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FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM

CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS - FUCAPE

JUSCELINO DUTRA SOARES

A DIFUSÃO DO E-LEARNING EM UMA UNIVERSIDADE


PARTICULAR

VITÓRIA
2009
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1. INTRODUÇÃO

A necessidade em que as organizações têm em deter um conhecimento, saber

como utilizá-lo e aprender rapidamente outros, tem transformado a ferramenta e-

learning em uma estratégica na busca de uma vantagem competitiva sustentável. O

tema tem despertado interesse em empresas, Instituições de Ensino e na sociedade

como um todo. Por outro lado, não tem recebido destaque no meio acadêmico

brasileiro, quando se observa a pouca utilização de literatura internacional em teses

e periódicos (LITTO, 2009, p.108)

O termo e-learning, conforme Guri-rosenblit (2005 apud FREITAS,2009), está

relacionado ao uso de tecnologia digital para propósitos relacionados ao processo

de ensino, desde a distribuição pura e simples de conteúdo, até a substituição

completa de encontros presencias por aulas online.

A difusão, segundo Rogers (1995), é vista como sendo comunicada através de

certos canais ao longo do tempo e dentro de um determinado sistema social. Os

indivíduos são vistos como possuidores de diferentes graus de vontade de adotar

inovações e, portanto, é geralmente observado que a parcela da população, que

adota uma inovação é normalmente distribuída ao longo do tempo.

O problema de pesquisa que se apresenta é descobrir: Como ocorre a difusão do e-

learning nas organizações?

Derivado da Teoria da Ação Intencional (TRA), o Modelo de Aceitação de Tecnologia

(TAM) (DAVIS, 1989), desenvolvido especificamente para avaliar a adoção individual

de tecnologia, enfatiza duas variáveis que determinam a atitude: a utilidade


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percebida e a percepção de facilidade de uso.. Estas duas variáveis espelham duas

das características da inovação descritas no modelo da difusão de Rogers:

vantagem relativa e complexidade.

A pesquisa busca verificar o grau de difusão do e-learning em uma Universidade.

Identificar quais modelos são adequados para se medir o processo e quais as

variáveis que melhor explicam a intenção de realizar ou não cursos de e-learning na

Instituição, servirão para embasar a operacionalização do estudo.

A partir daí delineia-se a hipótese para questão de pesquisa proposta: as dimensões

do Modelo de Adoção Individual do e-learning influenciam a intenção de uso do e-

learning.

Este estudo justifica-se devido ao potencial de crescimento e contribuição do e-

learning para democratização do acesso ao conhecimento, dificuldades encontradas

na difusão e adoção de inovações pelos indivíduos e organizações e também na

relevância e atualidade do tema.

Enfim o trabalho busca compreender o processo de difusão e adoção de inovações

tecnológicas,especificamente o e-learning em uma Instituição de Ensino Superior.

O pré-projeto está estruturado da seguinte forma: 1. Introdução; 2. Referencial

Teórico; 3. Metodologia; Referências

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A literatura discutida nesse capítulo tem por finalidade identificar fatores que

influenciam a difusão do e-learning na instituição, por meio de hipóteses a serem

testadas em relação às variáveis encontradas no fenômeno.

O referencial teórico limitar-se-á às teorias relacionadas ao processo de difusão de


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inovações no nível individual utilizando-se como base o modelo TAM-Tecnology

Acceptance Model.

A Teoria Diffusion of Innovations-DOI vê inovações como sendo comunicada através

de certos canais ao longo do tempo e dentro de um determinado sistema social

(Rogers, 1995). Os indivíduos são vistos como possuidores de diferentes graus de

vontade de adotar inovações e, portanto, é geralmente observado que a parcela da

população, que adota uma inovação é de aproximadamente normalmente

distribuídos ao longo do tempo (Rogers, 1995). Quebrar esta distribuição normal em

segmentos leva à segregação dos indivíduos nas seguintes cinco categorias de

inovação individual (a primeira à última de adotantes): inovadores, adotantes iniciais,

maioria inicial, maioria tardia, os retardatários (Rogers, 1995). Membros de cada

categoria tipicamente possuem certas características que o distinguem como

mostrado abaixo:

• Inovadores: aventureiro, educado, múltiplas fontes de informação

• Adotantes precoces: os líderes sociais, popular, educado

• Maioria precoce: deliberada, muitos contatos sociais informais

• Maioria tardia: cético, tradicional, menor status sócio-econômico

• Retardatários: vizinhos e amigos são fontes de informação principais, o medo

da dívida

Quando a curva de adoção é convertida em uma curva percentual cumulativa, é

gerada uma curva S característica (como mostrado na primeira figura abaixo), que

representa a taxa de adoção da inovação no seio da população (Rogers, 1995).


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Figura 1 - Processo de Difusão

A taxa de adoção de inovações é afetada por cinco fatores: vantagem relativa,

compatibilidade, testabilidade, observabilidade e complexidade (Rogers, 1995). Os

quatro primeiros fatores são geralmente positivamente correlacionados com a taxa

de adoção, enquanto o último fator, a complexidade é geralmente correlacionada

negativamente com a taxa de adoção (Rogers, 1995).

Derivado da Teoria da Ação Intencional (TRA), o Modelo de Aceitação de Tecnologia

(TAM) (DAVIS, 1989), desenvolvido especificamente para avaliar a adoção de

tecnologia de computadores, enfatiza duas variáveis que determinam a atitude: a

utilidade percebida e a percepção de facilidade de uso. A utilidade percebida

significa a medida pela qual as pessoas acreditam que a tecnologia vai ajudá-las a

fazer um trabalho melhor. Já a percepção de facilidade de uso representa a

percepção que o indivíduo possui acerca do esforço que terá que despender para

usar a nova tecnologia. Estas duas variáveis espelham duas das características da

inovação descritas no modelo da difusão de Rogers: vantagem relativa e

complexidade.
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Figura 2 - TAM - Modelo de Aceitação de Tecnologia (Davis, 1989).

1. Grau em que uma pessoa acredita que utilizar um sistema irá melhorar sua

performance.

2. Grau em que uma pessoa acredita que utilizar um determinado sistema não

envolverá esforço.

3. Sentimentos negativos ou positivos de um individuo sobre desempenhar um

comportamento.

4. Medida da força da intenção do individuo em desempenhar um

comportamento.

3. METODOLOGIA

Utilizando-se a taxionomia apresentada por Vergara(2009), quanto aos fins, a

pesquisa será exploratória e explanatória e quanto aos meios será bibliográfica e de


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campo, porque coletará dados primários da Instituição pesquisada.

O método abordado será o quantitativo, visto que a pesquisa visa identificar fatores

que influenciam um resultado (comportamento de uso do e-learning).

Delineamento da pesquisa: O foco deste trabalho baseia-se no tipo “Levantamento

ou Survey” que vem a ser quantitativa, visto que o objetivo é identificar fatores que

influenciam um resultado.

População e amostra:

A população será composta por 400 discentes do curso de EAD da Instituição.

Quanto à amostra, será não-probabilística, por conveniência, visto que utilizará os

discentes disponíveis (BABBIE, 1990, apud CRESWEL, 2007, p.164)

Coleta de dados: - A coleta de dados primários será realizada via web, através de

questionário auto-preenchido, disponibilizado no site da Instituição para

preenchimento pelos alunos. A cada questionário concluído, os dados serão

enviados automaticamente para um site que será disponibilizado pelo pesquisador.

Será estipulado um prazo de 15 dias entre o inicio e termino da coleta de dados (15

a 30 março 2010). O numero da matricula Será utilizado, como forma de se evitar

duplicidade.Os respondentes serão convidados por e-mail disponibilizando-se no

mesmo um link para o site.Será elaborado um pré-teste utilizando-se pelo menos

dez respondentes.

Análise dos dados(?)

Análise Multivariada:Fatorial e Regressão múltipla.

Modelo de adoção do e-learning

Com propósito de analisar os fatores que influenciam a adoção individual do e-

learning pelos discentes da instituição, foi elaborado o modelo de adoção individual


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do e-learning baseado no modelo TAM- Tecnology Acceptance Model, que se refere

aos construtos (vide fig.3)

Variáveis do modelo de Adoção de e-Learning

Dimensão Definição Base conceitual Variáveis


Variáveis do modelo TAM
Utilidade Percebida Grau em que uma DAVIS et -Contribuições do e-learning
pessoa acredita que al,1989;VENKATESH; para melhora do desempenho
utilizar um sistema DAVIS,2000 no trabalho.
irá melhorar sua -Utilidade do e-learning para
performance realização do trabalho.
Facilidade de uso Grau em que uma DAVIS et -Facilidade para usar o e-
Percebida pessoa acredita que al,1989;VENKATESH; learning.
utilizar um DAVIS,2000 -Clareza e inteligibilidade da
determinado interação com o sistema de e-
sistema não learning
envolverá esforço
Atitude em Relação Sentimentos DAVIS et al,1989 -sentimento em relação à
ao e-Learning negativos ou participação no e-learning.
positivos de um -Satisfação em relação ao uso
individuo sobre do e-learning.
desempenhar um
comportamento
Intenção de Uso Medida da força da DAVIS et -Intenção em participar do e-
intenção do al,1989;VENKATESH; learning.
individuo em DAVIS,2000 -Intenção de uso do e-learning,
desempenhar um em função do tempo disponível.
comportamento -Intenção de uso do e-learning,
em função dos cursos
disponibilizados.
Comportamento de Participação em DAVIS et -Motivos da não participação
Uso curso de e-learning al,1989;VENKATESH; no e-learning
na instituição DAVIS,2000 -Frequência de uso do e-
learning.
Váriaveis externas
Influência Social Percepção da SCHILLEWAERT et -Influência de colegas em
pessoa sobre o que al,2000;VENKATESH; relação à participação no e-
pessoas que são DAVIS,2000 learning
importantes para ela -Prestigio resultante da
pensam em relação participação no e-learning
a dever ou não
realizar o
comportamento em
questão
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Utilidade
percebida

Atitudeemrelação Comportamento
Intençãodeuso
aoe -learning deuso

Facilidadede uso
percebida

Influência Social

Figura 3 -Modelo de adoção individual do e-learning

REFERÊNCIAS

CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: método qualitativo, quantitativo e misto.


Porto Alegre: Artmed, 2007.
DAVIS, F. D. (1989). Perceived usefulness, perceived ease of use, and user
acceptance. MIS Quarterly, n.3, vol.13, p. 319-340.
Disponível em:<http://www.fae.unicamp.br/etd/include/getdoc.php?
id=1424&article=507&mode=pdf.>Acesso em: mar. 2010.
FREITAS, A.S. (2009). A implementação do e-learning nas escolas de gestão: um
modelo integrado para o processo de alinhamento ambiental – Tese de Doutorado
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas da
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC/RJ, Brasil.
FUCAPE. Normas para apresentação de trabalhos acadêmicos. Disponível em:
http://www.fucape.br
LITTO, F. M. Ead – Porque não?: O retrato frente/verso da aprendizagem a distância
no brasil [2009]. Revista ETD – Educação Temática Digital, v.10, n.2, jun. 2009.
ROGERS, E. (1995). Diffusion of innovation. (5th ed.). New York: The Free
Press.
VENKATESH, V. MORRIS, M. G.; DAVIS, G. B.; DAVIS, F. D.. User Acceptance of
Information Technology: Toward a Unified View. MIS Quarterly, v. 27, n.3, p.425-478,
set. 2003.
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 11. ed.
São Paulo: Atlas, 2009.

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