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Índice

Introdução........................................................................................................................................2
Significado da Filosofia...................................................................................................................3
Filosofia e Ensino de Filosofia........................................................................................................4
Filosofia ou filosofar........................................................................................................................6
Atitudes do Professor de Filosofia...................................................................................................8
Conclusão........................................................................................................................................9
Referência Bibliográfica................................................................................................................10
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Introdução
No trabalho em curso, poderemos abordar um tema de extrema importância no ramo da educação
e no processo de ensino sobretudo o ensino de Filosofia, pelo facto das dificuldades que a
educação teve e continua tendo para a valorização e implementação desta disciplina no currículo
escolar se faz necessário sabermos quais as dificuldades que fazem com que a filosofia não possa
assumir um estatuto de relevância no seio da sociedade.

Muitas das vezes somos perguntado qual é a utilidade da filosofia e que papel esta desempenha
no desenvolvimento do mundo, é aqui onde entra em questão o tema em curso, destacamos aqui
como deve ser a filosofia no processo de ensino e como deve ser a figura filosofante no processo
de ensino da actividade reflexiva, ou seja, no filosofar. Faremos aqui menção das capacidade que
o docente e futuro docente de Filosofia deve ter para este desempenhar de forma sábia sua
função de professor e de pessoa filosofante.
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Significado da Filosofia

A filosofia sempre foi uma interrogação das coisas essenciais da vida: quem somos, para onde
vamos, de onde viemos e qual o caminho e a chave da felicidade humana. Os gregos, buscaram
responder estas questões, a partir da vida vivida, sem recorrer aos mitos e aos deuses.

Filosofia é a busca de reflexão intencionada, de um pensamento que se pensa a


si próprio e se confronta com todos os outros pensamentos, em busca de melhor
compreender, de melhor eleger valores, de posicionar-se num mundo complexo
e conflitivo (FREIRE, 2000, P:46)

Na visão de (FREIRE 2000, P:24) diz que não há por isso a filosofia, há filosofias. Os caminhos
são muitos. Muitas são as maneiras de configurar os dados da nossa experiência de vida e
emprestar-lhes um sentido. Há aquelas filosofias que inclusive negam tudo, com receio de pedir
emprestado qualquer salva-vidas, apostam no nada, fazem do nada seu sentido - posição
filosófica que se chama niilista nihil(ismo) do latim nada.

Há grandes ambientes filosóficos na vida dos seres humanos no mundo: o conhecimento que
fazemos, a moral que construímos e nos dirige, as acções que realizamos.

Três gonzos se articulam e seguram a filosofia: conhecimento, valores e acção.

Sempre que buscamos a verdade, conhecer, compreender, analisar, temos pelo menos hipóteses
filosóficas ou formas de interpretação acerca do nosso conhecimento sobre o mundo: estamos no
campo da filosofia chamado teoria do conhecimento ou epistemologia, que dirige nossos valores
e acções.

Sempre que julgamos em base de valores, escolhemos um caminho, e rejeitamos outros, nos
conduzimos pelas balizas feitas por nós, em diálogo com nosso grupo, nossa etnia, nossa
civilização. Estamos no campo da ética, da moral, campos dos valores regulados pela filosofia.

Ao realizar uma acção, uma prática concreta, um projecto político, processos educacionais que
criam pessoas, estamos no habitat da filosofia, o campo da praxiologia (agir e pensar o que se
fez, para um novo agir).
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Filosofia e Ensino de Filosofia

O fragmento muito conhecido do protréptico obra de Aristóteles publicado no ano de 1958, P:27
chegado até nós na actualidade em diversas versões doxográficas, diz-nos o seguinte:

Se algo é filosofar, que seja filosofado, se não é de filosofar que não seja filosofado, em todos os
casos, é de filosofar.

A partir dessa linha de abordagem conclui-se que o ensino de filosofia deve ser produção de
filosofia como o fazem os filósofos, partindo, o professor de filosofia deve ser filosofo.

Hoje, o que importa e o que vai determinar a relação estabelecida entre o professor e o aluno é a
maneira que essa relação vai encontrar de alguns mais propensos ao ceptismo e a descrença.

A filosofa “ é por constituição e tendencialmente comunicável”, diz Barata Moura (1987 P.94) e
que mais na medida em que é racional, se congrega numa mesma razão.

Na perspectiva de (MOURA 1973, P.94) diz que o ataque da questão pelo ângulo do ensino visa
a sua expressão institucional imediata descarta ou adia enfoques mais aprofundados. As grandes
finalidades do ensino da Filosofia têm que se obter, pois mediante objectivos mais concertos,
restritos, e além disso, operacionalizado, visto que só assim é possível alcançar aqueles
objectivos.

Na mesma ordem de pensamento (HEGEL 1970, P:94) diz que o ensino existe para motivar a
aprendizagem, orienta-la, dirigi-la, existindo sempre a eficiência da mesma.

Segundo o conceito etimológico ensinar (do latim signare) é colocar dentro, gravar no espírito,
de acordo com esse conceito ensinar é gravar ideias na cabeça do aluno, nesse caso o método de
ensino é o de marcar tomar a lição. Do conceito epistemológico surgiu o conceito tradicional de
ensino: ensinar é transmitir conhecimentos (PILETTI 2004, P:28).

A Filosofia é posta em questionamento por diversos aspectos, desde a sua utilidade e o seu
surgimento, nos colocaremos a destacar algumas dessas questões:

De Princípio - quanto à possibilidade “transcendental” ou fáctica do seu magistério;

De meio – quanto à sua integração no sistema escolar geral: secundário ou universitário e;


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De fim – quanto a utilidade função e eventual ajustamento aos supostos ditos da actualidade
(moderna ou “modernaça”, isto é, pós-moderna).

Sem dúvida que numa das suas reflexões Kant também escreveu, “ Man Kam Keine Philosophie,
Wohlber Philosophien Lernen”, com essa abordagem ele está querer nos dizer que “ não se pode
aprender filosofia nenhuma, mais sim a filosofar.

No contexto kantiano, nitidamente é perceptível em diferentes escritos seus , o sentido máximo é


muito claro e não vai na direcção em que alguns subsequentes o tratavam de interpretar. Segundo
Kant não se pode ensinar filosofia, mais sim a filosofar, por um lado porque ninguém está
integralmente de posse dela.

A filosofia, como sistema de conhecimentos filosóficos, é ainda para Kant “ uma ideia a realizar
“ uma mera ideia de uma ciência possível que em parte alguma está dada em concreto.

Kant é citado com admiração por ensinar, não filosofia, mas a filosofar, como se alguém
ensinasse a carpinteirar, mas a fazer uma mesa , não a fazer uma mesa, uma cardeira, uma porta
um armário.

A filosofia não tem sido reconhecida como um conhecimento, e, que é necessário travar esta
forma de pensar que o homem tem. Todos os dias nos deparamos com algumas questões do tipo
para que serve a filosofia. Ninguém pergunta o mesmo que não saiba para que serve equações 2º
ou 3º grau.

Dai encontra-se a valiosa expressão de Jaspers que afirma: Fazer filosofia é estar a caminho. Em
filosofia, as questões são mais essenciais do que as respostas, e cada resposta torna-se uma nova
questão (JASPERS,1965, P:147).

Daqui provem, em geral, uma sensação de desconforto ou de má consciência para os filósofos.


Objectivo de luta é já precisamente a questão de promover uma efectiva socialização da filosofia,
isto é de saber se sim ou não um dado potencial de critica e fundamentação que, a pesar de tudo
ela envolve deve ou não encontrar-se á disposição e de quem.

Numa sociedade não estabilizada como a nossa, que conhece transformações e conflitos de
interesses a nível estruturais com um grau de agudeza perceptível, que a pesar do controlo sobre
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os meios de comunicação e sistemas de ensino, vide a possibilidade de debates e esclarecimentos


das questões, estes problemas são, ao nível que lhes é próprio, decisivo.

Filosofia ou filosofar

A historicidade da filosofia é um problema realmente vivido, estamos á nossa maneira e com as


nossas limitações, a modelar, a constituir, a determinar concretamente essa historicidade.

Não estamos apenas a contemplar uma história que os outros fizeram, estamos também a fazer a
nossa história por essa razão por um lado temos o aluno, o jovem que se mobiliza o futuro, por
outro o professor, aquele que procura um futuro melhor e que tomou como sua tarefa de o
construir e existe uma terceira tarefa que engloba os métodos de ensinar.

Abordando em primeiro lugar a questão dos jovens e do ensino secundário, pode-se dizer que a
idade em que os alunos se encontram neste grau de escolaridade tem tanto de difícil quanto de
vantajoso, a adolescência é uma altura de crise onde, os alunos criticam tudo aquilo que lhes
rodeia, não só as ordens e preceitos dos adultos mas também o pouco que conhecem da
sociedade.

É nesta crítica constante dos valores preceitos que precedem o aluno que o papel do professor faz
sentindo, uma vez que este pretende formar melhor um futuro para os jovens.

A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas,
não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram, homens que sejam criadores,
inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em

condições de criticar, verificar e não aceitar tudo o que a elas se propõe, ( PIAGET

1983, P:105).

Sendo assim, é importante que a filosofia ganhe acentuações específicas adaptadas às linhas de
formação prosseguidas nos diferentes níveis e pelos diferentes percursos e é importante munir o
docente de filosofia ou seja, o filósofo tem conhecimentos filosóficos.

Vou afirmar que um professor de filosofia é aquele que ensina de tudo, consegue
construir um espaço de problematização compartilhando com os seus alunos.
Ensinar filosofia é antes de mais nada ensinar uma atitude em face da realidade,
diante das coisas, e o professor de filosofia tem que ser, a todos momentos,
consequente com esta maneira de orientar o pensamento, ( CERLLETI 2003,
P:62).
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Ser professor não é uma virtualidade potencial que se adquire teoricamente e se comprova por
um diploma. Não se é professor antes de ensinar, é se professor ensinando, se o ensino de
filosofia é todavia mister não reduzir a filosofia ao ensino de filosofia em sentido restrito.

Com esta questão propomos que nos dediquemos a clássica questão que se levanta sobre a cisão
entre filosofia e filosofar. É clássico citar Kant quando se pretende defender que não é possível
ensinar a filosofia, mas sim a filosofar. Para Kant, a filosofia é um saber que esta sempre
incompleto, pois esta em movimento, sempre aberto, sempre sendo feito e se revendo e por isso
não pode ser capturado e ensinado. Nunca se realizou uma observação filosófica que fosse
duradoura em todas suas partes. Por isso não se pode em absoluto aprender filosofia porque ela
ainda não existe (KANT 1983, P:407).

Lemos em Kant na conhecida critica da razão pura só é possível aprender a filosofar, ou sejam,
exercitando o talento da razão fazendo-a seguir seus princípios universais em certas tentativas
filosóficas já existentes ma sempre reservando a razão e o direito de investigar aqueles princípios
até mesmo em suas fontes confirmando-os ou rejeitando-os.

Esta afirmação de Kant “ a autonomia da razão filosofante” se contrapõe geralmente o


exemplo de Hegel ao afirmar que quando se conhece o conteúdo da filosofia não apenas
se esta apreendendo a filosofar mas que já se esta filosofando propriamente “ Dai que,
para ele não é possível ensinar filosofia sem filosofar nem filosofar sem fazer filosofia
porque a filosofia não é um sistema acabado nem o filosofar, apenas a investigação de

princípios universais propostos pelos filósofos” ( GALLO & KHON 2000, P:184).

Entendemos, então, que não é possível desunir filosofia de filosofar pois os dois são uma mesma
coisa, o filosofar é uma disciplina no pensamento que ao ser operada vai produzindo filosofia e a
filosofia é a própria matéria que gera o filosofar.

Atitudes do Professor de Filosofia

Filosofia é um conhecimento que sempre esta em constante debate dependendo de cada época,
na idade antiga os filósofos primeiros procuravam descobrir a origem do universo e as coisas
ultimas, assim no final da idade media o homem começa a se descentralizar da religião
procurando transcender indo além daquilo que esta ao seu alcance, e, é dai que propomos um
desafio para o professor d filosofia, o docente de filosofia deve este assumir a sua actividade não
simplesmente como uma profissão mas desejar fazer da filosofia um manual d instruções que
concede ao homem modos do bom viver, fazer suscitar duvidas e inquietações dos seus alunos,
assim, este poderá desenvolver sua actividade filosófica em vários lugares e ocasiões.
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dizer que o professor de filosofia produz filosofia em sala de aula com os alunos não
significa afirmar que ele o faça apenas lá e apenas com alunos. O professor pode (e deve)
desenvolver seu trabalho de filósofo em outros grupos ou sozinho. Envolvido com seu
trabalho como professor ele terá que estar a todo momento avaliando seus cursos e suas
acções, assim estará necessariamente envolvido com a filosofia do seu ensino e com a
filosofia da educação. Poderá promover reflexões solitárias ou em grupos, poderá
produzir textos, participar de congressos, entre outras actividades. Da mesma forma que
poderá estar envolvido com outras questões e desenvolver trabalho filosófico na

universidade ou fora dela (LANGÓN 2003, P:109)

O professor de filosofia não só deve ser professor mas deve ser também filosofo, uma vez que a
filosofia se diferencia da matemática, física e álgebra a filosofia acontece com base em reflexões
e criticas relevantes a uma determinada situação e num determinado momento e assim, o
professor de filosofia se requer que tenha a habilidade de situar correctamente os contextos
filosóficos, guiar a aula seguindo exemplos, padrões e contextos filosóficos para facilitar e
permitir uma mentalidade reflexiva e critica por parte dos alunos.

Para ensinar filosofia não requer exactamente o domínio dos procedimentos que se tem nos
manuais a cerca do ensino de filosofia, mas sim requer estratégias do docente de filosofia, e este,
deve ser preparado para controlar o processo de ensino.

Não há manuais para as aulas de filosofia. Não é possível fazer um manual para algo que
ainda não veio a ser. Há sim, no mercado editorial, livros para o ensino de filosofia. Mas
estes não podem servir para nada além de, no máximo, trazer elementos para a criação
própria e fresca de cada professor para cada aula. O que equivale dizer que o professor
deve ser o criador de instrumentos e estratégias. A cada diferente grupo, a cada diferente
ano ou escola, é necessário inventar os personagens coadjuvantes das nossas aulas.
Alguns se prestam a ser repetidos, outros não. Assim o professor-filósofo é também um
artesão. Ele vai confeccionar exercícios, vai seleccionar textos, ele vai criar actividades e
jogos. E assim, exercitando sua criatividade, será também modelo de criatividade.

(FREIRE 2006, P:105).


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Conclusão

Terminado o trabalho, constatamos que a filosofia é indispensável na vida do homem, embora o


mesmo esta praticando sem o saber, é a filosofia que desenvolve nosso raciocino como pessoas
pensantes e que, para seu ensino é de extrema importância que o cidadão dado a profissão de
professor de Filosofia não o deve fazer como uma simples profissão, mas como um modelo de
vida inspiradora tanto para os seus alunos assim como para a sociedade onde este esta inserido.

O professor de filosofia deve estar munido de criatividade, agilidade na reflexão, deve estar
informado sobre o mundo e este deve estar preparado para ensinar aos seus alunos de como estes
podem expor suas ideias e pensamentos sobre diversos assuntos, pois, uma didáctica especifica
de filosofia poderá não ser uma forma correta de ensino desta disciplina porque o pensar vai de
acordo com o período em que pensa, mas o mundo esta em constante evolução e as necessidades
do homem estão cada vez mais presentes dai que surge a necessidade do docente de filosofia
saber pensar e saber fazer a filosofa a seu tempo, porque pode este encarrar questões do tempo
presente colocadas pelos alunos e pela sociedade, e, se exige que o docente de filosofia saiba
debater e discutir tais questões
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Referência Bibliográfica

ARISTÓTELES. Ética a Nicôm aco. Traduzido por Edson Bini. 2. ed. Bauru, SP: edipro, 2007.

CERLETTI A. Ensino de filosofia e filosofia do ensino filosófico. In: gallo, Vozes, Petrópolis,
2003.

FREIRE, Paulo, Pedagogia da Autonomia, 3ºEd, CNT, Brasília, 2004.

_________________, A importância do ato de ler, Cortez São Paulo, 2006.

GALLO, S.; KOHAN, W, Filosofia no ensino médio, Petrópolis: Vozes, 2000.

HEGEL, O grande legado da filosofia de Hegel, Wilhelm, S. Paulo, 1970.

JASPERS, Karl, Introdução ao Pensamento Filosófico, Tradução de Leônidas Hegenberg e


Octanny Silveira da Mota, São Paulo, 1965.

LANGÓN M. Filosofia do ensino de filosofia, In: gallo, s.; cornelli, g.; danelon, Vozes,
Petrópolis, 2003.

MOURA, José Barata, Filosofia e Ensino de Filosofia, Hoje, in «Rev Logos, Lisboa, 1995.

PILETTI, Claudino, Didáctica Geral, Editora Ática, 2Ed, São Paulo, 2004.

PIAGET, Jean. A Epistemologia Genética. Sabedoria e Ilusões da Filosofia, São Paulo: Abril
Cultural, 1983.

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