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Xangô é um orixá muito forte e poderoso que tinha 3 esposas.

Uma era a maior guerreira já


conhecida, chamava-se Obá. Obá quer dizer “A mais guerreira”, é o empoderamento da
mulher, possui 8 dedos apenas nas mãos, mas maneja todas as armas já inventadas pelo ser
humano. Essa Deusa lutou com os orixás mais poderosos e venceu.

Contam nossos anciãos que ela só não venceu Ogum, orixá da guerra, senhor do mundo e do
ferro, porque ele fez um ebó... Fez encantamento!

Obá é a líder da sociedade Elekô, e é a mais velha das esposas de xangô. A segunda esposa traz
consigo a leveza e o balanço das águas doces: Oxum. Oxum é o orixá da beleza, da riqueza, da
musica e da dança. De todas as artes e de todos os perigos. É preciso saber lidar com ela, Oxum
não demonstra nada. Ela demonstra uma coisa que todo mundo quer possuir. Ela é bonita, mas
não se sabe o tamanho do perigo que ela esconde.

A terceira esposa é a mais jovem, mas também muito poderosa: é a guerreira Oyá. É a única
orixá que domina o dom de separar a vida do corpo humano, Oyá domina o fogo e traz consigo
a morte.

Essas são as três esposas de Xangô. Xangô está se preparando pra fazer uma guerra, chama
então suas três esposas. Chama Obá, obviamente ela vai. Chama Oyá, obviamente ela vai.
Chama Oxum, mas ela é totalmente diferente das outras duas esposas. Cada uma tem um
palácio, Xangô reúne todas no palácio de Oxum, mas chegando a encontra super descontente.
Fala então com jeitinho:

- Minha encantadora esposa, vamos à guerra?

Oxum faz:

- Hmhmmm

- Minha bela esposa, vamos à luta?

Oxum faz:

- Hmhmhmmmm

- Só se você mandar buscar o meu trono.

Xangô diz:

- Vão buscar o trono de Oxum.

Buscam o trono de Oxum e ela senta. Xangô faz a terceira pergunta:

- Minha encantadora esposa, vamos à luta?

- Só se você buscar meu abebé.

Abebé é uma insignia que todas as rainhas yorubás usam. Xangô manda buscarem o abebé de
Oxum, e sentada no trono com sua insignia Xangô pergunta:

- Minha bela esposa, vamos à guerra?

- Mande trazer minha faca e minha boneca.


Xangô manda buscarem a faca e a boneca de Oxum.

Sentada, Oxum começa a se balançar, com o abebé e a faca numa mão e a boneca na outra
Oxum se balança... Xangô já se vendo sem tempo diz:

- Uma mulher que se balança em um trono, com uma boneca, uma faca e um abebé não quer
guerrear. Deixemos Oxum aqui!

Ela permanece exatamente no mesmo lugar. Acontece que existe um orixá que nunca deixa
Oxum abandonada. Chama-se Oxumaré e tem o dom de se apresentar em três formas: hora é
uma cobra, hora é o arco-íris, hora é humano. Oxumaré é o orixá protetor da república no
benin (benan), é uma cobra sagrada. Oxumaré diz a Oxum que nunca vai deixá-la, que vai estar
sempre próximo e atento a ajudá-la.

Enquanto Oxum permanece em seu trono sem se importar, Xangô obviamente, ganha a guerra.
Os outros que estavam guerreando passam pela frente do palácio de Oxum fugindo. Era comum
nesses tempos de guerra, porque vocês já devem ter ouvido falar que muitos dos orixás foram
gente como nós que por seus poderes característicos foram benificadas e unidas a algo da
natureza. Então era comum, que ao ganhar uma guerra um rei degolasse seu oponente na
frente de seus guerreiros e esposas, e pôr a sua coroa na cabeça. Subjulgava todas as filhas e
esposas e matava os guerreiros para que eles não se vingassem, espoliava, tirava todos os
pertences do reino perdedor. Era assim a guerra naqueles tempos.

Quando está voltando Xangô diz:

- Vamos passar por Oxum, mas ela não ganhará nada, pois não quis guerrear conosco.

Todos os espólios já haviam sido divididos entre quem havia ido lutar, como era comum
naquele tempo. Quando está voltando Xangô faz o seguinte gesto ( faz gesto de reprovação com
a boca). Esse gesto é pejorativo entre o povo yorubá de candomblé. Isso quer dizer “nada” ou
“dúvida”. Xangô faz isso porque sente o cheiro da morte, a morte tem cheiro.

E sabe o que acontece? Os guerreiros vem fugido do palácio de Xango, e Oxumaré como era o
Arco-íris manda avisar Oxum, dizendo pra ela sair do palácio porque muitos inimigos de
Xangô, que tinham sobrevivido estavam fugindo pra aquela direção.

-Oxum faz a expressão de indiferença. Manda ele se acalmar.

Ela começa então a fazer muitos abaras. Abará é um prato típico da culinária africana, e pede
pra que sua serviçais coloquem na porta do palácio, ante de sair Oxumaré diz:

- Eu vou com você!

Oxum, diz que não quer ninguém com ela, porque ela sabe o que está fazendo. Oxum só pedi
que sua serviçais coloquem os abaras longe da porta. Quando chega em uma certa distância ela
abre os abaras e entra no meio deles, e quando ela fazendo isso, ela vai se transformando em
água e se transforma em um rio muito forte, caudaloso, esse rio tem um ruído muito forte. Ela
sabe onde estão os inimigos de Xangô, porque Oxumaré tinha falado, então ela enforma de água
vai se dirigindo ao local com os abaras.

Então o abara começa a flutuar sobre o rio, e o que chama atenção da gente em uma comida?

- Ô cheiro!
Então quando os abaras estão flutuando em cima do rio, eles começam a cheirar, e os inimigos
de Xangô começam a sentir o cheiro que saia da comida e ouvir o barulho da água, e esses
inimigos estavam com fome e sede, mas só que antes dela desaparecer totalmente ela faz
assim: (faz gesto de assopra com a mão embaixo da cabeça) ela solta um axé em cima dos
abaras

Quando esses inimigos escutam o barulho da água eles começam a correr em direção ao barulho
e quando eles encontram o rio com aqueles abaras eles se jogam dentro do rio, porque de água
e comida era o que eles precisavam, então eles bebem água, comem e tomam banho, e o rio
começa a secar, conforme o rio vai secando eles vão tendo um torpor, o rio vai diminuindo e
voltando para o lugar de origem e os inimigos ficam ali e nunca mais acordam. Foi o cheiro que
Xangô sentiu, os inimigos sentiam o cheiro do tempero da comida, Xangô sentia o cheiro da
morte, quando ele sente o cheiro da morte Iansã está com ele e diz não por ai não. Quando
Iansã ia pedir pra Xangô para ele ver todos os cadáveres dos inimigos todos no chão. Xangô é
um orixá que não gosta de ver cadáver, vocês sabem como Xangô mata seus inimigos?

- Com as pedras do raio, ele é o dono do raio, relâmpago e trovão, então como ele não gosta de
ver cadáver ele lança o raio nos inimigos e essa raio consome os inimigos. Não sei se voces já
viram um raio caindo, onde ele cai desaparece tudo que toca.

Então ela desvia o caminho dele, imediatamente Xangô lembra de Oxum, até porque ele é
apaixonado por ela, então ele vai desesperado em direção ao palácio e Iansã então diz.

- Vamos desviar do caminho, que ela está bem.

E quando Xangô chega ele encontra Oxum no mesmo lugar, com uma faca e um abebé numa
mão, uma boneca no colo e tranquilamente e calma onde ele havia deixado. Oxumaré vem e
recebe Xangô porque fundamentalmente e historicamente existe uma ligação entre os dois,
uma amizade, porque um é o fogo e o outro é a água, Oxumaré é quem resfrio o palácio de
Xangô, ele que dá o equilíbrio na temperatura no palácio.

E Oxumaré conta que Oxum derrotou sozinha todos os inimigos de Xangô

Xangô se espanta e pergunta como ela tinha conseguido isso e Oxumaré conta detalhe por
detalhe como Oxum derrotou seus inimigos.

Xangô então chega pra todos os seus guerreiros e diz:

- A cada um de vocês oferecerá à Oxum uma parte de seus espólios, porque ela sozinha
derrotou todos os meus inimigos. Então todos eles tiveram que tá uma parte de seus espólios
pra ela, e ela se tornar mais rica do que já era, porque ela é o orixá da riqueza.

Então foi graças ao abara que ela fez um encantamento que destruiu todos os inimigos, porque
ela é muito inteligente, ela sabe como usar os poderes dela sem muito alarde ela é muito sutil.

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