D.Don Bolívia galhos; cápsulas opostas, pare- e após a
que lembram casta- cendo renda queda das
nholas flores for-
mam um
belo tapete
azul

Jasmim-manga - México, P Flores exuberantes Folhas sim- Em alguns


Plumeria rubra L. Antilhas, nas cores branca, ples de 10 a locais
Guianas e rosa-claro e escuro 20 cm, verde- podem
Equador na primavera claras; quan- florescer o
e verão; frutos do arrancadas ano todo;
parecem vagem aos liberam é utilizada
pares substância nos colares
leitosa havaianos

Ligustro - Ligustrum China M Brancas numerosas Simples Tronco


lucidum W.T.Aiton em cachos; formam ovaladas, bastante
cachos roxos lanceoladas estriado

188
Capítulo 13 • Árvores

Quadro das Árvores

Nome popular e Origem Porte Flores/Frutos Folhas Obs.


científico

Jatobá - Hymenaea Brasil G Fruto com casca Folhas com- Flores


courbaril L. muito resistente postas de dois brancas na
que guarda folíolos, que primavera
polpa farinhenta dão a aparên-
comestível cia de uma
folha dividida
ao meio

Jequitibá - Cariniana Brasil G Fruto parece a pon- Folhas sim- Flores


estrellensis (Raddi) ta de um cachimbo, ples de 6 a 12 pequenas
Kuntze quando a tampa sai, cm de largura em cachos
libera as sementes por 3 a 6 cm surgem na
aladas de compri- primavera
mento após a libe-
ração dos
frutos

Manacá - Pleroma Brasil M Flores que mudam Simples, com Muito re-
mutabile (Vell.) de cor conforme nervuras lon- comendada
Triana amadurecem gitudinais para o paisa-
gismo, mas
apresenta
dificulda-
de de se
adaptar ao
transplante.

Pata-de-vaca - Índia e M Flores róseas e Em forma de Muito


Bauhinia variegata L. China brancas que pata de vaca utilizada
parecem orquídeas na arbo-
rização
urbana

Paineira - Ceiba Brasil G Grandes, vistosas, Compostas Floresce


speciosa A.St.-Hil.) róseas e brancas; digitadas com no verão e
Ravenna frutos grandes 5 a 7 folíolos produz a
como abacate, com com pecíolo paina, que
plumas brancas – (cabo) longo pode ser
paina utilizada
para tra-
vesseiros

189
Capítulo 13 • Árvores

Quadro das Árvores

Nome popular e Origem Porte Flores/Frutos Folhas Obs.


científico

Pau-brasil - Brasil G Flores amarelas Compostas Tronco


Paubrasilia echinata pequenas, vagem bipinadas, a com
(Lam.) Gagnon, com espinhos base dos fo- muitos
H.C.Lima & líolos parece espinhos
G.P.Lewis bem reta

Pau-ferro - Libidibia Brasil G Flores amarelas Compostas Tronco


ferrea (Mart. ex Tul.) no verão; vagem bipinadas “marmori-
L.P.Queiroz var. bastante dura zado”
ferrea

Quaresmeira - Brasil M/G Róseas e roxas em Lanceoladas Floresce


Pleroma granulosum grande quantidade, com nervuras duas vezes
cápsula em formato longitudinais. ao ano, no
(Desr.) D. Don
de sino Face superior inverno
áspera e infe- e no
rior pilosa verão,
atingindo a
quaresma

Resedá - Índia P Formam cachos Simples Caduca;


Lagerstroemia indica terminais bran- ovaladas e tronco com
L. cos rosa-claros e opostas marcas e
escuros trocas de
casca

Sibipiruna - Brasil G Inflorescência for- Folhas Floresce na


Poincianella pluviosa mando cachos com compostas primavera
(DC.) L.P.Queiroz var. as pontas marrons, bipinadas de
pluviosa vagem 20 a 25 cm

Tipuana - Tipuana Argentina G Abundantes amare- Compostas Floresce de


tipu (Benth.) Kuntz las, tipo samara pinadas com setembro a
8 a10 folíolos dezembro e
opostos e um dá suporte
terminal a epífitas

Voquísia - Vochysia Brasil G inflorescência com folhas simples Indicada


tucanorum Mart. flores amarelas nas com 4 a 6 por para praças
pontas dos ramos ramo e parques e
refloresta-
mento

190
Capítulo 13 • Árvores

Flamboyant. Resedá.

Tipuana. Cássia.

Manacá.

191
Capítulo 13 • Árvores

Ligustro. Alecrim-de-campinas.

Eucalipto. Ipê-branco.

Eritrina. Jatobá.

192
Capítulo 13 • Árvores

Aroeira-salsa. Aroeira-salsa (detalhe).

Cedro. Aroeira-pimenteira.

Chuva-de-ouro. Araribá.

193
Capítulo 13 • Árvores

Aldrago. Aroeira.

Eritrina-falcata. Espatédea.

Ipê-amarelo. Ipê-roxo.

194
Capítulo 13 • Árvores

Falsa-seringueira. Grevílea-anã.

Paineira. Pau-brasil.

Sibipiruna. Voquisia.

195
Capítulo 13 • Árvores

Chorão. Jacarandá.

Ipê-roxo. Pau-ferro.

Guapuruvu. Jasmim-manga.

196
Capítulo 13 • Árvores

Quaresmeira. Pata-de-vaca.

Jequitibá. Embaúba.

Chicha.

197
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

• Capítulo 14
Plantas para
Ambientes Internos
198
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Capítulo 14

Plantas para ambientes internos

S
ão plantas umbrófilas, ou seja, amigas da sombra, que podem viver em
ambientes internos, pois em seu habitat natural há pouca luz. Como
exemplo, temos as plantas que vivem na mata ou penduradas em árvo-
res. Dependendo das condições que o ambiente oferece, elas podem ser peque-
nas ou de médio porte, necessitando de mais ou menos luz e água.
Um ambiente interno pode ser: dentro de casa, em varandas, pérgulas, escritó-
rios, lojas, bancos, caramanchões, ou mesmo sob a proteção de uma árvore.
O estudo dessas plantas é de fundamental importância, pois com o crescimento
das cidades, as áreas verdes perderam lugar para o cimento e asfalto, sobrando
pouco espaço para jardins. Muitas pessoas só têm a possibilidade de ter vasos ou
jardins sob lajes internas.
Estudos da NASA indicam que as plantas retiram do ar os poluentes mais
comuns, como formaldeído, tricloroetileno e benzeno, e também ajudam a
balancear a umidade atmosférica. Além disso, segundo estudo realizado pela
Universidade Estadual de Washington, as plantas não só melhoram a qualidade
do ar, como podem aumentar a produtividade de uma empresa (foi constatado
um aumento de 30% na produtividade, além de uma redução do estresse dos
funcionários).
As plantas alegram e embelezam o ambiente com baixo custo e eficiência.
É muito importante que se faça um estudo aprofundado, principalmente, das
condições ambientais, pois não podemos esquecer que, quando levamos uma
planta para casa, ela não vai ter a mesma iluminação que recebia na natureza, o
espaço para o desenvolvimento de suas raízes e da copa será reduzido, além de
ela contar com umidade relativa do ar mais baixa.
Por outro lado, ela não terá de enfrentar enxurradas e ventos fortes e a tempera-
tura será mais estável.
Por isso, a escolha da espécie deverá ser feita primeiro em função das condições
que o local pode oferecer, isto é: luz, espaço para desenvolvimento das raízes e
parte aérea, água, umidade do ar, temperatura e correntes de ar.

199
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Luz Água

Podemos considerar plantas de interior Como em ambientes artificiais não há chuvas


aquelas que se adaptam à meia-sombra e lençol freático, é preciso compensar o for-
(boa quantidade de luz, mas sem sol direto, necimento de água com regas, que vão variar
ou poucas horas de sol por dia) e plantas de dependendo da necessidade da espécie, da
sombra (aquelas que são mais tolerantes à temperatura, tipo de substrato e do material
deficiência de luz). do vaso.
Essa seleção parece uma tarefa muito difícil, Espécies como samambaia, avenca, filodendro
mas pode ser feita de uma maneira prática e e dracena necessitam de substrato sempre
fácil: feche os olhos e lembre onde você já viu úmido.
a planta desejada. Ela estava no meio de um Violeta-africana, árvore-da-felicidade, chefle-
jardim com bastante sol, num canteiro bem ra, areca-bambu, devem ser regadas quando a
aberto, em um cantinho à sombra de uma camada superficial do substrato estiver seca.
árvore ou sob outras plantas? Desse modo, Casca-de-melancia, calanchôe, dedo-de-moça
você vai saber qual é o local apropriado para e flor-de-pedra, assim como as suculentas em
o bom desenvolvimento dessa planta. geral, preferem as regas espaçadas. Os cactos
Quando uma planta é colocada em um requerem pouca rega. Temperatura: quando
ambiente com menor incidência de luz que a estiver mais frio, diminua as regas e em épocas
necessária, você vai perceber que as folhas mais quentes, aumente.
ficam menores que o normal, sua cor é um Quanto à rega, podemos dizer que deve ser
verde mais escuro, com pouco ou nenhum feita em maior quantidade em vasos
florescimento e o caule é mais longo. com parede porosa.
Para sabermos quanto de luz o ambiente ofere-
ce, basta medir com um fotômetro — podemos Tipo de rega:
usar uma máquina fotográfica manual.
Um fator muito importante é a face e a • No substrato — principalmente para
distância da fonte de luz. plantas com folhas pilosas.
Uma planta que precisa de mais luz pode ser
colocada perto de uma janela que tenha face • No pratinho — coloque a água e, após
norte. Isto quer dizer que o ambiente terá uma aproximadamente 15 minutos, retire o
boa quantidade de luz ou mesmo de sol. excesso.
Na escolha das espécies, a quantidade de luz
no ambiente interno é um dos principais • Pulverizada ou com regador — é
fatores limitantes. importante, pois além de fornecer água,
limpa a planta.

200
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Tipo de vaso

Hoje em dia, podemos encontrar vasos de diversos materiais,


como:

• Barro – elemento natural, com baixo custo, diversos


modelos e tamanhos e com porosidade nas paredes.
Quebra com facilidade. Necessita de mais água.

• Plástico – leve, difícil de quebrar, baixo custo, segura a


água. Esteticamente não muito valorizado.

• Cimento – pesado, o que pode ser considerado vantagem


(em áreas que há possibilidade de tombar o vaso devido a
correntes de ar ou quando a planta é muito grande) ou
desvantagem (em locais em que é necessário mover o vaso).
Vários modelos, tamanhos, cores e texturas. Normalmente
mais caro.

• Fibra-de-vidro – esteticamente valorizado, leve, alto custo.

• Xaxim – elemento orgânico, com boa capacidade de


segurar água, porém é retirado de uma planta (samambaia-
-açu) que está em processo de extinção, por isso deve ser
evitado ou é preciso se certificar de que o vendedor o
produziu e tem permissão para venda.

• Fibra-de-coco – está no mercado para substituir o xaxim,


feito com material que seria jogado no lixo. Vários mode-
los, bonitos, médio custo. Ao usar esses vasos, preserva-se
o meio ambiente.

201
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Temperatura

Para cada planta existe uma faixa de temperatura ideal, na qual ela se desenvol-
ve. Para a maioria das plantas de interior, a faixa é de 7o C a 21 o C. As plantas
tropicais vivem bem em ambientes mais quentes.

Umidade do ar

É a quantidade de vapor de água na atmosfera. O ar quente tem a propriedade


de conter mais umidade do que o ar frio, provocando a evaporação da água,
principalmente das folhas.
Normalmente, quando a umidade está baixa, as pontas das folhas ficam secas.
Para aumentar a umidade:

• Borrife a planta, exceto as de folhas pilosas, pois a água pode ficar


acumulada na folha e danificá-la.

• Agrupe os vasos para criar um microclima mais úmido, o que ocorre


devido à evaporação e transpiração da planta.

• Coloque os vasos sobre uma bandeja forrada com pedregulhos ou argila


expandida molhada.

• Coloque entre o vaso e o cachepô argila expandida no fundo e esfagno


nas laterais.

Substrato

É a terra preparada, em que as plantas desenvolvem suas raízes. Deve ser uma
mistura adequada de materiais como: terra argilosa, areia lavada de rio e
composto orgânico. A mistura é feita conforme a espécie que se pretende
cultivar. Deve apresentar:

202
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

• Porosidade – é obtida com a adição de areia. É importante para que a água


não se acumule e o substrato não fique muito compactado, permitindo
assim a circulação de ar e água no sistema radicular.

• Permeabilidade – é fundamental para a penetração da água e do ar. Podem


proporcionar esta característica a areia e o composto orgânico.

• Retenção de água – deve reter água, ou seja, manter o substrato com o nível
ideal de água, pois, quando estão em vasos, as plantas não têm contato com
o lençol freático.

• Retenção de nutrientes – por estar em ambiente artificial, a planta


necessita de nutrientes para manter boas condições vegetativas e fitossani-
tárias. Por isso é importante a incorporação de composto orgânico.

Correntes de ar (ventos)

De modo geral, as plantas com folhas bem finas e delicadas não suportam
muito vento.

• Folhas finas e grandes (tipo bananeira) resistem ao vento, mas ficam


cortadas e, esteticamente prejudicadas.

• Folhas grossas como das suculentas são mais resistentes aos ventos.

• É importante que haja circulação de ar.

Implantação

Exceto os jardins de inverno, que são plantados na terra, mesmo em áreas inter-
nas, a grande maioria das plantas para esses espaços são plantados nos vasos.

• Escolher a muda e vaso compatíveis em tamanho – lembrar que todo


• vaso deve ter um ou mais furos em baixo para que o excesso de água
possa sair.

203
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

• Colocar um pedaço de manta de drenagem cobrindo os furos, isso funcio-


nará como um filtro para que a terra não saia do vaso.

• Preencher 1/6 da altura do vaso com argila expandida ou pedriscos.

• Cobrir o pedrisco com manta de drenagem.

• Colocar substrato preparado (1/3 de terra argilosa + 1/3 de composto


orgânico + 1/3 de areia) sobre a manta.

• Realize o plantio da muda no substrato, retirando o invólucro sem deixar


quebrar o torrão e respeitando o colo da planta que deve estar nivelado
com a superfície.

• Complete com mais substrato, deixando pelo menos 01 cm abaixo da


parte superior do vaso (boca).

• Regar, se o substrato baixar o nível, colocar mais e regar novamente.

Separar o material necessário para montar o vaso Cortar a manta de drenagem do tamanho da boca
planta, vaso com furos, argila expandida, manta de do vaso;
drenagem, terra preparada;

204
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Preencher 1/6 da altura do vaso com argila expandi- Colocar a manta de drenagem (que funciona como
da, cacos telhas ou pedrisco filtro) sobre a argila expandida

Colocar terra preparada (1/3 de areia, 1/3 de com- Apertar a terra cortar o invólucro para retirar a
posto orgânico e 1/3 de terra argilosa) sobre a manta muda sem deixar quebrar o torrão

Segurar firmemente a muda e colocar no vaso Completar com terra preparada

205
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Apertar bem a terra, completando até 1cm abaixo do Regar e colocar a planta no local onde ela possa se
limite do vaso desenvolver bem

Manutenção

• Controle de pragas e doenças – dê preferência a produtos naturais e


não-tóxicos, como calda de fumo, chá de sabão etc.,
• e faça limpeza manual.

• Poda – quando necessária, para manter a planta com tamanho apropriado


ao espaço oferecido, se possível evitar a poda e efetuar o transplante para
um vaso maior.

• Rotação dos vasos – gire os vasos para evitar que a planta cresça para um
lado só em busca da luz. Cuidado para não virar bruscamente, ou pode
machucar a planta.

• Descompactação da terra – muitas vezes a compactação é causada pela


falta ou excesso de água. Quebre os torrões com ferramenta pontiaguda e
adicione composto orgânico.

• Adubação – depende do tipo de planta, da época do ano e do local. É


aconselhável pelo menos três vezes ao ano. Recomendo usar o composto e
diluição de chorume que você mesmo pode produzir em casa.

206
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Os fertilizantes podem ser orgânicos ou inorgânicos.


Os adubos orgânicos ajudam principalmente a melhorar as propriedades físicas
do solo, deixando-o mais leve, solto e úmido, além de nutrir. Os inorgânicos
adicionam nutrientes ao substrato, mas vale lembrar que o excesso pode
comprometer a saúde da planta.
São vendidos em forma de:

• Granulados – jogue no solo e depois regue para que penetrem na terra.

• Solúveis em água (pó)– jogue diretamente no solo.

• Pastilhas e bastões – fornecem os nutrientes aos poucos, porém tendem a


concentrá-los nos locais onde já estão presentes. Convém quebrá-los e
distribuí-los no substrato.

• Foliares – apresentam uma resposta mais rápida por serem incorporados


diretamente pelas folhas, mas costumam dificultar o desenvolvimento das
raízes. Vale a pena intercalar com outro tipo de adubação.

Como fazer um terrário

Nathanael Ward, médico inglês e colecionador de plantas raras, no final do


século XIX criou um recipiente de vidro para transportar plantas, a “caixa de
Ward”. Essas caixas logo começaram a ser utilizadas na decoração de residências
como um pequeno jardim no vidro, atualmente chamado terrário.
Para quem não tem espaço, o terrário é uma boa opção. É criado um miniecos-
sistema onde a água e os nutrientes são constantemente reciclados. A água,
através da transpiração das folhas e da evaporação, se condensa sobre as paredes
de vidro, de onde escorre de volta para a terra, sendo novamente absorvida pelas
plantas, por isso as regas são pouco frequentes.

Para fazer:

• Escolha um recipiente de vidro de tamanho suficiente para receber as


plantas.

• Separe as plantas de pequeno porte e que tenham as mesmas


necessidades.

207
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

• Coloque pedras pequenas no fundo do vidro, formando uma camada de 2


cm ou proporcional ao tamanho do vidro.

• Cubra com uma manta de drenagem ou com uma camada fina de areia.

• Coloque 1 cm de areia sobre a manta de drenagem e sobre esta o substra-


to básico (1/3 de areia + 1/3 de argila + 1/3 de composto orgânico).

• Escolha a melhor posição para as plantas e faça o plantio.

• Dê o acabamento com musgos, pedras etc.

• Regue até que a água chegue nas pedras.



• Cubra com tampa ou papel-filme.

Para cuidar:

• Coloque em local iluminado, mas que não receba sol diretamente.

• Só coloque água quando as pedras começarem a secar e quando não esti-


ver ocorrendo condensação.

• Limpe o vidro com um chumaço de algodão.

• Faça a poda quando a planta ultrapassar o vidro. Às vezes, é necessário


controlar o crescimento das raízes.

• Abra a tampa para renovação do ar uma vez por mês. Não deixe aberto
por muito tempo.

Com estes cuidados o terrário permanecerá bonito e saudável por vários anos.

208
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Montagem de terrário

1. Separar o material necessário: Vidro, argila 2. Colocar a argila expandida ou pedrisco no vidro,
expandida ou pedrisco, areia, terra preparada (areia, apenas uma camada;
composto orgânico e terra vermelha), plantas, rega-
dor, papel filme (caso o vidro não tenha tampa);

3. Jogar areia sobre o pedrisco; 4. Adicionar terra preparada sobre a areia;

209
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

5. Plantar as mudas na terra preparada; 6. Observar a boa distribuição das mudas;

7. Regar; 8. Tampar ou colocar papel filme e deixar em local


que receba bastante iluminação, mas não sol direto.

210
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Quadro das Plantas para ambientes internos

Nome popular e Importância ornamental Porte Multiplicação


científico

Afelandra - Inflorescência amarela e folhas 50 a 90 cm Estaquia de ponteira


Aphelandra squarrosa verdes com veios brancos
Ness

Aglaonema - Folhas desenhadas 30 a 40 cm Estaquia


Aglaonema spp.

Antúrio - Anthurium Flores brancas, róseas e vermelhas 0,4 a 1 m Divisão de touceira


andraeanum Linden

Areca-bambu - Dypsis Folhas Até 6 m Sementes


lutescens. (H.Wendl.)
Beentje & J. Dransf.

Árvore-da- Folhas estreitas 1,5 a 2,5 m Estaquia


felicidade-fêmea -
Polyscias fruticosa (l.)
Harms

Árvore-da- Folhas largas 3a5m Estaquia


felicidade-macho -
Polyscias guilfoylei
(W. Bull.) L.H. Bailey

Begônia - Begonia Folhas desenhadas e brilhantes 20 a 80 cm Estaquia ou divisão de


spp. touceiras

Bromélia - Aechmea Folhas e flores 20 a 80 cm Brotos laterais e


spp., Guzmania sementes
spp., Vriesea spp.,
Tilandsia spp.

Camedórea - Folhas Até 3 m Divisão de touceira e


Chamaedorea spp. sementes

Cheflera - Schefflera Folhas Até 5 m Estaquia, sementes e


arboricola (Hayata) alporquia
Merr.

211
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Quadro das Plantas para ambientes internos

Nome popular e Importância ornamental Porte Multiplicação


científico

Clúsia - Clusia Folhas brilhantes Até 6 m Estaquia, alporquia e


fluminensis Planch. & sementes
Triana

Comigo-ninguém- Folhas desenhadas 30 a 70 cm Estaquia


-pode - Diffenbachia
amoena Bull.

Costela-de-adão - Folhas recortadas Até 3 m Estaquia


Monstera deliciosa
Liebm.

Espada-de-são-jorge - Folhas longas Até 1m Divisão de touceira e


Sansevieria trifasciata estaquia de folha
var. laurentii (De
Wild.) N.E.Br.

Fitônia / Planta- Folhas com nervuras 10 a 15 cm Estaquia ou ramagem


mosaico - Fittonia enraizada
albivenis (Lindl. Ex
Veitch) Brummitt

Flor-de-maio - Caule achatado e flores 30 a 60 cm Estaquia e sementes


Schlumbergera
truncata (Haw.)
Moran

Grama-preta - Parece uma gramínea 20 a 30 cm Divisão de touceiras


Ophiopogon japonicus
(L.f.) Ker Gawl.

Hera - Hedera Folhas Sobe vários Estaquia


canariensis Wild metros

Licuala - Licuala Folhas em forma de leque Até 3 m Sementes


grandis H. Wendl. Ex
Linden.

Lírio-da-paz - Inflorescência com espata branca 0,2 a 1,5 m Divisão de touceiras


Spathiphyllum spp.

212
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Quadro das Plantas para ambientes internos

Nome popular e Importância ornamental Porte Multiplicação


científico

Lírio-do-amazonas Flores brancas várias vezes ao ano 30 a 50 cm Bulbos


- Eucharis grandiflora
Planch. & Linden

Maria-sem-vergonha Flores coloridas 30 a 50 cm Sementes ou estaquia


- Impatiens walleriana
Hook.f.

Pacová - Philodendron Folhas brilhantes Até 1 m Estaquia e sementes


martianum Engl.

Peixinho - Folhas brilhantes e flores 20 a 50 cm Divisão de ramagem


Nematanthus enraizada
wettsteinii (Fritsch)
H.E.Moore

Peperômia - Folhas Até 50 cm Estaquia


Peperomia spp.

Pileia - Pilea cadierei Folhas prateadas De 20 Estacas


Gagnep.& Guillaumin a 20 cm

Ráfis - Raphis excelsa Folhas palmadas Até 4 m Divisão de touceira


(Thunb.) A. Henry

Ripsális - Rhipsalis Ramos cilíndricos e frutos redondos Ramos Estaquia


teres (Vell.) Steud. caem até
3m

Samambaia-açu - Folhas e “caule” ereto 2a4m Esporos


Dicksonia sellowiana
Hook.

Samambaia-de- Folhas com longas quedas Mais de 2 Esporos e rizomas


metro - Schellolepis metros
persicifolia (Desv.) Pic.
Serm.

213
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Quadro das Plantas para ambientes internos

Nome popular e Importância ornamental Porte Multiplicação


científico

Singônio - Syngonium Folhas verdes e variegatas Sobe vários Estaquia


angustatum Schott metros

Violeta-africana - Flores de diversas cores Aproximada- Estaquia de folhas


Saintpaulia ionantha mente 25cm
H.Wendl.

Zâmia - Zamioculcas Folhagem 40 a 60 cm Estaquia das folhas


zamiifolia Conrad
Loddiges

Lírio-do-amazonas. Zâmia.

214
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Cheflera. Pleomele.

Bromélia. Afelandra.

Singônio e Anturio.

215
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Aglaonema. Camedorea.

Clússia. Espada-de-São-jorge.

Grama preta. Maria-sem-vergonha.

216
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Maranta. Lírio-da-paz.

Pacová. Peperômia.

Samambaia-açu. Ripsalis.

217
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Antúrio. Flor-de-maio.

Peixinho. Piléia.

Singônio. Violeta.

218
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Árvore-da-felicidade. Areca-bambú.

Costela-de-adão.

Comigo-ninguem-pode.

Samambaia-de-metro.

219
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Bromélia. Ráfis.

Hera. Licuala.

220
Capítulo 15 • Como escolher uma planta

• Capítulo 15
Como escolher
uma planta
221
Capítulo 15 • Como escolher uma planta

Capítulo 15

Como escolher uma planta

M
uitos acham que escolher as maneira diferente. Se o objetivo é ter flores em
plantas para o jardim é uma ta- todas as épocas, então, é só escolher diferentes
refa muito difícil, pois, afinal, o plantas que florescem em meses diversos. Ao
Brasil tem a maior biodiversidade do planeta, contrário de muitos países, onde o inverno
entre plantas e animais, isso é decorrente da vigoroso não permite o florescimento o ano
sua dimensão continental e a grande variação todo, no Brasil isso é possível.
geomorfológica e climática, são encontrados Ao escolher uma planta para o jardim devemos
sete biomas: Amazônia, Cerrado, Pantanal, não só manter a planta viva, mas fazer com que
Mata Atlântica, Caatinga, Campos Sulinos e ela viva bem e para isso devemos respeitar suas
o bioma Costeiro. necessidades, que estão relacionadas com o seu
São tantas plantas entre nativas (originárias do ambiente natural. Para facilitar essa escolha,
Brasil) e exóticas (introduzidas de outros paí- você pode começar por eliminar o que não se
ses), que é difícil escolher somente algumas. adapta e seguir a lista abaixo:
Sabemos que em alguns projetos paisagísticos
as plantas não estão presentes, mas na grande Em primeiro lugar, respeite as necessidades
maioria, elas compõem a parte mais importan- de cada planta, ela só ficará bem se o am-
te no jardim. biente for adequado a ela.
As plantas dão vida ao jardim, pois são vida.
Um jardim é uma composição mutável e a cada
mês ou estação se apresenta de uma manei-
ra. Por isso é imprescindível planejar bem a
disposição de seus componentes.
Como todo ser vivo as plantas nascem (germi-
nam), crescem (crescimento vegetativo), se
multiplicam (florescem, produzem frutos,
sementes, e até se multiplicam vegetativamen-
te) e a cada momento se apresentam de uma

222
Capítulo 15 • Como escolher uma planta

Condições
ambientais

• Quantas horas diárias de sol o ambiente recebe e qual intensidade?


• Qual o tipo de solo?
• Qual a declividade? (Peça o levantamento planialtimétrico.)
• Existe água em abundância e de boa qualidade?
• Qual o espaço para o pleno desenvolvimento da planta, parte aérea e
• sistema radicular?
• Como é a região? E o clima?
• Que tipo de vegetação existe no entorno?
• Há presença de ventos fortes?
• Há algum tipo de inseto ou outros animais que podem atrapalhar o desenvolvimento
das plantas? Você pode usar algumas espécies que sejam resistentes ou afastem esses
animais?
• Por onde passa a fiação elétrica? (Peça a planta elétrica da casa).
• Por onde passam as tubulações? (Peça a planta hidráulica da casa).

Estas são algumas das perguntas que devem ser feitas para a escolha das espécies. De um jeito
mais simples, você pode até começar pelas dificuldades que o terreno apresenta.

Vamos fazer um exercício hipotético para ver como podemos reduzir o número de opções de
plantas para um jardim:

Imagine que você tem mil opções de plantas que gostaria de colocar no jardim e não sabe quais
escolher. O local tem muito sol e somente 50% das plantas se adapta a esta condição, assim, o
número cai para 500; há muito vento, o que reduz pelo menos mais 300 espécies; o espaço é pe-
queno, mais umas 100 são eliminadas. Agora, em vez de mil espécies, existem 100 possibilidades.

Análise do cliente

Quanto mais o cliente se integrar ao jardim, mais participará do projeto e melhor será o resulta-
do. É muito importante saber qual o perfil do cliente. Alguns fatores a serem observados:

• Que estilo de jardim lhe agrada?


• Qual a verba disponível?

223
Capítulo 15 • Como escolher uma planta

Local Escolha

Sombreado e com pouco es- Plantas de meia-sombra e com sistema radicular pequeno, plantas
paço para o desenvolvimento de pequeno porte.
das raízes

Talude Plantas com raízes fortes que se segurem em taludes e que não
precisem de muita manutenção

Encharcado Plantas que se adaptem bem a locais encharcados ou aquáticas

Muito vento Plantas resistentes ao vento: folhas resistentes, flexibilidade, deixem


passar o vento

Praia Plantas adaptadas ao calor

• Que idade têm os moradores e que grau


de sociabilidade? Objetivo do jardim
• Há alguém com deficiência física?
• Aprecia ou tem aversão por determinada
espécie?
• Possui cachorros ou gatos? Que raça? É necessário saber a função do jardim: para
• Quer atrair pássaros para seu jardim? que estamos fazendo este jardim?
• É alérgico a alguma planta?
• É um lugar para ficar em paz, lendo um
Acredito que o jardim deve ter a identidade do livro?
seu dono, para que ocorra o pertencimento e • Chamar a atenção das pessoas que pas-
realmente a apropriação. sam por perto?
Voltando à hipótese anterior, quando tínha- • Isolar a área da casa?
mos 100 opções: • Criar uma estufa para uma terapia
o cliente tem pouca verba para a implantação diária?
do jardim, então, o número de opções cai para • Criar um jardim esportivo?
50; se ele possui cachorro, assim, o número • Fornecer alimentos?
cairá para 30.
Depois de respondidas todas estas perguntas,
Observação: os cachorros costumam atacar vem a parte da criação.
plantas que se mexem com o vento, pois pen- Ainda continuando com os cálculos: temos
sam que são pássaros. Eles também adoram 30 opções, mas precisamos de plantas que
brincar com o copinho das bromélias e, as chamem muita atenção, que normalmente são
vezes, acabam por matá-las. aquelas com cores quentes (vermelho, amare-
lo ou laranja) ou que têm formas diferentes.
Então, nosso número se reduz a 15.

224
Capítulo 15 • Como escolher uma planta

Estética
obedecer a uma certa organização. Você pode
começar pelo porte (pensar nas plantas quan-
do ficarem adultas): plantas baixas, médias ou
altas. Assim, para quem olha o jardim, poderá
visualizar o todo.
Um jardim deve ser belo e formar um Pense em fazer uma relação com uma casa:
conjunto harmônico. existem as plantas que formam o “piso”, as
“paredes” e o “teto”.
E para isso há mais algumas perguntas.
• Plantas baixas ou “pisos” — Gramados,
• Qual o estilo da casa? forrações e algumas floríferas (sendo que
• Qual o tipo de material da construção? as floríferas funcionam como um aca-
• Qual a localização do terreno e quais as bamento, um detalhe mais elaborado da
plantas existentes? composição).
• Quais os pontos atrativos?
• O que é preciso realçar ou esconder? • Plantas médias ou “paredes” — Folha-
• Como fazer uma composição gens, arbustos, trepadeiras.
harmoniosa?
• Plantas altas ou “tetos” — Árvores,
O gosto e a beleza são subjetivos, mas devemos arbustos de porte grande, trepadeiras
considerar que o jardim será apreciado todos conduzidas para
os dias pelo seu dono. Assim, siga o gosto dele. • o alto e palmeiras.
Você pode até sugerir algumas modificações,
mas sempre respeitando o gosto de quem vai Não plante espécies altas na frente das meno-
estar no jardim. res, ou estas não aparecerão.
As modificações que você deve insistir em Para escolher uma árvore, um dos pontos prin-
fazer são relacionadas com as necessidades das cipais é a relação com a área: o espaço tem de
plantas e as condições ambientais, como por ser suficiente para o desenvolvimento da copa,
exemplo, se o cliente quiser uma planta que da raiz e do tronco. Além disso, a produção de
precise de muito sol dentro da varanda, onde frutos, flores e a consistência dos galhos são
não bate sol. Neste caso, a planta morrerá por aspectos fundamentais.
falta de adaptação ao ambiente — é melhor Os arbustos são bastante usados para a
não plantar. formação de cercas-vivas ou para substituir
Das 15 espécies possíveis precisamos de uma uma árvore por falta de espaço. Observe os
que seja alta, pois é necessário que esconda mesmos cuidados que na escolha das árvores,
uma parede feia. Então, sobram apenas com atenção especial para o tempo de desen-
quatro espécies possíveis. Fica bem mais fácil volvimento da planta e ao local mais adequado
escolher, não? para o seu pleno desenvolvimento, pois ao
Para a escolha, é necessário juntar todos os contrário das árvores, alguns arbustos de
fatores e em certos casos priorizar algum, por desenvolvem bem em locais mais sombreados.
exemplo, para áreas públicas, como canteiro As forrações são escolhidas em função de luz,
central, a segurança é o principal. solo, cor, uso do jardim, topografia etc. Com
Além disso, a disposição das plantas deve um número muito grande de espécies, as

225
Capítulo 15 • Como escolher uma planta

forrações são usadas para “enfeitar” um jardim ou para substituir o gramado em


locais onde estes não se desenvolvem.
Os gramados dão o tom do jardim – ao observá-lo, podemos descobrir se um
jardim é bem cuidado ou não. A escolha da grama certa e do tipo de implantação
é de fundamental importância. Faça uma análise de custo-benefício para saber
se o gramado será implantado por placas, mudas ou sementes, pois o valor do
investimento é inversamente proporcional ao tempo que ele leva para cobrir
todo o solo.
Apesar de muitas vezes trabalharmos com mudas pequenas, o espaçamento
sempre deve ser calculado em função do tamanho da planta adulta.
Por exemplo, no plantio de árvores, a distância de uma cova para outra deve ser
calculada em função do tamanho da copa quando adulta, mesmo que pareça, no
início da formação do jardim, que ali caberiam muito mais mudas.
O mesmo se aplica ao plantio dos arbustos.
Sempre se lembre de preparar a cova com substrato preparado e tomando como
medidas básicas:

• Para árvores — 60 x 60 x 60 cm.


• Para mudas maiores, espaço suficiente para acolher o torrão com espaço de
todos os lados, pelo menos 20 cm de cada lado.

• Para arbustos e palmeiras — 50 x 50 x 50 cm ou idem às arvores se forem


torrões maiores.

Normalmente, as forrações são vendidas em caixas com 15 mudas ou, depen-


dendo do tamanho, 6 ou 8 mudas, que devem ser distribuídas no espaço em que
você está trabalhando de modo que não fiquem espaços vazios ou muito amon-
toados. Dê preferência ao plantio em “pé de galinha”. Saber o tempo de cresci-
mento da planta também ajuda bastante para o cálculo exato. Para a maioria das
espécies, utilize a distância de 20 cm entre mudas, sendo, portanto, necessárias
25 mudas por m2.
As gramas são vendidas por m2.
Estar em contato com produtores e vendedores é importante, pois muitas vezes
algumas plantas deixam de ser comercializadas, ou novas espécies são introduzi-
das no mercado.
O preço das plantas quase sempre está relacionado com seu porte e as dificulda-
des de cultivo e, às vezes, com modismos.
Convém lembrar que vale a pena tentar aproveitar as plantas que já estão no
local, pois elas já estão adaptadas e, sobretudo, são seres vivos e não devem ser
desperdiçados. Muitas vezes uma boa adubação, limpeza e controle
de insetos podem deixar as plantas mais saudáveis e bonitas.

226
Capítulo 15 • Como escolher uma planta

Devem ser respeitados:

• O meio ambiente.
• As necessidades das plantas.
• Nosso gosto e objetivo.

Esta tabela é só um exemplo de como você pode começar sua pesquisa.

Árvores • Árvores de pequeno, médio ou grande porte.


• Produzem frutos comestíveis?
• Tipo de raiz.
• Tipo de copa.
• Fornecem sombra densa etc.?

Trepadeiras • Tipos de estruturas para se fixar.


• Se produzem flores, quais as cores?
• Exalam perfume etc.?
Forrações • Gosta de sol ou meia-sombra.
• Cores e formas.
• Tempo de crescimento, produção de mudas etc.
Gramas • Qual a mais resistente à falta de água?
• Qual a que precisa de menos podas?
• Qual a mais bonita?
• Qual a que resiste a local mais sombreado etc.?

Etapas para implantação

1. Analise a área, faça o levantamento das plantas existentes e de todas as


características do local.

2. Trace o caminho, levando em consideração as entradas e saídas.

3. Verifique a visão que se tem das janelas.

4. Escolha as árvores que são os elementos maiores do jardim, em seguida as


palmeiras, arbustos, trepadeiras, forrações e por fim o gramado.

5. Desenhe em um papel a melhor distribuição desses elementos.

6. Deixe marcados e implantados os pontos de luz e água. Para áreas maio-

227
Capítulo 15 • Como escolher uma planta

res é aconselhável contratar projetos de iluminação e irrigação, assim como


drenagem.

7. Faça o tratamento das plantas existentes – aproveitando a maior


quantidade possível.

8. Faça o tratamento do solo. Muitas vezes é necessário fazer análise


(descrita no capítulo de solo) para as devidas correções.

9. Nivele.

10. Marque os canteiros com pequenos pedaços de madeira amarrados com


fio.

11. Plante adequadamente: tire o invólucro, seja ele, saco plástico, vaso, lata,
estopa etc., com muito cuidado para não quebrar o torrão (terra que envolve
e protege a raiz da planta), faça uma cova suficientemente grande para
receber o torrão, nivele o colo da planta na superfície e complete com terra
preparada.

12. Após o plantio, regue.

13. Aprecie sua obra de arte.

228
Capítulo 16• Pragas e Doenças

• Capítulo 16
Pragas e Doenças
229
Capítulo 16• Pragas e Doenças

Capítulo 16

Pragas e doenças

P
ara fazermos uma análise da saúde • Aconteceu algo diferente? Adubação?
de nossas plantas, devemos levar em Troca de lugar? Você foi viajar? Perío-
consideração uma série de fatores: dos longos sem rega podem ocasionar
espécie da planta, ambiente, manutenção, problemas.
presença de parasitas etc.
Antes de pensarmos em fazer o combate às • As outras plantas apresentam problema
pragas e às doenças, é importante pensarmos semelhante?
em como não deixá-las ficar doentes. Uma
planta bem nutrida, em local adequado, terá Com essas respostas em mãos, procure as pos-
muito mais imunidade. síveis causas do problema.
É natural que as plantas apresentem algum Podemos dividir os problemas em pragas e
tipo de praga e doença, faz parte da natureza doenças:
e elas podem suportar, porém, se de algum
modo houver comprometimento da produção, • Pragas – Quando podemos ver o parasita
o controle deve ser feito. Lembre-se também que está atacando a planta, como pulgão,
que toda praga tem, pelo menos, um inimigo cochonilha, lagarta, formiga etc., sua
natural. identificação é fácil.
Para chegar ao diagnóstico do problema de
uma planta, algumas perguntas deverão ser • Doenças – Quando vemos apenas os sin-
respondidas: tomas, pois o parasita só pode ser obser-
vado ao microscópio. Assim como muitas
• Qual é a planta? A queda das folhas, por das doenças que acometem os seres hu-
exemplo, pode ser um processo natural manos, como, por exemplo, quando temos
da espécie, algumas manchas nas folhas uma infecção e nosso corpo demonstra
e até a presença de esporos, às vezes, são que algo está errado, pois há um aumento
confundidas com doenças. de temperatura (febre), nas plantas vemos:
manchas, queda das folhas, apodrecimen-
• Há quanto tempo você tem esta planta? to do caule, murchamento etc.
Ela pode estar passando por um período • São doenças provocadas por fungos, vírus
de adaptação. Quando mudamos uma e bactérias. Sua identificação é difícil, pois
planta de ambiente, muitas vezes ela vários sintomas parecidos, como man-
perde folhas e volta a produzi-las, chas, por exemplo, podem ser causados
• é natural.

230
Capítulo 16• Pragas e Doenças

por excesso ou falta de água, nutrientes, bemos suas teias, como as de aranhas de
sol ou ainda por ataque de patógenos. coloração variada; habitam a superfície
Neste caso, o melhor é enviar uma amos- inferior das folhas, sugando a seiva.
tra para um laboratório especializado.
• Nematoides – parasitas pequenos e bran-
Algumas pragas e doenças mais comuns: cos que vivem na terra e atacam as raízes
de plantas provocando galhas (desenvolvi-
• Pulgões – insetos pequenos, verdes, bran- mento anormal).
cos ou pretos, sugadores. É talvez a praga
que mais ataca as plantas, juntamente • Tatuzinho ou tatu-bola – Têm duas ações
com as cochonilhas. sobre as plantas, a negativa é que comem
as suas raízes e a positiva é que seu movi-
• Cochonilhas – podemos separá-las em mento na terra acaba arando o solo.
duas categorias: com carapaça, que possui
uma capa protetora, tem aparência de • Brocas – Larvas de besouros, mariposas e
bolinha, escama ou risco preto; e sem ca- borboletas que não ficam expostos, fazem
rapaça, que é pequena e farinácea, parece furos redondos na planta, como os de uma
um algodão. Abrigam-se em folhas, galhos furadeira, e se desenvolvem no seu inte-
e frutos. Normalmente, escondem-se em rior. As perfurações podem ser nas partes
locais abrigados da luz. Podem ser elimi- aéreas e subterrâneas dos vegetais, como
nadas com inseticidas naturais. As cocho- troncos, raízes, bulbos, frutos e sementes.
nilhas com carapaças são impermeáveis,
então, recomenda-se o uso de óleo vegetal • Lesmas e caracóis – Moluscos que vivem
ou mineral, que conseguem ultrapassar a em ambientes úmidos e escuros, por isso
carapaça. atacam durante a noite. Raspam as folhas
fazendo grandes buracos. São controlados
• Lagartas – são larvas de borboletas e por armadilhas com cascas de frutas e
mariposas. Se quisermos as borboletas troncos; durante a noite, são atraídos pelo
temos de suportar as lagartas, mas se elas cheiro e ao amanhecer se abrigam nessas
estiverem prejudicando as folhas, reco- cascas para se protegerem do sol, desse
mendamos a catação manual, com luvas, modo podem ser retirados manualmente.
ou o uso de um produto biológico à base
de bacilos; também existem os predadores • Pinta-preta – causada por fungos que
naturais que são vespas e pássaros. formam manchas circulares cercadas por
anéis concêntricos de cor amarela e preta,
• Abelha irapuã – esta abelha é útil na muito comum em roseiras.
polinização, mas também ataca as flores e
folhas, muitas vezes impedindo a frutifi- • Oídio – doença fúngica que apresenta
cação. Por isso, é aconselhável verificar se manchas brancas semelhantes ao mofo.
realmente os danos são maiores que sua Essas manchas, depois, tornam-se ama-
ação positiva. relo avermelhadas e acabam secando a
folhagem.
• Ácaros – invisíveis a olho nu, só perce-

231
Capítulo 16• Pragas e Doenças

Pulgão. Cochonilha com carapaça.

Lagarta. Caramujo.

Broca. Cupim.

232
Capítulo 16• Pragas e Doenças

Ácaro. Cigarrinha.

Cochonilha. Cupin e broca.

Doença fúngica. Pulgão.

233
Capítulo 16• Pragas e Doenças

Formiga. Fumagina.

Taturana. Trips.

• Algumas receitas para controle de pragas e doenças

1. Pique 5 cm de fumo de corda e deixe por 2. Amasse 3 cabeças de alho, misture com
uma noite em 1 litro de água, formando 2 colheres (sopa) de parafina líquida e 1
a calda de fumo. Na manhã seguinte, coe colher (sopa) de sabão de coco picado.
e pulverize nas plantas. Use toda a calda Dilua em 10 litros de água e pulverize.
e prepare mais a cada aplicação, pois a Indicado para insetos, bactérias, fungos e
nicotina, que funciona como inseticida, se nematoides.
perde após 24 horas. Aplique 3 vezes, uma
vez por semana. Indicado para pulgões 3. Deixe de molho 1 kg de folhas de angico
e cochonilhas sem carapaça e outros (Piptadenia spp.) em 10 litros de água, por
insetos. 8 dias. Aplique 1 litro por m2 de formiguei-
ro. Indicado para formigas cortadeiras.

234
Capítulo 16• Pragas e Doenças

(Fonte: Jaccoud, 1994) trole biológico à base de bactérias, Bacillus


thuringiensis, como o Dipel, Manapel,
4. Derreta cera de abelha e misture essência Agropel etc.
de Bergamota até formar uma pasta. Apli-
que nos furos provocados por cupins. 11. Misture leite em água na proporção de
(Fonte: Primavesi, 1997) 10% e pulverize sobre as plantas, isso aju-
da no controle de vírus e insetos.
5. Para fazer calda bordalesa, dissolva 200g
sulfato de cobre em 5 litros de água. No 12. Esprema a mandioca ralada, e retire o ex-
dia seguinte, dissolva cal virgem em 15 li- trato de aspecto leitoso. Utilize 2 litros/m2.
tros de água. Misture os dois e verifique o Aplique em intervalos de 14 dias, pulveri-
pH, que deve estar em torno de 11. A quan- zando por irrigação. Recomendado para
tidade de sulfato e cal depende do estágio fungos, nematoides, formigas, ácaros,
de infestação, mas pode variar entre 200 pulgão e lagartas. (Fonte: Paiva, 1995)
g e 1 kg. Utilize todo o material em três
dias — após esse prazo, ele não terá mais 13. Muitas pragas e doenças são controladas
o efeito desejado. Indicado para algumas pelo NIM (Azadirachta indica). Entre em
doenças bacterianas, doenças fúngicas e contato com os fornecedores e verifique
insetos. (Fonte: Guimarães, 1996) a concentração e o tipo de aplicação, pois
depende do parasita.
6. Misture 50 g de flores de camomila em
1 litro de água. Deixe de molho por três 14. O óleo mineral é utilizado para controle
dias, agitando 4 vezes por dia. Aplique 3 de cochonilha com carapaça, pois ele é
vezes a cada 5 dias. Indicado para doenças capaz de ultrapassar a capa que protege o
fúngicas. (Fonte: Paiva, 1995) inseto, matando-os. Utilize na concentra-
ção de 1% de diluição, em água.
7. Corte 1 kg de cebola e misture em 10
litros de água. Deixe curtir por 7 dias. 15. Para controle de broca e cupins, que for-
Dilua cada litro da mistura em 3 litros de mam galerias, você deve eliminar o ramo
água. Indicado para doenças fúngicas, atacado, introduzindo cupinicidas em suas
pulgões e cochonilhas. (Fonte: Sabillón e galerias. Feche o orifício com barro ou
Bustamante, 1996) cera para que a larva morra.

8. O plantio de tagetes perto de canteiros 16. Pesquisas realizadas por técnicos da Ema-
repele muitas pragas. Você pode também ter tiveram bons resultados com a mistura
fazer um chá com folhas e talos e de gergelim preto, coentro, folhas de
pulverizar. mamona, cal virgem e enxofre, que deve
ser pulverizada sobre as plantas.
9. Dissolva enxofre em pó na proporção de
1% e pulverize três vezes. Indicado para É muito importante observar se a planta está
ácaros. nas condições ideais para o seu desenvolvi-
mento, pois o excesso ou falta de sol, vento e
10. Para combater a lagarta, existe um con- água, podem deixar a planta muito doente.

235
Capítulo 16• Pragas e Doenças

Recomendamos:

• Métodos culturais – procure um local onde a planta se adapte melhor, faça


rotação de cultura, aeração do solo tanto pelo revolvimento da terra quanto
pela adição de areia, limpe o canteiro antes do novo plantio, poda, adubação
e irrigação.

• Controle biológico – deixe que inimigos naturais façam seu trabalho, por
exemplo: a joaninha come pulgões e cochonilhas.

Joaninha.

• Métodos mecânicos – faça catação manual, uso de armadilhas, formação


de barreiras ou sulcos etc.

A melhor opção é integrar vários métodos.

Muitas vezes, a transferência de uma planta de um lugar para outro pode


ocasionar problemas muito difíceis de serem controlados, por isso existem leis
e portarias federais e estaduais, que obrigam o cumprimento de regulamentos
visando prevenir a entrada e saída de plantas exóticas e eliminar a possibilidade
de disseminação de pragas e doenças pelo serviço quarentenário, executado pelo
Serviço de Defesa Sanitária Vegetal. Há ainda decretos estaduais visando medi-
das obrigatórias de controle, além de fiscalização do comércio de defensivos.

236
Capítulo 17 • Manutenção

• Capítulo 17
Manutenção
237
Capítulo 17 • Manutenção

Capítulo 17

Manutenção

A
manutenção é um dos itens mais importantes do jardim, pois dela
depende a continuidade do jardim. Não adianta ter um projeto
extraordinário se a manutenção não for adequada. É o que diferencia
o jardim das outras obras de arte.

Projeto

Planejamento Execução
Manutenção

Obra-de-arte
Jardim

Planejamento, Projeto, Execução. No jardim nunca para, pois lidamos com


seres vivos, que precisam de cuidados constantes.
Como o próprio nome diz, manutenção vem do manter, “manter um jardim
saudável e bonito” e não alterar. A partir do momento que modificamos um
jardim, estamos fazendo uma reforma e para isso precisamos do consentimento
do autor do projeto.

Manutenção é Conservação, essencial para manter a planta saudável, com bom


desenvolvimento, crescimento certo, manter as linhas do jardim, impedir que
uma atrapalhe a outra, ou seja, conduzir da melhor forma para manter o jardim
bonito. O mais importante são os métodos preventivos, ou seja, não deixar a
planta ficar fraca ou doente. Alguns procedimentos que merecem atenção:

238
Capítulo 17 • Manutenção

Irrigação

Reposição de água do solo e da planta para que ela tenha um bom desenvol-
vimento. São utilizados técnicas e equipamentos programados e operados de
forma racional.
A maior parte da planta é composta de água, algumas com mais de 90%. Pode-
mos observar que com a falta de chuvas e irrigação manual as folhas começam a
secar, murcham, ficam desidratadas e caem (como uma maneira de diminuir a
perda de água, uma vez que as folhas evaporam e transpiram água).
Todo alimento que entra na planta é diluído em água, assim, a água representa
uma boa parte da vida das plantas. E ela não pode faltar.
Existem várias técnicas de irrigação, mas para escolher, é importante conhecer
o solo (taxa de infiltração e capacidade de retenção de água); clima e época do
ano, que interfere no consumo de água pela planta; declividade do terreno; da
qualidade e da disponibilidade de água; dos efeitos do vento; do tipo de cultura
e da fase de desenvolvimento da planta que será irrigada. Você pode associar
vários métodos.
Em regiões áridas e semiáridas a irrigação é imprescindível principalmente nos
períodos críticos, que são a germinação e a floração.
Existem diversos métodos e sistemas de irrigação, mas para jardins residenciais
os mais comuns são:

• Gotejamento – A água é levada sob pressão por tubos e aplicada ao solo,


através de emissores, diretamente sobre a raiz da planta, em alta frequência
e baixa intensidade. Possui uma eficiência na ordem de 90%, porém seu
custo é alto. Normalmente é utilizada para culturas ou grandes jardins,
ou naqueles de difícil acesso. Tem, como vantagem, menos necessidade de
água, comparado aos demais sistemas de irrigação. Pode ser instalado na
superfície ou enterrado.

• Aspersão convencional – A água é lançada ao ar em jatos de água que


caem sobre as plantas em forma de chuva. Podem ser móveis ou totalmente
automatizados (fixos). No método convencional, a linha principal é fixa e as
laterais são móveis. Tem custo menor, mas requer mais mão-de-obra para as
mudanças da tubulação.

Para jardins menores, a aspersão é feita com mangueiras mais simples, mas o
ideal é direcionar o jato de água para cima e deixar cair como chuva, assim esta-
remos imitando a natureza e certamente o resultado é melhor.
É aconselhável que a rega seja feita nas primeiras horas do dia, mas se não for

239
Capítulo 17 • Manutenção

possível, pode ser feita a qualquer hora, mas nas horas mais quentes do dia uma
boa parte da água lançada e quase que imediatamente evaporada. A irrigação à
noite tem o inconveniente de deixar o excesso de água na terra até o dia seguin-
te, quando o calor do sol fará com que o excesso evapore.
O excesso de água é mais prejudicial que a falta, pois ela ocupará o espaço na
terra destinado ao ar, de modo que a planta não pode respirar, a raiz apodrece
e a planta morre. Cada planta tem uma necessidade de água diferente, mas
normalmente regamos até que a terra fique molhada a 15 cm de profundidade
e a próxima rega deverá acontecer quando a terra secar. Observe se a água está
descendo muito rapidamente, neste caso, há excesso de areia, ou se a água está
empoçando em vez de descer, neste caso, a terra está muito argilosa. Em ambos
os casos é aconselhável corrigir e revolver a terra.
Uma boa dica para economia de água é a adição de composto orgânico na terra,
que absorverá a água e a liberará de forma lenta, mantendo a planta hidratada
por mais tempo.
A água deve ser de boa qualidade, principalmente para irrigação de hortaliças.

Irrigação.

Adubação

A adubação consiste em corrigir deficiências ou repor nutrientes para o cresci-


mento das plantas. Os nutrientes são divididos em macro e micronutrientes, e as
plantas precisam especialmente dos macronutrientes. Os mais necessários são
nitrogênio, fósforo e potássio, como já vimos no capítulo sobre solos. Quando
o solo está bem preparado, o que se consegue com uma boa nutrição orgânica,

240
Capítulo 17 • Manutenção

dificilmente a planta apresentará problemas.


Encontramos no comércio adubos orgânicos e minerais (químicos). Para uma
melhor compreensão, podemos comparar os orgânicos, com uma pessoa que
tem uma boa alimentação e vive num ambiente saudável, já que esse tipo de
adubo também melhora muito as propriedades físicas do solo. Já os compostos
inorgânicos ou químicos, seriam as vitaminas adicionais e que seriam desneces-
sárias se houvesse uma boa alimentação (orgânica).

1. Adubos orgânicos – são obtidos a partir da decomposição de restos de


plantas ou de animais (especialmente o estrume), veja no capítulo solo,
onde falamos de compostagem. O adubo orgânico melhora as condições
físicas do solo, deixando-o solto, facilitando a absorção da água, conser-
vando a umidade e melhorando o meio para o desenvolvimento do sistema
radicular das plantas.

2. Adubos inorgânicos ou minerais – são extraídos de rochas, que são


recursos naturais não-renováveis, ou produzidos em indústrias químicas,
com riscos para o meio ambiente. O mais conhecido é o NPK (nitrogênio,
fósforo e potássio) que é comercializado em diversas formulações.

3. Adubos verdes – são plantas, geralmente leguminosas, cultivadas antes ou


junto com a cultura principal. As folhas e a palhada dos adubos verdes
contêm nutrientes que lentamente vão sendo utilizados por outras culturas.

O adubo pode ser aplicado diretamente no solo, para que seja incorporado pelas
raízes em conjunto com a água, por isso é importante regar após a adição.
Para saber a quantidade necessária de adubo é preciso conhecer a composição
do solo e as exigências de cada espécie. Normalmente, você pode dividir a adu-
bação em 3 aplicações.
Cada planta tem uma melhor época para adubação, mas de modo geral, costu-
mamos fazer a adubação nos meses que têm a letra R, ou seja, os meses da
primavera e verão, época em que as plantas crescem mais e têm mais necessida-
de de nutrientes.

Transplante

A transferência da planta para outro local pode ser feita enquanto as mudas são
pequenas ou quando já são árvores grandes, dependendo das características da
planta.

241
Capítulo 17 • Manutenção

As hortaliças e floríferas devem ser transplan- muito da época do ano.


tadas da sementeira, quando tiverem de 4 a 6 • Marque na árvore onde está a face norte,
folhas novas. Faça o transplante nas horas para que posteriormente ela seja planta-
mais frescas do dia, com uma colher de da na mesma face.
transplante, sempre levando um pouco da
terra que envolve as raízes. • Corte a raiz principal e efetue o plantio
As plantas envasadas devem ser transplan- no novo local após as raízes novas terem
tadas quando o vaso fica pequeno e as raízes se formado nos 4 eixos N-S-L-O, comple-
começam a sair ou ocorre a quebra do vaso. tando a trincheira nos 360o da planta.
Neste caso, é muito fácil: proceda como se
estivesse montando um vaso normal, porém, • Faça o plantio do mesmo modo que o de
ao retirar do antigo vaso, tome cuidado para uma muda nova.
não quebrar o torrão, pois quando isto ocorre,
muitas vezes a planta perde todas as folhas e a
recuperação pode demorar ou até não aconte-
cer. Para não correr riscos, o ideal é quebrar o
antigo vaso.
No transplante de plantas que já estão na
terra e vão para outro lugar, lembre-se que, ao
retirá-las do solo, é quase inevitável o corte de
uma parte das raízes, o que dificultará o abas-
tecimento de água. Para compensar essa perda,
diminua a parte aérea, ou seja, pode uma parte
dos galhos com folhas.

Para plantas maiores, alguns cuidados devem


ser tomados:
Preparo do torrão.

• Faça uma vala circular com 6 vezes o


tamanho do diâmetro do caule, em
distância e profundidade. O ideal é fazer
em duas etapas, na primeira o corte será
no sentido norte-sul, deixando as raízes
do eixo leste-oeste intactas até que as
primeiras já tenham desenvolvido as
raízes novas e só neste momento é que a
segunda etapa será cortada.

• Coloque folhas secas nas valas ou trin-


cheiras, conforme forem cortadas.

• Espere até que as raízes laterais se for-


mem e se estabeleçam, isso dependerá

242
Capítulo 17 • Manutenção

Poda

Técnica utilizada para controlar o crescimento das plantas. Muito aplicada para manter o grama-
do com determinada altura, direcionar o crescimento de trepadeiras, dar forma e fazer cercas-vi-
vas em arbustos, compatibilizar a planta à área e aumentar a produção das árvores frutíferas.

É importante lembrar que a poda é feita para satisfazer as necessidades dos homens e não da
planta, pois quem precisa de mais flores e frutos não é a planta: o que ela produz é suficiente para
manter a geração de novas plantas. Na natureza, a poda sem intervenção humana só ocorre com
a queda de um galho doente ou das folhas que já completaram seu ciclo de vida.

Quando mal executada, a poda pode levar à morte da planta ou deixá-la suscetível à queda, ou a
doenças. Infelizmente os critérios utilizados para prioridade dos elementos que estão nas calça-
das prejudicam bastante as árvores. Na arborização urbana, a poda visa basicamente conferir à
árvore uma forma adequada aos equipamentos urbanos. A retirada de galhos para liberação de
fios elétricos, por exemplo, é chamada poda de adequação, deveria ser executada para conduzir a
parte aérea e não para reduzir o volume, mas nem sempre isso acontece.

Poda feita para liberar a passagem dos fios.

243
Capítulo 17 • Manutenção

Poda com descascamento. Poda boa com cicatrização.

A cidade de São Paulo teve um crescimento muito rápido e sem planejamento, o que fez com
que muitas árvores, antes perfeitamente adaptadas ao ambiente, se tornassem incompatíveis às
condições atuais: diminuição de calçadas, construção de casas e edifícios sem recuo, instalação
de fiação elétrica e de telefone, tubulações etc. Neste cenário, se faz necessária a utilização de
poda para corrigir os conflitos. É preciso o conhecimento técnico e muita atenção para realização
dessa poda, caso contrário, ocorrerá o que estamos acostumados a ver, ou seja: árvores que caem
por falta de equilíbrio ou poda de raiz, modificação na arquitetura da planta ou mesmo mutila-
ção, abertura para entrada de insetos e outras doenças.
Devido aos grandes problemas ocorridos por podas malfeitas, criou-se a Lei No 10.365, que
disciplina o corte e a poda de vegetação de porte arbóreo na cidade de São Paulo. A lei considera
como bem de interesse comum a todos os munícipes esta vegetação, estando ela em área pública
ou particular. Para execução de corte ou poda é necessário o parecer de um técnico da PMSP e a
publicação no Diário Oficial.

Podas mal feitas.

244
Capítulo 17 • Manutenção

Podas mal feitas.

1. Poda de formação – visa à adequação da árvore ao local. Consiste na retirada de ramos


secundários, deixando que a primeira bifurcação fique após uma altura que não prejudique a
passagem de pedestres, automóveis e ônibus, dependendo da situação. O mínimo que a primeira
bifurcação deve ter é 1,80 m. Normalmente, esta poda é realizada ainda no viveiro de produção,
com precocidade, enquanto os ramos têm diâmetros pequenos para que haja, assim, uma rápida
cicatrização. Deve-se levar em consideração o modelo arquitetônico da espécie.

2. Poda de limpeza e manutenção – é empregada para evitar a queda de galhos mortos ou


transmissão de doenças ou mesmo para preservar a saúde da planta. É a eliminação de ramos
secos, doentes ou senis, de ramos ladrões e dos brotos de raiz. Também é retirada a erva-de-
passarinho.

3. Poda de emergência – em situações especiais, quando a árvore, ou parte dela,


corre risco de queda, podendo provocar danos às pessoas, ao patrimônio público ou particular.
Solicitada principalmente em épocas de vendavais ou chuvas fortes, pode
ser feita por bombeiros.

4. Poda de adequação – tem a mesma finalidade que a poda de formação, com a diferença
de que a adequação é aplicada em árvores adultas para solucionar ou amenizar conflitos entre
equipamentos urbanos e a arborização.

5. Poda de raiz – é empregada para solucionar problemas causados pelo afloramento de raízes,
como quebra de calçada. Isto pode ocorrer por vários motivos: característica da planta, falta de
ar no solo, presença de massa rochosa no solo que impede a penetração das raízes, existência de
lençol freático alto etc. Esta prática deve ser evitada por comprometer a estabilidade da árvore,
diminuir a absorção de água e sais minerais e abrir uma porta de entrada para microrganismos e
insetos. Só deve ser realizada por profissional competente com autorização prévia.

245
Capítulo 17 • Manutenção

6. Poda para dar forma – mais conhecida como topiaria. É a poda artística, que modela a planta
em forma de bichos, bolas, quadrados etc. Esse tipo de poda não é permitido para vegetação de
porte arbóreo.

Corte em duas etapas

Tem por finalidade preparar a planta para remoção de um galho maior. O primeiro corte deve
ser feito à distância de 0,5 m a 1 m do tronco. Esse primeiro corte debilitará o ramo e ativará os
mecanismos de defesa. Na segunda, um ou dois períodos vegetativos após o primeiro corte, é
concluída a remoção do ramo cortando-o junto ao tronco.

1a etapa

2a etapa

Para evitar o descascamento do tronco, a poda deve ser feita em 3 cortes, sempre preservando a
crista da casca e o colar da base.

2o corte
2/3
1/3 Crista da casca

1o corte

30 cm
Colar

3o corte
Poda em 3 cortes.

246
Capítulo 17 • Manutenção

• O colar é a região inferior da base do ramo, na sua inserção com


• o tronco.

• A crista da casca é o acúmulo de casca na parte superior da base do ramo devido ao


crescimento em diâmetro do ramo e do tronco.

• Fossa basal é uma depressão no tronco abaixo da base do ramo. Indica falta de fluxo de
seiva em direção ao tronco, ou seja, o ramo já não contribui para o crescimento da planta,
estando prestes a secar. Neste caso, o plano de corte é paralelo e rente ao tronco, já que o
colar não é mais funcional.

A melhor época para efetuar a poda varia com o padrão de repouso de cada espécie. Para evitar
acidentes, todos os galhos que serão podados devem ser amarrados ao tronco para amortecer a
queda.
É necessário conhecer a planta para realizar a poda com segurança para quem faz e para a planta.
Muitas árvores são caducifólias (perdem as folhas em determinada época do ano) e, por falta
de conhecimento, alguns pensam que a planta está morta e precisa ser podada ou suprimida.
A mesma árvore pode apresentar padrões de crescimento diferentes dependendo do ambiente,
tanto na parte aérea como nas raízes, e é preciso levar em conta fatores como tipo de solo e
espaço para seu desenvolvimento e posição do sol.
A poda errada pode retirar o sistema de defesa das árvores permitindo que microrganismos
invadam o ferimento e atinjam os tecidos mais internos. Isto acontece quando a planta deixa
de produzir uma secreção cicatrizante que forma uma nova casca. Podemos observar uma poda
bem-feita quando surge um calo cicatricial que se inicia na casca em direção ao centro da planta e
cobre todo o corte.

Quanto mais jovem o galho, maior a possibilidade de recuperação.

Legislação

A Lei no 10.365 considera toda vegetação de porte arbóreo (espécimes vegetais lenhosos, com
Diâmetro do Caule à Altura do Peito – DAP, superior a 5 cm), existente no município de São
Paulo, estando ela em áreas públicas ou privadas, como um bem comum a todos os munícipes,
assim toda poda e corte de árvore no município de São Paulo necessita de autorização prévia do
Poder Executivo Municipal.
Vale lembrar que as árvores agem como um verdadeiro filtro de poluição e são responsáveis por
uma melhor qualidade de vida. É muito melhor escolher uma árvore que, quando adulta, se
adapte ao local do que ficar recorrendo a podas constantes. Ao comprar uma árvore, pesquise
qual o porte que ela pode alcançar.

247
Capítulo 17 • Manutenção

Avifauna

É importante lembrar que pela Lei de Crimes


Ambientais (Lei nº 9605/98, art. 29, § 1o
incisos I e II), tanto as aves silvestres quanto
seus ninhos estão protegidos e, portanto, não
podem ser removidos. Dessa forma, o correto é
evitar a poda das árvores que estiverem sendo
utilizadas para a reprodução das aves, salvo os
casos de poda emergencial, nas quais o manejo
não pode ser adiado.

248
Capítulo 17 • Manutenção

249
Capítulo 17 • Manutenção

250
Considerações Finais

D
icas para quem pretende praticar jar- trabalhar, você deve fazer um certo
dinagem respeitando a natureza: esforço. Também deve estar sempre se
atualizando: há muitas técnicas que são
aprimoradas constantemente e, para
• Observe a natureza – é importante saber conhecê-las, é preciso estudar, ler etc.
a época certa em que a planta floresce, Tente aprender uma flor por dia, seu
produz sementes, tem um crescimento conhecimento aumentará brincando.
mais intenso, troca as folhas, se a raiz Através da pesquisa pessoal, você pode
é superficial ou não etc. Entendendo o adquirir um ótimo banco de dados para
funcionamento da planta, podemos tentar ser usado futuramente ou simplesmente
imitar a natureza e ter sucesso na arte da aumentar seu conhecimento.
jardinagem.
• Para começar, reserve um caderno só
• Observe alguém praticando jardinagem para estudo das plantas e anote lá o nome
– aprende-se muito olhando um bom da planta, em que condições foi encon-
jardineiro trabalhar. Na jardinagem trada (sol/sombra etc.), espaço que ocupa
existem muitos detalhes, e a observação é (porte), forma de crescimento (rápido/
fundamental para a compreensão do jeito lento), tipo de copa, características da
certo de fazer. raiz (pivotante, cabeleira, agressiva etc.),
cor das folhas e flores, época de floração,
• Pratique – muitas coisas só se aprendem se possui algum tipo de cheiro ou subs-
fazendo, “colocando a mão na massa”. Faça tâncias alérgicas, enfim um histórico das
tentativas até acertar. plantas.

• Estude – além de as plantas terem nomes • Faça com carinho, paciência e amor –
difíceis, o Brasil tem um número muito fazer um jardim é lidar com seres vivos
grande de espécies. Para memorizar que precisam de atenção, como todos os
os nomes das plantas com as quais vai seres vivos nem sempre estão bem, e é
necessário paciência e amor.

251
O escritor Edgar Allan Poe dizia: “Fico surpreso que
ninguém jamais tenha descrito o jardinista como poeta,
apesar de a criação de um jardim oferecer às musas a
perfeita oportunidade de inspiração”.

Em minha opinião, o conhecimento só se torna real


quando é compartilhado. Faço votos que com as
informações deste livro vocês consigam fazer seu
jardim e, quem sabe, muitos outros...

252
Bibliografia

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Você também pode gostar