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Assim, são planejadas formas não convencionais para que os públicos explorem os
acervos, com recursos digitais que os ajudam a superar a sensação de isolamento que
costumam ter, em suas visitas ao museu (SIMON, 2012). Tem-se um tipo de
socialização, intermediado pelo digital, que se adequa aos protocolos de distanciamento
social em vigor durante a pandemia e aos que deverão ser seguidos após a crise. No
Museu de Arte de Cleveland, a socialização se dá por meio do aplicativo ArtLens for
Slack. Ele foi estruturado com base no fato de que, durante a pandemia - e estima-se que
após - as pessoas trabalharão, cada vez mais, de forma remota. O projeto propõe uma
plataforma online de co-working, nos moldes das plataformas Zoom e Google Meet,
cujo diferencial está em colocar o acervo digital do museu à disposição dos usuários,
para curadorias e mediações colaborativas. A fruição artística não se dá em ambiente
dedicado à arte, que requer concentração, e sim em ambiente de trabalho que propõe
uma fluidez nesse processo. As obras de arte, em sua versão digital, são elementos
propulsores do relacionamento entre as equipes de trabalho, ajudam a criar laços
emocionais, favorecem o engajamento e a interatividade com o museu. Tudo se conecta
à missão deste, que é criar experiências transformadoras através da arte, para o
benefício de todas as pessoas, em caráter permanente. Por meio da tecnologia, as
pessoas podem melhorar a qualidade do tempo que passam juntas, desenvolvendo um
olhar sensível e colaborativo em relação à arte e às conexões que criam umas com as
outras.
Fonte: potiondesign.com
Conclui-se que os museus, no contexto pandêmico e pós-pandêmico, tendem a
funcionar como hubs criativos que mobilizam pessoas em torno de recursos digitais
para pensar em experiências não lineares, colaborativas, inclusivas. Nesse sentido, é
fundamental perceber que não há apenas um modo dos sujeitos se engajarem nas
propostas participativas dos museus. Há os que querem trocar informações, buscando
organizar e classificar o acervo, outros querem socializar, partilhar histórias
relacionadas aos objetos do acervo. Existem, também, os que querem intervir neles,
remixá-los, tomando parte em processos criativos, imersivos, interativos que envolvem
ferramentas digitais. As dinâmicas de reimaginar passam, então, pela construção de
relações empáticas entre as pessoas, e entre elas e os museus. Tem-se o princípio de que
tudo pode ser abordado de múltiplas perspectivas, sendo que as sobreposições de
camadas de sentido permitem às pessoas contato com realidades e histórias plurais.
Esse fato contribui, em última instância, para um repensar da função sociocultural dos
museus, colocando-os em uma rota futura que enfatiza o componente humano da
evolução tecnológica.
Referências
GOBIRA, Pablo. Museus e paisagens culturais pós-digitais. In: GOBIRA, Pablo (org.).
Percursos contemporâneos: realidades de arte, ciência e tecnologia. Belo Horizonte, Ed.
UEMG, 2018.