O documento discute como a vulnerabilidade é comumente vista como fraqueza na sociedade, mas é essencial para relacionamentos íntimos e saudáveis. Ao nos expormos de forma vulnerável, podemos estabelecer maior intimidade com os outros ao invés de ver as relações como disputas onde escondemos nossas fraquezas. Embora assumir vulnerabilidade seja arriscado, escolher alguém próximo para se expor pode fortalecer a relação.
O documento discute como a vulnerabilidade é comumente vista como fraqueza na sociedade, mas é essencial para relacionamentos íntimos e saudáveis. Ao nos expormos de forma vulnerável, podemos estabelecer maior intimidade com os outros ao invés de ver as relações como disputas onde escondemos nossas fraquezas. Embora assumir vulnerabilidade seja arriscado, escolher alguém próximo para se expor pode fortalecer a relação.
O documento discute como a vulnerabilidade é comumente vista como fraqueza na sociedade, mas é essencial para relacionamentos íntimos e saudáveis. Ao nos expormos de forma vulnerável, podemos estabelecer maior intimidade com os outros ao invés de ver as relações como disputas onde escondemos nossas fraquezas. Embora assumir vulnerabilidade seja arriscado, escolher alguém próximo para se expor pode fortalecer a relação.
A vulnerabilidade, em nossa sociedade, é um estado a ser evitado. Sempre ligada a
fraqueza e possibilidade de derrota ou prejuízo. A palavra vulnerabilidade vem do latim vulnerabilis, que significa o que pode ser ferido ou atacado, logo está relacionado a algo que nos fará mal e que devemos evitar a todo custo. Quando estamos em uma luta, temos que tomar cuidado para não nos tornarmos vulneráveis; em uma guerra a vulnerabilidade pode trazer a derrota; pessoas em situação de vulnerabilidade são pessoas expostas a todo tipo de perigo e que devem ser ajudadas. Nada disso é necessariamente mentira. Vulnerabilidade é sim um estado que nos expõe a diversas situações, inclusive de risco. No entanto, uma outra reflexão pode ser feita: em se tratando de relacionamentos, o quanto é ruim estar vulnerável? Somos seres sociais, e vivemos imersos em interações com outros indivíduos, somos parte de uma grande comunidade. Então por que ainda assim temos tanta dificuldade de estabelecermos intimidade com outras pessoas, inclusive aquelas que nos são tão caras? Nosso medo de vulnerabilidade (que até então é entendida como sinal de fraqueza, algo ruim, vergonhoso) nos faz encarar nossos relacionamentos como guerras e disputas: “Não posso demonstrar tanto interesse”; “Só vou me envolver se ele/a me provar que realmente gosta de mim”, entre inúmeras outras frases que demonstram nossas estratégias para proteger nosso território (nosso coração, nossos sentimentos, nossa reputação, nossa carreira, e por ai vai...). Desvendar ao outro nossos segredos e características mais pessoais esta estreitamente relacionado ao nosso medo de ser punido, e isto acaba prevalecendo fazendo com que raras vezes consigamos demonstrar quem realmente somos. Passamos a agir então estrategicamente, sempre no plano racional, e quando partimos pra ação, já esperamos uma reação da outra parte (nosso “adversário”). O quanto isso pode descrever uma relação saudável? Relações de amizade, amorosas, no trabalho, em nossas famílias...O quanto é possível ter uma relação verdadeira e profunda se estivermos sempre escondendo nossas fraquezas, mostrando apenas um lado para o outro? A resposta para isso é que não é possível. Por tanto tempo (e até hoje) temos visto relacionamentos como jogos, e a vida como algo a se ganhar que esquecemos do valor (e do sabor) de relações reais e cruas. Vocês devem estar discordando, pensando que suas relações são sim reais, e que não há jogo em nenhuma delas. Que bom! Fico muito feliz com isso. Mas temo que essa seja a realidade da minoria de nós. Por isso, gostaria de pedir que analisasse hoje a forma como você vem se relacionando nas diversas áreas da sua vida! A maioria de nossas relações, envolve medo de errar, de ser deixado sozinho, de ser julgado, de não ser bom o suficiente e de forma inconsciente estamos nos fechando para que não vejam esses medos; envolve vergonha, do que fazemos, do que pensamos, do que não somos e do que deveríamos ser, e por isso sofremos por não sermos aceitos como realmente somos. Queremos, desejamos uma aceitação incondicional, queremos que os outros convivam com nossos erros, com nossas falhas, mas nos recusamos a mostra-las. Isso torna tudo um pouco mais complicado. Esse jogo de esconde esconde nos traz relações inseguras, instáveis e não profundas. No primeiro sinal de intimidade real, fraqueza exposta ou erro do outro, o castelo começa a ruir. Não quero propor que você dê o seu pior às pessoas, mas por que precisamos escondê-lo a qualquer custo? Por que temos tanto medo de sermos inteiros em nossas relações? De sermos quem realmente somos? E o que isso nos traz? Nos traz medo de errar, porque o erro não é aceitável, e vergonha em falhar, porque não sabemos como o outro vai reagir a nossa falha. Quando na verdade o que queremos e precisamos são contextos de aceitação, de crescimento geral através da compreensão dos limites e características do outro. Entretanto mostrar-se vulnerável a um completo estranho ou a qualquer pessoa sem usar critérios é bastante ariscado. Mas que tal escolher alguém próximo, com quem você gostaria de aprofundar e fortalecer sua relação, e fazer algo que lhe tire da sua zona de conforto e mostre um pouco mais sobre você? Podemos nos comportar a fim de estabelecer intimidade e nos expor de forma mais vulnerável tanto pela fala quanto por gestos. Entre tais comportamentos podemos citar: dar e receber carinho, falar sobre nossas emoções, positivas e também negativas, contar algo doloroso sobre nossa história, demonstrar nossos temores, pedir ajuda, deixar-se chorar em frente de outra pessoa, solicitar afeto, reconhecer seus erros e limites, etc. Enfrentar o medo de ser punido e assumir o risco ao se colocar vulnerável não é fácil, mas é recompensado pelo maior envolvimento com as pessoas, por usufruir de comportamentos de intimidade de ambos os lados, por relações mais saudáveis, profundas e duradouras.
Cibely Francine Pacifico (CRP 08/17607)
Graduada em psicologia pela Universidade Estadual de Londrina, e especialista em neuropsicologia. Atualmente é sócia-fundadora do Núcleo Evoluir - Psicoterapia, Neuropsicologia e Ciência do Comportamento, de Londrina - PR, onde atua como psicóloga clinica
Paula Renata Cordeiro de Lima (CRP 08/17354)
Graduada em psicologia pela Universidade Estadual de Londrina, e mestre em Análise do Comportamento pela mesma instituição. Atualmente é sócia-fundadora do Núcleo Evoluir - Psicoterapia, Neuropsicologia e Ciência do Comportamento, de Londrina - PR, onde atua como psicóloga clinica, também é