LOGÍSTICA EM 2018:

cenários,
mercado
e tendências

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 1

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Logística em 2018: cenários, mercado e tendências
Coordenação Planejamento e Produção Editorial
Marketing transpoBrasil Doxxa – Conteúdo e Relacionamento
www.doxxa.com.br

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 2

 05 Cenários
06 Política: eleições e incerteza

Sumário
07 Economia: recuperação lenta
12 Infraestrutura: investimentos insuficientes

15 Mercado de transporte e logística

17 Tendências: no que voê precisa prestar atenção

25 Dicas dos nossos especialistas (vídeos)

26 Checklist: o que você precisa fazer
para estar 100% em 2018

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 3

 Apresentação
A virada do ano significa para
embarcadores e profissionais de
logística o surgimento de diversos
desafios e oportunidades de
negócio.
Novas conjunturas econômicas e
políticas, perspectivas de mercado,
tudo isso permite desenhar um
cenário, definir metas e objetivos
e, assim, impactar positivamente o
seu negócio.
E com o ano de 2018 chegando,
vimos que temos diversas
novidades para o mundo logístico
e organizamos várias percepções
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
para você ganhar tempo no seu
planejamento estratégico.
São questões políticas (o período
eleitoral promete ser tenso),
econômicas e tecnológicas que
têm alto impacto nas definições
para os próximos períodos Por
isso, a nossa proposta aqui é que
você comece o próximo ano bem
informado.
Isso será fundamental para vencer
problemas de infraestrutura e
de mercado e funcionará como
um dos principais recursos para
ultrapassar obstáculos logísticos.
Boa sorte e sucesso em 2018!
4
 Cenários
O ano que está terminando mostrou-se
turbulento e a situação atual de instabilidade/
incerteza tende a se prolongar, tanto em
função das eleições de 2018 quanto pelas
perspectivas econômicas pouco animadoras.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 5

 Política: eleições e incerteza
Se em 2017 o ambiente político
está conturbado, em 2018 as
eleições gerais de outubro figuram
como o principal fator de atenção.
Isso porque os altos e baixos
da atividade política acabam
influenciando o andamento de
todos os setores e resultam em
sérias consequências para o País.
Com as investigações da Operação
Lava Jato e as reiteradas denúncias
em destaque nos noticiários ao
longo deste ano, o combate à
corrupção certamente será um dos
temas principais nas propagandas
políticas e nas conversas.
Os candidatos vão precisar —
mais do que ter a capacidade de
apresentar propostas viáveis e de
acordo com as necessidades da
sociedade brasileira —, conquistar
a credibilidade para colocá-las em
prática. Especialistas em marketing
eleitoral apontam ainda a influência
decisiva do uso da internet —
principalmente as mídias sociais —,
nas campanhas, que têm os gastos
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
limitados.
Em relação à presidência,
pesquisadores consideram possível
a eleição de um candidato de
centro-direita, com um programa
que mantenha o compromisso
com a política econômica atual
e a responsabilidade fiscal —
considerados fatores essenciais
para o crescimento do País. Mesmo
assim, as possibilidades de avanços
concretos em 2018 seguem fracas,
já que as campanhas vão atrair os
esforços, os recursos e as atenções.
“É pouco provável que em ano
eleitoral sejam implementadas
reformas estruturais ou se crie um
ambiente institucional favorável à
retomada do investimento privado,
seja ele nacional ou internacional,
o que acaba prejudicando a
dinâmica de crescimento da
economia”, afirma Fernando Ferrari
Filho, economista e professor da
Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS).
6
 Economia: recuperação lenta
A atual situação econômica do
Brasil mostra um cenário de
instabilidade. Ao longo de 2017,
empresários e profissionais que
no começo do ano contavam com
uma recuperação da economia
para contornar investimentos
mal-sucedidos e problemas
para manterem seus negócios
competitivos, ainda não percebem
mudanças significativas ou que
alimentem expectativas reais de
crescimento.
No primeiro trimestre de 2017,
o PIB cresceu 1% em relação ao
mesmo período do ano anterior
— foi o primeiro resultado positivo
desde 2014. Já no segundo
trimestre, o avanço foi de 0,2% na
comparação com os três primeiros
meses do ano.
No entanto, mesmo rompendo
a sequência de dois anos
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
de PIB negativo, problemas
como recessão, ajuste fiscal,
desemprego, inflação e
dívida pública continuaram
acompanhando os brasileiros
em 2017. São questões que
impactam na operação, no volume
de produção e na qualidade do
serviço das empresas, e precisam
ser levados em consideração no
momento de avaliar a performance
do negócio e de encarar novos
investimentos.
Para 2018, o Ministério da Fazenda
estima um crescimento do PIB
da ordem de 2,5%, resultado
que demonstraria um melhor
desenvolvimento econômico do
País. Mas sabemos que será um
ano em que as atenções estarão
totalmente voltadas para as
eleições em outubro, com poucas
perspectivas de investimentos em
infraestrutura.
7
 Ajuste fiscal
Cortes de gastos tomaram uma
proporção enorme no andamento
da economia. Desde 2014 o governo
reduz investimentos em infraestrutura,
restringe benefícios e aumenta
impostos e tributos. Para especialistas,
essas medidas acabam tendo um efeito
contrário na arrecadação de impostos,
quando tomadas isoladamente, já
que se refletem em fechamento
de empresas ou na diminuição da
produção e vendas.
Desemprego
Com o ajuste fiscal, existe o risco de
paralisia de vários setores produtivos
e, logo, de desemprego. A taxa de
trabalhadores sem ocupação formal
no primeiro trimestre de 2017 atingiu
a marca histórica de 13,7%, a mais
alta registrada desde o início do
levantamento do IBGE. No segundo
trimestre (12,6%), o número ainda foi
alto, tornando a prática de monitorar
as ações governamentais ainda mais
importante.
Dívida pública
Ao manter medidas para estimular a
produção e o consumo - entre elas
redução de impostos, desonerações
fiscais e liberação de crédito - o
governo gastou mais do que
arrecadou com impostos e tributos,
desequilibrando suas contas e
aumentando a dívida pública. Nesse
cenário, o governo perde a capacidade
de atrair investimentos e não consegue
destinar recursos para estimular o
desenvolvimento do País.

Inflação
A inflação é um problema recorrente na economia brasileira
e mesmo com a sua redução e o aumento do nível de crédito
em 2017, é preciso estar atento às projeções para 2018.
A estimativa do Banco Central (BC) é de uma inflação de
4,3% - controlada, mas abaixo do centro da meta que deve
ser perseguida pelo BC (4,5%). Neste caso, é preciso estar
preparado para um aumento da taxa básica de juros da
economia (Selic), o que faz com que o governo torne o crédito
mais caro, dificulte a tomada de empréstimos e reduza o
dinheiro que circula na economia como um todo.
Recessão
Segundo avaliação do Comitê de Datação de Ciclos
econômicos da Fundação Getúlio Vargas (Codace/FGV), a
recessão brasileira de 2014-2016 foi a mais longa desde
1980. Isso impactou diretamente na perda acumulada
pelo PIB, considerada a mais intensa da história do País. A
avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra
que enquanto o fim da recessão parece estar próximo, o
aumento da incerteza política em período eleitoral lança
dúvidas sobre as perspectivas de total recuperação a partir
de 2018.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 8

 Agronegócio, Indústria e Serviços
Os três setores que entram no cálculo do PIB e que, segundo o IBGE,
recuaram no ano passado, mostraram avanços em 2017 - o que pode ser
um bom sinal para 2018.

Agronegócio
Pode-se dizer que o agronegócio é Nacional do Transporte:
o verdadeiro responsável por não
deixar o Brasil pelo terceiro ano 2,8% no primeiro
consecutivo sem alcançar números trimestre de 2017 em
positivos na economia. relação ao último
trimestre de 2016.
PIB do agronegócio
23%
Cabe destacar que os resultados
representa quase um quarto positivos do agronegócio foram A tendência é que o agronegócio
do PIB Nacional beneficiados pelo escoamento da continue em destaque. Uma
safra recorde de soja em 2017 e mostra disso é que o governo
pela agropecuária, que registrou federal e o Banco do Brasil já
PIB do setor deve fechar
2% 2017 com um crescimento
quase três vezes maior se
incremento de 13,4% em relação
ao último trimestre do ano
anunciaram que pretendem
investir, respectivamente, R$
passado, segundo o IBGE. Com 190,25 bilhões e R$ 103 bilhões
comparado ao percentual do
isso, o PIB do setor de transporte para o Plano Safra 2017/18, linha
ano anterior
e logística também registrou um de crédito voltado ao médio e
Fonte: Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) crescimento, avalia a Confederação grande produtor.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 9


Após quase dois anos de crise, a indústria
brasileira enfrenta diversos desafios para voltar
a crescer. Empresários ouvidos em outubro na
Sondagem Industrial da Confederação Nacional
da Indústria (CNI), ouvidos em mais de 2,4 mil
companhias em todo o País, apontaram os
cinco maiores obstáculos para a retomada das
atividades e investimentos:
Indústria
Um dos destaques negativos para
o PIB de 2017 foi o setor industrial.
Depois de mostrar pequenos
avanços no primeiro trimestre
(subiu 0,9% após dois trimestres de
queda), a indústria voltou a recuar
entre abril e junho, com uma
queda de 0,5% frente ao primeiro
período do ano.
O desempenho negativo é
creditado em grande parte à
construção civil, que responde
por cerca de 1/4 do conjunto da
indústria brasileira, e teve um
recuo de 2,0% no período. Isso
mostra uma continuidade da
contração do setor, que já tem
13 semestres de queda em sua
representação no PIB.
No entanto, a expectativa é que
esse cenário possa começar a ser
revertido em 2018. Em outubro, o
Índice de Confiança do Empresário
Industrial (ICEI) medido pela CNI
chegou a 56 pontos, ficando
acima da média histórica (e dos 50
pontos, o que indica empresários
mais otimistas em relação ao
desempenho presente e futuro
tanto das organizações quanto da
economia).

Carga tributária muito Demanda interna Inadimplência de Falta de capital de giro: Taxa de juros muito
alta: fraca: clientes: Sem dinheiro, as alta:
Os impostos Com o consumo Clientes que atrasam empresas podem ser Os juros elevados
pesam sobre os insuficiente, as indústrias seus pagamentos obrigadas a recorrer a tornam os
juros e diminuem diminuem a produção, impactam o caixa empréstimos e podem financiamentos
a competitividade param de investir e das companhias, que postergar investimentos, mais onerosos. O
dentro e fora do reduzem o número também precisam diminuir a produção ou dinheiro mais caro,
País, afugentam os de funcionários, o que receber para honrar dispensar colaboradores. desestimula o consumo
investidores e favorecem desfavorece a economia seus compromissos. e o investimento na
a informalidade. como um todo. produção.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 10

Serviços
O setor de serviços representa
cerca de 70% do PIB e tem grande
influência nos resultados do País,
por isso, é tão importante seu bom
desempenho. Em 2017, um dos
destaques positivos foi o avanço
de 0,6% do segmento no segundo
trimestre (pode parecer pouco,
mas é um número significativo se
considerarmos o cenário negativo
que se apresentava).
No mesmo período, segundo
a Confederação Nacional dos
Serviços, o setor ampliou em
1,4% o número de trabalhadores
formais e informais em relação aos
três meses anteriores. Outro dado
positivo é apontado pelo Indicador
de Tendência do Emprego no
Setor de Serviços, que mostrou
a expectativa de mais postos de
trabalho.
Em outubro, o indicador ultrapassou a barreira dos 100 pontos
pela primeira vez em 34 meses e o resultado de 101,3 pontos
indica um percentual de empresas planejando contratações
(16,5%) em número superior àquelas que planejam cortes (14,5%).
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
Consumo
O consumidor é o verdadeiro motor por
Assim, depois de um período
trás da economia. Sem consumo não há
conturbado com inúmeras
desenvolvimento e renovação da atividade
empresas fechando ou até mesmo
produtiva. Por isso, os índices de consumo
falindo e uma taxa de desemprego
estão diretamente relacionados com o
que atingiu a marca histórica de
cenário de crise econômica enfrentado
13,7% no primeiro trimestre de
pelos brasileiros nos últimos anos.
2017 - a mais alta registrada desde
o início do levantamento do IBGE
Em 2017, depois de oito trimestres de
- as perspectivas de emprego para
retração e um de variação nula, os dados
o próximo ano são um pouco mais
do PIB revelam que o brasileiro voltou a
positivas.
gastar. Só no segundo trimestre deste ano
o consumo das famílias subiu 1,4% e os
Para 2018, a previsão é de que
fatores que levaram a este avanço foram:
o PIB de Serviços cresça 1,5%,
segundo a Nielsen, empresa
• Crescimento de 2,3% da massa
de pesquisas de mercado.
salarial real
Especialistas explicam que, como a
• Queda da taxa básica de juros
expansão dos serviços está ligada à
• Inflação mais baixa
evolução do emprego na economia
• Aumento do crédito
e o mercado de trabalho continua
fraco, a recuperação do setor
O resultado foi comemorado, porém, é
deverá ser lenta e gradual, mas vai
preciso levar em conta que se não houver
acontecer.
uma melhora consistente do nível de
emprego, é provável que ocorra queda de
produtividade e da massa salarial como
um todo, o que acarretaria a redução do
consumo.
11
 Infraestrutura:
investimentos insuficientes
A deficiência na infraestrutura
é um problema histórico no
Brasil. Seja para investir em
rodovias, aeroportos, sistemas de
telecomunicações e de transmissão
de energia, redes de distribuição
de água e tratamento de esgotos,
portos, ferrovias, estradas, etc -
parece nunca haver recursos ou
capacidade de planejamento e
investimento suficientes.
Obviamente isso afeta o setor
de logística, que sofre com as
dificuldades para transportar mais
rápido e mais barato.

Mil km de via

Brasil China Índia Rússia EUA

Área
(milhões km²) 8,5 9,6 3,0 17,0 9,1

Rodovias
pavimentadas
219 1.576 1.569 776 4.375

Ferrovias 29 86 64 87 225

Dutovias 19 87 35 260 2.225

Hidrovias 14 110 15 102 41

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 12


Investimentos em
infraestrutura rodoviária
2011: R$ 11,21 bilhões
2016: R$ 8,61 bilhões
2017: R$ 3,01 bilhões*
Fonte: Pesquisa CNT de Rodovias,
nov. 2017 *(até junho)
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Rodovias, o grande calcanhar de aquiles
Mais de 60% das cargas “A queda na qualidade das
transportadas no Brasil utilizam o rodovias tem relação direta
modal rodoviário. Mas, para que com um histórico de baixos
o País tenha uma infraestrutura investimentos em infraestrutura
adequada a essa demanda, seria rodoviária e com a crise dos
preciso investir em torno de R$ 294 últimos anos”, afirma o presidente
bilhões. De acordo com o Plano da CNT, Clésio de Andrade. Ou
CNT de Transporte e Logística, só seja: não se pode esperar que
para a manutenção, restauração os gargalos logísticos sejam
e reconstrução dos quase 83 mil resolvidos no ano que vem, mesmo
quilômetros da malha atual seriam com a manutenção do ritmo
necessários R$ 51,5 bilhões. de privatizações e parcerias, a
exemplo do que aconteceu com o
setor aeroviário.
Programa Avançar: o que esperar para 2018
Em julho de 2017, o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil,
Maurício Quintella, afirmou que o governo pretendia investir mais
de R$ 50 bilhões em projetos de infraestrutura até o fim de 2018,
por meio do Programa Avançar. Em novembro, no lançamento do
Avançar, os números eram ainda maiores. O objetivo anunciado era
de concluir mais de 7,4 mil obras paralisadas e previsão de gastar
R$ 130 bilhões até o final do ano que vem.
13
 Transporte fluvial é a grande aposta
Mudanças realizadas em 2017
impactam diretamente o mercado
de transporte fluvial e devem ser
levadas em consideração para o
ano que vem.
É o caso da cabotagem, que vem
sendo apontada como um dos
modais que mais tendem a crescer
na movimentação de cargas
brasileira. Além de exigir menos
manuseio da carga e oferecer
menores riscos de roubos e avarias
da carga, o modal vai desafogar as
rodovias e gerar menor impacto
ambiental. A redução de custos em
relação ao transporte rodoviário é
de 10% a 15%.
Outra novidade são as operações
no porto de Imbituba (SC). O porto,
que só em 2016 movimentou 4,8
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
milhões de toneladas de carga e
que em 2017 teve suas operações
paralisadas devido a maré alta,
retomou as atividades com uma
novidade: a entrada do porto na
rota das linhas de longo curso, que
incluem países da Ásia e América
do Sul.
Também em SC, a infraestrutura
portuária de Itajaí deve ser
ampliada com a dragagem do
canal, o que representa ganhos
de produtividade, com a entrada
de navios de grande porte e a
possibilidade de estar de acordo
com as demandas da Marinha
Mercante. Cada metro de
dragagem significa 800 contêineres
a mais que o navio pode
transportar.
14
 Mercado de
transporte
e logística
A incerteza econômica e política agrava as
dificuldades enfrentadas por quem atua
no mercado de transporte e logística. Mas
é preciso encarar a realidade do País e os
desafios inerentes ao setor.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 15

 Como contornar a falta de infraestrutura?
Tecnologia
A falta de investimentos em
infraestrutura é um problema
recorrente e constitui um dos
maiores entraves ao pleno
desenvolvimento dos negócios
no País. Atualmente, o transporte
e a armazenagem de cargas
consomem 12,7% do PIB nacional
(enquanto nos EUA fica em
7,8%), graças a problemas como
burocracia, limitações de ferrovias,
Gilson Chequeto, CEO da estradas, rodovias, aeroportos e
transpoBrasil, apresenta portos.
os principais desafios
do cenário logístico
Neste contexto, a tecnologia
brasileiro:
tem provado ser uma aliada
valiosa para embarcadores e
transportadores. Se não é possível
reduzir custos ao trocar de modal,
por exemplo, recursos modernos
permitem que se encontre a
melhor rota, que se ajuste ao
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
menor prazo de entrega com a
melhor negociação de frete. Já a
automação de processos permite
alinhar as rotinas e promover a
agilidade e a padronização, que
simplifica as operações e traz mais
eficiência.
Ou seja, a tecnologia auxilia na
criação de vantagens competitivas
para as empresas, já que
potencialmente pode diminuir os
custos, trazer mais qualidade aos
serviços e produtos oferecidos
e melhorar as relações com os
clientes internos e externos. Por
si só, ela não resolve as carências
históricas do setor, mas é uma
resposta estratégica às condições
existentes. E é o caminho do
futuro.
16
 Tendências: no que você
precisa prestar atenção
Novos modelos de negócios, automação crescente, tecnologias
inovadoras, além de drones, Internet das Coisas (IoT) e outras novidades
estão no horizonte do mercado de transporte e logística. Confira:

Crescimento do e-commerce
A expectativa de crescimento para
o e-commerce permanece alta
para o Brasil. Projeções feitas pelo
instituto de pesquisa Forrester, em
um levantamento encomendado
pelo Google para analisar o
comércio eletrônico no Brasil,
apontam que o e-commerce vai
dobrar a sua participação no
varejo até 2021 e crescer, em
média, 12,4% ao ano.
Este crescimento do comércio
online está totalmente alinhado
aos avanços tecnológicos que
têm impactado a realidade do
mercado e ao número crescente
de consumidores que compram
pela internet. Segundo o estudo
Webshoppers, divulgado em
agosto pela Ebit, o faturamento do
e-commerce no primeiro semestre
de 2017 foi de R$21 bilhões,
registrando um crescimento
de 7,5% em relação ao mesmo
período no ano passado. O
número de pedidos aumentou (de
48,5 milhões para 50,3 milhões) e o
tíquete médio também, passando
de R$ 403 para R$ 418.
Mais vendas no comércio
eletrônico significam mais
mercadorias para serem
transportadas e entregues. E,
como para o consumidor, o
prazo de entrega e o preço do
frete são fatores decisivos na
hora de escolher uma loja virtual,
processos logísticos eficientes e
bem estruturados podem ser a
diferença para embarcadores e
transportadores.

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 17

 15,6%
14,9% 14,3%

11,7%
10,9%
9,8%
8,4%

2015 2016 (e) 2017 (e) 2018 (e) 2019 (e) 2020 (e) 2021 (e)

43,5B 47,1B 51,8B 57,4B 64,1B 73,3B 84,7B

A tendência é que o faturamento do e-commerce brasileiro chegue a R$ 84,7 bilhões em 2021

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 18

Automação
A adoção de sistemas de gestão e outras
ferramentas que padronizam e otimizam a
execução dos processos vem ganhando força
pelos benefícios que oferece aos negócios -
entre eles, a redução de custos.
A automação proporciona mais controle
sobre cada etapa da cadeia logística com
a possibilidade de conferência, em tempo
real, das rotinas e tarefas realizadas. Isso
permite que se detecte erros ou falhas antes
que virem problemas maiores, reduzindo
riscos e evitando prejuízos. Os sistemas
também produzem relatórios atualizados
e detalhados das atividades da empresa, o
que auxilia os gestores e facilita a tomada de
decisão.
Um embarcador que adota um sistema
de gestão de transportes (Transportation
Management System, ou TMS), por exemplo,
pode encontrar soluções para auditoria
de fretes, rastreamento, controle da frota,
gestão de custos e planejamento de rota em
uma única plataforma. Assim, automatizar
o negócio significa investir na melhoria dos
processos e traz vantagens para toda a
organização.
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
A fábrica da BMW em Wackersdorf, na
Alemanha, já utiliza robôs para a logística
interna. Com formato horizontal, o
Smart Transport Robot é rodeado de
transmissores de rádio que indicam sua
posição, seu destino e permitem que ele
movimente peças e equipamentos de forma
autônoma por toda a unidade.
Outra tendência forte são as iniciativas
envolvendo veículos autônomos. Na Suécia,
por exemplo, a Lidl (uma das maiores
cadeias de supermercado da Europa) vai
testar, em 2018, o transporte de cargas com
um caminhão elétrico autônomo. O T-pod
não tem cabine ou lugar para um condutor,
sendo controlado remotamente.
Em Beijing, na China, o grupo Volvo
apresentou um caminhão autônomo
que é parte de um projeto da companhia
sobre como a automação pode aumentar
a produtividade, melhorar a segurança
e reduzir impactos ambientais. A Volvo
também fechou um acordo com a Uber
para fornecer carros compatíveis com a
tecnologia de direção autônoma.
19
 Valorização dos dados
Em tempos de Big Data, nenhuma
empresa pode deixar de tratar
com atenção os dados que produz.
Motivos não faltam: redução
de custos, melhor alinhamento
entre as áreas de tecnologia e
de negócios, mais qualidade e
confiabilidade nas informações
e até mesmo maior retenção de
clientes. Afinal, quanto mais você
conhece seus consumidores,
melhor compreende o que eles
querem, podendo personalizar
cada vez mais o atendimento
Conheça mais sobre e oferecer a eles a melhor
a realidade 4.0 do
experiência com o seu negócio
mercado:
- o que acaba impactando no
resultado da empresa.
Além disso, as informações
organizadas e devidamente
analisadas permitem conhecer
melhor a própria empresa e
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
conseguir gerir o negócio com mais
assertividade, a partir de métricas
bem definidas e, assim, tomar
decisões melhor embasadas e com
mais agilidade.
Os dados são um dos ativos
mais importantes para as
empresas hoje. E aquelas que
já perceberam a importância
de ser data driven aprimoram
seus processos, investindo em
inteligência, analytics, Business
Intelligence e outras ferramentas.
Elas transformam seus dados em
informação de confiança e usam
como fonte de conhecimento
para tomar decisões com mais
sabedoria. Os negócios que
ainda não despertaram para
o aproveitamento das suas
informações estão, no mínimo,
perdendo share.
20
 Crescimento da logística estratégica
A logística deixou de estar ligada
apenas à parte operacional do
negócio já há algum tempo. Hoje
ela ajuda a otimizar processos,
a criar vantagens competitivas
e soluções específicas,
impulsionando a busca por
resultados sempre melhores. Ou
seja, é uma área cada vez mais
estratégica, com grande potencial
para reduzir custos e encontrar
novas oportunidades. Já se usa
inclusive o conceito de Logística 4.0
(confira o box).
Das planilhas, anotações e ações
baseadas em “feeling”, passamos
à sistematização e aos programas
de gestão, acompanhando as
transformações do mercado. Ao
impacto do aumento da oferta
de produtos, das indústrias e
do volume de consumidores e,
consequentemente, o crescimento
das demandas de transporte,
controle e gestão, o mercado
VOLTAR PARA O SUMÁRIO
respondeu com a eficiência e a
agilidade trazidas pela tecnologia.
A mudança pode ser vista nas
soluções que foram surgindo.
Nos anos 1990, foram os ERPs
(Enterprise Resource Planning,
ou Planejamento de gestão
empresarial), softwares de gestão
empresarial genéricos com o
foco nas áreas administrativas. A
partir de 2000, surgiram os WMS
(Warehouse Management Systems,
ou Sistema de gerenciamento de
armazém), software de gestão
logística voltado aos processos
internos como movimentação
de estoques. Em 2014, entrou
em cena o TMS (Transportation
Management System, sistema de
gerenciamento de transportes).
Este tipo de software é voltado
para o gerenciamento logístico
externo e otimização de recursos
financeiros, rotas, espaços e
veículos.
21

A maturidade da gestão logística
faz com que os embarcadores
percebam que a terceirização dos
transportes não significa terceirizar
a gestão de transporte: executar
o frete é apenas uma opção na
maneira de transportar. O retorno
financeiro está na capacidade de
planejamento logístico.
Portanto, dificilmente um
negócio - de qualquer setor - será
plenamente bem sucedido se não
contar com um bom planejamento
logístico estratégico. E nenhuma
empresa quer correr o risco de
sumir do mercado. A área de
logística, bem estruturada, pode
resolver diversos problemas de
uma organização, e seguirá como
grande aliada em 2018.

5 características da Logística 4.0

1. Operação em tempo real: o constante monitoramento dos
dados permite tomadas de decisões praticamente instantâneas

2. Virtualização: possibilidade de visualizar virtualmente todo um

processo produtivo

3. Descentralização: quando um sistema realiza decisões

Confira as principais
tendências e insights da
Logística 4.0:
automaticamente, de forma descentralizada
4. Microsserviços: utilização de arquiteturas de software
orientadas a serviços aliadas ao conceito de Internet das Coisas
(IoT)

5. Modularização: quando os módulos de um sistema de gestão

podem ser acoplados e desacoplados com facilidade - prática
muito comum na logística, pois as empresas têm necessidades
distintas de acordo com o seu modelo logístico

VOLTAR PARA O SUMÁRIO 22


Tecnologias disruptivas
Disruptivo, por definição, é todo produto
ou serviço que, ao chegar ao mercado,
transforma-o radicalmente e desequilibra
a concorrência que o dominava até então.
Um exemplo já clássico é o AirBnb, app que
sem ser dono de um único quarto de hotel
oferece cerca de 2 milhões de locais para
locação em mais de 190 países e tem valor
de mercado superior a US$ 30 bilhões. Para
efeito de comparação, a tradicional rede
de hotéis Hilton, que já ocupou o posto de
maior do mundo, foi avaliada em US$ 23
bilhões. Veja o que deve mudar a logística
nos próximos anos:
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Uso de drones
Os drones não são exatamente uma novidade
- são bem conhecidos seus usos para obter
imagens, em segurança ou em ações militares,
por exemplo - mas estão em destaque por
conta de sua utilidade para um novo modelo
de entregas. E a adoção deve crescer, com as
empresas investindo no transporte por esses
veículos para fazer entregas em menor tempo
e com um custo mais baixo. A Amazon e a DHL
foram as primeiras a mostrar a viabilidade dos
envios via drones, mas a JD.com, da China, já
transformou a ideia em realidade e entrega
produtos em pontos específicos de quatro das 30
regiões administrativas do país usando drones.
Entregas compartilhadas por aplicativos
Assim como o Uber fez sucesso ao oferecer
uma solução inovadora para o transporte
urbano, agora as entregas são otimizadas
conectando pessoas e empresas a entregadores
independentes. Por meio de um aplicativo, é
possível enviar um produto ao destinatário final:
basta inserir os dados da carga, podendo, em
alguns casos, até mesmo postar uma foto. A
partir disso, define-se o local e data de retirada
do objeto, assim como o prazo de entrega e
o endereço final. Por fim, indica-se o quanto
pretende pagar por esse serviço e o negócio está
feito.
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 Machine Learning (ML)
Muitas vezes confundida com a Inteligência Artificial, Machine Learning é, na verdade, sua técnica mais
conhecida. A “aprendizagem de máquina” é usada em chatbots, filtros de spam, carros autônomos e
nos assistentes inteligentes, como a Siri, da Apple, por exemplo. Com ela, os sistemas aprendem (e
fazem sugestões ou previsões) a partir de grandes conjuntos de dados, reconhecendo novos padrões
sem terem sido programados exatamente para isso. Em termos de logística, a tecnologia possibilita,
por exemplo, informar o volume de mercadorias que será necessário para atender demandas futuras,
ou colocar preços nos produtos para garantir a lucratividade em longo prazo.

Computação na nuvem
Outro item que não é exatamente uma novidade, mas segue sendo uma tecnologia fundamental, é
a nuvem, que ampliou o poder computacional e facilitou muito a armazenagem e a análise de dados,
que, como já falamos, são um dos ativos mais importantes de qualquer empresa. Você pode até não
saber, mas certamente utiliza algum serviço na nuvem - ao acessar sua conta bancária, ao escolher o
que assistir no Netflix ou ao chamar um Uber. Todas essas empresas têm seus dados armazenados
na nuvem, de forma segura e totalmente acessível. Adotar a nuvem permite administrar e ter acesso
às informações em tempo real, por meio de diferentes dispositivos, com o grande benefício de reduzir
custos com infraestrutura de TI.

Internet das Coisas (IoT)

A IoT tem sido saudada por muitos como a maior revolução desde o advento da internet. Estamos
vendo crescer o número de dispositivos e equipamentos (que vão do chão de fábrica à sua geladeira)
conectados à internet, trocando e gerando dados. Em termos de logística, a IoT aperfeiçoa o
monitoramento em tempo real de processos e atividades. Também torna mais simples o controle
dos processos e o rastreamento de mercadorias além de melhorar a detecção de falhas. A brasileira
Gerdau, por exemplo, usa RFID (identificação por radiofrequência) para gerir estoques e carregamento
de caminhões. A instalação de sensores e leitores de RFID em pontes rolantes e empilhadeiras permite
a rastreabilidade automática para as movimentações dos produtos e equipamentos, focando a
automação dos processos de recebimento.

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 Dicas
especiais
para 2018

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 Checklist: o que
você precisa fazer
para estar 100%
em 2018

Agora que você já sabe quais são as principais

perspectivas para 2018, é preciso planejar.
Afinal, de nada adianta ter informações
relevantes em mãos e não organizar a sua
empresa para ter sucesso. Confira nosso
checklist e certifique-se de estar com tudo
100% para a chegada do próximo ano.

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Avalie a estrutura física e operacional: verifique se
todos os requisitos atendem as condições de trabalho e as
expectativas de produção do próximo ano.
Invista na comunicação entre equipes: é preciso que
todos estejam engajados com o objetivo da empresa e que
as equipes atuem de forma alinhada, desde o começo até o
fim do processo logístico.
Busque novidades tecnológicas: a tecnologia é o grande
diferencial da logística hoje. Avalie os recursos que você tem
hoje e busque novas formas de investir em melhorias de
forma tranquila e consciente.
Faça uma auditoria interna de aplicação de legislação:
verifique se a empresa está atuando de forma regulada e se
está atendendo aos padrões de qualidade dos processos de
auditoria.
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Invista em segurança: esteja atento à contratação de
seguro de transporte de carga e organize sua equipe para
realizar o controle das vigências, coberturas, pagamentos e
indenizações.
Reavalie a contratação de serviço de transporte: analise
as tabelas de fretes e renegocie sempre que possível. Além
disso, é importante estar atento a fatores que podem
representar redução de custos, como o uso de novos
modais, atendimento a clientes com perfil de difícil entrega,
regiões com frete acima da média, etc.
Busque a qualidade na gestão: é importante ter processos
bem definidos e um fluxo de trabalho claro para todos
os envolvidos. Busque também otimizar recursos e
operações sem prejudicar o nível de serviço, preocupe-se
com a qualidade no serviço de entrega, meça a atuação
da empresa sobre os resultados e os indicadores de
desempenho para estabelecer novas metas e saber o que
precisa ser melhorado no próximo ano.
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