Falhas de Mercado e Intervenção do

Estado
Externalidades
Bens Públicos
 Falhas de Mercado e Intervenção do
Estado
• Os Mercados são, normalmente, uma boa forma de
organizar a atividade económica.
• O Preço reflete o custo do bem e o seu valor para a
sociedade.
• Economia de mercado: economia que afeta os recursos
através das decisões descentralizadas dos agentes
económicos que interagem nos mercados dos bens e
serviços.
• A solução de equilíbrio maximiza a eficiência, desde que os
custos totais de produção estejam refletidos nos preços de
mercado.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Falhas de Mercado e Intervenção do
Estado
• E quando o bem não tem um preço?
– Ex: Rios, ar limpo, águas subterrâneas, peixes no mar, parque
natural, paisagem, etc.?
• E se houver monopólios naturais, problemas de assimetria
de informação, bens de propriedade comum,
externalidades ou bens públicos?
• Há falhas do mercado: situações onde o mercado não
produz uma solução de afetação de recursos eficiente.
• Pode ser necessária a intervenção do Estado para corrigir
as falhas do mercado.

Falhas de Mercado
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2016/17
 EXTERNALIDADES

Falhas de Mercado
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2016/17
 Externalidades
• Uma externalidade é um custo ou um benefício
imposto a alguém por acções tomadas por terceiros.
Esse custo ou benefício é, portanto, gerado
externamente a esse “alguém”.
• Um benefício imposto externamente é uma
externalidade positiva.
• Um custo imposto externamente é uma externalidade
negativa.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Características das Externalidades

• Podem ser produzidas por indivíduos (externalidades no

consumo) ou por empresas (externalidades na produção);
• Têm natureza recíproca: por definição, as externalidades
exigem pelo menos dois agentes que, de alguma maneira,
são a origem da mesma por tentarem usar o mesmo
recurso, sem que seja fácil, por vezes, determinar quem
deve ter os direitos de propriedade;
• Podem ser positivas ou negativas, conforme originam um
aumento ou uma diminuição no bem-estar ou na produção
de outros agentes económicos.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Externalidades – Exemplo:

 Imagine que é o gestor de uma empresa têxtil que lança

para o rio resíduos poluentes.
 Uma estação de tratamento de águas funciona a jusante
nesse rio (depois de este passar na sua empresa), e é
afetada pelas descargas de poluentes provenientes da sua
empresa.
 Os custos da estação de tratamento têm alguma
relevância na sua decisão de quanto produzir?

Falhas de Mercado
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2016/17
 Externalidades – exemplo:

• R:
– Na sua decisão, a empresa tem apenas em conta o
custo marginal (privado) relativo à sua produção.
– O custo marginal social é mais elevado pois, além do
custo marginal privado (da empresa têxtil), também
inclui o custo marginal externo, que, neste caso,
corresponde ao acréscimo de custos que a empresa a
jusante no rio terá que suportar para fazer o
tratamento da água, pelo facto de a água a tratar estar
menos limpa.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Exemplos de Externalidades Negativas

• Na produção:
– Poluição do ar;
– Poluição da água;
– Barulho dos concertos ao ar livre;
• No consumo:
– Barulho;
– Congestionamento do tráfego;
– Fumo de tabaco;
– ...

Falhas de Mercado
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2016/17
 Externalidade negativa - exemplo

 Porque é que o congestionamento de tráfego é um

exemplo de externalidade negativa?
• O indivíduo que escolhe usar o seu carro para se deslocar,
em hora de ponta, decide com base no seu benefício e no
seu custo individual.
• No entanto, a sua decisão impõe um custo a todos os
outros condutores que vão agora demorar mais tempo a
chegar aos seus destinos.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Exemplos de Externalidades Positivas

• No Consumo:
– Casas dos vizinhos bem cuidadas;
– Hábitos de condução cuidadosa que reduzem o risco
de acidentes;
– Vacinação;
– ...
• Na produção:
– Progresso tecnológico;
– O produtor de maçãs beneficia o produtor de mel;
– ...
Falhas de Mercado
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2016/17
 Externalidade Positiva - exemplo

 Porque é que a recuperação das fachadas das casas

no centro de Braga é um exemplo de uma
externalidade positiva?
• O proprietário que recupera a sua casa tem em conta
apenas os seus custos e benefícios.
• Um centro bem arranjado e bonito atrairá mais turistas a
Braga, toda a cidade ganha com esta iniciativa individual
do proprietário.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Um exemplo de externalidade negativa:
a poluição
• A poluição é uma coisa má. No entanto, na maior parte dos
casos, a poluição é um efeito colateral de atividades que
nos dão coisas boas:
– Ex: o ar é poluído por fábricas que produzem bens que nós
consumimos; os rios são poluídos por fertilizantes que as quintas
utilizam na produção de alimentos.
• Sendo um efeito colateral de atividades úteis, a quantidade
ótima de poluição não é zero.
• Qual a quantidade de poluição ”aceitável”?

Falhas de Mercado
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2016/17
 Quantidade socialmente ótima de
poluição
• O custo marginal social da poluição é o custo
adicional imposto à sociedade como um todo por uma
unidade adicional de poluição.
• O benefício marginal social da poluição é o ganho
adicional para a sociedade como um todo de uma
unidade adicional de poluição.
• A quantidade socialmente óptima de poluição é a
quantidade de poluição que a sociedade escolheria se
todos os custos e benefícios da poluição fossem tidos
em conta.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Quantidade socialmente ótima de poluição
Marginal social
cost, marginal
social benefit
Marginal social cost,
MSC, of pollution

Socially
optimal point

O
$200

Marginal social benefit,

MSB, of pollution

0 Q Quantity of
OPT
pollution
emissions (tons)
Quantidade de
poluição socialmente
Falhas de Mercado ótima 15
2016/17
 Porque razão uma economia de mercado
produz demasiada poluição?
Marginal social cost,
marginal social
benefit

Marginal MSC of pollution

social cost $400
at QMKT
The market
outcome is
300 inefficient:
marginal
social cost
Optimal O
of pollution
Pigouvian tax 200
exceeds
on pollution
marginal
social
100 benefit
MSB of pollution
Marginal
social
benefit at
0 Q Q Q Quantity of pollution
QMKT OPT H MKT
emissions
Socially optimal Market-determined (tons)
quantity of pollution quantity of pollution
Falhas de Mercado
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2016/17
 Soluções para as Externalidades

 Como pode a sociedade atingir o nível socialmente

ótimo das atividades económicas que produzem
externalidades?
• Há sobretudo duas vias de resolução deste
problema:
– Solução pública: ou seja, o governo controla a
produção da atividade poluidora através de impostos,
quotas, etc.
– Solução privada: deixar as diferentes partes envolvidas
negociar até encontrarem uma solução para o
problema.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Solução Pública: Impostos
Um imposto de
Preço CMg social
montante igual ao dos
custos marginais
externos reduzirá o
CMg privado
output para o nível
socialmente ótimo (x2)
p2

imposto O Preço pago pelo bem

passará a refletir todos
os custos (privados e
externos).
D

Quantidade de x
x2
Falhas de Mercado
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2016/17
 Externalidades: solução privada
• Solução Privada:
– No exemplo da empresa têxtil e da estação de
tratamento, a solução privada para o problema
passaria pela estação de tratamento pagar um
determinado montante à empresa poluidora para
que esta reduzisse/parasse com as suas emissões
poluentes no rio.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Soluções privadas para as externalidades
• Num artigo de 1960 o economista Ronald Coase defendeu que
num mundo ideal o sector privado conseguiria resolver o
problema das externalidades, sem intervenção do Estado.
• De acordo com o teorema de Coase, mesmo na presença de
externalidades, uma economia conseguiria encontrar uma
solução eficiente, desde que os custos de transação fossem
suficientemente baixos:
– Desde que haja direitos de propriedade bem definidos
(direito de poluir ou direito de ter poluição zero)
– As partes negociariam entre si até alcançarem a solução
ótima social
• Custos de transação: custos para chegar a um acordo entre as
partes.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Soluções privadas para as externalidades

• A implicação da análise de Coase é que as externalidades

não implicam necessariamente ineficiência.
• Os indivíduos têm incentivo para encontrar um modo de
fazer acordos mutuamente benéficos que levem a que as
externalidades sejam tidas em consideração quando
tomam as suas decisões.
• Quando os agentes económicos têm as externalidades em
consideração, os economistas dizem que internalizam a
externalidade.
• No entanto, os custos de transação podem impedir que os
indivíduos façam acordos eficientes.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Soluções privadas para as externalidades
• Exemplos de custos de transação:
– Custos de comunicação entre as partes interessadas –
custos que serão demasiado elevados se estiverem
muitas pessoas envolvidas.
– Custos de fazer acordos legais que comprometam as
partes podem ser elevados se for necessário contratar
serviços jurídicos caros.
– Atrasos na negociação que impliquem custos – mesmo
havendo um acordo potencialmente benefício para
todos, um dos lados pode retrair-se por forma a
receber termos mais favoráveis – o que implica mais
esforço na negociação e perda de utilidade.
Falhas de Mercado
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2016/17
 Soluções privadas para as externalidades

• Os indivíduos têm interesse em estabelecer acordos

mutuamente benéficos, em que o agente económico
que detém um direito pode não exercer esse direito,
se for compensado por isso.
• Os pagamentos permitem que as partes atinjam uma
solução eficiente independentemente de quem tem o
direito legal.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Exemplo:

 A Catarina e o Paulo vivem no mesmo prédio, cada um

paga 300 euros de renda pelo seu apartamento. O Paulo é
violinista, pratica duas horas por dia e valora essas sessões
de treino em 150 euros. A Catarina, no entanto, detesta
violino, e estava disposta a dar 200 euros ao Paulo para
ele deixar de tocar.
Tendo em conta que o treino acontece durante o dia, e
por isso o Paulo tem o direito de fazer ruído, qual o
equilíbrio eficiente para este caso? Pode ser atingido
por negociação entre as partes?

Falhas de Mercado
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2016/17
 Externalidades positivas
• O que deve ser feito se a atividade em vez de gerar
custos externos gerar benefícios externos?
• De que forma o que vimos anteriormente difere
no caso de uma externalidade positiva?
• A solução pública passaria agora pela criação de
um subsídio que incentivasse o produtor do bem a
oferecer a quantidade socialmente ótima.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Externalidades positivas
• É o caso da vacinação para a gripe.
• O Benefício marginal social (BSMg) da vacina é
superior ao benefício individual de cada pessoa
vacinada.
• A quantidade de vacinação ótima do ponto de
vista social é superior à quantidade de vacinação
que resulta das decisões individuais.
• O nível óptimo será atingido através de um
subsídio “de Pigou”.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Externalidades positivas
(a) Positive Externality (b) Optimal Pigouvian Subsidy

Price, marginal social

benefit of flu shot Price of flu shot

Marginal
external
S S
benefit
Price to
producers
PMSB O after subsidy O
POPT
Optimal
PMKT EMKT Pigouvian EMKT
MSB of subsidy
flu shots
Price to
D consumers D
after subsidy

QMKT QOPT Quantity of QMKT QOPT Quantity of

flu shots flu shots

Falhas de Mercado
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2016/17
 Externalidades positivas
• A educação pode criar externalidades positivas? O
que é que a educação tem que pode beneficiar
pessoas não envolvidas no processo educativo?
• Há benefícios externos que justifiquem a criação
de subsídios para a educação?

Falhas de Mercado
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2016/17
 Externalidades - Soluções
Internalização
das
externalidades

Fusões e
aquisições de
empresas
Soluções Privadas
Convenções
sociais

Negociação

Multa ou imposto
de Pigou

Mercado de
Soluções Públicas Regulamentação
licenças

Controlos diretos

Falhas de Mercado
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2016/17
 BENS PÚBLICOS

Falhas de Mercado
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2016/17
 Bens privados versus bens públicos
• Bens Privados são bens que possuem as
propriedades de exclusão e de rivalidade no
consumo.
• Exclusão: o consumo do bem é restringido a
determinados consumidores, por exemplo, é
restringido apenas àqueles que estiverem
dispostos a pagar pelo bem.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Bens privados versus bens públicos
• Rivalidade no consumo: o consumo do bem por
parte de uma pessoa implicará uma diminuição na
quantidade disponível para consumo por parte de
outras pessoas, e, por isso, deixará alguém sem
acesso ao bem em causa.
– Uma maçã é um bem privado. Só os indivíduos
dispostos a pagar o preço que o vendedor pede
podem tê-la (é excludente). E assim que alguém a
consumir deixará de estar disponível para o
consumo de outra pessoa (é rival no consumo).

Falhas de Mercado
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2016/17
 Bens Públicos
• Bens ou serviços que podem ser consumidos por
diversos indivíduos simultaneamente (ou seja, o
consumo por um indivíduo não exclui o acesso a
um outro) e sem diminuir o valor do consumo
para qualquer um dos indivíduos (não rivais).
• E não excludentes: bens para os quais é
praticamente impossível (ou o custo é muito
elevado para) impedir que um determinado
indivíduo deles usufrua.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Bens privados versus bens públicos
• Alguns bens não são bens privados nem bens
públicos, mas apresentam propriedades dos dois.
• Recursos comuns: bens que apresentam rivalidade
no consumo, mas que não são excludentes.
Exemplo: rios, parque público.
• Bens de clube: bens que não apresentam
rivalidade no consumo, mas que são excludentes.
Exemplo: televisão por subscrição (tv cabo).

Falhas de Mercado
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2016/17
 Características dos Bens

• Considerando os critérios da rivalidade e da

exclusividade no consumo, temos quatro tipos de
bens:
– Bens Privados
– Bens Públicos
– Recursos Comuns
– Bens de Clube

Falhas de Mercado
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2016/17
 Características dos Bens
Rivalidade no Consumo
Rival Não Rival

Bens Privados Bens de Clube

É possível • TV’s por assinatura
excluir do • Alimentos
• Vestuário • Espetáculo musical
consumo
• Serviços Pessoais

Recursos Comuns Bens Públicos

Não é
possível • Água potável • Farol
excluir do • Biodiversidade • Defesa nacional
consumo • Estradas

Falhas de Mercado
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2016/17
 Bens Públicos - Definição
• Um bem é público se há não exclusividade e não
rivalidade no seu consumo.
– Não exclusividade – todos os consumidores podem
consumi-lo.
– Não rivalidade – cada consumidor pode consumir o bem
na sua totalidade.
• Um bem público não é necessariamente
propriedade do Estado.
– É público no sentido de estar inteiramente disponível
para toda a gente.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Provisão de bens públicos
• Pelo facto de serem não excludentes, os bens
públicos são afetados pelo problema do borlista
(free-rider).
• Todos sabem que uma vez produzido o bem público,
ninguém pode ser excluído da sua
utilização/consumo.
• Neste caso, os indivíduos não têm nenhum incentivo
a pagar pelo seu consumo – procuram obter o “bem
de borla”, aproveitando o facto de alguém pagar.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Bens Públicos
• Exemplo do Problema do “free rider”:
– Um determinado país pretende instalar um
sistema de defesa nacional. Deve instalar um
sistema de pequena ou de grande dimensão?
– Para responder a esta questão cada membro da
sociedade é chamado a dizer quanto está
disposto a pagar pelo sistema de defesa
nacional.
Qual a resposta que daria, se estivesse nesta
situação?

Falhas de Mercado
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2016/17
 Problema do “free rider”
• Nestas circunstâncias, teria um grande incentivo a não
responder sinceramente e a dizer que não estava disposto
a pagar nada.
• Como sabe que uma vez instalado o sistema de defesa
nacional, ninguém pode ser excluído da sua utilização,
espera assim beneficiar deste sistema pagando o mínimo
possível (e isso acontece, neste caso, se disser que não está
disposto a pagar nada).
• Se todas as pessoas da sociedade pensarem assim, ou seja,
se todas se comportarem como agentes racionais, a
sociedade acabaria por não ter qualquer sistema de defesa
nacional.
Falhas de Mercado
40
2016/17
 Bens Públicos - Exemplos
• Defesa nacional
• Autoestradas sem portagem e não congestionadas
• Iluminação das ruas
• Sinais de trânsito
• Faróis
• Prevenção dos acidentes de viação pelas autoridades
• Reduções na poluição atmosférica
• Conhecimento
• Luta contra a pobreza

Falhas de Mercado
41
2016/17
 Outros Bens - Exemplos
• Rivais, com exclusividade: autoestradas pagas e
congestionadas; uma sobremesa (bem privado).
• Não rivais, com exclusividade : autoestradas pagas
e não congestionadas; televisão por cabo;
invenções patenteadas.
• Rivais, sem exclusividade: recursos comuns
(ambiente, peixe do oceano, pasto comum, …);
autoestradas não pagas e congestionadas.

Falhas de Mercado
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2016/17
 Bens Públicos
• A mesma quantidade do bem público tem de estar
disponível para toda a gente.
• Mas os consumidores podem valorá-lo de forma
diferente.
• Duas questões:
1. qual é a quantidade óptima de um bem público?
2. quão bem é que as diferentes instituições sociais
produzem a quantidade óptima do bem público?

Falhas de Mercado
43
2016/17
 Provisão de bens públicos

• Quando os bens são não rivais no consumo, o

preço eficiente é zero.
• Se for cobrado um preço positivo para compensar
os produtores pelos custos de produção, o
resultado será um nível de consumo ineficiente
(inferior ao desejável).

• O Mercado não é eficiente na provisão de bens

públicos

Falhas de Mercado
44
2016/17
 Exemplo:

• Um concerto musical é um bem excludente (só

entra quem pagar) mas é não rival no consumo.
• Sendo excludente, o promotor do espectáculo
pode obter o seu lucro, cobrando bilhetes para a
entrada.
• Mas o custo marginal de um espectador adicional
é zero.
• O nível de consumo será ineficientemente baixo
pois o preço é superior ao custo marginal.

Falhas de Mercado
45
2016/17
 Provisão de bens públicos
• Alguns dos bens públicos são fornecidos pelo
Estado e financiados através de impostos;
– Ex: Segurança Nacional.
• O benefício social marginal social de uma unidade
adicional do bem público é igual à soma de
benefício marginal de cada consumidor individual
dessa unidade.
• Para a quantidade eficiente, o benefício marginal
social iguala o custo marginal.

Falhas de Mercado
46
2016/17
 Exemplo

Quantas vezes por semana deve uma dada rua ser

limpa?
• Consideremos uma rua onde moram o Ted e a Meg.
Estes dois únicos residentes da rua declaram
honestamente (sinceramente) à Câmara qual o valor
que atribuem a cada unidade adicional deste bem
público.
• Uma unidade deste bem corresponde a uma limpeza
mensal da rua onde eles residem.

Falhas de Mercado
47
2016/17
 Exemplo
Marginal
benefit 25 (a) Curva do Benefício Marginal Individual do Ted
$25

18
18
12
12
7
7 MBT
3
3 1
1
0 1 2 3 4 5 6
Quantidade de limpezas de rua (por mês)

Marginal
benefit
(b) Curva do Benefício Marginal Individual da Meg
21
$21
17
17
13
13
9
9
5 MBA
5
1
1
Falhas de Mercado 0 1 2 3 4 5 6
Quantidade de limpezas de rua (por mês) 48
2016/17
 Bem Público
Benefício
Marginal, Custo
(c) Curva do Benefício Marginal Social
Marginal
46
$46
A curva do benefício Marginal
Social iguala a soma vertical das
35 curvas do Benefício Marginal
35 21
Individual

17 25
25

13 16
16 BMgS
25
18 9 8
8 12 CMg=$6
6 5
7 2 1
2 3 1
0 1 2 3 4 5 6
Quantidade de limpezas de rua (por mês)
Quantidade Eficiente
do Bem Público
Falhas de Mercado
49
2016/17
 Bens públicos
• A Câmara pode usar a análise marginal para
encontrar o nível eficiente de fornecimento do
bem público: a quantidade para a qual

BSMg = CSMg
• O benefício social marginal, no caso especial dos
bens públicos (não há rivalidade), é igual à soma
vertical dos benefícios marginais privados.
• No exemplo anterior, como CSMg=6, QOPT=5
limpezas mensais.

Falhas de Mercado
50
2016/17
 Provisão de Bens Públicos
• Nenhum indivíduo tem incentivo para pagar pela provisão da
quantidade eficiente do bem público, uma vez que o
benefício marginal individual é menor que o benefício
marginal social.
• A existência de governo, em última análise, seria uma forma
de os indivíduos se obrigarem a pagar impostos para que o
fornecimento de bens públicos fosse possível.
• Um governo responsável procurará estimar os benefícios e
os custos sociais do fornecimento de bens públicos (análise
custo/benefício) para determinar QOPT.

Falhas de Mercado
51
2016/17
 Bens públicos vs Externalidades
• Qual é a distinção entre externalidades e bens
públicos?
– Os efeitos externos são efeitos colaterais de
atividades que se destinam a cumprir outros
objectivos.
– Os bens públicos estão relacionados com as
características de um dado bem.
– Ambos têm como consequência uma afectação de
recursos ineficiente, numa economia de mercado.

Falhas de Mercado
52
2016/17