Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DTE/SPDT/ DVPR
Junho/2016
RESUMO:
Neste volume estão destacadas as diretrizes técnicas para elaboração de Projetos de Desodorização das unidades nos Sistemas de Esgotamento
Sanitário, abrangendo os principais procedimentos e critérios técnicos. São abordados inicialmente os aspectos relacionados à legislação e
normas pertinentes ao controle de odores, além das ações mitigatórias a serem adotadas nos projetos de estações de tratamento de esgoto para
controle de emissões de substâncias odoríficas. A seguir, são dispostos os procedimentos a serem adotados na identificação das fontes de
emissão para levantamento de dados, caracterização e medição dos gases, para na sequência, estabelecer os critérios de seleção da tecnologia
a ser empregada no controle das emissões. Finalmente, são apresentados os critérios para dimensionamento dos sistemas de confinamento,
coleta, transporte e tratamento dos gases, contemplando a seleção de materiais para confecção dos sistemas, incluindo a indicação de métodos
de monitoramento e controle dos sistemas de tratamento de substâncias odoríficas, em estações de tratamento de esgotos.
Mudança de nomes
1 Junho/2016 Diretoria/Superintêndencia/Divisão
Milva
Engº Artur Tôrres Filho Engº Analista Master Carlos Alberto Leite Soares
Engº Paulo Roberto de Souza Engº Rodrigo Varella Bastos
Engº Francisco Curzio Laguardia Engª Juliana Freire Carvalho Bossi
Engº Lucas Almeida Castro Engº Welington Luis Vilela
Engª Milva Galdina
Engª Neire Borges Malheiro
Engº Daltro Alexandre Rodrigues
Eng ª Marta Moura Magalhães
VOLUME:
VOLUME XI – DESODORIZAÇÃO DE ETEs E UNIDADES DE SES
REFERÊNCIA:
Junho/2016
Arquivo: Volume XI – Desodorização de ETEs e Unidades de SES.docx
VOLUME XI – DESODORIZAÇÃO DE ETEs E UNIDADES DE SES
SUMÁRIO
ÍNDICE
1 APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................................................6
2 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................................7
3 LEGISLAÇÃO E NORMAS PERTINENTES ....................................................................................................................8
4 CONSIDERAÇÕES GERAIS .............................................................................................................................................10
5 AÇÕES MITIGATÓRIAS ...................................................................................................................................................13
5.1 ADEQUAÇÃO DOS PROJETOS DAS ETES ÀS MEDIDAS MITIGATÓRIAS DE
CONTROLE DE ODORES .......................................................................................................................... 13
5.2 CONFINAMENTO DOS PONTOS POTENCIAIS DE EMISSÕES ........................................................ 13
5.3 PRÁTICAS DE CONTROLE OPERACIONAL ........................................................................................ 14
5.3.1 Redução do tempo de exposição dos resíduos sólidos .......................................................................... 14
5.3.2 Inspeções periódicas nos sistemas de confinamento e transporte de gases odoríficos........................ 14
5.3.3 Treinamento de equipe de operadores .................................................................................................. 14
5.3.4 Outras ações .......................................................................................................................................... 14
5.4 REDUÇÃO DA TURBULÊNCIA NAS ETAPAS DE TRANSFERÊNCIA ENTRE AS
UNIDADES DA ETE ..................................................................................................................................... 15
6 CONCEPÇÃO DO PROJETO DO SISTEMA DE DESODORIZAÇÃO .......................................................................16
6.1 LEVANTAMENTO DE DADOS ................................................................................................................. 16
6.1.1 Fontes características de emissão de odores em ETEs ........................................................................ 17
6.1.2 Caracterização / Medição dos Gases .................................................................................................... 17
6.2 CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DA TECNOLOGIA ................................................................................ 19
6.3 SISTEMA DE CONFINAMENTO DAS ÁREAS ....................................................................................... 19
6.4 SISTEMA DE EXAUSTÃO E TRANSPORTE DO AR ODORÍFICO .................................................... 20
6.4.1 Vazão de ventilação ............................................................................................................................... 21
6.4.2 Diâmetros e velocidades nos dutos de transporte dos gases ................................................................. 22
6.4.3 Requisitos de energia para transporte dos gases nos dutos ................................................................. 22
6.4.4 Critérios para seleção e dimensionamento do ventilador do sistema de exaustão .............................. 24
6.4.5 Extração dos gases odorantes na corrente líquida: sistema "air stripping" ....................................... 27
6.5 SISTEMAS DE TRATAMENTO ................................................................................................................. 29
6.5.1. Tratamento físico-químico de gases odorantes por absorção .................................................................. 29
6.5.1.1 Princípios do tratamento de gases por meio de absorção .............................................................. 29
6.5.1.2 Principais equipamentos para absorção de gases .......................................................................... 30
6.5.1.3 Seleção do líquido de absorção de lavadores de gases .................................................................. 31
6.5.1.4 Critérios para seleção e dimensionamento do tratamento por absorção ....................................... 32
6.5.2 Tratamento físico-químico de gases através de adsorção .................................................................... 33
6.5.2.1 Princípios do processo de adsorção ............................................................................................... 34
6.5.2.2 Critérios para seleção e dimensionamento de sistema de adsorção ............................................... 34
6.5.3 Tratamento biológico de gases odorantes ............................................................................................. 35
6.5.3.1 Biodegradabilidade ........................................................................................................................ 36
6.5.3.2 Tipos de reatores biológicos para tratamento de gases ................................................................. 37
6.5.3.3 Critérios para seleção e dimensionamento do tratamento biológico ............................................. 37
6.5.3.4 Suporte bacteriano .......................................................................................................................... 39
6.5.3.5 Nutrientes ........................................................................................................................................ 39
6.5.4 Tratamento de gases por oxidação térmica .......................................................................................... 39
6.5.4.1 Critérios para seleção e dimensionamento do tratamento por oxidação térmica .......................... 41
6.6 PRINCIPAIS FÓRMULAS APLICADAS .................................................................................................. 43
6.7 SELEÇÃO DE MATERIAIS ........................................................................................................................ 45
6.7.1. Aço-carbono .......................................................................................................................................... 46
6.7.2 Aço inoxidável ....................................................................................................................................... 46
6.7.3 Alumínio ................................................................................................................................................ 47
6.7.4 Materiais poliméricos e elastoméricos .................................................................................................. 47
6.7.5 Concreto / Alvenaria ............................................................................................................................. 48
6.7.6 Madeira .................................................................................................................................................. 48
6.7.7 Principais aplicações sugeridas para os diversos materiais ................................................................. 48
6.8 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS .............................................................................................................. 49
7 MONITORAMENTO E CONTROLE DAS EMISSÕES PARA ATMOSFERA ...........................................................52
7.1 MANUAL ....................................................................................................................................................... 52
7.1.1 Metodologia ........................................................................................................................................... 52
1 APRESENTAÇÃO
2 INTRODUÇÃO
Em nível federal, a Resolução determina que “em função das características locais da área de
influência da fonte poluidora sobre a qualidade do ar, o órgão ambiental licenciador poderá
estabelecer limites de emissão mais restritivos, inclusive considerando o incômodo causado
pelo odor além dos limites do empreendimento”. No âmbito estadual, alguns órgãos
apresentam padrões de qualidade do ar para determinadas substâncias com concentrações
limites, cujos valores coincidem com os seus limites olfativos.
A Resolução determina que “as atividades geradoras de substâncias odoríferas, com uma taxa
de emissão acima de 5.000.000 UO/h (unidades de odor por hora), deverão promover a
instalação de equipamento, previamente analisado pelo Instituto Ambiental do Paraná, visando
à captação e remoção do odor, com eficiência mínima de 85%”.
A última revisão dessa norma indica textualmente que entre as atividades de elaboração de
projetos hidráulicos e sanitários de ETEs está a “avaliação de emissão de odores, ruídos e
aerossóis que possam causar incômodo à vizinhança e indicação de ações mitigatórias”.
Esta norma indica que os riscos operacionais da exposição do H2S em uma atmosfera que
apresenta pouca ventilação ou confinamento e concentrações de gás sulfídrico superior a
8ppm (ou 12 mg/m3), tem grau de insalubridade classificado como máximo.
O critério a ser adotado nos projetos para a proteção dos trabalhadores nos locais confinados
e/ou com pouca ventilação deverá ser a instalação de sistemas de ventilação exaustores, com
8 a 12 trocas/horas.
4 CONSIDERAÇÕES GERAIS
As instalações de uma Estação de Tratamento de Esgotos podem gerar odores em função dos
processos adotados e das condições operacionais e hidráulicas utilizadas, desagradando à
vizinhança, o que justifica a necessidade de implementação da gestão de suas emissões, seja
na adoção de medidas de prevenção na sua produção, ou na adoção de tratamento eficaz.
Concentração na Tempo de
Sintomas
atmosfera (ppm) exposição
0,05-5 1 min Detecção do odor característico
10-30 6-8h Irritação nos olhos
50-100 30 min – 1h Conjuntivite, dificuldades de respiração
150-200 2 -15 min Perda de olfato
250 - 350 2 -15 min Irritação nos olhos
350 - 450 2 -15 min Inconsciência, convulsão
500 - 600 2 -15 min Distúrbios respiratórios e circulatórios
700-1500 0 - 2 min Colapso, morte
A partir da definição dos pontos de confinamento e captação dos gases odoríficos, deverão ser
definidas as vazões de exaustão e dimensionados os sistemas de transporte dos gases até os
sistemas de tratamento e controle de odores.
Dessa forma, deve-se optar pela segunda frente apenas quando as primeiras ações não
alcançarem um efetivo controle dos odores. Um tratamento adequado dos efluentes a serem
processados na digestão anaeróbia, de forma a reduzir o teor de enxofre e as técnicas de
prevenção da formação ou, pelo menos, a inibição na liberação do H2S no fluxo de gás durante
o processo de metanização pode reduzir os problemas futuros nas unidades, bem como
acarretar na redução dos custos operacionais.
Vários agentes químicos e físicos são utilizados no controle dos problemas de odores e da
corrosão associada à formação do H2S, entretanto, é certo que a inibição completa da
formação do H2S só ocorre em condições totalmente aeróbias. Como exemplo da adição de
produtos químicos para a prevenção da geração do H2S, durante o processo de digestão pode-
se aplicar sais de ferro (FeCl2, FeCl3) ao esgoto afluente, o que promove a precipitação do
sulfeto ferroso e a dissociação do H2S na fase líquida. É importante alertar, no entanto, para as
consequências decorrentes de uma maior precipitação de sólidos e aumento do volume de
lodo produzido diariamente, pois essas ações exigirão práticas operacionais para manutenção
do equilíbrio do processo quanto ao balanço de massa do sistema.
5 AÇÕES MITIGATÓRIAS
Deverão ser adotadas medidas mitigatórias visando garantir os resultados a serem obtidos com
a implantação dos sistemas de controle propostos. Caso alguma estrutura implantada na
Estação de Tratamento de Efluentes apresente emissões fugitivas para atmosfera, pode haver
um comprometimento da eficácia dos investimentos a serem realizados com a implantação das
estruturas de confinamento e dos sistemas de tratamento de odores. Outro fator a ser
considerado na adoção dessas medidas consiste de uma possível redução no consumo de
produtos químicos pela minimização das emissões geradas pelas fontes contempladas. A
seguir encontram-se elencadas as medidas mitigadoras propostas.
Os projetos das ETEs, desde a sua concepção, deverão identificar os possíveis pontos de
emissão de substâncias odoríficas e adotar medidas mitigatórias para controle dessas
substâncias.
Estações Elevatórias;
Caixas de chegada de esgoto bruto e câmaras de distribuição de vazão dos reatores;
Grades manuais e mecanizadas, caixas de areia, desarenadores e peneiras;
Caixa distribuidora de vazão para reatores, filtros biológicos, decantadores, percolado;
Canais afluentes e efluentes do tratamento preliminar, primário e secundário;
Decantadores primários;
Reatores biológicos;
Filtros biológicos;
Lançamento final do efluente primário e secundário;
Desidratação de lodos;
Coleta e armazenamento de sólidos removidos no processo de tratamento (material
gradeado, areia, lodo desidratado, escuma);
Sistema de coleta, transporte e queima de gases.
Recomenda-se, desde que haja viabilidade operacional, um prazo máximo de exposição dos
resíduos sólidos de 1 (um) dia, em função da natureza orgânica e alta biodegradabilidade de
alguns componentes desses resíduos.
Deverão ser feitas inspeções periódicas para identificação da ocorrência de emissões fugitivas
nos sistemas de confinamento e transporte de gases odoríficos.
Além das práticas citadas, outras ações de controle operacionais devem ser adotadas com
frequência, tais como:
Combate diário a formação de espuma e bulking com jatos d’água, nos tanques de
aeração, decantadores secundários e adensadores de lodo;
Aumento na frequência de limpeza das unidades operacionais e remoção de sólidos;
As unidades devem ser limpas e lavadas após as intervenções operacionais diárias e
pintadas após manutenção;
Remoção diária dos sólidos grosseiros removidos no processo;
Remoção semanal de areia no processo;
Remoção diária de lodo desidratado;
Remoção diária de escumas nos decantadores primários e reatores anaeróbios;
A concepção básica consistirá num sistema de completo confinamento, com coleta e transporte
dos gases gerados na ETE e fornecimento dos demais equipamentos, materiais e infra-
estrutura necessários para o tratamento e controle de odores.
Concentração de
Pontos na ETE (Fonte de emissão) sulfeto [mg/L]ppm
j alfredo
Elevatória de esgoto bruto (Efluente bruto) 0,8 a 2,0
Tratamento preliminar (Desarenador / Gradeamento) 0,8 a 2,0
Elevatória / Caixa distribuidora de vazão (após Tratamento Preliminar) 0,8 a 2,0
Caixa distribuidora de vazão (saída Reatores UASB) 7,0 a 10,0
Caixa distribuidora de vazão (após processo aeróbio) < 0,2
Elevatória de esgotos tratados (após processo aeróbio) <0,2
Lançamento final (após processo aeróbio) <0,2
Os gases confinados nas unidades de uma Estação de Tratamento de Esgotos deverão ser
caracterizados antes de serem encaminhados ao tratamento.
𝑄×𝐶
𝐾 =
1000
A Tabela 3 apresenta critérios para seleção da tecnologia a ser adotada no projeto de controle
de odores, de acordo com cada foco de emissão identificado.
Requisito de
combustível
Requisito de Recomendação de carga aplicada de
Tecnologia (biogás e
área contaminantes em fim de plano
combustível
auxiliar)
Lavadores
Baixo Não necessita Alta > 90 kg sulfeto/dia
químicos 1
Adsorção com
Baixo Não necessita Baixa <60 kg sulfeto/dia
carvão ativado 2
60 a 90 kg
Filtros biológicos 3 Alto Não necessita Média
sulfeto/dia
1Sistema com torres de lavagem em série, com a primeira torre operando com faixa de pH entre 9 e 10 e
a segunda torre operando com faixa de pH entre 9 e 10 com solução de lavagem entre 8 e 10 ppm de
cloro. O consumo de produtos químicos (NaOH e NaClO) aumenta com o aumento da carga aplicada,
mas não se apresenta como limitante.
2Tempo mínimo de carreira a ser adotada para a troca do carvão ativado de 6 meses determina a
Na escolha da tecnologia a ser utilizada, também deverão ser observados os custos que cada
tecnologia acarretará, a saber:
A contenção do ar odorífico deverá ser eficiente e o mais próxima possível da origem, de modo
a se minimizar a energia dispendida para o tratamento, poupando os equipamentos de
exaustão e de tratamento.
A concepção das coberturas para contenção de ar odorífico deverá focar aspectos como a
sobrepressão ou a depressão sob a cobertura, a dimensão e geometria dos equipamentos,
bem como as cargas a suportar (ventos e acessos de pessoas).
Para o tratamento de gases é necessário o seu confinamento, que pode ocorrer nos seguintes
locais:
Nota importante: Os ambientes confinados visam impedir que os gases odorantes atinjam a
atmosfera externa, saindo por frestas existentes no sistema de confinamento. Para tanto, deve-
se controlar as aberturas dessas estruturas para o exterior, além de submeter o ambiente
interno a uma pressão inferior à atmosférica, proporcionando as condições para que o ar entre
por essas frestas, com a garantia da não ocorrência de emissões fugitivas.
A qualidade do ar interior deverá ser estabelecida para salvaguardar a saúde ocupacional, para
controlar a umidade relativa, para minimizar o estabelecimento de condições corrosivas e para
minimizar os perigos de explosão.
A exaustão deverá ser do tipo mecânica, através de ventiladores que deverão promover e
assegurar a extração do ar contaminado e a admissão de ar exterior.
À vazão obtida pela fórmula deverá ser acrescentada uma vazão que proporcione a
pressurização desejada na zona confinada às perdas de carga localizadas e distribuídas nas
tubulações, além dos fatores de segurança.
A vazão de ventilação dos ambientes confinados e/ou com pouca ventilação deverá ser
determinada através do critério de número de trocas por hora. Para proteção de trabalhadores
nesses locais deverão ser instalados sistemas de ventilação exaustores com 8 a 12 trocas por
hora. Para adequação aos equipamentos (modelos de ventiladores) disponíveis no mercado,
em locais onde o volume a ser confinado seja reduzido (<30m³) poderá ser adotado o número
de trocas de 30 a 60 trocas por hora.
𝑄 = 𝑛𝑥𝑉
Os dutos deverão ser dimensionados para manter a velocidade de escoamento dos gases no
intervalo de 5 m/s a 15 m/s e a área das seções transversais dos mesmos poderá ser calculada
pela expressão:
𝑄 = 𝑆𝑥𝑣
A perda de carga na entrada de um captor pode ser estimada pela seguinte expressão:
1 − 𝑘𝑒2
Δ𝑃𝑒 = ( ) 𝑃𝑐
𝑘𝑒2
𝑉 2
𝑃𝑐 = ( )
242,2
Os ábacos apresentados nos anexos podem ser utilizados para obtenção da perda de
carga em trechos retos de dutos circulares e foram construídas utilizando vazão em m³/s,
velocidade em m/s, diâmetro em milímetros, e perda de carga em mmca por metro de
comprimento de duto. Essas figuras foram plotadas para condições padrão, a partir da
seguinte expressão:
𝐿 𝑉2
Δ𝑃𝑟 = 𝑓 𝜌
𝐷 2𝑔
Ventilador centrífugo com rotor de pás inclinadas para frente: possui boa capacidade de
exaustão a baixas velocidades, possui bom rendimento, não é adequado para elevadas cargas
de poeira e está frequentemente sujeito a problemas de abrasão das pás;
Ventilador centrífugo com rotor de pás radiais: é um ventilador robusto, movimenta grandes
cargas de partículas, aplica-se a trabalhos pesados, possui rendimento moderado e nível de
ruídos considerável;
Ventilador centrífugo com rotor de pás inclinadas para trás: é um ventilador com potência auto
limitada, possui alto rendimento, adequado para gases limpos, apresenta baixo nível de ruídos;
Ventilador axial de hélice aberta: apresenta baixo custo para movimentação de grandes
volumes a baixas pressões, é frequentemente utilizado para circulação de ar ambiente;
Ventilador tubo axial: possui um propulsor mais robusto, montado dentro de um tubo,
permitindo sua conexão direta ao sistema de dutos;
Ventilador axial com diretrizes: seu propulsor também é montado no interior de um tubo, possui
uma calota central possibilitando sua utilização a pressões moderadas.
A escolha do tipo de ventilador pode ser feita com base na velocidade específica, designada
por ns. Esta escolha se baseia na experiência dos fabricantes de ventiladores e no fato de que
existe, para um conjunto de valores de pressão (H), vazão (Q) e rotação (n) um formato de
rotor de ventilador que possui menores dimensões e menor custo e que proporciona um melhor
rendimento, sendo, portanto, o indicado para o caso.
𝑛 √𝑄
𝑛𝑠 = 16,6 4
√𝐻 3
Q = vazão (L/s)
H = pressão (mmca)
A escolha do modelo de ventilador a ser utilizado deverá ser feita com o auxílio das curvas
características do ventilador (desempenho e rendimento) fornecidas pelo fabricante. Deve-se
cotejar a curva de desempenho do ventilador com a curva característica do sistema, obtendo-
se assim o ponto operacional representado pela interseção dessas curvas, o qual caracteriza
os valores de vazão e pressão com os quais o ventilador associado àquele determinado
sistema irá operar. Para minimizar o consumo de energia, o ponto de operação deve localizar-
se o mais próximo possível do ponto de rendimento máximo. Quando a curva de desempenho
do ventilador apresentar um ramo ascendente e um descendente, deve-se cuidar para que o
ponto de operação se localize no ramo descendente e abaixo do início do ramo ascendente,
evitando assim que ocorra instabilidade na operação do ventilador.
Nível de ruídos, equipamentos com menores níveis de pressão sonora são preferidos;
Características do fluido, limpo, sujo, com pós, agentes corrosivos, temperatura. Para o caso
de combate a odores os gases a serem tratados não apresentam restrições quanto à presença
de pós e temperatura, sendo a característica restritiva mais significativa a corrosividade
relacionada ao gás sulfídrico. Portanto, deve-se selecionar adequadamente o material de
construção do ventilador segundo a compatibilidade e resistência ao ataque corrosivo pelo gás
sulfídrico, recomendando-se a aplicação dos materiais indicados no item 6.7.
𝑄 × Δ𝑃
𝑁 =
3600 × 75 × 𝜂
Nota importante: Quando o mesmo sistema de ventilação local exaustora for utilizado
para captação de gases em mais de um ponto, deve-se apresentar o cálculo do
balanceamento do sistema, ou seja, dimensionar as estruturas de forma a proporcionar
as condições necessárias para que as vazões determinadas em projeto fluam em cada
um dos tramos. O método indicado consiste em calcular a perda de carga no ramal com
maior resistência, dotando os outros tramos de registros para possibilitar o equilíbrio de
pressões.
6.4.5 Extração dos gases odorantes na corrente líquida: sistema "air stripping"
Os gases odorantes ou poluentes removidos pelo arraste com fluxo de ar devem ser recolhidos
e tratados, utilizando-se uma das técnicas descritas anteriormente (absorção, adsorção, etc.).
Para maior segurança no dimensionamento do sistema de extração de gases odorantes na
massa líquida, a técnica de "air stripping" deve ter sua eficiência avaliada em ensaios de
bancada pelo projetista, com os ensaios sendo realizados segundo metodologia a seguir.
Os ensaios deverão ser executados a partir de amostras de esgotos sanitários na própria ETE
onde será instalado o sistema ou em ETE que opere com fluxograma e processos similares
aos que serão utilizados na ETE onde será instalado o sistema.
Amostragem:
As amostragens e preservação dos efluentes deverão ser realizadas por equipe técnica
capacitada, conforme os procedimentos padronizados pela norma técnica ABNT NBR 9898 –
Preservação e Técnicas de Amostragens de Efluentes e Corpos Receptores e pelo Standard
Methods for the Examination of Water and Wastewater.
Procedimentos Operacionais:
Para dimensionamento das unidades do sistema “air stripping” recomenda-se a adoção das
vazões de ar compatíveis com as taxas aplicadas nos ensaios e tempos de processo entre 5 e
15 minutos (tempo de detenção hidráulico).
𝑉 = 𝑄 × 𝑇𝐷𝐻
𝑄 × (𝐻 + ∆𝐻) × 𝜌 × 𝑔
𝑁 =
𝜂
Q= vazão de ar (m³/s)
= eficiência (%)
A distribuição do ar no interior do tanque do sistema “air stripping” deverá ser realizada através
de difusores de membrana flexível de bolha grossa. A montagem dos difusores deverá ser
realizada com o insuflamento do ar sendo direcionado ao fundo do tanque, evitando-se dessa
forma o acúmulo de sólidos entre os difusores e o fundo.
𝑁𝐷 = 𝑄𝑎𝑟 /𝑄𝐷 ,
O tratamento de atmosferas poluídas com compostos odorantes pode ser efetuado por meio de
processos físico-químicos ou biológicos, a depender das características da fonte de emissões.
Estrutura de
Adição de produtos Confinamento
químicos P1
Reservatórios Elevatória
(solução de lavagem) Lavadores
de gases Medição das
concentrações
de gases nos
pontos P1 e P2
Descarte com Exaustor centrífugo
efluente tratado
Lançamento
atmosférico P2
Entretanto, uma reação química pode aumentar a transferência de massa. Por exemplo, a
utilização de uma solução aquosa em determinado pH, aumenta a solubilidade aparente do
produto a transferir, favorecendo uma reação de dissociação. Este processo, denominado
lavagem ácido-básica, consiste numa operação de transferência de massa, acompanhada pela
reação química de dissociação em formas iônicas solúveis.
Outros exemplos são as lavagens oxidantes. A destruição do poluente pelo oxidante, não
somente regenera continuamente a solução de lavagem, como pode igualmente aumentar a
taxa de transferência. Algumas vezes podem-se utilizar as duas reações simultaneamente ou
mesmo em série.
Os equipamentos para transferência de compostos da fase gasosa para a fase líquida são
comumente chamados de “lavadores de gases” ou “scrubbers”.
As colunas de prato podem ser utilizadas quando o material de enchimento do reator encontra
limites: entupimento ou vazão líquida insuficiente para garantir alta umidade no interior. Possui
custo elevado, salvo para os grandes diâmetros (diâmetro da torre >1,5 m). Apresenta outras
desvantagens: tendência a formar lamas ou emulsões estáveis, maior perda de carga, maior
volume de líquido de absorção, baixa flexibilidade, sobretudo no caso de placas perfuradas.
As colunas de aspersão (torres tipo spray) são utilizadas apenas quando a resistência à
transferência de massa está inteiramente no filme gasoso (compostos muito solúveis em fase
líquida). A eficiência é menor, uma vez que as gotas têm tendência a coalescer, levando a uma
redução da superfície de troca.
Os lavadores do tipo venturi são sistemas “convergente-divergente”, por onde passa o gás a
ser tratado. No tipo injetor (JET ou hidroventuri), a energia é fornecida ao líquido que, ao se
pulverizar, se mistura, lavando o gás a tratar. No tipo venturi clássico, a energia é fornecida ao
gás, que pulveriza o líquido que se projeta na garganta do venturi, por intermédio de vários
bicos.
A demanda de reagentes para cada sistema de absorção pode ser estimada pela
estequiometria de cada reação química, conforme os compostos mais usuais empregados em
processos de absorção:
Assim tem-se:
Assim tem-se:
Colunas de Lavadores
Parâmetro Colunas de aspersão
enchimento hidroventuri
A perda de carga na elevatória de solução de lavagem de gases poderá ser determinada pelo
método de Hazen-Williams.
𝛾×𝐻×𝑄
𝑁 =
75 × 𝜂
Neste processo, uma etapa suplementar pode ser necessária para a regeneração do material
suporte ou quando se deseja a recuperação dos produtos adsorvidos. A Figura 3 apresenta um
diagrama de blocos do processo de tratamento de gases odorantes por adsorção.
Estrutura de Confinamento
P1
Exaustor centrífugo
Lançamento atmosférico
P2
A adsorção corresponde à transferência de uma molécula de uma fase gasosa para uma fase
sólida. Este fenômeno obedece as leis de equilíbrio entre a concentração na fase gasosa e a
concentração na fase sólida, relacionada com a superfície do material adsorvente. A adsorção
é realizada de forma instantânea e é um fenômeno com baixa energia. O mecanismo envolve
as seguintes etapas:
Para realizar a adsorção de substâncias odorantes, diferentes materiais porosos podem ser
utilizados. O carvão ativado aparece como a categoria de adsorvente mais empregada, sendo
indicada a forma granular para a utilização em sistemas de combate a odores.
A seção transversal de escoamento do leito de carvão ativado pode então ser calculada pela
expressão:
𝑄 = 𝑆𝑥𝑣
O tempo de serviço do leito de carvão ativado pode ser calculado pela expressão:
𝑤
𝑡 = 3,5 × 10³
𝑄×𝐶
Estruturas de Confinamento
Tratamento preliminar
P1
Torre de umidificação +
Biofiltro
Medições das
concentrações
de gases nos pontos P1 e
P2
Exaustor centrífugo
Lançamento atmosférico
P2
6.5.3.1 Biodegradabilidade
As cinéticas de degradação dos compostos são bem representadas pela lei consolidada de
Michaélis-Menten. O pH e a temperatura são dois parâmetros importantes sobre as cinéticas
de degradações. A maioria dos microrganismos responsáveis pela degradação biológica dos
compostos odorantes se desenvolve em pH de 6 a 9. Estes microrganismos atuam
principalmente na faixa de temperatura mesofílica e se desenvolvem em temperaturas entre 10
a 65 °C, sendo a condição ótima a 37°C.
Os processos biológicos de tratamento de gases podem ser classificados em três grupos. Eles
se diferem segundo as características móveis ou estáticas da fase aquosa e da biomassa no
interior do reator biológico.
𝑄×𝐶
𝑉 =
𝐶𝑣
Q = vazão de ar (m³/h)
𝑄
𝑆 =
𝑈𝑔
Sendo: S = área da seção transversal do biofiltro (m²), definida como a seção bruta da
unidade de filtração perpendicular ao fluxo de gás, desconsiderando-se o índice
de vazios do leito filtrante;
Q = Vazão de ar (m³/h)
𝑉
𝑇 =
𝑄
Q = vazão de ar (m³/h)
T (s) 5 a 950
Ug (m/h) 30 a 500
Cv (g/m³h) 10 a 100
As perdas de carga a serem consideradas no sistema deverão variar de acordo com o material
selecionado para composição do meio suporte do biofiltro e poderão ser avaliadas conforme
ábaco de perda de carga em leitos filtrantes apresentado na figura 8 do anexo.
O meio suporte pode ser constituído de produto natural, construído com material único ou com
mais de um material (misturado), pois necessita de grande quantidade de biomassa.
6.5.3.5 Nutrientes
Como todo organismo vivo, os microorganismos têm necessidades nutricionais para seu
crescimento e funcionamento normal. O nitrogênio e o fósforo são elementos nutritivos
essenciais e podem ser ajustados através da aplicação de solução salina de sulfato de amônio
e fosfato de cálcio, para que a atividade metabólica seja estimulada pela presença de
elementos nutritivos em uma proporção de C/N/P entre 100:15:3 e 100:5:1.
Temperatura alta o suficiente (usualmente na faixa de 760 a 850 ºC) para promover a
ignição da mistura gasosa;
Tempo de residência adequado (usualmente na faixa de 0,5 a 2,0 s) para que a reação
química ocorra;
Mistura turbulenta de O2, combustível e compostos odorantes, função da velocidade de
escoamento da mistura de gases na fornalha.
Estrutura de Confinamento
P1
Exaustor centrífugo
Medições das concentrações
de gases nos pontos P1 e P2
Câmara de oxidação
de gases
Lançamento atmosférico
P2
Para garantir a queima completa, todo o gás contaminado com odores, com velocidades entre
4,5 m/s e 7,5 m/s, deverá sofrer elevação de temperaturas para a faixa de 760 °C a 850 °C por
períodos de detenção compreendidos entre 0,5 s a 2,0 s, com isolamento térmico da fornalha
que proporcione temperatura na parede externa inferior a 60 ºC.
𝑉 = 𝑄×𝑡
A vazão de gases deve ser corrigida em função das condições de temperatura e pressão,
podendo-se empregar, para esse caso, comportamento de gases ideais e a seguinte
expressão:
𝑃𝑄 𝑃1 𝑄1
=
𝑇 𝑇1
P1, Q1, T1 são pressão, vazão e temperatura corrigidas para as condições da fornalha.
A demanda térmica do processo pode ser estimada por aproximação, determinando-se o calor
necessário para aquecer os gases da temperatura ambiente até a temperatura de operação da
fornalha, podendo-se empregar a seguinte expressão:
𝑞 = 𝑚 × 𝐶𝑝 × ∆𝑇
𝑞
𝐵 =
𝑃𝐶𝐼 × 𝜂
Q - vazão (m³/h)
n - número de trocas de ar
𝑄 = 𝑛𝑥𝑉 recomendadas por hora
Vazão de ventilação
V- volume do espaço confinado (m³)
(definido como o volume entre a linha
d’água e a cobertura de confinamento)
N - potência (CV)
Q - vazão de gases (m³/h)
Potência do conjunto 𝑄 × Δ𝑃 P - perda de carga no sistema (mmca)
𝑁 =
ventilador e exaustor 3600 × 75 × 𝜂 - rendimento total do
ventilador/exaustor (%), conforme
catálogo de fornecedores
N - potência (W)
Q- vazão de ar (m³/s)
H - profundidade de imersão dos
Potência dos 𝑄 × (𝐻 + ∆𝐻) × 𝜌 × 𝑔 difusores (m)
𝑁 = H - perda de carga no sistema de
sopradores 𝜂
distribuição de ar (mca)
- densidade do líquido (kg/m³)
g - aceleração da gravidade (9,81 m/s²)
- eficiência (%)
ND - número de difusores
Qar - vazão de ar (m³/h)
Número de difusores 𝑁𝐷 = 𝑄𝑎𝑟 /𝑄𝐷 , QD - vazão de trabalho dos difusores
(m³/h), conforme o catálogo técnico ou
informações dos fornecedores
N - potência (CV)
𝛾×𝐻×𝑄 - peso específico da solução (kg/m³)
Potência dos conjuntos 𝑁 =
75 × 𝜂 H - altura manométrica (m)
moto-bomba
Q - vazão de solução (m³/s)
- eficiência (%), conforme catálogo de
fornecedores
6.7.1. Aço-carbono
O contato com a atmosfera ou qualquer outro meio contendo oxigênio, água ou umidade
produz no aço-carbono uma forma de corrosão uniforme generalizada (ferrugem), que resulta
na formação de uma camada de óxidos e hidróxidos complexos de ferro. A ferrugem é tanto
mais intensa e mais rápida quanto maiores forem a umidade, a temperatura e a presença de
agentes contaminantes agressivos (cloretos, H2S). A ferrugem normalmente não passiva o aço,
porque a camada de óxidos é altamente porosa e não impede o prosseguimento da corrosão.
Os poluentes mais severos a serem considerados na atmosfera a ser avaliada são o gás
sulfídrico (H2S) e os cloretos. É obrigatório, portanto, que seja indicado seu tratamento anti-
corrosivo para as estruturas de aço-carbono a serem utilizadas em cada projeto.
Indicação: em função do custo acessível, o material pode ser indicado para confecção das
estruturas suporte de confinamentos, suportes de tubulações (proteção externa e interna),
desde que seja aplicado tratamento anti-corrosivo, com o revestimento em tinta epóxi de alta
espessura (>400micrômetros) aplicado após tratamento abrasivo da superfície ao padrão
Sa2½, garantindo uma proteção efetiva contra os agentes agressivos.
Os aços inoxidáveis austeníticos (ligas de ferro, cromo, níquel, não temperáveis) são os mais
importantes entre os aços inoxidáveis e têm maior resistência à corrosão. Os aços inoxidáveis
convencionais são classificados pelo AISI (American Iron and Steel Institute) em dois grupos,
denominados de “série 200” e “série 300”. A série 300, mais importante, abrange os aços com
16 a 25% de cromo e 7 a 22% de níquel, com menores quantidades de outros elementos de
liga. Os aços inoxidáveis que contêm molibdênio (AISI 316L), possuem melhor resistência à
corrosão, principalmente em meios ácidos.
Indicação: o aço inoxidável pode ser adotado nos projetos para confecção de todas as
estruturas, em razão da durabilidade do material, resistência à abrasão, resistência mecânica,
resistência térmica, corrosão praticamente nula à temperatura ambiente sob atmosfera
sulfurosa e cloro, aliadas a seu custo competitivo em relação aos materiais poliméricos.
6.7.3 Alumínio
O material possui boa resistência em atmosferas com gás sulfídrico, enxofre, SO 2, amônia e
compostos amoniacais. Por outro lado, o alumínio pode ser atacado por ácidos minerais (HCl,
HF, H2SO4, etc.), bem como pela soda e potassa cáusticas, além de soluções fortemente
alcalinas. Os cloretos e hipocloritos (íon cloro em geral) em meio aquoso, podem romper a
passividade e provocar corrosão.
Indicação: o material pode ser indicado para confecção de tanques, elementos estruturais de
lavadores de gases e reatores biológicos.
6.7.6 Madeira
Indicação: deve-se utilizar madeira apenas como material de recheio em sistemas que
necessitem preenchimento das unidades com leitos fixos para suporte de biomassa. Esse
material não é recomendado para ser especificado em projetos de estruturas das unidades dos
sistemas de tratamento de odores.
O aço carbono pode ser indicado para confecção das estruturas de suporte de
confinamento de gases e suporte de tubulações, com aplicação de proteção contra
corrosão;
O aço inoxidável pode ser adotado para confecção de todas as estruturas, sem
necessidade de proteção contra corrosão;
O alumínio poder ser indicado para estruturas de confinamento, elementos de
transporte de gases e lavadores, filtros adsorvedores e componentes eletromecânicos;
Os materiais poliméricos e elastoméricos podem ser utilizados na confecção de
tubulações, estruturas de confinamento, revestimentos contra corrosão, equipamentos,
tanques, lavadores e filtros;
Concreto e alvenaria podem ser indicadas para confecção de tanques, elementos
estruturais de lavadores de gases e reatores biológicos;
Madeira pode ser indicada como material de suporte de microbiota em reatores
biológicos.
Proteção anticorrosiva
Equipamento/estrutura Tipo Material
ou revestimento
Alumínio
Epóxi de alta espessura
Estruturas de Aço carbono
mínimo 400 micrômetros
confinamento
Aço inoxidável
Materiais poliméricos
Alumínio
Epóxi de alta espessura
Captores, conexões, dutos Aço carbono
mínimo 400 micrômetros
para transporte de gases
Aço inoxidável
Materiais poliméricos
Alumínio
Epóxi de alta espessura
Aço carbono
Centrífugo mínimo 400micrômetros
Aço inoxidável
Materiais poliméricos
Ventiladores/Exaustores Alumínio
Epóxi de alta espessura
Aço carbono
mínimo 400 micrômetros
Axial
Aço inoxidável
Materiais poliméricos
Alumínio
Epóxi de alta espessura
Aço carbono
Coluna com material de mínimo 400 micrômetros
enchimento
Aço inoxidável
Lavadores de gases
Materiais poliméricos
Alumínio
Epóxi de alta espessura
Coluna de prato Aço carbono
mínimo 400 micrômetros
Aço inoxidável
Proteção anticorrosiva
Equipamento/estrutura Tipo Material
ou revestimento
Materiais poliméricos
Alumínio
Epóxi de alta espessura
Aço carbono
Coluna de aspersão mínimo 400micrômetros
Aço inoxidável
Materiais poliméricos
Alumínio
Epóxi de alta espessura
Aço carbono
mínimo 400 micrômetros
Venturi clássico
Aço inoxidável
Materiais poliméricos
Alumínio
Epóxi de alta espessura
Aço carbono
JET ou Hidroventuri mínimo 400 micrômetros
Aço inoxidável
Materiais poliméricos
Aço inoxidável
Fluxo horizontal leito fixo Materiais poliméricos
Aço carbono Epóxi de alta espessura
mínimo 400micrômetros
Filtros adsorvedores Epóxi de alta espessura
Aço carbono
mínimo 400 micrômetros
Fluxo vertical leito fixo Aço inoxidável
Materiais poliméricos
Revestimento polimérico
com poliuretanos
Concreto
Biofiltro elastoméricos espessura
mínima 4 mm
Materiais poliméricos
Revestimento polimérico
com poliuretanos
Concreto
Biolavador elastoméricos espessura
Reatores biológicos mínima 4 mm
Materiais poliméricos
Revestimento polimérico
com poliuretanos
Concreto
elastoméricos espessura
Biopercolador
mínima 4 mm
Materiais poliméricos
Revestimento refratário
interno
Fornalhas Aço carbono
Epóxi de alta espessura
externo mínimo 400
micrômetros
Epóxi de alta espessura
Aço carbono
mínimo400 micrômetros
Aço inoxidável
Tanques Aéreo Materiais poliméricos
Revestimento polimérico
com poliuretanos
Concreto
elastoméricos espessura
mínima4 mm
Proteção anticorrosiva
Equipamento/estrutura Tipo Material
ou revestimento
Revestimento polimérico
com poliuretanos
Concreto
elastoméricos espessura
Aterrado mínima4 mm
Revestimento
Escavado em solo impermeabilizante com
manta PEAD 2 mm
Epóxi de alta espessura
Aço carbono
Suportes de equipamentos mínimo 400 micrômetros
e tubulações
Aço inoxidável
Madeira
Suporte de microbiota em
reatores biológicos
Materiais poliméricos
7.1 MANUAL
Para ETEs com emissão potencial de sulfeto inferior a 60 kg/dia, recomenda-se adoção do
monitoramento manual com as campanhas de medições de gases sendo realizadas pelo
menos uma vez por semana, com registro em planilhas.
7.1.1 Metodologia
7.1.2 Equipamentos
Deverá ser utilizado medidor portátil com faixa de quantificação de 0 ppm a 500 ppm (“range”).
A calibração do equipamento deverá ser realizada a cada 90 dias ou de acordo com a
recomendação do fabricante.
7.2 AUTOMÁTICO
Para ETEs com emissão potencial de sulfeto superior a 90 kg/dia, recomenda-se adoção do
monitoramento automático com sistema de medições contínuas de gases (amostradores
contínuos) com registro eletrônico dos dados monitorados.
7.2.1 Metodologia
7.2.2 Equipamentos
Deverá ser utilizado sistema de medição de gases, com utilização de medidores contínuos de
H2S (tubulações, bombas de vácuo, filtros e analisadores), com faixa de quantificação de 0
ppm a 500 ppm (“range”). O sistema deverá prever o registro eletrônico dos dados
monitorados. A calibração do sistema deverá ser realizada a cada 90 dias ou de acordo com a
recomendação do fabricante.
Nota importante: Para ETEs com faixa de emissão de sulfeto entre 60 e 90 kg/dia poderá ser
adotado o monitoramento manual ou automático, a depender das condições locais de dispersão
das plumas de sulfeto e adensamento populacional.
A substância H2S por ser classificada como asfixiante simples pela Norma Regulamentadora nº
15 em seu anexo 11, da portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego, possui limites
de concentração máximos impostos nos ambientes de trabalho de 8 ppm (partes de vapor ou
gás por milhão de partes de ar contaminado) ou 12 mg/m³ (miligramas por metro cúbico de ar).
a capacitação deve ter carga horária mínima de dezesseis horas e ser realizada dentro
do horário de trabalho, com conteúdo programático de: definições; reconhecimento,
avaliação e controle de riscos; funcionamento de equipamentos utilizados e noções de
resgate e primeiros socorros.
Nota: Nos espaços confinados devem ser observadas, de forma complementar, os seguintes atos
normativos: NBR 14606 – Postos de Serviço – Entrada em Espaço Confinado; e NBR 14787 –
Espaço Confinado – Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de Proteção.
Além do que já foi apresentado, deverão ser observados os seguintes critérios quanto à
qualidade de materiais e equipamentos:
Em todo o projeto, deverão ser utilizados materiais que sejam resistentes a abrasão,
corrosão e ataque químico, e estanque;
Equipamentos, estruturas de suporte, portas, janelas, esquadrias, escadas e guarda-
corpos deverão ser resistentes à abrasão e ataque químico dos gases;
A qualidade do concreto deverá levar em consideração o ataque químico dos líquidos e
gases retidos nas unidades;
Estruturas de confinamento, suporte e segurança, deverão ser estanques à passagem
de gases e resistentes à abrasão e ataque químico para que tenham maior
durabilidade.
9 PLANO DE CONTINGÊNCIA
Entende-se por risco iminente o vazamento de gás sulfídrico sem tratamento para a atmosfera
em concentrações que proporcionem a sua percepção na circunvizinhança da ETE, através de
uma rede de percepção sensorial.
Funcionários da COPASA;
Prestadores de serviço da COPASA;
Moradores da vizinhança da ETE, integrantes da rede de percepção sensorial,
organizada pela COPASA.
Sugere-se para formação de uma rede de percepção sensorial, a indicação de pelo menos três
moradores em pelo menos duas zonas de influência das plumas de dispersão de gases
odoríficos, sendo as zonas delimitadas por círculos concêntricos, traçados a partir da fonte
principal de emissão.
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em outra linha, na busca por soluções inovadoras, os filtros biológicos percoladores também
devem ser considerados como potenciais sistemas de tratamento de odores. O direcionamento
dos gases a serem tratados para o leito filtrante em fluxo ascendente, no sentido contrário ao
fluxo do líquido, deve proporcionar as condições adequadas para redução das concentrações
de sulfetos e lançamento desses gases tratados na atmosfera, sem causar incômodos à
população circunvizinha. Deve-se, no entanto, avaliar os riscos relativos às interferências na
eficiência dos processos biológicos de tratamento dos esgotos, bem como avaliar o efeito da
corrosão desses gases nas estruturas do filtro biológico percolador.
Em outra concepção de ETE, unidades que utilizam processos aeróbios, podem da mesma
forma ser consideradas como potencias sistemas de tratamento de odores. Tanques de
aeração de lodos ativados, lagoas aeradas e biofiltros aerados, são algumas das unidades que
podem ser avaliadas para que o fluxo de gases seja direcionado ao seu interior, visando a
oxidação de sulfetos, antes que os gases sejam lançados na atmosfera.
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APHA, 1998. Standard Methods of Examination of Water and Wastewater. American Public
Health Association, American Water Works Association, Water Environmental Federation. 20th
ed. Washington.
ASSAI, S., KONISHI, Y., YABU, T., 1990, Kinetics of Absorption of Hydrogen Sulfide into
Aqueous Ferric Sulfate Solutions, AICHE Journal, v. 36, n. 9, pp. 1331 - 1338.
BALL T., VELDMAN, R., 1991, Improve Gas Treating, Reactions and Separations, January,
pp.67-72.
BARBOSA, V.L.; STUETZ, R.M., 2005. Treatment of hydrogen sulfide in biofuels.In: Lens, P. et
al. (Ed.). Biofuels for fuel cells: renewable energy from biomass fermentation. London: IWA
Publishing.
BELLI FILHO, P.; COSTA, R. H. R. ; GONÇALVES, R. F.; CORAUCCI FILHO, B.; LISBOA, H.
M. Tratamento de odores em sistemas de esgotos sanitários. In: Pós-tratamento de efluentes
de reatores anaeróbios. Chernicharo, Carlos Augusto Lemos (coord.). Belo Horizonte; [s.n.],
2001.Projeto PROSAB
BUISMAN, C., IJSPEERT, P., JANSSEN, A. and LETTINGA, G., 1990. Kinetics of chemical and
biological sulfide oxidation in aqueous-solutions. Water Research 24(5), 667-671.
BUISMAN, C.J.N. and LETTINGA, G., 1990. Sulfide removal from anaerobic waste treatment
effluent of a paper-mill. Water Research 24(3), 313-319.
CORBITT, R. A., 1990, Standard Handbook of Environmental Engineering, 1st edition, New
York, McGraw Hill, Inc.
DEVAI, I. and DELAUNE, RD 2002. Effectiveness of selected chemicals for controlling emission
of malodorous sulfur gases in sewage sludge. Environmental Technology 23(3), 319-329.
GARCÍA de LOMAS J.G., CORZO A., GONZÁLEZ J.M., ANDRADES J.A., IGLESIAS E.,
MONTERO M.J., 2006. Nitrate promotes biological oxidation of sulfide in wastewaters:
Experiment at plant scale. Biotechnology and Bioengineering 93 (4) 801-811.
JANSSEN, A.J.H., SLEYSTER, R., KAA, C.V.D., JOCHEMSEN, A., BONTSEMA, J. and
LETTINGA, G., 1995.Biological sulphide oxidation in a fed-batch reactor. Biotechnology and
Bioengineering, 47 (3), 327-333.
KLEINJAN, W., 2005. Biologically produced sulphur particles and polysulphide ions. Effects on
a biotechnological process for the removal of hydrogen sulphide from gas streams. PhD Thesis.
Wageningen Universiteit, Wageningen, The Netherlands.
KLEINJAN, WE., MARCELIS, CLM, de KEIZER, A., JANSSEN, AJH and STUART, MAC, 2006.
Foam formation in a biotechnological process for the removal of hydrogen sulfide from gas
streams. Colloids and Surfaces a-Physicochemical and Engineering Aspects 275(1-3), 36-44.
KOHL A and NEILSEN R, 1997.Gas Purification, 5th edition, Gulf Professional Publishing,
Houston, Texas.
LE CLOIREC P.; FANLO, JL.; DEGORCE-DUMAS JR. Traitment dês odeurs et desodorisation
industrielle. Innovation 128, Paris, 1991.
LENS P.N.L., HULSHOF POL, L.W., 2000. Environmental technologies to treat sulphur
pollution. Principles and Engineering.1st ed. IWA Publishing. London.
MACKINGER, H; ROSSATI, F.; SCHMIDT, G., 1982. Sulfint process–process produces súlfur
from waste gas. Hydrocarbon Processing. p. 169 - 172.
NEVERS, N., 1985.Air pollution control engineering, 1ªed. New York: McGraw-HilI, 1985.
O'BRIEN, M, 1991, Catalytic Oxidation of Sulfides in Biogas, Ventilation Air and Wastewater
Streams from Anaerobic Digesters, Anais 1991 Food Industry Environmental Conference, USA,
pp. 1 - 13.
SPEECE, R.E., 2008. Anaerobic Biotechnology and Odor/Corrosion Control for Municipalities
and Industries. Archae Press, Nashville, Tennessee.
SRINIVASAN, V., AIKEN, R.C., 1988, Selective Absorption of H2S from CO2 – Factors
Controlling Selectivity toward H2S, Fuel Processing Technology, 19 pp 141 - 152.
STEUDEL, R, 1996. Mechanism for the formation of elemental sulphur from aqueous sulphide
in chemicals and microbiological desulphurization process. Ind. Eng. Chem. Res. 35 1417–
1423.
SYED, M., SOREANU, G., FALETTA, P., BÉLAND, M., 2006. Removal of hydrogen sulphide
from gas streams using biological processes – a review. Canadian Biosystems Engineering 48,
2.1–2.14.
WEF. Control of odors and emissions from wastewater treatment plants. Alexandria: Water
Environment Federation, 2004
WUBS, H.I; BEENACKERS, A. A. C. M., 1994. Kinetics of H2S absorption into aqueous ferric
solutions of EDTA and HEDTA. AICHE Journal. v. 40, n. 3, p. 433 - 444.
ZICARI, S. M., 2003, Removal of hydrogen sulfide from biogas using cow-manure compost.
120f Thesis (Master of Science). Faculty of the Graduate School of CorneIl University, Cornell.
13 ANEXOS
Tabelas e ábacos
Tabela 12 - Continuação