HARLEN NUNES
São Carlos
2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL
HARLEN NUNES
São Carlos
2011
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária da UFSCar
Nunes, Harlen.
N972ac Análise crítica da NBR ISO 9001:2000 x NBR 6118:2003
para aprovação de execução de estruturas de concreto
armado / Harlen Nunes. -- São Carlos : UFSCar, 2011.
149 f.
RESUMO ................................................................................................................................. xi
ABSTRACT ............................................................................................................................ xii
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 17
1.1. Generalidades .................................................................................................................... 17
1.2. Objetivos............................................................................................................................ 17
1.3. Justificativas ...................................................................................................................... 18
1.4. Metodologia ....................................................................................................................... 19
1.5. Apresentação do trabalho .................................................................................................. 20
Sumário
_______________________________________________________________________
4. PILARES ............................................................................................................................. 62
4.1. Introdução .......................................................................................................................... 62
4.2. Discussão das verificações para aceitamento dos pilares .................................................. 62
4.3. Locação dos pilares ........................................................................................................... 63
4.4. Montagem das fôrmas ....................................................................................................... 67
4.5. Dimensões mínimas dos pilares segundo a NBR 6118:2003 ............................................ 72
4.6. Detalhamento de armadura ................................................................................................ 72
4.6.1. Conceitos básicos para detalhamento da armadura longitudinal de pilares ................... 74
4.6.2. Diâmetro mínimo e máximo da armadura longitudinal ................................................. 75
4.6.3. Armaduras mínimas e máximas em pilares .................................................................... 76
4.6.3.1. Valores mínimos .......................................................................................................... 76
4.6.3.2. Valores máximos ......................................................................................................... 77
4.6.4. Distribuição transversal e distâncias máximas e mínimas entre as barras longitudinais 78
4.6.5. Emendas por transpasse de barras comprimidas ............................................................ 79
4.6.6. Armadura transversal (estribos) ..................................................................................... 81
4.6.7. Diâmetro mínimo dos estribos........................................................................................ 81
4.6.8. Espaçamentos entre estribos ........................................................................................... 82
4.6.9. Proteção das barras longitudinais contra a flambagem .................................................. 82
4.6.10. Arranjos dos estribos .................................................................................................... 84
4.7. Toerâncias prescritas pela NBR: 14931:2003 ................................................................... 85
4.8. Procedimentos de verificação de aceitação de execução de pilares com rebatimento
técnico....................................................................................................................................... 87
4.8.1. Procedimento de verificação sumária de detalhamento de pilares..................................88
4.8.2. Registro de inspeção de serviços para pilares ................................................................ 88
4.8.3. Sugestão para registro de inspeção de serviço para pilares ............................................ 91
5. VIGAS ................................................................................................................................. 93
5.1. Introdução .......................................................................................................................... 93
5.2. Algumas considerações sobre projeto e xecução de vigas ................................................ 93
iii
Sumário
_______________________________________________________________________
Lista de Figuras
_______________________________________________________________________
As – Armadura de tração
Aś – Armadura de compressão
Ac – Área de concreto
CG – Centro de Gravidade
C – Coesão do solo
d² – Diâmetro ao quadrado
D – Diâmetro
viii
P1A – Pilar 1 A
P1B – Pilar 1 B
Pd – Pé direiro
PP – Peso próprio
PT – Peso total
P – Carga concentrada atuante sobre a viga (Kg).
PV – Carga concentrada de outra viga (Kg).
QP – Carga de parede
QT – Carga total
Qi – Carga distribuída inicial atuante sobre a viga.
QL – Carga proveniente de laje(s) (Kg/m).
QP – Carga de parede apoiada sobre a viga (Kg/m).
q – Pressão específica
RN – Referência de Nível
s – Espaçamento entre os estribos, medido segundo o eixo longitudinal da peça
SPT – Standard Penetration Test
Ttot – Tolerância cumulativa da edificação ou tolerância total
V – Força normal
Vsw – Força cortante do aço
Vrd3 – Força cortante resistente de cálculo
Vsd – Força cortante solicitante de cálculo
Vc – Força cortante do concreto
VRI - Força cortante resistida correspondente à taxa de armadura transversal mínima,
VRd2 – Força cortante resistente de cálculo
X – Alongamento da base
α – Ângulo de inclinação da armadura transversal
τc – Tensão do concreto
Yc – Coeficiente de majoração do concreto
σs – Tensão admissível
Ø – Diâmetro
x
σr – Tensão de ruptura
γ – Peso específico
θmáx – Diâmetro máximo
θbarra – Diâmetro da barra
ψ1 – Coeficiente 1 de deformação
ψ2 – Coeficiente 2 de deformação
ψ3 – Coeficiente 3 de deformação
ρmin – Taxa mínima de armadura
ρ – Taxa de armadura
ωmin – Taxa mecânica mínima de armadura longitudinal de flexão para vigas
ωo – Módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto relativo à fibra mais
tracionada.
Resumo
Nunes. Harlen. Análise Crítica da ISO 9000 x NBR 6118:2003, para aprovação de
execução de Estruturas de Concreto Armado. 2010. 149 fl. Dissertação (Mestrado em
Construção Civil). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2011.
Nunes, Harlen. Critical Analysis of NBR NBR ISO 9001:2000 X NBR 6118:2003, for
Approval of Implementation of Concrete Structures. 2010. 149 pages. Dissertation
(Master´s degree in Civil Construction). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos,
2010.
This work shows the methodology for standardization of quality programs like NBR ISO
9001:2000 employed in construction of reinforced concrete structure for multi floor building,
and relationship of this standard to the NBR 6118:2003 and 14931 NRB, governing the
requirements and methodology for design and execution of concrete structures. It was,
therefore, present the main recommendations of ISO 6118:2003 and NBR14931 interface
with the NBR ISO 9001:2000 standard procedure for receiving approval of reinforced
concrete structures. This work was conceived through a methodology of presenting guideline
of quality programs and standards pertaining to the concrete, trying to match the tables and
guidelines used for verification of services advocated by quality programs, with the technical
regulations defined by the rules. And finally, proposes a new type of design for these checks
and standards proposed by quality programs so now rendered compatible with the
requirements of the standards that define and guide the design, implementation and receipt of
reinforced concrete structures. This new design is done through a simple check with the help
of tables which ensure that standards are met will the project level, performance and visual
appearance of this structure.
Este trabalho é uma análise sobre os documentos usados em obras que seguem
o padrão da NBR ISO 9001:2000. Para a execução de estruturas de concreto armado procura-
se criar uma metodologia, com o objetivo de orientar os profissionais da obra e manter um
padrão uniforme no produto final, confeccionar instruções gerais de trabalho e especificações
de medições para recebimento (ou não) de serviços executados.
Este trabalho procura fazer uma análise crítica de uma documentação típica
para este fim. Tenta explicar os porquês das exigências e ao mesmo tempo apontar as
possíveis falhas ou ausências de considerações que proporcionariam uma economia de tempo,
material e mão de obra, ou simplesmente prescrições que assegurariam a qualidade final.
A maneira de fazer esta análise será a de usar os conhecimentos teóricos
acumulados sobre os materiais e comportamento estrutural referindo-se sempre que possível
às Normas Brasileiras respectivas. Assim, se espera por meio de um texto didático auxiliar os
engenheiros a compreender as prescrições e a concluir quais efeitos serão obtidos a partir de
uma tomada de decisão.
1.2 Objetivos
O principal objetivo deste trabalho é fazer uma análise crítica das instruções de
trabalho incentivando assim os engenheiros a usarem os conhecimentos técnicos e científicos
adquiridos no estudo teórico de estruturas de concreto para o seu trabalho na construção
fazendo uma análise técnica científica no âmbito de execução de obras.
18
Capítulo 1- Introdução
_______________________________________________________________________
1.3 Justificativas
1
Neste trabalho a versão da ISO usada é de 2000, por ser esta versão a que a maioria das construtoras se certificou, e seus
documentos inerentes ao programa de qualidade estão baseados.
19
Capítulo 1- Introdução
_______________________________________________________________________
O que verificar;
Como medir e a precisão desta medida.
Qual o critério ou valor para aceitar um elemento (tolerância).
1.4 Metodologia
Capítulo 1- Introdução
_______________________________________________________________________
Capítulo 1- Introdução
_______________________________________________________________________
Nesse sentido, cabe lembrar que as ciências básicas têm por finalidade o
entendimento da natureza, formulando teorias baseadas em princípios admitidos
como válidos até prova em contrário. As ciências profissionais têm por finalidade o
entendimento dos comportamentos dos sistemas materiais de interesse á vida
humana, sendo baseadas nas ciências básicas, com a adoção de hipóteses
simplificadoras para a formulação de suas próprias teorias. As técnicas têm por
finalidade encontrar soluções práticas para as necessidades da vida, ou seja, elas
procuram estabelecer os procedimentos de elaboração correta das coisas. (FUSCO,
2008, p.11)
24
A primeira síntese dos resultados obtidos pelo trabalho coordenado pelo CEB
foi realizada em 1970, com a publicação das Recomendações Internacionais CEB-FIP/1970.
Em 1973 é realizado, em Lisboa, o Curso Internacional CEB-FIP para a
divulgação sistemática dos novos conhecimentos, ministrado para 50 pessoas do mundo, que
pudessem retransmiti-los aos seus respectivos países, sendo desta forma agentes
multiplicadores destes conhecimentos.
Em 1978 surge a segunda sistematização de conhecimentos, com a publicação
do Código Modelo CEB-FIB para estruturas de concreto armado. Neste mesmo ano, já sob
forte influência dessas idéias, é finalizada a revisão NB-1/78, que exerceu influência sobre a
engenharia nacional de estruturas.
No ano de 1990 dá-se a divulgação de uma nova sistematização, consolidada
pela publicação do Código Modelo CEB-FIP/90.
Em 1998, juntaram-se as duas associações, CEB e FIP, formando a FIB,
Fédération Internationale du Béton, que permanece até hoje liderando o desenvolvimento das
estruturas do concreto.
Finalmente em 2003 a NBR 6118:1978 (NB-1) é reformulada a aplicada os
novos conceitos e análises trazendo uma nova abordagem á esta norma, surgindo então a NBR
6118-2003.
(2.0)
(2.1)
Sendo:
(2.2)
(2.3)
(2.4)
_______________________________________________________________________
Embora, esses três efeitos, na prática, não possam ser avaliados separadamente,
analiticamente ou por meio experimental, o estudo da aderência é fundamental para
quantificá-la.
2.4.1 Objetivo
2.4.1.1 Generalidades
2.4.2 Aplicação
Todos os requisitos desta norma são genéricos e se pretende que seja aplicável
para todas as organizações, sem levar em consideração o tipo, tamanho e produto fornecido.
Quando algum requisito(s) desta norma não puder ser aplicado devido à
natureza de uma organização e seus produtos, isso pode ser considerado para exclusão.
Quando são efetuadas exclusões, reivindicação de conformidade com a norma
NBR ISO 9001:2000 não são aceitáveis a não ser que as exclusões fiquem limitadas aos
requisitos contidos na seção 7 desta norma, e que tais exclusões não afetem a capacidade ou
responsabilidade da organização para fornecer produtos que atendam aos requisitos dos
clientes e requisitos regulamentares aplicáveis.
Fica claro que esta norma pode ser aplicável à qualquer atividade produtiva,
sendo ela industrializada ou não, de grande ou pequeno porte, podendo assim ser aplicada à
construção civil em todos seus diversos ramos, o que demonstra que deve haver adequações
para cada atividade.
Para que uma organização possa ser certificada pela NBR ISO 9001:2000, ela
necessita obrigatoriamente para implantação desta norma, implementar o que estabelece no
item 4 da mesma, como é demonstrado ao longo deste trabalho.
2.5.2.1 Generalidades
2
Convém que os processos necessários para o sistema de gestão da qualidade acima referenciados incluam processos para
atividades de gestão, provisão de recursos, realização do produto e medição.
38
3.1 Fundação
Figura 8 – Base de tubulão em planta, com base circular e falsa elipse. (ALONSO, 1983).
(3.0)
P P d2
A fuste (3.1)
c 5000 4
4P
d (3.2)
5000
48
Onde:
4 1,68 P 1,8 P
d (3.5)
0,85 f ck 1,4 f ck
Figura 9 – Detalhes de base circular e falsa elipse em planta. (JOPPERT JUNIOR, 2007).
Portanto, a área necessária do tubulão para cada base é dada pelas expressões
3.6 e 3.7:
Base circular
(3.6)
Onde:
P - Carga do pilar (kN)
- Tensão admissível no solo (kN/m2).
(3.7)
Onde:
Conforme descrito por Joppert Junior (2007), para que a base não necessite de
armação na sua parte inferior, o concreto utilizado para o enchimento deve absorver as
tensões de tração geradas nesta região.
Tal fato ocorre para os tubulões preenchidos com concretos de fck 13,5 Mpa,
600, tensões no solo de 200 600 kN/m² e ângulo do disparo com a horizontal
60°. O tubulão também deve contar com um rodapé para garantir que na base o concreto
possua uma espessura mínima de 20 cm, conforme mostra a figura 10.
Desta forma, a altura da base do tubulão é obtida pelas expressões 3.8 e 3.9:
Base circular
( )
h= (3.8)
( )
h= (3.9)
51
Onde:
(3.12)
53
Tensão admissível ( s )
Onde:
(3.15)
Ainda afirma Joppert Junior (2007), que não se aconselha usar tensões acima
de 600 kN/m² para argila e 800 kN/m² para areias sem uma análise mais profunda deste valor
no que se refere a recalques e ruptura.
54
(3.16)
55
Solução:
(3.19)
(3.20)
√ (3.21)
√ (3.22)
Segue abaixo as verificações que devem ser feitas conforme o item 7.9.7.4.1 da
norma de Projeto e Execução de Fundação NBR 6122:1996, e havendo alguma anormalidade
em algumas destas verificações ou discrepância com o informado ou o orientado no projeto, o
projetista deve ser consultado.
Comentários:
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Sempre que permitido, todos os eixos devem ser riscados, com lápis de vídea,
na laje e os mesmos devem ser liberados pelo engenheiro da obra.
Para que os pilares sejam marcados com precisão, o projetista deve fornecer
uma planta exclusiva de forma de pilares com seus respectivos eixos. Isto pode facilitar
bastante a locação na obra, pois os eixos dos pilares, na maioria das vezes, não coincidem
com, por exemplo, os das vigas e paredes (considera-se que os eixos estão sempre passando
pelo conjunto dos “cg” das seções transversais dos elementos – meio da viga, meio da seção
pilar). A figura 16 mostra um trecho de formas com os eixos citados mostrando que se os
eixos forem desenhados separadamente a clareza do desenho é maior.
Figura 16 - Eixos de vigas e pilares: a) desenho dos eixos em uma mesma planta.
b) eixos das vigas separados; c) eixos dos pilares. (Arquivo do autor).
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
a) altura do pé direito real menor que o do projeto: em princípio não aumento esforço no pilar
(no ELU – estado limite último). Aqui a grande perda é a de conforto, pois o volume de ar no
domicílio será menor.
b) altura do pé direito real maior que o do projeto: em princípio há um aumento no esforço no
pilar (no ELU – estado limite último). Como é visto na NBR 6118:2003 a excentricidade de
segunda ordem (supondo o pilar medianamente esbelto) é dada pela expressão 4.0.
2e 0,005
e2 (4.0)
10 0,5 h
Com
Nd
(4.1)
bhf cd
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Nd 1,4 x1500
= 0,98 (4.2)
bhf cd 20000
0,2 0,75
1,4
2e 0,005 2e 0,005
e2
10 0,5 h = 10 0,98 0,5 0,20 0,00168 e .
2
(4.3)
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
O conjunto de elementos que servem para locar a base das formas dos pilares
são chamados de gastalhos. Eles devem ser marcados no dia seguinte a concretagem da laje,
sob a supervisão e participação do engenheiro da obra. A figura 17 ilustra a locação dos
gastalhos a partir dos eixos principais.
Figura 17 - Locação dos gastalhos a partir dos eixos principais (Arquivo do autor).
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Antes do início da montagem das formas é preciso aplicar desmoldante nas faces internas das
mesmas com pincel, broxa ou rolo. Em seguida marca-se nos pontaletes-guia o nível que deve
chegar à extremidade superior do primeiro painel do pilar, para conferência durante o
processo de montagem. Montam-se as faces laterais menores e uma das maiores (chamada em
geral de fundo) dos pilares, pregando-as no pontalete-guia.
69
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Deve ser conferido o encontro das faces no topo do pilar com um esquadro
metálico, de forma a garantir a perpendicularidade entre elas.
Terminado os procedimentos anteriores nivelam-se as faces montadas,
verificando a abertura na base do pilar para a colocação ou não de enchimentos (pequenos
elementos de madeira-mosquito) em frestas existentes, em função de problemas de
nivelamento da laje já concretada. Verifica-se agora o prumo do conjunto, conforme ilustra a
19.
Uma vez que a forma está praticamente terminada deve-se posicionar a
armadura, conferindo espaçadores (para garantir o cobrimento das armaduras) e posicionando
as galgas (para impedir o estrangulamento da seção interna da fôrma), figuras 20 e 21.
Um esquema da galga é mostrado na figura 21.
Pela descrição feita do serviço de execução dos pilares pode-se perceber que o
posicionamento dos pilares entre um andar e outro está ligado a precisão das marcações dos
eixos. Na descrição feita procurou-se manter o processo tradicional em que se usam trenas e
as referências físicas de dois eixos. É claro que se trocar este procedimento por um serviço
com aparelhagem de topografia, a precisão tende a ser muito maior. Quanto maior as
dimensões em planta da edificação, mais necessário se torna o uso da topografia.
70
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
laje laje
hl hl
e
pilar pilar
0
viga viga
pilar pilar
hv hv
viga viga
O erro nas medições dos eixos em planta pode acarretar um desvio do eixo
vertical dos pilares como indica a figura 22 (o valor de e na figura é propositalmente grande
para aspecto de visualização).
Este tipo de erro causaria, para efeito de cálculo, uma excentricidade de forma.
Assim os primeiros eixos marcados (os de referência) devem ser feitos com toda precisão para
evitar este erro de forma.
No caso da existência desta excentricidade o calculista deve ser informado para
avaliar, com possível recálculo se o conjunto de pórticos consegue absorver este efeito com
ou sem reforço. Em outras palavras o calculista pode reprocessar a estrutura com o trecho do
pilar na posição real e fazer uma análise da situação.
Os demais cuidados descritos na execução visam garantir o prumo do pilar no
andar (excentricidade acidental da norma NBR 6118:2003) previstos como indica a figura 23,
assim como, a dimensão correta da seção. Neste caso o uso das galgas é importante, pois
qualquer variação, principalmente para um valor menor pode significar uma diminuição no
esforço.
71
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
ea ea
1
/2
1
Figura 23 - Imperfeições geométricas locais em pilares
(figura 14, capítulo 11, NBR6118: 2003).
Com:
Nd
(4.4)
b h f cd
Nd e e
(4.5)
b h f cd b
2
As f yd
(4.6)
bh f cd
72
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
e – excentricidade
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Por mais que seja detalhado o projeto de estrutura deve ser executado pela
supervisão de um engenheiro, pois algumas indicações que porventura possam faltar ou
dúvidas devem ser dirimidas, em princípio, por este profissional, ou então pelo autor do
projeto. No caso de pilares de concreto armado as principais armaduras constituintes são: a
longitudinal e a transversal. Para que o engenheiro que supervisiona a execução do projeto
possa fazê-lo com qualidade é preciso um mínimo de conhecimento do assunto. Assim nos
próximos itens são, de forma concisa, enumerados alguns conceitos básicos de detalhamento
de armadura de pilares. Entre estes podem ser citadas as dimensões mínimas de bitola de
armadura, quantidades mínimas e máximas de armadura, espaçamentos máximos e mínimos
de armadura e outros. Segundo Carvalho e Pinheiro (2009)
4 4
12
N2Ø6,3 -165
4
22N2Ø6,3 -165 c/15
22N3Ø6,3 -30 c/15
6
14N1Ø16,0-365
21,5
310
N3Ø6,3 -30
75
67
12
21,5
6
6
12
20
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Tabela 6 - Relação e comprimento das barras das armaduras do pilar P1 (12 andares).
Num. (mm) Quant. Comp. unitário (cm) Comp. total (cm)
4 4 4 4
12 12
4
4
6
6
8,5
21,5
16,5
16,5
21,5
8,5
6
8,5
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
O diâmetro das barras não deve ser inferior a 10 mm nem superior a 1/8 da
menor dimensão da seção transversal do pilar (NBR 6118:2003, item 18.4.2.1).
76
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
20
máx = 2,5 cm (4.7)
8
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
N
A s,min 0,15 d 0,004 A c (4.8)
f yd
Onde
f cd
min 0,15 0,40% (4.9)
f yd
A Tabela 7 fornece alguns valores para min, para aço CA-50, c = 1,4 e
s = 1,15.
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
8,0
A s, máx , tot Ac (4.10)
100
20 mm
e (4.11)
1,2 d
max, agr. (mesmo em emendas )
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
O usual é fazer as emendas por traspasse logo após a face superior da viga,
assim o esforço de uma barra longitudinal passa para outra, através do concreto (por isso é
importante que as barras estejam afastadas uma das outras da distância mínima recomendada).
Também é comum emendar as barras em uma única região, isto é permitido desde que todas
as barras estejam comprimidas.
Recomenda-se que as emendas sejam feitas no terço inferior ou superior da
altura do pilar, pois em caso de ocorrência do efeito de segunda ordem, o momento máximo,
na região central da altura do pilar, não romperá a emenda; o melhor é que as emendas sejam
feitas no nível do pavimento, e dessa forma o tamanho final de uma barra será igual à
distância de piso a piso mais o comprimento da emenda. É conveniente também que na região
da emenda a distância entre os estribos, respeitados os espaçamentos dados no próximo item,
não seja maior que 4. Não é permitida emenda por traspasse em barras de diâmetro maior
que 32 mm (item 9.5.2 da Norma).
Em barras comprimidas isoladas, segundo o item 9.5.2.3 da Norma NBR
6118:2003, o comprimento do trecho do traspasse deve ser igual ao comprimento de
ancoragem 0c = b,nec, com o mínimo de 200 mm ou 15 ou ainda 0,6b, e todas podem
ser emendadas na mesma seção. O valor de b,nec é dado pela expressão:
81
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
A s,nec
b,nec 1 b (4.12)
A s,ef
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
a) 200 mm;
b) menor dimensão da seção;
c) 24 para CA-25, 12 para CA-50.
f1
Smáx 90 000 t 2 / (fyk em MPa). (4.13)
yk
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Figura 29 - Proteção contra flambagem das barras (Figura 18.2, NBR 6118:2003).
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Tanto para a execução de pilares, como visto neste capítulo e vigas e lajes,
deve atender as prescrições da norma NBR 14931:2003 Execução de estruturas de concreto.
Conforme o item 9.2.4 da NBR 14931:2003.
A execução das estruturas de concreto deve ser a mais cuidadosa, a fim de que
as dimensões, a forma e a posição das peças e as dimensões e posições da armadura obedeçam
às indicações do projeto com a maior precisão possível.
Ainda conforme a NBR 14931:2003; devem ser respeitadas as tolerâncias
estabelecidas nas Tabelas 8 e 9, caso o plano da obra, em virtude de circunstâncias especiais,
não as exija mais rigorosa.
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Onde:
Como já foi escrito para poder aceitar a execução dos pilares considera-se que
será preciso em um primeiro momento se inteirar do projeto dos mesmos, através de suas
plantas de desenhos e fazer uma verificação sumária de detalhamento e depois o que seria a
RIS (registro de inspeção de serviço).
88
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Considerando o que foi escrito anteriormente e para assegurar que não haverá
erros básicos na execução dos pilares recomenda-se verificar para cada pilar apresentado na
planta de projeto aos itens discutidos através da Tabela 11.
De posse dos desenhos de projeto e com uma tabela do tipo da tabela 13,
podem-se verificar as questões mais simples de detalhamento. Desta forma para que o pilar
possa ser considerado aprovado para execução à coluna da direita, no item atendido, deve
apresentar todos os itens como atendidos.
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Tabela 12 - Formulário de RIS típico de uma construtora brasileira para aceitação de pilar.
91
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
O item seguinte que verifica o prumo do pilar está ligado à questão das
excentricidades acidentais. Parece que este item deveria aparecer duas vezes. Uma vez antes
da concretagem em que a tolerância deve ser a menor possível (talvez 1 mm). Na segunda
verificação o prumo deve ser tomado com o pilar já concretado (acabado). Neste caso o limite
normativo superior, já comentado, é o da excentricidade acidental ou mínima. Recomenda-se
neste como aceitável o valor normativo divido por um numero (2 ou 3) dependo da excelência
que se deseja e não 2mm como o indicado.
Para o item concretagem a RIS indica uma série de cuidados que devem ser
tomados na concretagem. Após este item a RIS indica que deve ser feita uma inspeção visual.
Neste caso além da questão de “bicheiras”, que são espaços da peça onde a argamassa de
cimento do concreto não preencheu os espaços entre os agregados, formando vazios, pede
para que seja verificada variação da geometria. A norma NBR 6118:2003 contempla este item
na excentricidade acidental como indicado na tabela 12. (Imperfeições geométricas locais em
pilares - figura 12, capítulo 11, NBR 6118:2003). Este seria o limite superior para aceitação.
Neste caso deveria se considerar uma porcentagem deste valor para o pilar ser aceito, caso
contrário o calculista seria contatado para tomar uma decisão. A medição nesta situação não
deve ser visual e seria feita pelo menos com um prumo e trenas metálicas.
Capítulo 4 - Pilares
_______________________________________________________________________
Assim como nos pilares, na execução das vigas que compõem um pavimento a
rotina de trabalho é dada pela montagem de formas, colocação de armadura e concretagem da
mesma. Para execução de pavimento inicia-se a execução pela montagem das vigas
prosseguindo posteriormente com a montagem das lajes. Por esse motivo deu-se preferência
em separar as duas atividades de serviço (vigas e lajes) utilizando este capítulo para discussão
das vigas.
Vigas são “elementos lineares em que a flexão é preponderante” (NBR 6118:
2003, item 14.4.1.1). Portanto, os esforços predominantes são: momento fletor e força
cortante.
Nos edifícios, em geral, as vigas servem de apoio para lajes e paredes,
conduzindo suas cargas até os pilares. Como neste capítulo o efeito do vento não será
considerado, as vigas serão dimensionadas para resistir apenas às ações verticais.
Capítulo 5 - Vigas
______________________________________________________________________
(5.0)
Sendo l o vão da nervura, (nas lajes armadas nas duas direções l é o menor
vão); os valores de estão indicados nas Tabelas 14 e 15, respectivamente.
Na tabela 16 foi mantido o aço CA-40, embora não seja mais fabricado.
Tabela 14 - Valores de .
Vigas
Simplesmente apoiadas 1,0
Contínuas 1,2
Duplamente engastadas 1,7
Em balanço 0,5
Tabela 15 - Valores de .
Aço
CA-25 25
CA-40 20
CA-50 17
CA-60 15
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
a) tramos internos:
b) tramos externos ou vigas biapoiadas:
(5.1)
c) balanços:
(5.2)
Borges (2007) mostra que vigas são estruturas normalmente horizontais, que
podem receber cargas verticais concentradas ou distribuídas ao longo do seu comprimento,
normalmente apoiadas sobre pilares, descarregando sobre eles seus carregamentos.
O Cálculo de vigas consiste em dimensionar a altura e largura de sua seção
reta, avaliar a quantidade necessária para a confecção das armaduras e detalhar as dimensões
de cada ferro utilizado. Este procedimento baseia-se em parâmetros iniciais impostos pelas
condições de apoio, número de vãos, materiais utilizados, interação entre vãos, condições de
estabilidade e, principalmente, pelo carregamento solicitante.
As vigas podem ser de três tipos: isoladas, contínuas ou em balanço.
96
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
A) Vigas isoladas são as que possuem apenas um vão com dois apoios.
B) Vigas contínuas são sustentadas por vários apoios formando dois ou mais vãos.
C) Vigas em balanço são sustentadas por apenas um apoio engastado.
Qp = 1300 x Espess x PD
Onde:
Pd = Pé direito (m).
Qp = Carga de paredes (kg/m).
Espess = Espessura da parede acabada (m).
Qi = QL + QP e (5.3)
P = PV
Onde:
Qi = Carga distribuída inicial atuante sobre a viga.
QL = Carga proveniente de laje(s) (Kg/m).
QP = Carga de parede apoiada sobre a viga (Kg/m).
P = Carga concentrada atuante sobre a viga (Kg).
PV = Carga concentrada de outra viga (Kg).
Estas cargas são subsídios para o cálculo do momento inicial, necessários para
o dimensionamento da seção transversal da viga. A este carregamento inicial deve ser
acrescentado o valor do peso próprio da viga, conforme mostrado na fórmula a seguir:
97
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
PP = 2500 x b x h. (5.4)
Onde:
De posse do peso próprio, pode-se calcular o valor total das cargas sobre todos
os vão da viga, destacados nas seguintes fórmulas:
QT = QL + QP +PP e (5.5)
PT = PV.
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Carvalho e Figueiredo (2005) descrevem que assim como as lajes, muitas vezes
a condição determinante de projeto de vigas passa a ser a de deformação excessiva, uma
grande parcela desta deformação deve-se á fluência do concreto, que ocorre ao longo do
tempo.
No item posterior mostra-se como se pode usar o efeito da contra flecha para
minimizar este efeito.
A primeira verificação à ser feita nos serviços de execução de forma das vigas
é verificação do nível de fundo da forma. Assim, verifica-se o nivelamento e o alinhamento
do fundo de viga a partir de uma linha nivelada esticada no fundo e outra na lateral da viga,
respectivamente.
O erro de posicionamento de vigas que pode ser notado mais facilmente (parte
estética) é aquele que ocorre no contorno externo do prédio, pois estarão visíveis, (Figura 33).
Por este motivo deve-se começar fazendo o alinhamento do painel das vigas de borda. Deste
modo, a partir dos eixos principais da obra, deve-se fixar uma linha nas extremidades das
vigas de borda e a partir dessa, verificar o alinhamento dos painéis das mesmas, procedimento
similar é repetido para todas as vigas internas. Após desta etapa deve-se travar o painel de
viga, verificando-se a colocação de barra de ancoragem e/ou cunhas de madeira para seu
travamento. Nos garfos de madeira, verificar a colocação de mão francesa e/ou tensor visando
o travamento do centro do vão, (Figura 34).
Figura 33 - Esquema geral de estrutura de um edifício, com vigas de borda, autor projeto Engº
Francisco Márcio de Carvalho, CAD TQS Unipro V14.
99
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
guia
longarina Painel da
laje
garfo
gravata tensor
cunha
escora Mão-francesa
prumo
tirante
Sarrafo
nivelamento
cunha
gastalho
Fonte: Madeirit
5.4.2 Armação
Carvalho e Figueiredo (2005) demonstram que assim como no caso dos pilares
toda a viga tem a posição da armadura longitudinal detalhada na seção transversal, como, por
exemplo, pode ser observado, (Figura 35).
100
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
7,84
4,3
4,28
4,3
4,28
25 cm
3,0
4,28 3.0 N16Ø6,3-217
N17Ø6,3-204 3,5
N17Ø6,3 3,5
3,5 L N
5,5
5,5
5,5
5,5 3 84
armadura
5,5
de pele 3,0 90 cm 3,0
5,5
90 cm
5,5
L N
19
3,5
4,28
4,28 4,28
4,3
25 cm 4,3
7,84
Apenas para ilustrar, (Figura 36) e (Figura 37), podem ser observados em
esquema 3D, estruturas típicas de um edifício, onde podem ser observadas as armaduras
transversais e seus respectivos estribos, em intersecção com outros elementos estruturais.
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Figura 37 - Esquema geral de estrutura de um edifício, com vigas, pilares e lajes, autor
projeto Engº Francisco Márcio de Carvalho, CAD TQS Unipro V14.
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
20 mm
a h diâmetro da barra , do feixe ou da luva
1,2 d máx ,agregado
(5.6)
20 mm
a v diâmetro da barra , do feixe ou da luva
0,5 d máx ,agregado
(5.7)
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Onde:
fctk,sup = resistência característica superior do concreto à tração (ver Capítulo 1, Seção 1.6.2.4.
equações 1.5 e 1.7 de Carvalho e Figueiredo (2005).
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
106
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Tabela 17 - Diâmetro dos pinos de dobramento (D) dos ganchos (valores de i).
Bitola da barra CA25 CA50 CA60
20 mm 4 5 6
20 mm 5 8
Sendo que a força cortante resistente de cálculo VRd3 dever ser no mínimo
VRd3 VSd
igual à força cortante solicitante de cálculo VSd ( ), e, assim,
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Em que:
c c 1,4 ck ck
A
Vsw sw 0,9 d f ywd (sen cos ) (5.13)
s
Em que:
A
Vsw sw 0,9 d f ywd (5.14)
s
109
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Do que foi exposto percebe-se que o esforço cortante, em principio, poderia ser
absorvido todo pelo concreto, para tanto bastaria que Vd < Vc, porém, para evitar rupturas
bruscas mesmo nessas situações em se tratando de vigas a norma estabelece quantidade de
armadura transversal mínima.
Somente no caso de lajes e elementos similares que é possível evitar armadura
transversal. As Expressões 5.12, 5.13 e 5.14, podem ser escritas em termos de tensões e taxa
Vsw V Vc (5.15)
Sd sw Sd c
bw d bw d bw d
Vsw A sw
0,9 d f ywd (sen cos )
b w d sen b w d sen s
(5.16)
A sw Vsw 1
b w s sen b w d sen 0,9 f ywd (sen cos )
(5.17)
A sw V
Como sw, , e sw sw , resulta:
b w s sen bw d
(5.18)
Vale lembrar que nesta dedução a tensão a ser combatida pela armadura é -
sw ( sw Sd c ), referente à treliça generalizada. No caso de estribos verticais resulta:
1,11 sw
sw,90
f ywd
(5.19)
110
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Asw f
sw, sw, min 0,2 ctm
b w s sen f ywk
(5.20)
Em que:
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
fctm 0,3 3 f ck
2
= resistência média à tração do concreto.
0,3 3 202
sw,90 0,2 0,00088
500
Modelo I:
f 2 / 3
VRI, min 644 b w d 0,2 ctm f ywd sen (sen cos ) 0,1 f
f ywk ck
(5.21)
0,3 f
2/3
ck f ywk 2 / 3
644 b w d 0,2 sen (sen cos ) 0,1 f
ck
VRI, min
f ywk 1 ,15
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Com v2 1 f ck / 250 , sendo fck em MPa, e VRd2,I a força cortante
resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas, no modelo I.
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Tanto para a execução de vigas, como visto neste capítulo e pilares e lajes,
deve atender as prescrições da norma NBR 14931:2003 Execução de estruturas de concreto.
Conforme o item 9.2.4 da NBR 14931:2003, a execução das estruturas de
concreto deve ser a mais cuidadosa, a fim de que as dimensões, a forma e a posição das peças
e as dimensões e posições da armadura obedeçam às indicações do projeto com a maior
precisão possível.
Ainda conforme a NBR 14931:2003; devem ser respeitadas as tolerâncias
estabelecidas nas Tabelas 18 e 19, (já informadas no capítulo 4 deste trabalho), caso o plano
da obra, em virtude de circunstâncias especiais, não as exija mais rigorosas.
a≤60 +/- 5
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Onde:
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Onde:
Como já foi escrito, para poder aceitar a execução das vigas considera-se que
será preciso em um primeiro momento se inteirar do projeto dos mesmos, através de suas
plantas de desenhos e fazer uma verificação sumária de detalhamento, e depois o que seria a
RIS (registro de inspeção de serviço).
Considerando o que foi escrito anteriormente e para assegurar que não haverá
erros grosseiros na execução das vigas recomenda-se verificar para cada viga apresentado na
planta de projeto aos itens discutidos através da Tabela 21.
118
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
De posse dos desenhos de projeto e com uma tabela do tipo da tabela 21,
podem-se verificar as questões mais simples de detalhamento. Desta forma para que a viga
possa ser considerada aprovada para execução à coluna da direita, no item atendido, deve
apresentar todos os itens como atendidos.
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Em primeiro lugar é preciso ficar claro que melhor seria se o aceite da viga
fosse por etapas como, por exemplos: Formas, armação, concretagem e desforma. Na RIS
apresentada os serviços estão misturados.
Comentando a RIS pode-se notar que a preocupação com o nivelamento e
alinhamento, provavelmente é relativa ao posicionamento (locação das vigas) além da
definição da sua seção transversal (largura e altura da seção).
Na verdade como pede-se apenas para verificar o nivelamento e alinhamento
em si, pressupõe-se que a locação está correta, não há nenhuma excentricidade de forma.
Pode-se até considerar que o erro de locação das vigas seja pequeno se o
posicionamento for executado com auxílio de topografia. Mesmo neste caso haveria já a se
considerar a tolerância dos equipamentos empregados. A medição das laterais e o fundo das
vigas permite verificar o tamanho da seção transversal cuja tolerância indicada é de 3 mm.
Como indicado no exemplo ilustrativo feito no item 4.4 mostra que uma
variação de 10 mm em pilares como a considerada leva a um aumento maior que 10% de
armadura. Assim, parece que o valor de 3 mm é razoável para este caso mesmo sendo em
vigas, cuja discrepância é bem menor.
No segundo item desta RIS (Alinhamento), achamos que da forma que está
explícito no procedimento, de que a partir dos eixos principais da obra, fixar uma linha nas
extremidades das vigas de borda e a partir dessa, verificar o alinhamento dos painéis das
mesmas, é inexeqüível; pois a tolerância é de três milímetros, o que achamos que com os
equipamentos disponíveis em uma obra, não é suficiente para se fazer uma marcação que
retrata a realidade, a não ser se para o alinhamento com os eixos sejam utilizados de
topografia e não uma linha.
120
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Tabela 22 - Formulário de RIS típico de uma construtora brasileira para aceitação de viga.
121
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
No terceiro item é pedido apenas para se atentar com os travamentos das vigas,
com a utilização de artifícios bastante utilizados em obras.
Nos itens 4 e 5, mesmo se tratando de vigas é possível observar que nesta
mesma RIS são mencionados apenas serviços para as lajes, que veremos no capítulo 6.
No sexto item da RIS (condição de início/armação) pede-se que seja feita uma
verificação se o que foi executado corresponde ao projetado. Se este item for feito após a
aplicação da tabela 21, (Verificação sumária de detalhamento de viga) pode-se considerar
como aceitável pela norma de estrutura. Nos itens 7 e 8 está sendo verificado escoramento e
inspeções finais, que devem seguir os projetos específicos, bem como a limpeza e colocação
de espaçadores e reforços no caso de existência de caixas de passagem, conforme descrito em
projetos.
Para o item concretagem a RIS indica uma série de cuidados que devem ser
tomados na concretagem. Após este item a RIS indica que deve ser feita uma inspeção visual.
Neste caso além da questão de “bicheiras” (vazios sem argamassa) pede para que seja
verificada variação da geometria. A norma NBR6118:2003 contempla este item na
excentricidade acidental. Este seria o limite superior para aceitação. Neste caso deveria se
considerar uma porcentagem deste valor para a viga ser aceita, caso contrário o calculista
seria contatado para tomar uma decisão. A medição nesta situação não deve ser visual e seria
feita pelo menos com um prumo e trenas metálicas.
Capítulo 5 - Vigas
_______________________________________________________________________
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
6.4 Formas
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
A primeira verificação á ser feita nos serviços de execução de forma das lajes é
verificação do nível de fundo das mesmas. Apenas para verificação das interferências entre as
formas de lajes, vigas e pilares de uma estrutura, segue Figura 47 onde estas situações são
demonstradas.
O cálculo dos valores limites mínimos de uma laje se faz necessário tanto
quanto ao próprio dimensionamento resistente ás ações de cargas, pois a altura final de uma
laje é função da deformação limite ou do momento no estado limite último, e antes do cálculo
dos esforços é necessário estimar a altura para a determinação das cargas, e efetuar correções
posteriores se necessário. Da mesma forma que para as vigas, na NBR 6118:2003 não existe
recomendação sobre a altura inicial a ser adotada, decidiu-se, desta forma, manter apenas
como indicação o que preconiza a NBR 6118:1980, no seu respectivo item 4.2.3.1.C, de que
para vigas de seção retangular ou “T” e lajes maciças retangulares de edifícios, as condições
de deformações limites estariam atendidas quando o valor da altura útil respeitar à seguinte
condição:
128
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
(6.0)
d
2 3
Em que:
Com isso, o valor da altura h da laje poderá ser determinado (Figura 48),
somando-se ao valor de d, o cobrimento c a ser considerado mais uma vez e meia o diâmetro
h d c
da armadura empregada
2
.
Figura 48- Altura total e altura útil da laje. (CARVALHO e FIGUEIREDO, 2005).
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
d) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
e) 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, /42 para lajes de piso biapoiadas e
/50 para lajes de piso contínuas;
f) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo.
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
Com estas verificações tem-se, portanto o atendimento das lajes quanto aos
valores mínimos de espessura conforme a NBR 6118:1980
As (6.1)
n
A s
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
a) Armaduras mínimas.
As
Em que s é a porcentagem de armadura passiva aderente (se As for
bw h
por metro de laje, a largura b será igual a um metro), e min, o valor dado na Tabela 26
correspondente ao concreto adotado.
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
b) Armaduras máximas
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
20 cm
s
2 h (6.3)
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
b) a distância entre a face de uma abertura e uma borda livre da laje deve ser
igual ou maior que 1/4 do vão, na direção considerada; e
c) a distância entre faces de aberturas adjacentes deve ser maior que a metade
do menor vão.
Esta recomendação não foi mantida na versão final da NBR 6118:2003, mas
julgou-se interessante manter o que prescrevia a NBR 6118:1980, no item 3.3.2.7, sobre a
armadura negativa sobre os apoios. Quando não se determinar o diagrama exato dos
Em uma borda engastada: 0,25 do menor vão, sendo cada uma das outras três bordas
livremente apoiada ou engastada.
Nos dois lados de um apoio de laje contínua: 0,25 do maior dos vãos menores das lajes
contíguas.
135
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
Apenas para ilustrar, segue a Figura 53 mostrando em 3D uma laje com suas
armaduras positivas e negativas, inclusive as interferências com pilares e vigas.
137
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
Como já foi escrito, para poder aceitar a execução das lajes considera-se que
será preciso em um primeiro momento se inteirar do projeto dos mesmos, através de suas
plantas de desenhos e fazer uma verificação sumária de detalhamento, e depois o que seria a
RIS (registro de inspeção de serviço).
Considerando o que foi escrito anteriormente e para assegurar que não haverá
erros básicos na execução das lajes, recomenda-se verificar para cada laje apresentada na
planta de projeto aos itens discutidos através da Tabela 27.
Vale lembrar que o modelo de laje utilizada para elaboração da Tabela 27, se
trata de laje armada nas duas direções, por se tratar do modelo que mais se é utilizado para
execução de lajes em edifícios com estrutura de concreto armado.
138
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
De posse dos desenhos de projeto e com uma tabela do tipo da tabela 27,
podem-se verificar as questões mais simples de detalhamento. Desta forma para que a lajes
possam ser consideradas (ou o pavimento possa ser) aprovadas para execução à coluna da
direita, no item atendido, deve apresentar todos os itens como atendidos.
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
Tabela 28 - Formulário de RIS típico de uma construtora Brasileira para aceitação de laje.
141
Capítulo 6 - Lajes
_______________________________________________________________________
No sexto item da RIS (condição de início/armação) pede-se que seja feita uma
verificação se o que foi executado corresponde ao projetado.
Nos itens 7 e 8 estão sendo verificados escoramentos e inspeções finais, que
devem seguir os projetos específicos, bem como a limpeza e colocação de espaçadores e
reforços no caso de existência de caixas de passagem, conforme descrito em projetos.
Para o item concretagem a RIS indica uma série de cuidados que devem ser
tomados na concretagem. Após este item a RIS indica que deve ser feita uma inspeção visual.
De uma só vez pede-se para verificar a existência de “bicheiras” e depois a verificação da
geometria e o posicionamento. Os três itens devem ser separados. O posicionamento dos
pilares já foi discutido anteriormente assim como o das vigas em que pode-se usar raciocínio
análogo. O posicionamento das lajes se reflete na tabela a ser apresentada no item posterior
em que há limites para a tolerância para os vãos.
A variação das dimensões da mesma está contida nas tolerâncias da
NBR14931:2003 lembrando que no caso das lajes o maior problema é erros (para valores
menores) nas espessuras das mesmas. No caso das bicheiras a ideia é sempre procurar
restaurar o concreto, mas prestando bastante atenção se a zona de ocorrência da bicheira (na
laje) está situada em regiões de momentos máximos. Se assim o for ou a dimensão da bicheira
for muito grande (por exemplo, maior que 10% do vão) é preciso consultar o calculista para se
fazer ou não um reforço especial.
Capítulo 6 - Lajes
______________________________________________________________________
Uma maneira de se verificar a aceitação dos serviços de execução de lajes em
conformidade com as duas normas pertinentes é, portanto, como já informado o uso da tabela
27 e da tabela 29 que está demonstrada a seguir:
7. 1 Considerações finais
7. 2 Sugestões
Estes estudos embora trabalhosos podem evitar que a cada pequena variação de
dimensionalidade em uma obra fosse necessário repetir os cálculos da estrutura. As
tolerâncias apresentada na NBR14931:2003, aparentemente, não se baseiam nestes quesitos.
Finalmente a sugestão é que as planilhas propostas devam ser colocadas a
disposição de diversos engenheiros e profissionais para que seja possível ampliá-las e
melhorá-las com a opinião de outros profissionais que podem contribuir com a experiência em
obra ou até com procedimentos melhores que o citados aqui.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 8
8 Bibliografia
ALONSO, U. R. Previsão e controle das fundações. Rio de Janeiro: Editora Edgard Blücher
Ltda, 2006.
Capítulo 8 – Bibliografia
_______________________________________________________________________
CARVALHO R. C.: FIGUEIREDO FILHO, J. R. Notas de aula. São Carlos: UFSCar, 2005.
FUSCO, P. B. Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo: Editora Pini, 2005.
Capítulo 8 – Bibliografia
_______________________________________________________________________
NBR ISO 9004. Sistema de gestão da qualidade – diretrizes para melhoria do desempenho.
Rio de Janeiro, 2000.
NBR ISO. Família 9000 – gestão da qualidade, normas coletânea. Rio de Janeiro, 1994.
NBR ISO 9001. Sistema de gestão da qualidade – requisitos. Rio de Janeiro, 2000.
PINHEIRO, L. M. Concreto Armado: ábacos para flexão oblíqua São Carlos. São Carlos:
Escola de Engenharia de – USP, 1994.