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Imunidade Inata e Adaptativa

 Imunologia começou a surgir juntamente com o estudo das doenças


infecciosas. A varíola e a peste bovina mataram milhares de pessoas, mas
as que se recuperavam não adoeceram com infecções posteriores.
 Edward Jenner em 1798 percebeu que as lesões dos bovinos faziam com
que o corpo criasse anticorpos e diminuísse os casos da ocorrência da
doença (primeira vacina).
 Imunologia é o ramo da biologia que estuda a resposta imunológica, os
seus processos de defesa do organismo, os seus agressores (antígenos)
e a sua interação.
 O sistema imunológico dos animais é formado por órgãos, células, tecidos
e moléculas envolvidas.
 A resposta imune é uma reação coordenada destas células e moléculas,
que tentam manter o equilíbrio e prevenir infecções do organismo.
 Funções do sistema imunológico:
- Reconhecimento e eliminação de células lesadas e mortas (hemácias).
- Eliminação de agentes infecciosos.
- Reconhecimento e Eliminação de células tumorais (vigilância
imunológica no câncer).
 Papel negativo do sistema imune:
- Hipersensibilidades (alergias).
- Respostas exacerbadas a uma infecção.
- Doenças auto-imunes.
- Rejeição a transplantes.
 Linhas de defesa do organismo:
- Barreiras físicas (pele, pelos, tosse, espirro, mucosas, fluxo urogenital e
células ciliadas).
 Imunidade Inata (inflamação defensivas – lisozimas).
- Consiste em mecanismos de defesa celulares e bioquímicos que já
existiam antes do estabelecimento de uma infecção.
- Programa para responder rapidamente a infecções.
- Os microrganismos invasores são quimicamente diferentes dos
componentes normais do organismo (PAMPs = padrão molecular
associado ao patógeno). As células apresentam receptores inespecíficos
que reconhecem os invasores, PRRs = receptor de reconhecimento de
padrões.
- É rápida e inespecífica (ataca qualquer corpo estranho).
- Não gera memória (não é mais rápida e lenta) e é constante.
- Estimula o desenvolvimento da imunidade adquirida.
- Componente da resposta inata: inflamação, células (neutrófilos,
basófilos, macrófagos...)
- Substancias antimicrobianas = enzimas digestivas do estomago,
lisozimas
 Imunidade Adquirida (produção de anticorpos).
- Adquirida ou especifica.
- É a terceira linha de defesa do corpo
- Receptores específicos
- Tem a capacidade de gerar uma memória imunológica (em uma segunda
infecção vai agir bem mais rápido).
- As respostar imunológicas adquiridas são estimuladas pela exposição a
agentes infecciosos.
- Pode se dividir em ativa ou passiva: ativa é quando o sistema
imunológico produz suas próximas células de defesa sendo ela natural
(contato com a doença) ou artificial (vacinas). A passiva é quando o
animal recebe os anticorpos já produzidas, de forma natural (colostro) ou
artificial (soroterapia).
* Imunidade humoral = Defesa que vai agir antes da bactéria atingir as
células. Produção dos anticorpos, linfócitos B. Tem especificidade = chave
e fechadura.
* Imunidade celular = para os microrganismos que estão dentro das
células, vírus. Mediada pelos linfócitos T, patógenos extra e intracelulares.

Órgãos e células do sistema imune

 Órgãos Linfóides:
 Órgãos primários ou centrais
- Regulam o desenvolvimento dos linfócitos.
- Se formam no início da fase embrionária.
- Não tem contato com o antígeno.
- Involui conforme o animal fica adulto.
- Timo, medula óssea e a Bursa de Fabrício.
- Medula óssea: órgão hematopoiético = forma as células do sangue,
encontra-se nos ossos chatos e no esterno. Na medula ocorre a
diferenciação e maturação dos linfócitos B.
- Bursa de Fabricius: presente somente nas aves, acima da cloaca e
tem a mesma função da medula óssea.
- Timo: em EQUI, BOVI, OVI, SUI e galinhas ele se estendo do pescoço
até a tireoide. A medida que o animal envelhece o timo diminui de
tamanho e é trocado por tecido adiposo. As células T originam-se na
medula óssea, mas logo migram para o timo. É formado por lóbulos
(córtex-parte externa e medula – parte interna).
- Placas de Peyer: localizadas no intestino delgado e auxiliam na
produção de linfócitos B.

 Órgão secundários ou periféricos


- Onde ocorro o contato com o antígeno.
- Formados no final da vida fetal.
- Persistem durante a vida toda.
- Sua retirada não causa perda significativa da resposta imune.
- Linfonodos: posicionados estrategicamente. Consistem em uma rede
reticular. Tem como principal função facilitar a interação entre células
apresentadoras de antígenos e as células sensíveis a ela.
- Baço: tem como papel a filtração do sangue, possui estoque de
hemácias e plaquetas, produz hemácias durante o período fetal.
- Tecido Linfoide associado a mucosas (MALT): locais de resposta
imune a antígenos que superaram as barreiras epiteliais.

 Células do sistema imune:


 Localizadas no sangue e linfa.
 Estão nos órgãos linfoides.
 Distribuídas nos tecidos.
 São classificadas com presença de grânulos
(granulócitos/agranulócitos)
- Coloração dos grânulos
- Neutrófilos: produzido na medula óssea. Núcleo segmentado,
produzido cerca de 8 milhões/min. Célula mais importante da imunidade
inata, ficam em compartimentos de reservas até serem recrutados e é o
primeiro a chegar no tecido danificado. Como função ele identificam,
englobam e fagocitam os microrganismos.
- Basófilos: núcleo bilobado, seus grânulos são corados com
hematoxilina e tem afinidade por IgE. Envolvido em processos
alérgicos.
- Eosinófilos: tem o núcleo bilobado, importante em infecções
parasitárias e processos alérgicos. Seus grânulos têm afinidade por
eosina. Tem meia vida circulante (8-12h) e no tecido 7-8 dias. Alta
afinidade por imunoglobulina E (IgE).
 Ou classificas pelo núcleo (polimorfonucleares/mononucleares)
- Mononucleares são agranulócitas = monócitos, macrófagos e
linfócitos.
- Polimorfonucleares são granulócitas = eosinófilos, neutrófilos e
basófilos.
 Mastócitos:
- Semelhante com o basófilo, grânulos de histamina e heparina.
- Granulócito não circulante, presentes na pele e no epitélio das
mucosas.
- Auxiliam na inflamação e são receptores de IgE.
 Monócito/Macrófago:
- Núcleo em forma de feijão.
- Agranular.
- Quando está no sangue é monócito.
- Há duas populações de macrófagos: células M1 e M2.
- Fagocitam, é uma célula sentinela, apresenta antígenos, removem
células mortas, início do processo de cicatrização...
 Células Dendríticas:
- São células apresentadoras de antígenos.
- Imaturas são as que estão prontas para capturar os antígenos, mas
ainda não capturaram nenhuma.
- Maduras são as que já pegaram o antígeno e vão apresentar ele.
 Linfócitos:
- Conferem especificidade a resposta imune.
- BCR = receptor de antígeno dos linfócitos B.
- TCR = receptor de antígeno dos linfócitos T.
 Natural Killer (NK):
- Faz parte da resposta imune inata.
- Maiores e com citoplasma granular.
- Combate células tumorais e infectadas por vírus.
- Não expressa receptores de antígenos como as células B ou T.
- Presente principalmente no sangue e baço.
- Produzem citocinas especificas para combater infecção viral.
 Linfócitos T:
- Divididos em T HELPER e CITOTÓXICO:
- T Helper ou auxiliares: induz a diferenciação de linfócitos em
plasmócitos, pode atrair neutrófilos para auxiliar a combater
microrganismos, ativação de macrófagos e estimulam o crescimento e
proliferação de linfócitos t citotóxicos.
- Citotóxico ou citolíticos: mata a célula que está infectada por vírus ou
bactérias. Reconhece células cancerígenas.
 Linfócito B:
- Única célula capaz de produzir anticorpos.
- Resposta imune humoral.
- Maturação ocorre na MO, Bursa e Placa de Peyer.

CITOCINAS
 São proteína secretadas e produzidas por células do sistema imune que
medeiam e regulam as reações imunes e inflamatórias contra
microrganismos e outros antígenos.
 Se ligam aos receptores específicos das membranas da célula alvo.
 São proteínas de vida curta, não são armazenadas, podem agir local ou
sistematicamente e são cuidadosamente reguladas.
 Uma citocina pode se ligar a diferentes células e induzem diferentes
respostas isso se denomina de PLEIOTROPISMO.
 Pode ocorrer a redundância, quando várias citocinas diferentes que atuam
na mesma célula e causam o mesmo efeito.
 Sinergismo = quando o somatório de duas citocinas causa um efeito.
 Antagonismo = duas citocinas diferentes que vão levar a funções
contrárias. IFN- gama vai ativar os macrófagos e IL-10 inibe eles.
 Locais de ação: 3 maneiras que as citocinas podem se ligar aos seus
receptores.
- Autócrina: ligando em receptor da própria célula que a secretou.
- Parácrina: ligando em receptor de uma célula-alvo nas proximidades da
célula produtora.
- Endócrina: ligando em receptores de células-alvo em locais distantes do
corpo. Vai pela circulação.
 Principais familia de citocinas:
- Interleucinas (IL)
- Medeiam a sinalização entre os linfócitos e outros leucócitos.
- Ações variadas,
- Interferons (IFN)
- Produzidas em respostas a infecções virais ou a estimulação imunológica.
- Interferem no RNA viral e na síntese proteica.
- Fator de Necrose Tumoral (TNF)
- Secretados por macrófagos e linfócitos.
- Destruição de células tumorais.
- Mediadores de inflamação: recruta neutrófilos e monócitos para a
infecção.
- Fator de crescimento e transformação (TGF)
- Controlam a produção de leucócitos.
- Regulam a atividade das células troncos.
- Garantem que o corpo possua o número de células suficientes para se
defender.
- Quimiocinas
- Recrutam as células de defesa para o local de infecção.
- Regula o trafego de leucócitos através dos tecidos linfoides periféricos.
- Promovem angiogenese e cura de feridas.
- Secretadas por macrófagos.
INFLAMAÇÃO

 Um conjunto de reações, desencadeado por múltiplos mediadores que


podem ter efeitos benéficos ou prejudiciais ao hospedeiro.
 Alarminas ou DAMP = moléculas liberadas por células mortas ou que estão
quase morrendo.
 Sinais de perigo – PAMPs

 PAMPs e DAMPs se ligam a receptores de reconhecimento de padrão


(PRRs) que estão localizados na superfície celular ou no interior da célula.
- Tipo TOLL/TLR = superfície e dentro das células.
- Tipo NOD = PAMPs no interior da célula.
- Tipo RIG = RNA virais no citoplasma.
 Células sentinelas (macrófago, mastócito e células Dendríticas) são
responsáveis por identificar os PAMPs e DAMPs para iniciar a resposta
imunológica.
 A inflamação é a resposta dos tecidos a presença de microrganismos ou a
uma lesão. Sendo também o principal mecanismo de resposta da imune
inata.
 Objetivo da inflamação: isolar, neutralizar e remover a causa da lesão.
Eliminar microrganismos ou substancias estranhas. Limpar focos de células
mortas e iniciar a cicatrização e a reparação tecidual.
 Produtos de células sentinelas – QUIMIOTAXIA
 Mediadores inflamatórios – VASODILATAÇÃO
 Sistema de coagulação – LIMITAÇÃO
 Moléculas antimicrobianas – DESTRUIÇÃO
 Fagocitose= é o englobamento e digestão de partículas sólidas e
microrganismos por fagócitos. Resultado final da inflamação.
- 4 Etapas: quimiotaxia (atração de células fagociticas), aderência, ingestão e
digestão.
 Sistema de coagulação – fibrina – contenção no local da inflamação.
 Moléculas antimicrobianas – lisozima e sistema complemento.
 O calor na inflamação ocorre por conta do aumento do fluxo sanguíneo,
causado por mediadores químicos e somente nas partes periféricas.
 O rubor é causado pela vasodilatação.
 O edema é devido ao aumento de permeabilidade vascular e aumento de
fluido no espaço intersticial.
 A dor é por conta da pressão sobre os tecidos
 Benefícios da inflamação:
- Permitir que as toxinas das bactérias sejam removidas pelos vasos
linfáticos.
- Permite a entrada de anticorpos, com a maior permeabilidade vascular os
anticorpos conseguem entrar no espaço extravascular.
- Formação de fibrina para impedir o movimento do microrganismo.
 Riscos da inflamação:
- Obstrução de vias aéreas, espaços fechados tais como a cavidade
craniana.
- Necrose, digestão e morte de tecidos normais.
- Resposta inflamatória inapropriada, reações de hipersensibilidade.
 Inflamação Aguda:
- Agente pouco patogênico.
- Contato único e rápido com o tecido saudável.
- Curta duração (horas a dia).
- Agressão leve.
- Curta duração e pequena intensidade.
 Inflamação Crônica:
- Agente muito resistente e patogênico.
- Contato persistente em tecido saudável.
- Longa duração (semanas, meses e anos).
- Agressão mais grave com reação inflamatória de longa duração e de maior
intensidade.
- Formação de granuloma.

ANTÍGENOS

 3 tipos: microbianas, de superfície celular e o auto antígeno.


 Antígenos microbianos:
- Bacteriano: a bactéria possui uma parede gram + e – e funcionam como
antígeno pois é algo anormal. Outro antígeno microbiano são as cápsulas,
pili/fimbrias (faz adesão da bactéria na superfície e os anticorpos impedem
essa adesão), os flagelos, porinas.
- Vírus: é um antígeno endógeno já que ele é intracelular obrigatório.
- Fungos, protozoários e parasitas.
 Antígeno não microbianos:
- Todo material que é estranho pelo corpo ativa a resposta imune.
- Moléculas injetadas: picada de abelha, cobra, aranha...
- Poeira, comida, transplante, ...
- São os antígenos de superfície celular

 Auto antígenos:
- São situações anormais, onde uma resposta imune é direcionada contra
o organismo saudável.
- Resposta autoimune – doença autoimune.
 Antigenicidade = capacidade de gerar uma resposta imunológica
 Imunogenicidade = tamanho de uma resposta gerada, quanto ele estimulou
 Um antígeno para ele ser bom precisa de:
 Estranheza:
- Precisa ser o mais estranho possível do que é encontrado naturalmente
no corpo do animal.
 Tamanho:
- Quanto maior a molécula mais difícil é a sua degradação.
 Complexidade:
- Quanto mais complexa, maior a Antigenicidade.
 Estabilidade:
- Precisam manter os formatos para serem bom antígenos, moléculas
flexíveis ou sem forma fixa são os maus antígenos.
 As proteínas são os melhores antígenos.
 Os polissacarídeos simples (amido) não são bons antígenos pois são
facilmente degradados. Os mais complexos (LPS – lipossacarideo) são bons
pois não são facilmente degradáveis.
 Os lipídeos não são bons antígenos pois são simples e instáveis
estruturalmente.
 Nem todas as moléculas estranhas vão estimular o sistema imunológico,
como por exemplo os pinos ósseos, válvulas cardíacas que são
consideradas inertes e de uma uniformidade molecular.
 Epítopos:
 São moléculas especificas na superfície do antígeno que vão permitir
ligações com os anticorpos e fagócitos.
 Antígenos grandes apresentam vários epítopos.
 Haptenos:
 É uma molécula pequena que sozinha não tem capacidade de gerar uma
resposta imunológica, mas quando associada a outra molécula como uma
proteína ela consegue a desencadear a resposta imune.
 EX: alergias a medicamentos.
 Reações cruzadas:
 São epítopos idênticos ou semelhantes em moléculas que não possuem
relação, mas que podem estimular uma resposta muito parecida.
 Ex: Brucella abortus x Yersinia enterocolitica
- A Yersinia pode estimular os bovinos a produzirem anticorpos que
reagem cruzadamente com a B. abortus (dando um falso positivo).

ANTICORPOS
 Resposta imune:
 Celular: linfócitos Taux e Tcit
 Humoral: linfócitos B – plasmócitos
 Resposta imune adquirida:
- Resposta adquirida humoral = direcionada contra microrganismos
invasores extracelulares ou exógenos.
- Resposta adquirida celular = direcionada contra microrganismos
intracelulares ou endógenos.
 Anticorpo = imunoglobulinas, são glicoproteínas que se ligam de forma
especifica a moléculas conhecidas como antígenos.
 É especifico para determinado antígeno/epítopo.
 Possui 5 classes: IgA, IgG, IgE, IgM e IgG
 Representam 20% do peso das proteínas do plasma.
 São moléculas solúveis.
 Composição da molécula de uma imunoglobulina:
 Quatro cadeias polipeptídicas – duas cadeias leves e duas cadeias
pesadas unidas por pontes dissulfeto.
 Porções variáveis e porções constantes.
- Região variável = variável para cada Ag eu entrar em contato. Uma
vez formado o anticorpo ele não mudara mais.
- Região constante = possui a mesma sequência de aminoácidos das
membranas celulares.
 Porção Fab e porção Fc
- Fab = os fragmentos Fab constituem a região de ligação com o
antígeno.
- Fc = o fragmento Fc é responsável pela atividade biológica dos
anticorpos (fixação do complemento e ligação a monócitos).
 Região de dobradiça.
- A presença de uma região de dobradiça no meio de cada cadeia
pesada confere as moléculas de imunoglobulina uma flexibilidade
grande.
- Permitindo que os dois sítios de ligação com o antígeno operem
independentemente.
 Estrutura de uma imunoglobulina:
- Parte em verde é a cadeia pesada e a em amarela é a cadeia leve.
- Parte de cima é a região Fab = ligação com o antígeno ocorre aqui.
- Região Fc é uma parte constante.

 IgM
 Produzida e secretada pelos plasmócitos.
 Encontrados no baço, ME e linfonodos.
 Consiste de cinco subunidades
 Primeiro anticorpo produzido.
 O seu tamanho muito grande a confina na corrente sanguínea.
 É o anticorpo mais importante da resposta imune primaria – seus níveis
elevados indicam que é uma infecção recente.
 Funções: opsonização (se liga no antígeno Fab e a região Fc fica para
ligar com o macrófago), ativação do sistema complemento e neutraliza
vírus e toxinas.
 IgG
 Produzida e secretada pelos plasmócitos, encontrados no baço, ME e
linfonodos.
 Anticorpo em maior concentração no sangue – 80%
 Pode facilmente sair dos vasos em processos inflamatórios.
 Atravessa a barreira placentária e passa para a circulação fetal em
algumas espécies.
 É o mais importante para a resposta imune secundária.
 Funções: opsonização, ativação do sistema complemento e neutraliza
vírus e toxinas.
 IgA
 Secretada pelos plasmócitos localizados nas superfícies corpóreas.
 Segunda imunoglobulina mais abundante no soro.
 As moléculas de IgA se combinam com uma cadeia J (formando
dímeros).
 Produzida nas paredes do intestino, trato respiratório, pele, sistema
urinário e na glândula mamaria. Encontrada na saliva, lagrima, leite,
secreções respiratórias e intestinais.
 Não ativa o sistema complemento pois está nas superfícies.
 Funções: neutraliza vírus e toxinas e seu principal modo de ação é o
impedimento da aderência de antígenos as superfícies corpóreas.
 IgE
 Encontrada em concentrações extremamente baixa no soro não podendo
se ligar aos antígenos ou recobri-los
 Encontrada na membrana de mastócitos e basófilos.
 Ativam eosinófilos através de citocinas.
 Desencadeia a inflamação aguda atuando como uma molécula de
transdução de sinal.
 Não ativa o sistema complemento.
 Relacionada com resposta alérgica.

 Quando o Ag se liga a esta IgE uma rápida liberação de moléculas


inflamatórias pelos mastócitos é desencadeada.
 Funções: atua em reações de hipersensibilidade do tipo I e é
responsável pela imunidade contra vermes parasitas invasores.
 IgD
 Encontrada na superfície de células B.
 Não é encontrada em todas as espécies (ausente em bovi, coelho e
suíno).
 Apresenta uma região de dobradiça longa e exposta e não possui pontes
de dissulfeto o que a torna suscetível a proteólise.
 Não ativa o sistema complemento.
 Anticorpos – variabilidade:

 Utilidades dos anticorpos:
- Defesa especifica do organismo.
- Anticorpos monoclonais.
- Diagnostico.
 Funções gerais das imunoglobulinas:
 Neutralização de vírus e toxinas:
- Evita a entrada do vírus e toxina na célula se ligando na toxina/vírus.
 Opsonização:
 Degranulação de mastócitos e basófilos.
- Liberação dos grânulos para causar um processo inflamatório.
 Ativação do sistema complemento
 Funções gerais das imunoglobulinas:

 Testes de imunodiagnóstico:
- Presença de antígenos
- Servem também para detectar hormônios e drogas e detectar processor
alérgicos também.
- Como escolher o melhor teste??
* Sensibilidade e especificidade.
* Facilidade de uso
* Custo, matéria necessário e o tempo do resultado
 Sensibilidade = quanto menor a concentração de anticorpos ou antígenos
ele for capaz de detectar mais sensível é o teste.

 Especificidade = quanto um teste negativo é bom detectar nenhuma


doença, ou seja, a capacidade do teste em detectar um resultado
negativo em um indivíduo sadio.

 Detectar anticorpo no indivíduo não significa que ele é imune, só indica


que ele entrou em contato com o antígeno em algum momento da vida.
 IgM elevado indica infecção atual
 IgG elevado e queda/ausência de IgM indica infecção crônica
 Sorologia pareada serve para diferenciar anticorpo vacinal.

COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE (MHC)

 São glicoproteínas
 Grande região genômica ou família de genes
 Fornece a identidade dos indivíduos – somente gêmeos monozigóticos
possuem MHC idêntico
 Precisa ter um grande polimorfismo (variabilidade).
 Função: codificar proteínas de superfície que consigam ser reconhecidas
e apresentar antígenos próprios ou externos para o nosso sistema imune
adaptativo.
 A célula apresentadora de antígeno precisa estar ligada a MHC
 Quanto maior a variedade do MHC em um indivíduo, a mais antígenos
ele poderá responder e apresentar, assim o indivíduo será capaz de
responder a um número maior de infecções (resistência a infecções).
 Esse complexo pode ser dividido m 3 classes:
 MHC I = receptores para antígeno endógenos
- Presente na maioria das células nucleadas
- Apresenta duas cadeias polipeptídicas uma cadeia longa (alfa) e
outra curta (beta).
 MHC II = receptores para antígenos exógenos
- Presente nas células apresentadoras de antígenos
- Duas cadeias polipeptídicas alfa e beta do mesmo tamanho
 MHC III = componentes do sistema complemento

 Quando o antígeno entra ele é processado e as moléculas de MHC


interagem de forma diferente:
PROCESSAMENTO DE ANTÍGENOS

 Apresentação de antígeno:
- Tem como objetivo estimular a imunidade adaptativa
- O antígeno deve ser capturado, processado, fragmentado e
apresentado as células da imunidade adquirida.
- As células apresentadoras de antígenos fazem esse papel.
- O processo começa quando os macrófagos e células dendriticas são
atraídas pelas alarminas e PAMPs para o local de infecção.

 Processamento de antígeno:
- Exógeno: MHC classe II
* bactérias, protozoários e fungos
* linfócito TH

* Vai induzir a diferenciação de linfócitos B em plasmócitos e induzir a


secreção de imunoglobulinas (imunidade humoral).
* Ativação de macrófagos
* Quimiotaxia de neutrófilos
- Endógeno: MHC classe I
* Vírus, bactérias intracelulares, células tumorais
* Linfócito Tc.

SISTEMA COMPLEMENTO

*conjunto de proteínas plasmáticas que são ativadas em reações em


cascata
30 proteínas séricas e da membrana plasmática
Importante na proteção contra infecções
*descoberto como proteínas que auxiliavam na opsonização pelos ac.
*ligam-se irreversivel a moleculas da superifice do microsganimso e
formam um complexo de ataque a mebrana celular (mac)
*ativação por mecanimso inatos e adquiridos
*ativadas na presença de AC ou próprio microorganismo
As proteinas do sistam complemento recebem como idenficação letras
do alfabeto e números (c1, c2,c3
*há em torno de 30 proteinas que são sintetizadas em varios locais do
organimso
C3,c6c8 e b –fígado

Funções
-Auxilia o sistema imune na destruição dos microrganismos invasores
*eliminação dos complexos Ag-Ac
*Opsonização
*alguns dos seus fragmentos atuam como mediadores inflamatórios
*lise das células alvo

 Via alternativa:
- Foi descoberta após a via clássica
- Desencadeada pelo contato entre a parede celular do microrganismo
com os componentes do SC na corrente sanguínea.
- Proteína C3 é a mais importante, está em alta concentração no soro e é
produzida pelas células hepáticas e macrófagos.

- Quando ocorre a desfragmentação em C3b e C3a.


- C3b fica ligada a parede celular e o fator b vem e se liga enquanto o fato
D desfragmenta.
- Forma-se a C3bBb que se chama de C3 convertase, ela serve para
desfragmentar a proteína C3, formando mais C3b aumentando o tempo de
vida.
- A C3bBb cliva a C5 em C5b e C5a.

- Proteína H está presente em celular que ontem ácido cialico. Se liga no


C3b e inativa ele, isso evita que o sistema complemento ataque células do
próprio animal.
 Via das Lectinas
- As lectinas ativam as proteínas que ativam o SC
- Resposta imune inata desencadeada pela presença da parede celular
bacteriana.
- Principal lectina é a MBL (Lectina ligante a manose). Essa lectina não se
liga a galactose e ácido siálico. Ela se liga à manose e N-acetilglicosamina
(se encontra na parede celular bacteriana).

 Via clássica:
- Desencadeada pelo complexo antígeno anticorpo
- Só pode ser ativada após a produção de Ac
- Resposta imune adaptativa
- O complexo C1 reconhece a ligação antígeno e anticorpo e se liga ali.
- Após se ligar o C1 inativado de se ativa.

- Anticorpos livres não ativam o SC.


 Via efetora:
- Fase em comum a todas as vias
- Inicia-se com a clivagem da C5
- C5b serve como uma ancora para a formação de uma única estrutura
composta por C6, C7 e C8.
- Vai ocorrer a formação do complexo de ataque a membrana que rompe
a bactéria. (várias C9)

 Funções do SC:
- Opsonização.
- Inflamação
 Regulação do SC:
- Uma das formas é a proteína H que inativa.
- É feita pelas proteínas de controle
- Previnem ativação descontrolada
- Permitem a diferenciação do próprio e não próprio impedindo a lesão
tecidual
- A ativação do C1 é evitada pela presença de uma proteína chamada de
inibidor do C1 que é a INH-C1, a qual evita a ação das C1r e C1s na
formação do C4b2b
- A C3 e a C5 convertase são inibidas pela CD55 que se conjunta com as
convertase e acelera sua decomposição.
- Fator I inibe C3b
- Controle do complexo C56789 é mediado pela vitronectina, clusterina e
CD59 (protectina). Inibem o complexo de ataque a membrana.
 Deficiência do SC:
- Deficiência de C3 no cão:
* Falha na função fagocitária
* Falha na montagem de uma resposta imune
* Maior susceptibilidade a infecções
* Insuficiência renal – imunocomplexos
 Resposta imune humoral:
- Estimulação pelos receptores CD40 (linfócito B) e CD154 (linfócito T)
- Antigeno se liga ao BCR (linfo B).
- LT Helper é ativado através da apresentação do mesmo antígeno por
uma APC.

HIPERSENSIBILIDADE

 É uma resposta imune adaptativa exagerada que gera uma reação


inflamatória e ou dano tecidual.
 4 tipos de hipersensibilidade
 Hipersensibilidade tipo I:
 Hipersensibilidade imediata (reação rápida de segundos a 30min).
 Alergia = o antígeno é considerado um alérgeno.
 É mediada por IgE aderida aos mastócitos que desgranulam.
 Mastócitos: células presentes nos tecidos que possuem
citoplasma rico em grânulos basofilicos. Armazenam potentes
mediadores químicos da inflamação e fatores quimiotáxicos dos
neutrófilos. Possuem alta afinidade por IgE.
 IgE: pouco presente no soro e desencadeia inflamação. Ligação a
receptores de mastócitos, basófilos e eosinófilos.
 Indivíduos alérgicos possuem uma maior produção de IgE.
 Uma produção excessiva de IgE os indivíduos são denominados
de atopicos.
 Acontece em 2 fases: A primeira é a fase de sensibilização e a
segunda é a fase efetora (reação alérgica).
 Primeiro contato = sensibilização:
- Primeiro contato com o alérgeno
- Apresentação do alérgeno aos linfócitos T, via APCs.
- Ativação dos linfócitos T – Th2.
- Ativação de linfócitos B, que passam a produzir IgE.
- Ligação da IgE produzida a superfície de mastócitos e basófilos
 Segundo contato = reação alérgica
- Ocorre um segundo contato com o alérgeno.
- Ligação do alérgeno as moléculas de IgE presente na superfície
de mastócitos e basófilos
- Degranulação de mastócitos: liberação de mediadores químicos
(histamina, Leucotrienos e prostaglandinas) responsáveis pelos
sinais clínicos alérgicos.
- Respostas dos mastócitos a antígenos: A IgE se conjuga aos
mastócitos, não ocorre efeito imediato na célula.
 Hipersensibilidade tipo II:
 Células normais são destruídas
 São produzidos AC contra Ags presentes na superfície dessas
células
 Um exemplo é a transfusão de sangue incompatível com o que o
indivíduo possui. Vai ocorrer a fagocitose e hemólise de
eritrócitos.
 Para evitar uma reação imune pode se fazer o teste imunológico
de comparação cruzada.
 Eritroblastose fetal = mulher com sangue negativo vão negar
filhos positivos na segunda gravidez de +
 Hipersensibilidade do tipo III:

REGULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE

 Tolerância imunológica:
- Situação em que o sistema imunológico não responde a um
antígeno especifico.
- Começa já na vida fetal
- BVD = animais persistentemente infectados
* Femea infectada aos 40-120 dias de gestação, o feto se torna
imunotolerante ao vírus (acha que faz parte), sendo assim o animal
não vai produzir AC para esse vírus.
 Tolerância – Linfócitos B
- Linfócitos auto-reativos imaturos dentro dos órgãos linfoides
primários.
- Alguns linfócitos se ligam a auto-antigenos e conseguem evitar a
apoptose, chegando nos órgãos linfoides secundários.
- Pode ocorrer uma Tolerância periférica (quando chega nos órgãos
linfoides secundários).
 Tolerância – Linfócito T
- Tolerância central: os linfócitos que são auto-reativos no timo
também sofrem apoptose.
- O timo tem um gene regulador mostra para o linfócito T que aquilo
é próprio do organismo, e os macrófagos trazem antígenos teciduais
normais.
- Seleção negativa: apoptose de timócitos.

AUTOIMUNIDADE

 Agressão do Sistema imune contra antígenos do próprio corpo,


causando danos tecidual.
 Nem toda auto-imunidade é patológica.
 Pode ser: resposta imune normal a um antígeno anormal ou
incomum OU resposta imune anormal a um antígeno normal.
 Resposta imune normal:
- Mimetismo molecular: compartilhamento de epítopos entre um
agente infeccioso ou parasita e um auto-antígeno.
 Resposta imune anormal:
- Falta de controle regulador:
- Auto-Imunidade induzida por vírus
* O corpo ataca as próprias células.
- Microquimerismo: quando tem troca celular entre mãe e feto
 Pode ocorrer por predisposição genética, por MHC, racial (descuido
na cruza) e infecções gerais.

VACINAS

 Imunidade passiva – artificial


- Soros contendo AC.
 Imunidade ativa – artificial
- Vacina vivas ou inativas
- Memória

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