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ao jardim
Um guia fundamental para jardineiros
amadores e profissionais.
Assucena Tupiassu
Da planta ao jardim
Assucena Tupiassú
Ao meu pai (em memória) por
ter me dado nome de flor.
No dia do lançamento da primeira edição deste livro, eu, minha família, meus amigos (incluindo vários
professores e ex-alunos da Escola de Jardinagem) estávamos muito felizes. Especialmente minha mãe, que
mostrava no rosto o mais lindo sorriso dizendo: Valeu a pena! O esforço dela e o meu.
Agradeço muito à:
D. Angelina, minha mãe, que foi, é e sempre será meu maior amor, inspiração e referência. Ela insistiu
muito que eu fizesse essa segunda edição.
Giuliana Velasco, pelas correções técnicas e incentivo, sempre com muito humor, competência e carinho.
Beatriz Tupiassú Assis Lemos, pela revisão e por ter me enchido de orgulho por sua prontidão, dedicação
e eficiência.
Maria José de Almeida Prado, Tereza Kobashikawa, Lilian Yatabe, Lucia Nunes, Nilce Morais Pinto
e Daniel Tapia (gramados) pelas fotos que enriqueceram o livro e pela amizade.
Todo Grupo da Jardinagem por me fazer sorrir, mesmo nos momentos tristes.
Marina Nunes, que realizou o projeto gráfico, capturando tudo do jeitinho que eu queria e fez um livro
mais belo do que eu poderia imaginar.
A toda equipe da Amazon, especialmente ao Alexandre Munhoz, pelo carinho nesta publicação.
Todos aqueles que procuraram o livro “Da Planta ao Jardim”, me incentivando a fazer a 2ª. Edição.
Especialmente a você que está lendo o livro a quem eu espero poder ajudar na arte da jardinagem.
10/2008
Agradecimentos 2008
Um dia, uma aluna me disse que estava na cara que eu gostava muito do que fazia, pois quando eu falava
sobre plantas, parecia que uma luz brilhava em volta de mim. Na hora não pensei muito, agradeci e ponto,
mas depois pensei no assunto e concluí que a luz que ela via era o reflexo do brilho dos alunos. Dos que
gostam de plantas e querem fazer lindos jardins, a eles meus agradecimentos.
Minha intenção, quando comecei este trabalho, era registrar parte do que falo nas minhas aulas. Não
me preocupei com muitos detalhes ou nomes, mas sim com aquilo que realmente acredito que vai ajudar a
quem pretende cultivar jardins.
A maneira como escrevi reflete a simplicidade das minhas aulas no Projeto Crer-Ser “Germinando a
cidadania”, curso de capacitação profissional em jardinagem, onde aprendo mais do que ensino e agradeço
por fazer parte da vida desses jovens.
Os momentos alegres e valiosos que passo com os meus alunos do Crer-Ser, do Curso de Jardinagem e de
Paisagismo, me fazem Crer e Ser. Esta é minha retribuição.
Prefácio • 11
Apresentação • 14
Introdução • 16
Capítulo 01 – Plantas • 22
Capítulo 02 – Solo • 36
Capítulo 03 – Ferramentas • 47
Capítulo 04 – Multiplicação das plantas • 55
Capítulo 05 – Gramados • 81
Capítulo 06 – Ervas invasoras • 99
Capítulo 07 – Forrações • 107
Capítulo 08 – Arbustos • 118
Capítulo 09 – Plantas pendentes • 132
Capítulo 10 – Floríferas • 146
Capítulo 11 – Hortas • 165
Capítulo 12 – Palmeiras • 171
Capítulo 13 – Árvores • 179
Capítulo 14 – Plantas para ambientes internos • 198
Capítulo 15 – Como escolher uma planta • 221
Capítulo 16 – Pragas e doenças • 229
Capítulo 17 – Manutenção • 237
Prefácio
O
Brasil é conhecido pela grande Foi neste contexto que a jovem paraense, auto-
exuberância e beleza natural e, ra desta obra, encontrou o terreno ideal para
certamente, é um dos países que semear seu amor pelo verde, pelas plantas,
ostenta a maior diversidade em sua fauna e pelas flores. É possível que este amor e talento
flora. Apesar de termos consciência desse para lidar com a flora brasileira tenha sido
privilégio, nós, brasileiros, não temos sido predestinado, afinal, ela tem nome de flor.
educados e sensibilizados no sentido de Assucena Tupiassú tem dedicado todo seu
preservar essa riqueza. talento, sua atenção e energia à preservação do
verde. Bióloga de formação, Assucena desen-
Temos assistido, pacificamente, a todo tipo de volveu sua carreira na área de paisagismo e
desrespeito à natureza em nosso território e urbanismo. O Parque do Ibirapuera é a sua
muito pouco temos feito para nos reeducarmos morada e paixão.
e educarmos nossos jovens no que se refere às
questões do meio ambiente. Por meio de suas atividades profissionais
desenvolvidas no Parque Ibirapuera, junto à
Presenciamos nos grandes centros urbanos a Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura
edificação comercial e residencial sem o devido de São Paulo, dedica-se a transmitir seus
planejamento urbanístico. Quando comparada conhecimentos sobre jardinagem em cursos e
com países vizinhos, a cidade de São Paulo, palestras, e também lecionando no Crer- Ser,
locomotiva empresarial e industrial da Améri- projeto voltado à profissionalização de meni-
ca Latina, é uma das cidades com menor área nos e meninas em jardinagem.
verde por habitante.
Didático e objetivo, Da planta ao jardim desmis-
Vista sob qualquer perspectiva, São Paulo é um tifica a arte de criar e cuidar de jardins. Com
aglomerado de quadras densamente edifica- formato prático e ilustrativo, esta obra orienta
das e cortadas por ruas e avenidas áridas. Nas o leitor da identificação das inúmeras espécies
calçadas estreitas de concreto e pontuadas de de plantas e os cuidados específicos que cada
postes de eletricidade não há verde. Raras são uma delas requer, à elaboração do projeto de
as praças, e as existentes muitas vezes encon- um jardim completo.
tram-se praticamente em estado de abandono.
E os parques são ainda mais raros e disputados A simples leitura deste livro transporta o leitor
nos fins de semana do paulistano. para a infinita paz e harmonia que reina no
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• Prefácio •
12
• Prefácio •
13
• Apresentação •
Apresentação
D
esde 1967, tive referências muito importantes ao longo de todos estes
anos. Mais do que o curso de agronomia e muitos de paisagismo, apren-
di com jardineiros, imigrantes italianos e espanhóis, que a jardinagem é
uma arte feita com capricho e amor, uma herança preciosa passada de pais para
filhos. Outros mestres ensinaram-me que jardim é um lugar para ser feliz. As-
sim, fui me aproximando de pessoas que, além do conhecimento técnico, tinham
também esse olhar.
(Darcy Ribeiro)
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• Apresentação •
Humanista, desenvolve, com outras pessoas, Por isso, mãos à obra. Transforme seu co-
desde 1985, o Projeto Crer-Ser, que promove a nhecimento em fazeres. Use bem seu tempo,
capacitação profissional de jovens em idade de aproveite a natureza. Ela não para de nos sur-
15 a 21 anos e a geração de renda em jardina- preender e encantar. Desenvolva uma atitude
gem, contribuindo para o processo de inclusão empreendedora, porque “todas as flores do
social e buscando caminhos em direção ao futuro estão nas sementes do hoje”
equilíbrio socioambiental e à vida digna. (provérbio chinês).
15
• Introdução •
Introdução
• Jardinagem e Meio ambiente
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• Introdução •
ção transforma oxigênio em gás carbônico. adaptam aos diversos ambientes, porém o
Quando fazemos modificações nas plantas homem interfere de tal maneira que as plantas
para transformá-las de modo que melhor não conseguem sobreviver e algumas até en-
atendam às nossas necessidades, acabamos, tram em extinção.
muitas vezes, por torná-las mais sensíveis e Uma das grandes riquezas do Brasil é a sua
fracas, sempre perdendo na competição com biodiversidade, afinal, temos diversos ecos-
ervas invasoras; aliás, é por isso que as chama- sistemas e estamos na zona dos trópicos, com
das ervas daninhas são tão resistentes: porque temperatura boa para desenvolvimento de
não foram modificadas geneticamente pelo muitas espécies.
homem. Com isso, o uso de defensivos para No mundo, estima-se que existam 8,7 milhões
matar as invasoras acaba por contaminar as de diferentes espécies de seres vivos; o cálcu-
plantas, o solo e muitas vezes o lençol freático, lo foi publicado por cientistas do Censo da
sem falar na contaminação do próprio homem Vida Marinha na revista PloS Biology, sendo
que aplicou o produto. que 298 mil são plantas. O Brasil, com 7% da
A natureza nos dá vida. Sem as plantas não superfície terrestre, é o país com a maior diver-
haveria vida, e por isso é fundamental sua sidade genética do mundo, abrigando mais de
preservação. 55 mil espécies catalogadas (Dias, 1996).
A jardinagem nos dá a chance de fazer a O desmatamento das florestas, não só no
transformação positiva, para melhorar a natu- Brasil, mas em todo o mundo, é de extrema
reza, reflorestar áreas, melhorar as condições preocupação, pois, além de modificar todos os
ambientais, trabalhar uma área feia e sem vida ambientes, ainda provoca um empobrecimento
e transformá-la em um maravilhoso jardim. da biodiversidade e afeta como um todo a vida
Temos sempre de harmonizar as atividades do planeta.
diversas e não agir sobre a natureza, contro- Lembrar que as plantas são seres vivos e fazem
lando-a, mas agir com a natureza, integrando parte do meio ambiente ajuda bastante na sua
nosso trabalho e respeitando-a. preservação. Observe as semelhanças entre o
As plantas se multiplicam, dispersam e se homem e as plantas no quadro a seguir.
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• Introdução •
18
• Introdução •
Crescimento Cresce, respira, trans- Cresce, respira, trans- Água, luz, alimento e
pira, faz fotossíntese e pira, elimina resíduos cuidados
elimina resíduos
Reprodução Flor atrai insetos, aves, Sai para festas, Água, alimento,
e outros polinizadores, bares etc. Há atração ventilação, mais sol,
através de perfumes, através de perfumes, cuidados para não
beleza e cores formas, roupas, boa ficar doente. Atrair
conversa parceiros
Envelhecimento Folhas ficam amarelas, Cabelo fica branco, Água, alimento, ven-
perdem um pouco de pele enruga e perde tilação, sol, cuidados
vigor um pouco do vigor paranão ficar doente
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• Introdução •
• Postura do jardineiro
Assim como ocorre em todas as outras profis-
sões, quase sempre as atitudes do jardineiro
irão determinar se ele vai ou não continuar
trabalhando. Existe uma série de itens que são
importantes, mas vamos citar apenas alguns
neste capítulo:
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• Introdução •
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Capítulo 01 • Plantas
• Capítulo 01
Plantas
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Capítulo 01 • Plantas
Capítulo 01
Plantas
A
s plantas surgiram há aproximada- sombreados; podem crescer no solo ou sobre
mente 400 milhões de anos no meio outras plantas. A este grupo de plantas damos
aquático e, com o passar do tempo, o nome de briófitas.
sofreram modificações que lhes permitiram Na sequência evolutiva vem o grupo das pte-
viver no ambiente terrestre. ridófitas, do qual as samambaias fazem parte.
Mesmo saindo do ambiente aquático, a maior Assim como os musgos, as samambaias não
parte das plantas é constituída de água – produzem flores, multiplicam-se assexuada-
aproximadamente 90%. Para manter toda essa mente por esporos — aquelas bolinhas de cor
água, as plantas tiveram de criar órgãos espe- ferrugem que aparecem na parte inferior da
cializados, como a cutícula impermeável, que folha — ou por divisão da planta. Vivem em
funciona como uma capa protetora e impede ambientes úmidos e sombreados. Na maioria
que a água seja perdida por evaporação; ape- das plantas deste grupo, parece que as folhas
nas alguns poros presentes nessa capa deixam saem do solo (sem caule), mas muitas têm um
que as plantas respirem e transpirem. Outro caule modificado, que cresce paralelo ao solo,
aperfeiçoamento foi a formação das raízes, que ou não, chamado rizoma.
são responsáveis pela retirada da água do solo, Das plantas que crescem e vivem em ambientes
pela distribuição dessa água para as outras secos, há dois grupos: as gimnospermas e
partes da planta e também por manter a planta as angiospermas. As duas produzem flores,
fixa no solo. mas a grande diferença entre elas é que as
As primeiras espécies que conseguiram gimnospermas (pinheiros, cycas e ginko –
desenvolver esses órgãos foram as do grupo representantes mais comuns) não têm frutos
dos musgos, que conquistaram o ambiente para proteger as sementes.
terrestre; no entanto, elas não são totalmente O grupo das angiospermas é constituído de
evoluídas, pois não possuem flores, frutos nem plantas aptas a viver em ambientes diferentes
sementes. Sua estrutura especializada a para e que apresentam flores de diversos tipos e
reprodução são os esporos, células envolvidas cores. Engloba a maioria das plantas usadas
por uma parede celular, muito resistente e nos jardins, das orquídeas às árvores maiores,
que, diferentemente das sementes, não têm como o ipê-amarelo.
reservas, dependendo, assim, de condições
ambientais para se desenvolver. Seu caule é
subdesenvolvido. Normalmente, os musgos
são pequenos e vivem em ambientes úmidos e
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Capítulo 01 • Plantas
Briófitas. Pteridófitas.
Cycas. Gimnospermas.
Angiospermas.
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Capítulo 01 • Plantas
• Pivotantes – têm uma raiz primária com crescimento acentuado para baixo
e que dá origem a ramificações ou raízes laterais.
• Fasciculada – a raiz primária tem vida curta, ficando apenas com raízes
adventícias, que se formam a partir do caule.
• Superficiais ou tabulares – crescem rentes à superfície. Quando plantadas
em calçadas, costumam causar danos.
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Capítulo 01 • Plantas
Raíz pivotante.
A mesma planta pode ter raízes que se apresentam de diversas formas; por exemplo, a existência
de uma pedra muito grande abaixo da árvore pode fazer com que sua raiz se desloque para os
lados para dar sustentação à planta e pareça superficial. A localização do lençol freático ou de
outra fonte de água também interfere na forma da raiz, que pode, às vezes, torna-se muito maior
para poder alcançar a água.
É importante saber que a raiz principal se ramifica em raízes laterais, que também se ramificam.
Somente essas ramificações finais, as raízes bem finas (pelos), são responsáveis pela nutrição
da planta. Assim, concluímos que a adubação não deve ser feita no colo da planta e sim no final
das raízes. Como as raízes não são facilmente visíveis, uma maneira de saber o melhor local
para a adubação é traçar uma linha reta ao final de toda a circunferência da copa da árvore.
Nem sempre a raiz é do tamanho da copa: algumas vezes é menor e muitas vezes é maior, mas
partimos da suposição de que, para manter o equilíbrio da planta, a raiz deve ser proporcional ao
tamanho da copa. A variação do tamanho depende principalmente da umidade e do tipo de solo.
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Capítulo 01 • Plantas
• Colo da planta
Área que fica entre a raiz e o caule – área de transição. Não pode ser aterrado
nem exposto demais.
• Caule
Também chamado tronco, no caso de árvores, é a parte aérea da planta, com
exceção de caules modificados. É útil principalmente para reserva de alimento
e multiplicação, e muitos podem ser subterrâneos. Não é raro identificarmos
uma planta somente olhando para o seu caule, de tão peculiares que podem ser.
Cerne
Xilema
Câmbio
Floema
Casca
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Capítulo 01 • Plantas
• Folha
Uma boa parte da planta é composta de folhas ou folhas que se modificaram e se
transformaram em outras partes dessa planta. Podem se diferenciar e ter aspec-
tos bem distintos, que vão lhe conferir maior ou menor resistência; por exemplo,
as folhas mais grossas são mais resistentes que as finas, pois têm mais camadas,
podem armazenar mais água e são mais resistentes ao vento.
Existem vários tipos de folhas e, às vezes, o que chamamos de folha são folíolos
(folha pequena), que, quando agrupados, formam a folha composta, ligadas pelo
pecíolo (cabinho) à raque (eixo central de estrutura ramificada).
• Respiração – como todo ser vivo, as plantas também respiram; por isso,
é importante que as folhas não fiquem cobertas por poeira. As plantas
também respiram pelas raízes. Assim, o excesso de água no solo, que ocupa
os espaços destinados ao ar necessário para a respiração, pode causar o
apodrecimento da raiz e leva à morte da planta.
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Capítulo 01 • Plantas
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Capítulo 01 • Plantas
Folha bipinada.
• Flor
A flor é uma das estruturas que mais se destaca em uma planta. Ela possui cores,
formas e perfumes diferentes, que atraem pássaros, insetos etc., que, os quais,
irão garantir a reprodução das plantas. Como foi dito anteriormente, nem todas
as plantas possuem flores, que são órgãos bastante evoluídos: o sistema reprodu-
tor da planta. Somente nas gimnospermas e angiospermas ocorre a fecundação
de uma célula sexual feminina por uma masculina e, a seguir, nas angiospermas,
o ovário se transforma em frutos e os óvulos, em sementes.
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Capítulo 01 • Plantas
• Cálice – é formado por um conjunto de folhas modificadas, as sépalas, quase sempre verdes.
• Corola – também formada por folhas modificadas chamadas pétalas. Geralmente, é a parte
mais atraente da flor, pois possui cores e formas diferentes.
• Perianto – é formado pelo cálice e pela corola. Tem como função proteger os órgãos
reprodutores da flor — o androceu e o gineceu — e atrair agentes polinizadores.
• Androceu – é o órgão masculino da flor, formado por um ou mais estames, que são compos-
tos de: antera, filete e conectivo.
Estigma
Estilete
Pólem
Corola (pétalas)
Antera
Óvulos
Filete
Ovário
Cálice
Estigma
Estilete
Pétala
Antera
Filete
Sépala
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Capítulo 01 • Plantas
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Capítulo 01 • Plantas
• Fruto
Após a fecundação dos óvulos, o ovário
inicia o crescimento, com modificações de
seus tecidos provocadas pela influência de
hormônios vegetais, que produzirão o fruto
com consistência, cor e sabor. Os frutos
mantêm-se fechados até que a semente esteja
pronta para germinar e, a partir daí eles
amadurecem e podem se abrir, liberando as
sementes, como as vagens do ipê-amarelo;
alguns frutos, chamados indeiscentes, não
Pata-de-vaca.
liberam sementes, por exemplo, sâmara do
Araribá.
Araribá. Sapucaia.
Jequitibá.
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Capítulo 01 • Plantas
Mandacarú.
Sua função não é só produzir alimento para o homem, mas, principalmente, proteger as semen-
tes (basta lembrar que, em várias árvores, os frutos caem de muitos metros de altura e, se não
fosse a polpa da fruta, as sementes se quebrariam ao atingirem o solo). Alguns frutos possuem
estruturas especiais que grudam na pele dos animais para que estes os levem para outros lugares.
Outros possuem, ainda, estruturas que funcionam como asas e facilitam a dispersão das semen-
tes. As sementes são espalhadas, também, pelos animais que ingerem os frutos e as soltam por
meio das fezes.
Os frutos dividem-se basicamente em 3 camadas:
• Semente
É responsável pela multiplicação da planta e pela preservação da espécie no planeta. É origina-
da do óvulo fecundado. É formada por tegumento ou casca, embrião e endosperma. Quando a
semente encontra condições apropriadas, o embrião dá origem a uma nova planta.
As sementes possuem reserva de alimento, óleo, amido e proteínas no endosperma para manter a
planta até que ela germine e produza seu próprio alimento.
A casca, além de proteger, ainda restringe a perda de água. Para que o embrião germine, este
tegumento tem de se romper, o que, quase sempre, ocorre em contato com água e umidade. No
entanto, muitas vezes, é necessária escarificação mecânica, que ocorre naturalmente quando a
semente cai no chão. Algumas precisam passar pelo tubo digestivo ácido de animais; para imitar
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Capítulo 01 • Plantas
1. Semente de Guapuruvu.
2. Semente de paineira.
3. Sementes de Ipê-amarelo.
4. Sementes de acerola.
5. Sementes de dente-de-leão.
35
• Capítulo 02
Solo
Capítulo 02 • Solo
Capítulo 02
Solo
O
solo é o local de onde a planta retira a água e os nutrientes para seu
desenvolvimento. Quanto melhores forem suas características, mais
saudáveis serão as plantas. É a camada superficial da crosta terrestre e
serve como suporte, fixação e alimentação das plantas. Um bom jardineiro sabe
que o trabalho deve ter início com o tratamento do solo – vale a pena ter cuidado
no início para não ter problemas no futuro. O solo deve conter água, nutrientes
e ser arejado.
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Capítulo 02 • Solo
• Ar – quanto mais arenoso for o solo, • Matéria orgânica – é formada por aquilo
mais haverá espaço entre os grãos. Em que “um dia teve vida”, como resíduos
solos argilosos, a quantidade de ar é bem animais e vegetais que entram em
menor. É fundamental que exista ar, caso processo de decomposição. Quando esses
contrário, as raízes não respirarão e a resíduos apresentam aspecto de terra
planta morrerá, porém, o excesso de areia escura, sem cheiro e segurando umidade,
dificulta a fixação da planta e deixa a água está pronto o composto orgânico. É
ser drenada. fundamental para deixar o solo mais solto
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Capítulo 02 • Solo
Composto orgânico
Ar
Mineirais
Água
• Perfil do solo
Para facilitar o estudo, falaremos sobre toda
a estrutura do solo, desde as camadas ou
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Capítulo 02 • Solo
horizontes paralelos à superfície até a rocha- mãe que deu origem ao solo.
• Horizonte “A” — após a decomposição, esse material começa a descer e se misturar com
a parte mineral. É onde está a melhor terra e é aí que se desenvolvem as raízes. Atinge
aproximadamente 30 cm. Dependendo da região, pode levar muitos anos para se formar, por
isso deve ser bem cuidado.
• Horizonte “B” — de consistência bem mais compactada e dura, atinge vários metros;
é o subsolo. Quando são feitas covas para plantio de árvores e arbustos, é a camada que
mais preocupa, pois ela é dura e as raízes precisam de solo mais poroso e úmido para se
desenvolverem. É no fundo desses orifícios que deve estar a terra de melhor qualidade.
Para facilitar o estudo, falaremos sobre toda a estrutura do solo, desde as camadas ou horizontes
paralelos à superfície até a rocha- mãe que deu origem ao solo.
Análise da terra
• Análise física
Em um primeiro momento, a análise do solo pode ser feita a olho nu, de acordo com sua
aparência. Um solo mais escuro significa um solo mais humoso; o mais claro é mais arenoso; e
o mais vermelho é mais argiloso. O tipo de rocha decomposta também pode originar solos de
diversas cores. Ainda conforme sua aparência, podemos verificar a consistência:um solo mais
duro quase sempre indica falta de composto orgânico.
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Capítulo 02 • Solo
• Análise química
A análise química da terra é útil porque fornece o pH do
solo, permitindo corrigi-lo, caso seja necessário. É também
um método de avaliação de fertilidade, pois permite estimar
a quantidade de nutrientes essenciais necessária ao bom
desenvolvimento das plantas.
O pH é o potencial hidrogeniônico.
O solo é ácido quando a terra tem grande quantidade de íons de
hidrogênio. No Brasil, o solo é predominantemente ácido, pois
a grande incidência de chuvas arrasta elementos, como cálcio e
magnésio, da parte superficial do solo.
A alcalinidade resulta do acúmulo de sais e é encontrada em
zonas áridas e semiáridas.
• Escala do pH
São considerados ácidos todos os solos que tenham pH menor
que 7 e alcalinos os superiores a 7.
A média de pH dos solos cultivados no Brasil está entre 4,5 e
7,0, e o pH ideal para a maioria das plantas está entre 5,5 e 6,5.
1. Camada superficial.
2. Solo.
3. Rochas fragmentadas.
4. Rocha mãe.
0 7 14
Ácido Neutro Básico
(alcalino)
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Capítulo 02 • Solo
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Capítulo 02 • Solo
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Capítulo 02 • Solo
1. Separar resíduos de cascas, talos, folhas etc. 2. Se possível triturar no liquidificador, especialmente
casca do ovo.
5. Cobrir com terra ou folhas secas. 6. Após algum tempo retirar o composto orgânico e
chorume.
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Capítulo 02 • Solo
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Capítulo 02 • Solo
• Utilização do composto
Para ser utilizado, o composto deve estar
“curado”, seco, ter cheiro agradável de terra
e cor marrom-escura. Uma terra boa para
plantio pode ser preparada na proporção de
1/3 de composto, 1/3 de areia e 1/3 de terra, e
utilizado nos mais diversos tipos de canteiros
e vasos.
Não utilize carvão mineral e/ou vegetal, papel Compostagem leira.
colorido, plantas doentes, materiais não
biodegradáveis, produtos tóxicos e fezes de
animais domésticos.
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Capítulo 03 • Ferramentas
• Capítulo 03
Ferramentas
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Capítulo 03 • Ferramentas
Capítulo 03
Ferramentas
A
s ferramentas têm um papel funda- • Manutenção
mental nas atividades de jardinagem.
A escolha dependerá do tamanho e • Retire a terra das ferramentas.
tipo de jardim a ser executado.
Devemos observar alguns aspectos: • Lave com escova de aço, água e sabão.
• Ferramenta certa para cada serviço. • Seque bem antes de guardar e coloque-as
• Boa qualidade. na posição vertical, com a lâmina para
• Estado de conservação. cima, se possível.
• Armazenagem.
• Lubrifique as lâminas.
É aquela ideal para o trabalho a ser executado. • Limpe regularmente os pneus dos
Para cada tipo de trabalho existe uma carrinhos.
ferramenta certa que, além de facilitar a tarefa,
proporciona conforto, podendo economizar • Remova as lascas dos cabos com uma lixa.
tempo e dinheiro.
• Muitas vezes, ao manusear uma
ferramenta contaminada, passamos
• Qualidade doenças para outras plantas; por isso,
é bom que elas estejam sempre limpas
Além dos tipos de ferramentas, existem e desinfetadas. Podemos passar álcool
diversas marcas (muitas delas importadas). O quando as plantas apresentarem doenças.
ideal é fazer uma análise de custo-benefício
para escolher a ferramenta a ser adquirida. • Aplique óleo de linhaça nos cabos
Teste o tamanho e o peso das ferramentas. • de madeira.
Ferramentas de aço inoxidável não enferrujam,
porém, são mais caras. • Observe o desgaste dos fios de
equipamentos elétricos e, se necessário,
substitua-os.
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Capítulo 03 • Ferramentas
Trenas.
• Outros equipamentos
• Baldes, bacias, borrifador manual.
• Como manusear as
ferramentas
É muito importante segurar a ferramenta de
modo correto, especialmente as maiores e mais
pesadas. Desse modo, fortes dores nas costas
podem ser evitadas.
O ideal para ferramentas como enxada,
enxadão, chibanca e rastelo é posicionar as
pernas como uma alavanca, uma perna na
frente, outra atrás, com uma distância que
seja confortável para o corpo. A cavadeira
Sacho.
pode ser usada com os pés paralelos. Em
ambos os casos, deve-se posicionar a coluna
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Capítulo 03 • Ferramentas
Pá reta. Enxadão.
Enxada. Rastelo.
Chibanca. Picareta.
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Capítulo 03 • Ferramentas
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Capítulo 03 • Ferramentas
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Capítulo 03 • Ferramentas
Ferramenta Uso
Canivete* Podar/estaquear/mergulhia/enxertar
Pedra para amolar Amolar as ferramentas que precisam ter bom corte
Regador*** Irrigar
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Capítulo 03 • Ferramentas
Ferramenta Uso
Sacho Retirar plantas invasoras dos canteiros, entre as plantas/afofar entre linhas
plantadas e fazer sulcos e covas pequenas
Tesoura de poda Podar galhos altos/podar galhos mais grossos/coletar material para
(podão)* identificação
Tesoura de poda Podar grama em locais pequenos ou que a roçadeira para grama não alcan-
(grande)* ce/fazer a primeira poda na implantação
Trena Medir
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
• Capítulo 04
Multiplicação
das Plantas
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
Capítulo 04
U
ma das partes mais interessantes para o embrião até que a planta cresça e
da jardinagem é, sem dúvida, a produza seu próprio alimento.
produção de mudas. É muito fácil Se todas as sementes caírem perto da planta-
multiplicar uma planta, tanto por sementes mãe, provavelmente terão poucas chances
quanto por suas partes vegetativas. de sobreviver. Por isso, algumas possuem
Podemos dividir os métodos de propagação das estruturas que possibilitam seu deslocamento
plantas em dois grupos: para outros lugares: podem voar, ser levadas
pelas águas, disseminadas pelas roupas das
1. Sexuada, pelas sementes. pessoas, patas ou fezes de animais etc.
2. Assexuada, pelas partes vegetativas As sementes têm capacidade de viver vários
(raiz, caule e folhas). anos antes de germinar, isto é, pode ocorrer o
ressurgimento das atividades de crescimento,
provocado pela ruptura dos tegumentos e
Sementes
pela emergência da plântula. Esse processo
é chamado de dormência — atraso da
germinação, quando as sementes, mesmo em
condições favoráveis de umidade, temperatura,
luz e oxigênio não germinam. Muitas vezes,
Para que ocorra a reprodução por sementes, a dormência acontece quando as condições
é necessário que o pólen (gameta masculino) não são boas para o desenvolvimento das
fecunde o óvulo (gameta feminino). Após sementes, ou seja, é uma adaptação para que
a polinização, o ovário se transformará em elas germinem na estação mais propícia.
um fruto e os óvulos em sementes. Após a Devemos conhecer como as espécies superam
germinação, a semente se transforma em uma o estado de dormência em condições naturais
planta cujas flores produzirão novas sementes. para que possamos quebrar esse estado. É
Neste processo de fecundação com mistura conveniente copiar a natureza, pois em seu de-
de caracteres hereditários, dificilmente senvolvimento natural sofrem quedas de vários
conseguiremos descendentes idênticos — metros, passam pelo tubo digestivo (ácido) dos
assim como ocorre com a formação dos seres passarinhos, ficam anos sob a areia, caem na
humanos. água etc. Por isso, quando queremos produzir
A semente é a estrutura especializada na mudas por sementes e para quebrar a dormên-
propagação de plantas e fornece nutrientes cia, raspamos, lixamos, colocamos na água em
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
• A lanço, diretamente no local definitivo. Algumas vezes, para facilitar o esse processo, as
sementes são misturadas com areia.
• Utilizando máquinas de distribuição uniforme das sementes, observe no capítulo de
gramados.
01. forrar com jornal uma caixa de madeira. 02. colocar terra preparada com 50% de areia.
03. fazer uma linha não muito profunda. 04. colocar as sementes na linha.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
05. de preferência sem tocar nas sementes 06. colocar areia sobre as sementes, na linha.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
09. Fazer o transplante para o canteiro definitivo. 10. cuidar para que a planta cresça saudável e logo ela
estará pronta para a colheita.
Multiplicação vegetativa
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
Material necessário:
• Tesoura de poda.
• Canivete afiado.
• Pedra para amolar.
• Fitilhos.
• Etiquetas.
• Esfagno (para alporquia).
• Saco plástico preto (para alporquia).
• Chucho.
• Substrato adequado, normalmente bem arenoso.
• Caixas de madeira, vasos sem uso, saquinhos para
• produção de mudas
• Saco plástico transparente, para cobrir as estacas
• plantadas nas caixas.
Divisão de touceiras
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
01. Retire da terra, com chibanca, pá-reta ou pazinha, 02. Cada nova muda deve ser completa,
as mudas que serão divididas e separe as mudas. com folhas e raízes.
05. Fazer covas com chucho ou pazinha. 06. Replantar no local definitivo ou em caixas.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
Retire algumas folhas de samambaias com os esporos maduros (cor ferrugem) na face inferior
e coloque-as em um saco de papel. Após uma semana, a planta desidrata e quebra o esporângio
(cápsula que mantém os esporos presos às folhas), libertando os esporos. Distribua esses esporos
em uma caixa com substrato bastante humoso, umedeça e cubra com saco plástico transparente,
fazendo uma pequena estufa. Os esporos vão crescer e formar algumas manchas que se juntarão,
dando aspecto de tapete. Divida o tapete formado pelos esporos em blocos de 2 x 2 cm e coloque
cada pedaço em um novo vaso.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
Estaquia
É o método mais utilizado e mais fácil de multiplicação vegetativa, no qual um pedaço da planta,
de preferência um galho jovem e saudável, é retirado e colocado para enraizar. Nesse pedaço de
plantas existem as células somáticas, que têm todas as informações genéticas e são capazes de
formar uma planta igual à planta-mãe.
A estaca deve conter, no mínimo, uma gema, que é destacada da planta e colocada no solo ou na
água para enraizar.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
Mergulhia
Difere da estaquia, pois a planta a ser formada só é destacada daquela da qual se originou após
o enraizamento. Por ser uma técnica um pouco mais difícil, não é utilizada com frequência, mas
sim quando a estaquia não deu certo.
A planta deve possuir galhos compridos e flexíveis. Por isso, é uma técnica muito utilizada para
trepadeiras e alguns arbustos.
É um forçamento para que a planta enraíze mesmo estando ainda ligada à planta- mãe. É preciso
escolher o melhor galho.
A grande vantagem é que quando a planta-filhote for plantada, ela já estará pronta, com raiz,
galho e folhas, e terá muito mais chances de se desenvolver.
A época ideal para fazer a mergulhia é, normalmente, no princípio da primavera, usando gemas
dormentes de um ano de idade, ou seja, galhos jovens de ramos baixos e flexíveis, que podem se
dobrar facilmente até o solo.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
01. Selecione um galho comprido e flexível e direcione-o até o chão, verifique qual pedaço será
mergulhada na terra.
04. Faça um anel de aproximadamente 2cm para tirar a casca e deixar as células do câmbio
aparentes, é necessário que tenha pelo menos uma gema.
05. Encurve e enterre o pedaço do galho que foi preparado a uma profundidade de 10 a 15 cm e
prenda-o com forquilha ou pedras, para que não se desprenda do solo.
06. Tutore (direcione) a parte do galho que ficou para fora, mais ou menos 30 cm.
07. Após algum tempo, o galho começará a enraizar. Dependendo das condições ambientais e da
espécie, pode demorar mais ou menos dois meses.
• De cepa — é feita uma poda drástica, pouco acima do nível do solo, para
forçar a emissão de novas brotações a partir de gemas adventícias e dormen-
tes. Em seguida à brotação, é feita uma amontoa (ajuntamento de terra) so-
bre a cepa, para obter o enraizamento das brotações. Este tipo de mergulhia
leva em conta a capacidade de enraizamento ligada à juventude da planta
(Mattos, 1976, citado por Paiva e Gomes, 2001).
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
A mergulhia aérea, ou ALPORQUIA, é feita quando o galho não é flexível ou não possui compri-
mento suficiente para atingir o solo. Então, levamos o solo até ele.
De preferência, utilize galhos de um ano de idade e elimine as brotações laterais e folhas do local
que será coberto. Faça um anel no galho para acúmulo de carboidratos, auxina e outras substân-
cias de crescimento, originadas das folhas e gemas, e para a liberação de células para que ocorra
o enraizamento. O ideal é que a mergulhia seja feita a uma distância aproximada de 25 cm da
extremidade do galho. Você pode ou não colocar hormônio de enraizamento, e envolver com uma
mistura de terra, areia, matéria orgânica ou, de preferência, esfagno, um musgo capaz de reter
muita água. Depois, cubra com saco plástico preto, espere o enraizamento e faça o desmame.
01. Selecione um galho, tire as folhas de aproximada- 02. Envolva com esfagno molhado ou terra humosa.
mente 20 cm e rape a casca, fazendo um anel.
03. Cubra com saco plástico preto. 04. Amarre cuidadosamente para que a
água não se perca.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
Enxertia
Fatores de compatibilidade:
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
Para realizar um enxerto com êxito é preciso que haja uma união perfeita das
camadas cambiais; as partes que ficarão em junção devem ser lisas e livres de
substâncias estranhas.
Material necessário:
• Tesoura de poda.
• Canivete de enxerto.
• Pedra para amolar.
• Fitilho.
• Plástico.
• Barbante.
• Pano.
• Álcool.
• Cera de abelha.
• Processos de enxertia
Borbulhia — justaposição de uma única gema sobre um porta-enxerto
01. Selecione um porta-enxerto saudáel e faça dois 02. Retire uma gema da planta
cortes formando um T. escolhida para ser o exerto.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
enraizado.
03. Abra esse T, a casca ficará aberta 04. Imediatamente insira a gema no
e o câmbio ficará exposto. porta-enxerto e feche o T.
05. Passe cera de abelha ou simplesmente amarre com 06. A gema deve ficar bem justaposta e presa para que as
uma fita de plástico. camadas cambiais se unam.
Tipos:
T normal – isto significa que é feito o desenho de um “T” na casca do cavalo — é um corte na
horizontal e outro na vertical. Com a espátula do canivete abra os cortes, atingindo a camada
cambial, que está logo abaixo da casca. Retire, imediatamente, uma gema da planta que será
usada como cavaleiro e introduza a gema no T. A seguir, amarre delicadamente com um fitilho. É
recomendado cobrir o corte com cera de abelha.
Janela aberta – retire um quadrado da casca do cavalo deixando aparente a camada cambial.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
Nesse quadrado, insira a gema. Recomendamos passar cera de abelha e amarrar com fitilho.
Janela fechada – faça três cortes na casca do cavalo, dois na horizontal e um na vertical, forman-
do uma janela; abra a casca, deixando a camada cambial aparente e introduza imediatamente a
gema. Depois, é só fechar a janela e amarrar com fitilho.
Garfagem – é quando soldamos um pedaço de ramo ou estaca do cavaleiro sobre outro vegetal
(cavalo) enraizado, de maneira que permita seu desenvolvimento. Faça um ou dois cortes em bisel
no cavaleiro, enquanto faz uma fenda no cavalo. Encaixe a estaca do cavaleiro na fenda do cavalo,
aplique a cera e amarre com fitilhos.
01. Selecione a muda que será o porta-enxerto e retire a 02. Retire uma estaca da planta que será o enxerto,
parte aérea do galho que receberá o enxerto. ambos os cortes em bisel.
03. Sobreponha o enxerto no porta-enxerto. 04. Cubra com cera de abelha ou simplesmente amarre
com uma fita de plástico.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
05. O encaixe deve ser perfeito e a fita plástica deve 06. Mantenha a amarração até que as duas plantas se
prender bem as duas partes. soldem e formem uma única planta.
Encostia – é utilizada para unir duas plantas que continuam vivendo sobre seus próprios siste-
mas radiculares até que a soldadura se complete. Faça uma raspagem no cavalo e no cavaleiro
para retirar a casca, deixando aparente o câmbio. Encoste o cavaleiro no cavalo e amarre-os até
que fiquem grudados. Depois, corte toda a parte aérea do cavalo, deixando somente o cavaleiro se
desenvolver, e retire a parte inferior do cavaleiro.
Pode ser feito no topo do cavalo ou na lateral de ambos.
01. Selecionar um pedaço de galho (estaca) de aproxima- 02. Fazer o corte em bisel, deixando pelo
damente 30 cm de comprimento e 01cm de diâmetro. menos umas 4 gemas.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
Estaca de unha-de-gato, por ser muito fina, damos um Estaca com gemas, pode ser feita na
nó para facilitar o enraizamento e fixar melhor a estaca. maioria dos arbustos.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
• Estaca de folhas
01. Selecionar uma folha saudável de begônia-rex, e 02. Fazer pequenos cortes nas nervuras da
reduza seu tamanho, para diminuir a perda de água, parte inferior da folha.
deixe o cabinho.
03. Em uma cova e enterrar o cabinho da folha. 04. Fechar a cova com terra.
05. Colocar pedrinhas sobre a folha para conduzir a 06. Outras folhas como violetas, enterramos só o cabinho.
entrada das raízes que se formarão na terra.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
E folhas novas; Logo você terá uma muda com folhas novas e raízes.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
• Estacas de ponteiro
01. Selecionar uma estaca da ponta da planta e retirar o 02. Cortar a ponta em bisel,
excesso de folhas,
03. Fazer uma cova com chucho e enterrar 1/3 da estaca 04. Fechar a cova com terra , irrigar e colocar, irrigar
e colocar em local que receba bastante luz, mas não sol
forte direto.
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
Órgãos especializados
para a multiplicação
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Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas
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Capítulo 05 • Gramados
• Capítulo 05
Gramado
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Capítulo 05 • Gramados
Capítulo 05
Gramado
O
gramado é o plano de fundo do jardim, o qual integra as áreas e sobre
o qual se pode praticar esportes. É o piso do jardim e se diferencia das
demais forrações, plantas que forram o solo, por diversos fatores, mas
principalmente por suportarem pisoteio e podas constantes; afinal, são pro-
venientes de plantas de pasto, sobre os quais os animais andavam (pisoteio)
e comiam (poda). É um elemento quase indispensável em jardins de médio e
grande porte. Quando se cria um projeto de paisagismo, é o último grupo vegetal
a ser calculado e comprado, pois não pode ser guardado. Dependendo do clima
e da estação do ano, as gramas não aguentam mais de uma semana sem serem
plantadas.
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Capítulo 05 • Gramados
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Capítulo 05 • Gramados
Características:
• Folhas grandes e largas, comparadas a outras espécies de gramas; possuem pelos em toda
a superfície da folha, bem visíveis quando há falta ou excesso de irrigação.
• Excelente para formação de gramados densos.
• Boa resistência à seca, inclusive em casos de regeneração após queimada. É resistente,
também, à geada, ao pisoteio, às pragas e às doenças.
• São-carlos ou grama-de-folha-larga
Grama são-carlos.
Características:
• Folhas largas, com nervuras longitudinais e apresenta pelos nas bordas da folha.
• Tem crescimento intenso para as laterais, às vezes dificultando a poda. Suporta um pou-
co melhor áreas sombreadas.
• A variedade variegata possui folhas verdes com listras mais claras, que dão grande efeito
paisagístico.
•
Um gramado com grama São-carlos é uniforme, resistente e tem um verde um pouco menos
intenso que os outros gramados.
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Capítulo 05 • Gramados
Grama santo-agostinho.
Caraterísticas:
• Folhas médias, entre a batatais e a esmeralda, ásperas, sem pelos e com a ponta arredon-
dada; tem nervura marcante no centro da folha, possibilitando dobrá-la ao meio.
• Como a grama São-carlos, apresenta-se como variegata, com dois tons de verde, e supor-
ta locais um pouco sombreados.
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Capítulo 05 • Gramados
Grama -seda.
Características:
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Capítulo 05 • Gramados
• Grama-esmeralda
Grama-esmeralda.
Características:
Um gramado com Grama-esmeralda é compacto, de fácil manutenção e tem um verde bem inten-
so, como a pedra esmeralda.
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Capítulo 05 • Gramados
• Grama-japonesa ou coreana
Grama-japonesa.
Características:
Um gramado com Grama-japonesa é muito atraente por sua beleza, pois forma
montículos, criando verdadeiras paisagens no jardim. No entanto, seu corte não
pode ser feito com máquinas, o que torna impossível um corte padronizado e,
exige sempre a poda com tesoura.
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Capítulo 05 • Gramados
Implantação
• Formas de plantio
Por sementes – apesar de ser o método com o menor custo, existem alguns
inconvenientes a serem mencionados:
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Capítulo 05 • Gramados
Jogar uma camada fina de areia. Passar um tapete para fixar as sementes.
90
Capítulo 05 • Gramados
Por mudas – podemos obter as mudas por meio da divisão das placas de grama. Normalmente,
as mudas são utilizadas para fechar alguns buracos nos jardins, para implantação em pequenas
áreas ou quando se quer economizar. O plantio é muito fácil, basta destacar pequenos pedaços
da placa, cortando com a própria mão, colocar as mudas na terra preparada, de preferência,
arenosa, e fazer pressão com os pés. Se for possível, é melhor passar um compressor para melhor
ajustar as mudas no solo. Dependendo do tipo de solo, da estação do ano e da distância entre as
mudas, é possível conseguir um bom fechamento entre um e três meses.
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Capítulo 05 • Gramados
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Capítulo 05 • Gramados
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Capítulo 05 • Gramados
Manutenção
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Capítulo 05 • Gramados
Podar.
Refilamento. Refilamento.
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Capítulo 05 • Gramados
Adubação – As gramas são plantas que crescem muito, não é à toa que são po-
dadas praticamente todos os meses. Para esse desenvolvimento todo, as gramas
necessitam de nutrientes, e o mais importante é o nitrogênio, elemento que está
presente nas folhas e caso o gramado tenha uma poda constante, formando
aparas pequenas, elas podem ser deixadas sobre o gramado por alguns dias, até
que a folhas sequem e se tornem marrons. É nesse momento que se faz a retirada
com rastelo ou vassoura de jardim. Indicamos levar esse material seco para com-
postagem. Quando esse processo é feito, você aduba naturalmente o gramado e
ainda contribui para produção de composto orgânico que, muitas vezes, volta
para nutrir as gramas. Caso as aparas sejam grandes, não recomendo deixar,
pois podem sufocar o gramado.
Caso opte por uma adubação mineral, o recomendado é aplicar o adubo três
vezes ao ano, entre a primavera e o verão, lembrando que, após a aplicação, o
gramado deve ser bem irrigado. A prática da adubação de cobertura com terra
adubada no inverno pode provocar o aparecimento de ervas invasoras, além de
elevar o nível do gramado. Muitos jardineiros fazem isso, mas só é indicado em
locais com frio intenso.
Aeração – Alguns relatam que, por vezes, a água nem desce no gramado,
formando poças. Isso acontece, pois as gramas crescem para cima e para baixo,
nós podemos fazer a poda da parte aérea, mas não das raízes, e elas continuam a
crescer. Com o passar do tempo o volume de raiz aumenta e começa a compactar
o solo, impedindo que a planta se desenvolva e podendo levar à perda do
gramado. Nesse caso, recomendo a adição de areia lavada de rio grossa, para
produzir aeração; assim, tanto a água quanto o ar podem circular e as raízes e a
planta de modo geral podem se desenvolver.
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Capítulo 05 • Gramados
Aeração.
Iluminação.
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Capítulo 05 • Gramados
Podar.
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Capítulo 06 • Ervas Invasoras
• Capítulo 06
Ervas Invasoras
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Capítulo 06 • Ervas Invasoras
Capítulo 06
Ervas-invasoras
A
s plantas invasoras são aquelas deixam em vantagens na competição, é sempre
que crescem nos jardins sem serem melhor fazer o controle preventivo, ou seja,
plantadas por nós, talvez um pas- impedir que elas cheguem e se disseminem.
sarinho tenha jogado ali algumas sementes ou
elas vieram voando e caíram por lá. As vezes Para isso, você deve:
nos deparamos com uma planta linda, que em
outro jardim ficaria um charme, mas ela não • Fazer um bom controle na terra que é
está no projeto e talvez comprometa a harmo- colocada no jardim, pois, muitas vezes,
nia do jardim, pois invadiu a área. veem sementes, raízes, tubérculos
Durante muito tempo, foram chamadas de etc., de plantas invasoras. Essas
plantas daninhas, mas atualmente uma boa sementes podem ficar 40 anos ou mais
parte delas está sendo conhecida como PANC, enterradas sem germinar e, após esse
plantas alimentícias não convencionais, como período, quando são desenterradas, elas
tanchagem, dente-de-leão e serralha. Esse germinam.
novo título é muito mais interessante.
De qualquer modo, os jardineiros ficam muito • Impedir que elas floresçam, pois após as
assustados quando elas aparecem, pois têm flores surgem os frutos com as sementes.
crescimento rápido e acabam por competir por Muitas plantas invasoras produzem mais
água, nutrientes, sol e espaço com as plantas de 100 mil sementes, o que certamente
cultivadas e quase sempre elas ganham. infestará a área, e poderá fazer que
Nenhuma planta é ruim, ela somente pode cheguem a outras áreas pela ação do
estar no local errado. A maioria das ervas vento, da água, dos pássaros, dos insetos
invasoras é pioneira, isto é, foi a primeira a etc. Muitas sementes germinam ao
ocupar áreas onde não havia vegetação, ou longo de vários anos e isso faz com que
seja, áreas com solo exposto. Muitas vezes elas elas fiquem na área, competindo com as
recuperam extensas áreas de vegetação após plantas cultivadas por longo período.
catástrofes.
As plantas invasoras podem ser herbáceas • Conhecer as plantas invasoras, pois
de pequeno porte ou até árvores com muitos existem as que são anuais e só se
metros de altura. reproduzem por sementes; as bianuais,
Por serem plantas muito adaptadas ao meio que, no primeiro ano, têm o crescimento
ambiente e possuírem vários fatores que as das partes vegetativas (raiz, galho e
100
Capítulo 06 • Ervas Invasoras
folhas) e no segundo ano produzem flores, frutos e sementes, e, também, as perenes, que
vivem por muitos anos e, além de produzirem as sementes, se multiplicam pelas partes
vegetativas, principalmente raízes, rizomas, bulbos e tubérculos. Para algumas, o corte
das plantas com roçadeira estimula o crescimento, para outras, não deixa florescerem e,
assim, não haverá sementes. É recomendável a retirada manual, com uso de firmino para
que qualquer raiz, bulbo, tubérculo etc., seja eliminado.
Brilhantina. Emília.
Características:
101
Capítulo 06 • Ervas Invasoras
Brilhantina Pilea Perene. Folhas pequenas e suculen- Fácil de controlar, uma vez que
microphylla (L.) Liebm. tas, é muito comum em jardins, ma só se multiplica por sementes.
não causa grande infestação Basta retirar a planta antes de
florescer
Centela Centella Perene. Acaule com estolões e rizo- Retire a planta toda sem deixar
asiatica (L.) Urb. mas. Folhas arredondadas estolões e rizomas e não deixe
produzir sementes
Cuspe-de-caipira Soliva Anual. Muito ramificada, espi- Retire a planta antes de flo-
nhenta, com 15 a 30 cm. Seus frutos rescer, pois só se reproduz por
anthemifolia (Juss.)
pontiagudos podem machucar sementes
Sweet
Emília, Falsa-serralha Anual. Folha lanceolada e serrilhada, Retire a planta antes do flores-
Emilia sonchifolia (L.) levemente pubescente, de 30 a 60 cm cimento, pois só se multiplica
por sementes
DC.
102
Capítulo 06 • Ervas Invasoras
Picão Bidens pilosa L. Anual. Herbácea ereta com flores Não deixe florescer, pois pro-
amarelas, seus frutos e sementes duz até três gerações por ano
grudam nas roupas e são facilmente
disseminados
Serralha Sonchus Anual, multiplica-se somente por Propaga-se somente por se-
oleraceus L. sementes e se propaga facilmente por mentes, não deixe florescer
sementes, que permanece viável por
mais de 8 anos.
Tanchagem Plantago Perene. Folhas largas em forma de Propaga-se por sementes: não
roseta, hastes finas nas quais os pon- deixe florescer
major L.
tos de sementes se desenvolvem
Tiririca Cyperus Perene. Caule triangulado, poden- Não deixe produzir sementes
esculentus L. do-se dobrar a folha. Inflorescência e retire a planta manualmen-
na ponta do caule, se reproduz por te sem deixar os tubérculos
sementes e, principalmente, por (batatinhas)
tubérculos
Trapoeraba azul Perene. Semi-prostada, caules semi- Retire a planta toda, pois os
Commelina spp. -suculentos, de 20 a 50 cm, gosta de ramos enraízam, além de se
solo fértil e local sombreado multiplicar por sementes
Trevo Oxalis latifolia Perene. Folhas com o típico formato Difícil de controlar devido à
Kunth de trevo, acaule e bulbosa. As flores multiplicação pelos bulbos.
são vistosas Retire delicadamente a planta
inteira
103
Capítulo 06 • Ervas Invasoras
Tiririca. Tiririca.
Língua-de-vaca. Soliva.
Cruz-de-malta. Dente-de-leão.
104
Capítulo 06 • Ervas Invasoras
Tanchagem. Centela.
Trapoeraba-azul.
Trevo. Asclépias.
105
Capítulo 06 • Ervas Invasoras
Serralha. Quebra-pedra.
Beldroega. Picão.
106
Capítulo 07• Forrações
• Capítulo 07
Forrações
107
Capítulo 07• Forrações
Capítulo 07
Forrações
S
ão plantas que apresentam crescimento horizontal maior que o vertical.
Assim como as gramas, as forrações preenchem a parte baixa dos jardins,
porém, com algumas diferenças importantes:
Tipos de forração
Implantação
108
Capítulo 07• Forrações
Manutenção
Cuidados básicos:
109
Capítulo 07• Forrações
Quadro de Forrações
Nome popular Importância Ambiente Multiplicação
e científico ornamental
Capim-chorão – Eragrostis Leveza das folhas e inflo- Pleno sol Divisão de touceira
curvala (Schrad.) Nees rescência
Érica - Cuphea gracilis Kunth Flores róseas e brancas Pleno sol Brotos laterais
Espadinha - Sansevieria Folhas que podem ser Pleno sol e Divisão de touceira e
trifasciata Prain. variegatas meia-sombra ramagem enraizada
110
Capítulo 07• Forrações
Quadro de Forrações
Nome popular Importância Ambiente Multiplicação
e científico ornamental
Hera - Hedera canariensis Folhas que podem ser Pleno sol e Estaquia
Willd. variegatas meia-sombra
Íris-variegata - Iris germanica Folhas com duas tonali- Pleno sol e Divisão de touceira
L. forma variegada dades de verde meia-sombra
111
Capítulo 07• Forrações
3) ...sem quebrar o torrão. 4) Abrir a cova com espaço maior que o torrão.
112
Capítulo 07• Forrações
7) Separar todos os sacos plásticos e caixas 8) Lembrar que é interessante se afastar para ver o
durante o plantio. plantio de longe.
• Exemplos de forrações
Alisso. Azulzinha.
Barba-de-bode. Brilhantina.
113
Capítulo 07• Forrações
Cebolinha-de-jardim. Capim-chorão.
Dedo-de-moça. Clorofito.
Dinheiro-penca. Érica.
114
Capítulo 07• Forrações
Érica. Espadinha-variegata.
Espadinha. Grama-amendoim.
Grama-preta. Hera.
115
Capítulo 07• Forrações
Iris-variegata. Lambari-roxo.
116
Capítulo 07• Forrações
Setcresia. Singônio.
Vedélia.
Hera-roxa. Ajuga.
117
Capítulo 08 • Arbustos
• Capítulo 08
Arbustos
118
Capítulo 08 • Arbustos
Capítulo 08
Arbustos
S
ão vegetais lenhosos ou semi-lenhosos, com ramificações no caule desde a
base. Podem ter aparência de arvoretas quando deixamos desenvolver um
só tronco e eliminamos os outros logo na base.
Em um jardim, os arbustos podem ser comparados às paredes da área, pois
formam uma barreira quando se olha para o horizonte.
Muito utilizados para fazer cercas-vivas, que podem ser mais naturais quando
as deixamos crescer livremente ou mais uniformes quando recebem podas. Não
se esqueça que, ao podar, muitas vezes, retiramos a possibilidade de a planta
florescer.
Em jardins pequenos, onde não há espaço para o plantio de árvores, o arbusto é
uma ótima opção.
Tipos de arbusto
119
Capítulo 08 • Arbustos
Implantação
A planta deve ser apropriada para o local. Algumas condições ambientais difíceis são: falta de
luz, locais encharcados, presença de vento forte etc. Na escolha da espécie adequada, você pode
eliminar várias plantas por não se adaptarem ao local. Observe também as características das
plantas, por exemplo, as que são caducifólias (perdem todas as folhas numa determinada época),
possuem espinhos, produzem secreção quando seus galhos são quebrados ou suas folhas arranca-
das etc.
Os arbustos são bastante utilizados para a formação de cercas-vivas, que podem ser plantadas
em fileiras únicas, duplas ou múltiplas. O espaçamento entre eles depende do tamanho da planta
quando adulta, lembrando que plantas muito próximas, além de competirem por nutrientes e
água, disputam também sol e ventilação, e ainda se contaminam mais facilmente quando uma
delas está doente.
Na compra deste grupo de planta, você deve ter cuidado com o torrão (terra que envolve e
protege a raiz da planta): ele deve ser firme e proporcional ao tamanho da muda. O transporte é
importante para que o torrão não quebre.
Para a implantação de arbustos, é necessário fazer as covas, que terão tamanho compatível com o
do torrão da muda. De modo geral, faça covas de 40 x 40 x 40 cm a 60 x 60 x 60 cm.
O espaço para o plantio entre mudas depende do porte da planta e da necessidade do proprietá-
rio.
O nivelamento da muda na terra deve respeitar o nível do torrão, ou seja, o colo da planta deve
estar no nível do solo.
Manutenção
• Poda – Como os arbustos são muito utilizados para formação de cercas-vivas, que podem ser
mais baixas ou altas dependendo da necessidade, a poda é muito importante, pois determi-
nará o tipo de crescimento. Para cercas-vivas mais altas, costuma-se retirar os galhos que
saem na base da planta, estimulando o crescimento para cima. Caso você precise de uma
cerca mais fechada embaixo, faça a poda na parte de cima.
• Despraguejamento – Retirada das ervas invasoras entre as mudas com firmino. Às vezes,
algumas plantas trepadeiras começam a crescer sobre os arbustos e devem ser arrancadas
com a raiz.
120
Capítulo 08 • Arbustos
Quadro de Arbustos
Nome popular e Porte Importância Ambiente Multiplicação
científico ornamental
Camarão-amarelo
0,5–2 m Brácteas amarelas e Sol pleno Estacas
- Pachystachys lutea
flores brancas
Nees
121
Capítulo 08 • Arbustos
Quadro de Arbustos
Nome popular e Porte Importância Ambiente Multiplicação
científico ornamental
Cheflera - Schefflera
2,5–4 m Folhas palmadas Sol pleno e Estaquia e alporquia
arboricola lutea
verdes e variegatas meia- sombra
(Hayata) Merr.
122
Capítulo 08 • Arbustos
Quadro de Arbustos
Nome popular e Porte Importância Ambiente Multiplicação
científico ornamental
Ixora - Ixora coccinea Até 4 m Belas flores que se Pleno sol Estaquia
L. agrupam em cachos
Murta - Murraya 5–7 m Grande maciço foliar Pleno sol Estaquia e alporquia
paniculata (L.) e flores perfumadas
Jack.
123
Capítulo 08 • Arbustos
Quadro de Arbustos
Nome popular e Porte Importância Ambiente Multiplicação
científico ornamental
124
Capítulo 08 • Arbustos
Musaendra. Sanquesia.
Pleomele. Nandina.
125
Capítulo 08 • Arbustos
Caliandra. Caramão-vermelho.
Coleus. Malvavisco.
126
Capítulo 08 • Arbustos
Hortência. Espirradeira.
127
Capítulo 08 • Arbustos
Ixora. Iantana.
Cabeça-de-velho. Camarão-amarelo.
Ligustrinho. Hibisco.
128
Capítulo 08 • Arbustos
Ocna. Pentas.
Evônimo. Tumbérgia.
Pingo-de-ouro. Trialis.
129
Capítulo 08 • Arbustos
Acalifa. Buxinho.
Caracassana. Dracena.
Murta. Stiftia.
130
Capítulo 08 • Arbustos
Azaléia. Clússia.
Cróton. Yuca.
131
• Capítulo 09
Plantas pendentes e
escadentes/trepadeiras
132
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras
Capítulo 09
Plantas pendentes e
escadentes/trepadeiras
S
ão plantas que têm caules longos e flexíveis, não conseguem ficar eretas,
não se sustentam, assim, tem o crescimento para baixo e, se tornam
pendentes ou escandentes, também chamadas de trepadeiras, que tendem
a subir apoiadas em algum elemento, seja uma outra planta, ou cerca, pérgula
etc. Muitas dessas plantas desenvolvem estruturas especializadas para se fixar.
Dependendo do tipo de estrutura para fixação, podem crescer em muros, cercas,
madeiras etc.
Com uma grande variedade de formas, as trepadeiras encantam os jardins e
dão um toque especial, emoldurando o espaço. Suas flores apresentam cores,
tamanhos, formas e perfumes diversos. Atraem muitos pássaros e pessoas
também, além de poderem se desenvolver em locais com diferentes quantidades
de sol, vento e umidade.
É fato que, em um jardim, quase sempre cabe uma trepadeira.
Muitas pessoas não obtêm sucesso ao tentar plantá-las, pois não estão atentas
ao seu tipo de fixação.
Podemos classificá-las conforme a estrutura de fixação:
• Sarmentosas
São as que sobem em suportes por meio de órgãos de fixação como:
• ventosas – videira-virgem.
133
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras
• Volúveis
Têm caules que se enrolam nos suportes por movimentos espirais, como:
tumbérgia, jasmim, ipomeia e madressilva.
134
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras
Glicínia. Jasmim-amarelo.
135
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras
Congea. Primavera.
Amor-agarradinho. Tumbérgia.
Viuvinha. Abutilon.
136
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras
Implantação
Manutenção
137
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras
138
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras
139
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras
140
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras
Tumbérgia azul Flores azuis, muito Quase o ano Grades, cercas e Estaquia
- Thunbergia rústicas todo caramanchões
grandiflora (Roxb.
ex Rottl.) Roxb.
Unha-de-gato - Ficus Folhas que revestem Sicônio, Muros e paredes Estaquia dando
pumila L. paredes “fruto verde” um nó na base do
sem valor galho
ornamental
Tumbérgia. Viuvinha.
141
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras
Costela-de-adão. Falsa-vinha.
142
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras
Ipomeia-rubra. Jasmin-estrela.
Ripsalis. Rosa-trepadeira.
143
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras
Russélia. Sapatinho-de-judia.
Trombeteira. Unha-de-gato.
144
Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras
Abutilon. Amor-agarradinho.
Congea. Glicínia.
Maracujá. Primavera.
145
• Capítulo 10
Floríferas
146
Capítulo 10 • Floríferas
Capítulo 10
Floríferas
É
o elemento mais encantador dos jardins. Proporcionam as mais
diversas cores, perfumes e sorriso em quem as vê. Sem dúvida é o toque
especial do jardim.
Com exceção das briófitas e pteridófitas, todas as plantas são floríferas. No caso
das gimnospermas, as flores são os estróbilos.
Neste capítulo, estudaremos as angiospermas herbáceas (que não têm lenho)
e que têm grande potencial paisagístico com suas flores. Elas podem ser
classificadas em anuais, perenes e bulbosas, conforme seu ciclo de vida e suas
características.
As plantas anuais são aquelas que, na formação de canteiros, não se pode deixar
de admirar, pois têm floração exuberante, causando o esgotamento e a morte
da planta após a maturação das sementes. Seu ciclo todo, ou seja, formação de
sementes, crescimento vegetativo, produção de flores e novas sementes, acontece
em menos de um ano — às vezes, em algumas semanas. O plantio é feito por
sementes que, como as hortaliças, podem ser distribuídas em sementeiras,
canteiros definitivos ou covas. Cada espécie tem uma época para ser semeada.
Precisam de sol e solo preparado.
Exemplos: papoula, calêndula, rodante, girassol, amor-perfeito, boca-de-leão,
flox, crista-de-galo, tagetes, titônia, zínia etc.
Plantas perenes ou vivazes são aquelas cujas estruturas vegetativas persistem
ano após ano. Têm longa duração, com a vantagem de não precisarem de trocas
constantes, apenas manutenção.
São multiplicadas por sementes ou por multiplicação vegetativa.
Neste grupo encontramos representantes para diversos ambientes — sol, meia-
sombra, plantas epífitas (plantas que crescem sobre outras plantas).
Exemplos: bromélia, orquídea, hemerocalis, neumárica, moréia, lantana, érica,
íris, gerânio, violeta africana, cufea, gazânia, lobélia, petúnia, maria-sem-
vergonha, helicônia etc.
As plantas bulbosas têm caule subterrâneo recoberto por folhas espessadas,
tipo cebola, com capacidade de armazenar alimentos. Algumas têm rizomas
e tubérculos, onde desenvolvem as gemas, responsáveis pela sua reprodução.
Passam por um período de repouso, para brotarem nas condições climáticas
147
Capítulo 10 • Floríferas
Implantação
formas e a produção de odores fazem parte da
evolução da planta.
Manutenção
como amarelo, vermelho e laranja. Os pássaros
também são atraídos pelo néctar e, para isso as
flores formam grandes inflorescências.
Entre todos os polinizadores, o grupo mais
importante é o das abelhas. Elas se alimentam
Além dos procedimentos normais para todas do néctar, portanto, para atraí-las, as plantas
as plantas, como irrigação, poda, controle devem ser produtoras de um néctar com
de ervas invasoras, eliminação de pragas e cheiro adocicado, além de pétalas vistosas e
doenças, um fator primordial para um bom vivamente coloridas, comumente azuis ou
florescimento é a adubação. amarelas. As abelhas veem o ultravioleta como
Para intensificar o florescimento, a adubação uma cor diversa – diferente do espectro visível
com farinha de ossos é muito importante, por nós – porém, não enxergam o vermelho
pois age lentamente por muito tempo e é a como uma cor distinta, confundida com o
148
Capítulo 10 • Floríferas
Polinização.
Quadro de Floríferas
149
Capítulo 10 • Floríferas
Quadro de Floríferas
Beri - Canna indica L Perene – Quase o Até 150 cm Pleno sol Divisão de touceira
ano todo
150
Capítulo 10 • Floríferas
Quadro de Floríferas
151
Capítulo 10 • Floríferas
Quadro de Floríferas
Papoula - Papaver Perene tratada como 100 a 120 cm Pleno sol Sementes
orientale L. anual – Primavera
152
Capítulo 10 • Floríferas
Quadro de Floríferas
Rosa - Rosa X Perene – Quase o ano 150 a 200 cm Pleno sol Estaquia e enxertia
grandiflora Hort todo
Strelitzia - Strelitzia Perene – Praticamen- 1,2 a 1,5 m Pleno sol Divisão de toucei-
reginae Aiton te o ano todo ras e sementes
153
Capítulo 10 • Floríferas
Quadro de Floríferas
154
Capítulo 10 • Floríferas
Agapantus. Agapantus.
Alpínia Amor-perfeito.
Beri. Titônia.
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Capítulo 10 • Floríferas
Rosinha-de-sol. Capuchinha.
Celósia. Ciclamen.
Copo-de-leite. Crinum.
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Capítulo 10 • Floríferas
Crinum. Tulipa.
Antúrio. Flor-do-guarujá.
Gérbera.
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Capítulo 10 • Floríferas
Gerânio. Girassol.
Gusmínia. Lírio-amarelo.
Jacinto. Kalanchoe.
158
Capítulo 10 • Floríferas
Lírio-da-paz. Lavanda.
Lírio. Lisiantus.
Maria-sem-vergonha. Margarida.
159
Capítulo 10 • Floríferas
Moreia-amarela. Moreia.
Neumárica. Ninféia.
160
Capítulo 10 • Floríferas
Papoula. Perpétua.
161
Capítulo 10 • Floríferas
Petúnia.
Prímula. Rosa.
Sálvia. Strelíctzia.
162
Capítulo 10 • Floríferas
Dicosandra. Antúrio.
Tafetes. Bromélia.
Amarilis. Bulbine.
163
Capítulo 10 • Floríferas
Ruélia. Ruélia-do-amazonas.
Ruélia-vermelha.
164
Capítulo 11• Hortas
• Capítulo 11
Hortas
165
Capítulo 11• Hortas
Capítulo 11
Hortas
A Implantação
s delícias de ter uma horta só sabe
quem tem. Nada é mais saudável e
agradável que plantar, colher e
comer vegetais sem agrotóxicos e irrigados
com água de procedência conhecida e de boa
qualidade. O solo deve ser bem preparado com 1/3 de
Podemos plantar hortaliças em pequenos terra argilosa, 1/3 de areia e 1/3 de composto
vasos, floreiras, quintais, em grandes orgânico, quando o plantio for em vasos. Em
canteiros, em chácaras ou sítios, ou usar canteiros é só adicionar a areia e o composto, a
a criatividade e improvisar tubos de PVC, quantidade dependerá das condições da terra
latas etc. e das hortaliças escolhidas. Revolva bem, se
A horta precisa de sol, por isso, prefira a face a terra estiver bem solta não será necessário
norte, e a água é muito importante. Portanto, elevar o canteiro, caso contrário, subir a terra
a fonte deve estar próxima, ser abundante e de 20 cm de altura para garantir que ela esteja
boa qualidade. solta.
Antigamente, as hortas seguiam um Para protegê-la contra os ventos frios,
desenho padrão, retangular, e, normalmente principalmente os vindos do Sul, faça uma
ficavam escondidas no jardim. Felizmente barreira de proteção, que pode ser composta de
temos acompanhado a criação dos mais vários arbustos resistentes ao vento, como as
belos canteiros com hortaliças, dos mais dracenas.
variados desenhos, sempre lembrando de Não faça canteiros grandes, com mais de
deixar um espaço entre canteiros para os 1,20 m de largura. Já o comprimento pode
tratos necessários. Aconselho meus alunos ser variável. Entre os canteiros, deixe um
a abusarem da criatividade e deixarem suas espaçamento de 40 cm, de modo que haja
hortas mais a vista. espaço para fazer os tratos necessários.
Quando houver muitos canteiros, deixe um
espaço de 1 m entre eles para que possa passar
o carrinho de mão.
Escolha as hortaliças mais apreciadas pela
família, que se adaptem à região e que possam
ser produzidas na época do ano desejada. Lem-
166
Capítulo 11• Hortas
Plantar em linhas com espaçamento de pelo menos 10 cm. Quando a planta tiver de 4 a 6 folhas...
167
Capítulo 11• Hortas
168
Capítulo 11• Hortas
169
Capítulo 11• Hortas
170
Capítulo 12 • Palmeiras
• Capítulo 12
Palmeiras
171
Capítulo 12 • Palmeiras
Capítulo 12
Palmeiras
172
Capítulo 12 • Palmeiras
Implantação
Manutenção
Irrigar sempre que a terra estiver seca, até que a palmeira já tenha desenvolvido
novas raízes e comece a capturar águas mais distantes. Podemos acompanhar
isso pela formação de novas folhas com turgor.
O ideal é que não faça a poda de folhas velhas, a não ser que estejam colocando
em risco as pessoas que passem por elas.
Adubação 3 vezes por ano, no período das chuvas, de preferência com húmus ou
chorume da compostagem.
Retirar as mudas que se formam em volta da planta-mãe, provenientes das
sementes que caem junto a essa planta. O ideal é retirar com cuidado para fazer
novas mudas.
Não é raro vermos palmeiras atacadas por lagartas, temos boas experiencias com
controle biológico a base de Bacillus thuringiensis.
A maioria se multiplica por sementes, mas algumas também podem se
multiplicar por divisão de touceiras, como a areca e a ráfis.
173
Capítulo 12 • Palmeiras
Quadro de Palmeiras
Nome popular e
Tipo de folha Altura Local Multiplicação
científico
174
Capítulo 12 • Palmeiras
Quadro de Palmeiras
Nome popular e
Tipo de folha Altura Local Multiplicação
científico
Rafis - Raphis excelsa Palmada, dividida até Até 3 m, Meia- sombra Divisão de toucei-
(Thumb.) a base em 5 a 9 partes caule revesti- ras e sementes
do por tecido
fibroso
175
Capítulo 12 • Palmeiras
Dendê. Aifanes.
Rafis.
176
Capítulo 12 • Palmeiras
Palmeira-real. Jerivá.
177
Capítulo 12 • Palmeiras
Coqueiro.
178
Capítulo 13 • Árvores
• Capítulo 13
Árvores
179
Capítulo 13 • Árvores
Capítulo 13
Árvores
E
ntre todos os vegetais, as árvores são calçadas.
as mais fascinantes, extremamente Seu tronco é composto de anéis concêntricos
complexas, as maiores entre todas de células, que formam várias camadas, cada
as plantas e as que têm vida mais longa. uma com uma função. O câmbio produz a
Divididas visualmente em raiz, tronco e copa, maior parte das células que irão construir as
elas dispõem de um maravilhoso mecanismo demais camadas, como as chamadas xilema
que retira centenas de litros de água por dia e floema, formadoras do sistema de vasos
com nutrientes para se alimentar, pois têm condutores de alimento. Ao morrer, as células
crescimento constante. do floema se transformam na resistente
Suas raízes devem ter tamanho proporcional casca da árvore, que tem capacidade de se
à copa, dando assim estabilidade à planta, mas distender e que muitas vezes se solta ou abre-se
nem sempre a raiz é o espelho da copa, como em profundos sulcos. As células do xilema,
muitos pensam. As raízes se desenvolvem em quando atingem a maturidade, passam a
função de uma série de fatores, como presença integrar o anel de células que constitui o cerne
de água e nutrientes, consistência do solo e das árvores.
presença de pedras e construções abaixo delas A copa apresenta-se de vários formatos,
ou ao seu redor. Isto faz que muitas raízes não algumas parecem guarda-chuvas, outras são
cresçam para baixo e acabem quebrando as compridas ou redondas, e há ainda aquelas
180
Capítulo 13 • Árvores
181
Capítulo 13 • Árvores
Implantação
Ramos
Pernadas
Muda
Amarra
25 a 20 cm
182
Capítulo 13 • Árvores
• Plantio de árvore
Fazer a cova e colocar o tutor. Colocar a muda sem deixar quebrar o torrão.
Completar a cova com terra bem preparada. Completar com terra, respeitando o colo da árvore.
183
Capítulo 13 • Árvores
Manutenção
Os cuidados após o plantio são tão ou mais importantes que o próprio plantio. A manutenção
consiste em retirar os ramos-ladrões e ervas-de-passarinho, por exemplo, além de irrigação,
adubação e tratamento de pragas e doenças, para as quais, em áreas urbanas não existe produto
registrado para tratamento, devendo esse, ser feito com produtos naturais ou controle biológico.
Cuscuta.
A poda na cidade de São Paulo é regulamentada pela Lei no 10.365, pois muitas vezes as árvores
são levadas à morte por podas malfeitas. Para mais informações, veja o capítulo de manutenção.
184
Capítulo 13 • Árvores
As espécies citadas nessa tabela não são as mais indicadas e sim as mais
presentes no paisagismo do Brasil, sobretudo em São Paulo.
185
Capítulo 13 • Árvores
Embaúba - Cecropia Brasil M Seus frutos são Folhas dividi- Faz parte
pachystachya Trécul pontiagudos, pare- das em 9 a 10 da alimen-
cendo dedos lóbulos com a tação do
parte inferior bicho-
branca e -preguiça;
tomentosa tronco oco
186
Capítulo 13 • Árvores
187
Capítulo 13 • Árvores
Ipês - Tabebuia spp / Brasil M/G Brancas, róseas, Folhas com- Plantas ca-
Handroanthus spp roxas, amarelas, postas que se ducas que
frutos em forma de diferenciam florescem
vagem dependendo normal-
da espécie mente no
inverno
188
Capítulo 13 • Árvores
Manacá - Pleroma Brasil M Flores que mudam Simples, com Muito re-
mutabile (Vell.) de cor conforme nervuras lon- comendada
Triana amadurecem gitudinais para o paisa-
gismo, mas
apresenta
dificulda-
de de se
adaptar ao
transplante.
189
Capítulo 13 • Árvores
190
Capítulo 13 • Árvores
Flamboyant. Resedá.
Tipuana. Cássia.
Manacá.
191
Capítulo 13 • Árvores
Ligustro. Alecrim-de-campinas.
Eucalipto. Ipê-branco.
Eritrina. Jatobá.
192
Capítulo 13 • Árvores
Cedro. Aroeira-pimenteira.
Chuva-de-ouro. Araribá.
193
Capítulo 13 • Árvores
Aldrago. Aroeira.
Eritrina-falcata. Espatédea.
Ipê-amarelo. Ipê-roxo.
194
Capítulo 13 • Árvores
Falsa-seringueira. Grevílea-anã.
Paineira. Pau-brasil.
Sibipiruna. Voquisia.
195
Capítulo 13 • Árvores
Chorão. Jacarandá.
Ipê-roxo. Pau-ferro.
Guapuruvu. Jasmim-manga.
196
Capítulo 13 • Árvores
Quaresmeira. Pata-de-vaca.
Jequitibá. Embaúba.
Chicha.
197
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
• Capítulo 14
Plantas para
Ambientes Internos
198
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Capítulo 14
S
ão plantas umbrófilas, ou seja, amigas da sombra, que podem viver em
ambientes internos, pois em seu habitat natural há pouca luz. Como
exemplo, temos as plantas que vivem na mata ou penduradas em árvo-
res. Dependendo das condições que o ambiente oferece, elas podem ser peque-
nas ou de médio porte, necessitando de mais ou menos luz e água.
Um ambiente interno pode ser: dentro de casa, em varandas, pérgulas, escritó-
rios, lojas, bancos, caramanchões, ou mesmo sob a proteção de uma árvore.
O estudo dessas plantas é de fundamental importância, pois com o crescimento
das cidades, as áreas verdes perderam lugar para o cimento e asfalto, sobrando
pouco espaço para jardins. Muitas pessoas só têm a possibilidade de ter vasos ou
jardins sob lajes internas.
Estudos da NASA indicam que as plantas retiram do ar os poluentes mais
comuns, como formaldeído, tricloroetileno e benzeno, e também ajudam a
balancear a umidade atmosférica. Além disso, segundo estudo realizado pela
Universidade Estadual de Washington, as plantas não só melhoram a qualidade
do ar, como podem aumentar a produtividade de uma empresa (foi constatado
um aumento de 30% na produtividade, além de uma redução do estresse dos
funcionários).
As plantas alegram e embelezam o ambiente com baixo custo e eficiência.
É muito importante que se faça um estudo aprofundado, principalmente, das
condições ambientais, pois não podemos esquecer que, quando levamos uma
planta para casa, ela não vai ter a mesma iluminação que recebia na natureza, o
espaço para o desenvolvimento de suas raízes e da copa será reduzido, além de
ela contar com umidade relativa do ar mais baixa.
Por outro lado, ela não terá de enfrentar enxurradas e ventos fortes e a tempera-
tura será mais estável.
Por isso, a escolha da espécie deverá ser feita primeiro em função das condições
que o local pode oferecer, isto é: luz, espaço para desenvolvimento das raízes e
parte aérea, água, umidade do ar, temperatura e correntes de ar.
199
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Luz Água
200
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Tipo de vaso
201
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Temperatura
Para cada planta existe uma faixa de temperatura ideal, na qual ela se desenvol-
ve. Para a maioria das plantas de interior, a faixa é de 7o C a 21 o C. As plantas
tropicais vivem bem em ambientes mais quentes.
Umidade do ar
Substrato
É a terra preparada, em que as plantas desenvolvem suas raízes. Deve ser uma
mistura adequada de materiais como: terra argilosa, areia lavada de rio e
composto orgânico. A mistura é feita conforme a espécie que se pretende
cultivar. Deve apresentar:
202
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
• Retenção de água – deve reter água, ou seja, manter o substrato com o nível
ideal de água, pois, quando estão em vasos, as plantas não têm contato com
o lençol freático.
Correntes de ar (ventos)
De modo geral, as plantas com folhas bem finas e delicadas não suportam
muito vento.
• Folhas grossas como das suculentas são mais resistentes aos ventos.
Implantação
Exceto os jardins de inverno, que são plantados na terra, mesmo em áreas inter-
nas, a grande maioria das plantas para esses espaços são plantados nos vasos.
203
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Separar o material necessário para montar o vaso Cortar a manta de drenagem do tamanho da boca
planta, vaso com furos, argila expandida, manta de do vaso;
drenagem, terra preparada;
204
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Preencher 1/6 da altura do vaso com argila expandi- Colocar a manta de drenagem (que funciona como
da, cacos telhas ou pedrisco filtro) sobre a argila expandida
Colocar terra preparada (1/3 de areia, 1/3 de com- Apertar a terra cortar o invólucro para retirar a
posto orgânico e 1/3 de terra argilosa) sobre a manta muda sem deixar quebrar o torrão
205
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Apertar bem a terra, completando até 1cm abaixo do Regar e colocar a planta no local onde ela possa se
limite do vaso desenvolver bem
Manutenção
• Rotação dos vasos – gire os vasos para evitar que a planta cresça para um
lado só em busca da luz. Cuidado para não virar bruscamente, ou pode
machucar a planta.
206
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Para fazer:
207
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
• Cubra com uma manta de drenagem ou com uma camada fina de areia.
Para cuidar:
• Abra a tampa para renovação do ar uma vez por mês. Não deixe aberto
por muito tempo.
Com estes cuidados o terrário permanecerá bonito e saudável por vários anos.
208
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Montagem de terrário
1. Separar o material necessário: Vidro, argila 2. Colocar a argila expandida ou pedrisco no vidro,
expandida ou pedrisco, areia, terra preparada (areia, apenas uma camada;
composto orgânico e terra vermelha), plantas, rega-
dor, papel filme (caso o vidro não tenha tampa);
209
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
210
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
211
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
212
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
213
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Lírio-do-amazonas. Zâmia.
214
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Cheflera. Pleomele.
Bromélia. Afelandra.
Singônio e Anturio.
215
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Aglaonema. Camedorea.
Clússia. Espada-de-São-jorge.
216
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Maranta. Lírio-da-paz.
Pacová. Peperômia.
Samambaia-açu. Ripsalis.
217
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Antúrio. Flor-de-maio.
Peixinho. Piléia.
Singônio. Violeta.
218
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Árvore-da-felicidade. Areca-bambú.
Costela-de-adão.
Comigo-ninguem-pode.
Samambaia-de-metro.
219
Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos
Bromélia. Ráfis.
Hera. Licuala.
220
Capítulo 15 • Como escolher uma planta
• Capítulo 15
Como escolher
uma planta
221
Capítulo 15 • Como escolher uma planta
Capítulo 15
M
uitos acham que escolher as maneira diferente. Se o objetivo é ter flores em
plantas para o jardim é uma ta- todas as épocas, então, é só escolher diferentes
refa muito difícil, pois, afinal, o plantas que florescem em meses diversos. Ao
Brasil tem a maior biodiversidade do planeta, contrário de muitos países, onde o inverno
entre plantas e animais, isso é decorrente da vigoroso não permite o florescimento o ano
sua dimensão continental e a grande variação todo, no Brasil isso é possível.
geomorfológica e climática, são encontrados Ao escolher uma planta para o jardim devemos
sete biomas: Amazônia, Cerrado, Pantanal, não só manter a planta viva, mas fazer com que
Mata Atlântica, Caatinga, Campos Sulinos e ela viva bem e para isso devemos respeitar suas
o bioma Costeiro. necessidades, que estão relacionadas com o seu
São tantas plantas entre nativas (originárias do ambiente natural. Para facilitar essa escolha,
Brasil) e exóticas (introduzidas de outros paí- você pode começar por eliminar o que não se
ses), que é difícil escolher somente algumas. adapta e seguir a lista abaixo:
Sabemos que em alguns projetos paisagísticos
as plantas não estão presentes, mas na grande Em primeiro lugar, respeite as necessidades
maioria, elas compõem a parte mais importan- de cada planta, ela só ficará bem se o am-
te no jardim. biente for adequado a ela.
As plantas dão vida ao jardim, pois são vida.
Um jardim é uma composição mutável e a cada
mês ou estação se apresenta de uma manei-
ra. Por isso é imprescindível planejar bem a
disposição de seus componentes.
Como todo ser vivo as plantas nascem (germi-
nam), crescem (crescimento vegetativo), se
multiplicam (florescem, produzem frutos,
sementes, e até se multiplicam vegetativamen-
te) e a cada momento se apresentam de uma
222
Capítulo 15 • Como escolher uma planta
Condições
ambientais
Estas são algumas das perguntas que devem ser feitas para a escolha das espécies. De um jeito
mais simples, você pode até começar pelas dificuldades que o terreno apresenta.
Vamos fazer um exercício hipotético para ver como podemos reduzir o número de opções de
plantas para um jardim:
Imagine que você tem mil opções de plantas que gostaria de colocar no jardim e não sabe quais
escolher. O local tem muito sol e somente 50% das plantas se adapta a esta condição, assim, o
número cai para 500; há muito vento, o que reduz pelo menos mais 300 espécies; o espaço é pe-
queno, mais umas 100 são eliminadas. Agora, em vez de mil espécies, existem 100 possibilidades.
Análise do cliente
Quanto mais o cliente se integrar ao jardim, mais participará do projeto e melhor será o resulta-
do. É muito importante saber qual o perfil do cliente. Alguns fatores a serem observados:
223
Capítulo 15 • Como escolher uma planta
Local Escolha
Sombreado e com pouco es- Plantas de meia-sombra e com sistema radicular pequeno, plantas
paço para o desenvolvimento de pequeno porte.
das raízes
Talude Plantas com raízes fortes que se segurem em taludes e que não
precisem de muita manutenção
224
Capítulo 15 • Como escolher uma planta
Estética
obedecer a uma certa organização. Você pode
começar pelo porte (pensar nas plantas quan-
do ficarem adultas): plantas baixas, médias ou
altas. Assim, para quem olha o jardim, poderá
visualizar o todo.
Um jardim deve ser belo e formar um Pense em fazer uma relação com uma casa:
conjunto harmônico. existem as plantas que formam o “piso”, as
“paredes” e o “teto”.
E para isso há mais algumas perguntas.
• Plantas baixas ou “pisos” — Gramados,
• Qual o estilo da casa? forrações e algumas floríferas (sendo que
• Qual o tipo de material da construção? as floríferas funcionam como um aca-
• Qual a localização do terreno e quais as bamento, um detalhe mais elaborado da
plantas existentes? composição).
• Quais os pontos atrativos?
• O que é preciso realçar ou esconder? • Plantas médias ou “paredes” — Folha-
• Como fazer uma composição gens, arbustos, trepadeiras.
harmoniosa?
• Plantas altas ou “tetos” — Árvores,
O gosto e a beleza são subjetivos, mas devemos arbustos de porte grande, trepadeiras
considerar que o jardim será apreciado todos conduzidas para
os dias pelo seu dono. Assim, siga o gosto dele. • o alto e palmeiras.
Você pode até sugerir algumas modificações,
mas sempre respeitando o gosto de quem vai Não plante espécies altas na frente das meno-
estar no jardim. res, ou estas não aparecerão.
As modificações que você deve insistir em Para escolher uma árvore, um dos pontos prin-
fazer são relacionadas com as necessidades das cipais é a relação com a área: o espaço tem de
plantas e as condições ambientais, como por ser suficiente para o desenvolvimento da copa,
exemplo, se o cliente quiser uma planta que da raiz e do tronco. Além disso, a produção de
precise de muito sol dentro da varanda, onde frutos, flores e a consistência dos galhos são
não bate sol. Neste caso, a planta morrerá por aspectos fundamentais.
falta de adaptação ao ambiente — é melhor Os arbustos são bastante usados para a
não plantar. formação de cercas-vivas ou para substituir
Das 15 espécies possíveis precisamos de uma uma árvore por falta de espaço. Observe os
que seja alta, pois é necessário que esconda mesmos cuidados que na escolha das árvores,
uma parede feia. Então, sobram apenas com atenção especial para o tempo de desen-
quatro espécies possíveis. Fica bem mais fácil volvimento da planta e ao local mais adequado
escolher, não? para o seu pleno desenvolvimento, pois ao
Para a escolha, é necessário juntar todos os contrário das árvores, alguns arbustos de
fatores e em certos casos priorizar algum, por desenvolvem bem em locais mais sombreados.
exemplo, para áreas públicas, como canteiro As forrações são escolhidas em função de luz,
central, a segurança é o principal. solo, cor, uso do jardim, topografia etc. Com
Além disso, a disposição das plantas deve um número muito grande de espécies, as
225
Capítulo 15 • Como escolher uma planta
226
Capítulo 15 • Como escolher uma planta
• O meio ambiente.
• As necessidades das plantas.
• Nosso gosto e objetivo.
227
Capítulo 15 • Como escolher uma planta
9. Nivele.
11. Plante adequadamente: tire o invólucro, seja ele, saco plástico, vaso, lata,
estopa etc., com muito cuidado para não quebrar o torrão (terra que envolve
e protege a raiz da planta), faça uma cova suficientemente grande para
receber o torrão, nivele o colo da planta na superfície e complete com terra
preparada.
228
Capítulo 16• Pragas e Doenças
• Capítulo 16
Pragas e Doenças
229
Capítulo 16• Pragas e Doenças
Capítulo 16
Pragas e doenças
P
ara fazermos uma análise da saúde • Aconteceu algo diferente? Adubação?
de nossas plantas, devemos levar em Troca de lugar? Você foi viajar? Perío-
consideração uma série de fatores: dos longos sem rega podem ocasionar
espécie da planta, ambiente, manutenção, problemas.
presença de parasitas etc.
Antes de pensarmos em fazer o combate às • As outras plantas apresentam problema
pragas e às doenças, é importante pensarmos semelhante?
em como não deixá-las ficar doentes. Uma
planta bem nutrida, em local adequado, terá Com essas respostas em mãos, procure as pos-
muito mais imunidade. síveis causas do problema.
É natural que as plantas apresentem algum Podemos dividir os problemas em pragas e
tipo de praga e doença, faz parte da natureza doenças:
e elas podem suportar, porém, se de algum
modo houver comprometimento da produção, • Pragas – Quando podemos ver o parasita
o controle deve ser feito. Lembre-se também que está atacando a planta, como pulgão,
que toda praga tem, pelo menos, um inimigo cochonilha, lagarta, formiga etc., sua
natural. identificação é fácil.
Para chegar ao diagnóstico do problema de
uma planta, algumas perguntas deverão ser • Doenças – Quando vemos apenas os sin-
respondidas: tomas, pois o parasita só pode ser obser-
vado ao microscópio. Assim como muitas
• Qual é a planta? A queda das folhas, por das doenças que acometem os seres hu-
exemplo, pode ser um processo natural manos, como, por exemplo, quando temos
da espécie, algumas manchas nas folhas uma infecção e nosso corpo demonstra
e até a presença de esporos, às vezes, são que algo está errado, pois há um aumento
confundidas com doenças. de temperatura (febre), nas plantas vemos:
manchas, queda das folhas, apodrecimen-
• Há quanto tempo você tem esta planta? to do caule, murchamento etc.
Ela pode estar passando por um período • São doenças provocadas por fungos, vírus
de adaptação. Quando mudamos uma e bactérias. Sua identificação é difícil, pois
planta de ambiente, muitas vezes ela vários sintomas parecidos, como man-
perde folhas e volta a produzi-las, chas, por exemplo, podem ser causados
• é natural.
230
Capítulo 16• Pragas e Doenças
por excesso ou falta de água, nutrientes, bemos suas teias, como as de aranhas de
sol ou ainda por ataque de patógenos. coloração variada; habitam a superfície
Neste caso, o melhor é enviar uma amos- inferior das folhas, sugando a seiva.
tra para um laboratório especializado.
• Nematoides – parasitas pequenos e bran-
Algumas pragas e doenças mais comuns: cos que vivem na terra e atacam as raízes
de plantas provocando galhas (desenvolvi-
• Pulgões – insetos pequenos, verdes, bran- mento anormal).
cos ou pretos, sugadores. É talvez a praga
que mais ataca as plantas, juntamente • Tatuzinho ou tatu-bola – Têm duas ações
com as cochonilhas. sobre as plantas, a negativa é que comem
as suas raízes e a positiva é que seu movi-
• Cochonilhas – podemos separá-las em mento na terra acaba arando o solo.
duas categorias: com carapaça, que possui
uma capa protetora, tem aparência de • Brocas – Larvas de besouros, mariposas e
bolinha, escama ou risco preto; e sem ca- borboletas que não ficam expostos, fazem
rapaça, que é pequena e farinácea, parece furos redondos na planta, como os de uma
um algodão. Abrigam-se em folhas, galhos furadeira, e se desenvolvem no seu inte-
e frutos. Normalmente, escondem-se em rior. As perfurações podem ser nas partes
locais abrigados da luz. Podem ser elimi- aéreas e subterrâneas dos vegetais, como
nadas com inseticidas naturais. As cocho- troncos, raízes, bulbos, frutos e sementes.
nilhas com carapaças são impermeáveis,
então, recomenda-se o uso de óleo vegetal • Lesmas e caracóis – Moluscos que vivem
ou mineral, que conseguem ultrapassar a em ambientes úmidos e escuros, por isso
carapaça. atacam durante a noite. Raspam as folhas
fazendo grandes buracos. São controlados
• Lagartas – são larvas de borboletas e por armadilhas com cascas de frutas e
mariposas. Se quisermos as borboletas troncos; durante a noite, são atraídos pelo
temos de suportar as lagartas, mas se elas cheiro e ao amanhecer se abrigam nessas
estiverem prejudicando as folhas, reco- cascas para se protegerem do sol, desse
mendamos a catação manual, com luvas, modo podem ser retirados manualmente.
ou o uso de um produto biológico à base
de bacilos; também existem os predadores • Pinta-preta – causada por fungos que
naturais que são vespas e pássaros. formam manchas circulares cercadas por
anéis concêntricos de cor amarela e preta,
• Abelha irapuã – esta abelha é útil na muito comum em roseiras.
polinização, mas também ataca as flores e
folhas, muitas vezes impedindo a frutifi- • Oídio – doença fúngica que apresenta
cação. Por isso, é aconselhável verificar se manchas brancas semelhantes ao mofo.
realmente os danos são maiores que sua Essas manchas, depois, tornam-se ama-
ação positiva. relo avermelhadas e acabam secando a
folhagem.
• Ácaros – invisíveis a olho nu, só perce-
231
Capítulo 16• Pragas e Doenças
Lagarta. Caramujo.
Broca. Cupim.
232
Capítulo 16• Pragas e Doenças
Ácaro. Cigarrinha.
233
Capítulo 16• Pragas e Doenças
Formiga. Fumagina.
Taturana. Trips.
1. Pique 5 cm de fumo de corda e deixe por 2. Amasse 3 cabeças de alho, misture com
uma noite em 1 litro de água, formando 2 colheres (sopa) de parafina líquida e 1
a calda de fumo. Na manhã seguinte, coe colher (sopa) de sabão de coco picado.
e pulverize nas plantas. Use toda a calda Dilua em 10 litros de água e pulverize.
e prepare mais a cada aplicação, pois a Indicado para insetos, bactérias, fungos e
nicotina, que funciona como inseticida, se nematoides.
perde após 24 horas. Aplique 3 vezes, uma
vez por semana. Indicado para pulgões 3. Deixe de molho 1 kg de folhas de angico
e cochonilhas sem carapaça e outros (Piptadenia spp.) em 10 litros de água, por
insetos. 8 dias. Aplique 1 litro por m2 de formiguei-
ro. Indicado para formigas cortadeiras.
234
Capítulo 16• Pragas e Doenças
8. O plantio de tagetes perto de canteiros 16. Pesquisas realizadas por técnicos da Ema-
repele muitas pragas. Você pode também ter tiveram bons resultados com a mistura
fazer um chá com folhas e talos e de gergelim preto, coentro, folhas de
pulverizar. mamona, cal virgem e enxofre, que deve
ser pulverizada sobre as plantas.
9. Dissolva enxofre em pó na proporção de
1% e pulverize três vezes. Indicado para É muito importante observar se a planta está
ácaros. nas condições ideais para o seu desenvolvi-
mento, pois o excesso ou falta de sol, vento e
10. Para combater a lagarta, existe um con- água, podem deixar a planta muito doente.
235
Capítulo 16• Pragas e Doenças
Recomendamos:
• Controle biológico – deixe que inimigos naturais façam seu trabalho, por
exemplo: a joaninha come pulgões e cochonilhas.
Joaninha.
236
Capítulo 17 • Manutenção
• Capítulo 17
Manutenção
237
Capítulo 17 • Manutenção
Capítulo 17
Manutenção
A
manutenção é um dos itens mais importantes do jardim, pois dela
depende a continuidade do jardim. Não adianta ter um projeto
extraordinário se a manutenção não for adequada. É o que diferencia
o jardim das outras obras de arte.
Projeto
Planejamento Execução
Manutenção
Obra-de-arte
Jardim
238
Capítulo 17 • Manutenção
Irrigação
Reposição de água do solo e da planta para que ela tenha um bom desenvol-
vimento. São utilizados técnicas e equipamentos programados e operados de
forma racional.
A maior parte da planta é composta de água, algumas com mais de 90%. Pode-
mos observar que com a falta de chuvas e irrigação manual as folhas começam a
secar, murcham, ficam desidratadas e caem (como uma maneira de diminuir a
perda de água, uma vez que as folhas evaporam e transpiram água).
Todo alimento que entra na planta é diluído em água, assim, a água representa
uma boa parte da vida das plantas. E ela não pode faltar.
Existem várias técnicas de irrigação, mas para escolher, é importante conhecer
o solo (taxa de infiltração e capacidade de retenção de água); clima e época do
ano, que interfere no consumo de água pela planta; declividade do terreno; da
qualidade e da disponibilidade de água; dos efeitos do vento; do tipo de cultura
e da fase de desenvolvimento da planta que será irrigada. Você pode associar
vários métodos.
Em regiões áridas e semiáridas a irrigação é imprescindível principalmente nos
períodos críticos, que são a germinação e a floração.
Existem diversos métodos e sistemas de irrigação, mas para jardins residenciais
os mais comuns são:
Para jardins menores, a aspersão é feita com mangueiras mais simples, mas o
ideal é direcionar o jato de água para cima e deixar cair como chuva, assim esta-
remos imitando a natureza e certamente o resultado é melhor.
É aconselhável que a rega seja feita nas primeiras horas do dia, mas se não for
239
Capítulo 17 • Manutenção
possível, pode ser feita a qualquer hora, mas nas horas mais quentes do dia uma
boa parte da água lançada e quase que imediatamente evaporada. A irrigação à
noite tem o inconveniente de deixar o excesso de água na terra até o dia seguin-
te, quando o calor do sol fará com que o excesso evapore.
O excesso de água é mais prejudicial que a falta, pois ela ocupará o espaço na
terra destinado ao ar, de modo que a planta não pode respirar, a raiz apodrece
e a planta morre. Cada planta tem uma necessidade de água diferente, mas
normalmente regamos até que a terra fique molhada a 15 cm de profundidade
e a próxima rega deverá acontecer quando a terra secar. Observe se a água está
descendo muito rapidamente, neste caso, há excesso de areia, ou se a água está
empoçando em vez de descer, neste caso, a terra está muito argilosa. Em ambos
os casos é aconselhável corrigir e revolver a terra.
Uma boa dica para economia de água é a adição de composto orgânico na terra,
que absorverá a água e a liberará de forma lenta, mantendo a planta hidratada
por mais tempo.
A água deve ser de boa qualidade, principalmente para irrigação de hortaliças.
Irrigação.
Adubação
240
Capítulo 17 • Manutenção
O adubo pode ser aplicado diretamente no solo, para que seja incorporado pelas
raízes em conjunto com a água, por isso é importante regar após a adição.
Para saber a quantidade necessária de adubo é preciso conhecer a composição
do solo e as exigências de cada espécie. Normalmente, você pode dividir a adu-
bação em 3 aplicações.
Cada planta tem uma melhor época para adubação, mas de modo geral, costu-
mamos fazer a adubação nos meses que têm a letra R, ou seja, os meses da
primavera e verão, época em que as plantas crescem mais e têm mais necessida-
de de nutrientes.
Transplante
A transferência da planta para outro local pode ser feita enquanto as mudas são
pequenas ou quando já são árvores grandes, dependendo das características da
planta.
241
Capítulo 17 • Manutenção
242
Capítulo 17 • Manutenção
Poda
Técnica utilizada para controlar o crescimento das plantas. Muito aplicada para manter o grama-
do com determinada altura, direcionar o crescimento de trepadeiras, dar forma e fazer cercas-vi-
vas em arbustos, compatibilizar a planta à área e aumentar a produção das árvores frutíferas.
É importante lembrar que a poda é feita para satisfazer as necessidades dos homens e não da
planta, pois quem precisa de mais flores e frutos não é a planta: o que ela produz é suficiente para
manter a geração de novas plantas. Na natureza, a poda sem intervenção humana só ocorre com
a queda de um galho doente ou das folhas que já completaram seu ciclo de vida.
Quando mal executada, a poda pode levar à morte da planta ou deixá-la suscetível à queda, ou a
doenças. Infelizmente os critérios utilizados para prioridade dos elementos que estão nas calça-
das prejudicam bastante as árvores. Na arborização urbana, a poda visa basicamente conferir à
árvore uma forma adequada aos equipamentos urbanos. A retirada de galhos para liberação de
fios elétricos, por exemplo, é chamada poda de adequação, deveria ser executada para conduzir a
parte aérea e não para reduzir o volume, mas nem sempre isso acontece.
243
Capítulo 17 • Manutenção
A cidade de São Paulo teve um crescimento muito rápido e sem planejamento, o que fez com
que muitas árvores, antes perfeitamente adaptadas ao ambiente, se tornassem incompatíveis às
condições atuais: diminuição de calçadas, construção de casas e edifícios sem recuo, instalação
de fiação elétrica e de telefone, tubulações etc. Neste cenário, se faz necessária a utilização de
poda para corrigir os conflitos. É preciso o conhecimento técnico e muita atenção para realização
dessa poda, caso contrário, ocorrerá o que estamos acostumados a ver, ou seja: árvores que caem
por falta de equilíbrio ou poda de raiz, modificação na arquitetura da planta ou mesmo mutila-
ção, abertura para entrada de insetos e outras doenças.
Devido aos grandes problemas ocorridos por podas malfeitas, criou-se a Lei No 10.365, que
disciplina o corte e a poda de vegetação de porte arbóreo na cidade de São Paulo. A lei considera
como bem de interesse comum a todos os munícipes esta vegetação, estando ela em área pública
ou particular. Para execução de corte ou poda é necessário o parecer de um técnico da PMSP e a
publicação no Diário Oficial.
244
Capítulo 17 • Manutenção
4. Poda de adequação – tem a mesma finalidade que a poda de formação, com a diferença
de que a adequação é aplicada em árvores adultas para solucionar ou amenizar conflitos entre
equipamentos urbanos e a arborização.
5. Poda de raiz – é empregada para solucionar problemas causados pelo afloramento de raízes,
como quebra de calçada. Isto pode ocorrer por vários motivos: característica da planta, falta de
ar no solo, presença de massa rochosa no solo que impede a penetração das raízes, existência de
lençol freático alto etc. Esta prática deve ser evitada por comprometer a estabilidade da árvore,
diminuir a absorção de água e sais minerais e abrir uma porta de entrada para microrganismos e
insetos. Só deve ser realizada por profissional competente com autorização prévia.
245
Capítulo 17 • Manutenção
6. Poda para dar forma – mais conhecida como topiaria. É a poda artística, que modela a planta
em forma de bichos, bolas, quadrados etc. Esse tipo de poda não é permitido para vegetação de
porte arbóreo.
Tem por finalidade preparar a planta para remoção de um galho maior. O primeiro corte deve
ser feito à distância de 0,5 m a 1 m do tronco. Esse primeiro corte debilitará o ramo e ativará os
mecanismos de defesa. Na segunda, um ou dois períodos vegetativos após o primeiro corte, é
concluída a remoção do ramo cortando-o junto ao tronco.
1a etapa
2a etapa
Para evitar o descascamento do tronco, a poda deve ser feita em 3 cortes, sempre preservando a
crista da casca e o colar da base.
2o corte
2/3
1/3 Crista da casca
1o corte
30 cm
Colar
3o corte
Poda em 3 cortes.
246
Capítulo 17 • Manutenção
• Fossa basal é uma depressão no tronco abaixo da base do ramo. Indica falta de fluxo de
seiva em direção ao tronco, ou seja, o ramo já não contribui para o crescimento da planta,
estando prestes a secar. Neste caso, o plano de corte é paralelo e rente ao tronco, já que o
colar não é mais funcional.
A melhor época para efetuar a poda varia com o padrão de repouso de cada espécie. Para evitar
acidentes, todos os galhos que serão podados devem ser amarrados ao tronco para amortecer a
queda.
É necessário conhecer a planta para realizar a poda com segurança para quem faz e para a planta.
Muitas árvores são caducifólias (perdem as folhas em determinada época do ano) e, por falta
de conhecimento, alguns pensam que a planta está morta e precisa ser podada ou suprimida.
A mesma árvore pode apresentar padrões de crescimento diferentes dependendo do ambiente,
tanto na parte aérea como nas raízes, e é preciso levar em conta fatores como tipo de solo e
espaço para seu desenvolvimento e posição do sol.
A poda errada pode retirar o sistema de defesa das árvores permitindo que microrganismos
invadam o ferimento e atinjam os tecidos mais internos. Isto acontece quando a planta deixa
de produzir uma secreção cicatrizante que forma uma nova casca. Podemos observar uma poda
bem-feita quando surge um calo cicatricial que se inicia na casca em direção ao centro da planta e
cobre todo o corte.
Legislação
A Lei no 10.365 considera toda vegetação de porte arbóreo (espécimes vegetais lenhosos, com
Diâmetro do Caule à Altura do Peito – DAP, superior a 5 cm), existente no município de São
Paulo, estando ela em áreas públicas ou privadas, como um bem comum a todos os munícipes,
assim toda poda e corte de árvore no município de São Paulo necessita de autorização prévia do
Poder Executivo Municipal.
Vale lembrar que as árvores agem como um verdadeiro filtro de poluição e são responsáveis por
uma melhor qualidade de vida. É muito melhor escolher uma árvore que, quando adulta, se
adapte ao local do que ficar recorrendo a podas constantes. Ao comprar uma árvore, pesquise
qual o porte que ela pode alcançar.
247
Capítulo 17 • Manutenção
Avifauna
248
Capítulo 17 • Manutenção
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Capítulo 17 • Manutenção
250
Considerações Finais
D
icas para quem pretende praticar jar- trabalhar, você deve fazer um certo
dinagem respeitando a natureza: esforço. Também deve estar sempre se
atualizando: há muitas técnicas que são
aprimoradas constantemente e, para
• Observe a natureza – é importante saber conhecê-las, é preciso estudar, ler etc.
a época certa em que a planta floresce, Tente aprender uma flor por dia, seu
produz sementes, tem um crescimento conhecimento aumentará brincando.
mais intenso, troca as folhas, se a raiz Através da pesquisa pessoal, você pode
é superficial ou não etc. Entendendo o adquirir um ótimo banco de dados para
funcionamento da planta, podemos tentar ser usado futuramente ou simplesmente
imitar a natureza e ter sucesso na arte da aumentar seu conhecimento.
jardinagem.
• Para começar, reserve um caderno só
• Observe alguém praticando jardinagem para estudo das plantas e anote lá o nome
– aprende-se muito olhando um bom da planta, em que condições foi encon-
jardineiro trabalhar. Na jardinagem trada (sol/sombra etc.), espaço que ocupa
existem muitos detalhes, e a observação é (porte), forma de crescimento (rápido/
fundamental para a compreensão do jeito lento), tipo de copa, características da
certo de fazer. raiz (pivotante, cabeleira, agressiva etc.),
cor das folhas e flores, época de floração,
• Pratique – muitas coisas só se aprendem se possui algum tipo de cheiro ou subs-
fazendo, “colocando a mão na massa”. Faça tâncias alérgicas, enfim um histórico das
tentativas até acertar. plantas.
• Estude – além de as plantas terem nomes • Faça com carinho, paciência e amor –
difíceis, o Brasil tem um número muito fazer um jardim é lidar com seres vivos
grande de espécies. Para memorizar que precisam de atenção, como todos os
os nomes das plantas com as quais vai seres vivos nem sempre estão bem, e é
necessário paciência e amor.
251
O escritor Edgar Allan Poe dizia: “Fico surpreso que
ninguém jamais tenha descrito o jardinista como poeta,
apesar de a criação de um jardim oferecer às musas a
perfeita oportunidade de inspiração”.
252
Bibliografia
253
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Verde e do Meio Ambiente. Manual técnico da 2ª. Edição entre setembro e outubro de
de arborização urbana. 2. ed. São Paulo: 2018.
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•
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256