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Copyright © 2020
Edição e Revisão: Everton Edvaldo.
Capa: Menezes Neto.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de
19/02/1998. É expressamente proibida a reprodução oral parcial
deste livro, por quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos,
fotográficos, gravação e outros), sem prévia autorização, por escrito
do autor.
Prefácio
Introdução:
Cap. 01: A liderança feminina na Criação
Cap. 02: A liderança feminina no Antigo Testamento.
Cap. 03: A liderança feminina no Novo Testamento.
Cap. 04: Dúvidas mais frequentes sobre o Tema
Cap. 05: Colocando os complementaristas em ‘maus
lençóis’.
Cap. 06: Uma reflexão sobre a Carta Magna da
Humanidade
Conclusão:
Referências
Prefácio
Um labor que holisticamente tem como proposta defender
efusivamente a liderança feminina, inclusive pastoral, sem
ideologias indevidas, mas com uma preocupação teológica
primacial, tem que ser lido por quem concorda ou não com tal
perspectiva que estar a ser tratado nele, ou até por quem tem uma
percepção “híbrida”. Sendo assim, temos aqui um livro que fortalece
quem concorda com o que o autor tenta provar, um excelente
contraponto interessante para quem “discorda”, e uma provocação
aos quem ainda não tem uma definição.
Endossar um trabalho assim não é pelo fato então de aceitar
diretivamente e imperativamente tudo o que é desenvolvido pelo
autor, mas sem dúvidas admitir seu saudável desejo, e que
podemos então concordar que suas perspectivas não existem do
“nada”. Temos assim neste livro um “multiverso” de possibilidades
necessárias, para que este assunto não seja trabalhado por
ideações feministas e modinhas, nem por machismos e
engessamentos tolos. Somente a Bíblia é “canônica”. Somente as
Escrituras Sagradas é sim, infalível e inerrante. Sendo assim, tenho
a alegria de saber que neste material desenvolvido pelo autor, não
há uma proposta de uma “palavra final” sobre o assunto, mas de
vanguarda no pensar sobre o assunto. E em um mundo “líquido”, a
“solidez” de devidas conversas é urgente, justa e necessária.
Penso também que em um mundo dominado pelo
“politicamente correto”, onde assuntos como este é tratado sem
pesquisa, conhecimento bíblico indutivo, uma sensata teologia
analítica, conexões teológicas amplificadas e por uma espécie de
ilações convenientes de uma ideação do tipo “Ctrl C”, “Ctrl V”
(copiando e colando), temos neste material, bons conceitos
estabelecidos e não “fórmulas prontas”. A liderança é uma grande
responsabilidade. Liderar não é meramente “mandar” nos outros.
Liderar é também guiar, orientar, exortar, ensinar e preparar as
pessoas. Sendo assim as mulheres exercem isto em muitos níveis,
até mesmo invisivelmente, sem credenciais eclesiásticas por vezes
e “ordenações”.
Particularmente entendo que a liderança feminina, de modo
geral, pode ser exercida, com algumas ponderações em relação a
um possível pastorado. Por exemplo, há bases para entendermos
que há “camadas e níveis de pastorado” nas Escrituras. Isto fica
claro quando fazemos uma macro análise hermenêutica Contextual
e Cultural, Léxica e Sintática, e até mesmo teológica. Isto posto, o
que temos proposto pelo autor é uma reflexão que é concordante
com a necessária temperança que temos de ter em tudo,
principalmente neste atual “modus vivendis” que não sabe lidar com
o contraditório. E assim, desejo que cada leitor compreenda a
seguinte verdade bíblica: “Lembrem-se dos seus líderes, que
transmitiram a palavra de Deus a vocês. Observem bem o resultado
da vida que tiveram e imitem a sua fé” (Hebreus 13:7).
Linaldo Junior (Pastor, Professor, Teólogo)
Introdução:
Geralmente, quando digo que sou a favor do pastorado
feminino, as pessoas que me conhecem como um estudioso sério
das Escrituras, me olham com certa desconfiança. A primeira
pergunta que me fazem é: qual é a base bíblica para o pastorado
feminino? Uma coisa que tenho percebido costumeiramente é que
essa pergunta não vem desacompanhada de pressupostos
pessoais. Como assim desacompanhada? O que quero dizer é que
dependendo de quem está fazendo a pergunta, podem existir várias
motivações, como: desejo sincero de aprendizado, ignorância,
preconceito, curiosidade, ironia, etc. Isto também significa dizer que
nem todas as pessoas estão preparadas para conversar sobre esse
assunto. Por isso, é um grande desafio falar desse tema![1], pois há
pessoas que são contra o pastorado feminino, por diversos fatores
que não são necessariamente motivações bíblico-doutrinárias.[2]
Levando em consideração as motivações desse público tão
diversificado, pretendemos abordar a questão estritamente sob o
prisma das Escrituras para que somente ela seja de fato suficiente.
Então vamos analisar esse assunto à luz de passagens
emblemáticas da Bíblia, tanto do Antigo, como do Novo Testamento.
Falaremos sobre algumas personagens que exerceram liderança e
trataremos de alguns princípios bíblicos que devem nortear nosso
pensamento. Além disso, daremos ênfase em responder as
principais objeções contrárias à liderança feminina na igreja. Boa
leitura!
Capítulo 01
A Liderança Feminina na Criação
Uma das ideias que favorece a visão de que Paulo não era
contra, é a estruturação que ele faz em Efésios 4.11, onde ele diz
que Deus concedeu dons aos homens. Que dons são esses?
1. Apóstolos
2. Bispos/Presbíteros e Anciãos
3. Diáconos
4. Auxiliares/Cooperadores
Além disso, a lei a qual Paulo se refere não pode ser a Torá
escrita por Moisés, pois “nenhum texto do A.T impede as mulheres
de falar ou exige sua submissão em assembleias.” Neste ponto,
Payne e MacGregor estão em concordância. MacGregor ainda
garante:
“...os dois mandatos (silêncio e submissão) são explícitos na Torá oral. A
Mishnah (M. Ketub. 7: 6) declara que é pecaminoso para uma mulher "falar
com qualquer homem" em assembleias, e o historiador Josefo do século I
d. C (Ag. Ap. 200–1) relata a seguinte instrução da Torá oral: “A mulher, diz
a lei, é em todas as coisas inferior ao homem. Que ela seja submissa.”
Como Payne observa, “embora 1 Coríntios 14:34 não esteja em harmonia
com o uso da 'lei' por Paulo, ela se encaixa perfeitamente aos apelos
judaicos à lei oral.” O mesmo vale para 14.35: “Mas se elas desejam
aprender alguma coisa, pergunte a seus próprios maridos em casa”, o que
é diretamente paralelo ao filósofo judeu helenístico do primeiro século d. C,
Filo de Alexandria, em um comentário sobre a Torá oral: “O marido parece
competente para transmitir o conhecimento das leis à sua esposa”
(Hipotética 8.7.14).[127]
“Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher;
pois todos são um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3:28)
Paulo escreveu essa frase numa época onde mais da metade
da população era composta por escravos. Naqueles dias, os status
e os papéis das pessoas eram definidos pela etnia, sexo e classe
social. No entanto, neste texto, ele ensina que não é o nosso status
natural que nos define, mas o nosso renascimento espiritual em
Cristo. Isto significa dizer que estar em Cristo redefine não somente
o nosso status perante Deus, mais também redefine o nosso
relacionamento um com o outro. Essa Cristologia dá cor, sentido e
direção à nossa eclesiologia e ortopraxia. Ou seja, é algo que afeta
nossos relacionamentos a partir do momento que nos tornamos
novas criaturas. Eis aí o versículo de ouro do igualitarismo
evangélico! Nas palavras de Tim Peck:
“O pecado estragou a unidade, a igualdade e a afinidade entre homens
e mulheres, resultando em desunião e uma hierarquia de gênero em
que as mulheres eram unilateralmente subordinadas aos homens
(Gênesis 3:16). Por causa do ato redentor de Jesus, contudo, há
novamente a possibilidade real de igualdade, afinidade e harmonia entre
os sexos. Em Gálatas 3:28, e passagens semelhantes, recebemos “uma
visão redentora da vida comunitária”. [134]
Alguns teólogos complementaristas negam que esse texto
ensine igualdade e afirmam que o texto trata na verdade de
unidade. Bem, muito embora esteja ausente nesta declaração o
termo isotes (igualdade), está claro que o texto ensina isso. Paulo
não tem em mente a ideia de que em Cristo, as diferenças físicas
são obliteradas, mas sim as diferenças socialmente impostas. Isto é,
nossas diferenças materiais ou corporais permanecem como parte
da rica diversidade que Deus pretendia para a humanidade e são o
fundamento de uma igreja forte e vital, no entanto, a condição social
a qual os homens e as mulheres foram sujeitos desde a antiguidade
não são relevantes para Deus. Isto livra o igualitarismo da falsa
acusação de ensinar androginia.[135] Quando se trata de entrada,
filiação e relacionamento dentro da família de Deus, as distinções de
sexo são "irrelevantes". Elas não contam. Isso não quer dizer que as
pessoas que compõem a família de Deus sejam "sem sexo" (nem
hermafrodita ou andrógina).
Por outro lado, aqueles que negam que a igualdade bíblica
ensinada por Paulo tenha implicações e aplicações sociais, estão
desconsiderando o próprio contexto geral da carta aos Gálatas que
foi escrita justamente para corrigir um problema social: os cristãos
judeus x os cristãos gentios.[136] De acordo com Faith Martin,
algumas observações precisam ser feitas com relação à Epístola
aos Gálatas:
“1. Paulo está falando sobre mudança, mudança radical. Antes da vinda
de Cristo, os crentes estavam sujeitos à Lei; escravizado é a descrição
de Paulo de estar sob a lei. Agora, os crentes são adotados por
Deus. Nós somos Seus filhos e não somos mais escravos.
2. Esta passagem não está falando sobre um tempo futuro em que os
erros serão corrigidos, mas está pedindo ação no presente. “Mas agora
que a fé chegou, não estamos mais sujeitos a um disciplinador, pois em
Cristo Jesus todos vocês são filhos de Deus pela fé” (3: 25-26).
3. Paulo está exigindo mudanças no comportamento deles. Seu modo
de adoração deve corresponder à sua teologia. Os judeus e gentios
deveriam adorar juntos - como pessoas libertadas da lei. Tanto os
judeus quanto os gentios precisavam começar a "agir consistentemente
com a verdade do Evangelho". Os judeus deveriam adorar com os
gentios, e os gentios deveriam resistir à circuncisão. Paulo não está
pedindo um sínodo para encontrar e assinar uma declaração de
igualdade "espiritual". Ele não quer palavras; ele quer ação.
4. Paulo diz aos gentios que defendam sua própria liberdade em Cristo
e se recusem a ser circuncidados; embora tenham nascido como
gentios, eles têm direitos iguais aos cristãos judeus. "Se você pertence a
Cristo, então você é descendente de Abraão, herdeiro de acordo com a
promessa."
5. São os cristãos gentios - o grupo que está sendo discriminado - quem
Paulo repreende. Eles deveriam ter se mantido firmes em sua
liberdade. “Pela liberdade, Cristo nos libertou. Permaneça firme,
portanto, e não se submeta novamente a um jugo de escravidão” (5: 1).”
(MARTIN 1995)
Sem dúvida, Gálatas 3.28 deve nortear e clarear todas as
eventuais restrições de Paulo em seus escritos e não vice-versa.
Este é um argumento, inclusive do renomado F.F Bruce:
“Se forem encontradas restrições em outras partes do corpus paulino ...
elas devem ser entendidas em relação a Gal. 3:28, e não vice-
versa (Gálatas, p.190).”
Payne diz: “Este versículo não está apenas dizendo que
gentios, escravos e mulheres podem ser salvos. Todo mundo
aceitou isso. Paulo claramente pretendia através de 3:28 proibir a
exclusão de gentios como um grupo de qualquer privilégio ou
posição na igreja. Os judeus não apenas devem aceitar os gentios
crentes como membros da comunidade de fé, mas devem recebê-
los na mesa da comunhão. Eles devem tratá-los como iguais e não
devem cometer discriminação contra eles.”[137]
Os escritos de Paulo não separam a teologia da ética, sendo
assim, é presumivelmente certo que não devemos interpretar essa
passagem somente como um indicativo de nossa iniciação à
dimensão de Cristo, mas também como um paradigma para todos e
cada um dos salvos. Nas palavras de Margaret Mowczko:
“Gálatas 3:28 é mais do que apenas uma maravilhosa declaração
teológica. É também uma poderosa declaração sociológica. A igualdade
e a unidade de Gálatas 3:28 é o que a igreja deve aspirar. É isso que
aspiro.”[138]
Eu também! Por isso creio que as mulheres podem ser
ministras ordenadas porque creio que o Evangelho não as exclui
desta benção e dádiva. Negar que esta é uma implicação e
aplicação direta desse texto é querer limitar a meta-ética paulina.
Não nos esqueçamos que esse texto foi o carro-chefe usado
por grandes teólogos do passado como John Wesley para a luta
contra a escravidão!
Em última instância, assim como John Wesley, me sinto
convocado para ser agente de mudança na consciência das
pessoas e na sociedade, promovendo um espaço onde todos
(igualmente) possam usufruir dos mesmos espaços e oportunidades
na igreja, na medida em que são chamados pelo próprio Cristo!
Conclusão:
[8] “As palavras ‘carne da minha carne’ refletem ideias bíblicas de parentesco,
status compartilhado.” (GILES 2014)
[12] “Não há nada no texto que sugira que o homem, por ter sido criado
primeiro, seja o líder. Se seguirmos essa lógica, teríamos que dizer que as
plantas e os animais devem ter autoridade sobre os seres humanos, ou que o
pó da terra deve ser uma autoridade sobre Adão. A derivação não requer
subordinação, nem a existência anterior implica autoridade.” (YONG
2009)
[13] Lembre-se que Adão não foi enganado por Eva (1 Tm 2.13,14), o que nos
ensina que ele obedeceu de prontidão, de livre e espontânea vontade. A
relação do casal era mútua, não hierárquica.
[14]
[15] “... Nada no relato da criação em Gênesis concede ao homem prioridade
em status ou autoridade sobre a mulher, mas por toda parte enfatiza sua
igualdade. Deus faz a mulher da costela do homem, e o homem reconhece:
“Agora ela é osso dos meus ossos e carne da minha carne” (2:23), porque
eles compartilham a mesma substância (2: 21–23). “Pai e mãe” são
identificados sem distinção hierárquica (2:24). No casamento, eles são
"unidos" e "uma só carne" (2:24). Ambos estão nus e não sentem
vergonha; eles compartilham inocência moral (2:25). Juntos, eles enfrentam
tentações e desobedecem à ordem de Deus (3: 6). Ambos percebem que
estão nus e costuram coberturas (3: 7). Ambos se escondem de Deus (3: 8),
mostrando que ambos tinham vergonha de terem desobedecido a
Deus. Ambos são culpados (3: 12–13). Deus fala diretamente a ambos,
anunciando consequências específicas de seus pecados (3: 9–13, 16–
19). Ambos são responsáveis por seus próprios atos. Assim, Gen 2–3 retrata
a igualdade de gênero, não uma “ordem de criação” que concede aos homens
autoridade sobre as mulheres.” (PAYNE, The Bible Teaches the Equal
Standing of Man and Woman 2015)
[16] “Observe com atenção: esta é a primeira e única vez em Gênesis 1–3 em
que a subordinação das mulheres é mencionada e apresentada como uma
consequência do pecado. Isso não é bom; não é a criação ideal.” (GILES
2014)
[18] Gênesis 3:16 diz: “com dor, você dará à luz.” Não diz: “com dor,
você deve ter filhos.” A distinção também existe no hebraico. Esta é
uma afirmação imperfeita, não um imperativo. Isso significa que Deus está
falando do que vai acontecer ou está acontecendo, não do que idealmente
deveria acontecer. Assim como essa clausura não é um imperativo, as demais
no versículo também não são.
[19] Segundo Stanley Grenz: “Ela o levou ao cativeiro que trouxe uma solidão
mais profunda - alienação de Deus, um ao outro e criação. (...) A hierarquia
entre os sexos é um resultado da Queda, na qual Eva caiu primeiro no
pecado. A última criação de Deus é a primeira a transgredir e, portanto, agora
será governada por quem a seguiu em pecado. Mas somente com a
transgressão de Adão é que a Queda da humanidade está completa” (GRENZ
1995, p. 169)
[21] A única diferença entre ambos é no que diz respeito ao sexo (fator
biológico). O igualitarismo bíblico preserva a identidade biológica tanto do
homem quanto da mulher, de modo que macho continua sendo macho. O
mesmo ocorre com a fêmea. A diferenciação sexual não é um papel aberto à
mudança. A igualdade é uma realidade somente nos relacionamentos
interpessoais, sociais, religiosos e matrimoniais.
[22] Lembrando que a expressão: ‘ajudadora/auxiliadora adequada’ ganha a
conotação de alguém que é "uma força à sua frente", ou seja, "uma força
correspondente a ele".
[23] Como diz o teólogo reformado Pratt: “Um grande número de
características da cultura do Antigo Testamento foi resultado de diversidade
cultural. Os crentes do Antigo Testamento muitas vezes respondiam a Deus
de formas que eram costumeiras para sua época, consequentemente, não
havia a intenção de que suas práticas fossem consideradas normativas para
todos os crentes.” (PRATT 2004, p. 401)
[25] Quando Deus comunicou Sua revelação aos povos específicos em suas
situações históricas, ele se acomodou divinamente a eles através dos gêneros
da literatura e nas várias situações culturais em que Sua palavra foi dada.
Portanto, para entender a verdade de Deus para o nosso tempo, precisamos
investigar toda a Bíblia e não somente uma parte dela. Essa tarefa é chamada
de hermenêutica de desenvolvimento das Escrituras.
[27] Segundo Vaun Swanson: “Jesus nos ensinou que a estrutura de poder do
reino de Deus é o inverso do que é encontrado no mundo. Quando
perguntado por seus discípulos quem seria o maior no reino dos céus, ele
apontou para uma criança (Mt 18). Quando os professores de direito religioso
perguntaram a Jesus qual era o mandamento mais importante, ele respondeu:
"O Senhor nosso Deus é o único Senhor" (Marcos 12:29, NLT). Quando os
discípulos começaram a discutir sobre quem seria o maior dentre eles, Jesus
respondeu: "Neste mundo, os reis e os grandes homens dominam o povo
sobre o seu povo ... mas entre vocês será diferente. Aqueles que são os
melhores entre vocês, deve ocupar a posição mais baixa, e o líder deve ser
como um servo "(Lucas 22: 25-26, NLT). O patriarcado e a liderança servil são
mutuamente exclusivos. O patriarcado é um sistema construído sobre
dominação e subordinação e sempre tem um impacto negativo nas mulheres,
crianças e homens marginalizados.” (SWANSON 2011)
[28] Os vários versículos do Novo Testamento sobre os patriarcas citados no
início remetem ao antigo patriarcado religioso hebraico que foi acomodado
com o patriarcado cultural / social das nações pagãs.
[29] O mesmo pode ser dito sobre o divórcio que inclusive é legislado na Torá,
mas que, todavia, não fazia parte do ideal divino para o matrimônio (veja Mt
19; Mc 10)
[30] De acordo com o autor reformado Richard L. Pratt, Jr: “Não devemos
jamais confundir os costumes do Antigo Testamento com indicações da
vontade de Deus, mas sim, perguntar sempre se os mesmos tinham
aprovação divina (...) Muitos costumes que aparecem no Antigo Testamento
não estavam de acordo com a vontade de Deus. (...) As histórias do Antigo
Testamento relatam várias dimensões culturais dos tempos de Israel, algumas
delas conformes à vontade de Deus e outras contrárias a ela.” (PRATT 2004,
p. 398-399)
[32] Não somente Deus, mas também os seres celestiais como os anjos que
são descritos majoritariamente com características masculinas.
[34] Clement of Alexandria, “Who Is the Rich Person Who Is Being Saved?,”
pag. 37; in Clement of Alexandria, Loeb Classical Library, ed. G. W.
Butterworth (New York: G. Putnam’s, 1919), 346; Gregory of
Nyssa, Commentary on the Song of Songs, Homily VII, tr. C. McCambley
(Brookline, MA: Hellenic College Press, 1987), 145; Augustine, Enarrationes in
psalmos, 26:18 (on Ps. 27:10), in English as St. Augustine on the Psalms,
Psalms 1-29, Ancient Christian Writers 29, tr. S. Hebgin and F. Corrigan
(Westminster, MD: Newman Press, 1960), 272.
[40] Baraque era o general do exército hebreu. “Baraque foi escolhido para
liderar as tropas de Israel na batalha contra a coalizão cananéia que
ameaçava seriamente sua região. Então, por que escolher Baraque? Talvez
fosse porque sua reputação local lhe permitisse reunir um exército de 10.000
guerreiros em pouco tempo. Ou pode ter sido porque ele conhecia bem a
região da Galiléia, onde a batalha ocorreria e poderia planejar a estratégia
militar específica a partir do ponto de vista local, no alto do
Monte Tabor. Débora ministrou na região central da colina e provavelmente
não estaria familiarizada com o terreno da Galiléia. Certamente, a força física
de Baraque como homem o tornaria mais adequado para o combate corpo a
corpo exigido contra o general cananeu Sísera e seus 900 carros de ferro.”
(PIERCE, Barak: A Faith Hall-of-Famer who Followed a Women's Lead 2006)
[42] “Por que esse homem de fé insiste em ter Débora junto com sua
missão? O texto nos dá a pista: ela é uma profetisa de Deus que pode
fornecer conselhos militares de inspiração divina se for necessária uma
decisão de campo no calor da batalha (compare com o rei Josafá e o profeta
Micaías em 1 Reis 22: 1–28; 2 Crô. 18: 4-27).” (PIERCE 2006)
[43] Pesikta Rabbati, cap. 26
[44] Muitos homens no Antigo Testamento seguiram conselhos e orientações
das mulheres, e não consideraram isso uma afronta humilhante ou um
castigo. Dois espiões israelitas seguiram as instruções que Raabe lhes deu,
por carta, e eles escaparam de serem pegos pelos homens do rei de Jericó
(Josué 2:16, 22). Baraque, um general do exército, tomou instruções de
Débora (Juízes 4: 6,8). Davi acatou e elogiou os conselhos e as palavras
proféticas diplomaticamente e corajosamente dadas por Abigail (1 Sam 25:
23-31). Joabe, general de Davi, concordou com as negociações oferecidas
pela Mulher Sábia de Bete-Maaca em nome de sua cidade (2 Sam. 20: 15-
22). Salomão curvou-se para sua mãe Bate - Seba e deu-lhe um trono à sua
mão direita, tornando-a uma mulher poderosa, embora não tão poderosa
quanto ele (1 Reis 2:19). O rei Lemuel respeitou os oráculos ensinados a ele
por sua mãe e os registrou. Suas palavras ainda instruem (Pv 31: 1-9). O rei
Josias procurou o conselho e seguiu as instruções da profetisa Hulda (2 Reis
22: 8-20; 23: 1-25; 2 Crônicas 34: 19-33). Mardoqueu e outros cumpriram
todas as instruções de sua sobrinha Ester, a rainha de Xerxes (Est. 4:17).
[45] Jesus se dirigia regularmente às mulheres diretamente em público. Isso
era incomum para um homem judeu fazer (João 4:27). Os discípulos ficaram
surpresos ao ver Jesus conversando com a mulher samaritana no poço de
Sicar (João 4: 7-26). Ele também falou livremente com a mulher apanhada em
adultério (João 8: 10-11). Lucas, que dá ampla atenção às mulheres em seu
Evangelho, observa que Jesus falou publicamente com a viúva de Naim
(Lucas 7: 12–13), a mulher com distúrbio hemorrágico (Lucas 8:48; cf. Mt 9:
22; Marcos 5:34) e uma mulher que o chamou de uma multidão (Lucas 11:
27–28). Da mesma forma, Jesus dirigiu-se a uma mulher encurvada por
dezoito anos (Lucas 13:12) e a um grupo de mulheres na trajetória para a cruz
(Lucas 23: 27-31; João 4:27).
[48] Podemos constatar isso até no discurso de Jesus sobre o divórcio, onde
ele ensina que apesar do divórcio ser legislado no A.T, não fazia parte do
ideal divino no Éden (Mt 19; Mc 10)
[50] Jesus não forneceu ensino explícito com relação aos papéis (proibitivos
ou não) das mulheres no ministério, sua posição sobre o tema pode ser
melhor avaliada observando suas ações e ouvindo suas palavras enquanto
ele interage com as mulheres em seu mundo.
[51] https://margmowczko.com/portugues/doze-apostolos-homens/
[52] “Jesus ensinou as mulheres e permitiu que elas participassem de
discussões teológicas. Jesus permitiu que as mulheres viajassem com ele e
participassem plenamente de seu ministério como discípulas, comissionando-
as como testemunhas de sua ressurreição. As mulheres foram reconhecidas
por Jesus por seus exemplos de servidão, e Jesus afirmou seu lugar no reino
como participantes iguais. Além disso, sem ser humilhante ou crítico, ele
ministrou com compaixão às necessidades das mulheres. Ele tratou homens e
mulheres da mesma forma em relação às deficiências e os encorajou
igualmente em sua fé. Simplificando, Jesus conversou e fez amizade com
mulheres.” (ANDERSON 2014)
[56] Isto significa dizer que os textos bíblicos que falam acerca do ministério
usando termos masculinos estão apenas seguindo o curso natural do sexo da
época, não padronizando ele.
[57] Embora eu seja favorável à liderança feminina, isso não quer dizer que eu
reconheça que todas as mulheres que se dizem pastoras, de fato o são.
[62] “Uma indicação ainda mais forte da função de Febe como líder vem de
Romanos 16: 2. Lá, ela é referida como prostatis de muitos e do próprio
Paulo. Essa palavra não aparece em nenhum outro lugar do Novo
Testamento, por isso não temos o luxo de examinar seu uso em outros
contextos do Novo Testamento. No entanto, temos cinco ocorrências
da próstata ligeiramente variante na versão grega do Antigo Testamento. Em
um desses usos, refere-se aos superintendentes da propriedade do rei Davi (1
Cr. 27:31). Em outro, é usado pelos supervisores das obras do rei (1 Cr.
8:10). Em ainda outro, é usado pelos chefes de Salomão (2 Cr. 8:10). Ainda
em outro, é usado pelos oficiais do rei Joás (2 Cr. 24:11). Seu uso final
designa os oficiais do sacerdote principal (2 Cr. 24:11). Estes não eram
ajudantes comuns, mas em todos os casos pessoas altamente autorizadas.”
(LUNCEFORD 2000)
[63] Patrick Gray, Opening Paul's Letters (Grand Rapids: Baker Academic,
2012), 136. Michael Bird sugere que Febe foi a primeira pessoa a ler e ensinar
a carta de Paulo em Roma, em Bourgeois Babes, Bossy Wives, and Bobby
Haircuts (Zondervan, 2012-12-25) Kindle Location 210. Robert Jewett observa
que “Dada a diversidade das várias igrejas domésticas mencionadas
em Rom. 16 , [fornecer comentários à carta de Paulo] exigiria formidáveis
habilidades políticas da parte de Febe. Em vista da complexidade do
argumento da carta, também exigiria habilidades interpretativas.” Jewett,“
Paul, Phoebe, and the Spanish Mission ”, 152.
[65] Craig Blomberg tem sido considerado por muitos estudiosos como um
complementarista brando. Outros, o classificam como alguém que flerta entre
o Igualitarismo e Complementarismo, mas na verdade, Blomberg adota as
interpretações ditas tradicionais e complementares em passagens como
Efésios 5; 1 Co 11; 1 Co 14. e 1 Tm 2 (mesmo que aqui ele leve em conta
também a interpretação igualitária). Nas suas próprias palavras, ele se define
como alguém que tem uma abordagem mais conciliatória. No entanto,
Blomberg tem algumas explicações que incomodam muitos
complementaristas mais radicais e fundamentalistas. Por exemplo, ele crê que
"mulheres apóstolas, como Júnia, teriam por definição, ensinado grupos de
ambos os sexos e é óbvio que mulheres diaconisas como Febe, exerceram
sob a liderança dos presbíteros, autoridade delegada sobre o restante da
igreja." (p. 480). Comentando sobre Febe, ele diz que ela é "descrita como
Diakonos da igreja em Cencreia e como uma prostatis de muitos, incluindo
Paulo. Embora as versões geralmente traduzam o primeiro desses termos
simplesmente como 'serva', essa era a palavra-padrão para 'diácono' e uma
forma marcadamente feminina do substantivo ainda não havia se
desenvolvido em grego. Considerando que Febe é chamada Diakonos de
uma igreja específica, é mais provável que nesse contexto o termo seja o
título de um cargo." (p. 360) Ele faz um comentário pertinente sobre as
diaconisas da igreja primitiva quando comenta 1 Tm 3.11: "Quem são as
gunaikas do versículo 11? Alguns as interpretam como esposas dos
diáconos. Mas por que então as esposas dos supervisores (ofício superior)
deveriam ficar totalmente sem menção e sem regulamentação? O mais
provável é que essas mulheres sejam diaconisas. Até que o catolicismo
desenvolvesse suas ordens monásticas, que vieram a funcionar como uma
espécie de substituto, as diaconisas serviam praticamente de modo universal
em toda a igreja Primitiva." (p. 485, 486) Já sobre Júnia, Blomberg faz uma
crítica e chama de problemático o argumento de que Júnia era notável aos
olhos dos apóstolos, "quando, na verdade, ela [a passagem de Rm 16.7]
atribui sim apostolado a essas duas pessoas." (p. 360) Os mais recentes
complementaristas estão convictos de que Júnia foi uma mulher e apóstola,
no entanto, compreendem seu apostolado no sentido geral e mais
abrangente. Blomberg faz parte desse grupo, alegando que ela era uma
apóstola no sentido de missionária ou plantadora de igreja (p. 361). Embora
ele acredite que esteja "claro que essa mulher exercia autoridade sobre
igualmente homens e mulheres, ela não parece ter desempenhado o mesmo
papel que os presbíteros de uma igreja local." (p. 361) Todas estas citações
foram tiradas da obra: BLOMBERG, Craig L. Introdução de Atos a Apocalipse
(Vida Nova).
[66] ". . . não se pode argumentar que profetizar - seja por mulheres ou por
homens - é menos importante, menos duradouro ou menos oficial do que
ensinar ou pregar.” (WITHERINGTON, p. 225)
[67] (M. MOWCZKO 2013) Marg cita uma frase de F.F. Bruce que diz: “As
filhas, ou pelo menos algumas delas, viveram uma longa idade e foram
altamente estimadas como informantes de pessoas e eventos pertencentes
aos primeiros anos do Cristianismo judaico. Supondo-se isso... informações
que Filipe e suas filhas poderiam fornecer foram muito apreciadas por Lucas,
que as utilizou na composição de sua dupla história - não apenas durante os
poucos dias que passou em Cesaréia, mas também durante os dois anos de
prisão de Paulo ali. (cf. 24:27).” F.F Bruce, The Book of the
Acts, NICNT (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1988), p. 400.
[71] Por exemplo, boa parte da Igreja antiga passou quase 1000 anos sem
usar instrumentos musicais no culto.
[72] Encontramos uma ligeira e incomum referência do termo sendo aplicado
aos que cuidam, instruem e guiam o rebanho de Deus em Hebreus 13.7,17,
onde parece que o autor está fazendo uma analogia com os pastores de
ovelhas (cf. Hb 13.20).
[73] Ou seja, exceto Jesus, nenhum líder em específico no Novo Testamento é
chamado de pastor.
[75] Para uma abordagem mais ampla e profunda, veja o que J. B. Lightfoot
escreveu sobre o ministério na obra “2Coríntios e 1Pedro - Série O Legado de
Lightfoot - volume 3” da Editora Cultura Cristã.
[76] Inclusive, no Novo Testamento, encontramos alguns apóstolos se
apresentando como presbíteros, diáconos (ministros) e até mesmo como
cooperadores.
[77] Para mais informações, leia a obra “Pais Apostólicos” (Mundo Cristão), em
especial as Cartas de Inácio.
[78] Levando em consideração a própria teologia petrina, ao fazer isso, a
mulher cumpre sua função como sacerdotisa (1 Pedro 2.9).
[79] Os cristãos devem se submeter uns aos outros. É por isso que as
mulheres devem se submeter aos esposos, os filhos aos pais (Ef 6.1) e os
escravos aos seus senhores (Ef 6.5).
[80] Que tipo de sujeição Paulo tem em mente para os maridos? Amando as
esposas "como também Cristo amou a igreja e se entregou por ela". (v. 24)
[85] Paulo está dizendo que, assim como Cristo é a fonte da igreja, o marido
também se tornou a fonte da existência de sua esposa quando Deus usou a
costela de Adão para criar Eva em Gênesis.
[89] Isto deve ser feito no temor do Senhor, com respeito e apreciação.
[91] “Uma autoridade estimou que no Império Romano dos dias de Paulo havia
60 milhões de escravos, 20 milhões somente na Itália e 650.000 em
Roma. Quase todo trabalho foi realizado por escravos, pois o trabalho estava
abaixo da dignidade de um cidadão romano. O escravo não era uma pessoa,
mas uma coisa. Aristóteles ensinou que escravo e mestre nunca poderiam ser
amigos, pois os dois não tinham nada em comum, "pois um escravo é uma
ferramenta viva, assim como uma ferramenta é uma escrava
inanimada". (TRULL 2000)
[92] “Escravos, obedeçam em tudo a seus senhores terrenos, não somente
para agradá-los quando eles estão observando, mas com sinceridade de
coração, pelo fato de vocês temerem o Senhor” (Colossenses 3:22). “Todos
os que estão sob o jugo da escravidão devem considerar seus senhores como
dignos de todo o respeito, para que o nome de Deus e o nosso ensino não
sejam blasfemados” (1ª Timóteo 6:1) “Ensine os escravos a se submeterem
em tudo a seus senhores, a procurarem agradá-los, a não serem respondões
e a não roubá-los, mas a mostrarem que são inteiramente dignos de
confiança, para que assim tornem atraente, em tudo, o ensino de Deus, nosso
Salvador” (Tito 2:9-10) “Escravos, obedeçam a seus senhores terrenos com
respeito e temor, com sinceridade de coração, como a Cristo. Obedeçam-lhes,
não apenas para agradá-los quando eles os observam, mas como escravos
de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus. Sirvam aos seus senhores
de boa vontade, como ao Senhor, e não aos homens, porque vocês sabem
que o Senhor recompensará a cada um pelo bem que praticar, seja escravo,
seja livre. Vocês, senhores, tratem seus escravos da mesma forma. Não os
ameacem, uma vez que vocês sabem que o Senhor deles e de vocês está
nos céus, e ele não faz diferença entre as pessoas” (Efésios 6:5-9) “Escravos,
sujeitem-se a seus senhores com todo o respeito, não apenas aos bons e
amáveis, mas também aos maus” (1ª Pedro 2:18)
[95] Alguns teólogos creem que um dos requisitos para o Episkopado é ser
casado por conta de 1 Tm 3.2 e Tt 1.6. No entanto, uma interpretação mais
segura e plausível desses textos é a de que Paulo está defendendo a
monogamia entre os líderes. Isto significa dizer que solteiros também podem
pastorear.
[96] Leia o artigo completo em (HADDAD, Priscilla, Author of the Epistle to the
Hebrews? 1993)
[97] Ter mulheres como sacerdotisas não era o único problema suficiente para
a restrição de Paulo, até porque também haviam homens no sacerdócio
efesiano. Há outros agravantes como o mal comportamento das mulheres que
ao que parece foram mais influenciadas pela religião efesiana do que os
homens. Todos esses agravantes somados foram levados em consideração
por Paulo naquela época.
[98] “Em termos de vida cúltica em Éfeso, é claro que as mulheres tiveram um
papel significativo e ocuparam cargos importantes em muitos cultos. A
mitologia de Éfeso [incluindo o mito de que Éfeso foi fundado por mulheres
guerreiras conhecidas como Amazonas reforçou seu status no culto de
Ártemis. Segundo Pausanias, desde muito cedo, se não originalmente, as
mulheres amazônicas residiam no local sagrado e realizavam rituais para
Ártemis (7.2.4). A atividade cúltica para as mulheres era mais proeminente na
Ásia Menor do que em outros lugares (Ramsay 1900: 67). Kearsley observa
que as quinze mulheres que eram archiereiai (“Sumos sacerdotes” ou “sumos
sacerdotes”) em Éfeso é o maior grupo conhecido em qualquer cidade (1986:
186). Pelo menos algumas detinham o título por direito próprio e não
dependiam do título de seus maridos. As mulheres eram proeminentes nos
cultos de Ártemis como sacerdotisas; e no culto a Hestia Boulaia, no centro
cívico de Éfeso, sabe-se que a posição influente de prytanis foi ocupada por
mulheres (por exemplo, Claudia Trophime I.Eph IV.1012). Favonia Flacilla
era prytanis e gymnasiarchos (I.Eph IV.1060).” Rick Streland, Paul, Artemis
and the Jews in Ephesus (Berlin/New York: Walter de Gruyter & Co., 1996),
120
[99] Eva não estava presente quando Deus instruiu Adão sobre não comer da
árvore do conhecimento do bem e do mal. Provavelmente, ela foi instruída por
Adão. Eva faz um acréscimo na resposta à serpente, afirmando que Deus
disse que eles não deveriam nem tocar na fruta, mas Deus não disse isso à
Adão. Sendo assim, parece que Eva não foi devidamente instruída e,
portanto, estava mais sujeita a ser enganada. Semelhantemente, é
exatamente isso que está acontecendo em Éfeso. As cristãs, por não estarem
sendo adequadamente instruídas, tinham uma maior propensão ao engano.
[101] Para aqueles que dizem que o pecado de Eva foi querer liderar sobre
Adão, Linda Labelle esclarece: “Eva não foi enganada pela serpente para
assumir a liderança no relacionamento homem-mulher. Ela foi enganada ao
desobedecer um mandamento de Deus, a saber, não comer o fruto da árvore
do conhecimento do bem e do mal. Ela ouviu a voz do falso ensino e foi
enganada por ele. A advertência de Paulo à congregação de Corinto confirma
o seguinte: “Receio que, assim como Eva foi enganada pela astúcia da
serpente, suas mentes possam de algum modo ser desviadas de sua sincera
e pura devoção a Cristo” (2 Cor. 11: 3).” Ibid
[103] Observe que nenhuma tradução tenta apresentar uma tradução positiva
(por exemplo: “Não permito que as mulheres ensinem o Evangelho com
autoridade”; “Não permito que as mulheres ensinem com autoridade as
verdades na igreja”; “Não permito que as mulheres ensinem a Bíblia ou
exerçam autoridade apropriadamente ";" Não permito que as mulheres
ensinem, nem exerçam autoridade adequadamente"). Isto parece indicar que
o comportamento delas ao ensinarem não era visto com bons olhos por
Paulo.
[105] A sujeição aqui não tem nenhuma relação com a submissão patriarcal,
mas com aquela que já explicamos anteriormente. E provavelmente é usada
aqui como um contraste para rebelião. Ou seja, a mulher devia aprender de
maneira tranquila e respeitável - a conduta usual de um bom aluno - e não
devia ser barulhenta, ofensiva ou rebelde.
[108] Isto significa que se esta passagem fosse aplicável para todas as igrejas,
em todos tempos, que Paulo estava entrando em contradição com o restante
do Novo Testamento, o que é algo absurdo e impossível.
[109] Em Creta, a liderança eclesiástica também era masculina. Por isso,
Paulo escreve à Tito dando instruções bastante semelhantes a essas. Tendo
em vista que os presbíteros aqui são homens, é de se esperar que as
orientações estejam no masculino (Tt 1.5-7). Sendo assim, esta passagem
também não pode ser usada contra o pastorado feminino.
[110] A interpretação de Jesus de Deuteronômio 24 em Marcos 10:12
confirma, é comum em toda a Bíblia proibições dirigidas aos homens também
se aplicarem às mulheres. Por exemplo, “Não cobice a esposa do seu vizinho”
também proíbe implicitamente cobiçar o marido da sua vizinha.
[117] Ibid
[119] Gn 3.2
[120] Alguns estudiosos entendem que Paulo usa o termo “Adão” (Adam)
como genérico para o primeiro casal ou de modo geral, para a própria
humanidade.
[121] Paulo também diz que os que falam em línguas devem ficar em silêncio,
se não tiver intérprete (v. 28) e que um profeta deve se calar se alguém tiver
uma revelação (v. 30). O silencio aqui não tem a ver com o sexo ou a função
da pessoa, mas com a preservação de algo muito maior: a ordem e a
decência.
[123] A visão mais detalhada de Fee pode ser consultada no seu comentário
sobre 1 Coríntios, lançado no Brasil pela Vida Nova, páginas 890-905.
[124] Em seu livro Man and Woman, One in Christ, ele identifica sete
evidências de manuscritos reais, além de nove características internas do
texto que apóiam a compreensão dessa passagem como uma adição
posterior.
[125] “A precisão de nossa conclusão é garantida pela presença indiscutível
desse dispositivo outras cinco vezes em 1 Cor 6: 12–13; 7: 1–2; 8: 1, 8; 10:23,
na qual Paulo cita uma posição da carta dos Coríntios com a qual ele discorda
e depois a refuta.” (MACGREGOR 2018)
[126] Ibid
[127] Ibid
[128] Ibid
[129] “A palavra grega sigao, traduzida por ‘em silêncio’ (v. 34) também é
usada em Atos 12.17; 15.12 e 21.40. Nessas situações, as pessoas deviam
ficar quietas e dar atenção à pessoa que pregava. A palavra grega laleo (v.
34) é traduzida por ‘falar’. Embora o Novo Testamento em geral use laleo para
referir-se à fala comum, inclusive a pregação do Evangelho, na literatura
grega da época a palavra às vezes era empregada para designar fofoca ou
falatório. Laleo é usada para os que conversam muito e não ouvem.”
(MALCOM 2003, p. 76)
[137] Ibid
[138] ibid