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o bárbaro

índice e editorial
editorial
Olá Cão Hiboriano! A nossa edição de número 65
índice está, como todas as outras, imperdível!
Aqui você verá como foi criada a capa da ESC The
quadrinhos Savage Sword of Conan nº 90 por Earl Norem; Ricardo
04 - Criando Uma Capa Quartim preparou um texto imperdível para a nossa re-
da ESC
08 - Zamor Está de vista; um olhar sobre a arte de Tim Conrad por Ronan
Volta Barros e a parte final do texto de estudos sobre Howard
20 - O Pacto Maldito que Marco Antônio Collares fez para o Fórum e que está
literatura simplesmente incrível e emocionante!
24 - Lançamento O nosso ilustríssimo e talentoso designer Edgard
Skriptzine
26 - Chegou a Nova Rupel coloriu e retocou uma das fotos mais famosas de
Edição Howard, onde ele parece vestido de pirata, fazendo com
28 - Aquele Elefante da que nos aproximemos um pouco mais de seu espírito jo-
Torre... vem e aventureiro. Valeu, Ed!
30 - Robert E. Howard
Parte Final E a Revista “Os Mundos Fantásticos de Robert E
Howard” de número 2 já está disponível para download,
mas antes de baixa-la leia a nossa revista semanal por
Artes e
Artistas
54 - Gil Formosa completo hein!? Hehehe
56 - Pablo Marcos
Se você gosta do trabalho do Fórum e de todo o
Miscelânea conteúdo que produzimos, seja um membro no Apoia-
58 - Fotos Retocadas de se, isso garantirá a manutenção de nosso trabalho e nos
REH
62 - Em Uma Outra possibilitará galgar degraus ainda mais altos para trazer-
Realidade. mos muitas coisas legais, materiais de qualidade e exclusi-
64 - Participe do Nosso vidades para vocês, fãs de literatura fantástica, Howard e
Apoia-se
68 - Canecas do Fórum Conan, claro!
Deixe o seu comentário sobre o que achou desta
Apoiadores
70 - Agradecimento edição em nossas redes sociais, curta e compartilhe, isso é
muito importante para o Fórum, e... até a próxima edi-
ção!

Equipe Fórum Conan

3
fórum conan, o bárbaro
QUADRINHOS

criando uma capa


da ESC
Como nascia uma capa da ESPADA
SELVAGEM DE CONAN? Bem, os méto-
dos variavam, mas aqui podemos ver uma
capa criada por EARL NOREM, onde dá
pra acompanhar o esboço, estudo de cores
e design de capa, a ilustração pronta e capa
impressa.

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fórum conan, o bárbaro

zamor estÁ de
volta!
QUADRINHOS

por Ricardo Quartim


Era uma tarde abafada na cidade de Ri-
beirão Preto, se não me engano do ano de
1992, e eu havia ido à banca de jornal a uma
quadra de casa, como costumava fazer qua-
se todos os dias para ver as revistas que ha-
viam chegado, das que eu costumava
comprar, que em sua maioria eram Marvel
e DC.
Nessa época, estava havendo um boom
de Conan no país, não apenas devido aos
filmes estrelados por Arnold Schwarzeneg-
ger, mas também pelas publicações da edi-
tora Abril que havia relançado ele no Brasil

8
dez anos antes em junho de 1982, no mesmo ano
do primeiro filme nos cinemas. Ao chegar, per-
guntei ao jornaleiro que já conhecia meu gosto, se
havia chegado alguma coisa das que eu coleciona-
va ou alguma novidade. Foi quando ele apontou
para os gibis expostos no canto da banca e me dis-
se: “Tem aquele ali, que veio como relançamento,
mas não me lembro de ter visto ele antes! Acho
que você vai gostar, pois parece um tipo de Co-
nan!”
Então me aproximei do pequeno gibi, ainda
menor que os de formati-
nho da época, e apesar da
capa simples, me interes-
sei. “Almanaque do Za-
mor!”, exclamei com o
dono da banca, “Será que
é daqueles de sacana-
gem?”, indaguei confuso,
pois haviam gibis no
mesmo formato com
personagens parodiando
de Tarzan (Zartan), Cowboys, Agentes Secretos
etc., mas que eram sátiras com sexo explícito.
Como o gibi vinha lacrado, não dava para ver
o conteúdo, mas o jornaleiro era meu amigo e
sempre abria para eu ver antes de comprar. Foi
então que tive uma grata surpresa! Aliás, uma tri-
pla surpresa. A primeira foi constatar que não era
uma revistinha de sexo, não que eu não gostasse,
mas eu queria algo empolgante com aventura e
ação. E nesse caso, a HQ era um misto de Espada
e Feitiçaria (literalmente), com Ficção Científica!
Uma mistura inédita até então, que era como se
Conan o Bárbaro, encontrasse Flash Gordon ou
vivesse no mundo de Star Wars!
A segunda surpresa, que era quadrinho nacio-
nal, e de qualidade! Uma qualidade como não se
costumava ter naqueles tempos, ao contrário de
hoje que temos produções aos montes feitas no
Brasil, muitas em plataformas de financiamento
coletivo, e que nada ficam a dever aos americanos
ou até mesmo europeus. Naquela época, quadri-
nhos nacionais de aventura ou super-heróis, em
sua maioria e com raras exceções, eram sinônimo
de histórias toscas, simplistas e mal desenhadas.
Diferente dos de Terror que sempre houve produ-
ção de qualidade em nosso país.
E finalmente, a terceira surpresa, é que as ar-
tes internas eram de Mozart Couto, que para mim
era o John Buscema brasileiro, e do badalado
Watson Portela, que hoje acabou se tornando um
amigo muito querido! Tudo embalado com os ro-
teiros do premiado Franco de Rosa, um dos mais
profícuos mestres dos quadrinhos nacionais, tam-
bém desenhista e
editor, além de ser o
criador de outro co-
nhecido persona-
gem, o Ultraboy.
Na edição ainda
havia uma história
de Thorg, um Tar-
zan genérico, e com
o traço também de
Portela, mas que
Mozart Couto
emulava as artes do Homem Macaco de Joe Ku-
bert. No final, em meio a vários extras, uma en-
trevista com Franco de Rosa, o autor de Zamor,
irreconhecível para quem o conhece apenas dos
dias de hoje. Com uma espeça barba e cabeleira
negras, era como se fosse o próprio Pedro, da du-
pla Pedro e Bino, saído do seriado nacional Carga
Pesada.
Já as páginas de Mozart Couto, pareciam saí-
das direto das da Espada Selvagem de Conan, com
um traço fantástico do mestre, já naqueles tempos!
Contudo, as histórias não eram meras cópias das
do cimério de Howard, mas uma trama muito di-
ferente e original repleta de criaturas fantásticas,
seres com tecnologia avançadíssima em meio a um
mundo bárbaro, onde Zamor, munido apenas de
sua adaga mágica, enfrentava todo o tipo de cria-
turas e ameaças, sempre ajudando quem cruzasse
seu caminho.
Curiosamente, décadas depois ao criar o uni-
verso fantástico de Os Senhores de Ur, talvez in-
conscientemente utilizei a mesma premissa de um
mundo primitivo ao lado de um tecnológico.
E aquele nível de qualidade, tanto em roteiro
quanto artes, me deixou empolgadíssimo a ponto
de ler e reler várias vezes aquela única edição. Eu
já conhecia Couto de outras publicações através
de histórias que ele havia desenhado para revistas
de terror, tais como Calafrio, Spectros, Neuros,
ou de outro bárbaro, o Hakan, revistas com his-
tórias de guerra como, “Platoon, uma nova visão
da Guerra”, e até
mesmo eróticas.
Então, qual não
foi o meu entusias-
mo ao ver que aquela
revista que eu tinha
em mãos, desenhada
pelo meu ídolo, Mo-
zart Couto, era a de
número 1. Ou seja,
seria a primeira de
uma série e eu não
via a hora de ter as
próximas em mãos. Mas qual não foi minha tris-
teza e decepção ao olhar a data de publicação e
constatar que ela havia sido publicada dez anos
antes, no ano de 1982!
Ou seja, se eu nunca havia visto outros núme-
ros posteriores, é porque a publicação certamen-
te havia morrido naquela! Entretanto, apesar de
chateado, esse fato me fez gostar ainda mais da-
quele “gibizinho”, que se tornou um importante
item de colecionador para mim, que ostento com
orgulho! Até hoje sem-
pre que vem alguém em
minha biblioteca e eu
quero mostrar quadri-
nhos nacionais raros e
bem produzidos, com
certeza Zamor está en-
tre os primeiros.
Esse relato poderia
terminar aqui, com
uma frase de efeito co-
movente e impactante,
mas a boa notícia para mim, e para muitos fãs de
Zamor, Mozart Couto e Franco de Rosa, é que a
história continua! Adiantando quase vinte anos
no tempo até o final do ano passado, em 2020, fui
surpreendido novamente, desta vez por uma no-
tícia totalmente inesperada!
Como se surgisse do nada, vi postado em um
grupo de quadrinhos do WhatsApp, o anúncio de
que nos próximos dias, se ini- ciaria uma campa-
nha no Catarse para
a publicação de um
álbum de...Zamor!
Além do tamanho
21x28 cm, muito
maior do que o for-
matinho que eu te-
nho aqui em casa,
era um encadernado
com incríveis 112
páginas, com as três
histórias que eu já ti-
nha, só que em um
papel de qualidade e maiores, além de mais uma
HQ inédita e colorida!
E o que é melhor, as três histórias que estavam
sendo republicadas, estavam recebendo um novo
tratamento gráfico e na realidade não seria bem
uma republicação, mas o próprio Mozart Couto
está redesenhando cada uma delas, com uma arte
ainda mais caprichada e moderna, se é que isso é
possível! Nesse instante meu coração foi a mil!
Imagine aquela arte matadora do mestre Mo-
zart Couto, que já fazia explodir minha cabeça,
ser refeita e aperfeiçoada! Eu realmente só acredi-
tei nisso quando vi alguns exemplos no próprio
site do Catarse, onde o álbum está sendo financi-
ado. E para fechar com chave de ouro, era um va-
lor muito pequeno por tudo o que estava sendo
oferecido!
Depois disso passei contando os dias para a
campanha iniciar e eu poder ir apoiar, pois esta é
uma obra que não pode, de forma alguma, faltar
em minha prateleira e em lugar de honra!
A propósito, não deve faltar na estante de ne-
nhum colecionador que admira um quadrinho de
qualidade, principalmente aos fãs de aventura, fic-
ção, espada e feitiçaria e a quem aprecia uma arte
de cair o queixo! Creio que fui um dos primeiros
a apoiar e enquanto aguardo ansioso o término da
campanha para receber o meu aqui em casa, divi-
do essa grande notícia com todos vocês:
ZAMOR ESTÁ DE VOLTA! E ESTÁ FENOME-
NAL!

Link do Catarse:
https://www.catars
e.me/zamor!
Ricardo Quartim é es-
critor, roteirista e jornalista
especializado em quadri-
nhos e cultura nerd, autor
de “Os Senhores de Ur”:
No início, redator da revis-
ta “Mundo dos Super-He-
róis” (a maior publicação
do gênero no país desde 2008, que é referência no
meio e de fama internacional), e do site, “Labora-
tório Espacial”, redator da página, “O Frango” e
do “Jornal Empoderado” no Facebook, produz o
videolog DROPS, Ricardo Quartim no Youtube,
ex-editor e redator do extinto blog “Chamando
Superamigos”, participa com frequência do pro-
grama, “Link Pop” em rede nacional pela Record
News e também personagem de HQ o super-he-
rói, “Quartzo Dourado”. Foi um dos indicados ao
33º prêmio “Angelo Agostino”, na categoria
Contribuição ao Quadrinho Nacional.
fórum conan, o bárbaro

O pacto Maldito
por Ronan Barros
QUADRINHOS

O Pacto Maldito (The Forever Phial, no


original) foi lançada na SSoC #8 em outu-
bro de 1985. O roteiro é inteiramente origi-
nal de Roy Thomas e a arte é de Tim
Conrad. É possível perceber que a arte de
Tim Conrad parece bastante influenciada
por Barry Smith, porém, aqui ele não pos-
sui o mesmo refino nos traços, detalhes e,
principalmente, nos enquadramentos. Al-
gumas posturas dos personagens parecem
erradas e a delimitação das cenas parecem
desajustadas, como se a “camera” simples-
mente não estivesse mirando no lugar cer-

20
to. Há sim alguns momentos de brilhantismo de
Conrad como quando o mago é desenhado em
uma página inteira e colocado em um plano a
frente aos quadrinhos de fundo. Mas, no geral, es-
te brilhantismo é bastante ofuscado.
A história é bastante curta. Enquanto acam-
pava, Conan foi atacado por um lobo branco sel-
vagem que acabou morto pelas mãos do cimério.
Em seguida, Conan descobre que o lobo perten-
cia ao imortal Mago Ranephi e que este provavel-
mente buscará vingança pelo animal. Conan até
tenta evitar tal con-
fronto, mas, claro, as
coisas nunca são sim-
ples assim.
O plot “vingança
pelo lobo” é clara-
mente apenas uma
parte de um plano
maior do mago. A
história é quase toda
dividida entre duas
perspectivas que se alternam constantemente en-
tre os quadros, hora acompanhamos Conan, hora
acompanhamos o mago. Esta dinamicidade quase
embaralhada é algo que dificilmente funcionaria
em outras mídias, mas que em quadrinhos funci-
ona de forma muito eficiente. Então aos poucos
vemos todos os planos do mago mas o entendi-
mento real das motivações acontece apenas nas
últimas páginas numa boa sacada de roteiro.
Curiosidades:
1 - Tim Corand e Barry Smith trabalharam
juntos posteriormente em uma história de Bran
Mak Morn (outro personagem de Howard) cha-
mada “Os Vermes da Terra” publicada no Brasil
na Espada Selvagem de Conan #44. A arte em
questão é lindíssima (muito mesmo).
2 - The Forever Phial, nome original, signifi-
ca “O frasco da Eternidade” e este é citado dentro
do roteiro. O Mago Ranephi alega ter bebido o
seu conteúdo o que, aparentemente, lhe deu a
imortalidade.
3 - O penúltimo
quadro desta história
é o ÚNICO quadro
colorido de TODAS
as SSoC já lançadas.
Infelizmente, no Brasil, eles não mantiveram a de-
vida cor.
4 - Em um determinado momento, Conan usa
um arco com a mão canhota. Ambidestro?
5 - Quando o Mago começa a colocar fogo em
seus livros, ele cita
Skelos, Vathelos e
Kathulos. Este últi-
mo aparece no ro-
mance Skull Face
como Kathulos de
Atlantis.
fórum conan, o bárbaro

Lancamento
Skriptzine
Em 2021, a Skript Editora abre o ano
LITERATURA

com uma grande novidade: uma revista te-


mática trimestral! A Skriptzine terá quadri-
nhos, contos, entrevistas, resgate de
materiais clássicos, apresentação de novos
artistas, divulgação de trabalhos acadêmicos
e artísticos. E nós do Fórum estamos pro-
duzindo conteúdo para ela!
E você, artista ou leitor, poderá partici-
par deste projeto que é inspirado em publi-
cações brasileiras e internacionais. A
revista, durante a pré-venda no Catarse terá
30% de desconto sobre o preço de capa,
além de recompensas e metas estendidas ex-
clusivas aos apoiadores.

24
SKRIPTZINE: horror cósmico em HQs, contos,
artigos e entrevistas.
Link: http://bit.ly/2WW7VCySKRIPT
fórum conan, o bárbaro

chegou a nova
edicão...
Voltamos, e com 300 páginas! Nesse se-
LITERATURA

gundo número da nossa revista "Os Mun-


dos Fantásticos de Robert E, Howard"
apresentamos pela primeira vez no Brasil A
Ilha dos Eons, de Robert Howard. Todos
os fragmentos e versões escritas pelo texa-
no. Muitas ideias míticas nessa narrativa
aparecem nos ciclos de Kull e na Era Hibo-
riana, com informações sobre a Lemuria de
Howard. Além disso, publicamos contos
sobre mares e cidades marítimas, alguns
com o teor lovecraftiano que aparecia aos
poucos nas narrativas de Howard, ainda
que alguns sejam de antes da fase de
Howard influenciado pelas cartas de Love-

26
craft. O leitor terá resenhas explicativas, fragmen-
tos, cartas de Howard, um poema sobre a Ilha de
Eons, cunhado pelo criador de Conan. Pela pri-
meira vez no Brasil.
Link: http://bit.ly/3pxU0PhREH2
fórum conan, o bárbaro

aquele elefante
da torre...
“Sou muito velho, ó homem das regiões desér-
LITERATURA

ticas. Há muitas e muitas eras eu vim a este


planeta com outros do meu mundo, proveni-
entes do planeta verde de Yag, que circula
eternamente na faixa exterior deste universo.
Lançamo-nos através do espaço sobre asas po-
derosas que nos levaram pelo cosmo a uma ve-
locidade maior que a da luz, porque tínhamos
feito guerra aos reis de Yag e fomos derrotados
e expulsos. Mas não pudemos retornar jamais,
pois na terra as asas caíram de nossos dorsos.
Aqui, nos mantivemos longe da vida terres-
tre. Lutamos contra as formas de vida terrí-
veis e estranhas que então caminhavam sobre
a terra, e afinal sentimos medo e não fomos

28
molestados nas selvas obscuras do leste, onde fizemos
a nossa morada." - A TORRE DO ELEFANTE,
por ROBERT E. HOWARD
Ilustração por Wei Guan (não se refere a Yag
Kosha, Mas é uma bela ilustração e se encaixa no
texto).
fórum conan, o bárbaro

Robert e. howard
Parte final
por Marco Antônio Collares
LITERATURA

Entre 1930 a 1936, a vida de Robert Er-


vin Howard foi deveras atribulada. Nesse
período em questão, ele criou vários perso-
nagens importantes e veiculou contos de
sua mais famosa criatura: o cimério Conan.
Também foi o momento que Howard co-
meçou uma extensa troca de correspondên-
cias com os escritores pulps da Weird Tales
e de outras revistas, principalmente o mai-
or nome de todos: H.P. Lovecraft.
Nesse período também, o texano co-
nheceu e se relacionou com a professora
Novalyne Price, conhecendo-a em 1933 e

30
saindo com ela pós 1934. Por fim, foi nesse res-
pectivo período que o quadro da tuberculose (ou
câncer) de sua mãe piorou. Howard, não conse-
guindo por fim, lidar com o coma e com a prová-
vel morte de Hester, decidiu tirar a própria vida,
mais especificamente no dia 11 de junho de 1936.
Essa pequena biografia de Howard entra, por-
tanto em sua etapa final. Farei aqui uma breve ex-
planação sobre esses respectivos momentos da
trajetória pessoal do escritor texano. Ao longo da
minibiografia publicada na revista do Fórum, Co-
nan, O Bárbaro, tratei das
influências literárias e
históricas de Howard,
bem como de suas difi-
culdades para tornar-se
um escritor profissional.
Foquei também nas
representações de Ho-
ward sobre si mesmo,
além de alguns aspectos
de suas ideias e de seus
valores morais, sem esquecer de tratar, claro, um
pouco de seu contexto histórico, seja o micro ou
o macro, em suas relações e influências.
A maior parte dos biógrafos de Howard se
preocupa exatamente com o período pós 1930 e
considero efetuar esse final de biografia de uma
forma mais dinâmica do que foi feito até então, até
pela quantidade de escritos e informações sobre o
assunto, não precisando me deter tanto assim nes-
se momento da vida do escritor. Vejamos então
esses momentos específicos da trajetória pessoal
de Howard, muito rapidamente até, mediante au-
xílio de alguns textos de importantes especialistas,
entre os quais: Rusty Burke, Martin Javier Lalan-
da e Patrice Louinet.
No que concerne a criação de Conan, existem
muitas cartas de Howard sobre o assunto. Uma
delas foi enviada para Lovecraft, datada de 1932,
tratando do homem Conan e do quanto Howard
estava focado na escrita de seus contos, tendo dois
escritos já aceitos para publicação – “A Fênix na
Espada” e “A Torre do Elefante” – enquanto que
outras duas narrativas foram rejeitadas pelo editor
Farnsworth Wright – “O Deus na Urna” e “A Fi-
lha do Gigante de Gelo”.
Howard afirmou em uma dada carta para um
fã, que seu bárbaro cimério tinha surgido na men-
te quando estivera em uma cidade fronteiriça do
Rio Grande, tornando-se logo sua criação mais
visceral, expressando no relato em questão uma
representação aventureira de si mesmo. Ao gran-
de escritor pulp e poeta, Clark Ashton Smith,
Howard enviou as seguintes palavras sobre a cria-
ção de Conan, palavras essas que, apesar de seu
senso de autopromoção e
de uma aparente epifania
no ato de criação do bár-
baro, nos ajuda a com-
preender a relevância do
personagem para o texa-
no. Vejamos tais linhas:
“Enquanto não vou tão
longe para acreditar que
estas estórias são inspiradas, na verdade, por espíri-
tos ou forças existentes (embora eu me oponha bas-
tante a negar categoricamente qualquer coisa), às
vezes eu imagino se forças desconhecidas do passado
ou do presente – ou mesmo do futuro – trabalham
através dos pensamentos e ações dos homens vivos.
Isto ocorreu comigo especialmente quando escrevia
as primeiras séries de Conan. Sei que por meses não
fui capaz de trabalhar em coisa alguma que fosse
vendável. Então, o homem Conan apareceu crescer
repentinamente em minha mente sem muito traba-
lho de minha parte e imediatamente uma corrente
de estórias fluiu de minha pena – ou melhor, de mi-
nha máquina de escrever – quase sem esforço. Eu não
parecia estar sendo criativo, mas, pelo contrário,
apenas relatava eventos que haviam ocorrido. Os
episódios apareciam tão rápido que eu mal podia
acompanhá-los. Por semanas, não fiz nada além de
escrever sobre as aventuras de Conan. O personagem
tomou completa possessão de minha mente e elimi-
nou todo o resto que estava em vias de ser escrito”
(HOWARD, Robert IN: BURKE, Rusty, tradu-
zido pela Clock Tower, 2016, p. 31).
Hoje bem sabemos o quanto Howard exerceu
um grande esforço para compor as primeiras nar-
rativas de Conan. Mais do que isso, sabemos por
diversos relatos que a respectiva narrativa do ci-
mério não passou de uma trama de Kull readapta-
da para Conan, uma trama que não tinha sido
aceita para publicação, algo já deveras comentado
por Burke, Louinet e tantos outros especialistas
de renome.
Também muito
se comenta sobre o
poema, Cimmeria,
escrito também por
volta de 1932, mes-
mo ano da primeira
publicação de Conan
na Weird Tales. Ho-
ward enviou tal poe-
ma para Emil Petaja,
tratando nele muito
de sua própria visão do Texas de sua infância,
contendo na remessa em questão um relato sobre
a mesma viagem mencionada por ele na corres-
pondência em que tratou da criação do bárbaro
cimério. Viagem responsável, segundo o próprio
escritor, por lhe conferir a premissa básica da na-
tureza do famoso personagem.
O fato é que Conan seria um imenso sucesso
na Weird Tales, competindo pelos próximos três
anos junto com Jules de Grandin, de Seabury
Quinn, ambos como os mais populares de todos
os personagens veiculados na revista no período.
Tal fato levou Howard, inclusive, a contratar um
agente para vender seus demais escritos, o também
escritor, Otis Adelberg Kline. Ele que teria o en-
cargo de tratar com outras revistas pulps, enquan-
to Howard tratava diretamente com a Weird
Tales, sua fonte regular de ganhos, muito em ra-
zão do sucesso do personagem cimério.
Por volta de 1930, Howard comprou um cava-
lo que chamou de Gipsy, mas ele teve que vender
o animal um ano depois por não conseguir man-
ter seus cuidados. Ao mesmo tempo, ele tinha que
cuidar da mãe doente e escrever cada vez mais
contos para garantir não apenas o sustento da fa-
mília, como também o tratamento de sua genito-
ra.
Foi no mesmo ano que Howard começou sua
farta troca de correspondências com Lovecraft,
onde eles comentaram sobre assuntos deveras va-
riados; de literatura, mitologia, história, econo-
mia, política, entre outros. Como bem sabemos,
Howard normalmente era pró-povos bárbaros
(principalmente os celtas, os indígenas americanos
e os pictos), colocando-se
comumente contra regi-
mes autoritários e ordei-
ros, tendo um viés mais
liberal. Enquanto que Lo-
vecraft era mais civiliza-
dor, ordeiro, pró cultura
anglo-saxã e às vezes até
um defensor de medidas
autoritárias em nome da
Lovecraft
ordem e da civilização oitocentista, tendo ele um
forte teor eurocêntrico e etnocêntrico em suas
ideologias.
Howard e Lovecraft mantiveram suas trocas
de cartas até a morte do primeiro e muitos ciclos
de terror, horror e de fantasia foram tecidos pelo
escritor texano mediante ideias, influências e con-
versas escritas com o genial “Cavaleiro de Provi-
dence”. Ambos os autores também trataram das
ditas cinco raças que tinham sido pensadas por
ocultistas renomados, do porte de Helena Bal-
vatsky ou de um Willian Scotty-Elliot.
Ambos também trocaram ideias sobre a dita
“raça ariana”, influenciados que eram pelas leitu-
ras do filólogo alemão, Max Muller, além dos es-
critos de Gordon V. Childe e também da obra de
um novelista americano do porte de Abraham
Merrit, vinculando essa dita raça as vagas indo-eu-
ropeias.
Os autores pareciam atribuir tal grupo como
sendo um conjunto de povos com idiomas, reli-
giões e instituições sociais similares e que, a partir
de certos ancestrais primitivos, estenderam suas
influências pela Índia, Mesopotâmia, Ásia Cen-
tral, Escandinávia, Espanha, Irlanda e Europa
Ocidental como um todo. Sem entrar nas divaga-
ções diletantes de historiador aqui, Howard e Lo-
vecraft possuíam referenciais teóricas e
conceituais de um dado contexto para compor su-
as considerações de relacionamentos entre o ramo
do tronco linguístico indo-europeu e aquilo que
denominavam de “raça ariana”, com todas as suas
elucubrações carregadas de conceitos errôneos e
preconceitos da época.
Em 1932, Howard comprou um carro, um
Chevrolet verde de duas portas. No ano seguinte,
rumou com a mãe até Brownwood de modo a ini-
ciar consultas com um médico local. Patrice
Louinet comenta o caso específico da compra do
automóvel. Que Howard teria se dirigido até Fort
Worth com seu amigo, Lindsey Tyson para com-
prar o veículo e que o vendedor quase desmaiou
quando viu 350 dólares nas mãos do escritor. Isso
em razão de ser um valor considerado muito alto
para os padrões da época, ainda mais em se tratan-
do do contexto da grande depressão econômica
pós-crise de 1929.
Um outro grande amigo de Howard, o tão co-
mentado Tevis Clyde Smith apresentou e ele,
também em Brownwood, uma jovem moça cha-
mada Novalyne Price, ela que queria seguir a car-
reira de escritora e que igualmente finalizou os
estudos de magistério no Daniel Baler College, na
mesma cidade, em 1933. Quem conhece o livro de
Novalyne Price, “One Who Walked Alone”
(Aquele que Caminhava Sozinho), ou mesmo
quem já viu o filme, “The Whole Wide World”
(Um Amor do Tamanho do Mundo), baseado no
livro – ambos versando sobre o relacionamento de
Howard com Novalyne – poderá compreender
muito sobre as ideias e até sobre a psique do cria-
dor de Conan a partir dos mesmos.
Um outro escritor pulp chamado Edgar Hoff-
man Price (que finalizaria alguns contos de
Howard, incluindo uma provável novela de nome,
“A Ilha dos Eons”) visitou pessoalmente Howard
em 1934. Ele se dirigia a Califórnia com sua espo-
sa e decidiu passar por Cross Plains, sendo o úni-
co dos autores pulps da época a se encontrar
pessoalmente com o criador
do cimério.
Alguns anos depois, Price
comentou sobre a tal visita.
Mencionou que uma mulher
telefonou para Howard e que
a mãe do texano lhe passou a
chamada, sendo provavel- E. Hoffman
mente Novalyne Price. Tam- Price
bém comentou que Howard
era muito desconfiado acredi-
tando em improváveis inimigos e que temia pela
sua segurança, apresentando para o visitante um
revólver calibre 38 que havia comprado para se
defender.
Louinet afirma que na respectiva visita de Pri-
ce, Howard demonstrou todo seu desprezo pelos
cidadãos de Cross Plains, com a afirmação de que
“ninguém acha que eu represento muito, então fi-
co feliz de mostrar a esses filhos da p... que um es-
critor de sucesso pode dirigir milhares de
quilômetros até o inferno e desviar seu caminho
para me ver”.
Price chegou a comentar também, anos depois
da morte do texano, que Howard parecia estar sob
algum estado mental patológico de paranoia e que
seria fácil para o criador de Conan passar da exis-
tência material para uma outra vida, sugerindo
um provável padrão suicida nele, algo muito ques-
tionado por especialistas da vida do texano, que
não consideram haver um teor suicida detectável
em Howard antes do fato em si. Louinet mencio-
na que Novalyne Price tentava mudar um pouco
a natureza desconfiada de Howard, explicando a
ele que as pessoas da cidade onde vivia não eram
tão ruins quanto ele afirmava.
O que sabemos é que o relacionamento de
Novalyne com Howard ocorreu quando ela pas-
sou a morar em Cross Plains a partir de 1934,
conseguindo um emprego em uma escola local.
Ela conseguiu fazer o texano deixar de lado seu
estilo desalinhado e foi também a responsável por
conseguiu que ele tirasse a famosa foto de terno e
chapéu, tão veiculada entre grupos de fãs e segui-
dores. O escritor teria cansado da moça por diver-
sos motivos e ela dele pelo fato de não querer vê-lo
sofrendo pelo estado de
saúde em deterioração de
sua mãe.
No caso dele, por sua
vez, podemos considerar
por um lado a constante
pressão que sofria de No-
valyne para que deixasse a
mãe aos cuidados de al- Novalyne Price
gum enfermeiro contratado, além do fato da mo-
ça não aprovar muito às capas dos contos da Weird
Tales, com excessos de nudez, algo que era muito
questionado pelos moradores locais com seu sen-
so moralizante excessivo.
Javier Martín Lalanda comenta que Howard
não foi visitar a jovem quando ela foi internada
por conta da perda de peso que costumava ter e
que Novalyne Price acabou se afastando de
Howard ao começar a sair com o amigo em co-
mum, Truett Vinson. Em alguns momentos entre
1935-1936, eles chegaram a trocar correspondênci-
as e até a saírem juntos novamente, sendo o caso
mais famoso o do jantar em que o texano comen-
tou em voz alta sobre o conto Red Nails, enfati-
zando o teor sexual do conto, envergonhando a
pretensa enamorada.
Por volta da primavera de 1936 a moça deixou
Cross Plains e foi começar um curso na Universi-
dade Estadual da Louisiana. Eles não mais se veri-
am, pois Howard cometeria suicídio logo em
seguida, no dia 11 de junho do mesmo ano.
O relato da morte do escritor é bastante co-
nhecido, sendo possível dirimir em algumas eta-
pas para fins de compreensão. Lembremos antes
que sua mãe era seis anos mais velha que o pai de
Howard e jamais lhe dissera a idade verdadeira.
Além disso, ela convenceu a todos que sua tuber-
culose era algo da família, o que é questionado

Howard e seus pais


Hester Jane Ervin Howard
Isaac Mordecai Howards
hoje em dia por alguns estudiosos. Louinet chega
até a sugerir um provável câncer e mesmo em ca-
so de tuberculose, nada relacionado a algo heredi-
tário dos familiares de Hester.
O fato concreto é que ela passou a ser interna-
da constantemente no início de 1936, impedindo
Howard até de escrever. Entre os cuidados para
com ela junto da jovem, Kate Merryman, contra-
tada pela família e a entrada de Hester no King’s
Daughter Hospital de Temple, temos uma situa-
ção de desesperança crescente no jovem texano,
algo que o levaria, por fim, ao suicídio.
Uma carta para Novalyne, de maio de 1936,
referenda que Howard estava “quebrado em espí-
rito”, que ele não conseguia escrever sequer uma
linha em razão da piora do quadro de sua mãe.
Outra carta de Howard, agora para seu agente,
Otis Kline expressa que em caso de morte sua, seu
pai deveria gerenciar seus espólios literários, algo
que não fez Kline desconfiar de um possível suicí-
dio, mas que existia apenas um desespero usual da
parte do cliente. Até porque Kline considerava
que Howard tinha certa hipocondria, sofrendo
também de afecções cardíacas e reclamando co-
mumente deste fato.
No dia 8 de junho do fatídico ano, a mãe de
Howard entrou em coma e o jovem escritor ou-
viu do pai que ela provavelmente não recobraria a
consciência. Depois de três dias ininterruptos ao
lado dela e após os dizeres pessimistas do pai,
Howard se dirigiu até Brownwood. No cemitério
de Greenleaf, ele reservou de pronto três túmulos,
dois para os pais e outro para si, algo que sugere
para muitos o viés suicida nesse momento, ainda
que existam aqueles que defendem outros argu-
mentos. Como o de Howard planejar o futuro e
esperar um quadro de possível morte do pai em
razão do falecimento da esposa, por exemplo.
No dia 10 de junho, seu pai, Isaac Mordecai
chamou alguns amigos para ficarem próximos e
para que Howard não se sentisse tão só em meio
ao quadro da mãe. Howard perguntou ao dr. J.D.
Dill, um dos médicos que acompanhavam Isaac na
casa da família se existia algum caso de alguém que
tentou se suicidar com um tiro na cabeça e que fi-
cou vivo após o disparo. O médico teria afirmado
que qualquer disparo que atravessasse o crânio
desde a frente até o occipício (parte ínfero poste-
rior da cabeça) seria mortal.
No dia 11 de junho, por volta das sete horas da
manhã, a mãe de Howard afundou no coma e seu
filho refez a pergunta de três dias atrás, agora à
enfermeira de plantão; se a paciente teria qualquer
chance de sair daquela situação, se tinha alguma
esperança de recobrar a consciência. Diante da
negativa da parte da mulher, Robert Howard, se-
gundo consta em diversas biografias clássicas, te-
ria se dirigido até sua máquina de escrever e teria
tecido ali as seguintes palavras, retiradas do poe-
ma de nome, “The House of Caesar”, de Viola
Garvin:
"All fled-all done, so lift me on the pyre;
The feast is over and the lamps expire."
("Tudo feito e acabado, então ergam-me até a pira; o
festim acabou e a chama das lâmpadas expira" -
tradução livre)

Existem dúvidas sérias


quanto a tais palavras fi-
nais terem sido realmente
escritas por Howard no
momento imediatamente
antes ao suicídio. A hipó-
tese mais forte hoje é de
que seriam palavras escri-
tas em outro momento e
utilizadas pelo pai do escritor como bilhete suici-
da para com isso gerar empatia social.
Louinet trata desse assunto e afirma que não
há qualquer menção entre os jornalistas da época
sobre o bilhete ser encontrado na máquina de
Howard. Tais linhas foram mencionadas pela pri-
meira vez no jornal da cidade no dia 3 de julho de
1936. A possiblidade aqui então é tratar-se de um
bilhete guardado em alguma carteira do texano,
tornado bilhete de suicídio de forma arbitrária e
que ficou para a história como um fato verídico.
Mais ou menos uma hora mais tarde em que
Howard soube do estado irremediável da mãe, ele
se dirigiu a seu automóvel, estacionado em frente
à casa, entrando nele. Temendo um possível suicí-
dio do filho, seu pai havia escondido todas as ar-
mas da família, mas Howard tinha uma
automática calibre 38 emprestada pelo já mencio-
nado melhor amigo, Lindsey Tyson.
Por muito tempo se achou que seria a mesma
arma mostrada por Howard a Harold Price na vi-
sita de 1934, mas talvez esse não seja o caso.
Howard entrou no carro e quase que imediata-
mente deu um tiro na própria cabeça. Dois médi-
cos que estavam na casa com Isaac, seu pai, ao
ouvirem o som do disparo, correram até o carro
e lá tentaram reanimar o jovem. Por ser muito ro-
busto e resistente, Howard durou até as 16 horas
da tarde daquele mesmo dia, quando finalmente
faleceu. Sua mãe, sem jamais recobrar a consciên-
cia, faleceu no dia seguinte, sendo ambos enterra-
dos em Brownwood no dia 14 de junho de 1936.
Hoje se sabe, e Louinet reitera esse fato im-
portante, que o pai de
Howard teria destruído o
testamento do filho, tes-
tamente esse encontrado
por Kate Merryman, a
cuidadora de Hester. O
criador de Conan teria
deixado seu espólio lite-
rário para o melhor ami-
go, o tão mencionado Isaac Mordecai
Tyson, significando que o Howard
escritor poderia achar que o pai não sobreviveria
a morte dele e da mãe ou mesmo que Howard não
se relacionava bem com Isaac. Isso coloca em dú-
vida até mesmo a carta de Howard para Otis Kli-
ne, aquela em que o escritor afirmava quer deixar
tudo aos cuidados do pai. O amigo, muito abala-
do naqueles dias por ter emprestado a arma que
ocasionou o suicídio de Howard, jamais questio-
nou a destruição do testamento, mesmo sabendo
do fato, visto que o advogado da família, Paul
Harrel igualmente sabia.
De qualquer forma, aquele jovem genial de
apenas 30 anos, morreu, deixando um imenso
acervo de contos, cartas e poemas, sendo um dos
maiores nomes da literatura pulp de todos os tem-
pos. Muitos leitores e espectadores hoje em dia
conhecem seu mais famoso personagem, mas des-
conhecem a riqueza de sua escrita como um todo,
algo que nós, do Fórum, pretendemos ajudar a so-
lucionar, fazendo com que seus contos cheguem a
um maior número de pessoas, gostando elas de
Conan ou não.
fórum conan, o bárbaro
ARTES E ARTISTAS

Gil
Formosa
Uma ilustração do artista francês GIL
FORMOSA, retratando uma cena generi-
camente muito vista em se tratando de Co-
nan, ou seja, um confronto com um grande
símio (Howard mesmo descreveu mais de
um confronto assim).

54
fórum conan, o bárbaro
ARTES E ARTISTAS

Pablo
marcos
Red Sonja por Pablo Marcos.

56
fórum conan, o bárbaro

fotos retocadas
de reh
miscelânea

A foto deste post foi colorizada e reto-


cada pelo Fórum Conan, numa tentativa de
retirar um pouco da pecha de registro his-
tórico (a original era em P&B e sofreu o
desgaste do tempo, além de uma dobra no
meio) e dar a ela o sentido provável dela:
DIVERSÃO. Robert E. Howard gostava de
encenar algumas aventuras que escrevia.
Por exemplo, quando escrevia contos sobre
boxe, algumas vezes foi visto caminhando
pela cidade socando o ar, provavelmente
tendo ideias ou apenas revisando mental-
mente suas histórias, ou talvez... apenas se
divertindo.
Esta foto foi descoberta com algumas

58
outras há pouco tempo, pelo grande estudioso de
Howard, Patrice Louinet, e retrata Robert E.
Howard (à direita) e seus dois vizinhos, Leroy Bu-
tler e a irmã de Leroy, Faustine, vestidos como pi-
ratas.
De acordo com Patrice, esta foto foi tirada en-
tre 1923 e 1925. Isso significa que o jovem Howard
teria entre 17 e 19 anos. Foi durante este período,
em novembro de 1924, que
ele recebeu uma carta de
Farnsworth Wright (editor
da Weird Tales) dizendo
que estava aceitando sua
história “Spear and Fang”,
que acabou sendo publica-
da em julho de 1925. A
brincadeira, então, come-
çava a ficar séria.
fórum conan, o bárbaro

em uma outra
realidade...
miscelânea

Imaginem por um segundo que Conan


nunca tivesse sido desenhado por John Bus-
cema e continuasse a ser desenhado por
Barry Windsor Smith (e isso poderia mes-
mo ter acontecido e não achariamos nada
estranho). Nossa referência visual dos qua-
drinhos seria um cimério menos fisicultu-
rista, estilo Barry mesmo, e, de repente...
poderia ter sido interpretado por outro
ator, do porte de Sylvester Stallone, por ex-
emplo, que na epoca da pré produção do
filme de 82 já tinha ROCKY no curriculo
(e 3 Oscar). Aliás, Stallone chegou mesmo
a ser sondado para o papel, assim como
Charles Bronson(?). Mas, como sabemos,

62
tudo ocorreu de maneira diferente, Arnold foi
sempre a primeira escolha da produção porque ele
era a encarnação do Conan do Buscema, e o resto
é história. O que não nos impede de fazer exercí-
cios imaginativos! E temos essa imagem para visu-
alizar o que poderia ter sido, o Conan retratado
como Stallone!
Agora, sobre es-
te desenho, mais
uma curiosidade:
ele é de autoria de
Manuel Sanjulian
Jr! Sim, o filho do
conhecido Sanjuli-
an, espanhol que faz
ilustrações fantásti-
cas de Conan até
hoje.
E então? O que
acharam desse "e
se..."?
fórum conan, o bárbaro

Participe do
nosso apoia­se
miscelânea

Salve amigos e amigas que acompanham


nosso trabalho no Fórum Conan. O fórum
tem anos de existência e vem entregando
diversos produtos e materiais para todo o
universo de Conan, Howard, Espada e Fei-
tiçaria e fantasia no geral. Atualmente man-
temos um canal no youtube com resenhas,
estudos e entrevistas, uma revista digital se-
manal com artigos, notícias e curiosidades,
outra revista digital de traduções, um blog
com vários textos, entrevistas e downloads.
Há muito trabalho, amor e tempo envolvi-
do. Estas coisas não se constroem sozi-
nhas... e... precisamos de ajuda. Se você
gosta do nosso trabalho, existe uma manei-

64
ra simples de ajuda-lo que é participando do nos-
so apoia-se. O apoia-se é um site e funciona como
um plano de assinatura onde você pode contribuir
um valor mensalmente. Para participar você cria
uma inscrição no site do apoia-se e escolhe com
qual valor você pode ajudar. Com valores a partir
de 2 reais mensais você já pode contribuir para
que o fórum continue trabalhando e crescendo. É
muito chato ficar pedindo dinheiro... acredite...
nós também não gostamos de fazer isto. Mas, é
importante ressaltar que tudo o que produzimos
é gratuito e não gera nenhum retorno para o fó-
rum... o youtube é o único lugar que gera receita
de anúncios e o valor recebido em cada vídeo fica
na casa dos centavos de dólares.... isto mesmo...
centavos (vou deixar um print para vocês verem).
Um simples video as vezes me toma o tempo de 8
a 12 horas para planeja-lo, estuda-lo, escrever o
roteiro, filmar e editar. E depois ele me da o lucro
de alguns centavos. Isto é desgastante e fica muito
difícil de ampliar nossas atividades desta forma.
Assim... se você gosta do nosso trabalho. Acha
que merece algum tipo de reconhecimento... ve-
nha fazer parte do nosso apoia-se!! É uma ótima
maneira de você nos ajudar e fazer parte do nosso
time.
link do apoia-se: https://apoia.se/forum_co-
nan
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Canecas do fórum
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Guerreiros, agora o Fórum tem parceria


com Don canecas! E o melhor é que JÁ
TEMOS estampas prontas e estão à venda,
peça a sua em:
https://www.doncanecas.com.br/forum-
conan

Tem outras estampas e tipos diferentes


de caneca no site, vale a pena dar uma
olhada!
*imagem ilustrativa.

68
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AGradecimento
A equipe Fórum Conan agradece a
todos que tem colaborado para que o nosso
trabalho continue forte e constante. Para
que o ensinamento do Enigma do Aço
nunca seja esquecido e para que louvemos
sempre o que existe de melhor na vida.
Um Salve a todos os apoiadores!

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