Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GEOgraphia, v. 14,
n. 27, p. 46-75, 2013.
2. Tema central
6. Argumentação/demonstração da tese/hipótese
Tópicos:
Introdução
Considerações finais
(53) conceituação de Novo Mundo dá a América uma dimensão temporal, que a coloca num
lugar da história dos povos cristãos europeus: “América sempre foi concebida como um
continente que não coexistia com os outros três, mas que apareceu mais tarde na história do
planeta, razão pela qual se lhe dá o nome de ‘Novo Mundo”. (Mignolo,2007, p. 51). Já o
conceito de “índias Ocidentais” dá a dimensão de centralidade da Europa, e sua possessão.
Até o século XV, não havia um sistema-mundo. Os grandes circuitos de comércio se
conectavam na Ásia, África e Europa. O que haviam na América estavam isolados. É com a
tomada do continente americano que as surgem as bases para o sistema-mundo que
conhecemos, e para o sistema capitalista. Para os autores Quijano e Wallerstein, o controle
europeu sobre a américa foi decisivo para a formação do sistema capitalista mundial. (58)
As violências que asseguraram a colonização não devem ser entendidas apenas na perspectiva
militar e administrativos, mas como aponta Fraz Fanon (1965) nos discursos de inferiorização
dos colonizados, reproduzidas em seus referentes culturais.
O conceito de América Latina está relacionado com uma divisão da Europa, em algo norte,
protestante, anglo-saxão/ e outra ao sul, católica, latina, uma divisão que produz repercussões na
américa: “foi introduzida pela intelectualidade política francesa e usada na época para traçar as
fronteiras, tanto na Europa, como nas Américas, entre anglo-saxônicos e latinos” (Mignolo,
2003:59). (64). Surgiu os intelectuais franceses, embora há seu uso entre os espanhóis, e
normalmente utilizado para a defesa de se conter o avanço estadunidense. Já entre os da
América do Norte, uma superioridade da raça anglo-saxã. O que torna forma inclusive no
momento pós-colonial, com discursos da incompatibilidade de governos livres e a religião
católica. Assim, a expressão Latin America, tinha um conteúdo muito racista, e defendiam os
interesses de expansão dos EUA, como traduzido na doutrina expansionista do Destino
Manifesto (1823) (67).
Há também um outro contexto, das elites crioulas, que desejam criam uma territorialidade
própria, que não mirasse no passado colonial, portanto Espanha e Portugal, mas na França e
seus pensadores como ideal civilizatório e modernidade (69). Negam a metrópole por não serem
reconhecidos como europeus, mas o desejam ser, e aparentemente tomam um outro caminho.
Para Mignolo: “