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O OUEE DIDATICA DO
ENSINO SUPERIOR
frequentemente, que muitas das críticas em relação aos professores referem-se à "falta
de didática". Por essa razão, muitos professores e postulantes à docência em cursos
universitários vêm realizando cursos de Didática do Ensino Superior, oferecidos em
nívelde pós-graduação.
Como estelivro é inteiramente dedicado à Didática do Ensino Superior, o primeiro
capítulo destina-se à discussão de seu signiHlcadona formação dos professores universi-
tários. Após estuda-lo cuidadosamente, você será capaz de:
2
O que é didática do ensino superior l
de Pedagogiada "Escola Nova" ou da "Escola Ativa". A literatura referentea
essastendências é muito extensae envolveobras de autores como: Ovide Decroly
j1871-1932),da Bélgica; Georg Kerschensteiner (1854-1932),da Alemanha; Roger
Cousinet(1881-1973),da França; Edouard Claparêde(1873-1940), da Suíça eJohn
Dewey (1859-1952),dos Estados Unidos. Esses movimentossurgiram dentro de um
contexto histórico-social que teve como cocoprincipal o processo de industrializa-
ção, com a burguesia industrial firmando-se como classe hegemónica e interessada,
consequentemente,na difusão das ideias liberais.
O movimento escolanovistasurgiu como uma nova forma de tratar os proble-
mas da educação, oferecendo um conjunto de princípios para a revisão das formas
tradicionais de ensino. A Escola Nova pretendia ser um movimento de renovação
pedagógica de cunho fundamentalmente técnico, que buscava aplicar na prática
educativa os conhecimentos derivados das ciências do comportamento. Com efeito, a
partir da segunda década do século XX, a Didática passou a seguir os postulados da
Escola Nova. Como essa perspectiva afirmava a necessidade de partir dos interesses
espontâneosc naturais da criança, passou-sea valorizar os princípios de atividade,
liberdade e individualização. Abandonou-se a visão da criança como um adulto em
miniatura para centrar-senela como um ser capaz de adaptar-sea cada uma das
fases de sua evolução. Assim, do aluno passivo ante os conhecimentos transmitidos
pelo professor, passou-se ao aluno que se autoeduca ativamente num processo natural,
sustentado pelos interesses e ações concretas de seus colegas.
A ideia básica da Escola Nova é a de que o aluno aprende melhor por si próprio.
Dessa forma, a Didática passou a considerar o aluno como sujeito da aprendizagem.
Caberia ao professor colocar o aluno em situaçõesem que fosse mobilizada a sua
atividade global, possibilitando a manifestação de suas atividades verbais, escritas,
plásticas ou de qualquer outro tipo. O centro da atividade escolar não seria, portanto,
nem o professor nem a matéria, mas o aluno ativo e investigador. Ao proEessoí'cabe-
ria, principalmente, incentivar, orientar e organizar as situaçõesde aprendizagem,
adequando-as às capacidades e às características individuais dos alunos.
No Brasil, as ideias da Escola Nova tornaram-se conhecidas na década de
1920e coram muito prestigiadas após a Revolução de 1930, graças ao trabalho de
educadores como Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho. Estas
ideias, no entanto, receberam muitas críticas, principalmente dos educadores mais
conservadores. A Escola Nova foi acusada de exigir pouco dos alunos, de abrir mão
dos conteúdos tradicionais e de acreditar ingenuamente em sua espontaneidade.
Como as mudanças introduzidas pela Revolução de 1930não coram suficientes para
abalar significativamente o conservadorismo das elitesbrasileiras, a Escola Nova
não conseguiu modificar de maneira significativa os métodos didáticos utilizados
nas escolas. Entretanto, no meio acadêmico, o ensino da Didática continuou, até a
década de 1950, a privilegiar obÜetivos,temas e procedimentos metodológicos de
inspiração escolanovista.
Do início da década de 1950até o Hlnalda década de 1970,o ensino da Didática pri-
vilegiou métodos e técnicas de ensino com vistas a garantir a eficiência da aprendizagem
3
l O que é didática do ensino superior O que é
dos alunos e a defesa de sua neutralidade científica. O tecnicismo passou a assumir Aliás
uma posição fundamental no discurso educacional e, consequentemente, no ensino da práticas
Didática Enquanto disciplina acadêmica, a Didática passou a enfatizar a elaboração de mod(
planos de ensino, a formulação de objetivos instrucionais, a seleçãode conteúdo, sistemát
as técnicas de exposição.e.de condução de trabalhos em grupo e a utilização de tec- consiste
nologias a serviço da eficiência das atividades educativas. A Didática passou a ser de estab
vista, principalmentet como um conjunto de estratégiaspara proporcionar o alcance
dos produtos educacionais, confundindo-se com a Metodologia de Ensino. Seus
1.2 En
propositos eram, pois, os de "fornecer subsídios metodológicos aos professores para
ensinar bem, sem se perguntar a serviço do que e de quem se ensina" (OLIVEIRA; Uma das
ANDRE, 2003, p. 13)lEssa tendência acentuou-secom a adoção das políticas de à relaran
cunho desenvolvimentista pelo governo militar que se instalou em 196i, que tinha de ala-.n
a formação de mão de obra como o referencial central da educação. ' ' maisiml
A partir do final da década de 1970,acentuaram-seas críticas a essaDidática aluno ez
instrumental, sobretudo em relação aos pressupostosda neutralidade cientíHlcae Muito
técnica que a envolvem. De fato, a Didática, nessaperspectiva, é concebida como um listas na (
conjunto de conhecimentos técnicos apresentados de forma universal e, consequen- aulas. D(
temente, desvinculados dos problemas relativos ao sentido e aos fins da educação, pelo vero
dos conteúdos especínlcos e do contexto sociocultural concreto em que ít)ram gerados $'"'',«"-
na maior
As principais críticas a essa didática instrumental têm sido deitaspor educado- âormacãc
res vinculados à corrente conhecida como Didática crítico-socialdos conteúdos Assim, a(
ILIBANEO, i9941.Segundo seusdefensores,é necessário, em primeiro lugar, definir Esses ]
um prometode sociedadeque contemplea escola com função de transformação da cimento (
realidade na qual está inserida. A partir desseprometode sociedade, busca-se uma a arteda
pmposta pedagógica que instrumentalize o aluno para que, como cidadão, poça a inform:
transformar a realidade existente. ' ' '' assimilar
A Didática, enquanto disciplina, é caracterizada pela polêmica. E o que prova preocupa
a própria necessidade de adjetivação adota(ta tantas vezes: Didática renovada, devoseau
Didática ativa, Didática nova, Didática tradicional, Didática experimental,Didática ou reprov
psicológica, Didática sociológica, Didática filosónlca, Didática moderna. Didática No en
geral, Didática especial etc. (LASTRO, 1991,p. 21). Essa polêmica, no entanto. não processo
aparece com tanta ênfase em relação ao ensino universitário. Embora os estudiosos interesses
da educação insistam na importância da aquisição de conhecimentos e habilidades desenvolv
pedagógicas pelos professores também nesse nível de ensino, muitos professores uni- e na busc:
versitários ainda não reconhecem a importância da Didática para a sua formação. estão cem
Cabe considerar, também, que a maioria dos professoresuniversitários não dispõe interesses,
de preparação pedagógica. E também que, ao contrário dos que lecionam em outros como "fa(
níveis, muitosprofessoresuniversitários exercem duas atividades: a de profissional Rogers (l!
de determinada área e a de docente, com a predominância da primeira. Por essa a investig:
razão, tendem a conferir menos atenção às questõesde natureza didática que os individua]
professores dos demais níveis, que são os que receberam formação pedagógica de Amed
modo sistemático. ' ' ' '
professor ]
prior O que é didática do ensino superior
l
educar deixa de ser a "arte de introduzir ideias na cabeça das pessoas, mas de fazer i)
brotar ideias" (WERNER, BOWER, 1984, P. 1-15). As preocupações básicas desses
professores, por sua vez, são expressas em indagações como: "Quais as expectativas
dos alunos?", "Em que medida determinado aprendizado poderá ser signinlcativo j)
para eles?", "Quais as estratégiasmais adequadaspara facilitar seu aprendizado?"
Consciente ou inconscientemente, os prohssores tendem a enfatizar um ou outro
polo, o que faz com que sua atuação se diversifique signinlcativamente. Em apoio à
VISA
postura que enfatiza o ensino, costuma-se lembrar que o magistério é uma vocação, con
que a missão do professor é a de ensinar, que para isso é que ele se preparou e que, sob
à medida que seja um especialista na matéria e que domine a "arte de ensinar".
int(
ninguém melhor do que ele poderá contribuir para que, por meio de seu ensino, os
alunos aprendam. cid;
cr12
Muitas críticas, no entanto, têm sido deitasà postura dos professores que conferem od
maior ênfaseao ensino. Segundo Paulo Freire (2002, p. 86),
age
[...] a narração, de que o educador é o sujeito, conduz os educandos à memori-
zação mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os transforma ed
em "vasilhas", em recipientes a serem "enchidos" pelo educador. Quanto mais ger
vá enchendo os recipientes com seus "depósitos", tanto melhor educador será. pes
Quanto mais se deixarem totalmente "encher", tanto melhores educandos serão. ple:
Esse tipo de educação, caracterizada pelo ato de transmitir, depositar ou transferir prlt
valores e conhecimentos, é chamado por Paulo Freire (2002, p. 67) de "bancária", sim
pois nela: nac
técl
a) o educadoré o que educa;
oseducandos,osquesão educados; ant:
b) o educadoré o quesabe; ao]
os educandos, os que não sabem; cul':
c) o educador é o que pensa; Sua
oseducandos,ospensados;
de
d) o educadoré o que diz a palavra;
vist
os educandos, os que a escutam docilmente; Ele
e) o educadoré o que disciplina; pro
oseducandos,os disciplinados; rin(
f) o educador é o que opta e prescreve sua opção; isto
o 6c
os educandos, os que seguem a prescrição;
Des
g) o educadoré o que atua;
do(
os educandos, os que têm a ilusão de que atuam na atuação do educador; a at
h) o educadorescolheo conteúdoprogramático; a al
os educandos jamais são ouvidos nesta escolha, acomodam-se a ele; um
6
O que é didática do ensino superior l
i) o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que
se opõe, antagonicamente, à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às
determinações daquele;
j) o educador, finalmente, é o sujeito do processo;
os educandos, meros objetos.
De fato, perspectivas educacionais mais modernas, que se apoiam tanto numa
visão humanista da educação quanto nas contribuições fornecidas pelas ciências do
comportamento, concorrem para valorizar a ênfase na aprendizagem dos alunos
sobre o ensino de seus professores. De acordo com essas perspectivas, o que mais
interessa é a aquisição de uma mentalidade científica, o desenvolvimento das capa-
cidades de análise, síntese e avaliação, bem como o aprimoramento da imaginação
criadora. O principal papel do professor do Ensino Superior passa a ser, portanto,
o de formar pessoas, prepara-las para a vida e para a cidadania e treina-las como
agentes privilegiados do progresso social.
Mas a ênfase na aprendizagem, a despeito de seus inegáveis méritos humanistas
e do embasamento nas modernas teorias e pesquisas educacionais, também tem
gerado equívocos. Há professores que exageram o peso a ser atribuído às qualidades
pessoaisde amizade, carinho, compreensão, amor, tolerância e abnegação e sim-
plesmente excluem a tarefa de ensinar de suas cogitações funcionais. Alicerçados no
princípio de que "ninguém ensina ninguém", atribuído a Rogers, muitos professores
simplesmentese eximem da obrigação de ensinar. Na verdade, o que passam a fazer
nada mais é que, mediante o argumento da autoridade, dissimular sua competência
técnica IALMEiDA, 1986).
Provavelmente, a maioria dos professores universitários aprendeu seu oficio como os
antigosaprendiam: fazendo. Eles não receberam preparação pedagógica específica e,
ao longo da sua vida profissional, raramente tiveram a oportunidade de participar de
cursos, seminários ou reuniões sobre métodos de ensino e avaliação da aprendizagem.
Sua competência pedagógica 6lcou, portanto, ao sabor dos dotes naturais de cada um.
A pedagogia do Ensino Superior, no entanto, tem progredido com a adoção
de novos conceitos e o desenvolvimentode novos métodos. O estudante, que era
visto como sujeito passivo, é hoje substituído pelo sujeito ativo da aprendizagem.
Ele procura ativamente a informação complementar necessária para a solução de
problemas concretos, estruturando racionalmente os conhecimentos que vai adqui-
rindo, entrelaçando o que Ihe é transmitido com o que ele próprio procura. Com
isto, o ensino deve ser mais do que a transmissão de conhecimento. Passa a exigir
o fornecimento de métodos e de ferramentas para o desempenho desse papel ativo.
Dessa forma, a atenção principal na ação educativa transfere-se,em grande parte,
do ensino para a aprendizagem. Mudou, com isto, o papel do professor. Em síntese,
a atenção principal na ação educativa transfere-se, em grande parte, do ensino para
a aprendizagem. Assim, o professor, mais do que transmissor de conhecimento, é
um facilitador da aprendizagem.
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8
O que é didática do ensino superior l
e a avaliação consiste,fundamentalmente, em verificar a exatidão da reprodução
do conteúdo comunicado em aula.
Abordagem comportamentalista. Para os comportamentalistas, o conheci-
mento é resultado direto da experiência. A escola é reconhecida como a agência que
educa formalmente, e os modelos educativos são desenvolvidos com base na análise
dos processos por meio dos quais o comportamento é modelado e reforçado. O
professor é visto como um planqador educacional que transmite conteúdos que têm
como objetivo o desenvolvimento de competências. Para Skinner, um dos principais
teóricos desta abordagem, a realidade é um 6enâmeno objetivo e o ser humano é u m
produto do meio, podendo, portanto, ser controlado e manipulado. Dessa forma,
o ensino se dá num processo que tem como modelo a instrução programada, na
qual assume fundamental importância o controle do trabalho pelo professor, não
interessando tanto a atividade mais autónoma do estudante.
Abordagem hum.anista. Esta abordagem boca predominantemente o desen-
volvimento da personalidade dos indivíduos e tem Carl Rogers como um de seus
principais teóricos. O professor não transmite conteúdo, mas dá assistência aos
estudantes, atuando como facilitador da aprendizagem. O conteúdo emerge das
próprias experiências dos estudantes, que são considerados num processo contínuo
de descoberta de si mesmos. A ênfase é no sugeito,mas uma das condições necessá-
rias para o desenvolvimento individual é o ambiente. Assim, a escola é vista como
a instituição que deve oferecer condições que possibilitem a autonomia dos alunos.
Abordagem cognitivista. Esta abordagem é fundamentalmente interacionista.
e O conhecimento é entendido como produto das interações entre sujeito e objeto, não
a enfatizando nenhum polo da relação, como acontece na abordagem comportamen-
talista, que enfatiza o obÜeto,e na humanista, que enfatiza o sujeito. Os principais
representantesdesta corrente sãoJean Piaget eJerome Bruner. O cognitivismo con-
sidera o indivíduo um sistema aberto, que passa por reestruturações sucessivas em
busca de um estágio final, nunca alcançado completamente. Assim, a escola deveria
proporcionar ao estudante as oportunidades de investigação individual que Ihe possi-
bilitassem aprender por si próprio. O ensino compatível com esta abordagem deveria
la
fundamentar-se no ensaio e erro, na pesquisa e na solução de problemas por parte
dos estudantes, e não na aprendizagem de definições, nomenclaturas e fórmulas. A
e
estratégia geral do processo seria, pois, a de mudar o estudante no desenvolvimento
de um pensamentoautónomo, crítico e criativo.
:0
as ações educativas devem ter como principal objetivo promovê-lo, e não o custar
9
l l O que é didática do ensino superior O que é
5 Proa
à sociedade. Um dos principais representantes desta corrente é Paulo Freire, para
do qt
quem a verdadeira educação é a educação problematizadora, que auxilia na supe-
se tol
ração da relação opressor-oprimido. A essência desta educação é a dialogicidade, em r(
por meio da qual educador e educando tornam-se sujeitos de um processo em que natul
crescem juntos. Nessa abordagem, o conhecimento deve ser entendido como uma Iheir
transformação contínua, e não transmissão de conteúdosprogramados. conh.
Deus
1.4 Pedagogia ou Andragogia?
elabo
Embora frequentemente o professor seja visto como o principal elemento do processo defin
de aprendizagem, ele não tem, naturalmente, o domínio de fatores relacionados aos
estab
estudantes, tais como suas características pessoais, necessidades e interesses. Não é
capaz, também, de influenciar significativamentea organização administrativa da
escola. Entretanto, ele tem muita responsabilidade em relação ao conhecimento da defin
disciplina que ministra, às habilidades para comunicação dos conteúdos, à maestria
aprer
em relação ao uso de recursos instrucionais e ao clima estabelecido em sala de aula.
uso d
Como já Êoi visto, a preparação dos professores para o ensino básico dá-se em
valor
cursos que oüerccem disciplinas de cunho pedagógico. Também üoilembrado quc a
palavra pedagogiarefere-se à cozzdzzfão
decríczzzfai.
Dessa forma, cursos dessa natureza utiliz;
não seriam adequados para a preparação de professores universitários, cujos alunos, Emb-
embora nem sempre soam adultos, estão mais próximos dessa etapa da vida do que
mar quc
da inf'anciã. Por essa razão é que a partir do último quartel do século XIX, graças melhora
ao aparecimento do livro Zãe mover/z pracfíceaFadu//educa/on, de Malcom Knowles
j1970),começou a popularizar-se o termo .4ndzagogÍa para referir-se à arte e à ciência
de orientar os adultos a aprender. 1.5 0
A Andragogia fundamenta-se nos seguintes princípios: As consi
l Conceito de aprendente. Este conceito é adotado como alternativa ao de fazer suz
"aluno" ou "formando". O aprendente, ou aquele que aprende, é autodirigido, o de um al
que significa que é responsável pela sua aprendizagem e estabelece e delimita o os aluno
seu percurso educacional. para a s
2 Necessidade do conhecimento. Os adultos sabem melhor do que as crianças de influi
da necessidade de conhecimento. Eles se sentem muito mais responsáveis pela uma des
sua aprendizagem e pela delimitação de seu percurso educacional. cionada:
Motivação para aprender. O modelo andragógico leva em conta as moti-
«l .\t;- r9 P :
3 -Y'
conhecia
vações externas, como melhor trabalho e aumento salarial, mas valoriza, parti-
cularmente, as motivações internas, relacionadas com a sua própria vontade de e agua F
crescimento, como autoestima, reconhecimento, autoconnlança e atualização das referem-
potencialidades pessoais.
4 O papel da experiência. Os adultosentramnumprocesso educativocom
experiências bastante diversas, e é a partir delas que eles se dispõem a participar 1.5.1 V
ou não de algum programa educacional. Por isso, essasexperiências devem ser As dizer(
aceitas como fonte de recursos a serem valorizados e partilhados, e servir de base
tante inf
para a formação.
10
O que é didática do ensino superior l
m
iâl' 1.5.1 Variáveis relacionadas aos alunos
ser
.se As diferenças individuais relativas às habilidades dos estudantes constituem impor-
tante influência em relação à aprendizagem. Em muitos cursos, o nível intelectual
11
l l O que é didática do ensino superior 0 qt.
Não é confortável para um educador humanista, que luta para vencer as desigual- qual
curs
dades sociais e promover o desenvolvimento dos alunos, ressaltar a importância das
diferenças individuais no desempenho acadêmico. Com efeito, sua atuação deverá
o d(
voltar-se constantemente para a sua relativização. Não há, no entanto, como deixar
de a
de considerar os resultados das pesquisas psicológicas e a experiência dos professores
universitários, que indicam o peso, ainda que relativo, das diferenças individuais. prtc
mai
Por essa razão é que os professores devem considerar o peso destesfatores tanto no
didÉ
planejamentoquanto na condução de suas aulas e na avaliação da aprendizagem.
dos
Outro importante fator na determinação do sucesso na aprendizagem é a leite
motivação do estudante. A motivação é que impulsiona para a ação, e tem origem mei
numa necessidade. Assim, à medida que o estudante sente necessidade de aprender, Oul
tende a buscar fontes capazes de satisfazê-las, tais como leituras, aulas e discussões. lona
Estudantes motivados aprendem muito mais facilmente do que os não motivados. A
motivação, no entanto, constitui um problema bastante complexo, pois, tendo origem
numa necessidade, não pode, a rigor, ser determinada por um fator externo, como a Qp
cruz
ação educativa do professor, o que não significa que este não disponha de elementos
que
para canalizar a motivação dos alunos para alvos apropriados.
que
Os hábitos dos estudantes também são muito importantes no que se refere à rea
aprendizagem. Alunos que planeiam seusestudos,fazem anotações das aulas, adoram
técnicas de leitura c reviram constantemente a matéria costumam se sair melhor. E
1.5
é interessanteconsiderar que, de todas as variáveis relacionadas à aprendizagem,
estas são as que mais facilmente podem ser manipuladas pelos estudantes com vistas Alé
ao sucesso. Por essa razão é que se propõe aos professores não apenas que ensinem rad
a matéria, mas também que ensinem seus alunos a aprender. Os
Co
qu(
1.5.2 Variáveis relacionadas ao professor Co
Hc
Habilidades, motivação e hábitos de estudo dos alunos, a despeito de sua importân-
ma
cia, não são suficientespara explicar o sucessoem relaçãoà aprendizagem.Cabe,
tlVi
portanto, considerar o papel do professor nesseprocesso.
Costuma-se considerar muito importantes os conhecimentos de que o professor
6or
dispõe em relação à matéria que se propõe a ensinar. Com efeito, o professor que
co]
domina os conteúdos da disciplina que ministra demonstra muito mais segurança
de
ao ensinar, expõe com maior propriedade e é capaz de responder sem maiores
cia
dificuldades às perguntas formuladas pelos alunos. Mas há outros fatores a serem
de
considerados, já que alguns professores se mostram mais competentes que outros
sel
para manter os alunos atentos, para explanar conceitos complexos e para criar uma
atmosfera agradável em sala de aula. Assim, pode-se considerar que a e6etivaprática PO
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# l O que é didática do ensino superior
de]
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