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Manual Caseiro

Ed. 2020
Direito Administrativo – De
na Súmula!!!

JUIZADOS ESPECIAIS
CRIMINAIS
Lei nº 9.099/1995

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Juizados Especiais Criminais – Lei nº 9.099/1995

JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS


Lei nº 9.099/1995

1. Fundamento Constitucional e Legal

Inicialmente, cumpre destacarmos que o Juizado Especial Criminal encontra fundamentação jurídica
tanto ao teor da Constituição, quanto da norma legal, leia-se, o Código de Processo Penal e também a Lei n.
9.099/95 – intitulada de Lei dos Juizados Especiais, objeto de nosso estudo.

Corroborando ao exposto Távora e Alencar (2016)1 a Constituição do Brasil, em seu art. 98, trouxe
previsão da instituição dos juizados especiais criminais com competência para processar e julgar os delitos
de menor potencial ofensivo. A regulamentação do dispositivo adveio com a promulgação da Lei no
9.099/1995, instituindo um discurso de despenalização e de descarcerização, na “tendência do mundo
globalizado, com a influência preponderante dos sistemas dos países da common law”, propiciando o
ingresso da “justiça criminal consensual” no sistema jurídico brasileiro20, que, por sua vez, alcançou a
criminalidade de massa, “que diz respeito aos crimes praticados com pequena ou nenhuma organização”.
Nesse sentido, vejamos:

Os Juizados Especiais Criminais e Cíveis são previstos na Constituição Federal:

CF Art. 98. A União, o Distrito Federal, os Territórios, e os Estados criarão:

I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas
de juízes de primeiro grau.

No Código de Processo Penal, temos a previsão no Art. 394:

CPP Art. 394. O procedimento será comum ou especial.

§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:

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Curso de Direito Processual Penal. Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar. 2016.
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I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;
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II – sumário,na Súmula!!!
quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4
(quatro) anos de pena privativa de liberdade;

III – sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.

Ao analisarmos o art. 394 do CPP, contemplamos que o critério utilizado pelo legislador para verificar
o procedimento adequado é a pena máxima em abstrato de determinado delito. Se a pena máxima for igual
ou superior a 4 anos, será ordinário, se a pena máxima for inferior a 4 anos e superior a 2 anos, sumário e
nos casos em que a pena máxima não supere 2 anos será o rito sumaríssimo, nas chamadas infrações de
menor potencial ofensivo.

Vejamos de forma esquematizada os procedimentos:

Ordinário

Procedimento
Sumário
Comum

Sumarissímo

Procedimento Tribunal do Jurí

Lei de Drogas

Procedimento Crimes
Especial Funcionais

Abuso de
Autoridade

Crimes contra a
propriedade
imaterial

Candidato, o que são infrações penais de menor potencial ofensivo? Excelência, no atual cenário,
podemos dizer que são todos os crimes a que a lei comine pena não superior a 2 (dois) anos, todas as
contravenções penais e os crimes, qualquer que seja a pena privativa de liberdade, que possuírem previsão
alternativa de pena de multa. Contudo, importante ressaltarmos que nem sempre esse foi o conceito proposto,
tivemos outras definições (em sua redação original e também, posteriormente modificada) até chegarmos na
atual redação do art. 61 da Lei n. 9.099/95.
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Vale ressaltar que atenuantes e agravantes não são considerados na hora de analisarmos qual será o
procedimento aplicado. Direito
Por exemplo,Administrativo
se o indivíduo é reincidente,
– Deesta condição não interfere no rito
processual. na Súmula!!!

Lei n. 9.099/95 – Fundamento Legal

Lei 9.099/95 Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e
leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de
menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação dada pela
Lei n. 11.313, de 2006) Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou
o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-
ão os institutos da transação penal e da composição dos danos civis. (Incluído pela Lei n.
11.313, de 2006).

O art. 60 nada mais é que a reprodução do Art. 98, I da CF.

Infrações penais de menor potencial ofensivo

O art. 61 da Lei n. 9.099/95 nos esclarece o que são as infrações de menor potencial ofensivo.
Vejamos:

Lei 9.099/95 Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de
2006).

Infrações penais de menor potencial ofensivo = contravenções penais e os crimes a que a lei comine
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.

O conceito extraído do art. 61 é a atual definição legal de infrações penais de menor potencial
ofensivo. Contudo, em sua redação original, tínhamos como infrações penais de menor potencial ofensivo
“as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a um ano, excetuados
os casos em que a lei preveja procedimento especial”.

Denota-se, pois, que, o atual conceito não foi o proposto inicialmente pelo legislador. O art. 61 teve,
em um primeiro momento, sua redação alterada pela Lei n. 10.259/2001. Vejamos:

Art. 2. Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os feitos de


competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo, respeitadas
as regras de conexão e continência. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)

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Parágrafo único. Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, para os efeitos
desta Lei, os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, ou multa.
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E aí você pode se questionar, então é esse o conceito atual? Não, a redação do art. 2 da Lei n.
10.259/2001 foi falha no sentido de que trouxe um conceito ainda mais amplo, de modo que se tornou
inevitável a sua alteração posteriormente.

Desse modo, na sequência, tivemos a redação proposta pela Lei n. 11.313/2006, que alterou, mais
uma vez, a definição legal de infrações penais de menor potencial ofensivo. Vejamos:

LEI Nº 11.313, DE 28 DE JUNHO DE 2006.

Altera os arts. 60 e 61 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de


1995, e o art. 2º da Lei nº 10.259, de 12 de julho de 2001,
pertinentes à competência dos Juizados Especiais Criminais,
no âmbito da Justiça Estadual e da Justiça Federal.

Art. 1º Os arts. 60 e 61 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, passam a vigorar


com as seguintes alterações:

“Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos,
tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais
de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.

Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do


júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os
institutos da transação penal e da composição dos danos civis.” (NR)

“Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os


efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.” (NR)

Analisando a redação proposta pela Lei 11.313 de 2006 conseguimos verificar que se trata da nossa
atual definição. Deste modo, temos que após diversas alterações, a compreensão atual vigente de infrações
de menor potencial ofensivo são as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima
não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.

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Evolução do conceito de Infrações Penais


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Redação original:

de Menor Potencial Ofensivo


As contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena
máxima não superior a um ano, excetuados os casos em que a
lei preveja procedimento especial.

Redação proposta pela Lei 10.259/2001:


Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, para os
efeitos desta Lei, os crimes a que a lei comine pena máxima
não superior a dois anos, ou multa.

Redação proposta pela Lei 11.313/2006 e ATUAL


Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a
que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos,
cumulada ou não com multa.

Superada a definição legal do conceito de infração penal de menor potencial ofensivo, prosseguimos.

Na hipótese de apuração de delitos de menor potencial ofensivo, deve-se considerar a soma das penas
máximas em abstrato em concurso material, ou, ainda, a devida exasperação, no caso de crime continuado
ou de concurso formal, e, ao se verificar que o resultado da adição é superior a dois anos, afasta-se a
competência do juizado especial criminal, na qual se submeterá a vara criminal comum, verificando se
seguirá pelo rito sumário ou ordinário. Como exemplos clássicos temos o crime de ameaça e a lesão corporal.

Vejamos:

CP Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico,
de causar-lhe mal injusto e grave:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único. Somente se procede mediante
representação.

CP Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena – detenção, de três meses a um ano.

Observe que tais crimes em separados, tem penas inferiores a 2 anos. Contudo, se for cometido, por
exemplo, contra duas vítimas e em concurso material, deve-se somar as penas máximas (6 meses + 6 meses+
1 ano + 1 ano) resultando, portanto, uma pena máxima de 3 anos e desta forma o procedimento de apuração
será o sumário, não cabendo a aplicação da Lei 9.099/95.
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Nesse sentido, preceitua Távora e Alencar (2016)2 a jurisprudência sedimentou entendimento
segundo o qual, havendo concurso de
Direito crimes, a competência será
Administrativo – De definida pelo resultado da soma das
penas máximas cominadas aos delitos na
(sejaSúmula!!!
pelo critério do cúmulo de infrações, seja pelo critério da
exasperação). Desse modo, caso o somatório extrapole o limite de 2 (dois) anos, não caberá o
processamento e julgamento das infrações pelo rito sumaríssimo.

Desta forma para aplicação do rito sumaríssimo deve ser analisado o seguinte:

a) Pena máxima privativa de liberdade


b) Pena de multa (cumulativa ou não)
c) Causas de aumento e diminuição de pena – Exemplo. Delito de furto simples praticado no repouso
noturno, essa causa de aumento vai ser considerada na pena máxima.
d) Agravantes e atenuantes não entram na análise – Serão considerados o concurso material,
concurso formal, continuidade delitiva, bem como as causas de aumento e diminuição da pena,
mas não as agravantes e atenuantes.

Lei de Drogas Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

I – advertência sobre os efeitos das drogas;

II – prestação de serviços à comunidade;

III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

O crime de uso de entorpecente da Lei de drogas não prevê pena privativa de liberdade e dessa forma
é de menor potencial ofensivo, o que determina a competência do juizado especial estadual, já que ele não
está previsto em tratado internacional e o artigo 70 da Lei n. 11.343/2006 (transnacionalidade) não o inclui
dentre os que devem ser julgados pela Justiça Federal.

No tocante a incidência do procedimento sumaríssimo na hipótese do art. 28 da Lei n. 11.343/2006,


explicamos com mais aprofundamento na rodada sobre Lei de Drogas.

Cuidado, candidato! No âmbito federal não haverá julgamento das contravenções penais. Elas
serão julgadas perante o juizado especial criminal estadual, isso porque a Constituição Federal

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expressamente excluiu da competência da Justiça Federal as contravenções penais, é o que podemos constatar
da análise do art. 109 daDireito
CF. Administrativo – De
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Vejamos:

CF Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou


interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral.

Corroborando ao exposto, explica Silvio Maciel3, todas as contravenções penais são apuradas pela
Justiça Comum Estadual, ainda que atinjam bens, serviços ou interesses da União. Isso porque o art. 109 ,
IV , da Constituição Federal exclui a competência da Justiça Federal para o julgamento das contravenções
penais. Entretanto, há uma exceção: se o autor da contravenção tiver foro especial na Justiça Federal (ex.
juiz federal) a competência para julgamento será da Justiça Federal. (Maciel, Silvio. Legislação Criminal
Especial. Vol. 6, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo: 2009, pág. 53)

Diante do exposto, contemplamos que as contravenções penais, mesmo quando conexas com crime
de jurisdição federal, devem ser julgadas pela Justiça estadual.

O presente entendimento encontra respaldo jurídico, inclusive, ao teor da Súmula 38 do STJ, editada
em 1992, a qual prevê que “compete à Justiça estadual comum, na vigência da Constituição de 1988, o
processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades”.

Nesse mesmo sentido, a Jurisprudência:

Justiça Federal não julga contravenções penais

É da competência da Justiça estadual o julgamento de contravenções penais,


mesmo que conexas com delitos de competência da Justiça Federal. STJ. 3ª
Seção. CC 120406-RJ, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Desembargadora
convocada do TJ-PE), julgado em 12/12/2012.

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Maciel, Silvio. Legislação Criminal Especial. Vol. 6, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo: 2009, pág. 53.
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(...) 1. A Justiça Federal não tem competência para julgar contravenção penal,
ainda que Administrativo
Direito praticada em detrimento de–bens,
Deserviços ou interesses da União, nos
na Súmula!!!
termos da Súmula nº 38 desta Corte.

2. O artigo 109, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, utilizado pelo Juízo
suscitado para embasar o declínio da competência para o Juízo Federal, refere-
se tão somente aos crimes cometidos a bordo de navios e aeronaves, excluídas,
portanto, as contravenções penais. (...)

(CC 117.220/BA, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Seção, julgado em
26/10/2011).

2. Declínio de competência

No âmbito da Lei dos Juizados Especiais Criminais temos duas situações que podem ensejar o
declínio da competência nos juizados.

Vejamos:

• Citação ficta ou presumida por edital;


• Complexidade da causa.

a) Citação ficta ou presumida por edital - As citações no juizado especial criminal devem ocorrer sempre
de forma pessoal, em razão do qual não se admite a chamada citação (presumida) por edital. Se, por
exemplo, inicialmente o delito de ameaça, que tem uma pena máxima de 6 meses, começa no juizado
especial criminal, tenta-se citar aquela pessoa autora do fato, ela não é localizada, e esgotam-se as
possibilidades de localização desse autor do fato, será necessária a citação por edital, que não poderá
ocorrer no JECRIM. Então o juiz, verificando a necessidade de citar por edital, faz uma decisão
declinando da competência, tirando do juizado especial criminal e remetendo para a vara criminal
comum, adotando a citação por edital. Na vara criminal comum será adotado o procedimento sumário.
A citação por edital não é admitida no âmbito do juizado especial criminal diante da sua complexidade,
o que é, por via consequencial e lógica, incompatível com os princípios norteadores da Lei n. 9.099/95,
tais como, simplicidade e celeridade processual.

Vejamos:

Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que
possível, ou por mandado.
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Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o juiz encaminhará
as peças existentes
Direito ao juízo comum para
Administrativo – Deadoção dos procedimentos previstos em
lei. na Súmula!!!

Admite-se, contudo, a citação por hora certa.

Citação por hora certa é constitucional É constitucional a citação com hora certa no âmbito do
processo penal. STF. Plenário. RE 635145/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Luiz
Fux, julgado em 1º/8/2016 (repercussão geral) (Info 833).

Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos?

(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). De acordo com a Lei n.º
9.099/1995 e o posicionamento doutrinário dominante, a citação do autor de delito pelos juizados
especiais criminais:

a) poderá ser feita por carta rogatória.


b) será exclusivamente pessoal.
c) poderá ser feita por edital.
d) poderá ser feita por via postal.
e) poderá ser feita por meio eletrônico.

Gab. B.

b) Complexidade da causa – Outra hipótese de modificação/declínio da competência do Juizado Especial,


é a complexidade da causa. Conforme a doutrina, são hipóteses, por exemplo, de complexidade da causa
a pluralidade de agentes e necessidade de realização de perícia. Nessa esteira, o juiz pode entender que o
caso possui uma complexidade (exemplo, necessidade de perícias complexas) que não vai ao encontro
dos princípios norteadores do juizado especial criminal (simplicidade, informalidade, celeridade).
Havendo um motivo que determine essa fundamentação pela complexidade, o juiz também pode retirar
esse processo do juizado, declinando da competência para a vara criminal comum.

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CPP Art. 538. – De
Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial
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criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento,
observar-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo.

PENAL. PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS.


CRIME DE EXPLOSÃO. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL.
REMESSA DO FEITO PARA JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. IMPOSSIBILIDADE.
CONSTATADA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM A NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE
PROVA PERICIAL. REVOLVIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL
IMPROVIDO. 1. Considerando que o Tribunal de origem entendeu que a questão demanda
grande complexidade com a necessidade de prova pericial, especialmente para fins de
incidência do preceito secundário do crime de explosão, sendo certo que não cabe a esta Corte
Superior, em habeas corpus, desconstituir o afirmado, porquanto demandaria profunda incursão
na seara fático-probatória, inadmissível nessa via estreita do writ. 2. Mostra-se incompatível a
tramitação do feito sob o rito sumaríssimo da Lei n. 9.099/1995, diante da complexidade da
causa reconhecida nas instâncias ordinárias, razão pela qual inexiste flagrante ilegalidade do
retorno dos autos ao Juízo Comum, conforme disposto no art. 77, § 2º c/c art. 66, parágrafo
único, ambos da Lei n. 9.099/1995. 3. Decisão agravada mantida por seus próprios
fundamentos. 4. Agravo regimental improvido. (STJ AgRg no HC 370.162/PE, Rel. Ministro
NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 01/12/2016, DJe 13/12/2016.

3. Princípios norteadores do JECRIM

Oralidade

Celeridade Simplicidade

Economia Informalidade
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116.884.377-46
424.367.908-84
096.542.734-03
016.605.483-65
279.621.338-21
11
Manual Caseiro
Conforme explica Távora e Alencar (2016)4 os princípios preconizados pela Lei no 9.099/1995, para
o rito dos processos em tramitação
Direito nosAdministrativo
juizados são, nos termos do
– seu
Deart. 62, a oralidade, a informalidade,
a economia processual e a celeridade. na Súmula!!!
Inobstante a ausência de menção, devemos listar ainda no rol dos
princípios norteadores da Lei dos Juizados Especiais Criminais – a simplicidade (acrescido pela Lei n.
13.603 em 2018). Vejamos:

Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade,
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que
possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de
liberdade. (Redação da Lei n. 13.603/2018).

a) Oralidade: o princípio da oralidade tem previsão constitucional (art. 98, I) e legal (art. 77 da Lei n.
9.099/95). Sua incidência significa que no âmbito do JECRIM se privilegia a palavra oral sobre a palavra
escrita, o que torna o procedimento mais célere e muito menos burocrático. Desse modo, a Lei n. 9.099/95
prevê que a denúncia ou a queixa, podem ser apresentadas de forma oral (Art. 77). Em decorrência deste
princípio, os procedimentos do juizado especial deverão ser preferencialmente praticados, oralmente,
sendo os essenciais reduzidos a termo ou transcritos por algum outro meio. Nessa esteira, os atos
processuais poderão ser gravados, caso seja necessário. Alguns exemplos desses atos processuais trazidos
pela lei são a peça acusatória (art. 77), a defesa preliminar (art. 81), entre outros.
Vejamos:
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela
ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o
Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de
diligências imprescindíveis.

Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o
que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima
e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente,
passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.

b) Simplicidade: esse princípio foi incluído pela Lei n. 13.603 em 2018. Isso significa que até 2018 o
juizado especial não se orientava pelo princípio da simplicidade? Negativo, o princípio da simplicidade
já era norteador da Lei dos Juizados Especiais Criminais, apenas não tínhamos essa previsão de forma
expressa.

4
Curso de Direito Processual Penal. Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar. 2016.
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Com a entrada em vigor da Lei 13.603/18, inclui-se outro critério, o da simplicidade, que aliás
já estava inserido noDireito
art. 2º da LeiAdministrativo
9.099/95 na qualidade de disposição
– De geral, ou seja, já deveria ser um
na Súmula!!!
princípio informador inclusive dos processos perante os Juizados Especiais Criminais.
Vejamos:

Redação anterior à Lei 13.603/18 Redação posterior à Lei 13.603/18


Art. 62. O processo perante o Juizado Especial Art. 62. O processo perante o Juizado Especial
orientar-se-á pelos critérios da oralidade, orientar-se-á pelos critérios da oralidade,
informalidade, economia processual e celeridade, simplicidade, informalidade, economia processual
objetivando, sempre que possível, a reparação dos e celeridade, objetivando, sempre que possível, a
danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não reparação dos danos sofridos pela vítima e a
privativa de liberdade. aplicação de pena não privativa de liberdade.

Um exemplo de manifestação do princípio da simplicidade no âmbito do JECRIM é ausência de


necessidade de realização do exame de corpo de delito, em observância também ao princípio da economia
processual, podendo ser suprida por simples boletim médico. Nesse sentido, dispõe o §1º, parte final, do art.
77 “prescindir-se-á (Não precisar de; dispensa-se) do exame do corpo de delito quando a materialidade do crime
estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente”. Outro exemplo que podemos mencionar da
manifestação do princípio da simplicidade é a substituição do inquérito policial pelo TCO – termo
circunstanciado de ocorrência (art. 69). Por fim, um último exemplo que podemos elencar de aplicação do
critério da simplicidade é declinação da competência dos juizados especiais quando houver a necessidade de
maior apuração do fato, que exijam, no caso, diligências complexas, ou mesmo quando o investigado não for
encontrado para ser citado.

Diante do exposto, temos que o referido critério, leia-se, princípio orientador, embora já estivesse
previsto como princípio geral da Lei 9.099/95, em seu art. 2, não estava previsto expressamente no art. 62 da
norma, o que somente ocorreu com a Lei 13.603/2018. Por esse princípio, o processo a ser regido pelo
procedimento sumaríssimo deverá evitar a juntada ou exigência de material ou providência complexa para a
deflagração e andamento da persecução penal.

c) Informalidade: na realização dos atos processuais, poderá haver o cumprimento por qualquer meio de
comunicação (email, WhatsApp, etc), ou seja, atos destituídos de maior rigores formais. No tocante a
informalidade, preocupa-se com a questão de o ato ter alcançado a sua finalidade, independente da forma.
Nesse sentido, o texto legal:

Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as
quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
§1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
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Manual Caseiro
§2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio
hábil de comunicação.
Direito Administrativo – De
§3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos
na Súmula!!!
realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou
equivalente.

Nesse sentido, preceitua Oriana Piske5, os princípios da simplicidade e informalidade revelam


a nova face desburocratizadora da Justiça Especial. Pela adoção destes princípios pretende-se, sem
que se prejudique o resultado da prestação jurisdicional, diminuir tanto quanto possível a massa dos
materiais que são juntados aos autos do processo, reunindo apenas os essenciais num todo
harmônico.
A fusão destes princípios justifica-se em virtude de a simplicidade ser instrumento da
informalidade, ambos consectários da instrumentalidade das formas.

d) Economia processual: O JECRIM pela sua natureza, tenta buscar a economia processual, eliminando
todos os custos excessivos de um procedimento tradicional.

Pelo princípio da economia processual entende-se que, entre duas alternativas, se deve escolher
a menos onerosa às partes e ao próprio Estado. Sendo evitada a repetição inconseqüente e inútil
de atos procedimentais, a concentração de atos em uma mesma oportunidade é critério de
economia processual.
Exemplos dessa orientação são a abolição do inquérito policial e a disposição que prevê a
realização de toda a instrução e julgamento em uma única audiência, evitando-se tanto quanto
possível sua multiplicidade. 6

e) Celeridade: busca finalizar e solucionar o conflito da forma mais rápida possível. Não podemos esquecer
que a Lei Lei no 9.099/95 surgiu no ano de 1995 justamente com a missão de tornar a prestação
jurisdicional mais célere, tanto em relação às causas cíveis, como criminais.

Observe que no Art. 62 ainda se trata dos objetivos do JECRIM:

• Reparação dos danos sofridos pela vítima.


• Aplicação de pena não privativa de liberdade.

5
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/artigos-discursos-e-entrevistas/artigos/2012/principios-orientadores-dos-
juizados-especiais-juiza-oriana-piske
6
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/artigos-discursos-e-entrevistas/artigos/2012/principios-orientadores-dos-
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Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em
qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Direito Administrativo – De
na Súmula!!!
Princípios da simplicidade, celeridade, etc.

Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as
quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.

§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer
meio hábil de comunicação.

Pode haver pratica de atos de outra forma que não seja a formal (expedição de um mandado,
expedição de carta precatória) e mesmo assim o ato ser válido, desde que atinja sua finalidade.

Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou,
tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da
recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça,
independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo
de comunicação.

Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as
partes, os interessados e defensores.

4. Competência territorial

CPP Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se
consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado
o último ato de execução.

§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora


dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado,
no Brasil, o último ato de execução.

§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional,


será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha
produzido ou devia produzir seu resultado.

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§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou
quando incerta
Direito a jurisdição por ter –
Administrativo sido
De a infração consumada ou tentada nas
na ou
divisas de duas Súmula!!!
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

O CPP adota a teoria do resultado, ou seja, a competência territorial será fixada onde aquela infração
se consumou ou onde foi realizado o último ato da tentativa. Por exemplo, se alguém consumou o delito de
roubo em Brasília, esse é o lugar que tem a competência territorial para o processamento do caso.

Entretanto, o artigo 63 da Lei n. 9.099/1995 ADOTA A TEORIA DA ATIVIDADE porque não


dispõe a respeito da consumação nem do último ato da tentativa, e sim a respeito do local em que foi praticada
a infração penal.

Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi
praticada a infração penal.

Desse modo, temos que a Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais) fixa tal competência com base no
local em que a conduta foi praticada, de forma diversa ao que prevê o CPP, que fixa a competência territorial
com base no local da consumação do delito.

Esquematizando:
Competência Territorial na Lei nº 9.099/95 Competência Territorial no Código de Processo
Penal
Adota o local da conduta: local em que a infração Adota o local da consumação.
foi praticada. Art. 70, CPP.
Art. 63, Lei nº 9.099/95
Art. 63. A competência do Juizado será determinada Art. 70. A competência será, de regra, determinada
pelo lugar em que foi praticada a infração penal. pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no
caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o
último ato de execução.

Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos?

(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). A competência do juizado


especial criminal será determinada pelo:

a) domicílio do autor da infração penal.


b) lugar em que foi praticada a infração penal.
c) lugar em que foi encontrado o autor do fato.
d) lugar em que se consumou a infração penal.
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Manual Caseiro
e) domicílio da vítima da infração penal.

Gab. B. Direito Administrativo – De


na Súmula!!!

5. Estrutura do JECRIM

No tocante ao procedimento próprio do Juizado Especial Criminal, inicialmente teremos a lavratura


do TCO, que substituirá o inquérito policial, isso porque enquanto no CPP há o inquérito policial, que é a
regra de investigação presidida pelo Delegado de Polícia, na Lei n. 9.099/1995 há a lavratura do termo
circunstanciado de ocorrência.

Assim:

No CPP No JECRIM
Inquérito Policial Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO)

Nesse sentido, preceitua Roque; Távora e Alencar (2016):7

Em se tratando de infração de menor potencial ofensivo, a autoridade policial não instaura


inquérito policial, que é substituído por termo circunstanciado de ocorrência (TCO). Trata-se
de formalização detalhada da ocorrência da infração penal de menor potencial ofensivo, e deve
conter as declarações do autor do fato, da vítima e das testemunhas.

Posteriormente, há a fase de audiência preliminar, uma fase anterior ao oferecimento da denúncia,


uma fase em que num primeiro momento coloca-se o autor do fato com a vítima para tentar fazer um acordo,
se não houver acordo, o Ministério Público verifica se existe a possibilidade de oferecer transação penal. Se
não for possível oferecer os institutos despenalizadores, passa-se à fase do rito sumaríssimo propriamente
dito, que é a audiência de instrução e julgamento. O último momento é a fase recursal, em que é possível
aplicar os recursos cabíveis.

Rito
sumaríssimo
Termo Audiência propriamente Turma Recursal
Circunstanciado Preliminar dito – Audiência
de instrução e
julgamento

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Legislação Criminal para Concursos. 2016. Editora Juspodivm.
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Manual Caseiro
5.1 Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO

Segundo AntonioDireito Administrativo


Henrique8, “o termo circunstanciado de– ocorrência
De é a narrativa elaborada pela
na Súmula!!!
autoridade policial, em que, sem a necessidade de elaboração de termos de declarações ou mesmo de
realização do tradicional interrogatório minuciado no CPP, são registradas sponte propria os elementos de
informação sobre o crime de menor potencial ofensivo que chegou ao seu conhecimento”.

No tocante a presidência do inquérito, a doutrina entende que sendo o inquérito de atribuição do


delegado de polícia, acredita-se que não há outra conclusão, senão a de que o TCO, igualmente, seria de
atribuição exclusiva deste.

Nesse sentido, vejamos a regulamentação legal:

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará


termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o
autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais
necessários.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for


imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em
caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela,
seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.

Caso-prático Exemplo: determinada pessoa ameaçou outra, e não é caso de Maria da Penha (em caso
de incidência da Lei Maria da Penha não é aplicada a Lei n. 9.099/1995, conforme estudaremos com mais detalhes). Essas

pessoas envolvidas na ameaça serão imediatamente encaminhadas para a delegacia, chegando na delegacia,
por se tratar de uma infração de menor potencial ofensivo, não será lavrado inquérito policial, e sim um termo
circunstanciado de ocorrência. Esse termo circunstanciado se diferencia do inquérito policial porque neste
último se tem mais detalhes, enquanto que o primeiro é mais simples, com menos detalhes, lavrado na hora.
Não se fala em prisão em flagrante na lavratura do termo circunstanciado.

Em sequência, conforme prevê o parágrafo único, temos não será imposta a prisão em flagrante, nem
se exigirá fiança, no caso de o autor do fato assumir o compromisso de comparecimento perante o Juizado.

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LEIS PENAIS ESPECIAIS COMENTADAS (2020). Conteúdo conforme o PACOTE ANTICRIME | 3ª edição revista,
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Manual Caseiro
Mas, muita atenção nesse ponto! Em verdade, quando o parágrafo único do art. 69 declina que não se imporá
prisão em flagrante, deveDireito
se interpretarAdministrativo
que não se lavrará auto de–prisão
De em flagrante, o que, no entanto, não
significa dizer que o indivíduo não possana Súmula!!!
ser capturado, nem tampouco conduzido coercitivamente. Todavia,
se assumir o compromisso de comparecer aos Juizados ou a ele comparecer de imediato, a lavratura do APF
será substituída pela lavratura de um termo circunstanciado. Por outro lado, na eventualidade de o indivíduo
se recusar a assumir o compromisso de comparecer aos Juizados, o auto de prisão em flagrante deve ser
lavrado, sem prejuízo, todavia, do arbitramento de fiança pelo próprio Delegado de Polícia.

5.2 Audiência preliminar

Na audiência preliminar, o autor do fato e a vítima, tentam, inicialmente, um acordo, que é a


composição civil dos danos. Dessa forma, temos que a audiência preliminar funcionará inicialmente como
uma tentativa de conciliação das partes, e neste momento, poderá haver:

a) Composição civil dos danos; ou


b) Transação penal.

Nesse sentido, preleciona Távora e Alencar (2016)9

A audiência preliminar pode ter desfechos distintos a depender da iniciativa da ação penal do
delito de menor potencial ofensivo. Na audiência preliminar, presentes o autuado, vítima,
respectivos advogados, responsável civil e o órgão do Ministério Público, o juiz estimulará a
composição dos danos civis, isto é, sugerirá que as partes se conciliem, mediante indenização ou
retratação formulada pelo autor do fato. Uma vez obtida a composição, será lavrado o acordo e
homologado por sentença, de natureza irrecorrível (art. 74, Lei no 9.099/95).

Em se tratando de crime de ação penal privada, não obtida a composição dos danos civis – sem
possibilidade de conciliação entre os envolvidos – é prudente que o juiz suspenda a audiência
advertindo a vítima da necessidade de oferecer queixa-crime antes do decurso do prazo
decadencial. Nada impede que a queixa-crime seja oferecida na própria audiência, oralmente,
sendo reduzida a termo. Se decorrer tal prazo sem a propositura da queixa, será exarada decisão
extintiva da punibilidade do agente.

Em seguida, tendo em vista ser a transação penal medida tendente à aplicação imediata de pena
– a aplicação da pena em si é privativa do Estado – é adequado que, uma vez verificada a
propositura da queixa (com a potencialidade do desencadeamento da ação penal privada), seja
assegurada ao réu a proposta de transação penal.

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Manual Caseiro
Vejamos o teor da Legislação:
Direito Administrativo – De
na Súmula!!!
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor
do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o
Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de
aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.

Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação.

Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local,
preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na
administração da Justiça Criminal.

Observe que o conciliador pode conduzir essa primeira etapa, caso haja um acordo, será levado ao
juiz para homologação.

Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil
competente.

Esse acordo será irrecorrível após homologação, podendo ser executado em caso de não
cumprimento.

Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de
queixa ou representação.

Após celebrado e homologado o acordo, a vítima renuncia ao direito de queixa ou representação, não
podendo, portanto, depois de certo tempo ajuizar queixa ou ir ao MP representar contra o autor do fato para
que ofereça a denúncia.

Lembre-se que é possível a composição civil dos danos mesmo em uma ação penal pública
incondicionada, embora neste caso não gere os mesmos efeitos, por exemplo, a renúncia. Observe que essa
composição é tratada no âmbito da audiência prelimitar, mas o STJ entende que também pode ser realizada
em outro momento, vejamos:

PROCESSUAL CIVIL. JUIZADO ESPECIAL. DECISÃO DE SUSPENSÃO


CONDICIONAL DO PROCESSO. ACORDO DE REPARAÇÃO CIVIL ENTRE AS
PARTES. POSSIBILIDADE. TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. LEI N. 9.099/1995.
RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Embora a decisão de suspensão condicional do processo
penal não faça coisa julgada material, em virtude da possibilidade de sua revogação, caso o
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Manual Caseiro
beneficiário incida nas hipóteses previstas nos §§ 3º e 4º do artigo 89 da Lei n. 9.099/1999,
durante o prazo de suspensão determinado, não há óbice legal que impeça o denunciado e a
Direito Administrativo – De
vítima de entabularem acordo, visando à reparação civil pelo crime, na mesma audiência em
na Súmula!!!
que fixadas as condições para suspensão do processo. 2. O entendimento de que o acordo
celebrado entre os denunciados e a vítima constitui título executivo atende ao espírito da Lei
dos Juizados Especiais, que prima pela celeridade e concentração dos atos processuais, assim
pela simplificação dos procedimentos, a fim de incentivas as partes à autocomposição. 3.
Recurso especial provido. (REsp 1123463/DF, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI,
QUARTA TURMA, julgado em 21/02/2017, DJe 14/03/2017).

Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a
oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.

Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica


decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.

Não havendo o acordo, no caso de ação penal privada será aguardado o ofendido oferecer a queixa
crime, no prazo decadencial do artigo 38 (6 meses da data de conhecimento pela vítima do autor do fato). Se ele não
oferecer, ocorrerá a decadência.

Se não foi obtido acordo numa ação penal pública incondicionada, o Ministério Público avalia se
oferece a denúncia.

Se não foi obtido acordo na ação penal pública condicionada à representação, haverá também prazo
decadencial para representar. Será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de
representação verbal (audiência preliminar), que será reduzida a termo. Caso não oferecida condição de
representação, não implica decadência de imediato, o prazo de 6 meses será cumprido da mesma forma.

Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos?

(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). Se, em audiência preliminar
no juizado especial criminal, não houver a composição dos danos civis:

a) será encaminhado ao Ministério Público o termo circunstanciado.


b) será aplicada imediatamente pena restritiva de direitos.
c) o procedimento será enviado a uma das varas criminais.
d) o ofendido poderá exercer o direito de representação verbal.
e) o autor perderá o direito à redução da pena de multa, se houver.
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21
Manual Caseiro
Gab. D.
Direito Administrativo – De
na Súmula!!!
5.2.1 Transação penal

Não obtido o acordo de composição civil dos danos, sendo incondicionada ou condicionada a
representação e que já tenha a representatividade, o MP analisa o TCO e entendendo que seja caso de
arquivamento remete ao juiz que pode arquivar ou não. Se o MP entende por oferecer a denúncia, deverá
antes do oferecimento vislumbrar a possibilidade de transação penal (instituto despenalizador) para o autor
do fato. A transação penal mitiga o princípio da obrigatoriedade da ação penal pública.

No âmbito do JECRIM, o princípio da obrigatoriedade ou indisponibilidade da ação penal cede


espaço para o princípio da discricionariedade regrada.
10
No tocante ao princípio da obrigatoriedade explicam os professores Nestor Távora e Alencar ,
estando presentes os requisitos legais, o Ministério Público está obrigado a patrocinar a persecução
criminal, ofertando denúncia para que o processo seja iniciado. Não cabe ao MP juízo de conveniência ou
oportunidade. Não por acaso, o art. 24 do CPP informa que “nos crimes de ação pública, esta será
promovida por denúncia do Ministério Público”.

Corroborando ao exposto, ROQUE; TÁVORA; ALENCAR (2016) 11:

No Brasil, a ação penal pública é orientada pelo princípio da obrigatoriedade, de


acordo com o qual, o Ministério Público está obrigado a oferecer denúncia
quando estiverem presentes a prova da materialidade e os indícios de autoria (ou
participação) delitiva. Em se tratando de infração de menor potencial ofensivo,
a transação penal irá flexibilizar este princípio, pois, o MP, diante deste
suporte probatório, deverá formular proposta de transação penal (conquanto
presentes os requisitos exigidos pelo art. 76, naturalmente), e não oferecer a
denúncia.

Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos?

(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). Em se tratando dos crimes de
ação penal pública incondicionada, nos juizados especiais criminais, vigora o princípio da:

a) indisponibilidade.

10
Novo curso de direito processual penal. 2020. Editora Juspodivm.
11
Legislação Criminal para Concursos. 2020. Editora Juspodivm.
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b) oportunidade.
c) indivisibilidade. Direito Administrativo – De
d) obrigatoriedade. na Súmula!!!
e) discricionariedade regrada.

Gab. E.

Cumpre ressaltarmos ainda que, o instituto da transação penal foi incorporado ao Ordenamento
Jurídico Brasileiro com o advento da Lei n. 9.099/95, a qual incorporou institutos de caráter
despenalizadores, passa-se a trabalhar com a ideia de uma jurisdição consensual.

Uma vez superada das questões introdutórias sobre o instituto da transação penal, vejamos o que
dispõe a legislação:

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada,
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de
pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a
metade.

O juiz somente pode interferir na proposta em caso de redução da pena de multa, tendo em vista que
todas as outras condições serão atribuídas pelo MP. Se o juiz entender que era caso de oferecimento da
transação penal e esta não foi oferecida, aplicará o Art. 28 do CPP de forma analógica (o juiz não oferece
transação penal de oficio).

Requisitos:

1. Infração penal de menor potencial ofensivo;

2. Não ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por
sentença definitiva;
3. Não ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena
restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
4. Não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos
e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.

O primeiro requisito necessário para aplicação da transação penal, é estarmos diante de infração de
menor potencial ofensivo.

Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os


efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena
máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
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Nesse sentido, vejamos os requisitos propostos pelo texto legal. Cumpre ressaltamos que o legislador
optou por uma estrutura Direito
negativista aoAdministrativo
tratar dos requisitos, ou seja,
– Demencionou em quais hipóteses não será
cabível o instituto. na Súmula!!!

§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade,
por sentença definitiva;

Para fazer jus a proposta de transação penal, o agente não poderá ter sido o autor de infração
condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva. Fique atento para o
fato de que tem que ser sentença definitiva com trânsito em julgado. Além disso, a lei menciona crime,
excluindo-se consequentemente a hipótese de contravenção penal, ocasião em que não haverá óbice à
transação penal.

II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de
pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;

Não pode ter recebido uma pena restritiva de direitos nos últimos cinco anos.

III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem


como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.

Requisitos subjetivos.

§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do
Juiz.

§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará
a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada
apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.

§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta


Lei.

Enquanto que na composição civil dos danos é irrecorrível, na transação penal é cabível apelação.

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§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de
antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos
Direito Administrativo – De
civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
na Súmula!!!
Só fica a anotação para não ter novo benefício no prazo de cinco anos e não gera reincidência e maus
antecedentes. Lembrando que a aceitação do benefício não implica no reconhecimento da culpabilidade.
Desta forma a transação penal não é uma condenação. É um acordo entre o titular da ação penal e o autor do
fato. Em razão disso, o STJ entende que não cabe revisão criminal;

PROCESSUAL PENAL. REVISÃO CRIMINAL. ART. 621, INCISO III, DO CÓDIGO DE


PROCESSO PENAL. SUPOSTA EXISTÊNCIA DE NOVAS PROVAS. PRESSUPOSTO
ESSENCIAL. SENTENÇA CONDENATÓRIA TRANSITADA EM JULGADO.
IMPOSSIBILIDADE DE DESCONSTITUIÇÃO DA HOMOLOGAÇÃO REALIZADA
COM ESTEIO NO ART. 76 DA LEI N. 9.099/1995. TRANSAÇÃO PENAL. 1. A ação de
revisão criminal ajuizada com fulcro no inciso III do art. 621 do Estatuto Processual pressupõe
um reexame da sentença condenatória transitada em julgado, pois, nos termos do art. 625, § 1º,
do Código de Processo Penal, o pedido revisional deve ser instruído com a certidão de trânsito
em julgado de sentença condenatória e com as peças necessárias à comprovação dos gatos
arguidos. 2. Incabível o ajuizamento de revisão criminal contra sentença que homologa a
transação penal (art. 75 da Lei n. 9.099/1995), já que não existiu a condenação ou sequer houve
análise de prova. Na verdade, ao se aplicar o instituto da transação penal, não se discute fato
típico, ilicitude, culpabilidade ou punibilidade, mas apenas é possibilitada ao autor do fato uma
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa para que não exista o prosseguimento
da ação penal, sendo o acordo devidamente homologado pelo Poder Judiciário e impugnável
por meio do recurso de apelação. 3. Recurso especial desprovido. (REsp 1107723/MS, Rel.
Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 07/04/2011, DJe 25/04/2011).

Candidato, qual o momento em que acontece a proposta da transação penal? Excelência, a


transação penal é apresentada para o autor do delito antes do oferecimento da peça acusatória. Contudo, se
faz necessário destacar que em situações excepcionais, a transação penal e a suspensão também podem ser
concedidas durante o processo. Dessa forma, temos que em regra, deve ser oferecida “antes do início do
processo”. Porém, nada impede a concessão do benefício durante o curso do processo, seja nos casos de
desclassificação, seja nos casos de procedência parcial.

Candidato, é cabível transação penal nos crimes de ação penal privada? Apesar do Art. 76 não
mencionar, o STJ tem entendido que é cabível a transação penal na ação penal privada, incumbindo ao
querelante se manifestar sobre o interesse da aplicação deste instituto despenalizador.
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Manual Caseiro
Vejamos:
Direito Administrativo
PENAL. AGRAVO – De ESPECIAL. AÇÃO PENAL PRIVADA.
REGIMENTAL EM RECURSO
TRANSAÇÃOna PENAL.
Súmula!!!
AUSÊNCIA DE INTERESSE DO QUERELANTE.
PROSSEGUIMENTO DO FEITO. POSSIBILIDADE. 1. Embora admitida a possibilidade de
transação penal em ação penal privada, este não é um direito subjetivo do querelado,
competindo ao querelante a sua propositura. 2. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no REsp 1356229/PR, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/ PE), SEXTA TURMA, julgado em
19/03/2013, DJe 26/03/2013). Havendo manifestação contrária do querelante, em ação penal
privada, de que não tem interesse na aplicação de qualquer instituto penal despenalizador, não
são aplicáveis os institutos da transação penal e do sursis processual. Recurso especial
desprovido. (REsp 1374213/MG, Rel. Ministro CAMPOS MARQUES (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TJ/PR), QUINTA TURMA, julgado em 13/08/2013, DJe 19/08/2013).

Observação. A homologação da transação prevista no artigo 76 da Lei n. 9.99/1995 não faz coisa
julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao
Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de
inquérito policial. (Súmula Vinculante n. 35, STF). Dessa forma, temos que ainda que homologado, o
referido acordo NÃO FAZ COISA JULGADA MATERIAL. Se o acordo for descumprido, o feito retornará
ao status quo, ou seja, o processo retoma, e a partir de então poderá ser instaurado o inquérito policial, bem
como, oferecida denúncia.

Súmula vinculante nº 35: A homologação de transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não
faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao
Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de
inquérito policial.

Na Lei de Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/1998) temos uma condição específica, vejamos:

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata
de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro
de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano
ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

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Manual Caseiro
Desta forma temos que os requisitos do art. 76 da Lei 9.099/95 devem ser somados ao requisito
especial (composição doDireito
dano, salvo sua impossibilidade) do art.–27De
Administrativo da Lei 9.605/98.
na Súmula!!!

5.3 Procedimento sumaríssimo propriamente dito

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela
ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o
Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de
diligências imprescindíveis.
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência
referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do
corpo de delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova
equivalente.
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia,
o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma
do parágrafo único do art. 66 desta Lei.

§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz
verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências
previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei.

Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao
acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora
para a audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério
Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados.

§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos artigos 66 e 68 desta Lei e
cientificado da data da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas
testemunhas ou apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua
realização.

É possível que na audiência preliminar verifique-se que não cabe a transação penal, nessa
circunstância o Ministério Público já propõe a denúncia oral cientificando o réu naquele momento da
audiência de instrução. Caso não esteja presente o réu, o Ministério Público pode oferecer a denúncia na
audiência preliminar, e será expedido o mandado de citação para ser cientificado da audiência de instrução.
Observe que no procedimento sumaríssimo não acontece sequer o recebimento da denúncia para haver a
citação do réu. A denúncia, portanto, é oferecida e no ato subsequente o réu é citado. O recebimento da
denúncia vai ocorrer apenas na audiência de instrução e julgamento.
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§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos termos do art.
67 desta Lei para comparecerem à audiência de instrução e julgamento.
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§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei.

Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o
que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima
e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente,
passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.

Veja que no momento da audiência de instrução e julgamento, após ouvir a defesa o juiz decidirá
por receber ou não a denúncia, e em caso de recebimento prosseguirá com os atos instrutórios.

§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, podendo o juiz


limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes,
contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença.

§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do juiz.

Se o procedimento é comum, ordinário, sumário ou procedimento especial, o relatório é


imprescindível, sentença sem relatório será nula. No entanto no juizado a Lei dispensa o relatório.

Esquematizando:

• Peça inicial acusatória: • Citação do Acusado e • Aberta a audiência de


• Denúncia (MP) cientificado da Audiência de Instrução e Julgamento:
• Queixa-crime instrução de julgamento • Será dada a palavra ao
(ofendido) • A citação será defensor para
imediata ou na forma responder à acusação;
Pode ser ofertada de forma dos arts. 66 a 68. • Juiz decide se recebe
oral. ou não (denúncia ou
queixa-crime);
• Possibilidade ou não
de suspensão
condicional do
processo.
• Se recebida, passa aos
atos instrutório.

Debates orais.
Sentença.

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5.3.1 Sentença, recurso e turma recursal no JECRIM
Direito Administrativo – De
na Súmula!!!
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá APELAÇÃO, que
poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de
jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

Da rejeição da denúncia ou queixa nos procedimentos


COMUM ORDINÁRIO e SUMÁRIO: Recurso em Sentido Estrito (RESE)

Da rejeição da denúncia ou queixa no


PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO: Apelação

Na Lei n. 9.099 não é cabível o recurso em sentido estrito. Desta forma quando ocorre a rejeição da
peça inicial acusatória no sumaríssimo o recurso cabível é a apelação na forma do art. 82 da Lei 9.099/95.

§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo
Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e
o pedido do recorrente.

Cuidado, no CPP a apelação prevista ao teor do art. 593, tem um prazo de interposição de 5 dias
acrescido de um prazo para apresentação de razões de 8 dias. Primeiro a parte manifesta sua intenção em
recorrer, posteriormente tem seu prazo de mais 8 dias para oferecimento das razões. No âmbito do juizado
especial criminal o prazo é de 10 dias para tudo.

Vejamos de forma esquematizada:

Apelação no JECRIM Apelação no CPP


Prazo: 10 dias Prazo: 05 dias
A petição de interposição já deve estar A petição de interposição é apresentada no prazo de 5
acompanhada das razões recursais. dias e as razões recursais são apresentadas em 08 dias.

Por fim, cumpre apontamos que é cabível o recurso da apelação no âmbito do JECRIM em três
situações.

• Da sentença de homologação da transação penal; (art. 76, §5º).


• Da rejeição da peça acusatória;
• Da sentença condenatória ou absolutória.

§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
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Direito
Mesmo prazo tendo em vista oAdministrativo – De Se recorreu no prazo de 10 dias irá
princípio da paridade de armas.
na
contra razoar em 10 dias. Lembrando que Súmula!!!
a apelação será julgada por uma turma recursal, que é uma turma
composta por 3 juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição. (Órgão próprio do juizado).

§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o § 3º


do art. 65 desta Lei.

§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.

§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá


de acórdão.

RESUMO:
• Da composição civil dos danos: IRRECORRÍVEL: Art. 72.
• Da homologação da transação penal: APELAÇÃO: Art. 76.
• Da rejeição da denúncia: APELAÇÃO; Art. 82.
• Da sentença final do procedimento, seja absolutória ou condenatória: APELAÇÃO. Art. 82.
• Apelação dirigida a uma turma recursal que tem 3 juízes de primeiro grau: APELAÇÃO em 10
dias.

Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade,
contradição ou omissão. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência).

§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias,
contados da ciência da decisão.

Observe que mais uma vez o prazo é diverso do CPP. 5 dias x 2 dias.

§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de recurso. (Redação


dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência).

Por exemplo, se tinha 10 dias para apelação, no momento que foi decidido os embargos, ZERA o
prazo para o recurso principal.

§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Se o juiz percebe que cometeu erro meramente material, um erro de uma palavra por exemplo, poderá
corrigir de oficio.

Veja alguns pontos que a Lei 9.099/95 diverge do nosso Código de Processo Penal:

CPP JECRIM
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096.542.734-03
016.605.483-65
279.621.338-21
30
Manual Caseiro
Obscuridade, contradição, omissão e ambiguidade Obscuridade, contradição e omissão
Prazo de 2 dias Prazo de 5 dias
Direito Administrativo
Interrompe o prazo do recurso principal
– De
Com a vigência do CPP 2015 há interrupção pela
na Súmula!!!
nova redação do art. 83, §2º.

Súmula 640 – STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de
primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal.

Súmula 203 – STJ: Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo
grau dos Juizados Especiais.

Súmula 690 STF Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de


"habeas corpus" contra decisão de Turma Recursal de Juizados Especiais Criminais.

A jurisprudência atual entende que compete aos Tribunais de Justiça ou aos Tribunais Regionais Federais o
julgamento dos pedidos de habeas corpus quando a autoridade coatora for Turma Recursal dos Juizados Especiais
(cancelamento da súmula 690 STF).

Desta forma, se a autoridade coatora é o juiz, e houve impetração de um HC contra uma atividade
do juiz coator do juizado especial criminal, quem analisa esse HC é a turma recursal, mas a turma recursal
pode ter sido a autoridade coatora. Supondo que a turma recursal determinou a prisão de alguém, e a parte
quer impetrar um HC, esse HC de ato praticado contra a turma recursal vai para o Tribunal de Justiça.

Candidato cabe revisão criminal de decisões proferidos pela turma recursal? Sim, e quem irá
julgar essa revisão criminal é a própria turma recursal. Vejamos o entendimento da jurisprudência;

CONFLUO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA ENTRE TRIBUNAL DE JUSTIÇA E


COLÉGIO RECURSAL. REVISÃO CRIMINAL. CRIME DE MENOR POTENCIAL
OFENSIVO. AMEAÇA. AÇÃO PENAL QUE TEVE CURSO PERANTE OS JUIZADOS
ESPECIAIS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL EXPRESSA PARA A REVISÃO NO
ÂMBITO DOS JUIZADOS. GARANTIA CONSTITUCIONAL. VEDAÇÃO TÃO
SOMENTE QUANTO À AÇÃO RESCISÓRIA. INCOMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA PARA REVER O DECISUM QUESTIONADO. IMPOSSIBILIDADE DE
FORMAÇÃO DE GRUPO DE TURMAS RECURSAIS. UTILIZAÇÃO ANALÓGICA DO
CPP. POSSIBILIDADE, EM TESE, DE CONVOCAÇÃO DE MAGISTRADOS
SUPLENTES A FIM DE EVITAR O JULGAMENTO PELOS MESMOS JUÍZES QUE
APRECIARAM A APELAÇÃO. COMPETÊNCIA DA TURMA RECURSAL. 1. Apesar da
ausência de expressa previsão legal, mostra-se cabível a revisão criminal no âmbito dos
Juizados Especiais, decorrência lógica da garantia constitucional da ampla defesa, notadamente
quando a legislação ordinária vedou apenas a ação rescisória, de natureza processual cível. 2.
É manifesta a incompetência do Tribunal de Justiça para tomar conhecimento de revisão
criminal ajuizada contra decisum oriundo dos Juizados Especiais. 3. A falta de previsão legal
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Manual Caseiro
específica para o processamento da ação revisional perante o Colegiado Recursal não impede
seu ajuizamento, cabendo à espécie a utilização subsidiária dos ditames previstos no Código
Direito Administrativo – De
de Processo Penal. 4. Caso a composição da Turma Recursal impossibilite a perfeita obediência
na Súmula!!!
aos dispositivos legais atinentes à espécie, mostra-se viável, em tese, a convocação dos
magistrados suplentes para tomar parte no julgamento, solucionando-se a controvérsia e,
principalmente, resguardando-se o direito do agente de ver julgada sua ação revisional. 5.
Competência da Turma Recursal. (CC 47.718/RS, Rel. Ministra JANE SILVA
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG), TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
13/08/2008, DJe 26/08/2008).

Observações

Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar.

Se a infração de menor potencial ofensivo ocorre no âmbito da justiça militar, não pode se aplicar os
institutos previstos no JECRIM, a composição civil dos danos, a transação penal ou suspensão condicional
do processo.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099/1995.

Da mesma forma, não se aplica os institutos da Lei 9.099/95 perante a Lei Maria da Penha, não sendo
aplicáveis a composição civil dos danos, a transação penal ou suspensão condicional do processo.

Inobstante o dispositivo falar apenas em crimes, conferiu-se interpretação extensiva para englobar
também as contravenções penais (por exemplo, as vias de fato). Assim, segundo o STF a expressão “crime”
deve ser interpretada extensivamente para abranger as contravenções penais.

Atente ainda para o fato de que o art. 88 da Lei n. 9.099/1995 também não se aplica na Lei Maria da
Penha. De acordo com o STJ, na Lei Maria da Penha, qualquer que seja a extensão da lesão corporal, mesmo
sendo leve, a ação penal é incondicionada.

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Súmula 536 do STJ: “A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese
de delitos sujeitos ao ritoDireito
da Lei MariaAdministrativo
da Penha”. Terceira Seção,– aprovada
De em 10/6/2015, DJe 15/6/2015.
na Súmula!!!
Não são aplicáveis as medidas despenalizadora (transação penal e suspensão condicional do processo)
quando se trata de violência doméstica e familiar contra a mulher, pois os referidos institutos estão previstos
na Lei nº 9.099/95. Dessa forma, temos que - como a suspensão condicional do processo e a transação
penal estão previstas na Lei n. 9.099/95, respectivamente nos arts. 89 e 76, não são aplicáveis aos delitos
praticados no contexto da Lei Maria da Penha, haja vista a vedação constante do art. 41 da Lei n. 11.30/06.

6. Suspensão condicional do processo

No momento em que o Ministério Público oferecer a denúncia, se estiverem presentes os requisitos,


poderá o referido propor a suspensão do processo por até quatro anos, se o acusado não tiver outro processo
criminal ou não tenha sido condenado por outros crimes, para que o acusado cumpra determinadas condições
em troca da extinção do processo. Se o acusado aceitar a proposta, e a denúncia for recebida, o juiz poderá
suspender o processo até que as condições, que estão descritas na lei, sejam efetivamente cumpridas.

Nesse sentido, vejamos o texto normativo:

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas
ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão
do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não
tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

Deve-se ficar atento ao fato do benefício abranger a pena mínima (igual ou inferior a um ano) e não
a pena máxima como acontece na transação penal. O instituto em comento não é exclusivo do JECRIM, ou
seja, a suspensão condicional do processo não é concedida apenas no rito sumaríssimo. Desta feita teremos:

• Infração penal abrangida ou não pela Lei n. 9.099/1995: Exemplo. Receptação (1 a 4 anos), furto (1 a 4
anos), embriaguez ao volante (1 a 3 anos), estelionato (1 a 5 anos);

• Princípio da indisponibilidade da ação penal: O MP via de regra não pode desistir da ação penal, sendo
a sursis processual uma exceção a esse princípio. Se cumprido em sua integralidade, acarretará na extinção
de punibilidade do agente, sem reincidência, sem mal antecedentes, etc.

• Cabimento: Uma condenação antiga, após passada 5 anos, não gera mais reincidência, no entanto
inviabiliza a concessão da susris processual, vejamos;

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PROCESSUAL – De EM HABEAS CORPUS. JUIZADOS
PENAL. RECURSO ORDINÁRIO
ESPECIAIS.na Súmula!!!
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. CONDENAÇÃO
PRETÉRITA ALCANÇADA PELO PERÍODO DEPURADOR. CONDIÇÃO SUFICIENTE
PARA NEGATIVA. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENT0. 1. Os requisitos de
admissibilidade da suspensão condicional do processo encontram-se taxativamente elencados
no art. 89, caput, da Lei n. 9.099/1995, a saber: (I) pena mínima cominada igual ou inferior a
um ano; (II) inexistência de outro processo em curso ou condenação anterior por crime; (III)
presença dos requisitos elencados no art. 77 do Código Penal: não reincidência em crime
doloso aliada à análise favorável da culpabilidade, dos antecedentes, da conduta social, da
personalidade do agente, bem como dos motivos e circunstâncias do delito que autorizem a
concessão do benefício. 2. A existência de condenação pretérita, ainda que alcançada pelo
período depurador é apta a inviabilizar a concessão do sursis processual. 3. Recurso a que se
nega provimento. (RHC 91.575/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
SEXTA TURMA, julgado em 19/06/2018, DJe 29/06/2018).

O cabimento da suspensão condicional do processo já deve ser informado no oferecimento da


denúncia assim como preceitua o art. 89.

Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos?

(CESPE / CEBRASPE - TJ-BA - CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador). Nos casos de crimes em que
a pena mínima cominada é igual ou inferior a um ano, o Ministério Público poderá oferecer a
suspensão condicional do processo no momento

a) da audiência de instrução.
b) da audiência preliminar.
c) da lavratura do termo, antes da sentença.
d) do oferecimento da denúncia.
e) da audiência de conciliação.

Gab. D.

Cumpre destacarmos ainda que, deve se aguardar o tramite processual para verificar se não irá ocorrer
a absolvição sumária na resposta a acusação, no qual se der provimento caberá a audiência para concessão
do benefício.

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HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO ORIGINÁRIA. SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO
ORDINÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. RESPEITO AO SISTEMA RECURSAL PREVISTO
Direito Administrativo – De
NA CARTA MAGNA. NÃO CONHECIMENTO. [...] CRIME AMBIENTAL (ARTIGO 39,
na Súmula!!!
COMBINADO COM O ARTIGO 40, AMBOS DA LEI N. 9.605/1998). OFERECIMENTO
DA PROPOSTA DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO ANTES DA
APRESENTAÇÃO DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO. ILEGALIDADE. NECESSIDADE DE
INTERPRETAÇÃO DO ARTIGO 89 DA LEI N. 9.099/1995 À LUZ DAS MODIFICAÇÕES
TRAZIDAS PELA LEI N. 11.719/2008. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO.
CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. 1. Embora o artigo 89 da Lei n. 9.099/1995
estabeleça que a proposta de suspensão condicional do processo deve ser feita no momento do
oferecimento da denúncia, tal dispositivo deve ser compatibilizado com as modificações
promovidas no procedimento comum ordinário pela Lei n. 11.719/2008. 2. Diante da
possibilidade de absolvição sumária, mostra-se desarrazoado admitir que a suspensão
condicional do processo seja oferecida ao denunciado antes da análise de sua resposta à
acusação, na qual pode veicular teses que, se acatadas, podem encerrar a ação penal. (...) STJ.
HC n. 239.093/MG, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe de 29/10/2013.

Oferecer denúncia Recebimento Citação do réu Resposta à acusação

Diligências Rejeição Absolvição sumária


MP
Pedir o arquivamento Designar audiência
de instrução e
julgamento

Dessa forma, se um indivíduo comete um crime com pena de 1 a 4 anos, como a pena máxima é de 4
anos tramitará sob o rito comum ordinário, no entanto como a pena mínima é de 1 ano, de acordo com o art.
89 deverá ser analisada se cabe a suspensão condicional do processo.

No caso do MP decidir por oferecer a denúncia, este já deve informar se o indivíduo faz jus a
suspensão condicional do processo, não podendo o juiz marcar de imediato a audiência para oferecimento
do benefício, sendo necessário esperar toda a tramitação até a possibilidade de absolvição sumária, tendo em
vista que se ocorrer será muito mais favorável do que cumprir um benefício de suspensão condicional de 2 a
4 anos. Concluindo-se que o momento adequado para oferecimento da suspensão condicional é após a
resposta a acusação em caso de não absolvição sumária, na audiência de instrução onde será ofertado pelo
MP, se não aceito pelo réu será iniciada a audiência prosseguindo com o processo. Em caso de aceitação,
não iniciará a audiência e o processo ficará a suspenso a depender das condições de 2 a 4 anos. Cumprindo
as condições adequadamente, acarretará na extinção de punibilidade, em caso de descumprimento o benefício
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não faz coisa julgada material, acarretando a sua revogação e procedendo a continuidade do processo,
seguindo a audiência de Direito
instrução e julgamento.
Administrativo – De
na Súmula!!!

Súmula 696 – STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do


processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá a
questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.

O juiz não pode propor, tendo em vista que a atribuição para oferecer o benefício é do MP, apenas
pode remeter a questão ao procurador geral.

Cuidado. O art. 89 menciona que o acusado não pode estar sendo processado para obter o benefício.
Na fase do inquérito policial existe uma investigação que não enseja em processo, tendo em vista que a
denúncia sequer foi oferecida e recebida, desta forma, a existência de inquérito policial em curso não é
circunstância idônea a obstar o oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo. RHC
079751/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Julgado em 18/04/2017, DJE
26/04/2017; HC 036132/BA, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, Julgado em 28/06/2005,
DJ 29/08/2005.

Não cabe a concessão do benefício da suspensão condicional do processo se o acusado, no


momento do oferecimento da denúncia, responde a outro processo criminal, mesmo que este
venha a ser posteriormente suspenso ou que ocorra a superveniente absolvição do
acusado. AgRg no REsp 1154263/SC, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, julgado em
16/05/2013, DJe 29/05/2013; AgRg no Ag 1386813/RS, Rel. Ministra LAURITA VAZ,
QUINTA TURMA, julgado em 02/08/2011, DJe 15/08/2011 Decisões Monocráticas REsp
1194424/MA, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, julgado em 28/02/2013, publicado
em 05/03/2013.

As teses de defesas alegavam a inconstitucionalidade da parte final do art. 89 em que menciona a não
possibilidade de concessão do benefício para réus que respondem a processo (sem serem ainda condenados)
tendo em vista o princípio da presunção de inocência. No entanto, o STF não concordou com tal argumento,
confirmando a sua constitucionalidade:

É constitucional a norma do art. 89 da Lei n. 9.099/1995, que estabelece os requisitos para a


concessão do benefício da suspensão condicional do processo, entre eles o de não responder o
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acusado por outros delitos. Assim, a existência de ações penais em curso contra o denunciado
impede a concessão do sursis processual por força do art. 89 da Lei n. 9.099/1995. STF. la
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Turma. AP 968/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/05/2018 (Info 903). STF. 2ª Turma.
na Súmula!!!
RHC 133945 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/06/2016.

Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos?

(CESPE / CEBRASPE - MPE-CE - CESPE / CEBRASPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial –


Direito). A respeito dos aspectos processuais da Lei n.º 9.099/1995 e de sua interpretação
jurisprudencial, julgue o item subsequente.

Consoante entendimento do STJ, a existência de inquérito policial em curso não basta para impedir a
proposição de suspensão condicional do processo.

( ) Certo

( ) Errado

Gab. Certo. O artigo 89 da Lei 9.099/95 aduz que para oferecer a suspensão condicional do processo, o
acusado não pode estar sendo processado ou não ter sido condenado por outro crime, além do que nos crimes
em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério
Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos.
É requisito ainda para a suspensão condicional do processo, de acordo com o art. 77 do Código penal: que o
condenado não seja reincidente em crime doloso; a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; não
seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.
Note que a própria lei afirma que o acusado não pode estar sendo processado por outro crime, e a existência
de inquérito, não caracteriza processo, é na verdade procedimento administrativo em que não há ainda um
acusado.
O STJ firmou tese no sentido de que a existência de inquérito policial em curso não é circunstância idônea a
obstar o oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo, conforme afirma a questão.

Com relação ao requisito temporário para concessão da suspensão condicional do processo, a Lei é
silente, no entanto por interpretação extensiva é feita a aplicação do requisito específico da transação penal
para a suspensão condicional do processo, 5 anos sem ter recebido tias benefícios;

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PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL.
NÃO CABIMENTO. FALSIDADE IDEOLÓGICA. AUSÊNCIA DE PROPOSTA DE
Direito Administrativo – De
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. VIOLAÇÃO DO ENUNCIADO N. 337,
na Súmula!!!
DA SÚMULA DO STJ. INOCORRÊNCIA. INCIDÊNCIA DE INSTITUTO
DESPENALIZADOR HÁ MENOS DE 5 ANOS. IMPOSSIBILIDADE. HABEAS CORPUS
NÃO CONHECIDO. (...) IV – Entretanto, esta mesma Corte Superior de Justiça já decidiu que
o prazo de 5 (cinco) anos para a concessão de nova transação penal, previsto no art. 76, § 2º,
inciso II, da Lei n. 9.099/1995, aplica-se aos demais institutos despenalizadores por analogia,
estendendo-se, pois, à suspensão condicional do processo, o que ocorreu no caso concreto.
(Precedentes). Habeas corpus não conhecido. (HC 370.047/PR, Rel. Ministro FELIX
FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 17/11/2016, DJe 01/12/2016).

Temos ainda algumas súmulas que merecem destaque. Vejamos:

Súmula 243 – STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às


infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva,
quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante,
ultrapassar o limite de um (01) ano.

Súmula 723 – STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado,
se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for
superior a 01 (um) ano.

Súmula 337 – STJ: é cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime


e na procedência parcial da pretensão punitiva.

Neste caso embora a súmula diz apenas suspensão condicional do processo, é válido também para a
transação penal. A desclassificação do crime enseja a aplicação tanto da transação penal como da suspenção
condicional, caso preenchido os requisitos. Exemplo: Furto qualificado, pena de 2 a 8 anos (não cabe
suspensão), no entanto, na sentença o juiz verifica que não houve comprovação da qualificadora,
desclassificando para furto simples com pena de 1 a 4 anos, cabendo, portanto, a suspenção condicional se
preenchidos os requisitos.

A jurisprudência merece atenção no tema de suspensão condicional do processo, desta forma


vejamos:

A aceitação pelo paciente do benefício da suspensão condicional do processo, nos termos do


art. 89 da Lei n. 9.099/1995, não inviabiliza a impetração de habeas corpus nem prejudica seu
exame, tendo em vista a possibilidade de se retomar o curso da ação penal caso as condições

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impostas sejam descumpridas. HC 402718/SP, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA
FONSECA, QUINTA TURMA, Julgado em 17/08/2017, DJE 25/08/2017; RHC 080363/SP,
Direito Administrativo – De
Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, Julgado em 03/08/2017, DJE 10/08/2017;
na Súmula!!!
HC 380622/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Julgado em
07/03/2017, DJE 17/03/2017; HC 350564/ SP, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK,
QUINTA TURMA, Julgado em 02/02/2017, DJE 10/02/2017; AgRg no RHC 043279/SP, Rel.
Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, Julgado em 13/12/2016, DJE 19/12/2016;
HC 368703/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, Julgado em 17/11/2016, DJE 29/11/2016.

A extinção da punibilidade do agente pelo cumprimento das condições do


sursis processual, operada em processo anterior, não pode ser valorada em seu
desfavor como maus antecedentes, personalidade do agente e conduta social.
HC 385535/RJ, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA,
Julgado em 09/05/2017, DJE 11/05/2017; REsp 1533788/PE, Rel. Ministro
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Julgado em 18/02/2016, DJE 29/02/2016; HC
198815/SP, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, Julgado em
03/10/2013, DJE 28/10/2013; HC 156569/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI,
QUINTA TURMA, Julgado em 08/02/2011, DJE 14/03/2011; HC
133947/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Julgado
em 17/02/2011, DJE 09/03/2011; HC 182248/SP, Rel. Ministro GILSON
DIPP, QUINTA TURMA, Julgado em 02/12/2010, DJE 13/12/2010.

A anotação será apenas para cumprir o prazo temporal de 5 anos para concessão de eventual novo
benefício, não importando em reincidência, maus antecedentes e etc.

Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da suspensão condicional


do processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já ultrapassado o prazo legal, desde
que referente a fato ocorrido durante sua vigência. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do
CPC/1973 – TEMA 920). AgRg no REsp 1649472/RS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES
DA FONSECA, QUINTA TURMA, Julgado em 27/04/2017, DJE 05/05/2017; AgRg no HC
379280/MS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, Julgado em 04/04/2017,
DJE 25/04/2017; AgRg no HC 378760/MS, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, Julgado em
04/04/2017, DJE 17/04/2017; HC 379650/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, Julgado em 13/12/2016, DJE 19/12/2016; AgRg no HC 373007/MS, Rel. Ministro
JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, Julgado em 25/10/2016, DJE 07/11/2016; REsp
1498034/RS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA SEcAO, Julgado em
25/11/2015, DM 02/12/2015.
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Mesmo tendo sido realizado o cumprimento das medidas, se descobrir que houve algum
descumprimento dentro Direito
do período deAdministrativo
prova, poderá a qualquer tempo
– Deser revogado o benefício e resultar na
continuação do processo. na Súmula!!!

6.1 Revogação obrigatória e facultativa

Art. 89, § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser
processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.

A revogação será obrigatória nos casos em que o beneficiário vier a ser processado por outro crime
ou não reparar o dano. Atente que processado e não investigado.

§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo,
por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.

A revogação será facultativa se descumprir as condições impostas. Poderá ou não, tendo em vista que
há uma discricionariedade, tendo em vista que se o MP avaliar a possibilidade de estender um pouco mais o
período de prova para que não enseje na revogação do benefício, poderá ser realizado tal manejo.

Causa de revogação obrigatória Causa de revogação facultativa


Vier a ser processado por outro crime; Vier a ser processado, no curso do prazo, por
contravenção;
Não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do Descumprir qualquer outra condição importa.
dano.

Como #JÁCAIU esse assunto em prova de Concursos?

(VUNESP - PC-BA - VUNESP - 2018 - PC-BA - Escrivão de Polícia). Com relação à Lei nº 9.099/1995
(Juizados Especiais Cíveis e Criminais), é correto afirmar que:

a) a competência do Juizado será determinada pelo domicílio ou residência do réu.


b) não se admitirá a transação penal se ficar comprovado ter sido o autor da infração condenado, pela prática
de contravenção penal, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva.

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Manual Caseiro
c) a suspensão condicional do processo poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do
prazo, por contravenção, ou descumprir
Direito qualquer outra condição
Administrativo – Deimposta.
naqueixa
d) da decisão de rejeição da denúncia ou Súmula!!!
e da sentença caberá agravo, que poderá ser julgado por
turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição.
e) a composição dos danos civis será reduzida a escrito, homologada pelo Juiz mediante sentença recorrível,
por meio de agravo, e terá eficácia de título a ser executado no mesmo juízo.

Gab. C.

Candidato, caberá suspensão condicional do processo na ação penal privada? Na transação penal
é possível a aplicação do instituto nos crimes de ação penal privada, contudo, na suspensão condicional do
processo segundo o STF e STJ não caberá aplicação nos casos de crime de a ação penal privada. Vejamos:

EMENTA AGRAVO REGIMENTAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO


ORDINÁRIO. AÇÃO PENAL PRIVADA. INOBSERVÂNCIA DO ART. 89 DA LEI N.
9.099/1995. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL.
IMPOSSIBILIDADE. (...) 2. Não há falar em nulidade pela inobservância do art. 89 da Lei n.
9.099/1995. Em ação penal privada, não há suspensão condicional do processo, uma vez
previstos meios de encerramento da persecução criminal pela renúncia, decadência,
reconciliação, perempção, perdão e retratação. (...) (HC 115432 AgR, Relator(a): Min. ROSA
WEBER, Primeira Turma, julgado em 28/05/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-123
DIVULG 26/06/2013 PUBLIC 27/06/2013).

Observação. Nos casos em que crimes ambientais permitam aplicação da suspensão condicional do
processo, deverão ser observados além dos requisitos do art. 89 9.099/95 os requisitos propostos pelo art. 28
da Lei n. 9.605/98:

Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos
crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações:

I – a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5º do artigo referido no caput,


dependerá de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a
impossibilidade prevista no inciso I do § 1º do mesmo artigo;

Deverá existir um laudo atestando que o dano ambiental foi devidamente reparado.

II – na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o prazo
de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido no
caput, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição;
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III – no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1º
do artigo mencionado no caput;
Direito Administrativo – De
na Súmula!!!
Proibição de frequentar lugar, proibição de sair da comarca e comparecimento periódico.

IV – findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á a lavratura de novo laudo de constatação de


reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente prorrogado o
período de suspensão, até o máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no
inciso III;

Observe que a todo momento a Lei trata da reparação do dano ambiental.

V – esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de punibilidade


dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado tornado as providências
necessárias a reparação integral do dano.

7. Informativos

• Em caso de transação penal, não se aplicam os efeitos do art. 91 do CP


As consequências jurídicas extrapenais previstas no art. 91 do Código Penal são decorrentes de sentença
condenatória. Tal não ocorre, portanto, quando há transação penal, cuja sentença tem natureza meramente
homologatória, sem qualquer juízo sobre a responsabilidade criminal do aceitante. As consequências
geradas pela transação penal são essencialmente aquelas estipuladas por modo consensual no respectivo
instrumento de acordo. STF. Plenário. RE 795567/PR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 28/5/2015
(Info 787).

• Homologação da transação penal não faz coisa julgada material


Súmula vinculante 35-STF: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995
não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior,
possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de
denúncia ou requisição de inquérito policial. STF. Plenário. Aprovada em 16/10/2014.

8. De Olho na Súmula

Súmula vinculante 35-STF


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Súmula vinculante 35-STF: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não
Direito
faz coisa julgada material Administrativo
e, descumpridas – De
suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao
na Súmula!!!
Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de
inquérito policial.

Súmula 696-STF

Súmula 696-STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas
se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral,
aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.

Súmula 723-STF

Súmula 723-STF: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a soma da
pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.

Súmula 337-STJ

Súmula 337-STJ: É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na


procedência parcial da pretensão punitiva.

Súmula 243-STJ

Súmula 243-STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais
cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada,
seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.

9. Jurisprudência em Teses

9.1 EDIÇÃO N. 93: JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS – I

1) Compete aos Tribunais de Justiça ou aos Tribunais Regionais Federais o julgamento dos pedidos
de habeas corpus quando a autoridade coatora for Turma Recursal dos Juizados Especiais.

2) A aceitação pelo paciente do benefício da suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89 da
Lei n. 9.099/95, não inviabiliza a impetração de habeas corpus nem prejudica seu exame, tendo em

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Manual Caseiro
vista a possibilidade de se retomar o curso da ação penal caso as condições impostas sejam
descumpridas. Direito Administrativo – De
na Súmula!!!
3) No âmbito dos Juizados Especiais Criminais, não se exige a intimação pessoal do defensor público,
admitindo-se a intimação na sessão de julgamento ou pela imprensa oficial.

4) Não há óbice a que se estabeleçam, no prudente uso da faculdade judicial disposta no art. 89, § 2º, da
Lei n. 9.099/1995, obrigações equivalentes, do ponto de vista prático, a sanções penais (tais como a
prestação de serviços comunitários ou a prestação pecuniária), mas que, para os fins do sursis processual,
se apresentam tão somente como condições para sua incidência. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C
do CPC/73 TEMA 930).

5) A perda do valor da fiança constitui legítima condição do sursis processuais, nos termos do art. 89, §
2º, da Lei n. 9.099/95.

6) A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos
ao rito da Lei Maria da Penha. (Súmula n. 536/STJ).

7) A transação penal não tem natureza jurídica de condenação criminal, não gera efeitos para fins de
reincidência e maus antecedentes e, por se tratar de submissão voluntária à sanção penal, não significa
reconhecimento da culpabilidade penal nem da responsabilidade civil.

8) A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei n. 9.099/1995 não faz coisa julgada
material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério
Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de
inquérito policial. (Súmula Vinculante n. 35/STF).

9) O prazo de 5 (cinco) anos para a concessão de nova transação penal, previsto no art. 76, § 2º, inciso II,
da Lei n. 9.099/95, aplica-se, por analogia, à suspensão condicional do processo.

10) É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na procedência parcial da


pretensão punitiva. (Súmula n. 337/STJ).

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Manual Caseiro
11) Nos casos de aplicação da Súmula n. 337/STJ, os autos devem ser encaminhados ao Ministério Público
Direito
para que se manifeste Administrativo
sobre a possibilidade – De do processo ou de transação penal.
de suspensão condicional
na Súmula!!!

9.2 EDIÇÃO N. 96: JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS – II

1) A Lei n. 10.259/01, ao considerar como infrações de menor potencial ofensivo as contravenções e os


crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, não alterou o requisito objetivo
exigido para a concessão da suspensão condicional do processo prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/95,
que continua sendo aplicado apenas aos crimes cuja pena mínima não seja superior a 1 (um) ano.

2) É cabível a suspensão condicional do processo e a transação penal aos delitos que preveem a pena de
multa alternativamente à privativa de liberdade, ainda que o preceito secundário da norma legal
ultrapasse os parâmetros mínimo e máximo exigidos em lei para a incidência dos institutos em comento.

3) A suspensão condicional do processo não é direito subjetivo do acusado, mas sim um poder-dever do
Ministério Público, titular da ação penal, a quem cabe, com exclusividade, analisar a possibilidade de
aplicação do referido instituto, desde que o faça de forma fundamentada.

4) Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da suspensão condicional do


processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já ultrapassado o prazo legal, desde que referente
a fato ocorrido durante sua vigência. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - TEMA 920).

5) Opera-se a preclusão se o oferecimento da proposta de suspensão condicional do processo ou de


transação penal se der após a prolação da sentença penal condenatória.

6) O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em


concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo
somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano. (Súmula n. 243/STJ).

7) A existência de inquérito policial em curso não é circunstância idônea a obstar o oferecimento de


proposta de suspensão condicional do processo.

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8) A extinção da punibilidade do agente pelo cumprimento das condições do sursis processual, operada em
processo anterior, não pode ser valorada
Direito em seu desfavor como
Administrativo – Demaus antecedentes, personalidade do
agente e conduta social. na Súmula!!!

9) É constitucional o art. 90-A da Lei n. 9.099/95, que veda a aplicação desta aos crimes militares.

10) Na hipótese de apuração de delitos de menor potencial ofensivo, deve-se considerar a soma das penas
máximas em abstrato em concurso material, ou, ainda, a devida exasperação, no caso de crime
continuado ou de concurso formal, e ao se verificar que o resultado da adição é superior a dois anos,
afasta-se a competência do Juizado Especial Criminal.

11) O crime de uso de entorpecente para consumo próprio, previsto no art. 28 da Lei n. 11.343/06, é de
menor potencial ofensivo, o que determina a competência do juizado especial estadual, já que ele não
está previsto em tratado internacional e o art. 70 da Lei n. 11.343/06 não o inclui dentre os que devem
ser julgados pela justiça federal.
12) A conduta prevista no art. 28 da Lei n. 11.343/06 admite tanto a transação penal quanto a suspensão
condicional do processo.

10. Já Caiu. Vamos Treinar?

1. (Ano: 2018. Banca: UEG. Órgão: PC-GO. Prova: Delegado de Polícia). Sobre o processamento dos
crimes de menor potencial ofensivo, verifica-se o seguinte:

a) A intimação das partes pode ser feita por qualquer meio idôneo de comunicação, inclusive eletrônico.

b) A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei n. 9.099 de 1995 faz coisa julgada material.

c) Não é admitida, nos crimes de menor potencial ofensivo, a realização de perícia criminal.

d) A suspensão condicional do processo será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser
indiciado por outro crime.

e) Sendo caso de denúncia, é imprescindível o retorno dos autos à autoridade policial para instauração do
respectivo inquérito.

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2. (Ano: 2018. Banca: VUNESP. Órgão: PC-BA. Prova: Delegado de Polícia). Nos termos do art. 69,
parágrafo único, da Lei no 9.099/95,Administrativo
Direito ao autor do fato típico definido
– De como crime de menor potencial
ofensivo, após a lavratura do termo na Súmula!!!
circunstanciado, caso se comprometa a comparecer junto ao
Juizado Especial Criminal, não se imporá prisão em flagrante,

a) desde que primário.

b) desde que imediatamente restitua o prejuízo da vítima.

c) a menos que se trate de reincidente específico.

d) mas a liberdade pode ser condicionada, pela autoridade policial, ao estabelecimento e à aceitação de
imediata pena restritiva de direito.

e) nem se exigirá fiança.

3. (Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: PC-MA. Prova: Delegado de Polícia Civil). Com base no
disposto na legislação especial penal e processual penal, assinale a opção correta.

a) Oferecida a denúncia pelo MP, caberá exclusivamente ao representante do parquet o indiciamento do autor
do crime, caso isso não se tenha realizado na fase inquisitória.

b) O delito de maus tratos com lesão corporal grave praticado contra idoso segue o rito sumaríssimo previsto
na Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, vedada, no entanto, a aplicação dos institutos da transação
penal e da suspensão condicional do processo.

c) É de competência exclusiva da polícia civil a investigação do crime de extorsão mediante sequestro de


prefeito, se praticado em razão da função pública exercida pela vítima.

d) Em regra, o indiciado civilmente identificado não poderá ser submetido a identificação criminal no
inquérito policial, sendo possível tal procedimento, de forma excepcional, somente se judicialmente
autorizado.

e) O sigilo do inquérito policial se estende ao advogado somente até a fase do indiciamento do representado,
após o que será autorizado o acesso a todas as peças já produzidas nos autos, incluindo-se as diligências
ainda não documentadas.

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4. (Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: PC-MA. Prova: Delegado de Polícia Civil). Quando, em se
tratando de crimes de Direito
menor potencial ofensivo em trâmite –
Administrativo noDe
juizado especial criminal, o acusado
na deverá
não for encontrado para a citação, o juízo Súmula!!!
a) encaminhar as peças existentes ao juízo comum para a adoção do procedimento previsto em lei.

b) encaminhar os autos ao MP para que este proceda como entender de direito.

c) determinar a citação do acusado por edital.

d) determinar a suspensão do processo e do curso do prazo prescricional até que se proceda à citação pessoal
do acusado.

e) nomear defensor dativo para o acusado e conceder prazo de quinze dias para o oferecimento da defesa.

5. (Ano: 2018. Banca: CESPE. Órgão: PC-MA. Prova: Delegado de Polícia Civil). Nos juizados
especiais criminais, a composição civil dos danos causados por infrações penais:

a) terá a eficácia de título executivo judicial a ser executado no juízo civil competente.

b) terá a eficácia de título executivo judicial a ser executado no próprio juizado especial criminal.

c) conduzirá ao perdão do ofendido, quando se tratar de ação penal privada.

d) conduzirá à extinção da punibilidade do autor do fato, no caso de ação penal pública incondicionada.

e) conduzirá à decadência, quando se tratar de ação penal pública condicionada a representação.

6. (Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: PJC-MT. Prova: Delegado de Polícia Substituto). Quando da
entrada em vigor da Lei n.º 9.099/1995, que dispõe sobre os juizados especiais cíveis e criminais, foi
imposta como condição de procedibilidade a representação do ofendido nos casos de lesão corporal
leve ou culposa. Nas ações em andamento à época, as vítimas foram notificadas a se manifestar quanto
ao prosseguimento ou não dos feitos. Nesse caso, o critério adotado no que se refere às leis processuais
no tempo foi o da

a) interpretação extensiva.

b) retroatividade.

c) territorialidade.

d) extraterritorialidade.

e) irretroatividade.
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116.884.377-46
424.367.908-84
096.542.734-03
016.605.483-65
279.621.338-21
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Manual Caseiro

DireitoÓrgão:
7. (Ano: 2017. Banca: FAPEMS. Administrativo – Dede Polícia). Considerando o artigo
PC-MS. Prova: Delegado
na Súmula!!!
60, da Lei n° 9.099/1995, que dispõe:

O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a
conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas
as regras de conexão e continência.

Assinale a alternativa correta no que concerne ao procedimento dos Juizados Especiais Criminais.

a) Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam
funções na administração da Justiça Criminal.

b) Ao autor do fato que, após a lavratura do termo circunstanciado de ocorrência, for imediatamente
encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante,
mas a autoridade policial poderá exigir-lhe fiança.

c) Nos crimes de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público
deverá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, a ser especificada na proposta de
transação penal.

d) Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras
de conexão e continência, dispensar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos civis.

e) No caso de concurso material de crimes, a pena considerada para fins de fixação da competência do Juizado
Especial Criminal será o resultado da soma das penas máximas cominadas aos delitos.

8. (Ano: 2017. Banca: IBADE. Órgão: PC-AC. Prova: Delegado de Polícia Civil). No que concerne à
legislação que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais (Lei n° 9.099/1995), pode-se
afirmar que:

a) a composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença
irrecorrível, não pode ser executado no juízo civil competente.

b) a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições
dos exames periciais necessários.

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c) ao autor do fato que, após a lavratura do termo circunstanciado , for imediatamente encaminhado ao
juizado ou assumir o compromisso
Direito de aAdministrativo
ele comparecer, não se imporá
– De prisão em flagrante, podendo-se exigir
fiança a critério da autoridade policial. na Súmula!!!
d) consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções
penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 1 (um) ano, cumulada ou não com multa.

e) havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de
arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou
multas, a ser especificada na proposta.

9. (Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: PC-GO. Prova: Delegado de Polícia Substituto). Acerca de
investigação criminal e juizados especiais criminais, assinale a opção correta.

a) No juizado especial criminal, é inadmissível a transação penal caso se comprove que o autor da infração
foi condenado em sentença definitiva por crime ou contravenção penal de caráter culposo ou doloso.

b) Para definição da competência do juizado especial criminal no concurso material de crimes, a soma das
penas máximas cominadas para cada crime não pode exceder a dois anos.

c) Não se admite a transação penal nem a composição civil dos danos nos processos de competência dos
juizados especiais criminais que, por motivo de conexão ou continência, tiverem sua competência deslocada
para o tribunal do júri.

d) O delegado-geral de polícia civil, no âmbito estadual, ou o delegado regional, no âmbito territorial,


poderão, mediante despacho fundamentado, avocar ou determinar a redistribuição de autos de inquérito
policial, sempre que a infração penal a ser apurada for de interesse do Poder Executivo da respectiva unidade
da Federação.

e) Caberá recurso especial contra a decisão da turma recursal dos juizados especiais criminais que negue
provimento a recurso interposto contra sentença penal condenatória, caso seja demonstrada ofensa a
dispositivo de norma infraconstitucional.

10. (Ano: 2014. Banca: Aroeira. Órgão: PC-TO. Prova: Delegado de Polícia). Os Juizados Especiais
Criminais são órgãos da Justiça Ordinária, criados pela União, pelo Distrito Federal, pelos Territórios
e Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência, com seus
processos orientados pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e

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celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação. Nesse sentido, no tocante aos
Juizados Especiais Criminais,
Direito consoante a Lei n. 9.099/1995: –
Administrativo De
na Súmula!!!
a) o autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o
compromisso de a ele comparecer, mediante fiança, não estará sujeito à prisão em flagrante.

b) o juiz poderá determinar, em caso de violência doméstica, como medida de cautela, a retirada da vítima
do lar, domicílio ou local de convivência com o autor.

c) as contravenções e os crimes apenados com detenção que a lei comine pena máxima não superior a dois
anos são considerados infrações penais de menor potencial ofensivo.

d) a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
imediatamente ao juizado, com o autor do fato e a vítima.

GABARITO

1 – A; 2 – E; 3 – B; 4 – A; 5 – A; 6 – B; 7 – E; 8 – E; 9 – B; 10 – D.

Sugerimos a leitura dos dispositivos da Lei dos Juizados Especiais Criminais abaixo pois foram
fundamento de respostas das questões já cobradas em concurso de Delegado.

Ver art. 19 da Lei n. 9.099/95;


Ver súmula vinculante 35;
Ver art. 89 § 3 da Lei n. 9.099/95;
Ver art. 77 § 1 da Lei n. 9.099/95;
Ver art. 69, parágrafo único da Lei n. 9.099/95;
Ver art. 66, parágrafo único da Lei n. 9.099/95 – não se admite a citação por edital no JEC em virtude da
complexidade.
da Lei n. 9.099/95;
Ver art. 74 da Lei n. 9.099/95;
Ver art. 60, parágrafo único da Lei n. 9.099/95;
Ver art. 69 caput da Lei n. 9.099/95;
Ver art. 69, parágrafo único da Lei n. 9.099/95;
Ver art. 74 da Lei n. 9.099/95;
Ver art. 61 da Lei n. 9.099/95 – conceito de IMPO.
Análise feita com base as últimas provas para Delegado pela idealizadora do @manualcaseiro.

11. Referências Bibliográficas

Jurisprudência em teses. Disponível em <


https://scon.stj.jus.br/docs_internet/jurisprudencia/jurisprudenciaemteses/Jurisprudencia%20em%20Teses
%2096%20-%20Juizados%20Especiais%20Criminais%20-%20II.pdf> Acesso em 23.06.2020.
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Jurisprudência em teses. Disponível em <


Direito Administrativo – De
http://www.stj.jus.br/internet_docs/jurisprudencia/jurisprudenciaemteses/Jurisprud%C3%AAncia%20em%
na Súmula!!!
20teses%2093%20-%20Juizados%20Especiais%20Criminais%20-%20I.pdf>. Acesso em 24.06.2020.

As questões do presente material foram extraídas da plataforma do Qconcurso. Disponível em: <
www.qconcursos.com.br>. Acesso em 25.06.2020.

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Justiça Federal não julga contravenções penais. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em: <
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/2cd4e8a2ce081c3d7c32c3cde4312ef7 >.
Acesso em: 24/06/2020.

Legislação Criminal para Concursos: LECRIM / coordenador Ricardo Didier - Salvador: Juspodivm, 2016.
1.024 p. (Códigos e Constituição para Concursos).

Leis penais especiais: comentadas / Coordenadores Rogério Sanches Cunha, Ronaldo Batista Pinto, Renee
de Ó Souza - 3. ed. rev., atual e ampl. - Salvador: Ed JusPodvm, 2020.

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