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Abraham Hicks
Quando encontrei o meu noivo me enganando,
Eu fiz algo estúpido.
Dou outro passo atrás. Não sei o que ele é capaz de fazer justo
agora. O velho Dex preferiria cortar um braço antes de me fazer mal,
mas realmente o conheço agora? E não sei como diabos me encontrou.
— Não se mova.
Odeio.
— Teria ido, não é? Sua vida inteira sem me dizer — Diz com
incredulidade. — Não acredita que eu merecia saber sobre isso por
você?
— Huh?
— Tenho que conduzir seu carro para casa — diz ele. — Deve-
me isso, Faye. — Outro sorriso e depois vai embora.
Dex dá um olhar ao Rake que não posso decifrar, em seguida
ele se volta para mim.
— Sabe, pensei que fosse uma das boas. Nunca pensei que
pudesse fazer algo como isso, tentar me manter ignorante sobre meu
próprio filho.
— Obrigada, senhor.
Fico olhando-os por todo o tempo que posso até que alguém se
dá conta, então viro, ruborizando.
Quem é Eric?
Tive uma queda por Dex por tanto tempo quanto posso
recordar. Uma paixão boba de infância. Ele era o menino mau local,
mas para mim era sempre doce e paciente.
— Olhe para você, toda adulta — diz em uma baixa voz rouca
que me dá calafrios. Meu corpo está para o lado curvilíneo. Tenho
peitos, mas bem pequenos e uma cintura fina, mas os quadris e as
coxas são sólidas e cheias. E um enorme traseiro. A forma em que está
me olhando me diz que gosta do que vê.
Um inferno bastante.
Ele ri. — Igual ao que você vê, não é? — Dou um passo longe
dele, mordiscando meu lábio inferior.
Estremeço tanto por seu tom de voz rouca como por sua
admissão. — Confia em mim, tenho certeza. — digo com mais confiança
em meu tom. O sentimento é mútuo.
Ele inclina-se e me beija, me agarrando com a guarda baixa.
No primeiro sabor de seus lábios, um gemido me escapa. Ele afasta-se
antes que eu queira que o faça.
— Meu carro...
— Me vestindo.
— Levarei você para casa. Meu amigo Tracker trará seu carro
— diz na manhã seguinte, sem me olhar.
— Sim?
— O que quer dizer com nenhuma vez fez algo como isto
antes? — perguntou, inclinando a cabeça e me olhando confundido.
— Vinte.
— Porra, você é um bebê ainda — disse soprando a fumaça e
sacudindo a cabeça.
— Faye! Onde esteve? Não fale assim com seu noivo. Criei
você melhor — admoesta-me minha mãe. Ignorei-a como usualmente
fazia. Nada do que eu fazia era suficientemente bom para ela. Não era
quem ela queria que eu fosse, e aceitei isso faz muito tempo. Eric
entrou em meu quarto e fechou a porta atrás dele. Sentei em minha
cama e olhei para ele, com vontade de acabar com isso. Minha cara era
impassível, sem lhe dar nada. Não queria que tivesse alguma parte de
mim nunca mais, inclusive minha ira.
— Faye...
— E? — repeti.
— Ele é seu irmão. Nunca fez nada para nos fazer mal.
Congelei.
—Mentira.
— Não entendo.
— Quando foi a última vez que teve sexo? E quando foi sua
última menstruação?
— Faye...
Com um criminoso.
— As camisinhas não são cem por cento seguras, sabe. —
recordou-me tranquilamente. Minha mente piscou a um determinado
episódio do Friends, e de repente me sinto como se tivesse gritando que
isso deveria estar na parte exterior da caixa.
E eu vi.
Não pude evitar. Eu rio. Era uma risada nervosa mais que
qualquer outra coisa. Soei provavelmente psicótica.
Ou não.
Falso.
— Sin?
2
Em espanhol: Pecado
Rake em meu carro. Tomo um gole de água para que me deixe em paz e
em seguida viro meu corpo para ele.
— Eric.
— Você vai ser uma dor na bunda todo o tempo que esteja
vivendo comigo?
— Provavelmente.
Sei que eles não são próximos nem nada, mas como funciona
esta coisa de motociclista? Ele se vira para mim, me dando um olhar
estranho.
— Quer vê-lo?
— Há algo em você...
— Mas?
Ele me olha.
— Obrigada Dex.
É assim que ele quer levar o meu filho? Que. Se. Foda.
Não, sério, que se foda. Ele é egoísta. Ele deve apenas deixar
ser. Se ele realmente queria ajudar, poderia ter enviado um pouco de
dinheiro para o bebê.
— Não me faça ficar aqui Dex — digo em voz baixa, meu olhar
lançando-se à porta principal com apreensão.
Ele tira um cigarro, acende-o e toma uma imersão, e
afastando-se dois passos de mim.
Para que não tenha que respirar a fumaça? Não tenho nem
ideia.
— O que?
— Entra, Faye — ele diz, dando a volta sem olhar para trás.
Meus olhos movem de seu carro a ele. Rake nem sequer está
aqui com meu carro. Realmente tenho uma escolha?
— Algumas?
Ok, idiota.
— Não lembro a última vez que te escutei rir dessa forma, Sin.
— Algo mais?
3
Flecha em inglês
— Oh, querida — diz Irish. — É muito boa para ele.
— Você tem sorte de que eu saiba o que pode fazer com a essa
boca. Vale a pena aguentar toda a sua merda — diz, com a diversão
brilhando em seus olhos.
— Ninguém vai...
— Nunca quis dizer que era... É somente que, bom. Não sei
como funcionam as coisas aqui. — Tento explicar.
Até que enfim? Essa fui eu tentando ser rápida. Não diria que
eu demoro muito, mas definitivamente, não demoro pouco. Sentindo-me
com sede, olho à porta, me perguntando se deveria sair ou não. Com
minha sede ganhando, deslizo a porta e me dirijo à cozinha. Abrindo o
refrigerador, puxo uma garrafa de água e a cheiro primeiro, só para me
assegurar de que não é vodca ou algo assim.
— Não, é obvio que não, mas este lugar está cheio de homens.
É bonita. Faça os cálculos.
— O-oh — Gaguejei. Deus, ele pode ser doce quando quer.
— Durma.
Nu.
— Como é isso?
Encolhe os ombros.
Arrow ri.
— Eles não têm que usar roupa por mim — digo, movendo as
sobrancelhas. Meu sorriso cai da minha cara e corro para o banheiro a
tempo.
Odeio as náuseas matinais.
4Marca registrada para uma massa de passar sobre torradas e sanduiches com sabor
salgado.
— Sinto muito por não lhe dizer isso logo, — digo a ele, baixando
meu olhar para o prato. Talvez haveria dito um dia, talvez não.
Realmente não sei, para ser honesta.
Considero.
— Fui visitar minha mãe, e ouvi ele dizer a ela que você estava
grávida. Sabia que era meu — diz, esfregando-a nuca. — Em seguida fui
te buscar.
Muito bom.
Senti-me segura.
Olho boquiaberta.
— Ele vai estar por aqui esta noite — diz ela. Sorrio e ajudo a
fritar o bacon e os ovos, até que o aroma começa a ser muito. Então
passei os seguintes vinte minutos vomitando. Limpo-me e dirijo de novo
à cozinha. Várias mulheres se sentam ali conversando e comendo.
Algumas delas sorriem para mim e outras não fazem. Ignoro as que me
dão olhares malvados e me sento ao lado da Jessica.
— Você p...
Jessica sorri.
— Não me lembro.
— Quantos, Faye?
Eu conto todos meus dez dedos. — Bom, isso foi só este ano...
— Faye...
— Eu gosto disso.
— Olá, — digo-lhe com cuidado, sem saber por que ele queria
me ver.
Ele nega com a cabeça para mim, mas eu não perco o olhar
divertido que pisca em suas feições. —Adeus Faye.
— Olá garotas, — diz Jessica assim que nos vê. Allie rola os
olhos, e Jayla não diz nada. Mary me dá um sorriso de cumplicidade.
Ela é muito bonita, com o cabelo escuro e olhos verdes claros. Arrow é
um homem de sorte, isso é certo. Meu telefone vibra, outra mensagem
do Eric. Realmente acho que tenho que trocar meu número.
— Estou bem.
— Ocupado.
Tenho que lembrar a mim mesma. Ele não é meu noivo. Ele
não é nada mais, que não seja o pai do meu filho. Passo minhas mãos
ao longo de meu estômago. Ignoro a dor, a dor que estou sentindo, e
caminho para a cozinha. Tomarei um pouco de leite morno e depois irei
para a cama. Devo dar por terminado o dia. Em meu caminho à
geladeira dou de encontro contra um peito duro. Um peito muito duro.
Ele ri. — Não quero ofender, mas você esteve aqui por quanto
tempo? Um par de noites? Não estou dizendo que isso não acontece
aqui, porque acontece, mas isso não é a única coisa que fazemos.
— Quer um pouco?
Que diabos?
— Não olhe para ele, ele não vai te salvar. Agora! — grita,
dando um passo para mim.
—Vai. A. Merda!
Como diabos vou ter o poder de fazer isso? Não o faria embora
soubesse.
Silêncio.
— Por isso você cheira a cereja — diz, com a voz rouca pelo
sono. Seu rosto está voltado para mim, meio deitado no travesseiro.
—Sim, e?
— E?
— Allie.
— Nem eu.
— Vou trabalhar, vou estar em casa por volta das cinco — ele
diz, deixando cair a toalha no chão. Fico olhando suas costas nuas, sua
perfeita bunda, quando se inclina na sua gaveta para tirar sua roupa.
— Umm... Dex...
— Sim?
Se concentre Faye!
Amigos?
— Correto, bem.
Estou entediada.
Animo-me. — O que é?
Dex: E?
— A loja — eu digo.
— Mas?
— Inimigos? Se explique.
— Na próxima semana.
— Eu digo.
— O que?
Ele não diz nada disso, então eu dou a volta e lhe fico com um
olhar especulativo. — Você é a última pessoa com quem eu dormi —
digo, esperando para ele falar.
Pobre Vinnie.
— Sim, você tem — diz, rindo de mim, — não é tão ruim ali, é?
— Não é tão ruim, não. Mas sinto que não tenho nada mais
para fazer do que me sentar lá, como uma chocadeira, enquanto que
todo mundo vai viver suas vidas.
— Trato
Entro no quarto.
— O que?
Silêncio.
— Não é você quem machuca Mary. É problema deles, e não
deve julgá-los. Alguém aqui alguma vez te julgou? — diz ele.
Penso nisso.
— Acho que sim. Eu estava com ele para sempre, sabe? Agora
me dou conta que é somente o que estávamos acostumados. Só
desejaria que tivesse terminado comigo antes de dormir com qualquer
uma.
Eu gemo em frustração.
Engulo em seco.
Ela ri. — Você é doce. Aqui, Sin me disse para fazer isto para
você e que me assegurasse de que tenha comido.
— Sério?
— Amor?
É por isso que Dex bateu em Arrow? Por que ele teve que lidar
com a minha reação ao ver o Arrow a enganando?
— Humm... — murmuro.
Com isso, ele vai. Vou segui-lo, mas ouço Dex chamar Arrow
para me manter em meu quarto. Merda, não podia chamar a alguém
mais?
— O que se desculpa?
Adorável.
— Vá em frente — digo.
Arrow sorri.
— Irish!
— Ela não acredita que Sin a quer, pensei que faria bem vê-lo
brigar por ela.
Ele é lindo.
— Mentira.
Ambos riem.
— Você é um milhão de vezes melhor que René — acrescenta
Irish. Arrow lhe dá um murro no braço.
Irish bufa.
Interessante.
— Isso é certo.
A porta se abre e Dex fica ali, a adrenalina e a fúria irradiam
dele. O ar se aspira do quarto enquanto olhamos um para o outro.
— Não quero nada de você, Faye, exceto por meu filho. Agora
vou foder alguém, enquanto você fica aqui e pensa na puta que é.
Que se foda!
Arrependimento.
Ignoro-o completamente.
Em seguida, dou volta e vejo uma motocicleta junto a mim,
amaldiçoo. É Vinnie... Ao pobre deve ter sido dito que cuidasse de novo
de mim. Tento perdê-lo em vão. Suspirando, dou a volta no
estacionamento do centro comercial. Saio e o saúdo antes de caminhar
para a uma loja que vende artigos de bebê. Olho por cima das pequenas
roupas de bebê, tão pequenas e lindas. Comprando um par de trajes
unissex, saio da loja e sigo para outra. Compro um pouco de roupa que
possa usar quando ficar maior, blusas soltas e vestidos elásticos e
calças. Meu telefone começa a tocar.
Dex.
Assinto.
Ele puxa para trás, os olhos nublados.
— Quando vier para você, preciso saber que posso te dar tudo
o que merece.
Ele sorri torto. — Isso foi uma noite, isto é um pouco mais
permanente.
Espera, o que?
— Você está grávida, não há moto para você. E saí, mas não
fodi ninguém — diz sem rodeios, abrindo a porta do carro com apenas o
pulsar de um botão.
Brinquei.
Com certeza.
Debocho.
— Seja paciente.
— O que é?
— Aproveitando, não é?
Dex assente.
Ela abre sua boca para dizer algo quando Dex agarra minha
mão e me faz caminhar ao redor dela, deixando-a ali parada com sua
boca quase aberta. Ao entrar no quarto, tranca a porta e põe todas as
bolsas na cama.
Dex sorri.
— Qual é?
Solto uma risada. — Bem, que nome você gosta? Desde que
você já descartou Sirius e Gertrude, os quais foram excelentes ideias,
devo acrescentar.
— Sim.
— Não, por nada. Essa foi minha vida por anos; agora estou
preparado para algo melhor. Isso não quer dizer que não possamos sair
e ter um pouco de diversão — ele responde depois de um momento.
Sentindo-me atrevida, meu braço alcança seus duros abdominais.
Atrevo-me a olhá-lo para encontrá-lo me olhando, a diversão refletida
em seus olhos.
— É um idiota quente.
É simples. Básico.
— Dex...
Só olham.
Que merda?
Compaixão?
— Como?
E eu vou consegui-las.
—Dex!
Abro a boca.
Ele assente.
— Queria fazer algo certo pela primeira vez. Queria que o
divórcio estivesse finalizado. Queria que nós chegássemos a nos
conhecer enquanto isso. Que construíramos uma amizade antes de
uma relação. Estabelecer as bases para uma relação que durasse.
— Por que não vai para casa com sua esposa? — digo, fazendo
ênfase na palavra.
— Certo.
— Como? — perguntei.
Estremeço.
O céu na Terra.
— Mamãe bebê será — diz ele, correndo seu dedo sobre meu
mamilo.
Ele se queixa. — Fique aqui, trarei algo para você comer. Logo
te mostrarei o significado da palavra provocador.
— Limpou o quarto?
— Bom, com você e o resto dos MC, não acredito que ela
tenha uma oportunidade — digo. — Todos os meninos estarão muito
assustados de sequer olhar em sua direção.
— Não sei, você vai ser um velho até lá. — Brinquei enquanto
ele limpava o gel com uma toalha de papel e me ajudava a me levantar.
Agradecemos à senhora e voltamos para casa.
Um tremor de lábios.
Estremeço.
Dex, que ainda tem seus olhos em mim, espreita para frente
até que está o suficientemente perto para que quase posso tocá-lo.
Minha respiração se engancha quando seus lábios tocam meu ouvido e
dizem: — Me encontre no quarto e se dispa.
— Tente e verá.
— Vá depressa!
Impressionante.
Rake. Não precisa ser um gênio para saber como ele obteve
seu nome.
Levanto-me.
Bom, já é o suficiente.
Ele suspira, como se sua vida fosse tão difícil, já que tem duas
mulheres aqui.
Eu não gosto, mas não digo nada. Esta é sua vida, e sabia o
que era antes de estar de acordo em ficar com ele. Nossa relação é nova,
e Dex vai fazer o que tem que fazer.
Estou decidida a ter um bom dia hoje. Meu telefone soa com
uma nova mensagem.
Faye: RMO! Vamos estar bem. Vêm para casa a salvo, não se
preocupe por mim.
Dex: Não é possível.
Começo a rir.
DEX: Baby.
Faye: O que?
Faye: Te amo.
Vinnie me olha.
— Tenho sim.
— Estive preocupado com você, Faye.
— Por ser uma cadela, estando sobre o Dex quando sabia que
era teu...
Cortei-a.
Sério?
— Obrigada.
Beijo-o na bochecha.
— Boa noite então.
O que sim, sabia que a trava estava posta, e tinha que tirá-la,
o que faço com um movimento de meu dedo polegar. Apontar e
disparar, não é? Quão difícil pode ser? Engulo em seco quando penso
no bebê. O que poderia fazer? Se me esconder nunca seria capaz de
viver comigo mesma. Abro a porta e caminho pelo corredor, sem fazer
ruído. Ouço a forte explosão de uma porta. Vou à sala onde vejo todas
as mulheres sentadas ali, chorando. Frente a elas se encontram quatro
homens. Todos usam coletes de motociclistas.
O líder debocha.
Vingança.
Talvez isso é o que Cindy tentava me dizer. Olho para ela que
assente levemente. Entende. Entendo. Agora me resta fazer meu
movimento.
Então, há silêncio.
Onde está?
— Onde está Mary? — pergunto com voz trêmula. Todas as
mulheres choram mais forte, exceto Cindy que não derramou uma
lágrima, mas tem devastação escrita em todo seu rosto.
— Faye, Dex está a caminho. Ele quer falar com você — diz
Vinnie brandamente. Nego com a cabeça e continuo olhando para Mary.
Sento-me ali com Mary até que os homens chegam. Pelo resto
de minha vida, nunca esquecerei o olhar no rosto de Arrow. Nunca. Ele
correu para o interior e ficou de joelhos em frente a ela. Afundou a cara
em seu cabelo e chorou. Amaldiçoou, jurou, e perguntou por que uma e
outra vez. Por que ela?
E alívio.
Matei alguém.
E perdi alguém.
Sinto-o pulsar.
Ele beija meus lábios uma vez, e logo dormimos envoltos nos
braços do outro.
— O que é isto? — pergunto, olhando a caixa curiosamente.
Jim me dá um sorriso, seus olhos se enrugam, e coloca a caixa sobre a
mesa.
Aceitação.
— Trazê-la para você foi a melhor coisa que pode fazer, Sin.
— Está bem — digo, tomando isso como meu sinal para sair
de seu escritório. Inteirei-me de que seu escritório leva a sala onde os
homens têm suas reuniões secretas. Templo, o chamam. É por isso que
gritaram comigo por tentar limpar por ali. Provavelmente, pensaram que
estava tentando bisbilhotar. O pensamento me faz sorrir.
— Você sempre tem fome — ele diz. — Suponho que você deve
comer para viver, não viver para comer.
Então o sinto. Esse momento em que sabe que está tão perto,
mas só tem... um pouco mais. Um pequeno empurrão em cima da
borda. Dex também sente, sabe exatamente o que preciso. Sua boca se
encontra no lugar entre o pescoço e o ombro e remói brandamente.
Sabe que é um ponto sensível, um de meus lugares favoritos para
beijar. Ele faz o truque, e me sinto explodindo.
Ele ri.
— Olá, Faye — diz em voz baixa. Caminho para ele e beijo sua
bochecha, sua barba áspera roça minha pele.
E isso é tudo.
Quando o ouço entrar pela porta, saio para saudá-lo. Ele para
seus passos quando me vê de pé ali.
— Nunca ninguém tinha feito algo como isto por mim antes.
Sorrio.
Eu dou de ombros.
Rake: Faye!
Faye: Foda-se.
— Ele não vai fazer nada. Eles só vão beber e falar merda. —
Vinnie tenta me assegurar.
Vejo os olhos de Allie piscando quando ela faz isso, mas ela
não diz nada. Em vez disso, ela sorri para mim em saudação, eu sorrio
de volta.
— Eu sei. — Eu minto.
Eu suspiro.
— O quê? — Pergunto.
Droga, Tracker.
Ele acalma.
Uma risada.
— Mesmo assim.
— Eu sei.
— Por que diabos você está tão animado sobre hoje à noite? —
Pergunto-lhe, levantando uma sobrancelha escura.
Ele sorri.
— Ok. — Eu fungo.
— Sim?
Risos seguem.
— Sim.
— Bom. — Eu respondo.
Que diabos está fazendo Eric com Renée? Tiro uma foto de
ambos e envio para Dex. Em ocasiões uma fotografia é toda a evidência
que necessita. Noto Vinnie olhando em sua direção também. Ele está de
capacete e assim não posso ver sua expressão.
Isso é detestável.
Ele baixa seu olhar para o piso com suas mãos em seus
quadris.
Ele congela.
— Uma fantasia?
Silêncio.
— Sim. Tem que entender baby, que estava fazendo bem. Indo
à faculdade de Direito, fazendo algo por você mesma. E você é jovem.
Não sabia o que queria, mas sabia que não era exatamente bom para
você. Tinha se libertado do Eric e por isso estava fodidamente feliz.
Tinha a oportunidade de um novo começo. Claro que me fascinava, mas
realmente não sabia o que estava sentindo, assim só te observei, e logo
fui embora.
— Dex?
— Foi viajar por uns dias para limpar sua cabeça. — Eu gosto
de escutá-lo falar com o seu sotaque.
Ele toma minha mão e me leva para seu carro. Ele abre a
porta para mim e me ajuda a entrar.
— Que diabos...
— Dex...
— O que?
— Iremos visitar minha mãe para dizer a ela que vamos nos
casar — diz em um tom cauteloso.
— Baby.
— Dex, saí com seu outro filho nos últimos anos. Oh meu
Deus isto vai ser tão desconfortável — digo, olhando pela janela.
— Ela sabe que você está comigo agora, e vamos ter uma
menina. Nem sequer olhará para você de maneira equivocada, confia
em mim. Ela não quer pôr em perigo a relação com seu primeiro neto —
explica com paciência.
— Sim mãe, é por isso que estamos aqui. Queria que soubesse
— responde Dex.
Foda-se. Esqueci por completo disso. Olho para Dex que sorri
ao ver a expressão em meu rosto.
É obvio que não o fizeram, porque isso lhes faria mal. Minha
mãe não permitiria isso.
— Não tem nada a ver com ela. Eric e eu nunca nos demos
bem, e tanto como é uma merda, é o que é. Não tente culpar a Faye por
isso. Faye é a melhor coisa que me aconteceu.
Eu.
Suspiro.
Eric sabe que o que tínhamos não era isso. Não estava nem
sequer perto. Dizemos adeus a sua mãe e saímos dali.
Ponho minha mão sobre minha barriga enquanto Clover se
move, me chutando. A banana que coloquei em meu ventre para me
alimentar cambaleia com uma dura patada. Nego com a cabeça. Não
posso esperar para segurar minha menina. Agora estou grávida de sete
meses. Dex e eu mudamos para nossa nova casa, mas ainda passo
algumas noites na casa-clube. Esta noite é uma dessas noites. Dex foi a
algum lugar com o Jim, e estou passando o momento com o resto dos
irmãos.
Suspiro.
Olho para baixo para minhas tetas. Bom, elas têm ficado
maiores, de uma taça B a uma C, mas o tem feito todo o resto também.
Minha enorme bunda já passou a de JLo a Kim Kardashian.
Para ser honesta, estive de mau humor nos últimos dias. Dói
as costas, doem os pés, e tenho acidez estomacal, mas estou totalmente
segura que estava sofrendo em silêncio.
Aparentemente não.
— Quando Dex voltará? — pergunto, esfregando minha
barriga com ar ausente.
— Bom, perdão, não vivo mais aqui, por isso nos dias que não
estiver aqui não duvidem em voltar para esses dias de glória —
resmungo, cruzando os braços sobre meu peito.
Todo mundo começa a rir, exceto Trace, que nos olha como se
todos estivéssemos loucos.
— Fique aqui — ele fala, então se vai. Olho para Allie, que está
também surpresa. Sento-me, sabendo que não é meu lugar para me
envolver.
— Mas Arrow...
— Sei, baby, ele parece como quem conseguiu sua merda sob
controle, finalmente — diz Dex com um suspiro. — Acredito saber
porquê. Matou seu presidente e agora sente que a morte da Mary foi
vingada. Entretanto, agora temos uma guerra em nossas mãos.
— Sinto muito, que tenha que ser desta maneira, mas não
sinto que esse filho de puta esteja morto — diz Arrow de novo, sua voz
rouca.
Dex?
— Isto não é bom para o bebê — Cindy fala atrás dele. — Está
estressada, Sin. Acho que está tendo um ataque de pânico.
— Aonde vou?
— Sim?
— Quem me levará?
— Vai ter que ser Vinnie — ele diz, olhando com desculpa —
Eu gostaria de poder te levar.
— Positivo.
Suspiro.
— Não sei nada disso, mas farei. Está com fome? Estou a
ponto de fazer algo para comer — diz amavelmente. Matthew leva minha
mala e a coloca no chão.
Paula suspira.
Quanto tempo vai levar isso? Não acredito que ninguém nunca
vá estar a salvo. Paula me leva para ver um médico para uma
verificação. Senti-me deprimida porque Dex não estava ali comigo.
Egoísta, sei.
Quando não tenho notícias do Dex nos dia seis e sete, ligo
para Cindy que me diz que Dex está bem... só ocupado.
— Menina — sussurra.
Preso?
Sussurra.
— Te amo mais.
Desligamos.
— Tudo.
Seis meses?
— Dex...
Suspiro.
— Não é egoísta. Sinto muito, Faye. Não terá que pensar nisso
agora.
— Sua mãe fez o que quase fiz com você. Clover teria ido
procurar seu pai e terminando perto do MC de todo o modo.
Ele me aperta a minha mão. — No passado, baby. Eu te
perdoei, deve perdoar a você mesma.
Penso nisso.
— Vocês garotas!
— O que?
Que merda?
— Quando?
— Quando.
— E posso ver por que Sin está tão açoitado — diz, olhando
minha língua lambendo a parte superior.
— O que?
— Essa linha é de uma canção — digo, sacudindo a cabeça. —
Estou cem por cento certa de que é.
Merda.
— Agora?
Escondo um sorriso.
— Até agora tudo bem. Por sorte, o hospital não está muito
longe.
— Merda!
Ela é perfeita.
— Você foi incrível — diz Dex, com seus brilhantes olhos azuis
— Isso foi... algo mais.
— Está assustado com a vida? — pergunto, tentando não rir.
Ele esfrega uma mão por seu rosto.
O dia antes que ele tivesse que ir chorei. Chorei tanto que Dex
me suplicou que parasse.
— Não chore Faye, preciso saber que vai estar bem ou vou
ficar malditamente louco lá — diz. Desliza para baixo sobre seus joelhos
diante de mim. — Preciso que seja forte por mim.
— Você acha?
Tracker sorri.
— Só porque Dex não está aqui... não quer dizer que não
cuidaremos de você — diz Tracker brandamente, passando suas mãos
por seu cabelo loiro.
Ele sorri.
Um bom amigo do Jim, Jack Kane e seu filho Xander vêm nos
ajudar com o funeral. Ao que parece, Jack foi uma vez um membro do
clube, e suponho que oficialmente, ainda é um.
— Por que você e Clover não vão para casa por uns dias? Este
lugar não vai ser nada divertido para estar ao redor.
Cada dia eles enviam alguém para ver como eu estava. Não é
necessário, mas é bastante agradável também.
— Voltou.
Forço um sorriso.
Grito.
— Quero voltar para casa — gemo contra seu peito. Ele põe-
me em sua cama e toca minha rosto, comprovando os danos.
— Não sei...
Sorrio.
Só nós.
Como se fosse tão preciosa, que ele não pode olhar para outro
lado, inclusive se quisesse.
— Viu. Foi assim, não foi? — ele diz, com tom de arrogância.
— Mentirosa.
— Está feliz?
Não funciona.
Ele sopra.
— Preciso de um cigarro.