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CENOZOICO

Principais Organismos da Era Cenozoica

11 DE DEZEMBRO DE 2020
FACULDADE DE CIÊNCIAS UAN
LUANDA, ANGOLA
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA

CENOZOICO
Principais Organismos da Era Cenozoica

MAURO DENGUE
MVINDA ANTÓNIO
NYIAMITA CACUNGA
OLIMPIA JOSÉ
ONDINA PASCOAL
ORLANDO ANTÓNIO
OSVALDO TUENDELA
Conteúdo
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
CENOZOICO .................................................................................................................. 4
Divisões Estratigráficas............................................................................................... 4
Atividade Orogénica e Paleogeografia ...................................................................... 5
Fauna Cenozoica ......................................................................................................... 5
Flora Cenozoica ........................................................................................................... 7
PALEOGÉNICO............................................................................................................. 8
Divisão Estratigráfica ................................................................................................. 8
Paleogeografia.............................................................................................................. 8
Paleontologia ................................................................................................................ 9
NEOGÉNICO ................................................................................................................ 13
Divisão Estratigráfica ............................................................................................... 13
Paleogeografia............................................................................................................ 13
Paleontologia .............................................................................................................. 16
INTRODUÇÃO
A Paleontologia é a ciência que se ocupa dos fósseis, da sua distribuição nas rochas, e de inúmeras
particularidades do registro geológico da vida. Incluí a busca pela origem da vida, padrões de evolução,
eventos de diversidade e crises biológicas, a determinação da idade relativa das rochas, o entendimento dos
ambientes antigos e dos processos físicos e químicos nele atuantes, a correlação biostratigráfica entre rochas
etc.
É importante referir que com as descobertas nas diferentes áreas se criou uma escala do tempo geológico
que serve de referência não só à geologia mas também à paleontologia. Com essa escala conhecemos o
tempo geológico subdividindo em períodos, estimando a idade da Terra, e a evolução biológica.

Figura 1. Escala Geocronológica (ou escala do tempo geológico)

Como mostra a figura, a escala do tempo geológico divide-se em 4 eras: o Pré-Câmbrico, Paleozoica,
Mesozoica e Cenozoica. Cada era subdivide-se em períodos da acordo com as mudanças que foram
acontecendo ao longo de cada uma delas.
Neste trabalho focaremos o nosso estudo em geral na Era Cenozoica, sua divisão, descrição geográfica,
fauna e flora características. Em particular nos períodos Paleogénico e Neogénico, suas subdivisões
estratigráficas, descrições geográficas, paleontologia característica. A Era Terciaria iniciou há 65 milhões de
anos, é considerada a era dos mamíferos, do mesmo modo que a era Mesozoica foi a era dos répteis. - Pode
ser também a era das flores, a era dos insetos, a era dos pássaros.
CENOZOICO
Como nas anteriores, também no Terciário, o nome dado por Arduíno, no século XVIII, a terrenos
geologicamente recentes, formados por rochas que, muitas vezes, estão em processo de consolidação
(argilas, areias, cascalhos), embora existam também calcários, arenitos e conglomerados abundantes. Os
fósseis costumam ser abundantes, principalmente na fácies nerítica, e correspondem a animais semelhantes
aos atuais, razão pela qual esta Era também é chamada de Cenozoica - Do grego kainos, recente, e zoon,
animal. Devido ao enorme desenvolvimento que os mamíferos estão alcançando nesta época, ela também
recebeu o nome de "Era dos Mamíferos".
A Era Cenozoica iniciou-se há 65,5 Ma, após o final do Cretácico. Representa, em duração, 1/3 da Era
Mesozoica e de 1/6 da Era Paleozoica, ou seja, constitui apenas 1,4% da história da Terra. As rochas do
Cenozoico são, apesar de tudo, as mais comuns porque estão mais próximas da superfície e foram pouco
alteradas pelos processos geológicos. A distribuição dos continentes e mares e a expressão topográfica dos
continentes no presente resultaram de processos operados durante a Era Cenozoica. O Oceano Atlântico
abriu formando um vasto oceano. A Índia moveu-se através do Oceano Indico e colidiu com a Ásia
formando os Himalaias. O Mediterrâneo fechou. Portanto, esta Era é caracterizada pelo considerável
desenvolvimento que as formações continentais apresentam, em geral, em relação às Idades anteriores. Em
parte isto é uma consequência das quais têm sido melhor preservadas, pois o tempo necessário para os
continentes onde se depositaram não tendo nenhum período foram desmantelados pela erosão.
Divisões Estratigráficas
A era Cenozoica está dividida em três períodos: Paleogéneo, Neógeno e Quaternário. O termo Terciário foi
tradicionalmente usado para indicar o intervalo de tempo entre o Mesozoico e o Quaternário, o que equivale
ao Paleogéneo e Neógeno. Outra divisão é feita a partir desses períodos em épocas menores. Assim, o
Período Paleogéneo é subdividido em Paleoceno, Eoceno e Oligoceno. Enquanto o Período Neógeno, é
subdivido em Mioceno, e Plioceno. O Quarternário subdivide-se em duas épocas, o Pleistoceno e Hologeno.

Tradicionalmente, o Cenozoico estava dividido em dois períodos, o Terciário, que representaria mais de 95
% do Cenozoico, e o Quaternário que corresponderia aos últimos 1.8 milhões de anos. Atualmente, estas
divisões caíram em desuso. O período Terciário foi abandonado. Em 2007, foi recomendado pelo ICS
(Internacional Commission on Stratigraphy) que o Quaternário seja considerado como um Período/Sistema
formal do Cenozoico. Trata-se de um intervalo de oscilações climáticas extremas (episódios glaciares e
interglaciares) que se terá iniciado há 2,6 Ma (base do Andar Gelasiano), compreendendo as épocas
Holocénico e Plistocénico e parte Pliocénico superior. O que antes era coincidente com o Terciário foi
dividido por Lyell (1830) em Eocénico (bacia de Paris), Miocénico (bacia da Aquitânia) e Pliocénico (bacia
do Pó). Só em 1854, Beyrich separou o Oligocénico do Eocénico com base em depósitos das bacias
Alemães e, em 1874, Schimper separou o Paleocénico da base do Eocénico. Cada uma destas Séries/Épocas
está dividida em diversos Andares/Idades.
Figura 2. Correlação entre as divisões tradicionais do Cenozoico e as atuais.

Atividade Orogénica e Paleogeografia


O ciclo de dobras "Alpídicas", já iniciado no Mesozoico, apresenta suas principais fases durante o Terciário.
Na América, a fase Laramica, no final do Cretáceo e início do Eoceno, elevou definitivamente as
cordilheiras do Pacífico (Montanhas Rochosas-Andes).
Na Eurásia, a dobra "alpina" comprime os sedimentos do fundo do geossinclinal do Tethys, entre as massas
resistentes do Continente de Gondwana, ao sul, que atua como "pós-país", e o Cráton euro-asiático ao norte
"foreland" que recebe o formidável impulso orogênico. Desta forma, elevam-se as cadeias montanhosas
circunscritas ao Mediterrâneo, ao passo que, devido ao esforço realizado, as bordas dos blocos continentais
são fraturadas e dobradas, tanto na Europa como na Ásia e África; enquanto a cobertura se adapta ao
substrato, com frequentes descolamentos e deslocamentos horizontais, de pacotes inteiros de estratos, que
caracterizam a tectônica "alpina".
A fase inicial do ciclo orogênico "alpídico", que dela sentiu seus efeitos no domínio mediterrâneo, se dá
entre o Eoceno e o Oligoceno; recebe o nome de Pirenaica, por ser a que ergueu definitivamente a cadeia
Pirenaico-Provençal; mas mais ou menos, todas as montanhas do ciclo alpino, circum-mediterrâneo (Alpes,
Apeninos, Pireneus, Cárpatos, Montanhas Dináricas, Anatólia, Irã, Cáucaso; Bética, Rif, Montanhas Atlas) e
o Himalaia, começam sua revolta, nas bordas do domínio mesogeu, ao mesmo tempo.
A fase paroxística da orogenia "alpina" corresponde à fase Savic, entre o Oligoceno e o Mioceno, com tal
violência que dá origem às cadeias montanhosas mais altas que existem atualmente: o Himalaia, os Alpes, o
Cáucaso, o Atlas etc. A tectônica é extremamente complicada: a direção das pligas é, frequentemente,
desviada, ao encontrar maciços resistentes; os impulsos tangenciais foram tão fortes que arrastaram os
sedimentos do fundo do geossinclinal, despejando-os nas bordas continentais. Assim são produzidos todos
os tipos de pligas, coberturas, estocadas, etc., e com a persistência da estocada, pacotes inteiros de estratos
são arrastados dezenas e até centenas de quilômetros, para longe de onde se formaram e de onde as prisões
têm suas raízes.
A dobradura póstuma do ciclo orogênico alpino ocorreu na fase Rodánica, no final do Mioceno. No
Plioceno, a energia que deu origem a essa orogenia sem dúvida se esgotou, as pressões tangenciais cedem e
ocorrem grandes fraturas, com colapsos de blocos crustais e movimentos epirogênicos, que acabam dando
ao mapa terrestre sua aparência atual.
Fauna Cenozoica
As diferenças faunísticas entre o Mesozoico e o Cenozoico são muito marcantes, sendo a distinção
“paleontológica” entre os dois, em geral, muito fácil. Após o desaparecimento de numerosos grupos de
Répteis (Dinossauros, Pterossauros, Ictiossauros, etc.), ocorre o desenvolvimento em larga escala de
Mamíferos placentários e o desaparecimento de vários grupos de Invertebrados, principalmente Moluscos:
Amonites, Belemnites, Rudistas; Orbitolinas, etc., o desenvolvimento dos Numulites e certos grupos de
Equinídeos exocíclicos ocorre, que junto com os pelecípodes e Gastrópodes, e os coralários, bem como
numerosos Microforaminíferos, são os fósseis mais característicos desta Era.
Pelecípodes – Sem dúvida, são os fósseis mais abundantes na fácies marinha nerítica, embora, em geral,
correspondam aos mesmos grupos que povoam nossos mares: Heterodontes, Ostreidas, Pectinídeos,
Desmodontes (cavicolas), Taxodontes, etc.
Gastrópodes – São também muito importantes, principalmente os Prosobrânquios, cujas conchas abundam
nos sedimentos neríticos. Entre os mais frequentes estão o Trochus, Turbo, Nática, Cerethium, Turritellas,
Strombus, etc.
Na fácies lacustre abundam os Gastrópodes adaptados à vida continental: Pulmonados, Paludínidos,
Melánidos, etc. Os “calcários dos Páramos” são calcários de origem travertino, nos quais estes Gastrópodes
aparecem em grande número.
Outros Moluscos, próximos aos Gastrópodes, são os Dentalium, que possuem uma concha cônica, em forma
de “presa de elefante”, aberta em ambas as extremidades, e são abundantes em certa fácies neríticas
neogénicas.
Cefalópodes – Em geral são muito raros; alguns fósseis precursores do atual Choco são conhecidos do
Eoceno, e um Nautiloide especial, Aturia, cujas partições apresentam suturas com inflexões muito
pronunciadas.
Equinídeos – No Terciário, encontramos um claro predomínio de Equinídeos Exocíclicos, com simetria
bilateral bem marcada, e as cinco áreas ambulacrais “petaloides”, que se desenvolvem apenas na face dorsal
do equinoderme, formando-se como as pétalas de uma flor, ao redor das placas apiciais. A abertura anal
(periproctum) ocupa sempre, nestes equinídeos, a parte inferior da face, mais ou menos junto à boca, que
também costuma ser deslocada para frente (embora por vezes ocupe uma posição central). Alguns
equinídeos do Mioceno atingem 25 cm de diâmetro.
Artrópodes – São praticamente iguais aos atuais. Desde o Eoceno, as diferentes ordens de Insetos e outros
Artrópodes terrestres são diferenciadas nas mesmas famílias atuais, e muitos gêneros ainda são os mesmos,
como pode ser julgado pelos fósseis encontrados no âmbar das Coníferas desta época, onde estas foram
maravilhosamente preservados. Os crustáceos são relativamente frequentes, tanto Macruros como
Braquiúros, e geralmente correspondem aos mesmos gêneros atuais. Os ostracodes são muito abundantes e
muito característicos, sendo o principal objeto de estudo micropaleontológico.
Coralarianos – São como os do Mesozoico e os atuais, exacoralarianos que compreendem formas reciprocas
(colônias sólidas e arborescentes) e isoladas, que vivem em fundos arenosos ou em maiores profundidades.
Os recifes de coral são mais abundantes no Paleogéneo.
Briozoários – Ciclóstomos, tão abundantes no Mesozoico, já possuem o carácter da fauna residual; por outro
lado, abundam os cheilostomatos, que as vezes são usados como “fósseis característicos”.
Foraminíferos – Sem dúvida, os mais característicos são os Numulites, de concha calcária, de secção em
forma de nariz, enrolada sobre si mesma, ao longo de um eixo mais curto que o diâmetro da concha, por isso
este assume uma forma lenticular. Possui também partições radicais, ligeiramente oblíquas, que aparecem
claramente nos trechos equatoriais, onde o arranjo em espiral é mais evidente; em vez disso, as seções
transversais revelam a forma lenticular da carapaça e a seção “ogival” da lâmina. Outros Foraminíferos,
análogos aos Numulites são Operculina e Assilina, que diferem em alguns detalhes estruturais de carapaça.
As Lepidociclinas também têm formato lenticular, mas sua estrutura interna é muito diferente, como o
Asterodisco, com formato de estrela. As alveolinas têm forma oval, sendo formadas por uma folha calcária
enrolada em espiral, com divisórias “meridianas” (pólo a pólo), e outras divisões transversais, pelo que suas
secções apresentam sempre uma estrutura “alveolar” muito típica. Todos esses Foraminíferos são
característicos da fácies nerítica betónica, durante o Paleogéneo.
Microforaminíferas são muito abundantes na fácies nerítica e extraordinariamente variadas em suas formas;
eles são muito úteis no estudo micropaleontológico de “testemunhas” das sondagens, estabelecendo com sua
ajuda, correlações estratigráficas detalhadas. Algumas formas planctónicas, como as globigerinas, aparecem
associadas a diversa fácies e são úteis para estabelecer correlações estratigráficas a distâncias consideráveis.
Em geral, as Microforaminíferas podem ser separadas dos sedimentos aos quais estão associados, utilizando
técnicas apropriadas, obtendo-se assim um “concentrado” de amostra, do qual são facilmente separadas; Se a
rocha não conseguiu se dissociar, por sua dureza ou por ser calcário levemente argiloso, é necessário estudar
lâminas delgadas, geralmente menos características.
Desenvolvimento de Vertebrados
A Era Terciaria é caracterizada pelo desenvolvimento de mamíferos placentários, que desde o Eoceno foram
diferenciados em nada menos que 25 ordens diferentes, das quais uma grande parte são exclusivamente
fósseis. Da mesma forma, é a época do desenvolvimento das aves modernas, que devem ter sido muito
abundantes, embora seus fósseis sejam escassos, pois são animais que apresentam condições precárias de
fossilização. É também a época do desenvolvimento dos Peixes Teleost, que alcançam um claro predomínio
sobre todos os outros. Por sua vez, Anfíbios e Répteis, após o desaparecimento dos grupos que caracterizam
a Era Mesozóica, são reduzidos à sua condição atual.
Peixes – Os seláceanos devem ter sido muito abundantes, a julgar pela frequência de dentes fósseis desses
peixes, que até chegam a ser usados como “fósseis-guia” em muitos casos. Os peixes ósseos estão
praticamente reduzidos aos teleósteos, com formas análoga às atuais. Entenda mais de 20 pedidos, que já são
diferenciados no Eoceno.
Anfíbios – reduzidos a Urodelos (salamandras) e Anuris (rãs), os fósseis são conhecidos em todo o terciário,
com características semelhantes às de hoje.
Répteis – os mais importantes são os Squamata (sáurios e cobras), principalmente as cobras venenosas
(Proteróglifos), que se desenvolveram inteiramente no Terciario e devem ter sido abundantes, embora seus
restos sejam escassos, devido a diculdade da fossilização que possuem esses animais, que atualmente estão
em pleno desenvolvimento.

Flora Cenozoica
Era Terciaria caracteriza-se pelo nítido predomínio de plantas fanerogâmicas, sobretudo, em nossas
latitudes, as Angiospermas (plantas com flores), embora também coexistam florestas de coníferas. Dessas
plantas, a única coisa que costuma ser preservada fóssil são as folhas e os frutos, em geral, fáceis de
identificar, por serem os mesmos gêneros que vivem atualmente. À medida que as mudanças sazonais se
acentuam, as florestas e arvores caducifólias vão adquirindo mais desenvolvimento cujas folhas renovadas
anualmente, são as mais abundantes nos sedimentos. Os prados herbáceos também se desenvolvem
progressivamente; especialmente aquelas formadas por gramíneas, que têm proporcionado pasto adequado
para os ungulados e têm influenciado significativamente a sua evolução. O desenvolvimento das aves,
durante o Terciário, foi condicionado, pelo menos em grande parte, pelo aparecimento de plantas com
sementes e frutos, uma vez que o regime “granívoro” é muito difundido entre um grande número de aves.
Por outro lado, os insetos “floriculturais”, que frequentam as flores, prosperaram ao mesmo tempo que as
angiospermas, surgindo nelas uma nova forma de polinização cruzada com auxílio de insetos (entomófila),
que sendo benéfica, também foi assim para numerosos grupos de Insetos (Himenóptera, Díptera,
Lepidóptera, Coleópteros, etc.), que se alimentam dessa plantas e atingem seu máximo desenvolvimento
durante a Era Terciaria, atualmente em pleno esplendor.
PALEOGÉNICO
Intervalo de tempo geológico posicionado na base da Era Cenozoica, durou cerca de 40 Ma, entre o final do
Cretácico e a base do Neogénico. A designação significa “génese mais antiga” (Palaiós = antigo e génos =
origem). Foi primeiro definido por Naumann, em 1866. Constituía a base do antigo Período Terciário
Divisão Estratigráfica
Está subdividido nas Séries/Épocas: Paleocénico, Eocénico e Oligocénico (Fig. 3)

Figura 3. Subdivisões do Paleogénico.

Paleogeografia
Existiam 4 grandes continentes: América do Norte, América do Sul, África e Eurásia. A América do Norte
estava ainda soldada à Gronelândia e esta estava ligada à Grã-Bretanha. A ligação Oceano Ártico - Atlântico
só foi estabelecida próximo do limite Eocénico - Oligocénico. A separação das Américas era feita por
alturas da Venezuela. A Índia ainda não se havia encontrado com a Ásia e o Oceano Índico continuava a
crescer.
No Paleocénico a Antártida separou-se da Austrália.
O Mar Urálico continuava a separar a Ásia da Europa mas desapareceu no final do Oligocénico.
A Europa estava separada de África pela Mesogeia. A Oeste, esta contactava com o Atlântico através de
dois estreitos, a Norte o estreito Norte Bético e a Sul o Sul rifenho de um e outro lado de uma ilha situada no
local do atual mar de Alboram.
Mais a Sul, o continente africano era atravessado no Paleocénico por um braço de mar que se estendia da
Líbia e do Egipto até o Golfo da Guiné.
No Eocénico superior aumentou o volume de gelo nos pólos o que conduziu à instalação da psicrosfera
(camada de água fria existente no fundo dos oceanos atuais).
A cadeia pirenaico – provençal iniciou a sua elevação.
Figura 4. Distribuição dos continentes no limite Cretáceo – Paleocénico.

Figura 5. Distribuição dos continentes no Eocénico.

Figura 6. Distribuição dos continentes no Oligocénico.

Paleontologia
É um Período marcado pela expansão dos mamíferos que, até então, eram representados por formas raras e
de pequeno porte. As monocotiledóneas surgem e desenvolvem-se rapidamente, permitindo o surgimento de
novas cadeias alimentares. As faunas e floras são próximas das atuais. Os moluscos expandiram-se:
cefalópodes regridem, em ambientes neríticos são comuns equinodermes, hexacoraliários, briozoários e
algas calcárias. Dentes e otólitos de peixes são frequentes bem como restos de carapaças de tartarugas e de
crocodilos. Os mamíferos têm um papel fundamental no Cenozoico. No Paleocénico, as jazidas principais
situam-se na América do Norte e na Mongólia. Os multi-tuberculados extinguiram-se no Eocénico. São
frequentes marsupiais próximos das sarigueias actuais bem como uma grande diversidade de placentários.
No Eocénico extinguem-se os amblípodes (formas pesadas), multituberculados, creodontes (sem caninos
diferenciados) e condilartros (dentadura completa sem diastema e dentes trituberculados) e surgem os
cetáceos, sirenídeos, roedores, artiodáctilos, perissodáctilos e carnívoros fissípedes, anunciando a fauna
atual. Cervídeos, girafídeos, bovídeos e hominídeos surgem no decurso do Neogénico. É no Eocénico que
viveram os primeiros animais da linha evolutiva do cavalo (Hyracotherium seguido por Palaeotherium no
Eocénico superior).

Figura 7. Hyracotherium e Palaeotherium, primeiros antepassados do cavalo (Eocénico Superior).

Os proboscídeos surgem próximo do limite do Eocénico com o Oligocénico representados por formas do
tamanho de um macaco (Moeritherium). Entre o Eocénico e o Oligocénico situa-se a linha de Stehlin
estabelecida entre a fauna de Montmartre (Paris) e a de Ronzon (Alto Loire) (extinguem-se os
perissodáctilos eocénicos – Palaeotherium, e surgem os rinocerontes, tapires e Antracotherium, enquanto os
equídeos aumentam de tamanho – Mesohippus e Miohippus). Desenvolvem-se os símios, por formas
(Propliopithecus do Egipto) que se admite estejam na base da linha evolutiva que levou ao gibão. No
Eocénico aparecem as baleias primitivas. O Paleogénico favoreceu as aves. Evoluíram novas espécies.
Havia muitas aves de grandes dimensões e não voadoras, agora extintas. É o exemplo o Diatryma, que viveu
durante o Paleocénico e o Eocénico da América do Norte, com mais de 2 metros de altura e o crânio quase
equivalente ao de um cavalo actual, essas aves gigantes não voavam, mas corriam muito velozmente. Muitos
das aves que conhecemos hoje já existiam no Paleogénico. Os insectos aumentaram durante este período.
Abelhas e outras formas que vivem do pólen e néctar das plantas com flor aumentaram de número e
variedade.

Figura 8. Moeritherium, proboscídeo do Eocénico.


Figura 9. Propliopithecus, símio do Eocénico.

Figura 10. Diatryma, ave gigante do Paleocénico e o Eocénico da América do Norte.

Figura 11. Floresta luxuriante do Eocénico da América do Norte, indica clima tropical, povoado por
grande variedade de mamíferos incluindo (1) titanotherios, (2) carnívoro, (3) antigo cavalo, (4) tapires, e
(5) antigos rinocerontes.
Figura 12. História evolutiva dos mamíferos. Algumas ordens dos placentários já existiam no Mesozoico
mas a maior diversidade foi atingida no Paleocénico e Miocénico. Não são referidas muitas ordens já
extintas.
NEOGÉNICO
A designação deriva de neogenés = recém-nascido. O Período Neogénico começou à cerca de 23 Ma e
estende-se até o presente. Inclui parte do antigo Período Terciário e todo o antigo Período Quaternário. Foi
definido por Hoernes, em 1853, levando em conta o aparecimento de formas novas que vão evoluir até os
nossos dias.
Divisão Estratigráfica
Inclui as seguintes divisões É dividido em duas Séries/Épocas:

Figura 13. Divisões do Neogénico.

Paleogeografia
A geografia da Terra no Neogénico era muito parecida com a atual. No entanto, a topografia relativamente
similar disfarça algumas mudanças dramáticas. No Oeste do Mediterrâneo, o arco de Alboran, uma pequena
placa submarina, desviou-se para Oeste, contra a Espanha e o Norte de África. A colisão fez estabelecer
contacto entre África e a Eurásia no final do Miocénico inferior (± 18 Ma) o que permitiu a migração para a
Europa dos proboscídeos e dos bovídeos africanos. Selou o bordo Oeste do Mediterrâneo por 600 000 anos.
No Miocénico (Messiniano), o Mar Mediterrâneo (ainda designado por Mesogeia) ficou virtualmente seco,
descendo as suas águas cerca de 2000 m. Os períodos de isolamento do Mar Mediterrâneo alternaram com
períodos onde houve ligação com o oceano Atlântico o que justifica a ocorrência de vasas com foraminíferos
intercaladas nos evaporitos. Nos tempos em que houve isolamento, depositaram-se carbonatos seguindo-se
gesso e halite. Durante os períodos de isolamento e de descida do nível das águas os rios cavaram gargantas
profundas, hoje canhões submarinos; na foz dos grandes rios acumularam-se enormes quantidades de
material detrítico. O Mar Mediterrâneo tomou a configuração atual acerca de 5 Ma, no início do Pliocénico
por abertura do estreito de Gibraltar. No outro lado do continente africano, abriram-se três grandes riftes: o
rifte de Aqaba – Levant (hoje Golfo de Aden), o do Mar Vermelho, e, mais tarde, durante o Neogénico, o do
Vale de Afar (Rift Este Africano) onde o Homem terá surgido no Pliocénico tardio. Como consequência da
abertura do Mar Vermelho e do Golfo de Aden, a placa Arábica separou-se de África e fechou a Oriente a
Mesogeia (Wicander & Monroe, 2000).
Durante o Neogénico, a Placa Indiana foi desviada um pouco para noroeste na sua deriva para Norte,
presumivelmente devido ao impacto com a China e a Ásia. A Índia chocou com a Ásia penetrando nesta
entre 4 a 500 km e produzindo o levantamento dos Himalaias. O espessamento crostal debaixo dos
Himalaias atingiu o máximo no Pliocénico, apesar de as montanhas ainda hoje continuarem a subir. Para
Oeste, elevaram-se as montanhas da Ásia Central, levantando o Cáucaso e eventualmente secando a maior
parte do Mar Cáspio. Até certo ponto, estes eventos espelharam-se na Europa, onde a Calábria (Itália)
aparentemente sofreu uma complexa combinação de rotação no sentido dos ponteiros do relógio e translação
para nordeste, abrindo o Mar Tirreno e ligando a península itálica ao continente Europeu. Ao mesmo tempo,
um importante episódio orogénico ergueu a Norte os Alpes, e completou as montanhas dos Cárpatos e de
Zagros a nordeste (Wicander & Monroe, 2000). Para Este da Índia, no Neogénico tardio, a placa Australiana
contactou finalmente com a Ásia, levando à emersão das ilhas da Nova Guiné e empurrando outras
microplacas contra o continente asiático tendo resultado a formação de Taiwan e das Filipinas, tendo
também contribuído para o crescimento e rotação do Japão. Na América do Norte, os níveis do mar baixos,
particularmente no Miocénico médio, e a acumulação da capa de gelo permanente no Pólo Norte, permitiu
que uma ponte intermitente se mantivesse entre a América do Norte e a Gronelândia. A Islândia emergiu,
mais tarde, dos pontos quentes do Atlântico Norte. A Oeste da América do Norte, houve falhamentos N-S
com estiramento E-W e afinamento da crosta através da uma bacia no Nevada, Arizona e Sul da Califórnia.
O vulcanismo resultante está associado ao levantamento das Montanhas Rochosas a Este, e da Serra Nevada
a Oeste que, por sua vez, esteve associado à abertura do Golfo da Califórnia e à elevada subsidência no Vale
Central da Califórnia. As Américas do Norte e Sul derivaram para norte. No entanto, a América do Sul
moveu-se mais rapidamente; desenvolveu-se uma ponte permanente entre as Américas no Neogénico tardio,
provavelmente no Pliocénico Médio. Isto permitiu as grandes migrações de animais apenas travadas pelo
Golfo do México: equídeos, mastodontes, tapires, lamas deslocaram-se para a América do Sul; Megatério,
sarigueias e tatus foram para a América do Norte. O fecho do Istmo do Panamá isolou as águas do Golfo do
México separando as faunas e floras marinhas das costas Este e Oeste das Américas.

Figura 14. Formação do Istmo do Panamá do Pliocénico superior provocou a migração de seres vivos
entre as Américas.

Parte da razão pelo qual a América do Sul se movia mais rapidamente pode dever-se ao facto de os Andes
estarem a passar sobre um ponto quente crostal. Mas, qualquer que seja a razão, a América do Sul
experimentou um período prolongado de construção de montanhas durante o Neogénico. Nos primeiros
estádios de elevação dos Andes, criou um sistema de lagoas, e mais tarde lagos, no interior da América do
Sul. O desenvolvimento posterior das montanhas, no Neogénico, drenou os lagos e ligou a maioria das ilhas
com o continente. O vulcanismo foi ativo; foram emitidos andesitos ao longo das cinturas mesogeiana e
peripacífica e basaltos no interior dos cratões.

Figura 15. Distribuição dos continentes no Miocénico.

Figura 16. Distribuição dos continentes no Plistocénico.


Figura 17. Distribuição dos continentes atualmente.

Paleontologia
Durante o Neogénico evoluíram os mamíferos plantas com flores modernas, bem como alguns mamíferos
estranhos que, entretanto, se extinguiram. Muitos dos mamíferos presentes no Neogénico foram os
ancestrais diretos das faunas do Plistocénico e recentes. Os Mamíferos atingem o apogeu. O facto mais
surpreendente que aconteceu durante o Neogénico inferior foi a evolução das herbáceas. A erva não é um
bom alimento: rija, pouco nutritiva, com muitos cristais de silicatos que destroem os dentes. No tempo frio
morrem, restando apenas as raízes. Sob a tripla pressão da secura, fome e frio, as espécies de herbívoros
tinham que se adaptar ou morrer. Assim, desenvolveram-se novos animais que conseguiam viver
alimentando-se das ervas. Os perissodáctilos e os artiodáctilos entraram num período de rápida evolução no
Miocénico. A família dos Equídeos (inclui os cavalos) foi uma das que constitui uma história de sucesso
durante o Neogénico. Os cavalos, e outros mamíferos comedores de erva, desenvolveram dentes com grande
desenvolvimento da coroa (hipsodonte) para poderem enfrentar uma dieta de ervas abrasivas. Por outro lado,
a velocidade era essencial para escapar aos predadores. Isto levou à evolução de animais adaptados a viver
em savanas e pradarias; os membros tornaram-se longos e o número de dedos laterais foi reduzido.
Figura 18. A abundância de artiodáctilos e perissodáctilos variou ao longo do Cenozoico. Durante o
Eocénico, os perissodáctilos constituíam 60% da fauna de mamíferos com casco mas declinaram e agora
são apenas 8%. Os artiodáctilos aumentaram de 40% no Eocénico para de 90% na atualidade.

Outros animais desenvolveram novas formas de digerir as ervas como aconteceu com os ruminantes,
eficientes a retirar nutrientes das plantas de que se alimentam. Estes novos tipos de animais, os artiodáctilos,
desenvolveram-se vindo a aparecer muitos táxones: camelos, bisontes, carneiros e girafas, antílopes, etc.. No
entanto, ainda existiam muitos animais de floresta. Os proboscídeos aumentaram de tamanho e
diversificaram-se; surgiram os mastodontes com quatro defesas no Miocénico e com duas no Pliocénico. Os
mastodontes viveram em todos os continentes exceto na Austrália. Os mamutes e os elefantes atuais
diversificaram durante o Pliocénico e o Plistocénico. Os mamutes extinguiram-se no final do Plistocénico.
Muitos mamíferos estranhos continuaram a evoluir isoladamente na América do Sul, antes da ligação
terrestre das duas Américas que permitiu uma invasão devastadora de formas vindas do Norte. Quando o
istmo do Panamá fechou, migrantes da América do Norte depressa substituíram a maior parte dos mamíferos
menos evoluídos, da América do Sul. Entre os marsupiais somente as sarigueias sobreviveram, e a grande
parte dos placentários também se extinguiram. Também vários mamíferos da América do Sul migraram e
tiveram sucesso no Norte.

Figura 19. História dos artiodáctilos. Ainda muito cedo na sua história, os artiodáctilos dividiram-se em 3
grandes grupos: os Suídeos incluindo o porco, hipopótamos e os extintos porcos gigantes; os tylopoda, são
representados pelos camelos; e os ruminantes que são animais que mastigam erva.
Figura 20. Evolução dos perissodáctilos.

Figura 21. Evolução dos equídeos. O esquema mostra os géneros reconhecidos dos equídeos e a sua
relação evolutiva. De notar, que durante o Oligocénico emergiram duas linhas separadas, uma levando aos
cavalos de três dedos e, outra, para equídeos de um dedo que inclui o cavalo atual.
Figura 22. Filogenia dos elefantes modernos.

O Neogénico superior assistiu ao aparecimento de novos predadores, capazes de seguir as escassas presas
durante centenas de metros em campo aberto, em vez de esperar pela oportunidade mais fácil que pode
nunca chegar. Os lentos e desajeitados carnívoros creodontes, bem adaptados a caçar na selva, foram
substituídos por carnívoros mais rápidos e inteligentes tipo cão e gato, e tipos intermédios como
Amphycion.

Figura 23. Machairodus e Smilodon são tigres-dentes-de-sabre, predadores do Neogénico superior que
vieram substituir os creodontes.
Felídeos como Machairodus (na Eurásia) e Smilodon (na América do Norte), os tigresdentes-de-sabre,
merecem referência especial. A perseguição conduziu as novas respostas: comportamento em manadas,
migrações sazonais e corpos grandes, adaptados para a velocidade e a resistência. Uma outra linha de
adaptação levou a corpos pequenos – roedores, guaxinim, coelhos e sarigueias – e os seus predadores,
raposas, gatos, cães e cobras. Estes generalistas eram principalmente herbívoros ou omnívoros não
especializados, muito territoriais e com elevadas taxas de reprodução. Tinham a habilidade de explorar
muitos recursos em áreas pequenas, localizadas ou temporárias, excluindo a competição e usando a
reprodução rápida como defesa à predação, para rapidamente ocupar novos territórios, ou para recuperar de
desastres locais. Estes organismos, frequentemente desenvolviam estados de inação como método de
sobrevivência em condições sazonais extremas. Os oceanos eram habitados por baleias, basicamente
parecidas com as formas modernas, que substituíram as baleias arcaicas com dentes e dugongos que ainda
existem. No Pacífico Norte havia Desmostilídeos (uma espécie de cruzamento entre um elefante e uma
foca). Também nos mares, vivia o maior tubarão que já existiu – Carcharocles megalodon, um predecessor
do tubarão branco moderno, mas muito maior e pesado.

Figura 24. Linha evolutiva dos Cetáceos.

Figura 25. Comparação entre o dente de um Carcharocles megalodon (à direita) e o Carcharodon atual.

Figura 26. Comparação entre tamanho de um Carcharocles megalodon e um mergulhador.

O início da idade do gelo (2,5-2,4 Ma atrás) teve profundas consequências na vida marinha de águas pouco
profundas, especialmente nas zonas adjacentes à América do Norte e Mar das Caraíbas. As perdas foram
pouco significativas nas espécies planctónicas, que se refugiaram em zonas biogeográficas mais seguras
mas, as faunas betónicas foram atingidas por extinções e nunca mais recuperaram a sua diversidade. As
formas betónicas do Atlântico oeste estavam bem adaptadas as temperaturas relativamente quentes,
subtropicais características do Pliocénico médio. Eram espécies estenotérmicas, logo muito vulneráveis às
alterações climáticas. No Pacífico (Califórnia e Japão), 70% das espécies de bivalves do Pliocénico médio
ainda existem, enquanto, na costa Atlântica apenas 20% das espécies pliocénicas ainda existem, este facto
exclui as mudanças eustáticas como agentes primários das extinções. Um filtro térmico removeu todas as
espécies estenotérmicas, deixando uma fauna moderna dominada por formas com grande tolerância térmica.
Quando as extinções acabaram, no Plistocénico, as formas que não conseguiram tolerar as condições durante
o máximo glacial desapareceram. O que restou, foi uma fauna empobrecida de espécies euritérmicas, muitas
formas se estendem das zonas temperadas aos trópicos. Apenas um número modesto de novas espécies de
bivalves evoluíram durante o Pliocénico e Plistocénico, mas a idade do gelo tem sido creditada como tendo
conduzido à origem de várias novas espécies de ostracodos no Atlântico Oeste. No Atlântico Este, a fauna
marinha experimentou extinção mas não tão significativa. O padrão de extinção dos bivalves – e a
distribuição geográfica das espécies sobreviventes – apontam o arrefecimento climático como o agente
dominante de extinção no Mediterrâneo e
Mar do Norte, onde apenas 54% do número total de espécies do Pliocénico inferior sobreviveram. Mas a
incidência da extinção em ambas as regiões foi reduzida pela capacidade das espécies sobreviverem na parte
sul da sua zona de extensão. A maior parte das espécies restritas ao Norte ou ao Mediterrâneo durante o
Pliocénico inferior desapareceram, enquanto 60 das 64 espécies presentes em ambas as bacias ainda
sobrevivem. Mesmo assim, a fauna total decaiu marcadamente na sua diversidade. Hoje inclui apenas 198
espécies de bivalves, das 323 conhecidas no Oligocénico inferior. Os moluscos incluem formas semelhantes
às atuais. Os foraminíferos e o nanoplâncton calcário são particularmente importantes para a
cronostratigrafia. No final do Oligocénico e Miocénico inferior, a superfamília de primatas que haveriam de
originar os humanos, os Hominídea, divergiram dos macacos do velho mundo. Os primeiros hominídeos –
Autralopitecídeos - terão aparecido à 4 Ma – Pliocénico.
Uns dos aspetos mais notáveis da fauna de mamíferos do Plistocénico é a existência de espécies de grandes
dimensões. Na América do Norte, por exemplo, havia mastodontes e mamutes, bisontes gigantes, preguiças
gigantes, camelos gigantes e castores com quase 2 m de altura. Na Austrália, os cangurus tinham 3m de
altura, wombats do tamanho de rinocerontes, leões marsupiais do tamanho de leopardos e grandes
ornitorrincos. Na Europa e parte da Ásia viviam ursos das cavernas, elefantes e veados gigantes com
armação de 3,5 m de extensão. Também ocorriam mamíferos pequenos, muitos dos quais ainda vivem na
atualidade. Mas, a tendência evolutiva era no sentido de corpos enormes, talvez como resposta às
temperaturas mais frias do Plistocénico. Restos mumificados, preservados no gelo, foram encontrados no
Alasca e na Sibéria. Os mais conhecidos são carcaças de mamutes congelados no “permafrost” da Sibéria.
Estes restos providenciam uma riqueza de informações não disponíveis em ossos e dentes fossilizados por
outros processos.

Figura 27. Esqueleto de Megatério (Preguiça gigante)


Figura 28. Reconstituição do Megatério.

Figura 29. Donornis maximus – moa gigante de Nova Zelândia.

Figura 30. Aepyomis titan – ave elefante do Madagáscar.

Outros vertebrados não mamalianos também apresentavam proporções impressionantes como as moas da
Nova Zelândia, aves elefantes de Madagáscar e da Austrália com 3 m de altura e pesando quase 500 kg e
lagartos de 6,5 m de comprimento e pesando 580 kg. Perto do final do Plistocénico, há 10.000 anos atrás,
muitos dos grandes mamíferos e grandes aves da América do Norte, América do Sul e Austrália
extinguiram-se. As extinções são um fenómeno contínuo e natural na história da vida, no entanto, foi
invulgar porque a maioria dos organismos afetados foram os grandes mamíferos terrestres e as extinções
foram mais severas nas Américas e na Austrália do que no resto do mundo. Para alguns investigadores, estes
animais não conseguiram adaptar-se à rápida mudança climática do final do Plistocénico, para outros, terão
sido os caçadores humanos a matar esses mamíferos e algumas aves segundo uma hipótese conhecida como
“Prehistóric overkill”. Ambas as teorias têm argumentos contra e a favor. O facto é que as razões que
levaram a esta extinção estão por conhecer com segurança. As extinções podem ter resultado a combinação
de muitas circunstâncias diferentes. As populações que já estavam sob stress devido às alterações climáticas
talvez estivessem mais vulneráveis à caça quando os humanos ocuparam novas áreas. Tudo o que restou
dessa megafauna são algumas espécies, ainda de tamanho significativo, como os elefantes, hipopótamos e
rinocerontes (Wicander & Monroe, 2000).
BIBLIOGRAFIA

Prof. Hélder Martins (Geologia Geral II, 2019). Estratigrafia e Paleontologia. Luanda. Faculdade de
Ciências – UAN
Samuel Brito (2009). HISTÓRIA DA TERRA DURANTE OS ÚLTIMOS 65 Ma. Lisboa. Faculdade de
Ciências e Tecnologias – UNL
Fasciculo de Paleontologia. La Era Terciaria O Cenozoica

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