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INSTITUTO LATINO-AMERICANO DE TECNOLOGIA,

INFRAESTRUTURA E TERRITÓRIO (ILATIT)

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA


PROCESSOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS
5T3456

CARLOS HENRIQUE MARTINS MARQUES LUIZ


MARCOS VINÍCIUS KONOPKA

INDÚSTRIA DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO

FOZ DO IGUAÇU
2019
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3

OBJETIVO 4

METODOLOGIA 8

DESENVOLVIMENTO 4

CONCLUSÕES 8

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS 9

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1. INTRODUÇÃO
O petróleo é um combustível fóssil que corresponde a uma substância oleosa,
de coloração variável entre amarela e preta, cuja densidade é específica, imiscível em
contato com a água, inflamável, encontrado nas rochas das bacias sedimentares e é
originado da decomposição de matéria orgânica depositada no fundo de mares e lagos
que sofreram transformações químicas pela ação da temperatura, pressão, pouca
oxigenação e bactérias, processo de longa data o que torna a matéria-prima não
renovável.
O petróleo cru é composto em sua maioria por hidrocarbonetos, porém há
também compostos inorgânicos. A composição elementar média do petróleo é
estabelecida da seguinte forma: (83,9 a 86,8%) de Carbono, (11,4 a 14%) de
Hidrogênio, (0,06 a 9%) de Enxofre, (0,11 a 1,70%) de Nitrogênio, 0.5% de Oxigênio
e 0,3% de Metais restantes como Níquel, ferro. Suas frações apresentam diferentes
pontos de ebulição o que torna mais fácil a separação por grupos, com números
menores de substâncias.
A refinação do petróleo compreende, basicamente, na separação das suas
moléculas através do aumento da temperatura a que é submetido. Consequente deste
processo, há a eliminação ou a diminuição das impurezas dele, e todo este
procedimento tem que estar dentro das rígidas normas técnicas de segurança e
qualidade.
Conseguinte o processo de aquecimento e alta pressão, ocorre a separação
dos seus derivados e são divididos em quatro processos: separação, conversão,
tratamento e auxiliar, também há, destilação fracionada, destilação a vácuo,
craqueamento térmico ou catalítico e reforma catalítica.
Segundo dados estatísticos, há 20 anos, o petróleo brasileiro em sua maioria
era importado de outros países e a partir de 2000 a exploração de petróleo brasileiro
começou a alavancar o que tornou a participação de 3% no PIB e em 2010, 12%, e
em 2014, 13%.
Em sua maioria é explorada na Bacia de Campos, localizada na região que se
estende em todo litoral do Espírito Santo até o litoral norte do Rio de Janeiro e é
responsável por 80% da produção brasileira, em seguida, Bacia dos Santos, se
estende do litoral sul do Rio de Janeiro até o norte de Santa Catarina, também tem a
Bacia do Espírito Santo, se estende no litoral central até o litoral sul da Bahia, e por

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último, Bacia do Recôncavo Baiano e localiza-se no litoral central e norte da Bahia e
foi a primeira bacia petrolífera explorada no Brasil.

2. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo o fácil entendimento das ramificações de um
processo de refinação de petróleo, mostrando desde a etapa da extração até a
distribuição dele. Apresentar os derivados do processo, transparecendo que para o
usufruto dos combustíveis, plásticos, óleos lubrificantes, há um grande processo feito
antes da distribuição.

3. METODOLOGIA
O trabalho foi distribuído em partes entre a dupla, cada um canalizando em uma
parte para o melhor desenvolvimento do assunto, buscando o real entendimento do
tema com discussões, utilizando materiais didáticos como livros, arquivos de
pesquisas, artigos.

4. DESENVOLVIMENTO
A indústria de petróleo é uma indústria com uma grande variedade de
atividades, a refinação de petróleo é uma dessa partes e poder ser considerada uma
das mais importante de todo processo, pois é a parte que trata diretamente da
transformação do óleo bruto em produtos que de consumo direto.
Sabe-se que a importância do petróleo da humanidade é muito antiga, e há
vestígios de uso do óleo até mesmo pelos egípcios na construção das suas pirâmides.
Porém, foi somente após introdução de automóveis a combustão que a busca por
petróleo se tornou tão grande como é hoje, fazendo com que grandes nações tipo o
Estados Unidos e Japão sejam tão dependentes dessa matriz energética. No Brasil,
segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a
primeiras “minas” de petróleo, foram descobertas em meados do século 19.
Hoje o petróleo é a fonte de energia mais utilizada no mundo, sendo 43% do
total. O Brasil com a descoberta do pré-sal poderia se tornar um dos maiores
produtores do mundo de petróleo, atingindo a marca 50 bilhões de barris por ano. Até
2014 o setor petrolífero do Brasil era responsável por 13% do Produto Interno Bruto

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do país. No cenário mundial, os maiores produtores de petróleo do mundo, fundaram
em 1960 na Conferência de Bagdá, a Organização dos Países Exportadores de
Petróleo - OPEP, fazem parte os países: Angola, Argélia, Gabão, Guiné Equatorial,
Líbia, Nigéria, Venezuela, Equador, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã,
Iraque, Kuwait, Qatar e Indonésia. E basicamente a função da OPEP, é controlar a
produção para se atingir o melhor preço.
A primeira parte da produção do petróleo é a extração dos poços, podendo ser
tanto poços terrestres como marítimos. Quando marítimos, as unidades de extração
são as plataformas ou navios, depois o óleo produto é transportado por meio de navios
petroleiros ou oleodutos até os terminais marítimos, que ficam no litoral e de lá é
transportado para a Refinaria. Com isso é importante salientar que para a construção
de indústria de refinação é importante analisar diversos fatores de localização da
indústria, como também, a demanda de mercado na região. A instalação depende
fortemente de fatores técnicos, mas também de ações de empresários e de governo
que irão financiar aquela construção.
O Cadastro Nacional de Atividade Econômica - CNAE que regulamenta essa
indústria química é a 1921-7/00. E em 1997 foi criada Lei nº 9.478/1997, ou mais
conhecida como Lei do Petróleo que criou a Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP). O ANP é vinculada ao Ministério de Minas e
Energia, atuando em três diretrizes principais: regular, contratar e fiscalizar.
O petróleo chega à refinaria na forma bruta, ou seja, uma mistura de
hidrocarbonetos, contendo outros componentes considerados contaminantes, como
enxofre, nitrogênio, oxigênio e metais. Então o papel da refinaria é pegar esse óleo
bruto e refinar por meio de uma série de processos, para a obtenção de derivados
com grande importância comercial. Para isso entre os processos que o óleo é
submetido estão as etapas de separação e conversão, para assim a obtenção dos
derivados desejados. O principal objetivo da refinação é a obtenção desses derivados
na maior quantidade possível, com alta qualidade e valor de mercado com o menor
custo de operação possível (MARIANO, 2005).
Dois tipos de refinaria geralmente são projetadas, as para produção de
produtos não-energéticos, com parafinas, lubrificantes. E a para produção de produtos
energéticos, como gasolina, GLP e diesel. Esta é a mais presente pois é a que possui
maior demanda de mercado.

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Segundo a Petrobras (2016), a produção de derivados do petróleo envolve
basicamente três processos principais.
- Destilação - que é o processo de separação onde o petróleo é aquecido a altas
temperaturas, até sua evaporação e conforme esse vapor vai se esfriando em
diferentes níveis na coluna de destilação, em cada nível é obtido um produto
diferente.
- Conversão - usa as partes mais pesadas do óleo, transformando-as em
moléculas menores, resultando em derivados de maior valor comercial. Essa
etapa faz com que o aproveitamento do petróleo seja maior.
- Tratamento - essa parte do processo tem a finalidade de adequar os derivados
as exigências do mercado. Como por exemplo a remoção do enxofre.
Figura 1. Processo simplificado de refino de petróleo

Fonte: Cardoso (2005, p. 70)

Por mais que refino de petróleo produza muitos derivados que são muito úteis
à sociedade, segundo Santos (2013) as refinarias são um dos maiores poluidores da
indústria, pois polui a água, o solo e o ar. Na atmosfera é lançado os poluentes como
óxidos de enxofre e nitrogênio, monóxido de carbono, materiais particulados e
hidrocarbonetos, geralmente são lançados na fase de armazenamento, nas unidades
de processo, nas unidades de queima como fornos e caldeiras que a própria refinaria
usa. Isso gera impactos como a chuva ácida, e um dos principais tratamentos usados
nesse tipo de resíduo é através de dispersão por meio de diluição, usando chaminés
de alturas adequadas.
Entre os resíduos hídricos de refinaria, destaca-se a grande quantidade de
água utilizado durante o processo de destilação. Chega a ser em média 246 a 340

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litros de água por barril (ALVA-ARGÁEZ, KOKOSSIS, SMITH, 2007). Portanto essas
águas possuem até mesmo óleos residuais. São inúmeros os impactos que esse tipo
de rejeito pode ter no meio ambiente, entre eles prejuízo a irrigação, pesca e
recreação, por causa de substâncias tóxicas que essa água possui. E o principal tipo
de tratamento desses resíduos é por meio de separadores de esgoto com 3 fases de
tratamento: 1º - separadores gravitacionais,2º - processo de coagulação,
sedimentação, neutralização, filtração e flotação e 3º- tratamentos por meio de
natureza química, física ou biológica (MARIANO, 2005)
O principal resíduo sólido e que gera muitos problemas ambientais é o óleo,
resultando em problemas como mau odores, poluição da água, liberação de gases
tóxicos e alterações químicas do solo. A opção mais escolhida para tratamento desses
resíduos é por meio de destruição química, alteração da estrutura química para ser
mais fácil sua degradação. Em refinarias são divididos em quatro categorias os
tratamentos para resíduos sólidos: métodos físicos, térmicos, químicos e biológicos.
Uma parte que se deve ter muita atenção dentro da indústria de refinação de
petróleo, é ao riscos de trabalho. Como por exemplo acidentes decorrentes de
rupturas em tubulações da refinaria, incêndios por causa dos gases e líquidos
inflamáveis presentes do ambiente de trabalho, ou até mesmo intoxicação. A maioria
dos possíveis acidentes em refinarias, podem levar a morte. Entre os maiores
acidentes do mundo em refinarias, está a de 20 de março de 2001 na plataforma P-
36 do Rio de Janeiro, a plataforma afundou depois de 5 dias, deixando 11 mortos, ela
era a maior plataforma flutuante do mundo. Em 4 de dezembro de 1999 na Tailândia,
uma explosão em uma refinaria resultou em sete mortos. Esses são alguns dos
acidentes envolvendo refinarias de petróleo pelo mundo.
Cada vez mais se tem buscado novas tecnologias e medidas de inovação,
destacando-se a Petrobras, que possui o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento
Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), localizado na Ilha do Fundão no Rio de
Janeiro, considerado um dos complexos de pesquisa aplicada mais importantes do
mundo, e que desenvolve tecnologias como a tecnologia do Pré-Sal grande que em
2015 recebeu pela terceira vez o prêmio OTC Distinguished Achievement Award of
Companies, Organizations and Institutions, maior prêmio que uma empresa de
petróleo pode receber.
A Petrobras também possui programas de otimização, como por exemplo a
estratégia de otimização de processos produtivos e uso eficiente de energia, que visa
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o uso racional de energia aumentando a produtividade das instalações e otimização
de custos.

5. CONCLUSÕES
A indústria de refinação de petróleo é muito importante como matriz energética
mundial. Portanto, é necessário que para a instalação de uma indústria de refinação,
fatores devam ser levados em conta, como por exemplo a localização e demanda de
mercado. Um grande problema dessa indústria é o impacto ambiental que ela exerce,
pois produz resíduos gasosos, líquidos e sólidos e que, muitas vezes, mesmo que
com um tratamento prévio, acaba impactando a própria sociedade, além da fauna e
flora. É esperado que com o desenvolvimento de tecnologias disponíveis nessa área,
essas possam ser criadas pensando no meio ambiente e na segurança de trabalho,
visto que na maioria dos casos de acidentes anteriores, sempre houve perda de vidas.

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6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS. A história do
Petróleo no Brasil. Disponível em: http://www.anp.gov.br/institucional/a-historia-do-
petroleo. Acessado em: 13 de novembro de 2019

ALVA-ARGÁEZ, A.; KOKOSSIS, A.C.; SMITH, R. The design of water using


systems in petroleum refining using a water-pinch decomposition. Chemical
Engineering Journal, v. 128, n. 1, p. 33- 46, 2007

CARDOSO, Luiz Cláudio. Petróleo do poço ao posto. Rio de Janeiro: Qualitymark,


2005.

MARIANO, J. B. Impactos ambientais do refino do petróleo. Rio de Janeiro:


Interciência, 2005.

SANTOS, N.F. Estudo dos impactos ambientais causados pela exploração,


explotação e refino do petróleo. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso,
Universidade Federal Rural do Semi- Árido. Angicos – RN.

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