Você está na página 1de 8

Doença de Membrana Hialina: Aspectos Terapêuticos

Hyaline Membrane Disease: Therapeutic Aspects

Edna Maria de Albuquerque Diniz1


Flávio Adolfo Costa Vaz2

Dentre as patolosias respiratórias no período neo- mia, alterações metabólicas (hipoglicemia) choque e hi-
natal, a doença de membrana hialina (DMH) constitui um poxia prolongada27'28.
dos mais freqüentes e graves problemas que afeta o re- O conhecimento destes fatores agravantes e sua
cém-nascido (RN) particularmente o RN pré-termo. prevenção certamente conduzirão à diminuição da inci-
Cerca de 50% dos óbitos que ocorrem no período dência ou mesmo da gravidade da doença10.
neonatal são relacionados a problemas do aparelho res- Para o tratamento da DMH é de primordial impor-
piratório dos quais a DMH participa em cerca de 80 a tância o conhecimento de sua patogênese, fisiopatolo-
90% dos casos na primeira semana de vida. gia quadro clínico e do diagnóstico diferencial com ou-
A DMH é resultante primariamente da deficiência tras patologias que podem apresentar manifestações
de surfactante cuja síntese e liberação está relacionada clínicas e evolução semelhantes. Neste caso lembramos
com a maturidade pulmonar a qual é vital para o esta- a pneumonia ou septicemia por Estreptococos p he-
belecimento da função respiratória ao nascimento. molítico do grupo B, a síndrome de aspiração de mecô-
Além disto é importante o perfeito funcionamento de nio, a persistência da circulação fetal, as cardiopatias
outros órgãos tais como sistema nervoso central e peri- congênitas (transposição dos grandes vasos, coarcta-
férico para* a transmissão dos estímulos, sistema cardio- ção da aorta) e outras condições; a taquipnéia transi-
vascular e adequada suplencia de oxigênio2'18'28. tória e as anormalidades pulmonares congênitas tais
como hérnia diafragmática, enfisema lobar congênito;
Além da prematuridade vários fatores podem con- distúrbios metabólicos como hipotermia, hipoglicemia e
tribuir no desencadeamento da DMH. Destes destaca- hipocalcemia podem ser algumas vezes causa única do
mos os fatores pré e perinatais: descolamento prema- quadro respiratório ou contribuir para exacerbar a cau-
turo da placenta, isomunização RH, asfixia aguda, dia- sa básica da dificuldade respiratória22829.
bete materno (classes A, B e C segundo a classificação De um modo geral qualquer recém-nascido pré-
de Priscila White), gemeralidade, partos traumáticos, uso termo (RNPT) que apresenta nas primeiras horas de vida
de anestésicos, analgésicos e cesárea eletiva em mães ou logo após o nascimento desconforto respiratório,
que não foram acompanhadas adequadamente. Entre até prova em contrário, é portador de DMH. O quadro
os fatores pós-natais destacam-se hipovolemia, hipoter- clínico se caracteriza por taquipnéia progressiva, cia-
nose, gemido expiratório, batimentos de asa de nariz,
tiragem intercostal subcostal e diminuição global do
murmúrio vesicular. A progressão desses sintomas e si-
nais, se não forem corrigidos, conduzirá à falência res-
piratória e óbito na grande maioria dos casos.
Instituto da Criança "Prof. Pedro de Alcântara" do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Unidade de
Do ponto de vista radiológico pode ser observado
Recém-nascidos Externos. nos pulmões um padrão retículo-granular de intensi-
1 Assistente dade variada; leve (grau l), moderado (grau II), grave
2 Chefe da Unidade (grau III) e opacidade total (grau IV), contrastando com
broncogramas aéreos mínimos no grau l, estendendo- 4. Os eletrólitos, sódio e potássio são acrescentados ao
se além do mediastino no grau II, estendendo-se até a soro de manutenção hídrica, a partir do 3.° dia de vida
periferia no grau III e apenas padrão aéreo no grau IV. A nas doses de 3 e 2,5mEq/kg/dia/ respectivamente.
silhueta cardíaca é normal no grau l e II, pouco visível no Nestes RN a incidência de hipocalcemia é alta não só
grau III e imperceptível no grau IV6. pela prematuridade mas também pela menor concen
No momento em que a doença é suspeitada o RN tração de paratohormônio, fosfatemia elevada (pro-
deve ser transferido imediatamente para a Unidade de duzida pelo dano celular resultante da hipoxemia) e
Cuidados Intensivos cuja infra-estrutura deva permitir altos níveis de calcitonina, A hipocalcemia deve ser
um perfeito acompanhamento clínico-terapéutico da tratada mesmo que assintomática e para tanto o cál-
criança. cio é administrado na forma de gluconato a 10%, in-
As medidas terapêuticas na DMH visam fundamen- travenoso, cerca de 35 a 50mg/kg/ dia, Lembramos
talmente conservar uma oxigenação adequada (Pa02 que 1 cm3 de gluconato de cálcio a 10% contém 9mg
maior que SOmmHg), ventilação adequada (PaCo2 me- de cálcio elementar. Hipomagnesemia também pode
nor que SOmmHg) e medidas gerais de manutenção tér- ocorrer e deve ser corrigida adequadamente e com
mica, calórica e hídrica do RN2'7'11'16. bastante cautela.
5. A hiperbilirrubinemia ocorre freqüentemente sendo
As recomendações gerais são: indispensável as dosagens seriadas das bilirrubinas e a
indicação mais precoce de fototerapia.
1. Colocar o RN num ambiente térmico neutro (36 a Nos RN com peso de nascimento menor do que 1200
gramas e que apresentam equimoses, a fototerapia
37°C) no sentido de reduzir o consumo de oxigênio e
a produção de CO2. Para isto pode ser utilizada a in- profilática tem sido indicada.
cubadora ou mais apropriadamente o berço de calor
irradiante. Oxígenoterapia -
2. Reconhecimento e tratamento da hipotensão ou cho-
que quando presente é essencial. Ocorrem em RN Apesar do oxigênio constituir-se no elemento de
gravemente doentes contribuindo para aumento da maior importância no tratamento da insuficiência res-
vasoconstrição do leito capilar, acidóse metabólica e piratória, seu uso deve ser atentamente vigiado a fim de
oligúria. A hipovolemia poderá afetar a perfusão pul- se evitar seus efeitos tóxicos sobre a retina e o pulmão
monar e periférica tornando ineficaz a assistência do RN.
ventilatória. A determinação da pressão arterial (PA) A hipoxemia da maioria das doenças pulmonares
nestas crianças em particular é primordial. A medida pode ser corrigida pelo aumento da fração inspirada de
da pressão sangüínea pode ser realizada através de 02 (FjO2). Na DMH a hipoxemia é produzida por hipo-
técnica direta ou indireta. A estimação da PA pela ventilação, bloqueio na difusão dos gases e curto-
técnica de Doppler é largamente usada na Unidade circuito ("shunt") circulatório direita-esquerda. As me-
de Terapia Intensiva Neonatal cáfno método não in- didas da PaO2 com o RN respirando 100% de 02 mos-
vasivo da pressão sistólica, porém, com este método tram grande desvio circulatório representado pelo cur-
a pressão diastólica não é facilmente obtida13. to-circuito.
Atualmente tem sido mais freqüentemente utilizado Apesar dos grandes curto-circuitos observados na
o método oscilométrico que é o único não invasivo DMH, a administração de oxigênio em concentrações
que estima diretamente a pressão arterial média. mais elevadas impede a hipoxia alveolar melhorando a
O DINAMAP referido por Ramsey em 1979 constitui vaso-constrição nos espaços aéreos com índice ventila-
um novo instrumento que utiliza a oscilometria para ção-perfusão (V/Q) baixo e diminuindo o curto-circuito
medida indireta não invasiva da pressão arterial mé- direita-esquerda. É importante ressaltar que pequenas
dia, sistólica e diastólica automaticamente e tão fre- reduções na F¡02 podem levar a grandes quedas na Pa02
qüentemente quanto de 3 em 3 minutos sem envolvi- e não raramente, de modo irreversível. Por outro lado
mento de operador13. trabalhos têm demonstrado que o RN respirando Fj02 a
Através do conhecimento da PA poderá assim ser in- 100% podem piorar sua respiração com colapso alveo-
dicado o uso ou não de substâncias coloidais como lar completo pela eliminação completa do nitrogênio
albúmina, plasma ou sangue nas primeiras horas de dos espaços aéreos pouco ventilados o que poderá
vida. A expansão do espaço intravascular deve ser fei- agravar a atelectasia e aumentar o curto-circuito intra-
ta com a devida cautela a fim de se evitar sobrecarga pulmonar. De tudo isto decorre a nececidade de se mo-
cardiopulmonar. nitorizar os gases sangüíneos e a concentração inspira-
3. A manutenção hídrica requer um volume de 60 a 80 da de oxigênio pelo menos a cada 4 horas nos RN que
ml/kg/dia de soro glicosado a 10% no primeiro dia de recebem F¡02 maior que 40%, com o cuidado de manter
vida, de 100 a 120 ml/kg/dia no segundo dia e 130 ml/ a Pa02 entre to e 70mm Hg, onde os riscos de fibroplasia
kg/dia a partir do terceiro dia. retrolenticular (FRL) e de displasia broncopuimonar
(DBP) sao menores. A medida da F¡02 é realizada através de dosagens gasométricas capilar ou medida transcutâ-
de analisadores de 02 (oxímetros) colocados próximos nea da PO2 e PCO916'21.
das narinas. A administração de 02 no RN pode ser feita RN prematuros submetidos a períodos prolonga-
de várias formas sendo a mais comum o uso de um ca- dos de oxigenoterapia (7 a 10 dias), em F.O2 de 25 a
puz de acrílico colocado sobre a cabeça da criança o 40%, podem apresentar fibroplasia retrolenticular; por-
que permite ajustar as concentrações de 02 até a 100%. tanto, controles oftalmológicos impõem-se nessas situa-
As incubadoras normalmente não mantêm concentra- ções.
ções adequadas. Lembramos que o 02 deve ser umidifi- Devemos ressaltar que ao redor de 70% dos RN
cado e aquecido na temperatura do corpo do RN e com DMH melhoram apenas com o uso de O2 isolada-
como o sistema é umedecido, sua troca deverá ocorrer mente; os outros 30% requerem algum outro tipo de as-
a cada 3 dias a fim de se evitar a proliferação de bac- sistência respiratória o que poderá ser feita pelo uso da
térias hidrófilas11'16'19. CDP ("continuous distending airway pressure") positiva
Por outro lado, a monitorização da Pa02 pode ser (CPAP) ou negativa (CNP) ou por ventilação mecâní-
£Q 16,19,20
obtida de várias maneiras:
Usamos a pressão positiva contínua (CPAP = "con-
a) punções arteriais intermitentes (artérias radial, tinuous positive airway pressure") sempre que o RN ne-
umeral e temporal) ou capilar (aquecimento do calca- cessita F.O2 maior que 60% para manter a PaO2 acima de
nhar para obtenção do sangue capilar); 50 mm Hg em duas dosagens sucessivas.
b) cateterismo da artéria umbilical com catéter ar- A CPAP foi introduzida por Gregory em 1971 para
terial específico, tendo-se o cuidado de deixar o catéter tratar RN com DMH. O método consiste em impedir a
na altura da bifurcação da aorta descendente que cor- atelectasia alveolar ao final da fase expiratória, pelo uso
responde a L1 Lç ou, com a utilização de catéteres espe- de uma pressão positiva constante nas vias aéreas. Com
ciais em cuja ponta há um eletrodo de Oç permitindo a a mesma finalidade, alguns centros de neonatologia
monitorização contínua da PaO2101623. usam a pressão negativa ao redor do tórax do RN (CNP
A medida da ?Q e PaCO2 pode ser ainda obtida = continuous negative chest wall pressure). No en-
continuamente através dê monitores transcutâneos tanto, pelo seu maior custo e complexidade não tem
(TcPO2 e T PCO2). Através desta determinação podem ser sido ultimamente utilizado.
constatadas flutuações da PaO2 do RN durante o choro, O uso do CPAP baseou-se nos conhecimentos pre-
sucção nasofaríngea, punções arteriais ou venosas, etc., liminares a respeito do papel do surfactante pulmonar e
flutuações estas de até 20mmHs de diminuição. Consti- do gemido expiratório o qual impede o fechamento da
tui um método bem aceito na maioria das Unidades de glote ao final da expiração aumentando assim a capaci-
Cuidados Intensivos particularmente por não ser inva- dade pulmonar. Os efeitos pulmonares do CPAP são
sivo, pela facilidade no manuseio na manutenção da principalmente o aumento da capacidade residual fun-
monitorização da PaO2 e por permitir a detecção dos pi- cional e do tamanho alveolar em cerca de 1/2 a 2/3 do
cos de hipoxia e hiperoxia. Lembramos no entanto que normal; conseqüentemente, observa-se aumento da
nos RN gravemente doentes, com hipotensão e hipo- PaO2 com melhoradíperfusão pulmonar, diminuição de
perfusão tecidual, o fluxo sangüíneo da pele é sensivel- atelectasias e do curtocircuito direita-esquerda por re-
mente alterado o que toma indispensável a medida san- distribuição do fluxo sangüíneo intrapulmonar. A pres-
güínea arterial da PaO2. Outro ponto a ser realçado é o são esofágica (PE) durante a respiração com CPAP é re-
superaquecimento do eletrodo que pode levar a quei- duzida devido a uma redução na resistência das vias aé-
maduras de pele principalmente em RN de muito baixo reas. A freqüência respiratória (FR) alta no início do tra-
peso; isto implica em mudança de local a cada 2 horas tamento é reduzida progressivamente. A combinação
aproximadamente728. de uma menor FR e de uma diminuição da PE contribui
De um modo geral utilizamos oxigenoterapia isola- para a redução do trabalho respiratório que é inicial-
da através de um capacete de acrílico em todos os RN mente 2 a 4 vezes a do RN normal.
que não tiveram apnéias e que necessitam F O igual ou A eficácia do CPAP é dada pelos valores gasométri-
menor que 60% para manter a PaO2 entre 50 e /Omm Hg. cos sangüíneos. Eleva-se a PaO2 porém a PaCO2 mantém-
Quando a PaO2 for menor que 50amm Hg em FO2 de 60%, se estável ou levemente aumentada; se pressão exces-
cateterizamos a artéria umbilical (catéter Argyle n.° 3,5F) siva for utilizada a PflCO2 aumentará, bem como o traba-
e realizamos as medidas gazométricas periodicamente lho respiratório trazendo piora sensível das condições
(a cada 4 a 6 horas) de acordo com a PaO2 do RN. À me- ventilatórias com hipoperfusão alveolar e superdisten-
dida que o RN vai melhorando, concentrações de O2 ção dos alvéolos não colabados.
cada vez menores vão sendo necessárias, portanto, a No terceiro e quarto dias de vida, quando a com-
F.O2 deve ser diminuída de 5 a 10% por vez, dosando os placência pulmonar estiver aumentada, o uso de pres-
gases sangüíneos depois de 30 minutos. Ó catéter ar- sões altas no CPAP poderá ser prejudicial. Um aspecto
terial umbilical poderá ser retirado sempre que a criança prático para o reconhecimento deste fato é a manuten-
estiver com FO2 menor que 40% e o serviço disponha ção da PaO2 com aumentos progressivos da PaCO2; nesta
ocasião, a diminuição do CPAP leva à melhora imediata de manipulação difícil e incomodativa23,28.
das condições ventilatórias do RN. IV - Tubos nasais:
Os efeitos cardiovasculares são pouco conhecidos Tendo em vista que o RN obrigatoriamente respira
porém dados experimentais em animais e observações pelo nariz, e que o tubo nasal é de muito simples mani-
clínicas em seres humanos sugerem que eles dependem pulação, contornando a maioria dos problemas citados
da magnitude pressórica transmitida das vias aéreas anteriormente, tem sido o método de escolha para apli-
para pleura e vasos pulmonares. No início da terapêu- cação do CPAP isoladamente. As suas desvantagens são
tica isto é pouco significativo porém à medida que a o trauma nasal e a variação que pode ocorrer na pressão
complacência pulmonar aumenta, mais pressão é trans- expiratória final. Assim, se a boca do RN se mantiver
mitida para o esófago e aurícula direita, diminuindo o aberta poderá haver queda da pressão afetando a PaO2;
retorno venoso e aumentando o trabalho cardíaco. O se permanecer absolutamente fechada poderá ocorrer
uso de pressões mais baixas parece diminuir este risco. distensão gástrica e rotura alveolar aumentando a inci-
Os efeitos do CPAP sobre outros órgãos são pouco dência de pneumotórax. Há ainda uma maior quanti-
conhecidos. Alterações no fluxo sangüíneo cerebral dade de secreção nasal pela presença do tubo nasal ne-
tem sido descrito particularmente nos RN de menor cessitando aspiração com maior freqüência. Porém ape-
idade gestacional. Autores descrevem aumento da sar destas desvantagens ainda nos parece a forma me-
pressão intracraniana e da pressão venosa central (PVC) lhor de utilizarmos o CPAP16,23,28.
predispondo estes RN à hemorragias intracranianas V - Máscara facial:
(HIC)14. Depois de sua introdução em 1972, sofreu algumas
Em alguns casos, o CPAP pode falhar e isto pode ser modificações propostas por Jonson22, em 1980.0 autor
observado particularmente nos casos de DMH muito descreve como vantagens entre outras de não ser irri-
graves, que só respondem a altas pressões intratoráci- tante da mucosa nasal e como desvantagem a maior difi-
cas que são melhor geradas por ventiladores mecâni- culdade oferecida à drenagem de secreções por limita-
cos; em RN de peso inferior a 1500g e segundo Gregory, ção dos movimentos do RN.
falha em 50 a 90% dos casos elevando a mortalidade A comparação entre os vários métodos de aplica-
para cerca de 80% (tal fato parece ser devido ao maior ções da pressão de distensão contínua (CPD) quer por
trabalho respiratório imposto pelo CPAP num RN com pressão positiva (CPAP) quer por pressão negativa
poucas reservas energéticas e pulmonares podendo (CNP), tem mostrado que todos eles oferecem vanta-
ainda nestes RN, retardar a indicação de ventilação me- gens e desvantagens dependendo muito da experiência
cânica; em presença de hemorragia ou edema pulmo- de cada serviço especializado. Há porém um fato a ser
nar); em RN com apnéia; em presença de hemorragia in- destacado que é a maior incidência de hemorragia intra-
tracraniana e naqueles com acidóse metabólica grave. craniana (HIC) em RNPT tratados com a máscara facial.
O CPAP não é utilizado em RN com cardiopatia con- Isto provavelmente se deve a um maior aumento da
gênita e não tem grandes benefícios na persistência da Pa CO2 e do fluxo sangüíneo cerebral e/ou a própria fixa-
circulação fetal. No entanto, está indicado em RN com ção da máscara19,20.
DMH bem diagnosticados, clínica e radiológicamente, Nós temos utilizado tubos nasais para iniciar a CPAP
que necessitem FO2 maior que 60% para manter a PaO2 em todos os RN de pesos de nascimento superior a
acima de SOmmHg.2 1.250g reservando o tubo endotraqueal para os RNPT
Há várias maneiras de aplicar o CPAP: de peso menor que 1250g. Iniciamos o CPAP com uma
I - Tubo endotraqueal: este método foi usado por pressão de 8 cm de água e aumentamos de 2 em 2 cm
Gregory19'20 inicialmente em seu estudo pioneiro de até o máximo de 12 cm de água, sempre dosando os ga-
CPAP em RN com DMH. Para RN graves, de pesos inferio- ses sangüíneos a cada 30 minutos após mudança de
res a 1500g, tem a vantagem de permitir o uso de ventila- pressão, no sentido de manter a PaO2 entre 50 e 70 mm
ção mecânica ou controlada quando necessária. Hg.
II - Câmara cefálica com pressão positiva: também Mesmo com o uso precoce de CPAP, alguns RN fa-
introduzida por Gregory, porém em desuso no mo- lham e necessitam assistência ventilatória mecânica8.
mento pela dificuldade de se manter uma pressão cons- Os critérios para início da ventilação mecânica são
tante especialmente em RNPT pequenos, com perda de algumas vezes diferentes entre as instituições, porém
gás, pelo espaço em torno do pescoço. Há maior risco aceitam-se os seguintes parâmetros de indicação:
de hemorragia intracraniana pelo aumento da pressão
venosa central e de hidrocefalia, além da presença de I -Crises freqüentes de apnéia;
ruído dentro da câmara e a possibilidade de hipo ou hi- II - RN com Pa O2 menor que 50 mm Hg em FiO2
pertemia cefálica. maior que 80% e CPAP de 12 cm água;
III - Câmara de pressão negativa: III - Hipoventilação acentuada, isto é PaCO2 maior
Abrange o tórax deixando o segmento cefálico li- que 65 mm Hg em duas amostras consecutivas e
vre. Entretanto é fechada em torno do pescoço sendo pH menor que 7,25.
De modo geral todos os ventiladores tem como que o RN mantenha a PaO2 acima de 50 mm Hg, a PaCO2
princípio manter uma diferença de pressão entre os pul- entre 35 e 45 mmg e pH entre 7,30 e 7,45. Deve-se sele-
mões e a boca pela introdução de gás no pulmão; isto cionar o padrão de ventilação mais seguro para se ter o
pode ser obtido por ventilação intermitente positiva mínimo de complicações.
(VIP) ou por ventilação intermitente negativa (VIN). A monitorização contínua dos gases sangüíneos a
Os ventiladores usados em RN são geralmente cada mudança dos ajustes ventilatórios é indispensável
aqueles gerados por pressão constante e ciclados a devendo-se tais modificações serem realizadas indivi-
tempo. Nestes ventiladores o tempo inspiratório é pre- dualmente para se obter um melhor controle da ven-
estabelecido. Um fluxo constante de gás passa através tilação.
do seu circuito; intermitentemente uma válvula fecha e De modo geral, quando desejamos aumentar a
o fluxo de gás passa à criança, permanecendo fechada PaO2 no RN hipoxêmico, os seguintes recursos são acio-
de acordo com o tempo pré-estabelecido. Transcorri- nados, cronologicamente:
do este tempo, a válvula abre-se e cessa a inspiração. O - aumentar o F¡O2
exemplo deste tipo de ventilador é o Baby-Bird, o - aumentar o pico de pressão inspiratória
Bourns-BP 200 e o Veriflo. - modificar a relação I:E, prolongando o tempo ¡ns-
Atualmente duas formas de ventilação tem sido piratório (não mais que 0,6 segundos)
usadas em RN com insuficiência respiratória: - aumentar o PEEP
-Ventilação controlada: na qual o comando da Se o problema é a retenção de CO2 podemos ob-
respiração é realizado pelo ventilador. ter melhora:
-ventilação IMV ("intermittent mandatory ventila- - aumentando a pressão ¡nspiratória
tion") que é uma combinação de respiração espontâ- - aumentando a freqüência respiratória
nea com ventilação mecânica periódica. Neste tipo de - diminuindo o PEEP (as conseqüências fisiológicas
ventilação um fluxo contínuo de gás passa através do do PEEP são similares as da pressão contínua de
tubo endotraqueal durante a inspiração e a expiração distensão).
correspondendo pelo menos a 3 ou 4 vezes a ven- É importante a observação clínica e gasométrica do
tilação/minuto. RN pois na presença de uma súbita alteração deve-se
A IMV constitui um importante avanço na ventila- verificar toda a aparelhagem, obstrução ou saída do
ção mecânica e é muito útil para "desmamar" o RN do tubo endotraqueal, presença de HIC ou de pneumo-
ventilador permitindo ainda manter a atividade do cen- tórax. A retirada da ventilação mecânica deve ser feita
tro respiratório e musculatura respiratória uma vez que com cautela e diminuindo-se progressivamente os parâ-
o RN respira espontaneamente. metros respiratórios: pressão inspiratória, FiO2, PEEP, e a
A maioria dos ventiladores em uso atualmente tem freqüência respiratória.
as seguintes características: Após extubação, aspirar as vias aéreas, manter, se
- misturador de gás: para permitir ajuste da F¡O2 necessário, com capuz, em berço de calor irradiante ou
entre 21 e 100%; colocar o RN em incubadora com F¡O2 a 10% acima do
- tempo de ajuste inspiratório e expiratório; anterior.
- válvula expiratória para limitar o pico de pressão Em alguns RN a desconexão do ventilador é difícil e
inspiratória; lenta e nestes casos pode estar presente:
-alarme para acusar desconexão inadvertida, -doença pulmonar residual sendo as mais fre-
perda de pressão, etc. qüentes: ¡nfecções, atelectasi<as, displasia bron-
- umidificador ou nebulizador para saturar os ga- copulmonar, persistência do dueto arterial;
ses inspirados com água a 32 - 37?C; - obstrução aérea;
- pressão positiva expiratória final (PEEP): ajustável - depressão do sistema nervoso central e
entre O e 25 cm de água. - alcalose metabólica.
Os ajustes iniciais do aparelho ao ser conectado no A conduta nesses casos tem sido o combate à hi-
RN são variáveis, porém em RN com DMH, cuja compla- poxemia, à infecção, a prevenção do colapso alveolar e
cência pulmonar é diminuída, algumas vezes precisa- à super-hidratação e o uso de estimulantes do centro
mos de pressão inspiratória elevada. Assim iniciamos respiratório.
com os seguintes parâmetros: Uma maior incidência de pneumotórax tem sido
- F¡O2 maior que 80% observada quando se usa um tempo inspiratório pro-
-pico de pressão inspiratória de 24 cm de água longado com pico de pressão ¡nspiratória baixa. Da
-freqüência respiratória de 30 movimentos/mi- mesma forma, o uso de PEEP elevado, também aumenta
nuto a incidência de pneumotórax, sendo recomendado que
- relação inspiração/expiração 1:1 não se ultrapasse 5 a 7 cm H2O especialmente se a rela-
-PEEP = 5 a 6 c m d e H 2 0 ção I:E for elevada.
Uma adequada ventilação mecânica deve permitir Durante a ventilação do RN com quadros graves de
DMH e que se apresentam agitados, tem sido utilizados Alguns autores25 referem que num estudo cola-
relaxantes musculares, o que parece aumentar a PaO2, borativo sobre a incidência de FRL, um pequeno nú-
porém com cautela pela possibilidade de aumento da mero de RN sofreu lesão apenas quando o F,O2 foi abai-
pressão intracraniana e de HIC. xo de 40%; no entanto, aqueles que ficaram por tempo
O uso de vasodilatadores da circulação pulmonar prolongado em O2 (10 dias) mesmo em concentrações
como a tolazolina não tem sido recomendado para o RN baixas de 25 a 30%, observou-se FRL em 10% dos RNPT
com DMH por não se ter observado beneficios. pequenos. A exata concentração de O2 que é capaz de
Alguns autores tem utilizado exsangüíneotransfu- não produzir dano retiniano é desconhecida, porém sa-
são naqueles RN mais graves, com a finalidade de melho- be-se que a PaO2 não deve ultrapassar 70 a 90 mm Hg.
rar as condições circulatórias e trocar a hemoglobina fe- Tem sido ainda utilizada a vitamina E que por suas ações
tal pela adulta que mais facilmente libera O2 para as antioxidantes parece contribuir na redução da incidên-
células; nós temos utilizado este recurso naqueles RN cia da FRL.
de peso inferior a 1200 gramas com quadro de insufi- d - Persistência do canal arterial (PCA). No RNPT
ciencia respiratoria grave1. com DMH o primeiro sinal de um significante PCA pode
Na DMH as complicações observadas são resultan- ser a piora do quadro respiratório após ter iniciado a
tes da própria imaturidade de desenvolvimento pulmo- melhorar. Ocorre freqüentemente no final da primeira
nar bem como das múltiplas terapéuticas usadas23-25< 27. semana de vida quando o RN está saindo da assistência
As complicações imediatas estão mais relacionadas ventilatória. Naqueles RN que não estão com suporte
às próprias técnicas de cuidados respiratórios. Estas ventilatório, crises de apnéia freqüentemente coinci-
complicações observadas na fase aguda da DMH po- dem com o início de significante "shunt" esquerda-
dem conduzir a processos crônicos afetando: oro- direita. Taquicardia persistente, taquipnéia, hiperativi-
faringe, nariz, laringe, vias aéreas maiores e menores e dade do precórdio, pulsos periféricos cheios e sopro
cérebro. sistólico contínuo audível, principalmente na borda es-
Das complicações observadas pelo tratamento ternal superior esquerda, constituem os principais cri-
ventilatório de DMH, as mais importantes são citadas a térios para o diagnóstico clínico. Do ponto de vista ra-
seguir: diológico pode ser constatado aumento da vasculatura
a - dísplasia broncopulmonar (DBP), a qual foi de- pulmonar e moderada cardiomegalia. A Echocardiogra-
tectada pela primeira vez por Northway24 em 1967. Se- fia constitui no momento o mais valioso método não in-
gundo o autor, a freqüência observada foi de 5 a 30%, vasivo para o diagnóstico de PCA. Relação aumentada
relacionada com a idade gestacional e com uma mortali- entre aurícula esquerda e raiz da aorta (LA/AO) para a
dade em torno de 38%; idade gestacional ou em medidas seqüenciais são consi-
b - pneumotórax, pneumomediastino e enfisema deradas importantes critérios para o diagnóstico. Bhat
intersticial são complicações que ocorrem mais fre- et ai. consideram a relação LA/AO maior que 1 como
qüentemente no RN submetido a CPAP ou ventilação uma indicação de PCA significante. Tem sido também
mecânica com PEEP e picos de insuflação altos. usado mais recentemente o echo bidimensional e o
A deterioração brusca num RN que vem melho- echo utilizando o princípio Doppler4.
rando do quadro pulmonar sugere esta possibilidade O tratamento proposto para PCA consiste em: res-
exigindo tratamento imediato. Fisiológicamente a pre- trição hídrica (80 a 100 ml/kg/dia); assistência ventila-
sença de ar entre os espaços aéreos comprime os ca- tória para manter PaCO2 < 40 torr; manter o hematócri-
pilares pulmonares, dificulta o retorno venoso e diminui to em torno de 45%; indometacina (inibidor de Prosta-
o trabalho cardíaco, levando a um quadro respiratório glandina sintetase) na dose de 0,2 mg/kg/dose (VO ou
grave com alta mortalidade. EV) cada 12 horas, três doses. Se não melhorar dentro
c - fibroplasia retrolenticular (FRL). É fato bem co- de 48 horas da primeira dose, considerar cirurgia. Lem-
nhecido que altas concentrações de O2 podem afetar a bramos que diáteses hemorrágicas, trombocitopenia,
retina do RN em particular do RNPT. enterocolite necrotizante, insuficiência renal aguda ou
Segundo Klaus & Fanaroff24 a ação do O2 nos vasos creatinina sérica maior que 1.8 e bilirrubina sérica maior
retiñíanos é dependente do estágio do desenvolvi- que 10 a 12 mg constituem contra-indícações para o
mento dos vasos retiñíanos, do tempo de exposição ao uso de indometacina4' "•30.
O2 e da PaO2. Os efeitos vasoconstrictores podem ser Digitálicos (digoxina) não têm sido usados rotinei-
reversíveis quando o O2 é administrado por curtos perí- ramente em RN com PCA. Seu uso no entanto pode es-
odos, porém se mantém a oxigenoterapia em altas con- tar indicado na presença de insuficiência cardíaca con-
centrações, o efeito pode ser irreversível. No RN de gestiva ou naquelas crianças em que a indometacina
termo, apesar de haver alguma sensibilidade da retina, está contra-indicada4.
não se tem observado lesão. No RN humano, o dano re- e - Hemorragia intraventrícular (HIV) constitui um
tiniano é observado mais freqüentemente em RN com dos problemas mais freqüentes nas Unidades de Terapia
idade gestacional menor que 36 semanas. Intensiva Neonatal, sendo causa fundamental de seque-
Ias neurolósicas. Após a verificação em animais de experimentação
Mais de 90% das HIV estudadas em necropsia de que a instilação traqueal de surfacfònte natural prevenia
prematuros se originam na matriz germinativa subepen- a DMH e aumentava a sobrevida, estudos têm sido feitos
dinária. no sentido de ser usado no RH humano o surfactante
O prematuro é mais suscetível a HIV tendo em vista quer terapêutica ou profilaticamente, para todos os RN
a sua imaturidade anatômica cerebral, principalmente com risco de desenvolverem a DMH12'1517.
da região ependimária que é rica em vasos sanguíneos e
REFERÊNCIAS
pobre em células.
1 - ADAMKIN, D.H. - New uses for exchange transfusion. Pedíat. Clin.
A patogenia da HIV é complexa, não havendo uma N. Amer. 24: 599,1977.
causa única e fatores diversos estão associados: prema- 2 - AVERY, M.E.; FLETCHER, B.D. & WILLIAMS, R.G. - Hyaline membra-
turidade, asfixia perinatal, hipoxemia, hipercapnia, infu- ne Disease In AVERY, M.E. et al. eds. -The Lung and its Disorders in
são rápida de soluções hipertónicas, pneumotórax, uso the Newborn Infant 4.a ed. Philadelphia, Saunders, 1981.
3 - BALLARD, P.L. & BALLARD, R.A. - Corticosteroid and respiratory
de CPAP e ventilação mecânica. Distress syndrome: status 1979. Pediatrics 63: 163,1979.
Nas formas leves e moderadas, observa-se diminui- 4 - BHAT, R.; FISHER, E.; RAJU, T.N.K. & VIDYASAGAR, D, - Patent
ção da atividade expontânea, hipotonicidade, irritabili- ductus arteriosus: recent advances in diagnosis and manage-
dade, convulsões, nistagmo, queda do hematócrito, aci- ment. Pediat Clin. N. Amer. 29: 1,117,1982.
5 - BLOCK, M.F. KLING, O.R. & CROSBY, W.M. -Antenatal glocucorti-
dóse metabólica; enquanto que nos quadros mais tar- coid therapy for the prevention of Respiratory Distress syndrome
dios observa-se uma súbita queda do hematócrito, au- in the premature infant. Obst. Gynecol. 50: 186,1977.
mento da tensão da fontanela, diminuição do consumo 6 - BOMSEL, F.; COUCHARD, M. & HENRY, E. - Respiratory distress in
de O2 e tendência a hiperglicemia. Além do quadro clí- the newborn: radiological approach, differential diagnosis. J.
Beige Radiol. 63: 89,1980.
nico, o diagnóstico pode ser feito através do estudo li- 7 - BOYLE, R.Y. & OH., W. - Síndrome de dificultad respiratoria. Clin.
quórico, tomografia computorizada encefálica e a ultra- Perinat. 2:283,1978.
sonografia de crânio. 8 - BRADY, J.P. & GREGORY, G.A. - Assisted ventilation. In KLAUS,
O prognóstico do RN com HIV é fechado e de- M.H. & FANAROFF, A.A. - Care of the High - Risk Neonate, 2? ed.
Philadelphia, Saunders, 1979, p. 205.
pende em parte da magnitude da hemorragia, porém, 9 - CAZARES, S.V.G.; DEL MISTRO, A.C. & DE LOS MONTEROS, A.E. -
estima-se que mais de 50% dos RN com HIV maciça têm Estado actual del uso de esteroides como inductores de ma-
péssimo prognóstico, evoluindo para hidrocefalia. durez pulmonar fetal. Ginec. Obstet. Méx. 46: 299,1979.
Outras complicações observadas na DMH são 10-COCHRAN, W.D.; DAVIS, H.T. & SMITH, CA. - Advantajes and
complications of umbilical artery catheterization in the newborn.
aquelas relacionadas ao uso de catéteres umbilical ou Pediatrics, 42: 769,1968.
seja: septicemia por contaminação, fenômenos trom- 11 - CORBET, A. & ADAMS, J, - Terapéutica actual de la enfermedad
bóticos (art. renal, aorta, mesentérica) e isquemia de va- de membrana hialina. Clin. Perinat. 2: 299,1978.
sos periféricos. 12-CUTZ e ENHÓRING, G.; ROBERTSON, B.; SHERWOOD, W.G. &
HILL, D.E. - Hyaline membrane disease; effect of surfactante pro-
A coagulopatia de consumo pode também ser ob- phylaxis on lung morphology in premature primates. Amer. J. Pa-
servada nestes RN geralmente como complicação de thol.92:581,1978.
fase fínal de processos septicêmicos graves. 13 - DARNALL, R.A., Jr. - Non invasive blood pressure. Measurement
As complicações observadas a longo prazo na in the neonate. Clin. Perinat. 12: 31,, 1985.
14 - De LEMOS, R.A. & TOMASOVIC, JJ. - Efectos de la ventilación a
DMH estão relacionadas mais com o uso de técnicas de presión positiva sobre el riego sanguíneo cerebral en el neonato.
ventilação. São descritos lesões de nariz, orofaringe, la- Clin. Perinat. 2: 393,1978.
ringe, traquéia e pulmões. 15 - ENHORNING, G. -Artificial surfactant to prevent and treat neona-
Têm sido relatadas ainda anormalidades dos den- tal respiratory distress Syndrome. Pediatrics 66: 799,1980.
16 - FACCHINI, F.P. & SANTOS, T.F. - Uso de pressão de distensao al-
tes incisivos, desde mudança da coloração à ausência veolar no tratamento da síndrome de angústia respiratoria idio-
parcial devido à pressão de tubos endotraqueais e larin- pática do recém-nascido. Rev. Ass. Méd. Brasil. 23: 341,1977.
goscopio. 17 - FUGIWARA, R. - Surfactant for hyaline membrane disease. Pedia-
trics 66: 795,1980.
18 - GLUCKr L. et al. - Biochemical development of surface activity in
PREVENÇÃO mammalian lung. IV Pulmonary lecithin synthesis in the human fe-
tus and newborn and etiology of the respiratory distress syndro-
Após os estudos de Liggins & Howie23 sobre o uso me. Pediat Res. 6:81,1972.
19- GREGORY, G.A. - Devices for applyng continous positive airway
de corticosteróides na prevenção da DMH, mostrando pressure In THIBEAULT, D.W. & GREGORY, G A. - Neonatal Pulmo-
uma redução significante na DMH, vários trabalhos sur- nary Care. California, Addison-Wesley, 1979, p. 178.
giram confirmando seus resultados359. 20 - GREGORY, GA. - Continous positive airway pressure (CPAP). In
Atualmente, segundo estes estudos, os benefícios THIBEAUT, D.W. & GREGORY, G A - Neonatal Pulmonary Care. Cali-
estabelecidos pela terapêutica com glicocorticóides in- fornia, Addison - Wesley, 1979, p. 207.
21 - HUNT, C.E. - Capillary blood sampling in the infant: use fulness
cluem: a) menor incidência de DMH entre os RN de 28 a and limitations of two methods of sampling, compared with ar-
34 semanas de gestação; b) menor gravidade da DMH terial blood. Pediatrics. 51: 501,1973.
quando esta ocorre; c) menor incidência de HIC e d) 22 - JONSON, B. et al. - Continuous positive airway pressure: Modes
maior sobrevivência de RNPT. of action in relation to clinical applications. Pediat. Clin. N. Amer.
27:687,1980.
23-KLAUS, M.H.; FANAROFF, F. & MARTIN, RJ. - Respiratory pro- 29 - STRANG, LB. - Prevention and treatment of Hyaline membrane
blems. In KLAUS, M.H. & FANAROFF, F. - Care of the High Bisk Neo- Diasease (surfactant Deficiency). In STRANG, L.B. - Neonatal Res-
natal, 2.a ed. Philadelphia, Saunders, 1979. p. 173. piration. Oxford, Lippincott, 1977. p. 219.
24 - LIGGINS, G.C. & HOWIE, R.N. - A controlled trial of antepartum 30 - THIBEAULT, D.W. et al. - Patent ductus arterious complicating the
glucocorticoid treatment for prevention of the respiratory dis- respiratory distress syndrome in preterm infants. J. Pediat. 86:
tress syndrome in premature infants. Pediatrics. 50: 515,1972. 120,1975.
25 - NORTHWAY, W.R.; ROSAN, R.C & PORTER, D.Y. - Pulmonary di-
sease following respirator therapy of Hyaline Membrane Disease.
New Engl. J. Med. 276: 357,1967.
26- REYNOLDS, O. - Ventilator therapy. In THIBEAULT, D.W. & GRE-
GORY, G.A. - Neonatal Pulmonary Care. California, Addison -
Wesley, 1979, p. 217. Aceito para publicação em 16 de fevereiro de 1986.
27 - SHANNON, D.C Chronic complications of respiratory therapy in Endereço para correspondência -
the newborn. In THIBEAULT, D.M. & GREGORY, GA. - Neonatal Instituto da Criança
Pulmonary Care. California, Addison - Wesley. 1979, p. 401. Hospital das Clínicas
28 - STAHLMAN, M J. -Acute respiratory disorders in the newborn. In Av. Dr. Enéas de Carvalho, 647
AVERY, G.B. - Neonatology. Pathophysiology and Management of São Paulo - SP
the Newborn. Philadelphia, Lippincott, 1981. p. 371. 05403

Você também pode gostar