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INTRODUÇÃO

O díodo semicondutor de duas camadas levou a construção de dispositivos de três, quatro e até
cinco camadas, no primeiro capítulo desta pesquisa abordaremos sobre uma família de dispositivos
pnpn de quatro camadas: o SCR (do inglês, Silicon-Controlled Retifier, que significa retificador
controlado de silício, em português), a SCS (chave controlada de silício, do inglês Silicon-
Controlled Switch), a GTO (chave com desligamento na porta, do inglês Gate Turn-off Switch), o
DIAC (do inglês, Diode for Alternating Current, que significa, díodo de corrente alternada) e o
TRIAC (Tríodo de corrente alternada, do inglês Triode for Alternating Current). Esses dispositivos
de quatro camadas com um mecanismo de controle costumam ser chamados de Tiristores, embora
o termo seja aplicado mais frequentemente ao SCR. No segundo capítulo abordaremos sobre
Fototransistor, um dispositivo que funciona baseado no fenômeno da fotocondutividade, ele pode,
ao mesmo tempo, detectar a incidência de luz e fornecer um ganho dentro de um único
componente. Estes componentes serão abordados tendo em conta parâmetros relacionados a seus
princípios de funcionamento e área onde eles podem ser utilizados (aplicações).

OBJECTIVOS
 Gerais
O principal objectivo é abordar sobre os Tiristores e Fototransistores
 Específicos
Explicar sobre o princípio de funcionamento dos Tiristores e Fototransistores.
Descrever as aplicações dos Tiristores e Fototransistores nas diversas áreas.

METODOLOGIA DE PESQUISA
A pesquisa é bibliográfica, embasada em artigos publicados, livros e plataformas virtuais, vídeo
aulas educativas abordando sobre os Tiristores e Fototransistores, especificamente sobre o
princípio de seu funcionamento e de suas aplicações. Para que a pesquisa seja desenvolvida de
maneira satisfatória tem que dispor de informações suficientes para responder ao tema em questão,
e isso se dá através da utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos
científicos. Conforme Andrade (2007, p.121), pesquisa é o “conjunto de procedimentos
sistemáticos, baseado no raciocínio lógico, que tem por objetivo soluções para o problema
proposto, mediante a utilização de métodos científicos”. A presente pesquisa é um relatório, pois
se embasará em trabalhos de pessoas entendidas no assunto. Entende Andrade (2007) que a
pesquisa quanto aos objetivos tendem a ser exploratórias descritivas e explicativas.

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TIRISTORES E FOTOTRANSISTORES .

História do Tiristor

READ e SHOCKLEY (1950), propuseram o “díodo de


Shockley”, um dos dispositivos semicondutores inventados.
Em 1956, Shockley seria um dos 3 ganhadores do prémio
Nobel de Física por ser co-autor do Transistor, o dispositivo
semicondutor tido como uma das mais importantes invenções
[pictures do Shockley, Ebers..]
do século.
O díodo de Shockley era apoiado pela “Lei do Díodo”, ou
“Equação ideal do díodo de Shockley” (conforme descrito por
Sah em 1991) e não tinha conexão de gatilho. Ebers (1952)
estudou o modelo proposto com 4 terminais e funcionalidades
de chaveamento. Moll (1954) aprimorou o dispositivo,
investigando suas atribuições de gatilho, e usando-o como
chave. No fim da década de 1950, a Bell Labs iniciou a
comercialização dos tiristores em escala industrial, o que
acabou tornando o “díodo de Shockley” obsoleto e desde
então, diversas variedades do tirístor foram desenvolvidas
para o mercado.
Das invenções de Shockley, Gordon Moore, John Bardeen,
Robert Noyce e outros, iniciaram-se os laboratórios e
indústrias que foram o polo tecnológico hoje conhecido como
“Vale do Silício”. Daí nota-se a importância que as pesquisas
com semicondutores de tais cientistas tiveram na história
posterior aa sua época. O tirístor por sua vez foi um dos
responsáveis pela grande evolução da eletrónica de potência
a partir da década de 60.

(descrito pela Wikipedia 2010)

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TIRISTORES E FOTOTRANSISTORES .

1. TIRISTOR – definição

O tiristor é um dispositivo semicondutor de quatro camadas (numa sequência p-n-p-n) que tem
dois estados estáveis de operação: um estado que apresenta corrente aproximadamente igual a
zero, e o outro que tem uma corrente elevada, limitada apenas pela resistência externa. O tiristor
possui 3 terminais: ânodo e cátodo, pelos quais flui a corrente, e a porta (ou
gate) que atua como um terminal de controle do tiristor, faz com que se estabeleça a corrente
anódica.

Fig.1: Símbolo do SCR Fig.2: Construção básica do SCR

1.1. Princípio de Funcionamento

Para entender o princípio de funcionamento do SCR , temos que examinar as diferentes maneiras
como ele pode operar. Dependendo da polaridade da tensão aplicada e do pulso de porta dado ao
tiristor, ele pode operar em três modos diferentes que são: bloqueio no modo direcional,
condução no modo direcional e bloqueio no modo inverso.

i) Bloqueio no modo direcional

Neste modo de operação, a tensão positiva é aplicada ao ânodo e a tensão negativa aplicada ao
cátodo, não haverá nenhum pulso aplicado na porta, ela será mantida no estado aberto. Uma vez
que a tensão é aplicada, as junções J1 e J3 serão polarizadas para frente e a junção J2 será
polarizada reversa. Como J2 é polarizado reversamente, a largura da região de depleção aumenta
e ela atua como um obstáculo para a condução, portanto, apenas uma pequena quantidade de
corrente estará fluindo de J1 para J3.

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ii) Condução no modo direcional

O modo de condução directo é o único modo em que o tiristor estará no estado ligado e
conduzindo. Podemos fazer o tiristor conduzir de duas maneiras diferentes, podemos aumentar
a tensão de polarização directa aplicada além da tensão de ruptura ou então podemos aplicar uma
tensão positiva ao terminal da porta.

Quando aumentamos a tensão de polarização direta (aplicada entre o ânodo e o cátodo), a junção
J2 será esvaziada devido à quebra da avalanche e o tiristor começará a conduzir, entretanto não
podemos fazer isso para todos os aplicativos, pois esse método de ativação do tiristor acabará
por reduzir a vida útil do tiristor. Quando se pretende operar o tiristor para aplicações de baixa
tensão aplica-se uma tensão positiva à porta. A tensão positiva aplicada ajudará o tiristor a passar
para o estado de condução. Durante este modo de operação, o tiristor estará operando em
polarização direta e a corrente estará fluindo através dele.

iii) Bloqueio no modo inverso

No modo de bloqueio inverso, a tensão positiva é aplicada ao cátodo (-) e a tensão negativa é dada
ao ânodo (+). Não haverá pulso para a porta, ela será mantida em circuito aberto. Durante este
modo de operação, as junções J1 e J3 serão polarizadas reversamente e a junção J2 terá polarização
direta. Como as junções J1 e J3 são polarizadas reversamente, não haverá corrente fluindo através
do SCR. Embora haja um pequeno vazamento de corrente fluindo devido aos portadores de carga
de desvio na junção J2, não é suficiente ligar o SCR.

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1.2. APLICAÇÕES DO TIRISTOR

Na indústria, os tirístores são comumente usados onde grandes quantidades de corrente e tensão
estão envolvidas, usando a mudança da polaridade da corrente como factor para desligar o
dispositivo. Desde seu lançamento comercial, no fim da década de 1960, o tiristor tem sido
aplicado nas mais variadas situações. São aplicados no uso de circuitos de retardo de tempo, fontes
de potência reguladas, chaves estáticas, controles de motor, inversores, ciclo-conversores,
carregadores de bateria, circuitos de proteção, controles de aquecedores. O TRIAC de baixa
potência é utilizado como controlador de potência para lâmpadas dimmers, controles de velocidade
para ventiladores. Na década de 1970, tirístores foram parte importante da geração de televisores
da época, usado internamente como um SCR em associação com um DIAC para controlar o
fornecimento de potência.

1.3. TIPOS DE TIRISTORES


Os diversos tipos de tirístores hoje existentes no mercado vão de pequenos dispositivos (para baixa
tensão) a tirístores para retificação de alta tensão em corrente contínua (HVDC), portanto os
tirístores mais conhecidos são:

1.3.1. SCR (Silicon Controlled Rectifier) – Retificador Controlado de Silício


Evoluido a partir do díodo de Shockley, o SCR tornou-se o mais popular tiristor, especialmente
pelo seu largo uso na indústria como dispositivo de amplificação e retificação. Resultado das
pesquisas de Moll em 1954, sua diferença para o díodo original de Shockley foi a adição do
terminal de gatilho (porta ou gate) mantendo a estrutura p-n-p-n original. Este dispositivo é
unidirecional, ou seja, conduz em um sentido, retirando ao sinal da porta o SCR não desliga.
Existem dois métodos para desliga-lo: a interrupção de corrente no ânodo e a comutação forçada.

Desta forma, o SCR tem múltiplas atribuições diferentes, sendo por vezes utilizado com mais
eficiência do que transístores (por ter sentido direcional associado com o acionamento por pulso)
e outras vezes sendo utilizado no lugar de díodos como proteção contra sobrecarga de tensão.

1.3.2. SCS (Silicon-Controlled Switch) – Chave controlada de Silício

Também conhecido como tiristor tétrodo, possuí gatilho tanto para o ânodo quanto para o cátodo
e é usado para chaveamento. A presença de dois terminais de gatilho faz com que ele tenha uma
maior precisão de controle (descrito por Kuphaldt, 2000), particularmente sobre o modo de falha

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chamado “comutação forçada”, permitindo que o mesmo seja desligado por uma força extrema
sem necessidade de interrupção na corrente de manutenção.

(a) (b)

Figura. []. Chave controlada de silício (SCS): (a) construção básica; (b) símbolo gráfico

1.3.3. GTO (Gate Turn-off Switch) – Chave com desligamento na porta

O GTO é o tiristor com maior poder para desligamento, pois não somente permite o fechamento
da corrente através de pulso de tensão no gate, mas também permite o desligamento no caso de
inversão da direção da corrente no gate, o que remete a três estados:

 Sem tensão no gate – permanece o estado atual, seja aberto, seja fechado.
 Tensão positiva no gate – inicia ou mantém a corrente entre o ânodo e o cátodo.
 Tensão negativa no gate – o gate assune a passagem da corrente e interrompe a
passagem entre o ânodo e o cátodo.

Figura .[] Chave com desligamento na porta (GTO): (a) construção básica; (b) símbolo

1.3.4. DIAC (Diode for Alternating Current) – Díodo de corrente alternada

O DIAC é basicamente uma combinação paralela inversa de camadas semicondutoras com dois
terminais que permite disparos em qualquer direção. Por permitir corrente bidirecional, não é
adequado classificar seus terminais como ânodo ou cátodo, e devido a essa possibilidade de uma
condição ligado em qualquer direção pode ser usada com grandes vantagens em aplicações CA

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O DIAC (descrito por Sze e Ng, 2007) assemelha-se a um díodo Zener, que permite a passagem
de corrente após a tensão exceder o máximo de camada de ruptura, mais ainda assim é diferente
por permitir a passagem de corrente em ambas as direções.

(a) (b)

Figura .[] DIAC: (a) símbolos; (b) construção básica.

1.3.5. TRIAC (Triode for Alternating Current) – Tríodo de corrente alternada

O TRIAC é basicamente um DIAC com terminal de porta para controlar as condições de condução
do dispositivo bilateral em qualquer sentido. Em outras palavras, qualquer que seja o sentido, a
corrente de porta pode controlar a ação do dispositivo de uma forma muito semelhante a de um
SCR. Uma aplicação fundamental do TRIAC é no controle de fase (ou de potência).

(a) (b)

Fig.[]: TRIAC: (a) símbolo; (b) construção básica.

2. FOTOTRANSISTORES

O Fototransistor é um componente eletrônico cuja sua base é activada por luz. Caso sua base não
tenha contato direto com luz o transistor desliga, porém havendo luz diretamente aplicada na
lente, ele liga tendo fluxo de corrente entre o emissor e coletor. O Fototransistor funciona tanto
por luz visível como também por luz infravermelha [são bastantes usados em controles remotos,
alarme s, trancas elétricas, portas, circuitos eletrônicos de partida, etc.](aplicações)

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Conclusão

Os componentes eletrônicos semicondutores Fototransistor e Tiristores são de grande importância


para criação de circuitos eletrônicos, tanto para circuitos para amplificadores e interruptores de
ação rápida. O fototransistor vem sendo bastante utilizado desde da criação do transístor comum
criação em 1947 pelos físicos John Bardeen e Walter House Brittain, a intenção era criar
dispositivos bem mais compactos e mais econômicos que as válvulas termiônicas, o fototransistor
é uma derivação do transistor comum com modo de funcionamento diferente, porém com a mesma
finalidade. Os tiristores tornaram-se vantajosos no controle de grandes potências, pois são
dispositivos leves, pequenos, confiáveis e de ação bem rápida. É nítido a praticidade e vantagem
do uso desses componentes pois os mesmos não apresentam problemas de desgaste mecânico por
não possui partes móveis.

[ainda por observar – FOTOTRANSISTORES]

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Referências bibliográfica

BOYLESTAD, ROBERT L (2013). Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos, 11a.ed, São


Paulo, Pearson Education.
R. W. Ercikson and D. Maksimovic, Fundamentals of Power Electronics, Springer, Berlin,
Germany, 2nd edition, 2001

Kuphaldt, T. R. (2000). Lessons In Electric Circuits


https://www.allaboutcircuits.com/vol_3/chpt_7/9.html (acessado em 27 de Junho)

Fototransistor . O que são os fototransistores ? www.gta.ufrj.br/grad/01_1/foto/fototrans.htm


(acessado em 27 de junho)

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