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Ed. 2020
Direito Administrativo – De
na Súmula!!!
JUIZADOS ESPECIAIS
CRIMINAIS
Lei nº 9.099/1995
Inicialmente, cumpre destacarmos que o Juizado Especial Criminal encontra fundamentação jurídica
tanto ao teor da Constituição, quanto da norma legal, leia-se, o Código de Processo Penal e também a Lei n.
9.099/95 – intitulada de Lei dos Juizados Especiais, objeto de nosso estudo.
Corroborando ao exposto Távora e Alencar (2016)1 a Constituição do Brasil, em seu art. 98, trouxe
previsão da instituição dos juizados especiais criminais com competência para processar e julgar os delitos
de menor potencial ofensivo. A regulamentação do dispositivo adveio com a promulgação da Lei no
9.099/1995, instituindo um discurso de despenalização e de descarcerização, na “tendência do mundo
globalizado, com a influência preponderante dos sistemas dos países da common law”, propiciando o
ingresso da “justiça criminal consensual” no sistema jurídico brasileiro20, que, por sua vez, alcançou a
criminalidade de massa, “que diz respeito aos crimes praticados com pequena ou nenhuma organização”.
Nesse sentido, vejamos:
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas
de juízes de primeiro grau.
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Curso de Direito Processual Penal. Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar. 2016.
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116.884.377-46
424.367.908-84
096.542.734-03
016.605.483-65
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Manual Caseiro
I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
Direito Administrativo – De
II – sumário,na Súmula!!!
quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4
(quatro) anos de pena privativa de liberdade;
III – sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.
Ao analisarmos o art. 394 do CPP, contemplamos que o critério utilizado pelo legislador para verificar
o procedimento adequado é a pena máxima em abstrato de determinado delito. Se a pena máxima for igual
ou superior a 4 anos, será ordinário, se a pena máxima for inferior a 4 anos e superior a 2 anos, sumário e
nos casos em que a pena máxima não supere 2 anos será o rito sumaríssimo, nas chamadas infrações de
menor potencial ofensivo.
Ordinário
Procedimento
Sumário
Comum
Sumarissímo
Lei de Drogas
Procedimento Crimes
Especial Funcionais
Abuso de
Autoridade
Crimes contra a
propriedade
imaterial
Candidato, o que são infrações penais de menor potencial ofensivo? Excelência, no atual cenário,
podemos dizer que são todos os crimes a que a lei comine pena não superior a 2 (dois) anos, todas as
contravenções penais e os crimes, qualquer que seja a pena privativa de liberdade, que possuírem previsão
alternativa de pena de multa. Contudo, importante ressaltarmos que nem sempre esse foi o conceito proposto,
tivemos outras definições (em sua redação original e também, posteriormente modificada) até chegarmos na
atual redação do art. 61 da Lei n. 9.099/95.
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Manual Caseiro
Vale ressaltar que atenuantes e agravantes não são considerados na hora de analisarmos qual será o
procedimento aplicado. Direito
Por exemplo,Administrativo
se o indivíduo é reincidente,
– Deesta condição não interfere no rito
processual. na Súmula!!!
Lei 9.099/95 Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e
leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de
menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação dada pela
Lei n. 11.313, de 2006) Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou
o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-
ão os institutos da transação penal e da composição dos danos civis. (Incluído pela Lei n.
11.313, de 2006).
O art. 61 da Lei n. 9.099/95 nos esclarece o que são as infrações de menor potencial ofensivo.
Vejamos:
Lei 9.099/95 Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de
2006).
Infrações penais de menor potencial ofensivo = contravenções penais e os crimes a que a lei comine
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
O conceito extraído do art. 61 é a atual definição legal de infrações penais de menor potencial
ofensivo. Contudo, em sua redação original, tínhamos como infrações penais de menor potencial ofensivo
“as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a um ano, excetuados
os casos em que a lei preveja procedimento especial”.
Denota-se, pois, que, o atual conceito não foi o proposto inicialmente pelo legislador. O art. 61 teve,
em um primeiro momento, sua redação alterada pela Lei n. 10.259/2001. Vejamos:
Desse modo, na sequência, tivemos a redação proposta pela Lei n. 11.313/2006, que alterou, mais
uma vez, a definição legal de infrações penais de menor potencial ofensivo. Vejamos:
“Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos,
tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais
de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.
Analisando a redação proposta pela Lei 11.313 de 2006 conseguimos verificar que se trata da nossa
atual definição. Deste modo, temos que após diversas alterações, a compreensão atual vigente de infrações
de menor potencial ofensivo são as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima
não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
Superada a definição legal do conceito de infração penal de menor potencial ofensivo, prosseguimos.
Na hipótese de apuração de delitos de menor potencial ofensivo, deve-se considerar a soma das penas
máximas em abstrato em concurso material, ou, ainda, a devida exasperação, no caso de crime continuado
ou de concurso formal, e, ao se verificar que o resultado da adição é superior a dois anos, afasta-se a
competência do juizado especial criminal, na qual se submeterá a vara criminal comum, verificando se
seguirá pelo rito sumário ou ordinário. Como exemplos clássicos temos o crime de ameaça e a lesão corporal.
Vejamos:
CP Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico,
de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único. Somente se procede mediante
representação.
Observe que tais crimes em separados, tem penas inferiores a 2 anos. Contudo, se for cometido, por
exemplo, contra duas vítimas e em concurso material, deve-se somar as penas máximas (6 meses + 6 meses+
1 ano + 1 ano) resultando, portanto, uma pena máxima de 3 anos e desta forma o procedimento de apuração
será o sumário, não cabendo a aplicação da Lei 9.099/95.
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Manual Caseiro
Nesse sentido, preceitua Távora e Alencar (2016)2 a jurisprudência sedimentou entendimento
segundo o qual, havendo concurso de
Direito crimes, a competência será
Administrativo – De definida pelo resultado da soma das
penas máximas cominadas aos delitos na
(sejaSúmula!!!
pelo critério do cúmulo de infrações, seja pelo critério da
exasperação). Desse modo, caso o somatório extrapole o limite de 2 (dois) anos, não caberá o
processamento e julgamento das infrações pelo rito sumaríssimo.
Desta forma para aplicação do rito sumaríssimo deve ser analisado o seguinte:
Lei de Drogas Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
O crime de uso de entorpecente da Lei de drogas não prevê pena privativa de liberdade e dessa forma
é de menor potencial ofensivo, o que determina a competência do juizado especial estadual, já que ele não
está previsto em tratado internacional e o artigo 70 da Lei n. 11.343/2006 (transnacionalidade) não o inclui
dentre os que devem ser julgados pela Justiça Federal.
Cuidado, candidato! No âmbito federal não haverá julgamento das contravenções penais. Elas
serão julgadas perante o juizado especial criminal estadual, isso porque a Constituição Federal
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expressamente excluiu da competência da Justiça Federal as contravenções penais, é o que podemos constatar
da análise do art. 109 daDireito
CF. Administrativo – De
na Súmula!!!
Vejamos:
Corroborando ao exposto, explica Silvio Maciel3, todas as contravenções penais são apuradas pela
Justiça Comum Estadual, ainda que atinjam bens, serviços ou interesses da União. Isso porque o art. 109 ,
IV , da Constituição Federal exclui a competência da Justiça Federal para o julgamento das contravenções
penais. Entretanto, há uma exceção: se o autor da contravenção tiver foro especial na Justiça Federal (ex.
juiz federal) a competência para julgamento será da Justiça Federal. (Maciel, Silvio. Legislação Criminal
Especial. Vol. 6, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo: 2009, pág. 53)
Diante do exposto, contemplamos que as contravenções penais, mesmo quando conexas com crime
de jurisdição federal, devem ser julgadas pela Justiça estadual.
O presente entendimento encontra respaldo jurídico, inclusive, ao teor da Súmula 38 do STJ, editada
em 1992, a qual prevê que “compete à Justiça estadual comum, na vigência da Constituição de 1988, o
processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades”.
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Maciel, Silvio. Legislação Criminal Especial. Vol. 6, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo: 2009, pág. 53.
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(...) 1. A Justiça Federal não tem competência para julgar contravenção penal,
ainda que Administrativo
Direito praticada em detrimento de–bens,
Deserviços ou interesses da União, nos
na Súmula!!!
termos da Súmula nº 38 desta Corte.
2. O artigo 109, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, utilizado pelo Juízo
suscitado para embasar o declínio da competência para o Juízo Federal, refere-
se tão somente aos crimes cometidos a bordo de navios e aeronaves, excluídas,
portanto, as contravenções penais. (...)
(CC 117.220/BA, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Seção, julgado em
26/10/2011).
2. Declínio de competência
No âmbito da Lei dos Juizados Especiais Criminais temos duas situações que podem ensejar o
declínio da competência nos juizados.
Vejamos:
a) Citação ficta ou presumida por edital - As citações no juizado especial criminal devem ocorrer sempre
de forma pessoal, em razão do qual não se admite a chamada citação (presumida) por edital. Se, por
exemplo, inicialmente o delito de ameaça, que tem uma pena máxima de 6 meses, começa no juizado
especial criminal, tenta-se citar aquela pessoa autora do fato, ela não é localizada, e esgotam-se as
possibilidades de localização desse autor do fato, será necessária a citação por edital, que não poderá
ocorrer no JECRIM. Então o juiz, verificando a necessidade de citar por edital, faz uma decisão
declinando da competência, tirando do juizado especial criminal e remetendo para a vara criminal
comum, adotando a citação por edital. Na vara criminal comum será adotado o procedimento sumário.
A citação por edital não é admitida no âmbito do juizado especial criminal diante da sua complexidade,
o que é, por via consequencial e lógica, incompatível com os princípios norteadores da Lei n. 9.099/95,
tais como, simplicidade e celeridade processual.
Vejamos:
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que
possível, ou por mandado.
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Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o juiz encaminhará
as peças existentes
Direito ao juízo comum para
Administrativo – Deadoção dos procedimentos previstos em
lei. na Súmula!!!
Citação por hora certa é constitucional É constitucional a citação com hora certa no âmbito do
processo penal. STF. Plenário. RE 635145/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Luiz
Fux, julgado em 1º/8/2016 (repercussão geral) (Info 833).
(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). De acordo com a Lei n.º
9.099/1995 e o posicionamento doutrinário dominante, a citação do autor de delito pelos juizados
especiais criminais:
Gab. B.
Direito Administrativo
CPP Art. 538. – De
Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial
na Súmula!!!
criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento,
observar-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo.
Oralidade
Celeridade Simplicidade
Economia Informalidade
processual
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade,
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que
possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de
liberdade. (Redação da Lei n. 13.603/2018).
a) Oralidade: o princípio da oralidade tem previsão constitucional (art. 98, I) e legal (art. 77 da Lei n.
9.099/95). Sua incidência significa que no âmbito do JECRIM se privilegia a palavra oral sobre a palavra
escrita, o que torna o procedimento mais célere e muito menos burocrático. Desse modo, a Lei n. 9.099/95
prevê que a denúncia ou a queixa, podem ser apresentadas de forma oral (Art. 77). Em decorrência deste
princípio, os procedimentos do juizado especial deverão ser preferencialmente praticados, oralmente,
sendo os essenciais reduzidos a termo ou transcritos por algum outro meio. Nessa esteira, os atos
processuais poderão ser gravados, caso seja necessário. Alguns exemplos desses atos processuais trazidos
pela lei são a peça acusatória (art. 77), a defesa preliminar (art. 81), entre outros.
Vejamos:
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela
ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o
Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de
diligências imprescindíveis.
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o
que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima
e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente,
passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.
b) Simplicidade: esse princípio foi incluído pela Lei n. 13.603 em 2018. Isso significa que até 2018 o
juizado especial não se orientava pelo princípio da simplicidade? Negativo, o princípio da simplicidade
já era norteador da Lei dos Juizados Especiais Criminais, apenas não tínhamos essa previsão de forma
expressa.
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Com a entrada em vigor da Lei 13.603/18, inclui-se outro critério, o da simplicidade, que aliás
já estava inserido noDireito
art. 2º da LeiAdministrativo
9.099/95 na qualidade de disposição
– De geral, ou seja, já deveria ser um
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princípio informador inclusive dos processos perante os Juizados Especiais Criminais.
Vejamos:
Diante do exposto, temos que o referido critério, leia-se, princípio orientador, embora já estivesse
previsto como princípio geral da Lei 9.099/95, em seu art. 2, não estava previsto expressamente no art. 62 da
norma, o que somente ocorreu com a Lei 13.603/2018. Por esse princípio, o processo a ser regido pelo
procedimento sumaríssimo deverá evitar a juntada ou exigência de material ou providência complexa para a
deflagração e andamento da persecução penal.
c) Informalidade: na realização dos atos processuais, poderá haver o cumprimento por qualquer meio de
comunicação (email, WhatsApp, etc), ou seja, atos destituídos de maior rigores formais. No tocante a
informalidade, preocupa-se com a questão de o ato ter alcançado a sua finalidade, independente da forma.
Nesse sentido, o texto legal:
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as
quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
§1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
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§2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio
hábil de comunicação.
Direito Administrativo – De
§3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos
na Súmula!!!
realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou
equivalente.
d) Economia processual: O JECRIM pela sua natureza, tenta buscar a economia processual, eliminando
todos os custos excessivos de um procedimento tradicional.
Pelo princípio da economia processual entende-se que, entre duas alternativas, se deve escolher
a menos onerosa às partes e ao próprio Estado. Sendo evitada a repetição inconseqüente e inútil
de atos procedimentais, a concentração de atos em uma mesma oportunidade é critério de
economia processual.
Exemplos dessa orientação são a abolição do inquérito policial e a disposição que prevê a
realização de toda a instrução e julgamento em uma única audiência, evitando-se tanto quanto
possível sua multiplicidade. 6
e) Celeridade: busca finalizar e solucionar o conflito da forma mais rápida possível. Não podemos esquecer
que a Lei Lei no 9.099/95 surgiu no ano de 1995 justamente com a missão de tornar a prestação
jurisdicional mais célere, tanto em relação às causas cíveis, como criminais.
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https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/artigos-discursos-e-entrevistas/artigos/2012/principios-orientadores-dos-
juizados-especiais-juiza-oriana-piske
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Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em
qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
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Princípios da simplicidade, celeridade, etc.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as
quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer
meio hábil de comunicação.
Pode haver pratica de atos de outra forma que não seja a formal (expedição de um mandado,
expedição de carta precatória) e mesmo assim o ato ser válido, desde que atinja sua finalidade.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou,
tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da
recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça,
independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo
de comunicação.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as
partes, os interessados e defensores.
4. Competência territorial
CPP Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se
consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado
o último ato de execução.
O CPP adota a teoria do resultado, ou seja, a competência territorial será fixada onde aquela infração
se consumou ou onde foi realizado o último ato da tentativa. Por exemplo, se alguém consumou o delito de
roubo em Brasília, esse é o lugar que tem a competência territorial para o processamento do caso.
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi
praticada a infração penal.
Desse modo, temos que a Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais) fixa tal competência com base no
local em que a conduta foi praticada, de forma diversa ao que prevê o CPP, que fixa a competência territorial
com base no local da consumação do delito.
Esquematizando:
Competência Territorial na Lei nº 9.099/95 Competência Territorial no Código de Processo
Penal
Adota o local da conduta: local em que a infração Adota o local da consumação.
foi praticada. Art. 70, CPP.
Art. 63, Lei nº 9.099/95
Art. 63. A competência do Juizado será determinada Art. 70. A competência será, de regra, determinada
pelo lugar em que foi praticada a infração penal. pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no
caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o
último ato de execução.
5. Estrutura do JECRIM
Assim:
No CPP No JECRIM
Inquérito Policial Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO)
Rito
sumaríssimo
Termo Audiência propriamente Turma Recursal
Circunstanciado Preliminar dito – Audiência
de instrução e
julgamento
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Legislação Criminal para Concursos. 2016. Editora Juspodivm.
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016.605.483-65
279.621.338-21
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Manual Caseiro
5.1 Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO
Caso-prático Exemplo: determinada pessoa ameaçou outra, e não é caso de Maria da Penha (em caso
de incidência da Lei Maria da Penha não é aplicada a Lei n. 9.099/1995, conforme estudaremos com mais detalhes). Essas
pessoas envolvidas na ameaça serão imediatamente encaminhadas para a delegacia, chegando na delegacia,
por se tratar de uma infração de menor potencial ofensivo, não será lavrado inquérito policial, e sim um termo
circunstanciado de ocorrência. Esse termo circunstanciado se diferencia do inquérito policial porque neste
último se tem mais detalhes, enquanto que o primeiro é mais simples, com menos detalhes, lavrado na hora.
Não se fala em prisão em flagrante na lavratura do termo circunstanciado.
Em sequência, conforme prevê o parágrafo único, temos não será imposta a prisão em flagrante, nem
se exigirá fiança, no caso de o autor do fato assumir o compromisso de comparecimento perante o Juizado.
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LEIS PENAIS ESPECIAIS COMENTADAS (2020). Conteúdo conforme o PACOTE ANTICRIME | 3ª edição revista,
atualizada e ampliada. Editora Juspodivm.
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Manual Caseiro
Mas, muita atenção nesse ponto! Em verdade, quando o parágrafo único do art. 69 declina que não se imporá
prisão em flagrante, deveDireito
se interpretarAdministrativo
que não se lavrará auto de–prisão
De em flagrante, o que, no entanto, não
significa dizer que o indivíduo não possana Súmula!!!
ser capturado, nem tampouco conduzido coercitivamente. Todavia,
se assumir o compromisso de comparecer aos Juizados ou a ele comparecer de imediato, a lavratura do APF
será substituída pela lavratura de um termo circunstanciado. Por outro lado, na eventualidade de o indivíduo
se recusar a assumir o compromisso de comparecer aos Juizados, o auto de prisão em flagrante deve ser
lavrado, sem prejuízo, todavia, do arbitramento de fiança pelo próprio Delegado de Polícia.
A audiência preliminar pode ter desfechos distintos a depender da iniciativa da ação penal do
delito de menor potencial ofensivo. Na audiência preliminar, presentes o autuado, vítima,
respectivos advogados, responsável civil e o órgão do Ministério Público, o juiz estimulará a
composição dos danos civis, isto é, sugerirá que as partes se conciliem, mediante indenização ou
retratação formulada pelo autor do fato. Uma vez obtida a composição, será lavrado o acordo e
homologado por sentença, de natureza irrecorrível (art. 74, Lei no 9.099/95).
Em se tratando de crime de ação penal privada, não obtida a composição dos danos civis – sem
possibilidade de conciliação entre os envolvidos – é prudente que o juiz suspenda a audiência
advertindo a vítima da necessidade de oferecer queixa-crime antes do decurso do prazo
decadencial. Nada impede que a queixa-crime seja oferecida na própria audiência, oralmente,
sendo reduzida a termo. Se decorrer tal prazo sem a propositura da queixa, será exarada decisão
extintiva da punibilidade do agente.
Em seguida, tendo em vista ser a transação penal medida tendente à aplicação imediata de pena
– a aplicação da pena em si é privativa do Estado – é adequado que, uma vez verificada a
propositura da queixa (com a potencialidade do desencadeamento da ação penal privada), seja
assegurada ao réu a proposta de transação penal.
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Curso de Direito Processual Penal. Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar. 2016.
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Manual Caseiro
Vejamos o teor da Legislação:
Direito Administrativo – De
na Súmula!!!
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor
do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o
Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de
aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local,
preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na
administração da Justiça Criminal.
Observe que o conciliador pode conduzir essa primeira etapa, caso haja um acordo, será levado ao
juiz para homologação.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil
competente.
Esse acordo será irrecorrível após homologação, podendo ser executado em caso de não
cumprimento.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de
queixa ou representação.
Após celebrado e homologado o acordo, a vítima renuncia ao direito de queixa ou representação, não
podendo, portanto, depois de certo tempo ajuizar queixa ou ir ao MP representar contra o autor do fato para
que ofereça a denúncia.
Lembre-se que é possível a composição civil dos danos mesmo em uma ação penal pública
incondicionada, embora neste caso não gere os mesmos efeitos, por exemplo, a renúncia. Observe que essa
composição é tratada no âmbito da audiência prelimitar, mas o STJ entende que também pode ser realizada
em outro momento, vejamos:
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a
oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
Não havendo o acordo, no caso de ação penal privada será aguardado o ofendido oferecer a queixa
crime, no prazo decadencial do artigo 38 (6 meses da data de conhecimento pela vítima do autor do fato). Se ele não
oferecer, ocorrerá a decadência.
Se não foi obtido acordo numa ação penal pública incondicionada, o Ministério Público avalia se
oferece a denúncia.
Se não foi obtido acordo na ação penal pública condicionada à representação, haverá também prazo
decadencial para representar. Será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de
representação verbal (audiência preliminar), que será reduzida a termo. Caso não oferecida condição de
representação, não implica decadência de imediato, o prazo de 6 meses será cumprido da mesma forma.
(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). Se, em audiência preliminar
no juizado especial criminal, não houver a composição dos danos civis:
Não obtido o acordo de composição civil dos danos, sendo incondicionada ou condicionada a
representação e que já tenha a representatividade, o MP analisa o TCO e entendendo que seja caso de
arquivamento remete ao juiz que pode arquivar ou não. Se o MP entende por oferecer a denúncia, deverá
antes do oferecimento vislumbrar a possibilidade de transação penal (instituto despenalizador) para o autor
do fato. A transação penal mitiga o princípio da obrigatoriedade da ação penal pública.
(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). Em se tratando dos crimes de
ação penal pública incondicionada, nos juizados especiais criminais, vigora o princípio da:
a) indisponibilidade.
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Novo curso de direito processual penal. 2020. Editora Juspodivm.
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Legislação Criminal para Concursos. 2020. Editora Juspodivm.
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096.542.734-03
016.605.483-65
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Manual Caseiro
b) oportunidade.
c) indivisibilidade. Direito Administrativo – De
d) obrigatoriedade. na Súmula!!!
e) discricionariedade regrada.
Gab. E.
Cumpre ressaltarmos ainda que, o instituto da transação penal foi incorporado ao Ordenamento
Jurídico Brasileiro com o advento da Lei n. 9.099/95, a qual incorporou institutos de caráter
despenalizadores, passa-se a trabalhar com a ideia de uma jurisdição consensual.
Uma vez superada das questões introdutórias sobre o instituto da transação penal, vejamos o que
dispõe a legislação:
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada,
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de
pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a
metade.
O juiz somente pode interferir na proposta em caso de redução da pena de multa, tendo em vista que
todas as outras condições serão atribuídas pelo MP. Se o juiz entender que era caso de oferecimento da
transação penal e esta não foi oferecida, aplicará o Art. 28 do CPP de forma analógica (o juiz não oferece
transação penal de oficio).
Requisitos:
2. Não ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por
sentença definitiva;
3. Não ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena
restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
4. Não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos
e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
O primeiro requisito necessário para aplicação da transação penal, é estarmos diante de infração de
menor potencial ofensivo.
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade,
por sentença definitiva;
Para fazer jus a proposta de transação penal, o agente não poderá ter sido o autor de infração
condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva. Fique atento para o
fato de que tem que ser sentença definitiva com trânsito em julgado. Além disso, a lei menciona crime,
excluindo-se consequentemente a hipótese de contravenção penal, ocasião em que não haverá óbice à
transação penal.
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de
pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
Não pode ter recebido uma pena restritiva de direitos nos últimos cinco anos.
Requisitos subjetivos.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do
Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará
a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada
apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
Enquanto que na composição civil dos danos é irrecorrível, na transação penal é cabível apelação.
Candidato, é cabível transação penal nos crimes de ação penal privada? Apesar do Art. 76 não
mencionar, o STJ tem entendido que é cabível a transação penal na ação penal privada, incumbindo ao
querelante se manifestar sobre o interesse da aplicação deste instituto despenalizador.
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Manual Caseiro
Vejamos:
Direito Administrativo
PENAL. AGRAVO – De ESPECIAL. AÇÃO PENAL PRIVADA.
REGIMENTAL EM RECURSO
TRANSAÇÃOna PENAL.
Súmula!!!
AUSÊNCIA DE INTERESSE DO QUERELANTE.
PROSSEGUIMENTO DO FEITO. POSSIBILIDADE. 1. Embora admitida a possibilidade de
transação penal em ação penal privada, este não é um direito subjetivo do querelado,
competindo ao querelante a sua propositura. 2. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no REsp 1356229/PR, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/ PE), SEXTA TURMA, julgado em
19/03/2013, DJe 26/03/2013). Havendo manifestação contrária do querelante, em ação penal
privada, de que não tem interesse na aplicação de qualquer instituto penal despenalizador, não
são aplicáveis os institutos da transação penal e do sursis processual. Recurso especial
desprovido. (REsp 1374213/MG, Rel. Ministro CAMPOS MARQUES (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/PR), QUINTA TURMA, julgado em 13/08/2013, DJe 19/08/2013).
Observação. A homologação da transação prevista no artigo 76 da Lei n. 9.99/1995 não faz coisa
julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao
Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de
inquérito policial. (Súmula Vinculante n. 35, STF). Dessa forma, temos que ainda que homologado, o
referido acordo NÃO FAZ COISA JULGADA MATERIAL. Se o acordo for descumprido, o feito retornará
ao status quo, ou seja, o processo retoma, e a partir de então poderá ser instaurado o inquérito policial, bem
como, oferecida denúncia.
Súmula vinculante nº 35: A homologação de transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não
faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao
Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de
inquérito policial.
Na Lei de Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/1998) temos uma condição específica, vejamos:
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata
de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro
de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano
ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela
ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o
Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de
diligências imprescindíveis.
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência
referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do
corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova
equivalente.
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia,
o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma
do parágrafo único do art. 66 desta Lei.
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz
verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências
previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei.
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao
acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora
para a audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério
Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados.
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos artigos 66 e 68 desta Lei e
cientificado da data da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas
testemunhas ou apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua
realização.
É possível que na audiência preliminar verifique-se que não cabe a transação penal, nessa
circunstância o Ministério Público já propõe a denúncia oral cientificando o réu naquele momento da
audiência de instrução. Caso não esteja presente o réu, o Ministério Público pode oferecer a denúncia na
audiência preliminar, e será expedido o mandado de citação para ser cientificado da audiência de instrução.
Observe que no procedimento sumaríssimo não acontece sequer o recebimento da denúncia para haver a
citação do réu. A denúncia, portanto, é oferecida e no ato subsequente o réu é citado. O recebimento da
denúncia vai ocorrer apenas na audiência de instrução e julgamento.
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Manual Caseiro
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos termos do art.
67 desta Lei para comparecerem à audiência de instrução e julgamento.
Direito Administrativo – De
na Súmula!!!
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei.
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o
que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima
e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente,
passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.
Veja que no momento da audiência de instrução e julgamento, após ouvir a defesa o juiz decidirá
por receber ou não a denúncia, e em caso de recebimento prosseguirá com os atos instrutórios.
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes,
contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença.
Esquematizando:
Debates orais.
Sentença.
Na Lei n. 9.099 não é cabível o recurso em sentido estrito. Desta forma quando ocorre a rejeição da
peça inicial acusatória no sumaríssimo o recurso cabível é a apelação na forma do art. 82 da Lei 9.099/95.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo
Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e
o pedido do recorrente.
Cuidado, no CPP a apelação prevista ao teor do art. 593, tem um prazo de interposição de 5 dias
acrescido de um prazo para apresentação de razões de 8 dias. Primeiro a parte manifesta sua intenção em
recorrer, posteriormente tem seu prazo de mais 8 dias para oferecimento das razões. No âmbito do juizado
especial criminal o prazo é de 10 dias para tudo.
Por fim, cumpre apontamos que é cabível o recurso da apelação no âmbito do JECRIM em três
situações.
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
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Manual Caseiro
Direito
Mesmo prazo tendo em vista oAdministrativo – De Se recorreu no prazo de 10 dias irá
princípio da paridade de armas.
na
contra razoar em 10 dias. Lembrando que Súmula!!!
a apelação será julgada por uma turma recursal, que é uma turma
composta por 3 juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição. (Órgão próprio do juizado).
RESUMO:
• Da composição civil dos danos: IRRECORRÍVEL: Art. 72.
• Da homologação da transação penal: APELAÇÃO: Art. 76.
• Da rejeição da denúncia: APELAÇÃO; Art. 82.
• Da sentença final do procedimento, seja absolutória ou condenatória: APELAÇÃO. Art. 82.
• Apelação dirigida a uma turma recursal que tem 3 juízes de primeiro grau: APELAÇÃO em 10
dias.
Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade,
contradição ou omissão. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência).
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias,
contados da ciência da decisão.
Observe que mais uma vez o prazo é diverso do CPP. 5 dias x 2 dias.
Por exemplo, se tinha 10 dias para apelação, no momento que foi decidido os embargos, ZERA o
prazo para o recurso principal.
Se o juiz percebe que cometeu erro meramente material, um erro de uma palavra por exemplo, poderá
corrigir de oficio.
Veja alguns pontos que a Lei 9.099/95 diverge do nosso Código de Processo Penal:
CPP JECRIM
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279.621.338-21
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Manual Caseiro
Obscuridade, contradição, omissão e ambiguidade Obscuridade, contradição e omissão
Prazo de 2 dias Prazo de 5 dias
Direito Administrativo
Interrompe o prazo do recurso principal
– De
Com a vigência do CPP 2015 há interrupção pela
na Súmula!!!
nova redação do art. 83, §2º.
Súmula 640 – STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de
primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal.
Súmula 203 – STJ: Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo
grau dos Juizados Especiais.
A jurisprudência atual entende que compete aos Tribunais de Justiça ou aos Tribunais Regionais Federais o
julgamento dos pedidos de habeas corpus quando a autoridade coatora for Turma Recursal dos Juizados Especiais
(cancelamento da súmula 690 STF).
Desta forma, se a autoridade coatora é o juiz, e houve impetração de um HC contra uma atividade
do juiz coator do juizado especial criminal, quem analisa esse HC é a turma recursal, mas a turma recursal
pode ter sido a autoridade coatora. Supondo que a turma recursal determinou a prisão de alguém, e a parte
quer impetrar um HC, esse HC de ato praticado contra a turma recursal vai para o Tribunal de Justiça.
Candidato cabe revisão criminal de decisões proferidos pela turma recursal? Sim, e quem irá
julgar essa revisão criminal é a própria turma recursal. Vejamos o entendimento da jurisprudência;
Observações
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar.
Se a infração de menor potencial ofensivo ocorre no âmbito da justiça militar, não pode se aplicar os
institutos previstos no JECRIM, a composição civil dos danos, a transação penal ou suspensão condicional
do processo.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099/1995.
Da mesma forma, não se aplica os institutos da Lei 9.099/95 perante a Lei Maria da Penha, não sendo
aplicáveis a composição civil dos danos, a transação penal ou suspensão condicional do processo.
Inobstante o dispositivo falar apenas em crimes, conferiu-se interpretação extensiva para englobar
também as contravenções penais (por exemplo, as vias de fato). Assim, segundo o STF a expressão “crime”
deve ser interpretada extensivamente para abranger as contravenções penais.
Atente ainda para o fato de que o art. 88 da Lei n. 9.099/1995 também não se aplica na Lei Maria da
Penha. De acordo com o STJ, na Lei Maria da Penha, qualquer que seja a extensão da lesão corporal, mesmo
sendo leve, a ação penal é incondicionada.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas
ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão
do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não
tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
Deve-se ficar atento ao fato do benefício abranger a pena mínima (igual ou inferior a um ano) e não
a pena máxima como acontece na transação penal. O instituto em comento não é exclusivo do JECRIM, ou
seja, a suspensão condicional do processo não é concedida apenas no rito sumaríssimo. Desta feita teremos:
• Infração penal abrangida ou não pela Lei n. 9.099/1995: Exemplo. Receptação (1 a 4 anos), furto (1 a 4
anos), embriaguez ao volante (1 a 3 anos), estelionato (1 a 5 anos);
• Princípio da indisponibilidade da ação penal: O MP via de regra não pode desistir da ação penal, sendo
a sursis processual uma exceção a esse princípio. Se cumprido em sua integralidade, acarretará na extinção
de punibilidade do agente, sem reincidência, sem mal antecedentes, etc.
• Cabimento: Uma condenação antiga, após passada 5 anos, não gera mais reincidência, no entanto
inviabiliza a concessão da susris processual, vejamos;
Direito Administrativo
PROCESSUAL – De EM HABEAS CORPUS. JUIZADOS
PENAL. RECURSO ORDINÁRIO
ESPECIAIS.na Súmula!!!
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. CONDENAÇÃO
PRETÉRITA ALCANÇADA PELO PERÍODO DEPURADOR. CONDIÇÃO SUFICIENTE
PARA NEGATIVA. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENT0. 1. Os requisitos de
admissibilidade da suspensão condicional do processo encontram-se taxativamente elencados
no art. 89, caput, da Lei n. 9.099/1995, a saber: (I) pena mínima cominada igual ou inferior a
um ano; (II) inexistência de outro processo em curso ou condenação anterior por crime; (III)
presença dos requisitos elencados no art. 77 do Código Penal: não reincidência em crime
doloso aliada à análise favorável da culpabilidade, dos antecedentes, da conduta social, da
personalidade do agente, bem como dos motivos e circunstâncias do delito que autorizem a
concessão do benefício. 2. A existência de condenação pretérita, ainda que alcançada pelo
período depurador é apta a inviabilizar a concessão do sursis processual. 3. Recurso a que se
nega provimento. (RHC 91.575/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
SEXTA TURMA, julgado em 19/06/2018, DJe 29/06/2018).
(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). Nos casos de crimes em que
a pena mínima cominada é igual ou inferior a um ano, o Ministério Público poderá oferecer a
suspensão condicional do processo no momento
a) da audiência de instrução.
b) da audiência preliminar.
c) da lavratura do termo, antes da sentença.
d) do oferecimento da denúncia.
e) da audiência de conciliação.
Gab. D.
Cumpre destacarmos ainda que, deve se aguardar o tramite processual para verificar se não irá ocorrer
a absolvição sumária na resposta a acusação, no qual se der provimento caberá a audiência para concessão
do benefício.
Dessa forma, se um indivíduo comete um crime com pena de 1 a 4 anos, como a pena máxima é de 4
anos tramitará sob o rito comum ordinário, no entanto como a pena mínima é de 1 ano, de acordo com o art.
89 deverá ser analisada se cabe a suspensão condicional do processo.
No caso do MP decidir por oferecer a denúncia, este já deve informar se o indivíduo faz jus a
suspensão condicional do processo, não podendo o juiz marcar de imediato a audiência para oferecimento
do benefício, sendo necessário esperar toda a tramitação até a possibilidade de absolvição sumária, tendo em
vista que se ocorrer será muito mais favorável do que cumprir um benefício de suspensão condicional de 2 a
4 anos. Concluindo-se que o momento adequado para oferecimento da suspensão condicional é após a
resposta a acusação em caso de não absolvição sumária, na audiência de instrução onde será ofertado pelo
MP, se não aceito pelo réu será iniciada a audiência prosseguindo com o processo. Em caso de aceitação,
não iniciará a audiência e o processo ficará a suspenso a depender das condições de 2 a 4 anos. Cumprindo
as condições adequadamente, acarretará na extinção de punibilidade, em caso de descumprimento o benefício
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não faz coisa julgada material, acarretando a sua revogação e procedendo a continuidade do processo,
seguindo a audiência de Direito
instrução e julgamento.
Administrativo – De
na Súmula!!!
O juiz não pode propor, tendo em vista que a atribuição para oferecer o benefício é do MP, apenas
pode remeter a questão ao procurador geral.
Cuidado. O art. 89 menciona que o acusado não pode estar sendo processado para obter o benefício.
Na fase do inquérito policial existe uma investigação que não enseja em processo, tendo em vista que a
denúncia sequer foi oferecida e recebida, desta forma, a existência de inquérito policial em curso não é
circunstância idônea a obstar o oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo. RHC
079751/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Julgado em 18/04/2017, DJE
26/04/2017; HC 036132/BA, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, Julgado em 28/06/2005,
DJ 29/08/2005.
As teses de defesas alegavam a inconstitucionalidade da parte final do art. 89 em que menciona a não
possibilidade de concessão do benefício para réus que respondem a processo (sem serem ainda condenados)
tendo em vista o princípio da presunção de inocência. No entanto, o STF não concordou com tal argumento,
confirmando a sua constitucionalidade:
Consoante entendimento do STJ, a existência de inquérito policial em curso não basta para impedir a
proposição de suspensão condicional do processo.
( ) Certo
( ) Errado
Gab. Certo. O artigo 89 da Lei 9.099/95 aduz que para oferecer a suspensão condicional do processo, o
acusado não pode estar sendo processado ou não ter sido condenado por outro crime, além do que nos crimes
em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério
Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos.
É requisito ainda para a suspensão condicional do processo, de acordo com o art. 77 do Código penal: que o
condenado não seja reincidente em crime doloso; a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; não
seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.
Note que a própria lei afirma que o acusado não pode estar sendo processado por outro crime, e a existência
de inquérito, não caracteriza processo, é na verdade procedimento administrativo em que não há ainda um
acusado.
O STJ firmou tese no sentido de que a existência de inquérito policial em curso não é circunstância idônea a
obstar o oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo, conforme afirma a questão.
Com relação ao requisito temporário para concessão da suspensão condicional do processo, a Lei é
silente, no entanto por interpretação extensiva é feita a aplicação do requisito específico da transação penal
para a suspensão condicional do processo, 5 anos sem ter recebido tias benefícios;
Súmula 723 – STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado,
se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for
superior a 01 (um) ano.
Neste caso embora a súmula diz apenas suspensão condicional do processo, é válido também para a
transação penal. A desclassificação do crime enseja a aplicação tanto da transação penal como da suspenção
condicional, caso preenchido os requisitos. Exemplo: Furto qualificado, pena de 2 a 8 anos (não cabe
suspensão), no entanto, na sentença o juiz verifica que não houve comprovação da qualificadora,
desclassificando para furto simples com pena de 1 a 4 anos, cabendo, portanto, a suspenção condicional se
preenchidos os requisitos.
A anotação será apenas para cumprir o prazo temporal de 5 anos para concessão de eventual novo
benefício, não importando em reincidência, maus antecedentes e etc.
Art. 89, § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser
processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
A revogação será obrigatória nos casos em que o beneficiário vier a ser processado por outro crime
ou não reparar o dano. Atente que processado e não investigado.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo,
por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
A revogação será facultativa se descumprir as condições impostas. Poderá ou não, tendo em vista que
há uma discricionariedade, tendo em vista que se o MP avaliar a possibilidade de estender um pouco mais o
período de prova para que não enseje na revogação do benefício, poderá ser realizado tal manejo.
(VUNESP - PC-BA - VUNESP - 2018 - PC-BA - Escrivão de Polícia). Com relação à Lei nº 9.099/1995
(Juizados Especiais Cíveis e Criminais), é correto afirmar que:
Gab. C.
Candidato, caberá suspensão condicional do processo na ação penal privada? Na transação penal
é possível a aplicação do instituto nos crimes de ação penal privada, contudo, na suspensão condicional do
processo segundo o STF e STJ não caberá aplicação nos casos de crime de a ação penal privada. Vejamos:
Observação. Nos casos em que crimes ambientais permitam aplicação da suspensão condicional do
processo, deverão ser observados além dos requisitos do art. 89 9.099/95 os requisitos propostos pelo art. 28
da Lei n. 9.605/98:
Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos
crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações:
Deverá existir um laudo atestando que o dano ambiental foi devidamente reparado.
II – na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o prazo
de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido no
caput, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição;
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III – no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1º
do artigo mencionado no caput;
Direito Administrativo – De
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Proibição de frequentar lugar, proibição de sair da comarca e comparecimento periódico.
7. Informativos
8. De Olho na Súmula
Súmula vinculante 35-STF: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não
Direito
faz coisa julgada material Administrativo
e, descumpridas – De
suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao
na Súmula!!!
Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de
inquérito policial.
Súmula 696-STF
Súmula 696-STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas
se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral,
aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.
Súmula 723-STF
Súmula 723-STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da
pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.
Súmula 337-STJ
Súmula 243-STJ
Súmula 243-STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais
cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada,
seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.
9. Jurisprudência em Teses
1) Compete aos Tribunais de Justiça ou aos Tribunais Regionais Federais o julgamento dos pedidos
de habeas corpus quando a autoridade coatora for Turma Recursal dos Juizados Especiais.
2) A aceitação pelo paciente do benefício da suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89 da
Lei n. 9.099/95, não inviabiliza a impetração de habeas corpus nem prejudica seu exame, tendo em
4) Não há óbice a que se estabeleçam, no prudente uso da faculdade judicial disposta no art. 89, § 2º, da
Lei n. 9.099/1995, obrigações equivalentes, do ponto de vista prático, a sanções penais (tais como a
prestação de serviços comunitários ou a prestação pecuniária), mas que, para os fins do sursis processual,
se apresentam tão somente como condições para sua incidência. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C
do CPC/73 TEMA 930).
5) A perda do valor da fiança constitui legítima condição do sursis processuais, nos termos do art. 89, §
2º, da Lei n. 9.099/95.
6) A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos
ao rito da Lei Maria da Penha. (Súmula n. 536/STJ).
7) A transação penal não tem natureza jurídica de condenação criminal, não gera efeitos para fins de
reincidência e maus antecedentes e, por se tratar de submissão voluntária à sanção penal, não significa
reconhecimento da culpabilidade penal nem da responsabilidade civil.
8) A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei n. 9.099/1995 não faz coisa julgada
material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério
Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de
inquérito policial. (Súmula Vinculante n. 35/STF).
9) O prazo de 5 (cinco) anos para a concessão de nova transação penal, previsto no art. 76, § 2º, inciso II,
da Lei n. 9.099/95, aplica-se, por analogia, à suspensão condicional do processo.
2) É cabível a suspensão condicional do processo e a transação penal aos delitos que preveem a pena de
multa alternativamente à privativa de liberdade, ainda que o preceito secundário da norma legal
ultrapasse os parâmetros mínimo e máximo exigidos em lei para a incidência dos institutos em comento.
3) A suspensão condicional do processo não é direito subjetivo do acusado, mas sim um poder-dever do
Ministério Público, titular da ação penal, a quem cabe, com exclusividade, analisar a possibilidade de
aplicação do referido instituto, desde que o faça de forma fundamentada.
9) É constitucional o art. 90-A da Lei n. 9.099/95, que veda a aplicação desta aos crimes militares.
10) Na hipótese de apuração de delitos de menor potencial ofensivo, deve-se considerar a soma das penas
máximas em abstrato em concurso material, ou, ainda, a devida exasperação, no caso de crime
continuado ou de concurso formal, e ao se verificar que o resultado da adição é superior a dois anos,
afasta-se a competência do Juizado Especial Criminal.
11) O crime de uso de entorpecente para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei n. 11.343/06, é de
menor potencial ofensivo, o que determina a competência do juizado especial estadual, já que ele não
está previsto em tratado internacional e o art. 70 da Lei n. 11.343/06 não o inclui dentre os que devem
ser julgados pela justiça federal.
12) A conduta prevista no art. 28 da Lei n. 11.343/06 admite tanto a transação penal quanto a suspensão
condicional do processo.
1. (Ano: 2018. Banca: UEG. Órgão: PC-GO. Prova: Delegado de Polícia). Sobre o processamento dos
crimes de menor potencial ofensivo, verifica-se o seguinte:
a) A intimação das partes pode ser feita por qualquer meio idôneo de comunicação, inclusive eletrônico.
b) A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei n. 9.099 de 1995 faz coisa julgada material.
c) Não é admitida, nos crimes de menor potencial ofensivo, a realização de perícia criminal.
d) A suspensão condicional do processo será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser
indiciado por outro crime.
e) Sendo caso de denúncia, é imprescindível o retorno dos autos à autoridade policial para instauração do
respectivo inquérito.
d) mas a liberdade pode ser condicionada, pela autoridade policial, ao estabelecimento e à aceitação de
imediata pena restritiva de direito.
3. (Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: PC-MA. Prova: Delegado de Polícia Civil). Com base no
disposto na legislação especial penal e processual penal, assinale a opção correta.
a) Oferecida a denúncia pelo MP, caberá exclusivamente ao representante do parquet o indiciamento do autor
do crime, caso isso não se tenha realizado na fase inquisitória.
b) O delito de maus tratos com lesão corporal grave praticado contra idoso segue o rito sumaríssimo previsto
na Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, vedada, no entanto, a aplicação dos institutos da transação
penal e da suspensão condicional do processo.
d) Em regra, o indiciado civilmente identificado não poderá ser submetido a identificação criminal no
inquérito policial, sendo possível tal procedimento, de forma excepcional, somente se judicialmente
autorizado.
e) O sigilo do inquérito policial se estende ao advogado somente até a fase do indiciamento do representado,
após o que será autorizado o acesso a todas as peças já produzidas nos autos, incluindo-se as diligências
ainda não documentadas.
d) determinar a suspensão do processo e do curso do prazo prescricional até que se proceda à citação pessoal
do acusado.
e) nomear defensor dativo para o acusado e conceder prazo de quinze dias para o oferecimento da defesa.
5. (Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: PC-MA. Prova: Delegado de Polícia Civil). Nos juizados
especiais criminais, a composição civil dos danos causados por infrações penais:
a) terá a eficácia de título executivo judicial a ser executado no juízo civil competente.
b) terá a eficácia de título executivo judicial a ser executado no próprio juizado especial criminal.
d) conduzirá à extinção da punibilidade do autor do fato, no caso de ação penal pública incondicionada.
6. (Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: PJC-MT. Prova: Delegado de Polícia Substituto). Quando da
entrada em vigor da Lei n.º 9.099/1995, que dispõe sobre os juizados especiais cíveis e criminais, foi
imposta como condição de procedibilidade a representação do ofendido nos casos de lesão corporal
leve ou culposa. Nas ações em andamento à época, as vítimas foram notificadas a se manifestar quanto
ao prosseguimento ou não dos feitos. Nesse caso, o critério adotado no que se refere às leis processuais
no tempo foi o da
a) interpretação extensiva.
b) retroatividade.
c) territorialidade.
d) extraterritorialidade.
e) irretroatividade.
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DireitoÓrgão:
7. (Ano: 2017. Banca: FAPEMS. Administrativo – Dede Polícia). Considerando o artigo
PC-MS. Prova: Delegado
na Súmula!!!
60, da Lei n° 9.099/1995, que dispõe:
O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a
conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas
as regras de conexão e continência.
Assinale a alternativa correta no que concerne ao procedimento dos Juizados Especiais Criminais.
a) Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam
funções na administração da Justiça Criminal.
b) Ao autor do fato que, após a lavratura do termo circunstanciado de ocorrência, for imediatamente
encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante,
mas a autoridade policial poderá exigir-lhe fiança.
c) Nos crimes de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público
deverá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, a ser especificada na proposta de
transação penal.
d) Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras
de conexão e continência, dispensar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos civis.
e) No caso de concurso material de crimes, a pena considerada para fins de fixação da competência do Juizado
Especial Criminal será o resultado da soma das penas máximas cominadas aos delitos.
8. (Ano: 2017. Banca: IBADE. Órgão: PC-AC. Prova: Delegado de Polícia Civil). No que concerne à
legislação que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais (Lei n° 9.099/1995), pode-se
afirmar que:
a) a composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença
irrecorrível, não pode ser executado no juízo civil competente.
b) a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições
dos exames periciais necessários.
e) havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de
arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou
multas, a ser especificada na proposta.
9. (Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: PC-GO. Prova: Delegado de Polícia Substituto). Acerca de
investigação criminal e juizados especiais criminais, assinale a opção correta.
a) No juizado especial criminal, é inadmissível a transação penal caso se comprove que o autor da infração
foi condenado em sentença definitiva por crime ou contravenção penal de caráter culposo ou doloso.
b) Para definição da competência do juizado especial criminal no concurso material de crimes, a soma das
penas máximas cominadas para cada crime não pode exceder a dois anos.
c) Não se admite a transação penal nem a composição civil dos danos nos processos de competência dos
juizados especiais criminais que, por motivo de conexão ou continência, tiverem sua competência deslocada
para o tribunal do júri.
e) Caberá recurso especial contra a decisão da turma recursal dos juizados especiais criminais que negue
provimento a recurso interposto contra sentença penal condenatória, caso seja demonstrada ofensa a
dispositivo de norma infraconstitucional.
10. (Ano: 2014. Banca: Aroeira. Órgão: PC-TO. Prova: Delegado de Polícia). Os Juizados Especiais
Criminais são órgãos da Justiça Ordinária, criados pela União, pelo Distrito Federal, pelos Territórios
e Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência, com seus
processos orientados pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e
b) o juiz poderá determinar, em caso de violência doméstica, como medida de cautela, a retirada da vítima
do lar, domicílio ou local de convivência com o autor.
c) as contravenções e os crimes apenados com detenção que a lei comine pena máxima não superior a dois
anos são considerados infrações penais de menor potencial ofensivo.
d) a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
imediatamente ao juizado, com o autor do fato e a vítima.
GABARITO
1 – A; 2 – E; 3 – B; 4 – A; 5 – A; 6 – B; 7 – E; 8 – E; 9 – B; 10 – D.
Sugerimos a leitura dos dispositivos da Lei dos Juizados Especiais Criminais abaixo pois foram
fundamento de respostas das questões já cobradas em concurso de Delegado.
As questões do presente material foram extraídas da plataforma do Qconcurso. Disponível em: <
www.qconcursos.com.br>. Acesso em 25.06.2020.
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Justiça Federal não julga contravenções penais. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em: <
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/2cd4e8a2ce081c3d7c32c3cde4312ef7 >.
Acesso em: 24/06/2020.
Legislação Criminal para Concursos: LECRIM / coordenador Ricardo Didier - Salvador: Juspodivm, 2016.
1.024 p. (Códigos e Constituição para Concursos).
Leis penais especiais: comentadas / Coordenadores Rogério Sanches Cunha, Ronaldo Batista Pinto, Renee
de Ó Souza - 3. ed. rev., atual e ampl. - Salvador: Ed JusPodvm, 2020.