Mecânica
e Tempo, Posição, Velocidade e Aceleração e
Um corpo está em movimento quando a sua posição
varia em relação a um referencial, e está em repouso
quando a sua posição se mantém em relação ao
referencial escolhido.
Ao conjunto das posições sucessivas ocupadas por um
corpo ao longo do tempo, em relação a um referencial,
designa-se trajetória.
Um gráfico posição-tempo, x = f(t), é um gráfico que
nos indica ao longo do tempo, as sucessivas posições
ocupadas por uma partícula no seu movimento.
A distância percorrida sobre a trajetória ou espaço
percorrido, s, é uma grandeza escalar sempre positiva.
O deslocamento corresponde ao comprimento do
segmento de reta que une a posição inicial à posição
final do movimento de um corpo. Representa-se por
r, sendo a sua unidade no SI o metro (m).
A componente escalar do deslocamento (x), ao longo
de uma trajetória retilínea coincidente com o eixo Ox,
corresponde à diferença entre a posição final e a
posição inicial do movimento de um corpo.
Embora o módulo do deslocamento seja sempre
positivo, a componente escalar do deslocamento pode
ser:
@ Negativa, se o corpo se desloca no sentido
negativo da trajetória.
@ Positiva, se o corpo se desloca no sentido
positivo da trajetória.
Num movimento retilíneo sem inversão do sentido do
movimento, a distância percorrida sobre a trajetória é
igual ao módulo da componente escalar do
deslocamento.
Num movimento retilíneo com inversão no sentido do
movimento, a distância percorrida sobre a trajetória é
igual à soma dos módulos das componentes escalares.
Num movimento curvilíneo, a distância percorrida sobre
a trajetória é sempre maior do que o módulo do
deslocamento: s > |x|
A velocidade média (é uma grandeza física vetorial que
define a variação da posição de um corpo por unidade
de tempo, cuja unidade no SI é o m/s).
Pode ser positiva ou negativa, dependendo se a
partícula se desloca no sentido positivo ou negativo.
Pode ser determinada pelo declive no gráfico, x = f(t).
A rapidez média (rm) é uma grandeza física escalar
sempre positiva que indica a distância percorrida por
uma partícula, em média, por unidade de tempo. A
unidade no SI é o m/s.
A velocidade instantânea ou velocidade (v), num
determinado instante, é o vetor para o qual a
velocidade média tende quando o intervalo de tempo
se torna infinitamente pequeno. É uma grandeza física
vetorial com direção tangente à trajetória na posição
do corpo em cada instante, com sentido do movimento
e cujo módulo avalia a cada instante a rapidez com que
o corpo está a mudar de posição.
Enquanto numa trajetória curvilínea a direção da
velocidade varia, numa trajetória retilínea a direção da
velocidade não varia e é coincidente com a direção do
movimento.
O valor positivo ou negativo da componente escalar da
velocidade da partícula depende do sentido positivo ou
negativo do movimento.

Na análise de um gráfico velocidade-tempo de um
movimento retilíneo pode concluir-se que o corpo:
@ Está parado se é uma linha horizontal sobre o
eixo Ox (a velocidade é nula).
@ Inverte o sentido se cruza o eixo Ox.
@ Move-se no sentido positivo se a curva está
acima do eixo Ox.
@ Move-se no sentido negativo se a curva está
abaixo do eixo Ox.
@ Apresenta movimento uniforme se a curva é
uma linha horizontal (o módulo da velocidade
mantém-se constante).
@ Apresenta movimento acelerado se a
velocidade aumenta (se a linha se afasta do
eixo Ox).
@ Apresenta movimento retardado se a
velocidade diminui (se a linha se aproxima do
eixo Ox).
Num gráfico velocidade-tempo de um movimento
retilíneo:
@ A distância percorrida sobre a trajetória
corresponde à soma de todas as áreas.
@ A componente escalar do deslocamento
corresponde à soma das áreas afetadas do
sinal positivo ou negativo.
Movimento retilíneo uniforme: se a o módulo da
velocidade se mantém constante.
Movimento retilíneo acelerado: se o módulo da
velocidade aumenta.
Movimento retilíneo retardado: se o módulo da
velocidade diminui.
e Interações e Seus Efeitos e
Uma força é o resultado de uma interação entre dois
corpos. Representa-se por 𝐹⃗. Para a caracterizar é
necessário conhecer o ponto de aplicação, sentido,
direção e intensidade. Unidade de SI o newton, N.
As interações entre os corpos podem ser de contacto
ou à distância.
⃗⃗⃗⃗⃗) de um sistema de forças
A força resultante (𝐹𝑟
consiste numa força única, capaz de produzir um efeito
equivalente ao das várias forças aplicadas ao corpo.
Como as forças se comportam como vetores, deve
aplicar-se as regras da soma vetorial para obter a força
resultante sobre o corpo.
Na Natureza existem quatro tipos de interações
fundamenais que apresentam alcance e intensidades
diferentes:
De acordo com a Lei da Gravitação Universal, da
interação entre dois corpos com massa resulta a
aplicação de uma força gravítica atrativa cuja
intensidade é diretamente proporcional ao produto das
suas massas e inversamente proporcional ao quadrado
da distância entre elas:
Terceira lei de Newton: quando dois corpos A e B
interagem entre si, o corpo A exerce sobre o corpo B
uma força, e o corpo B exerce uma força sobre o
corpo A, com a mesma intensidade e direção, mas
com sentido oposto.
As forças de um par ação-reação são forças simétricas
que atuam em corpos diferentes (não se anulam) e
que resultam de uma mesma interação.
Os corpos caem em direção à terra devido à força de
atração gravitacional. Está associado ao peso.
O movimento vertical de um corpo, próximo da
superfície da Terra, apenas sujeito à força gravítica, é
designado queda livre. O corpo que realiza esse
movimento é referido como grave.
A atuação de uma força num corpo provoca a
alteração do seu estado de repouso ou de movimento,
por variação da intensidade e/ou direção da velocidade.
Se a força aplicada tiver a direção da velocidade de um
corpo, apenas o módulo da velocidade varia. Nesse
caso, o movimento do corpo é retilíneo:
@ Acelerado, se a força tiver o sentido da
velocidade.
@ Retardado, se a força tiver sentido contrário à
velocidade.
Quando a direção da força aplicada e a da velocidade
não são as mesmas:
A componente de uma força que atua num corpo
segundo a direção perpendicular à velocidade provoca
uma alteração na direção da velocidade. Se esta
componente for nula, a direção da velocidade
permanece constante e a trajetória é retilínea.
A aceleração média (am) define-se como a variação da
velocidade de um corpo num determinado intervalo de
tempo. É uma grandeza física vetorial e exprime-se, no
SI, em m/s2.
Um movimento retilíneo pode ou não ter aceleração,
mas um movimento curvilíneo tem sempre aceleração.
A componente escalar da aceleração média, pode ser
determinada a partir de um gráfico velocidade-tempo,
v = f(t), pelo declive da reta que passa pelos pontos
nos instantes considerados.
Se a aceleração for constante num dado intervalo de
tempo, ela será igual à aceleração média nesse mesmo
intervalo.
A aceleração gravítica é a aceleração a que estão
sujeitos os corpos em queda livre, em que apenas atua
a força gravítica.
Num movimento retilíneo, se existe aceleração, a sua
direção será sempre coincidente com a direção da
velocidade em cada instante.
Um corpo com movimento curvilíneo está sempre
sujeito a uma aceleração. Como a velocidade muda
constantemente de direção, além de poder variar
também em módulo, o corpo possui uma aceleração
numa direção diferente da velocidade em cada instante.
Um movimento retilíneo uniformemente variado é um
movimento em que a aceleração é constante, ou seja,
a aceleração é constante em módulo, direção e sentido.
Este pode ser acelerado (se os vetores v e a tiverem
o mesmo sentido) ou retardado (se os vetores v e a
tiverem sentidos opostos).
Quando num corpo atua um conjunto de forças cuja
resultante não é nu.la, a velocidade do corpo varia, logo
o corpo tem aceleração.
Existe uma proporcionalidade direta entre as
componentes escalares da resultante das forças e da
aceleração, pois o gráfico FR = f(a) é uma reta. A
constante de proporcionalidade, m, é a massa inercial
do corpo ou, simplesmente, massa do corpo.
Segunda Lei de Newton ou lei fundamental da
dinâmica: a força resultante aplicada sobre um corpo é
diretamente proporcional à aceleração por ele adquirida,
sendo a constante de proporcionalidade igual à massa
do corpo.
Fr = m x a
Primeira Lei de Newton: se a resultante das forças for
nula, o corpo permanece em repouso ou em
movimento retilíneo uniforme, isto é, a sua velocidade
permanece constante.
Se o corpo está em repouso (v=0), continua em
repouso.
Se o corpo está em movimento, com uma
determinada velocidade, continua em movimento com
essa velocidade.
Inércia: tendência que os corpos têm para se
manterem em repouso ou movimento. Quanto maior a
massa do corpo, maior será a sua inércia.
e Interações e Seus Efeitos e
Um corpo em queda livre à superfície da Terra, está
sujeito a uma aceleração gravítica de módulo 10 m/s2.
Todos os corpos em queda livre à superfície da terra
caem com a mesma aceleração, a aceleração gravítica.
Se um corpo for lançado verticalmente para cima, com
efeito da resistência do ar desprezável, irá atingir uma
altura máxima e inverter o sentido do movimento.
Quando a resultante das forças é constante, a
aceleração também será constante, o que provoca
uma variação uniforme da velocidade, e o movimento é
retilíneo uniformemente variado, sendo válidas as
equações:
@ A equação das posições ou lei do movimento
traduz o modo como a posição varia com o
tempo e é dada por:
Tempo decorrido:
Também podemos adaptar a equação da posição
quando a altura é máxima (v = 0).
No lançamento vertical com resistência do ar
desprezável, o tempo de subida de um grave é igual
ao tempo de descida.
O tempo de queda de corpos em queda livre, com as
mesmas condições iniciais, é independente da massa e
da forma dos corpos.
Num movimento uniformemente variado, o gráfico
posição-tempo, x = f(t), é uma parábola e o gráfico
velocidade-tempo, v = f(t), é uma reta.

@ A equação das velocidades traduz a relação

linear da velocidade com o tempo e é dada
genericamente por:

Sendo que a aceleração nas equações pode ser

negativa quando aplicável.
Subida:
@ Força com sentido oposto ao movimento.
@ 𝑣⃗ e 𝑔⃗ têm a mesma direção e sentidos
opostos.
@ Diminui o módulo da velocidade (v = 0 quando
h = hmáx).
@ Movimento retilíneo uniformemente retardado.
Queda:
@ Força com o mesmo sentido ao movimento.
@ 𝑣⃗ e 𝑔⃗ têm a mesma direção e o mesmo
sentido.
@ Aumenta o módulo da velocidade (v = vmáx
A resistência do ar não poderá ser desprezada quando
quando h = 0).
a velocidade do corpo em queda é grande, quando
@ Movimento retilíneo uniformemente acelerado. apresenta uma grande superfície ou quando não tem
forma compacta.
O tempo de subida, isto é, o tempo decorrido desde o
instante de lançamento vertical de um corpo,
desprezando a resistência do ar, até ao instante em que o
corpo atinge a altura máxima, pode ser calculado
Em qualquer movimento de queda na vertical com
efeito da resistência do ar apreciável:
1. No início do seu movimento, o corpo está
sujeito à força gravítica.
2. À medida que o módulo da velocidade aumenta
- movimento retilíneo acelerado - a intensidade
da resistência do ar aumenta pelo que a
intensidade da força resultante e o módulo da
aceleração diminuem.
3. Quando a intensidade da resistência
do ar iguala a da força gravítica, a
força resultante anula-se e o corpo
adquire um movimento retilíneo
uniforme com uma velocidade
constante designada velocidade
terminal.
No caso da queda de um paraquedista:
4. O instante em que se abre o
paraquedas a resistência do ar
aumenta drasticamente passando a
haver uma força resultante com
sentido contrário ao movimento que
faz diminuir o módulo da velocidade
- movimento retilíneo retardado.
5. A diminuição do módulo da velocidade é
acompanhada de uma diminuição da intensidade
da resistência do ar que, quando iguala
novamente a força gravítica em intensidade,
torna nula a força resultante e o paraquedista
volta a adquirir movimento retilíneo uniforme,
atingindo a segunda velocidade terminal.
No movimento retilíneo uniforme a aceleração é nula
pelo que a equação das posições pode ser considerada
como um caso particular da equação das posições do
movimento retilíneo uniformemente variado:
e v = v0 = constante.
As equações do movimento, x(t) e v(t), são igualmente
aplicáveis a movimentos no plano horizontal e inclinado.
Contudo, enquanto na queda livre o corpo está apenas
sujeito à ação da força gravítica, nestes movimentos
podem atuar outras forças além dessa e,
consequentemente, a componente escalar da
aceleração não coincide com a componente escalar da
aceleração gravítica, podendo a mesma ser obtida a partir da
Segunda Lei de Newton.
No caso de um corpo que desliza ao longo de um
plano inclinado em que o atrito é desprezável.
Uma força que atuam num corpo perpendicularmente
à trajetória, em cada ponto, faz variar a direção da
velocidade, mas não o seu módulo. O movimento do
copro passa a ser circular uniforme.
A única força que atua sobre a lua e os satélites
artificiais em orbita é a força gravitica. Esta força é
perpendicular à velocidade, em cada instante, estes
corpos têm movimento circular uniforme.
Características do movimento circular uniforme:
@ A direção da velocidade é sempre tangente à
trajetória em cada ponto.
@ A resultante das forças e a aceleração têm a
mesma direção (radial) e sentido centrípeto e
são perpendiculares à velocidade em cada
instante.
@ Os módulos da resultante das forças, da
aceleração e da velocidade são constantes ao
longo do tempo.
O movimento circular uniforme é um movimento
periódico uma vez que a posição, a velocidade e a
aceleração se repetem em intervalos de tempos iguais.
Para dois corpos com igual modulo de velocidade linear
que descrevem uma trajetoria com movimento circular
uniforme, apresenta maior aceleração centrípeta o
corpo que descreve a trajetoria com maior raio.
Para dois corpos que descrevem uma trajetoria com
movimento circular uniforme, com igual período de
movimento, ou seja, com velocidades angulares iguais,
apresenta maior aceleração centrípeta o corpo que
descreve a trajetoria de maior raio.
Recorrendo à segunda lei de newton e à lei da
gravitação universal, tem-se:
Mecânica
e Ondas e Eletromagnetismo e
Um sinal é uma perturbação que ocorre localmente
num meio e que pode conter informação. É o caso do
sinal sonoro e luminoso emitido pela sirene de uma
ambulância que indica que a mesma se encontra em
situação de emergência. Quando um sinal é de curta
duração corresponde a um pulso, enquanto uma
sequência de pulsos é considerada um sinal de longa
duração. Entre um emissor e um recetor.
Uma onda será o resultado da propagação de um sinal
num meio, com transporte de energia, sem que haja
transporte de matéria.
A velocidade de propagação de uma onda depende
apenas das características do meio onde a onda se
propaga e da natureza da onda.
As ondas podem ser classificadas em:
Uma onda periódica resulta da emissão repetida de um
sinal em intervalos de tempo iguais.
Uma onda periódica apresenta:
L Periodicidade temporal, caracterizada pelo período
(T) da onda, isto é, pelo intervalo de tempo que dura a
oscilação que se repete. O período de uma onda é
igual ao período de oscilação do emissor, só depende
da fonte emissora. A unidade SI é o segundo (s).
L Periodicidade espacial: caracterizada pelo
comprimento de onda (λ) que corresponde à distância
mínima entre dois pontos da onda na mesma fase de
vibração, medida na direção de propagação e tem
como unidade no SI o metro (m).
A amplitude de oscilação, A, é o máximo afastamento
relativamente à posição de equilíbrio. Está relacionada
com a intensidade do sinal. A amplitude da onda
depende da amplitude da fonte emissora.
A frequência, f, de uma onda corresponde ao nº de
oscilações por unidade de tempo, num determinado
ponto. O seu valor é o mesmo em qualquer meio de
propagação. Tal como o período, a frequência de uma
onda depende apenas da fonte emissora:
Durante um período, uma onda propaga-se uma
distância igual ao comprimento de onda. Assim, a
expressão da velocidade de propagação de uma onda
pode ser escrita:
Se a velocidade de propagação num meio for
constante (meio homogéneo), a frequência e o
comprimento de onda são inversamente proporcionais.
O valor da velocidade de propagação de uma onda
depende da natureza do meio material onde esta se
propaga.
Ondas harmónicas e ondas complexas:
Um sinal harmónico ou sinusoidal é um sinal descrito por
uma função do tipo:
Em que y é a elongação, A é a amplitude de oscilação
e w é a frequência angular da fonte que produz o sinal.
A frequência angular, w, e a frequência, f, relacionam-se
pela expressão:
A energia de um sinal harmónico depende da amplitude
de oscilação A e da frequência do sinal f.
As ondas sonoras no ar são ondas mecânicas
longitudinais que se formam por sucessivas
compressões e rarefações do ar (variações de
pressão), ondas de pressão.
A representação gráfica da variação da pressão do ar
ao longo do tempo, num ponto do meio quando uma
onda sonora se propaga nesse meio, corresponde a
um sinal sonoro sinusoidal (ou harmónico) descrito por
uma função do tipo:
O som emitido por um diapasão é um som puro ou
simples, também designado por som harmónico, pois é
descrito matematicamente por uma função seno (ou
cosseno), ou seja, por uma onda harmónica ou
sinusoidal. Os sons puros caracterizam-se pela sua
intensidade e altura.
A intensidade de um som está relacionada com a
energia transferida pela onda sonora, por unidade de
tempo e de área perpendicular à direção de
propagação da onda sonora.
A intensidade de um som é tanto maior quanto maior
for a amplitude de pressão da onda sonora. Permite
distinguir um som forte de um som fraco.
A intensidade de um som diminui com o aumento da
distância à fonte sonora.
A altura de um som está relacionada com a frequência
da fonte sonora, que é igual à frequência da onda
sonora.
A altura de um som é tanto maior quanto maior for a
frequência da onda sonora. Permite distinguir um som
agudo ou alto de um som grave ou baixo.
A característica do som que permite distinguir sons
com a mesma frequência produzidos por diferentes
fontes sonoras é o timbre.
Um som complexo é um som que resulta da soma ou
sobreposição de vários sons puros.
A “banda” de frequência audíveis pelo ser humano
situa-se entre os 20Hz e os 20000Hz, aproximado.
O espetro sonoro é o conjunto de todas as ondas
sonoras de diferentes frequências.
Infrassons: 0 a 20Hz
Ultrassons: acima de 20000Hz
Um microfone é um dispositivo que transforma um sinal
sonora num sinal elétrico.
Um altifalante transforma um sinal elétrico num sinal
sonoro.
e Eletromagnetismo e Ondas Eletromagnéticas e
Um campo elétrico tem origem em cargas elétricas.
Define-se como campo elétrico, ⃗𝑬⃗, como sendo a força
que atua numa carga elétrica unitária positiva, q = +1C
(carga de prova), em cada ponto do espaço de uma
região.
A unidade SI de campo elétrico é o volt por metro
V/m.
O campo elétrico criado por uma carga elétrica pontual
num dado ponto:
@ É tanto mais intenso quando maior for o
modulo da carga criadora, Q, e quanto menor
for a distância do ponto à carga criadora, Q.
@ É centrífugo se a carga criadora do campo for
positiva (Q > 0) e centrípeto se a carga
criadora do campo for negativa (Q < 0).
O campo elétrico pode ser representado por linhas de
campo:
As linhas de campo elétrico criadas por uma ou mais
cargas:
@ São sempre tangentes, em cada ponto, ao
campo elétrico e indicam a direção e o sentido
do campo.
@ Partem de cargas positivas e terminam em
cargas negativas.
@ Apresentam maior densidade nas zonas onde o
campo é mais intenso.
@ Nunca se cruzam.
As linhas de campo de um campo elétrico uniforme
são paralelas, equidistantes entre si e saem da placa
com carga positiva e terminam na placa com carga
negativa.
O campo magnético no interior de um solenoide
percorrido por uma corrente elétrica é praticamente
constante, sendo, portanto, ⃗𝑩
⃗⃗ = constante. As linhas de
campo magnético no exterior de um solenoide são
semelhantes às linhas de campo magnético de um íman
em barra com as mesmas dimensões.

Conhecendo as linhas de campo elétrico, pode

caracterizar-se o campo elétrico em cada ponto, uma
vez que este é tangente à linha de campo que passa
no ponto, tem o sentido da linha de campo e é tanto
mais intenso quanto maior for a densidade de linhas de
campo na vizinhança desse ponto. O fluxo do campo magnético, cuja unidade no SI é o
tesla (T), é proporcional ao número de linhas de campo
Existe um campo magnético, 𝑩 ⃗⃗⃗, grandeza vetorial, que atravessam uma superfície plana.
numa região do espaço, quando nessa região se faz
O número de linhas de campo magnético que
sentir uma ação magnética que se manifesta através de
atravessam a superfície e, consequentemente, o fluxo
forças magnéticas de atração ou de repulsão sobre os
polos magnético de imanes aí colocados. do campo magnético que atravessa uma espira
dependem:
A unidade SI de campo magnético é o tesla, T.
@ Da orientação da espira relativamente ao
As linhas de campo magnético são linhas imaginárias campo magnético.
que representam o campo magnético numa
determinada região do espaço, e que: @ Da área de superfície delimitada pela espira.

@ São sempre tangentes, em cada ponto, ao @ Da intensidade do campo magnético.

campo magnético, ⃗𝑩
⃗⃗, e indicam a direção e o
sentido deste.
@ No caso de um íman, orientam-se do polo
norte do íman para o polo sul do mesmo (são
linhas fechadas).
@ Apresentam maior densidade nas zonas onde o
campo magnético é mais intenso. A unidade SI de fluxo do campo magnético é o weber.
@ Nunca se cruzam.

As linhas de campo magnético criadas por uma

corrente elétrica que percorre um fio condutor longo e
retilíneo:
Força eletromotriz induzida (Lei de Faraday)
@ São circulares, centradas no fio, e encontram-
A indução eletromagnética consiste na produção de
se em planos perpendiculares ao fio condutor.
uma força eletromotriz induzida, ,por variação do
@ O seu sentido depende do sentido da fluxo do campo magnético através de um circuito.
corrente elétrica que cria o campo magnético
A unidade SI de força eletromotriz induzida é o Volt.
e pode ser obtido pela regra da mão direita.
De acordo com a Lei de Faraday, o módulo da força
eletromotriz, cuja unidade no SI é o volt (V), induzida
numa espira é igual ao módulo da variação do fluxo do
campo magnético por unidade de tempo.
Nas centrais elétricas é produzida corrente elétrica
alternada com base na indução eletromagnética.
Um transformador é um aparelho que permite
transformar uma corrente alternada com uma dada
tensão noutra com uma tensão diferente. É constituído
por duas bobinas de fio enrolado à volta do mesmo
núcleo de ferro. O primário do transformador é o
circuito formado pela bobina ligada a um gerador de
corrente alternada (com Np espiras), enquanto o
secundário do transformador é formado pela bobina
ligada ao circuito exterior (com Ns espiras). A relação
entre o número de espiras das duas bobinas determina
a razão entre a tensão de entrada (Up) e a de saída do
transformador (Us).
O transporte da energia elétrica é feito a uma tensão
elétrica muito elevada para que as perdas de energia
por efeito joule sejam menores.
Ondas, como a luz, que não precisam de um meio
material para se propagarem (propagam-se no vácuo)
designa-se por ondas ou radiações eletromagnéticas.
As ondas eletromagnéticas resultam da propagação de
campos elétricos e magnéticos variáveis,
perpendiculares entre si e perpendiculares à direção de
propagação das ondas – são ondas transversais.
Maxwell concluiu que campos elétricos variáveis criam
campos magnéticos e que os campos elétricos e
magnéticos se propagam como ondas eletromagnéticas.
Hertz gerou e detetou as primeiras ondas de rádio.
Leis da reflexão da luz:
@ O ângulo de incidência, θi (ângulo que o raio
incidente faz com a normal à superfície, no
ponto de incidência), é igual ao ângulo de
reflexão, θr (raio refletido faz com a normal).
@ O raio incidente, o raio refletido e a normal à
superfície no ponto de incidência estão no
mesmo plano.
Nota: os ângulos de incidência e de reflexão são
medidos em relação à normal à superfície de incidência.
Na reflexão, a onda incidente e a onda refletida
apresentam a mesma frequência e, como viajam no
mesmo meio de propagação, também apresentam a
mesma velocidade de propagação e o mesmo
comprimento de onda, podendo apenas existir
diferença nas intensidades das ondas.
A intensidade da onda refletida é menor do que a
intensidade da onda incidente, já que há sempre
absorção de parte da radiação.
A refração é o fenómeno que ocorre quando a luz
passa de um meio de propagação para outro meio de
propagação distinto, alterando a sua direção de
propagação. A mudança de direção deve-se a uma
variação na velocidade de propagação da onda.
Na refração, a onda incidente e a onda refratada
apresentam a mesma frequência, mas diferente
comprimento de onda, velocidade de propagação e
intensidade. Para uma onda eletromagnética com uma
dada frequência, quanto menor o índice de refração do
meio, maior será a velocidade de propagação da onda
nesse meio e, atendendo a que maior será
também o comprimento de onda:
O índice de refração é a grandeza que permite avaliar
a velocidade de propagação da luz num dado material,
pois corresponde à razão entre a velocidade de
propagação da luz no vazio (c = 3,00 × 108 m s- 1 ) e a
velocidade de propagação da luz nesse meio:
Como c é o valor da velocidade de propagação da luz
no vácuo, é sempre c > v. O índice é sempre > 1.
De acordo com as Leis da Refração da Luz:
@ 1.ª Lei da Refração: o raio incidente (Ri), a normal
à superfície de separação no ponto de
incidência e o raio refratado (RR) encontram-se
no mesmo plano.
@ 2.ª Lei da Refração (ou Lei de Snell-Descartes):
a razão entre o seno do ângulo de incidência e
o seno do ângulo de refração é constante:
Quando a luz passa de um meio transparente para
outro em que a sua velocidade de propagação é maior
(V1 < V2) e, portanto, o seu índice de refração é
menor (n1 > n2), verifica-se que a partir de um
determinado ângulo de incidência, designado por
ângulo-limite ou ângulo crítico, deixa de ocorrer
refração da luz, ocorre a reflexão total da luz.
O fenómeno da reflexão total da luz está na base do
desenvolvimento de fibras óticas, que têm inúmeras
aplicações tecnológicas.
A fibra ótica constitui uma das aplicações mais
importantes da reflexão total, sendo possível transmitir
radiação de uma extremidade à outra da fibra. As fibras
óticas são constituídas por um núcleo central revestido
por outro material cujo índice de refração é inferior ao
do núcleo. Para evitar uma atenuação significativa do
sinal, o material que constitui o núcleo deve apresentar
uma elevada transparência à radiação a transmitir.
A difração é o fenómeno ondulatório em que uma
onda contorna os bordos dos obstáculos ou fendas
deixando de se propagar retilineamente. O fenómeno
de difração é tanto mais significativo quanto mais
próximos forem as dimensões das fendas ou dos
obstáculos e o comprimento de onda.
Numa onda plana, as frentes de onda representam-se
por segmentos de reta paralelos, distanciados de um
comprimento de onda.
A difração ocorre em ondas sonoras, ondas na água e
ondas eletromagnéticas, como a luz visível, raios X.
As ondas sonoras difratam-se no ar com facilidade, pois
são ondas com comprimentos de onda grandes
aproximadamente entre 2cm e 20m. Daí conseguirmos
ouvir sons mesmo sem vermos a fonte sonora, pois as
ondas sonoras contornam obstáculos com dimensões
desta ordem de grandeza.
A luz visível não contorna facilmente obstáculos, pois as
aberturas ou fendas que encontram no seu trajeto são
muito maiores do que o comprimento de onda da luz
visível, que é muito pequeno (10-7m).
Quando ocorre o fenómeno de difração, a frequência
da onda difratada não se altera, se o meio for o
mesmo, a velocidade de propagação e o comprimento
de onda da onda difratada mantêm-se.
O efeito Doppler explica a variação na frequência
detetada por um recetor quando uma fonte que emite
uma onda se encontra em movimento relativo em
relação ao recetor. Como resultado do afastamento
entre o emissor e o recetor observa-se um desvio
para comprimentos de onda maiores; em resultado da
aproximação há um desvio para comprimentos de onda
menores
O estudo da radiação é fundamental para o
conhecimento da evolução do Universo. Baseando-se
no efeito Doppler, Hubble concluiu que o desvio para
maiores comprimentos de onda (desvio para o
vermelho) dos espetros da luz emitida pelas galáxias se
deve ao afastamento das galáxias em relação à Terra.
O afastamento rápido das galáxias é uma prova da
expansão do Universo, o que implica que, num tempo
distante, o Universo devia ser muito menor do que é
agora, com uma densidade muito elevada, o que
corrobora a teoria do big-bang, segundo a qual o
Universo tem estado em expansão desde o seu início.
L Diogo Silva