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1
Originalmente Pilules bleues.
2
Prêmio brasileiro destinado aos quadrinhos.
3
Escola Superior de Artes Aplicadas.
4
Informação retirada do site:
< https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/12/04/aids-sintomas-iniciais-da-infeccao-
por-hiv-podem-ser-confundidos-com-gripe.htm >
vírus, devido à rapidez do desenvolvimento da doença e à debilitação do corpo
sem os tratamentos adequados. Esses fatores, unidos aos estigmas sociais,
tornaram a população soropositiva bastante excluída e vítima de preconceitos,
na maioria das vezes causado por falta de conhecimento ou por ideias
errôneas difundidas no início da descoberta do vírus em humanos, algo que é
até hoje replicado por grande parte da população.
À respeito da condição dos portadores do vírus HIV, devemos
ressaltar que existem inúmeras diferenças de acordo com o organismo de cada
indíviduo,o tempo de descoberta e o acompanhamento médico feito por cada
paciente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS),nem todos
os portadores do vírus HIV são portadores da AIDS,ao ser contaminado pelo
vírus HIV, é imprescindível que se inicie o tratamento médico para que a AIDS
não seja desenvolvida, dessa forma, o paciente pode conviver normalmente
com o vírus;com o acompanhamento e medicações regulares, na maioria dos
casos a carga viral torna-se indetectável. A AIDS é a infecção causada pelo
vírus HIV, sem o tratamento antiviral correto, o vírus ataca células específicas
do sistema imunológico de maneira a enfraquecer todo o organismo, o que o
deixa suscetível as conhecidas como “ doenças oportunistas”
(pneumonia,infecções e parasitas), esse processo acaba por deixar os
pacientes vulneráveis muitas vezes acarretando à morte,o grande estigma que
envolve os pacientes vêm dos primeiros casos em que devido a falta de um
tratamento adequado muitos pacientes eram acometidos pelas doenças
oportunistas,com os tratamentos atualmente disponíveis dificilmente um
indivíduo contaminado pelo vírus HIV irá desenvolver a AIDS.
A importância da narração de Pílulas azuis diante de uma
sociedade ainda tão presa a estigmas relacionados ao HIV torna-se inegável;
no ano de lançamento da primeira versão da história, 2001, os estudos acerca
da AIDS ainda eram extremamente primitivos se considerarmos que o vírus só
havia comprovadamente sido descoberto cerca de 20 anos antes, em um
período que a evolução médica e tecnológica ainda caminhava a passos curtos
e os tabus sociais eram ainda mais latentes.
Mais do que apenas sobreviver com o HIV, Frederick mostra como
conviver com o vírus como um fator da rotina de seu relacionamento e não
como um empecilho. O casal unido desvenda os mistérios e cuidados
necessários para uma vida saudável e segura, consolidando assim a relação
de amor e construindo uma família.
O objetivo geral deste trabalho é analisar a história de Pílulas azuis
na instância da desmistificação dos preconceitos com indivíduos soropositivos.
Como objetivos específicos, pretendemos a) examinar no livro a utilização do
signo “doença”, que é colocado de maneira distante do significado usual; b)
pesquisar os diálogos entre signos verbais e não-verbais presentes na história;
e c) analisar a relação de uma casal soro-discordante de acordo com a
perspectiva do narrador.
Este estudo foi dividido em três capítulospartes, da seguinte forma:
ao primeiro se fundamenta teoricamente em Susan Sontag (1978-1989), em
suas obras que discutem de que forma o signo doença é representado num
contexto de senso comum e como as interpretações acerca de enfermidades
podem ser diferentes de acordo com a cultura, ainda que, do ponto de vista
médico, a aquisição dessas patologias sejam inerentes aos indivíduos.
Posteriormente, na segunda seção, usaremos de referencial teórico científico
para esclarecimentos a respeito da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
presentes na obra através de elementos gráficos e verbais presentes em
Pílulas Azuis., pPara isto, portanto, nos utilizaremos da obra de Umberto Eco
( 2007) para formular diálogos a fim de analisar a estrutura comunicativa, e de
Décio Pignatari (2004), que busca estabelecer relações significativas em
diferentes linguagens e códigos dentro da obra literária. Para ao últimao seção,
capítulo temos a análise da obra Pílulas azuis a partir do que foi discutido nas
seções anteriores, de forma que em cada um dos subtópicos nos utilizaremos
de distintos signos para exemplificar as ideias expostas. Para esta seção,
dentre outros referenciais, traremos o estudo de Tzvetan Todorov (1970), que
examina as estruturas das dimensões narrativas contidas na literatura
reformulando conceitos do formalismo russo no âmbito do pós-estruturalismo.
Nessa seção, a atividade de análise será foi bastante onerosa,
visto que requereru um intenso trabalho de observação de elementos gráficos e
verbais contidos ao longo da história existente nos quadrinhos e no epílogo,
adicionado nas versões a partir de 2015, que apresentando a história da família
Peeters treze anos depois da primeira publicação do livro. A seleção
bibliográfica deste estudo, como um todo, busca proporcionar aos leitores
interpretações diversas e que se diferenciam do senso comum, como deve ser
o objetivo dos trabalhos acadêmicos.
2. A LITERATURA E O PERCURSO DA DOENÇAREPRESENTAÇÃO
LITERÁRIA
Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/princesa-diana-e-o-aperto-de-
maos-que-representou-uma-conquista-na-luta-contra-o-estigma-social-da-aids.phtml. Acesso
em: 07 maio 2021.
Ao final dos anos 80 e início dos anos 90, juntamente com a grande
evolução de medicamentos e tratamentos para o vírus HIV e suas doenças
oportunistas, mais um estigma foi associado à doença: Aalém dos indivíduos
homossexuais, a parcela de pacientes usuários de drogas injetáveis que
tepostavam positivo para AIDS, era assustadora., nNesse tocante o governo
estabelece metas e campanhas de conscientização populacional com temas
como “ cuide de si e também dos outros”, Aa lém partir de 1988 a Organização
Mundial de Saúde (OMS)de declarar o dia 1 de dezembro como o dia mundial
da luta contra a AIDS,no tocante ao estarrecedor aumento de casos da doença
o governo estabelece metas e campanhas de conscientização populacional
com temas como “cuide de si e também dos outros”,slogan do dia mundial de
luta contra a AIDS em 1989.
neste período estima-se que mais de 10 milhões de indivíduos já haviam se
contaminado pela doença.
Em 1995, pela primeira vez fala-se em cura da AIDS, após o início
do tratamento com o primeiro “coquetel” de medicamentos., Aapós sua
utilização, a mortalidade diminuiu imediatamente e a imunidade melhorou,
proporcionando a recuperação das conhecidas como infecções conhecidas
como oportunistas., Aapós a grande euforia, os exames indicaram uma
evolução, mas não a eliminação total do vírus no organismo dos pacientes.
Apesar da cura não acontecer, a evolução medicamentosa diminuiu a
transmissão viral entre mães e bebês, assim como o índice de mortes de
indivíduos já infectados.
O advento do séc. XXI estabeleceu mudanças significativas em
diversas áreas no mundo inteiro, com a pesquisa e tratamento da AIDS não foi
diferente, a partir desse período, as condições de possíveis contaminações
pelo vírus e as medidas de precaução foram e ainda são amplamente
divulgadas por estratégias dos governos de todos os países; para indivíduos já
infectados ou que foram expostos ao vírus, existe um tratamento eficaz que , se
seguido corretamente, torna a carga viral indetectável, proporcionando uma
vida plena aos pacientes.; Eem Pílulas azuis, Cati e seu filho seguem o
tratamento de maneira correta, com acompanhamento médico regular que
propicia saúde e qualidade de vida aà ambos., cCom ajuda médica, Cati e
Frederik inclusive têm uma criança não portadora do vírus.
Sontag (1989) afirma que: “Na formulação mais recente de Karl
Menninger, a doença é em parte aquilo que o mundo fez a uma vítima mas, na
maior parte, é aquilo que a vítima fez ao seu mundo e a si mesma.” Este
excerto traz o pensamento ainda hoje difundido sobre os portadores do vírus
HIV,e AIDS, apesar do intenso trabalho dos profissionais de saúde e os
governos, o preconceito com indivíduos soropositivos é ainda muito latente da
sociedade., eEsse fato prejudica a comunidade como um todo, e alguns os
indivíduos que se expõem ao vírus são resistentes a realizar os exames e
tratamentos na maioria das vezes porque não querem carregar consigo um
estigma social, pois para grande parte da população, diversas IST’S (Infecções
sexualmente transmissíveis) mas sobretudo a AIDS, são o sinônimo de uma
sentença de morte cruel e solitária.
As manifestações artísticas, como o cinema e a literatura, entram
como artifícios para contar a história de maneira que consigam quebrar os
padrões já tão reproduzidos socialmente, além de personagens históricos,
como Cazuza e Freddie Mercury, que se tornaram símbolos da luta contra a
AIDS, existem diversas produções, que têem o intuito de causar comoção aos
espectadores mostrando as vivências do portadores do vírus, uma delas,
Filadélfia (1993), concedeu a Tom Hanks um Oscar de melhor ator pela
interpretação de um indivíduo homossexual portador de HIV que contrata um
advogado homofóbico para defender seu caso perante a justiça. Além das
manifestações,muitos artistas apoiam as campanhas de conscientização e
combate a AIDS,sobretudo figuras emblemáticas que foram acometidas pelo
vírus como Freddie Mercury e Cazuza que faleceu em decorrência da doença
em 1990, após sua morte, sua família fundou a “Sociedade Viva Cazuza” que
atendeu adultos e crianças portadoras do vírus HIV por mais de 30 anos.
Apesar da importante referência de situações cotidianas nos meios
artísticos, muitas obras têem seu conteúdo exibido de forma branda para que
sejam bem aceitos pela produção e pelos consumidores de determinada obra,
é possível perceber situações como essa no filme A cura (1995), que narra a
história de amizade de Dexter e Eric, duas crianças onde uma foi contaminada
pelo vírus HIV durante uma transfusão de sangue., cConcordamos com o
crítico Stephen Holden, quando diz:
"Quando "The Cure" centra-se nos ritos da infância, ele evoca com
uma claridade intensa a mistura especial de inocência, a curiosidade,
terror e bravatas que leva as crianças para cometer atos
desesperados. Embora o filme lança-se diligentemente em um nível
mais elevado do que o típico filme de doença-da-semana na
televisão, ocasionalmente tem lapsos no sentimentalismo. E a sua
imagem dos estragos da AIDS é muito amolecida, sendo reduzida a
sintomas de fraqueza, febre ocasional e alguns ataques de tosse
leve. [...] O que ele [o diretor Peter Horton] e o roteirista, Robert Kuhn,
criaram é um filme de amigos pré-adolescentes, cujo comovente
apelo emocional não depende do fato de que um dos personagens
principais tem uma doença fatal." ( Stephen HOLDEN, The New York
Times, 21 de abril de 1995).
“A semiótica tem muito a ver com o que quer que possa ser assumido
como signo. É signo tudo quanto possa ser assumido como um
substituto significante de outra coisa qualquer. Esta outra coisa
qualquer não precisa necessariamente existir, nem substituir de fato
no momento em que o signo ocupa seu lugar. Nesse sentido, a
semiótica é, em princípio, a disciplina que estuda tudo quanto possa
ser usado para mentir. Se algo não pode ser usado para mentir, então
não pode também ser usado para dizer a verdade: de fato, não pode
ser usado para dizer nada. A definição de 'teoria da mentira' poderia
constituir um programa satisfatório para uma semiótica geral” (ECO,
1975, p. 4).
Figura 3- Apresentação
de Pílulas azuis.
Fonte: Peeters (2015). PEETERS,Frederick.Pílulas azuis.
Fonte:PEETERS,Frederick.Pílulas azuis,p.155.
Fonte: Peeters (2015, p. 155)
Figura 16-Liberdade.
Seção 2
Seção 3
NÖTH, Winfried.A semiótica no século XX. São Paulo: Annablume, 1996. 314
p.
MESMO nas relações estáveis, a camisinha nunca deve ser deixada de lado.
Correio Braziliense.10/06/2018. Disponível
em:<https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2018/06/10/interna_revista
_correio,687203/mesmo-nas-relacoes-estaveis-a-camisinha-nunca-deve-ser-deixada-de-
lad.shtml> Acesso em: 19/06/2021.