Você está na página 1de 12
Capitulo 6 - Treligas 6.1, Definigao Denomina-se treliga plana, 0 conjunto de elementos de construgao (barras redondas, chatas, cantoneiras, |, U, etc), interligados entre si, sob forma geométrica triangular, através de pinos, soldas, rebites, parafusos, que visam formar uma estrutura rigida, com a finalidade de resistir a esforcos normais apenas. A denominacao trelica plana deve-se ao fato de todos os elementos do conjunto pertencerem a um tnico plano. A sua utiizagdo na pratica pode ser observada em pontes, viadutos, coberturas, guindastes, torres, etc. Dois métodos de dimensionamento podem ser utlizados para as trelicas: ‘+ Método dos Nés ou Método de Cremona * Método de Ritter ou Método das Segdes (analiticos e usados com maior freqiéncia) 6.2. Métodos dos Nés ou Método de Cremona A resolugdo de treligas planas pelo métado dos nés consiste em verificar 0 equilibrio de cada né da trelica, seguindo-se os passos descritos a seguir: (a) determinagao das reagdes de apoio (b) identificagao do tipo de solicitago em cada barra (barra tracionada ou barra comprimica) (©) verificagdo do equillbrio de cada né da treliga, iniciando-se sempre os cAlculos pelo né que tenha o menor niimera de incdgnitas. Exemplo 1 Determinar as forcas normais nas barras da trelica dada Professor Luciano Rodrigues Ornelas de Lima 50 e-mail lima@rde puerio br Sala 5016 ~ Bloco A. Solugao (a) Célculo das reacées de apoio As reagbes de apoio em Va @ em Vp so iguais, pois a carga P esta aplicada simetricamente aos apoios. Portanto, Pp Va =Vp = 2 (b) Identificacdo dos esforcos nas barras As barras 1 @ 5 est%io comprimidas, pois equilibram as reagdes de apoio. A barra 3 est tracionada, pois equilibra a ado da carga P no né D. As barras 2 e 4 esto tracionadas, pois equilibram as componentes horizontais das barras 1 5 (c) Calcul dos esforgos nas barras Inicia-se 0 célculo dos esforgos pelo né A, que juntamente com ond B é o que possui o menor ntimero de incégnitas. DA, =o F,=— P= Peosseou '"Qsena 2 A DF =9 a os ¥ Fp =F; cos. iz = Fy = P80 _P cata sena 2 Determinada a forca na barra 2, 0 n6 que se toma mais simples para os célculos & 0 né D. Diy =0 Fy=P STF =0 Para determinar a forga normal na barra 5, utiliza-se 0 né B. Professor Luciano Rodrigues Omelas de Lima email: lima@rde.pue-io.br Sala 5046 - loco A 54 XA As forgas normais nas barras 4 e 5, podem ser determinadas através da simetria da estrutura e do carregamento aplicado. Exemplo 2 Determinar as forcas normais nas barras da trelica dada. Solugéo © Angulo a formado pelas barras 1 e 2 e pelas barras 4 e 5 deve ser determinado: tga=48 0,75 = «=37° (sen 37° = 1,60 @ cos 37° = 0,80) (a) Calculo das reagées de apoio DMa Sr) =0 a (a priori, adotar-se-4 como positive, o momento no sentido horario) —Vp(4)+20.2+6.1,5=0 4 Vp = 12,25 kN Professor Luciano Rodrigues Omelas de Lima 52 emai de puc-rie.br Sala 5016 ~ Bloco A Agora, pode-se utilizar a equago do somatério das forcas verticais para obter- se a reagao vertical no apoio B Va + Vp =20=> Va =7,75 KN E finalmente, aplicando-se a equagéo do somatério das reagées horizontais igual a zero, tem-se. DH=0=H, -6=0=H, =6KN (b) Calcul dos esforgos nas barras ia-se 0 calculo dos esforgos pelo né A, que juntamente com o né B & o que possui o menor ntimero de incégnitas. Dy =0 Fy sen37°=Va Fz =Ha +F;cos37° Fy =6+129.08=163 kN Determinada a forga Fz, 0 né que se tora mais simples para prosseguir os calculos € 0 né C. Dr =0 F, =Fp =163KN dA F=20kN Para determinar a forga normal na barra 5, utiliza-se 0 né B. F5 sen 37°=Vp Fs = 20,42 KN Po ae 1835, sot = Exemplo 3 Determinar as forgas normais nas barras da treliga dada. D E if \\ J/\ ae ant | ve te an—> 20) — — 240m 240 Solugdo © Angulo « formado pelas barras 1 e 2 e pelas barras 4 e 5 deve ser determinado: ,80 e cos 53° = 0,60) tga=2 = 0. =53° (sen 53° = Professor Luciano Rodrigues Ornelas de Lima 54 email: lima@rde-puc-io.br ‘Sala 5016 ~ Bloco A. {c) CAlculo das reagées de apoio a Ma = Didi a (@ priori, adotar-se-é como positive, o momento no sentido horario) 1D) = Vp (48) +40.2,4+6.1,6=0 Vg =22kKN Agora, pode-se utilizar a equagao do somatério das forcas verticais para obter- se a reagao vertical no apoio B. Va + Vp =40 = Va =18KN E finalmente, aplicando-se a equagao do somatério das reagdes horizontais igual a zero, tem-se, SH=0 Ha -6=0 Ha, =6KN (d) Céleulo dos esforgos nas barras, Iniciando-se 0 calculo dos esforgos pelo né A, determina-se a forca normal nas barras 1 e 2. Dy =0 Fy sen53°= Va 8 Fy =—— =22,5kN 108 Fz =H, +F; 00853? Fo =6+22,5.06=19,5 kN Determinada a forga na barra 1, pode-se utilizar 0 né D para calcular F: Fy. 85 DA =o Fs cos 37° =F, cos 37° :2,5kN Faq =(F; +Fg)sen37° F, =(2.225).0,6=27kN Oné B é conveniente para os calculos das forcas nas barras 6 e 7. DF =0 Fy sen 53°= Vg Fe =F 08 53°=27,5.0,6=16,5kN Finalmente, efetuando-se o equilibrio do né E, determina-se a forga na barra 5, ’ SF =0 Fs cos 37°=F; cos 37° Fs =F7 =27.5kN Professor Luciano Rodrigues Omelas de Lima 56 ‘email: limad@rdc.puc-io.br ‘Sala 5016 ~ Bloco A. 6.3, Métodos das Segdes ou Método de Ritter Para determinar as cargas axiais atuantes nas barras de uma treliga plana, através do método de Ritter, deve-se proceder da seguinte forma: (a) corta-se a treliga em duas partes; (b) adota-se uma das partes para verificar 0 equilibrio, ignorando-se a outra parte até o préximo corte. Ao cortar a treliga deve-se observar que o corte a intercepte de tal forma, que se apresentem no maximo 3 incdgnitas, para que possa haver solugao, através das equagdes de equilibrio. E importante ressaltar que entrar nos cdlculos, somente as barras da treliga que forem cortadas, as forgas ativas e reativas da parte adotada para a verificacao de equilibrio. (©) Repetir 0 procedimento, até que todas as barras da trelica estejam calculadas. Neste método, pode-se considerar inicialmente todas as barras tracionadas, ou seja, barras que “puxam” os nés, as barras que apresentarem sinal negativo nos célculos, estaro comprimidas. Exemplo 4 Determinar as forgas normais nas barras da treliga dada. OA OT f a A 53: 535 \ 538 BY : 2 & Solugdo A altura h é determinada através da tangente de 53°: h=tg53°=h=1,33m. (a) Calculo das reagdes de apoio Devido a simetria da estrutura e do carregamento, Va = Ve =P /2 (b) Calculo dos esforcos nas barras Para determinar a carga axial nas barras 1 e 2, aplica-se o corte AA na trelicae adota-se a parte a esquerda do corte para verificar o equi Professor Luciano Rodrigues Ornelas de emmall: _ Sala 5016 ~Bloco A Dy =o F; sen 53° + 57 ee te 2sen53 Fy= -0,625 P (barra comprimida) Dre=0 F, +P, c0s63°=0 Fo F; cos53° (20s) F, = + 0,375 P (barra tracionada) Através do corte BB, determina-se as forgas nas barras 3 e 4. Ye =0 P P 133F, +22 =0-F, --- eat Cetra tag Fa Dry =0 P Fg sen53°=— z 2 0.75P (barra comprimida) pan ece 2sen5s° =0,625P (barra tracionada) Como a treliga é simétrica, pode-se condluir que: 0,625 P = +0,375P = +0,625P Professor Luciano Rodrigues Ornelas de Lima 58 emi ede. pucrio be ‘Sala 5016 = Bloco A O75P -0,625 P Le P 7 P 0,625 P +0,375 P 0.375 P Exemplo 5 Determinar as forcas normais nas barras da trelica dada Solugao O Angulo « é determinado através de sua tangent. 2 tga=s=150=45° 2 (a) Calculo das reagées de apoio 2 Ma = Didi =0 a (a priori, adotar-se-A como positive, o momento no sentido horério) [3\ = Vp (6)+36.4418.2=0 Vp = 30kN Agora, pode-se utiizar a equago do somatério das forgas verticals para obter- se a reacdo vertical no apoio B. Va +Ve #54 Va =24KN Professor Luciano Rodrigues Ornelas de Lima 59 imag@rde.puc-rio.be ‘016 Bloco A (b) CAlculo dos esforgos nas barras Através do corte AA, determina-se as cargas axiais nas barras 1 € 2. “ @ Dry =0 ‘ 5 y Fy sen 45° +24=0 Eee 0707 F, = -33,95 kN (barra comprimida) TF. =0 Fp +Fy cos 45° Fa F, cos 45° =~ (33,95)0,707 F, = + 24 KN (barra tracionada) Aplica-se 0 corte BB na treliga, e adota-se a parte & esquerda para calculo, para que se determine a forga axial nas barras 3 e 4. dF =0 Fy =+24KN (barra tracionada) Mp =0 2F4 +24.2=0=9F4 =-24kN 2a] (barra comprimida) Para determinar as foreas nas barras § e 6, aplica-se 0 corte CC, ¢ adota-se a parte & esquerda do corte para calculo. Ay =0 Fy sen 45° +24-18=0 6 —S_ = -849kN o707 Fe Professor Luciano Rodrigues Omelas de Lima 60 e-mail: lima@rdeoue-tio.be Sala 5016 Bloco A (barra comprimida) Me =0 = 2Fg +4.24-18.2=0-Fg =30kKN (barra tracionada) No corte DD, isola-se 0 né F, para determinar a forga na barra 7 € 8. Dry =0 F, =+36KN (barra tracionada) Di=0 Fg =Fo = 30KN (barra tracionada) Através do corte EE, determina-se a forca axi DFy =o Fy sen45°+30=0 30 SS _ =-42,43kI O707 = *243KN (barra comprimida) Fy =

Você também pode gostar