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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS LONDRINA
CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO TECNOLÓGICO DE ENGENHARIA QUÍMICA III

GUSTAVO FAGUNDES

LIDYANE FARIAS

NATALIA ROCHA CAMARGO


RENAN OGASAWARA

LEITO FIXO E LEITO FLUIDIZADO

LONDRINA

JUNHO, 2021
GUSTAVO FAGUNDES

LIDYANE FARIAS

NATALIA ROCHA CAMARGO


RENAN OGASAWARA

LEITO FIXO E LEITO FLUIDIZADO

Relatório elaborado na disciplina de


Laboratório Tecnológico de Engenharia
Química III do curso de Engenharia Química,
ofertada pelo Departamento Acadêmico de
Engenharia Química, do Campus Londrina da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Professoras: Silvia Priscila Dias


Larissa Maria Fernandes

LONDRINA

JUNHO, 2021
1. INTRODUÇÃO
As enzimas são proteínas que atuam na catálise de reações químicas, e
estão presentes em todos os series vivos que possuem um sistema metabólico.
Elas possuem um papel fundamental na degradação de compostos orgânicos,
na deterioração dos alimentos e até no controle de infecções dos hospedeiros.
De acordo com Orlandelli et al. (2021, p.1), as enzimas possuem uma estrutura
molecular muito complexa, constituída por uma porção proteica que pode estar
associada a outras macromoléculas como lipídios e carboidratos.
A sua estrutura primária corresponde à sequência de seus aminoácidos, a
interação dessa sequência com os aminoácidos vizinhos corresponde a sua
estrutura secundária do tipo α-hélice ou folha β. Por outro lado, a estrutura
terciária está relacionada “às interações entre os aminoácidos que não estão
sequencialmente próximos, promovendo torções e desdobramentos,
configurando assim o sítio catalítico da enzima” (ORLANDELLI et al. ,2021,
p.1).
Essas moléculas proteicas são capazes de diminuir a energia de ativação
necessária, na ordem de 1014, para formar um complexo de transição ativado
que dará origem a um produto, isso pode aumentar muito a velocidade de
reação, sem alterar a constante de equilíbrio (BALSAN, 2011).
As celulases são enzimas capazes de realizar a hidrólise de compostos
celulósicos. Elas são proteínas biocatalisadoras com uma alta especificidade
que atuam promovendo a liberação de açúcares de cadeia pequena. A glicose
é um dos maiores produtos de interesse, pois com esse composto, é possível
produzir o etanol, de alto valor comercial (CASTRO, PEREIRA, 2010). Existe
uma grande variedade de microrganismos que são capazes de produzir esses
biocatalisadores, incluindo fungos e bactérias anaeróbias e aeróbias. Uma
grande quantidade das celulases usadas na indústria é produzida por fungos
filamentosos, sendo alguns deles Peniciluim, Fusarium, Humicola e
Trichoderma.
T.K Ghose, em 1987, propôs um método de quantificação da atividade
celulolítica que é usado até os dias de hoje, mais de 30 anos depois. Nesse
método, uma tira de papel Whatman nº 1 é colocada em tubos de ensaio
contendo uma solução tampão de citrato de sódio em um pH próximo de 5,
ideal para a ação catalítica. Em seguida é colocado o caldo enzimático, e
posteriormente a solução é aquecida de 50 a 60ºC (temperatura ideal) por
cerca de 60 minutos. Após a solução resfriar em temperatura ambiente, é
colocada uma solução de DNS para interromper a reação, e a solução restante
é aquecida em banho maria em uma temperatura de 100ºC por 5 minutos. A
solução de DNS reage com a glicose produzida durante a catálise da celulose,
formando uma cor característica que pode ser mensurada por meio de uma
leitura em um espectrofotômetro (GHOSE, 1987).
A invertase, também conhecida como sacarase ou beta-frutofuranosidio, é
uma enzima capaz de realizar a reação de hidrólise da sacarose em
carboidratos mais simples, como a glicose e frutose. Em termos mais técnicos,
a invertase é responsável pela liberação do resíduo L-D-frutofuranosidio não
redutor, a partir de uma molécula de dissacarídeo (GRACIDA, RODRÍGUEZ et
al., 2005). Esta enzima foi essencial para o desenvolvimento da enzimologia,
pois foi a primeira proteína identificada como um biocatalisador.
A partir dos estudos com a invertase, que foram desenvolvidos os
modelos da chave fechadura, o conceito do ponto isoelétrico, a equação de
Michaelis-Menten e a hipótese de Briggs e Haldane. Esta hipótese diz que o
complexo formado entre uma enzima e seu substrato não representa um
equilíbrio, mas sim, uma estrutura em estado estacionário (MOURA, 2007).
Como será visto posteriormente, a temperatura ótima depende do grau de
purificação da enzima, além da concentração do substrato, podendo ser
encontrado valores entre 23 e 55°C (GRACIDA, RODRÍGUEZ et al., 2005). O
mecanismo de ação da invertase ainda não é totalmente conhecido, mas a
literatura sugere a ação de um ânion carboxilato e uma histidina durante a
atividade catalítica.
O açúcar invertido é um xarope composto principalmente por glicose e
frutose, mas também possui sacarose residual do processo de hidrólise. Essa
reação é conhecida como um processo de inversão, pois enquanto as soluções
de sacarose desviam a luz polarizada para a direita, o açúcar invertido desvia a
luz polarizada para a esquerda (GRACIDA, RODRÍGUEZ et al., 2005).
O açúcar invertido possui diversos benefícios se comparado com o açúcar
cristal comum, tanto em relação ao processo de produção, quanto ao produto
em si. Possui maior solubilidade, maior doçura, viscosidade baixa, reduz o
ponto de congelamento (útil para produtos conservados em congeladores), alta
pureza química (evita a formação de precipitados indesejáveis), além de
necessitar de uma menor demanda energética durante sua produção.
O processo de fabricação do xarope pode ser realizado por meio de três
métodos mais conhecidos: catálise enzimática, catálise ácida ou por meio de
troca iônica com o uso de resinas. O processo enzimático pode ser feito pela
adição direta da enzima, ou com a sua imobilização nos suportes inertes
adequados (GRACIDA, RODRÍGUEZ et al., 2005).

2. QUESTÕES
2.1 EXPERIMENTO 1: LEITO FIXO
1) Cite 3 operações unitárias que utilizam leito fixo e explique.
1 – Processos de adsorção. O modo de operação mais aplicado
industrialmente utiliza uma coluna empacotada com partículas de adsorvente
(leito fixo), através da qual a mistura vai percolar, adsorvendo ou removendo
um ou mais componentes na mistura. Após um determinado tempo de contato
adsorvente-adsorvato, a coluna atingirá a saturação e não continuará a reter os
componentes de interesse, sendo necessário trocar o adsorvente ou regenerá-
lo. A adsorção em coluna de leito fixo tem sido amplamente utilizada em muitas
áreas de separação e purificação. Sistemas em leito fixo são frequentemente
mais econômicos, e são amplamente aplicados em diversos campos, tais como
descoloração de óleo vegetal e mineral e purificação de proteínas, e remoção
de poluentes orgânicos de efluentes líquidos.
2 – Processos de absorção de gases. Uma das aplicações do leito fixo é a
absorção, que promove a separação de um ou mais componentes de uma
mistura gasosa pela ação de um solvente seletivo. O gás a ser purificado é
inserido pela parte inferior da coluna do leito fixo, que entra em contato com o
solvente que foi inserido na parte superior da coluna de empacotamento.
Ocorre então a obtenção de dois produtos: o solvente com a porção gasosa
absorvida na parte inferior e a fração gasosa purificada na parte superior. A
eficiência do processo de absorção varia de acordo com a quantidade de
reagentes, a vazão do solvente e até o tempo de interação. Alguns exemplos
de aplicações desse método são o controle da poluição do ar através da
retirada de substâncias tóxicas pelo solvente, a retirada de substâncias
corrosivas do ar e até mesmo a produção de ácidos nítrico ou carbônico.
3 – Coluna de destilação com recheio centrífugo. O equipamento centrífugo,
como mostra a Figura 2.1, consiste basicamente em um leito estacionário,
contendo um rotor conectado a um motor situado fora do leito. O leito
geralmente é constituído por um material transparente de forma cilíndrica,
geralmente vidro, de forma a visualizar o regime de escoamento das correntes
de vapor e de líquido. Em sua base, estão localizadas a entrada e a saída
dessas correntes. O rotor é constituído por duas placas cilíndricas metálicas
denominadas flanges, onde é armazenada o recheio de anéis de Rasching por
exemplo, para promover o contato líquido-vapor. O gás ou vapor é introduzido
na superfície externa do rotor e é forçado a fluir radialmente em contracorrente
com o líquido, deixando o leito pela parte central do equipamento. O líquido é
introduzido no centro do rotor, e escoa para fora deste impulsionada pela força
centrífuga.

2) Em um processo industrial está sendo utilizado uma coluna de leito


fixo com escoamento descendente. Um operador informou ao engenheiro
químico responsável que está havendo um aumento muito grande na
pressão. Imagine que você é esse engenheiro, o que você faria? O que
pode estar acarretando esse problema?
Pode estar acontecendo caminhos preferenciais, devido ao sentido do
fluxo que é descendente, com o passar do fluido o caminho preferencial
aumenta, com isso há menor área de resistência

3) Você está participando de um processo de trainee em uma indústria e


te deram a missão de projetar uma coluna de leito fixo. Quais as
principais variáveis que você incluiria em seu projeto, por quê?
Velocidade de arraste, ela não pode ser muito alta para não gerar fluidização
do leito.
Granulometria das partículas, partículas muito grandes conseguem alcançar a
fluidização e muito pequenas ficam compactadas também acarretando em não
fluidização ou formação de caminhos preferenciais. Sendo assim, deve-se ter
cuidado na escolha da granulometria das partículas usando uma mediana.
Área específica
A porosidade da partícula contida no leito é muito importante para realizar a
captação de impurezas do que fará a passagem.
Densidade
O sentido do fluido também é muito importante, pois em determinados casos
pode acarretar em caminhos preferencias ou dificuldade de fluidização.
4) Identifique os potenciais riscos que o manuseio do equipamento do
laboratório oferece e quais medidas devem ser adotadas em tais
situações.
No experimento é regulada a vazão até a pressão máxima ou início de
movimentação das partículas, o maior risco é o manômetro estourar
comprometendo o módulo e experimento.
Para segurança do experimento deve-se utilizar perda de carga máxima de
900mm, após isso oferece risco devido à pressão elevada.

5) O experimento pode ser melhorado? Como?

2.2 EXPERIMENTO 2: LEITO FLUIDIZADO


1) Ao entrar no laboratório para aula prática de leito fluidizado, um aluno
muito curioso foi logo ligando a bomba do módulo didático e aumentando
a vazão de água. Um colega de sala gritou: “Para, vai extrapolar o fluido
manômetro”. Você acha que isso realmente aconteceria?

2) Cite 3 processos industriais que utilizam leito fluidizado.

3) Quais as principais vantagens e desvantagens da utilização de leito


fluidizado em comparação com leito fixo?

4) Em uma indústria alimentícia realiza a secagem de polpa de fruta em


um leito fluidizado. O engenheiro químico dessa indústria, buscando
economizar energia, verificou que seria possível diminuir a temperatura
do processo. No entanto, notou que a velocidade que estavam
empregando para a fluidização já não era mais suficiente. O que pode ter
acontecido?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MEMLAK, D. M. APLICAÇÃO DE COLUNA DE LEITO FIXO NA ADSORÇÃO


E DESSORÇÃO MONO E MULTICOMPONENTE DE METAIS TÓXICOS
PRESENTES EM ÁGUA UTILIZANDO ADSORVENTE ALTERNATIVO.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC.
PINHALZINHO, 2019.
ROCHA, E. L., PEREIRA, P. A. ANÁLISE DA PERDA DE CARGA E DA
POROSIDADE EM LEITO FIXO. Brazilian Technology Symposium, Mogi
Guaçu - SP, 2019.
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4661616/mod_resourc
e/content/1/Apostila_dinamica_particulas_rev03.pdf

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