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PRINCÍPIOS DA NUTRIÇÃO
O recebimento das
quantidades ideais de alimentos
e nutrientes proporciona ao
corpo humano um
funcionamento correto,
resultando em uma boa saúde e
um organismo resistente às
enfermidades.
Quando, por qualquer
motivo, uma pessoa necessita
ficar internada em uma unidade
hospitalar é fundamental uma
ingestão nutricional específica para ajudar no processo de recuperação.
A nutrição clínica é a responsável pelo gerenciamento do balanço
energético dos pacientes, assegurando que eles ingiram quantidades
suficientes de líquidos e nutrientes como vitaminas, lipídios, minerais, glicose e
proteínas. Um cardápio hospitalar de boa qualidade garante que a maioria das
pessoas internadas tenham as suas necessidades nutricionais atendidas.
O Profissional de Nutrição
O profissional nutricionista
que atua em nutrição clínica
pode realizar seu trabalho em
consultórios particulares ou
públicos, clínicas, creches, asilos
ou SPAs, e também em
enfermarias, lactários ou bancos
de leite humano.
A nutrição clínica tem o
intuito de combater os problemas
de saúde causados por uma
alimentação inadequada e insuficiente em vitaminas, nutrientes e proteínas. No
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caso de pacientes clínicos ou hospitalares, uma alimentação balanceada
garante uma série de benefícios para os indivíduos, por exemplo:
• Melhoria na cicatrização de ferimentos;
• Redução na incidência de complicações clínicas;
• Diminuição do tempo de uso de ventilação mecânica;
• Redução na taxa de infecções;
• Diminuição do tempo de internação hospitalar;
• Elevação da mobilização e convalescência;
• Aumento da taxa de sobrevivência;
• Melhoria na qualidade de vida do paciente.
Depois que são submetidos aos tratamentos utilizados por meio da nutrição
clínica, os pacientes apresentam uma melhora considerável. Para ilustrar,
depois que os enfermos recebem nutrição parenteral suplementar para
preencher a lacuna nutricional deixada pela nutrição enteral, há uma
diminuição média de 11% no
número de infecções
hospitalares, em comparação
com aqueles que são tratados
apenas via nutrição enteral.
O atendimento clínico é
realizado individualmente. O
nutricionista faz um diagnóstico
nutricional para elaborar uma
dieta que atenda às
necessidades do paciente.
Para isso, investiga o estado
de saúde do paciente, seus hábitos alimentares e seu estilo de vida.
A análise de saúde é feita através de medições de peso, altura, quantidade
de gordura e massa muscular. O nutricionista solicita exames bioquímicos,
como exames de sangue e urina, para complementar sua análise. Além disso,
o nutricionista faz uma série de perguntas ao paciente para investigar o
histórico familiar de doenças, seus hábitos alimentares e qual é o seu estilo de
vida (se costuma se exercitar, se trabalha em escritório, se o trabalho exige
força física, etc.).
Através desta análise, o nutricionista pode estabelecer uma dieta específica
para cada paciente, seja para fins estéticos ou para adequar a alimentação em
função de algum problema de saúde (diabetes, obesidade, cardiopatias etc.).
Caso o paciente esteja fazendo algum tratamento de saúde (seja em casa ou
internado em hospital), o nutricionista acompanha este paciente, prescrevendo
e adequando sua dieta para cada fase do tratamento.
O nutricionista promove a educação alimentar, orienta o paciente sobre
como combinar os alimentos, o que deve ser priorizado na alimentação e o que
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deve ser evitado. Esta educação alimentar permite ao paciente fazer suas
próprias escolhas e montar seu cardápio conforme suas necessidades.
Como nutricionista clínico, o profissional pode trabalhar em hospitais,
clínicas, ambulatórios, consultórios ou realizando atendimento domiciliar.
Dieta modificada
Dieta modificada é aquela que,
em qualquer de suas características
físico-químicas, necessita ser ajustada a
uma alteração do processo digestivo ou
de funcionamento geral do organismo,
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sendo modificada a partir da dieta normal.
Sob esse aspecto, as dietas hospitalares são divididas em duas categorias:
Dietas de Rotina
Apresentam mudanças físicas nas suas características e são conhecidas
pelas modificações de consistência. Além disso, podem ser usadas de forma
sequencial na progressão da alimentação de um indivíduo doente. São elas:
dieta geral ou normal, branda (leve), pastosa, semilíquida e líquida (geral e
restrita).
Dieta semilíquida
Fornecer uma alimentação
que dê repouso digestivo ou
quando os alimentos sólidos não
são bem tolerados. Exclui a fase de mastigação.
É constituída de preparações mistas, as quais contém líquidos mais
substâncias sólidas, que formarão um líquido mais espesso, com pouca fibra.
VET: em torno de 1600 kcal.
Alimentos permitidos: água e infusos, sucos coados, purê de vegetais, caldos
de carnes e vegetais, sopas espessadas, liquidificadas ou cremes, leite ou
coalhada, creme de leite, queijos cremosos, margarina, frutas em papas ou
liquidificadas, sorvetes, gelatinas, pudins, cremes, farinhas.
Volume e horário: normal.
Número de refeições: 4 a 6 por dia.
Observações: Pode-se enriquecer as preparações com farinha (15%), clara e
gema de ovos, hidrolisados protéicos, óleo vegetal, creme de leite ou leite em
pó e outros.
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Dieta líquida completa
Facilitar o trabalho
digestivo, a mastigação e a
deglutição. Proporcionar
repouso gastrointestinal
maior do que nos casos
anteriores.
É constituída de alimentos
líquidos espessos,
fracionada e pobre em
fibras. Apresenta
temperatura corporal.
VET: em torno de 900 kcal.
Alimentos permitidos: sucos de frutas coados ou diluídos, caldos de vegetais
e sopas coadas, maisena a 3%, leite, iogurte, ovos, gelatina, cremes e
sorvetes, café, sustagem, novomilke, soymilke, sustacal e outros suplementos.
Volume da refeição: 50 a 200 ml.
Horário: 2/2h ou de 3/3h.
Número de refeições: 6 a 8 por dia.
Observações: deve ser oferecida durante um curto período de tempo, atenção
aos pacientes com intolerância à lactose.
Líquidos Claros
Seu objetivo é fornecer
líquidos para prevenir a
desidratação, minimizar o
trabalho do trato
gastrointestinal para o
preparo de exames ou
cirurgias. Por ser uma dieta
muito restritiva em nutrientes
e em calorias não deve ser
utilizada por mais de três
dias. Sua composição é alimentos translúcidos: caldos líquidos de hortaliças,
sucos coados, chá de ervas, gelatina.
Normal (Geral)
É a consistência dos
alimentos mais comum à
alimentação humana.
Alimentos tanto cozidos como
crua em uma mesma
refeição. Utilizada quando
não há restrições de
consistênc ia. Fornece todos
os nutrientes e calorias de
maneira mais completa.
Não há restrição nos alimentos e nas consistências oferecidas.
Dietoterapia
É o tratamento de pacientes doentes por meio da alimentação –
intolerantes ao glúten e lactose, e a fenilcetonúria (mal caracterizado pela falta
da enzima que metaboliza o aminoácido fenilalanina, podendo levar a
deficiência mental), por exemplo. Ela ajuda a diminuir ou excluir as substâncias
que causam mal-estar ao organismo. A dietoterapia também é fundamental
para pacientes que sofrem de doenças como obesidade, diabetes, AIDS,
alterações gastrointestinais, câncer, doenças renais e cardiovasculares. Nestes
casos, a dietoterapia é coadjuvante, ou seja, colabora para a melhoria dos
pacientes, mas, eventualmente, pode ser indicado tratamento medicamentoso
e/ou cirúrgico. Em todo caso é importante o acompanhamento de um
nutricionista, que indicará a alimentação mais adequada.
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A dietoterapia tem como base o que Hipócrates, um dos pais da
medicina da Grécia Antiga afirmou
“que o seu remédio seja o seu
alimento, e que o seu alimento seja
também o seu remédio”. Sendo
assim, é possível afirmar que a
dietoterapia nada mais é do que
um conjunto de métodos utilizados
pelo profissional da saúde –
principalmente o fisioterapeuta –
com base em alimentos tanto para
a prevenção, como também para o
tratamento de diversas
enfermidades.
Dessa forma, o seu principal intuito é oferecer para o organismo, que
possivelmente estará debilitado, todos os nutrientes capazes de melhorar e
manter a saúde do paciente bem. Tais nutrientes são oferecidos então por
meio dos alimentos que mais se adéquem com base na condição patológica do
paciente, levando também em consideração as suas características
psicológicas, físicas e sociais.
Para que a dietoterapia dê certo, ela deve estabelecer como base todas
as necessidades da pessoa em questão, seja de recuperação ou então da
própria manutenção da saúde. Existem dietoterapias específicas
para diabéticos, para pessoas com pressão alta ou colesterol ruim alto, para
pessoas que carecem de proteínas ou as tem demais e assim por diante.
Conheceremos um pouco sobre as mais conhecidas a seguir.
A finalidade básica da dietoterapia é oferecer ao organismo debilitado os
nutrientes adequados da forma que melhor se adapte ao tipo de condição
patológica e características físicas, nutricionais, psicológicas e sociais do
indivíduo, recuperando-o.
Para isso, é
necessário que se
estabeleça se as
necessidades do indivíduo
são de manutenção ou de
recuperação. De uma forma
mais didática
apresentaremos abaixo os
objetivos da dietoterapia
melhor visualizados:
➢ Recuperar e/ou
manter o estado de saúde, levando o paciente às suas atividades
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normais
➢ Ajustar a dieta à capacidade do organismo em digerir, absorver e tolerar
determinados alimentos, bem como à capacidade em metabolizar os
nutrientes.
➢ Contribuir para compensar estados específicos de deficiência nutricional.
➢ Estimular e/ou dar repouso a um determinado órgão.
➢ Educar pacientes e familiares para aquisição de hábitos alimentares
compatíveis com a saúde e com seu estilo de vida.
➢ É conveniente manter o peso corporal adequado.
➢ Para manter uma boa saúde é aconselhável consumir alimentos
variados.
➢ As dietas com pouco gordura são usadas para prevenir doenças
cardiovasculares.
➢ O consumo de açúcar deve ser feito com moderação.
➢ Os alimentos fritos, defumados e curados devem ser limitados.
➢ A ingestão de sal deve ser moderada.
➢ Alguns hábitos não são recomendados para a saúde, tais como o
consumo excessivo de álcool, tabaco e bebidas adoçantes artificiais.
NUTRIÇÃO HOSPITALAR
Área de administração
Com um nutricionista responsável técnico (RT) pelo setor, gerenciando e
coordenando a unidade. Com relação a esta coordenação, pode haver um
coordenador de nutrição clínica e outro coordenador da unidade de
alimentação e nutrição, ambos, obrigatoriamente nutricionistas.
Nutrição enteral é o
nome que se dá a um tipo de
tratamento destinado a
indivíduos que não podem ou
não conseguem se alimentar
totalmente pela boca, a
despeito de contarem com a
integridade do aparelho
digestivo. Assim, esses
pacientes recebem a
alimentação por meio de um
tubo ou sonda flexível.
Essa via alternativa de alimentação pode ser introduzida pelo nariz e
posicionada no estômago (a sonda nasogástrica) ou no intestino delgado (a
sonda nasoentérica). Também pode ser acoplada direto no abdômen com uma
punção ou pequeno corte e direcionada ao estômago (gastrostomia) ou ao
intestino (jejunostomia). Por conta disso, os alimentos são administrados em
forma líquida para fornecer todos os nutrientes de modo similar ao que se
obteria pelo consumo de comida — tanto em qualidade como em quantidade. A
nutrição enteral visa, portanto, oferecer tudo de que uma pessoa necessita
diariamente: carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e água.
O Ministério da Saúde define nutrição enteral como todo e qualquer
“alimento para fins especiais,
com ingestão controlada de
nutrientes, na forma isolada
ou combinada, de
composição definida ou
estimada, especialmente
formulada e elaborada para
uso por sondas ou via oral,
industrializado ou não,
utilizada exclusiva ou
parcialmente para substituir
ou complementar a
alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas
necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar,
visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.”
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Tal terapia é muito comum em hospitais, principalmente nas unidades de
pacientes críticos ou que tenham passado por cirurgia, mas também é
disponibilizada nas unidades clínicas. Hoje, muitos pacientes recebem alta do
hospital e continuam com a nutrição enteral em casa. Essa opção tem a
finalidade de proporcionar maior conforto e convívio familiar. Tudo para auxiliar
na recuperação.
A dieta usada na
nutrição enteral pode ser
industrializada ou não. As
fórmulas de nutrição enteral
que não são
industrializadas são
chamadas de artesanais,
pois são aquelas
preparadas manualmente
pelo próprio paciente ou
cuidador por meio da liquidificação de alimentos in natura. Entretanto, muitos
são os problemas relacionados a esse preparo, tais como contaminações
microbiológicas, falta de estabilidade, incerteza sobre a composição de
nutrientes e sua absorção. As fórmulas de nutrição enteral industrializadas
levam vantagem na medida em que apresentam estabilidade, composição
nutricional e osmolaridade definidas e controle microbiológico. Isso permite que
seu uso seja feito com maior segurança.
O manejo da dieta enteral em casa não é fácil, principalmente quando
em uso de nutrição enteral artesanal e, por isso, o paciente ou cuidador pode
acabar desistindo dessa terapia, agravando o quadro clínico e nutricional. É
importante lembrar que quando a nutrição enteral está de acordo com as
necessidades do paciente e atende aos critérios de segurança alimentar tende
a ocorrer uma redução no risco de complicações, internações e mortalidade.
A dieta enteral não termina com a escolha dos ingredientes e o preparo
da dieta. Outros cuidados, como a conservação da fórmula, higiene dos frascos
e dos equipamentos de administração, são indispensáveis. Além disso, deve-
se ter atenção com a manutenção da sonda de modo a evitar a interrupção do
tratamento, sofrimento e prejuízo na recuperação do paciente.
A água tem duplo papel na terapia de nutrição enteral. Além da
hidratação, item de máxima atenção em idosos por sua propensão à
desidratação, é responsável também pela permeabilidade da sonda, devendo
ser administrada rigorosamente após a infusão da dieta ou de medicamentos,
evitando, assim, sua obstrução.
Outro ponto de grande relevância é observar a troca frequente da
fixação da sonda, mantendo-a limpa e segura. A medida reduz o risco de
deslocamento do tubo, o que contribuiria para a infusão da dieta na traquéia e
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nos pulmões do paciente, podendo causar pneumonia e morte. Também com o
objetivo de diminuir esse risco indica-se que o paciente receba sua dieta em
posição sentada ou com a cabeceira da cama elevada entre 45 e 90º,
buscando evitar o refluxo e a aspiração do alimento.
A manutenção ou recuperação do estado nutricional é fundamental para
que o indivíduo reaja adequadamente às agressões de doenças, traumas e
tratamentos. E a nutrição enteral constitui uma estratégia eficiente e segura
nesse processo, principalmente se contar com o envolvimento e o
compromisso do próprio paciente e de seus familiares e cuidadores.
A impossibilidade de
fornecer nutrientes
necessários para atender
às exigências metabólicas
é uma preocupação séria
em se tratando de
pacientes clínicos e
cirúrgicos. Pessoas com
doenças crônicas, como
acidente vascular cerebral
e câncer ou ferimentos
traumáticos estão
particularmente em risco, assim como os idosos, que são especialmente
vulneráveis às complicações decorrentes da desnutrição. Quando o trato
gastrintestinal está em funcionamento, a nutrição enteral é uma forma de
recuperar ou, em casos de danos repentinos, de manter um estado nutricional
ótimo.
A terapia nutricional enteral (TNE) se refere à provisão de nutrientes via
trato digestório, por meio de uma sonda ou cateter, quando a quantidade de
ingestão oral é inadequada ou impossibilitada. Em certas circunstâncias, a
nutrição enteral pode incluir o uso de fórmulas, como suplementação oral ou
como via exclusiva de alimentação.
A TNE é reconhecida como uma forma bastante segura e satisfatória de
prover nutrição para pacientes que apresentam a capacidade de via oral parcial
ou totalmente comprometida. Para a intervenção nutricional, a via enteral é o
acesso de escolha devido à manutenção dos efeitos fisiológicos de digestão e
absorção, capacidade imune local e sistêmica, segurança bacteriológica e
economia, além de ser facilmente manipulada em ambiente domiciliar,
contribuindo para melhora da qualidade de vida do paciente. Uma vez que o
paciente tenha sido avaliado como candidato à nutrição enteral, os membros
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da equipe multidisciplinar de terapia nutricional, o médico e o nutricionista
clínico, selecionam a sonda e a via de acesso apropriada.
A seleção do acesso enteral depende de: previsão da duração da
alimentação enteral, grau de risco de aspiração ou deslocamento da sonda,
presença ou não de digestão e absorção normais, previsão de intervenção
cirúrgica e aspectos que interferem na administração como viscosidade e
volume da fórmula.
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Pacientes com trato gastrointestinal (TGI) íntegro ou parcialmente
funcionante, com apetite diminuído a ponto de não ingerirem um mínimo de
nutrientes necessários ou aqueles que se encontram impossibilitados de
alimentar-se por via oral, devem receber NE. Nos últimos anos, os contínuos
avanços tecnológicos e nos conhecimentos da fisiopatologia gastrointestinal
permitiram estender os benefícios da alimentação enteral a pacientes
criticamente enfermos, com graves distúrbios do aparelho digestivo.
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As formulações de NE utilizadas no HC são padronizadas, facilitando a
atuação do nutricionista clínico que não precisa estabelecer a composição
quantitativa e qualitativa de cada formulação. Se necessário, o nutricionista
deve modular as formulações para satisfazer as necessidades
individualizadas do paciente.
A Nutrição Parenteral
pode ser utilizada tanto como
terapia exclusiva quanto como
de apoio, dependendo
basicamente da capacidade
fisiológica de digestão e/ou
absorção de cada paciente.
Defini-se pela administração
endovenosa de macro e
micronutrientes, por meio da
via periférica ou central.
As principais indicações
são depleção das proteínas
plasmáticas, perda
significativa ou incapacidade de manutenção do peso corpóreo, traumas e
cirurgias.
A indicação adequada, a manutenção dos controles bioquímicos,
clínicos e antropométricos permitem diminuir as complicações infecciosas,
metabólicas ou de infusão. O retorno gradual e o mais precoce possível à
alimentação oral é a condição a ser alcançada em toda terapia de nutrição
parenteral.
Entende-se por Nutrição Parenteral a administração de nutrientes como
glicose e proteínas, além de água, eletrólitos, sais minerais e vitaminas através
da via endovenosa, permitindo assim a manutenção da homeostase, já que as
calorias e os aminoácidos necessários são supridos.
Tal método pôde ser observado já no século XIV, porém seus primeiros
resultados não se mostraram satisfatórios. As primeiras soluções glicosadas e
hidrossalinas apareceram no início do século XVII, mas somente no século XX,
mais especificamente 1968, houve a sistematização da Nutrição Parenteral
através da proposta de Dudrick da Universidade da Pensilvania, a qual provava
a eficácia e a aplicabilidade segura do uso do método.
A Nutrição Parenteral é utilizada normalmente como terapia de apoio
(complementando as necessidades nutricionais de pacientes em que via
enteral não consegue suprí-las) ou terapia exclusiva (onde uso da via enteral é
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proibida), sendo que em ambos casos ela pode combater desnutrição, podendo
até reverter quadro imunológico.
Vias de Administração
As vias utilizadas para a administração da alimentação parenteral são
através das veias periféricas dos membros superiores e a central com a
Introdução do cateter na cava, jugular ou femural. Na primeira podem ser
somente oferecidas soluções hipoosmolares, hipoconcentradas e as gorduras.
Já na segunda há infusão de soluções hipertônicas de glicose e proteínas,
vitaminas entre outros.
A via mais utilizada é a central,
sendo que a canulação da veia
subclávica (por via infraclavicular) é a
rotineiramente usada para ter acesso
à veia cava superior. O catéter deve
posicionar-se no átrio direito, o que
deve ser verificado através de RX.
Estipulada a via de
administração, a solução pode ser
instalada, respeitando sempre as
condições estabelecidas quanto ao
volume e as calorias, situação esta
controlada através da velocidade do
gotejamento. As soluções base são hipertônicas, logo necessitam ser
infundidas em veia central.Estas soluções são compostas por 500 ml de
solução de glicose 50% (fornece aproximadamente1000kcal) adicionados em
500ml solução de aminoácido 10% (fornece aproximadamente 200 kcal); há
ainda o acréscimo de eletrólitos e polivitamínicos (em função das quantidades
insuficientes de ácido fólico e vitamina B12 nos polivitamínicos, há necessidade
de aplicação intramuscular dos mesmos). Já as gorduras são fornecidas sob
forma de emulsão 10% (500ml aproximadamente 450 kcal) por meio da via
periférica, não havendo risco de flebite. Outra vantagem da emulsão é o seu
elevado aporte energético em volumes reduzidos, além de fornecer os ácidos
graxos essenciais.
Indicações
A Nutrição Parenteral
pode ser usada como apoio ou
exclusivamente, para aqueles
casos em que o uso da via
enteral é contra indicada, a
seguir os mesmos serão
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expostos:
• Traumas: normalmente levam a estados hipermetabólicos (perda
elevada de N e alto gasto energético), logo a única terapia capaz de
suprir tais necessidades é a parenteral. Isto é possível através do
fornecimento de emulsões lipídicas que apresentam alto teor calórico.
• Fístulas
Enterocutâneas: a
desnutrição é uma
das maiores causas
de mortalidade em
pacientes com esta
patologia, logo a
Nutrição Parenteral
nesses casos tem
objetivo de recuperar
o estado nutricional
desses pacientes.
Estudos apontam que o tratamento convencional de fístula associada à
Nutrição Parenteral tem promovido recuperação e fechamento precoces.
• Insuficiência Hepática: todos os nutrientes têm seus metabolismos
alterados, principalmente as proteínas. A competição entre aminoácidos
ramificados e aromáticos é favorável já que há síntese de proteínas no
músculo (ideal para reparação hepática) e reduzem o catabolismo
(consequente diminui produção de amônia), logo aos pacientes com tal
patologia são fornecidas altas concentrações de aminoácidos
ramificados e baixa concentração de aromáticos.
• Insuficiência Renal Aguda: caracteriza-se pela retenção nitrogenada e
hiperosmolaridade. Apesar disso, a oferta de proteínas deve ser normal,
com intuito de evitar desnutrição energético proteica. A solução proteica
fornece aproximadamente 15g de aminoácidos, mantendo assim o
equilíbrio metabólico com os carboidratos.
• Pancreatite Aguda: a Nutrição Parenteral objetiva, nesse caso, o
repouso pancreático fundamental para recuperação das funções e evitar
hemorragias/necrose tecidual. Nestes casos, a emulsão lipídica deve ser
utilizada com cuidado (10% VCT), e as soluções devem ser
hiperglicídicas e hiperproteicas para fortalecer aporte calórico.
• Enteropatias Inflamatórias: nessas patologias há necessidade de
repouso, redução de secreção e motilidade intestinal, porém a
desnutrição deve ser controlada para que os resultados da cirurgia
sejam satisfatórios.
Portanto, após expostas as indicações, pode-se afirmar novamente que a
Nutrição Parenteral é destinada àqueles pacientes que possuem a via oral e/ou
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gastrointestinal impossibilitadas de serem usadas (3,4,5), com gasto
metabólico elevado, decorrente de doença/trauma e que apresentam aporte
calórico proteico insuficiente, além de ser usado como preparo de pacientes no
pré operatório.
Existem três indicadores que são utilizados para apontar os pacientes de
risco (1,5), os quais são fortes candidatos ao suporte nutricional via NP, são
eles:
• Perda de 10% ou mais peso corpóreo;
• Albumina sérica abaixo de 3g/dL;
• Transferina sérica com valores inferiores a 220 mg/dL.
Após a Nutrição Parenteral ser instalada, alguns recursos são usados no
controle e/ou na verificação da aceitação do método, dentre os quais podem
ser citados:
Avaliação nutricional:
• Curva de peso: antes de
iniciar e, posteriormente
de 3/3 dias
• Circunferência do braço:
antes de iniciar e,
posteriormente
semanalmente
• Prega cutânea: antes de
iniciar e depois semanal
• Contagem linfocitária
• Testes cutâneos de sensibilidade: antes de iniciar e depois a cada
semana
Exames laboratoriais:
• Hemograma completo:
antes de iniciar; em dias
alternados na 1a semana
e depois semanalmente
• Glicemia: antes de iniciar;
em dias alternados na 1a
semana e posteriormente
uma vez por semana
• Colesterol total: antes de
iniciar e, dependendo do caso repetidas vezes
• Triglicerídeos: idem acima
• Hemocultura: semanalmente
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• Glicosúria: 6/6 horas
• Dosagem de proteínas de vida média curta (ex: pré-albumina): antes de
iniciar; em dias alternados e depois semanalmente
• Balanço hídrico: diariamente
Complicações
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• Às vitaminas: hipervitaminose A e D (por serem lipossolúveis têm
tendência ao acúmulo no organismo), hipovitaminose K, B12 e de ácido
fólico;
• Aos oligoelementos: deficiência principalmente de Cobre, Selênio e
Zinco;
• Ao excesso de oferta hídrica.
Lembrando sempre que, assim que possível o desmame da Nutrição
Parenteral, deve ser realizado gradativamente para a alimentação enteral e
posteriormente para via oral, mais fisiológica e menos custosa.
Pode-se observar e concluir que a Nutrição Parenteral, se bem aplicada,
é um recurso de extrema importância na manutenção e/ou melhora do estado
de saúde dos pacientes de pequeno, médio e alto risco, seja em âmbito
hospitalar quanto domiciliar.
A Nutrição Parenteral pode ser interpretada como terapêutica
extremamente segura, quando seus procedimentos técnicos e de higienização
são seguidos rigorosamente pelos profissionais. Caso contrário, é uma via
direta à septicemia e um conseqüente perigo para a sobrevivência dos
pacientes.
Os alimentos
podem ser classificados
em energéticos,
plásticos ou construtores
e reguladores. Alimentos
energéticos quando
consumidos são
convertidos em água e
CO2 , proporcionando
energia ao organismo
(ex. carboidratos). Os
alimentos plásticos fornecem materiais anabólicos e de manutenção (ex.
proteínas), enquanto que os alimentos reguladores são os responsáveis pela
regulação do metabolismo corporal (ex. vitaminas e minerais)
Os alimentos são classificados em cinco grupos:
• Alimentos do grupo 1: representado pelo leite e derivados, com exceção
da manteiga e da nata; são os alimentos ricos em proteínas, cálcio,
magnésio e vitaminas B2.
• Alimentos grupo 2: a carne, as aves, os peixes, os embutidos, os
miúdos, os ovos e as leguminosas secas fazem parte do grupo dos
alimentos ricos em proteínas, ferro, zinco e vitaminas B, B2 e B3.
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• Alimentos grupo 3: no grupo das frutas e hortaliças, encontram-se as
vitaminas, os sais minerais, a água e a fibra, que atuam no organismo
regulando as sua funções.
• Alimentos grupo 4: no grupo dos amidos, estão os cereais, as massas,
os feculentos, o mel e os pães.
• Alimento grupo 5: as gorduras animais e vegetais formam o quinto grupo
que, juntamente com o amido e os açúcares fornecem a energia para o
organismo. Para manter-se saudável, é preciso consumir uma variedade
de alimentos dentro dos grupos.
Macronutrientes
São nutrientes necessários ao organismo diariamente e em grandes
quantidades.
Constituem a maior parte na dieta. Fornecem energia e componentes
fundamentais para o crescimento e manutenção do corpo.
O equilíbrio alimentar depende da proporção ideal entre eles. A unidade
de medida é o grama.
Fazem parte do grupo dos macronutrientes: Carboidratos, proteínas e gorduras
Os macronutrientes são componentes presentes na alimentação de
fundamental importância
para o organismo. Este
grupo compreende os
carboidratos, proteínas e
lipídeos (ou gorduras) e
são responsáveis por
fornecer 90% do peso
seco da dieta e 100% de
sua energia.
Por serem
estruturas grandes,
necessitam ser quebradas
em partes menores para que sejam absorvidas pelo organismo. Sua digestão
ocorre no intestino, dissociando-se nas suas unidades básicas: açúcares dos
carboidratos, ácidos graxos e glicerol das gorduras e aminoácidos das
proteínas.
Os lipídeos fornecem maior energia para o organismo, quando
comparado com os carboidratos e proteínas, sendo que 1g de lipídeo possui
aproximadamente 9 kcal, enquanto que a mesma quantidade de carboidratos e
proteínas apresentam cerca de 4 kcal.
Os macronutrientes são nutrientes necessários e fundamentais para o
desenvolvimento do nosso organismo. Devemos ingeri-los em maior
quantidade para proporcionar o melhor funcionamento do nosso organismo. Os
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macronutrientes são os carboidratos, proteínas e lipídios. Cada uma delas
possui papel fundamental.
Devemos ingerir alimentos que contenham carboidratos, já que atua
como combustível para o nosso organismo. Sem a ingestão de carboidratos
não conseguiríamos realizar nenhuma atividade, pois ele fornece energia para
as células; proteínas, que podem ser de origem animal e vegetal, e formam a
estrutura do nosso organismo; e os lipídios, que são as gorduras e os óleos.
Na alimentação
podemos encontrá-los
nas frutas (maçã, frutas
cítricas); cereais (aveia);
leguminosas (feijão, grão
de bico, lentilha); carne
vermelha, ovos, aves,
carne de porco, leite e
derivados, soja, peixes,
mandioca, batata,
mandioca, inhame, doces em geral, pães, bolos, biscoitos, macarrão, legumes
(cenoura) e azeite.
Toda essa alimentação deve ser bem balanceada, pois o excesso
desses alimentos pode causar mal ao nosso organismo. Procure um médico
especialista em conjunto com um nutricionista para indicar uma dieta
balanceada.
São classificados em:
• Monossacarídeos: compreende a glicose, frutose e galactose;
• Dissacarídeos: dos quais fazem parte a sacarose, maltose e lactose;
• Polissacarídeos: dentre estes são encontrados o amido, a dextrina,
o glicogênio e a celulose.
As principais fontes de carboidratos são os pães, as massas, os grãos,
vegetais, melado e açúcares. São responsáveis por propiciarem energia para
o cérebro, medula óssea, nervos periféricos e eritrócitos (glóbulos vermelhos).
Deste modo, a baixa ingestão desses macronutrientes resulta em problemas
para o sistema nervoso central e outros.
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Proteínas
As proteínas apresentam
funções e estruturas
diversificadas e são sintetizadas
a partir de apenas 20
aminoácidos diferentes.
São formadas por
conjuntos de 100 ou mais
aminoácidos, que podem repetir
entre si. Formam os hormônios,
anticorpos, as enzimas
(catalisam reações químicas) e
os componentes estruturais das
células.
Estrutura química
As proteínas são compostas de carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio
e quase todas apresentam
enxofre.
Algumas apresentam
elementos adicionais, como
fósforo, ferro, zinco e cobre.
Seu peso molecular é
extremante elevado, devido
ao número elevado de
aminoácidos. Já os aminoácidos, apresentam na sua molécula, um grupo
amino (-NH2) e um grupo carboxila (-COOH).
A única exceção é o aminoácido prolina que contem um grupo imino (-
NH-) no lugar do grupo amino.
As proteínas possuem função estrutural no organismo e são fabricadas a
partir de somente 20 aminoácidos distintos. Este macronutriente é composto
por grupos de 100 ou mais aminoácidos, que podem repetir entre si.
São responsáveis por formar os hormônios, as enzimas, os anticorpos e
os componentes estruturais das células. Além disso, também atuam na
restauração de proteínas corpóreas, constroem novos tecidos, contribuem com
vários fluídos corpóreos (leite materno, esperma e muco), além de
representarem uma fonte de energia.
Este macronutriente é classificado como:
Proteínas de alto valor biológico: apresentam em sua composição
aminoácidos essenciais em proporções adequadas, como é o caso da carne
vermelha, peixe e ovos.
30
Proteínas de baixo valor biológico: em sua composição, não estão
presentes, em proporções adequadas, aminoácidos essenciais. Neste grupo,
estão inclusos os cereais integrais e as leguminosas.
Proteínas de referências: neste grupo, estão incluídos os alimentos que
apresentam os aminoácidos essenciais em quantidades elevadas, como é o
caso do ovo, leite humano e leite de vaca.
Carboidratos
Os carboidratos
(glicídios ou hidratos de
carbono) são considerados
as principais fontes
alimentares para a
produção de energia, além
de exercer inúmeras
funções metabólicas e
estruturais no organismo.
As principais fontes
de carboidratos são grãos,
os vegetais, o melado e
açúcares. Fornecem combustível para o cérebro, medula, nervos periféricos e
células vermelhas para o sangue.
A ingestão insuficiente desse macronutriente traz prejuízos ao sistema
nervoso central e outros. Estão presentes, na maioria das vezes, nos alimentos
de origem vegetal.
Estrutura química
São poliidroxialdeídos ou
poliidroxicetonas. Apresentam inúmeras
cadeias de carbonos, ricos em hidrogênio e
oxigênio, na proporção de 1:2:1,
respectivamente.
Sua fórmula geral é (CH2O)n, onde n
indica o número das proporções repetidas. Podem
apresentar em sua estrutura átomos de nitrogênio,
enxofre ou fósforo.
Gorduras ou lipídeos
Os lipídeos são substância de origem animal ou vegetal, compostos
quase que exclusivamente de produtos de condensação entre glicerol e ácidos
graxos, denominados triacilgliceróis.
31
São classificados em:
Lipídeos simples: são
triglicerídeos que dão origem a
ácidos graxos e glicerol quando
decompostos. Podem apresentar-
se na forma sólida ou líquida,
sendo que os sólidos à
temperatura ambiente recebem o
nome de gordura, enquanto que
os líquidos recebem o nome de
óleos. A maior parte dos
triglicerídeos oriundos de vegetais
são líquidos à temperatura
ambiente e apresentam elevada
proporção de ácidos graxos insaturados. Já os de origem animal, possuem
elevadas proporções de ácidos graxos saturados sólidos ou semi-sólidos
quando em temperatura ambiente.
Lipídeos compostos: estes são formados pela combinação de gorduras e
outros componentes, como fósforo, glicídios, nitrogênio e enxofre, originando
os fosfolipídeos, glicolipídeos e lipoproteínas.
Lipídeos derivados: estes são sintetizados durante a hidrólise ou decomposição
dos lipídeos. Compreendem os ácidos graxos saturados e insaturados, o
glicerol e os esteróides.
Os lipídeos apresentam como função:
• Principal fonte energética do organismo;
• Compõem estruturas celulares;
• Importante isolante térmico;
• Sintetizam hormônio s e sais biliares;
• Veículos de vitaminas lipossolúveis;
• Conferem maior palatabilidade aos alimentos.
Saturados
Presentes em carnes gordas,
banha, manteiga, palma, cacau,
laticínios, coco, etc. Deve ser limitada
a menos de 10% do total de ingestão
calórica. Aumentam o colesterol total e
a LDL.
Monoinsaturados
Presentes no azeite de oliva,
canola, açaí, abacate e frutas
oleaginosas (amendoim, castanhas,
etc.). Diminui o LDL e o colesterol total.
Polinsaturados
Presentes nos peixes, óleos vegetais (girassol, soja, milho, canola,
açafrão, algodão, gergelim, etc.) e
nas frutas oleaginosas (castanhas,
nozes, avelãs, etc.). Diminuem a
concentração de colesterol na LDL,
possuem efeito antiinflamatório
sobre as células vasculares,
inibindo a expressão de proteínas
endoteliais pró-inflamatórias. São
os ácidos graxos essenciais, que o
organismo não produz,
necessitando serem incorporados
na dieta. Têm papel importante no
transporte de gorduras e na manutenção da integridade das membranas
celulares.
33
Ômega 6 (ácido linoleico)
Carnes, prímula,
girassol, semente de abóbora,
milho, cânhamo, soja,
gergelim, borage, canola,
linhaça, groselha negra, oliva e
leite humano. Reduz o
colesterol total, LDL e o HDL.
34
Micronutrientes
Os micronutrientes
são vitaminas e minerais
que são essenciais para o
perfeito funcionamento do
nosso organismo. Eles
devem ser ingeridos em
pequenas quantidades!
Alguns deles são: cálcio
(atua na formação dos
ossos e dos dentes); cobre
(ajuda na formação dos
glóbulos vermelhos aumentando a imunidade); ferro (grande quantidade no
sangue e possui a função de transportar o oxigênio); fósforo (participa na
produção de energia); magnésio (podemos encontrá-lo nos ossos, músculos
proporcionando reações de energia, coagulação sanguínea e aumento no
sistema imunológico); potássio (atua sobre as células); no sódio (atua no
metabolismo) e no zinco (atua na formação dos ossos e músculos).
Na alimentação podemos encontrá-los nas leguminosas (feijão, ervilha,
grão de bico), carnes vermelhas, frutos do mar, aves, beterraba, batata,
mandioca, folhas verdes (salsa, couve, almeirão), rabanete, cereais (aveia,
gérmen de trigo); frutas (abacate, melão, maracujá), leite e seus derivados.
São nutrientes necessários para a manutenção do organismo, embora
sejam requeridos em pequenas quantidades, de miligramas a microgramas.
Por serem nutrientes essenciais, devem estar presentes na alimentação
diariamente.
O déficit pode provocar doenças ou disfunções e, o excesso,
intoxicações. Por isso, a dieta deve ser sempre equilibrada e variada.
Existe uma grande
variedade de vitaminas, como A,
C, D, E, K e vitaminas do
complexo B, e minerais como
cálcio, fósforo, potássio, ferro e
zinco. Quando comparadas aos
macronutrientes, as quantidades
necessárias dessas substâncias
são muito pequenas, embora
sejam responsáveis por diversas
reações importantes ao
organismo.
35
A importância dos Micronutrientes
A água, vitaminas e sais minerais são essenciais para garantir a
produção de proteínas, hormônios, enzimas e outros componentes importantes
para corpo. Os micronutrientes ainda comprovam sua importância por
apoiarem na associação dos macronutrientes. Para garantir as porções
recomendadas, o ideal é
seguir um cardápio
balanceado com carnes
magras, leguminosas, frutas,
legumes e verduras.
A identificação da
quantidade adequada de
micronutrientes diários deve
ser feita a partir das
necessidades individuais e
rotina de cada um. O
resultado pode ser relativo, já que leva em consideração informações
particulares, tais como idade, altura, gênero, peso e até mesmo grau e
frequência de atividades físicas.
Veja abaixo alguns valores referenciais diários, mas que podem ser relativos,
se analisadas informações de cada um.
➢ Vitamina A: 900 mcg
➢ Vitamina B12: 3 a 5 mcg
➢ Vitamina C: 90 mg
➢ Vitamina D: 5 até 50 mcg
➢ Vitamina E: 15 mg
➢ Cálcio: 1000 mg
➢ Ferro: 150 mcg
➢ Iodo: 150 mcg
➢ Zinco: 11 mg
Vitaminas
Minerais
São substâncias
inorgânicas e que apóiam
na saúde de ossos,
tecidos, sistema
cardiovascular e até
mesmo no metabolismo.
São eles: Cobre, Ferro,
Fluoreto, Iodo,
Manganês, Molibdênio,
Selênio e Zinco.
Vale destacar que
as deficiências de
minerais são incomuns, exceto quando falamos de Iodo e Ferro, e em
contrapartida, a sobrecarga de alguns desses minerais pode causar
intoxicação.
São substâncias de origem inorgânica que fazem parte dos tecidos
duros do organismo, como ossos e dentes.
Também encontrados nos tecidos moles como músculos, células
sanguíneas e sistema nervoso.
37
Possuem função reguladora, contribuindo para a função osmótica,
equilíbrio ácido-básico, estímulos nervosos, ritmo cardíaco e atividade
metabólica.
Macroelementos
Os macroelementos são
aqueles essenciais para a vida, ou
seja, precisam estar em
quantidades satisfatórias em nosso
corpo para termos uma vida
saudável. Sódio (Na), Potássio (K),
Magnésio (Mg), Cálcio (Ca), Fósforo
(P), Enxofre (S), Cloro (Cl), todos
eles são considerados
macroelementos.
Enxofre
É o elemento mais
encontrado nos cabelos, nas
unhas e na pele, tornando-os
saudáveis. Faz parte de
alguns aminoácidos
essenciais, assim como de
muitas enzimas e proteínas
dos tecidos. Possui ação
antimicrobiana.
Os alimentos mais ricos em enxofre são: germe de trigo, lentilha, feijão, aveia,
amêndoas, arroz integral, couve-flor, cebola, repolho e milho.
Cálcio
O cálcio é o macro elemento mais abundante no
corpo humano. Desempenha muitas funções
importantes no organismo, de duas
maneiras: mecânica, na sustentação
e mobilização, por ser constituinte
importante no tecido ósseo; e
metabólica, por participar de muitos
processos fisiológicos, tais como
transmissão nervosa, contração
muscular, coagulação sanguínea,
38
permeabilidade das membranas, entre outras.
São necessárias quantidades adequadas de vitamina D para que haja
uma melhor absorção de cálcio. As necessidades diárias de cálcio variam
muito, sendo de aproximadamente 500 mg para um adulto normal. Estas
necessidades são maiores em crianças em fase de crescimento, desportistas,
durante a gravidez, na lactação, quando se consome muito açúcar branco
(ação descalcificante), na osteoporose e etc.
Sua deficiência causa raquitismo, osteoporose, cáries dentárias e perda
de sono. Está presente nas algas marinhas, em derivados de leite e em
vegetais como: couve, nabo, salsa e beterraba.
Magnésio
O magnésio ocupa, na
clorofila das plantas, às quais
confere a cor verde, o mesmo
papel que o ferro desempenha
na hemoglobina do sangue.
É essencial à vida, pois participa
de todos os processos biológicos
como o metabolismo da glicose,
a produção de energia celular, e
a síntese de ácidos nucléicos e
proteínas. Ainda, alcaliniza o
sangue e retarda o
envelhecimento. Atua na manutenção da função nervosa e como parte
integrante de algumas enzimas. O organismo humano normalmente possui de
20 a 25g de magnésio, dos quais 50-60% se encontram nos ossos.
Sódio
Partícula de carga positiva
mais importante e indispensável
no processo biológico. Auxilia na
manutenção da pressão osmótica
dos líquidos teciduais. Regula a
ação de absorção de água através
das células. Atua na manutenção
da acidez do líquido celular.
A ingestão de sódio em
excesso provoca retenção de
líquidos, anemia, reumatismo,
redução do potássio no organismo e aumento de ácido úrico.
39
Potássio
É o íon mais
importante do espaço
intracelular. Está envolvido
com inúmeras reações
enzimáticas e processos
fisiológicos, incluindo
condução nervosa,
contração muscular e
metabolismo de
carboidratos. Associado ao
sódio, o potássio regula o equilíbrio de água no organismo, evita a hipertensão,
regula o ritmo do coração, melhora o raciocínio e os reflexos.
Fósforo
O fósforo é necessário aos dentes e
aos ossos, mas intervém em todas
as células, armazenando
energia, auxiliando a absorção
das vitaminas do complexo B e
ativando vários sistemas de
enzimas vitais.
Encontrado no leite,
no levedo, no germe de trigo,
na soja, na gema do ovo e em
nozes e amêndoas. A falta de vitamina
D impede a absorção de fósforo pelo organismo.
Fraqueza, perda de peso, dores ósseas, falhas na memória e raquitismo
são sintomas da deficiência de fósforo. Em excesso, faz baixar o cálcio no
organismo, podendo causar até degeneração gordurosa do fígado.
Microelementos ou oligoelementos
40
Ferro
Atua na formação da
hemoglobina, na oxidação celular
e nas reações enzimáticas. A falta
dele provoca diminuição dos
glóbulos vermelhos, anemia
hipocrômica e macrocística, dor de
cabeça, palidez, fraqueza, fadiga e
falta de ar.
Cobre
Forma sangue e ossos; libera energia dos alimentos, faz parte da
enzima antioxidante superóxido dismutase e da produção de melanina.
Neutropenia, leucopenia, desmineralização óssea e anemia hemocrômica
microcítica são causadas pela deficiência de ferro.
Para evitar esses problemas, é necessário consumir produtos como
cereais integrais, frutos do mar, fígado, gérmen de trigo e curry – sempre
atento à necessidade diária de 1,5 a 3mg de cobre para homens e mulheres.
Quanto ao abuso desse microelemento, ele provoca náusea, vômito,
hemorragia gastrointestinal, icterícia e anemia hemolítica.
É um constituinte normal do sangue. Maiores concentrações são
encontra-se no fígado, cérebro, coração e rim.
41
Funções: Formação do sangue e
dos ossos, liberação de energia
dos alimentos, produção de
melanina e faz parte da enzima
antioxidante superóxido
dismutase.
Carência: Leucopenia,
neutropenia, desmineralização
óssea e anemia hemocrômica
microcítica.
Excesso: Hemorragia
gastrointestinal, anemia
hemolítica, icterícia, náusea e vômito.
Fontes alimentares: Frutos do mar, cereais integrais, curry, fígado e gérmen de
trigo.
Necessidade diárias: 1,5 a 3mg para homens e mulheres.
Iodo
Encontrado em todos os frutos do mar e nas algas marinhas. Dois terços
do iodo do corpo estão na glândula tireoide, que controla o metabolismo. Sem
o iodo, esta glândula para de funcionar e tem seu tamanho aumentado (bócio).
Além disso, a falta de iodo pode resultar em lentidão das reações
mentais, excesso de peso e falta de energia.
Os cabelos, as unhas, a pele e os dentes se beneficiam com o iodo,
assim como o sistema imunológico.
É absorvida na forma de iodeto. Na circulação é encontrado livre e
ligado à proteína, o iodo ligado predomina.
Funções: Necessário para a produção do hormônio da tireóide. Envolvido na
taxa de metabolismo, crescimento e reprodução.
Carência: Perturbações no crescimento, desenvolvimento sexual e intelectual,
levando ao cretinismo.
Excesso: Suprimir a atividade
tireoidiana.
Fontes alimentares: Frutos do
mar, como peixes, moluscos e
crustáceos, leite, verduras
folhosas e frutas.
Necessidades diárias: 150mcg
para homens e mulheres.
42
Manganês
É integrante de várias enzimas e estimula o trabalho de muitas outras,
inclusive antioxidantes e processos de geração de energia.
Os alimentos ricos em manganês são os chás, as nozes, os cereais
integrais, as castanhas, a avelã, o tofu e os vegetais verdes folhosos.
Homens e mulheres precisam de 2,5 a 5mcg desse Mineral para evitar
perda de peso, dermatite, vômito e prejuízos ao metabolismo dos carboidratos
e à capacidade de reproduzir.
Em quantidades elevadas, o manganês é acumulado no fígado e no
sistema nervoso central, podendo levar ao mal de Parkinson.
O manganês é absorvido no intestino delgado. O ferro e o cobalto
competem pelos mesmos locais de ligação para a absorção.
Funções: É parte de diversas enzimas e estimula a atividade de muitas outras,
incluindo antioxidantes e processos de produção de energia.
Carência: Dermatite, perda de
peso, náusea, vômito, prejudica
capacidade reprodutiva e o
metabolismo dos carboidratos.
Excesso: Acumula-se no fígado
e no sistema nervoso central,
podendo levar a Parkinson.
Fontes alimentares: Cereais
integrais, castanhas, nozes,
chás, avelã, soja, tofu e
vegetais verdes folhosos.
Zinco
A ação das enzimas, a
formação dos tecidos, a
saúde do sistema
imunológico, o crescimento e
a maturação sexual
masculina dependem
diretamente dessa
substância.Para evitar
distúrbios nessas áreas,
podemos recorrer a
alimentos como frutos do
mar, feijão, pão integral, carne magra, nozes, leite, iogurte, queijo e semente
abóbora.
43
15mg para homens e 12mg para mulheres por dia de zinco são necessários
para manter o bom nível dele em nosso organismo.
O abuso desse Mineral provoca anemia, febre e enfermidades no
sistema nervoso central.
Molibdênio
Faz parte de várias
enzimas, dos processos de
eliminação do ácido úrico e do
metabolismo do DNA. A carência
dele provoca vômitos, taquicardia,
desorientação e náuseas. Já o
excesso, causa uma síndrome
similar à Gota. Então, mantenha a
dose diária 75 a 250mcg (para homens e mulheres) desse Mineral. Aposte em
produtos como fígado, feijão, cereais integrais, vegetais verde folhosos e
gérmen de trigo.
Cromo
É atuante no
metabolismo das gorduras e
glicose. Intolerância à
glicose, neuropatia
periférica, encefalopatia e
estado de hiperlipidemia
estão entre os males
causados pela carência de
cromo.
O excesso dele, por
sua vez, pode estimular o surgimento de dermatite idiopática e aumentar a
predisposição ao câncer.
Inclua frutos do mar, cereais integrais, carne, nozes e grãos em sua
dieta para manter os níveis adequados (de 50 a 200mcg) desse Mineral.
Selênio
É parte vital do sistema antioxidante do corpo, colaborando com a
prevenção do câncer. Em baixa quantidade, influencia o aparecimento de
distúrbios como sensibilidade muscular, mialgia e degeneração pancreática.
44
As necessidades diárias de selênio para homens são 70mcg e para
mulheres, 55mcg . Castanha-do-
pará, cereais integrais, semente de
girassol, frutos do mar, carne e
algas são boas fontes desse
microelemento.
A ingestão excessiva de
selênio provoca congestão vascular,
dermatite, fraqueza nas unhas,
vômito e mudança no esmalte dos
dentes.
Flúor
Encontrado na água potável
e nos solos, esse elemento natural
dá resistência aos dentes, evitando
a cárie. Precisamos de 3 a 4mg de
flúor diariamente para manter seu
nível adequado. Ultrapassar esse
valor pode causar lascas nos
dentes.
O flúor também está presente em alimentos processados que foram
preparados ou reconstituídos com água fluoretada.
SISTEMA ENDÓCRINO
Sistema endócrino é
um conjunto de glândulas que
possuem como ação a produção
dos hormônios.
O sistema endócrino, em
conjunto com o sistema nervoso,
regula e controla todas as funções
de nosso organismo. Só para citar
alguns poucos exemplos, o sistema
endócrino atua no crescimento de
tecidos, no equilíbrio hídrico do
corpo, na reprodução e no
45
metabolismo de carboidratos. Ele é formado por uma série de glândulas,
chamadas de glândulas endócrinas.
As glândulas endócrinas secretam os hormônios, substâncias que são
lançadas na corrente sanguínea, atingindo as células dos diversos tecidos do
corpo humano. Os hormônios podem estimular ou inibir as funções
metabólicas. Cada hormônio atua apenas sobre algumas células específicas,
são as chamadas células-alvo. Alguns hormônios também atuam em conjunto
ou em oposição a outros.
As principais glândulas endócrinas humanas são: a pineal, a hipófise, a
tireóide, as paratireoides, as suprarrenais, o pâncreas, os ovários (nas
mulheres) e os testículos (nos homens).
Tireóide
Hipotiroidismo
Observa-se
o hipotiroidismo na espécie
humana em diversas
circunstâncias: por
insuficiência congênita da
tiróide, por extirpação acidental
ou operatória da glândula, por
crescimento tumoral (bócio),
com prejuízo do seu tecido
46
secretor, por lesão infecciosa (tuberculose, sífilis da tiróide). Uma das
consequências do hipotiroidismo é o mixedema.
Progressiva diminuição da capacidade mental: a palavra se torna
demorada e incolor; a fisionomia exprime apatia, estupidez. Ao mesmo tempo,
a pele toma uma consistência gelatinosa, pastosa ou mucosa, sem infiltrar-se
de água (mixedema). Caem os cabelos, o pulso é lento, a temperatura baixa.
Se praticar, então, a determinação do metabolismo basal do paciente,
encontra-se resultado muito inferior ao normal, revelando que as oxidações do
organismo se reduziram.
Se a atrofia da tiróide ocorre na infância, o crescimento do esqueleto se
suspende, podendo os ossos longos aumentar de grossura, mas não de
comprimento. Opera-se precocemente a soldadura dos ossos do crânio,
estaciona o desenvolvimento mental. Podem viver muito anos, mas a
inteligência se conserva em nível infantil.
Hipertiroidismo
O hipertiroidismo, ou
atividade excessiva da glândula
tiroide, ocorre na doença de
Basedow, cujos sintomas
capitais são: o bócio (hipertrofia
verdadeira da glândula), a
saliência dos globos oculares
(exoftalmia), a aceleração do
ritmo cardíaco (taquicardia) e o tremor. O metabolismo basal aumenta de
intensidade; o peso diminui, revelando-se com isso o incremento das
oxidações. A extirpação de parte da glândula produz a atenuação do mal.
Os casos leves de hipertiroidismo encontram-se com freqüência. Neles
se enquadram os indivíduos de “constituição emotiva”, com exagero de
reflexos, vivacidade de reação vasomotora (rubor e palidez sucedendo-se
rapidamente), suores frios, tremor das mãos e dos lábios, arroubos emotivos
freqüentes. Para certos autores, a tiróide é a “glândula da emoção”.
Paratiroides
Cápsulas suprarrenais
Pineal
A pineal é uma pequena
glândula situada no centro do
cérebro. Sua principal função é o
controle dos ciclos diários de
sono e vigília. Durante a noite, a
escuridão estimula a secreção
de um hormônio da pineal, a
48
melatonina, que induz ao sono.
Já a claridade inibe a produção de melatonina.
Hipófise
A hipófise, ou pituitária, é
uma pequena glândula, situada
sob o encéfalo e ligada ao
hipotálamo. Além de controlar
diretamente diversas funções
metabólicas, a hipófise também
estimula ou inibe a ação de outras
glândulas. Ela é dividida em duas
regiões, uma posterior, chamada
de neuro-hipófise, e outra anterior,
a adenohipófise.
A neuro-hipófise secreta principalmente dois hormônios: a ocitocina e o
hormônio antidiurético (ADH). A ocitocina atua sobre o útero, promovendo as
contrações do parto, e sobre as glândulas mamárias, estimulando a secreção
do leite. O ADH controla o equilíbrio hídrico do organismo. Ele atua sobre os
rins aumentando a e absorção de líquidos.
A adeno-hipófise secreta diversos hormônios. Alguns deles são: a
somatotrofina (GH), o hormônio folículo estimulante (FSH), o hormônio
luteinizante (LH), a prolactina e o hormônio tireotrófico (TSH).
A somatotrofina estimula a multiplicação celular e o desenvolvimento de
tecidos.
Consequentemente, o GH estimula o crescimento do corpo, sendo, por
isso, conhecido também como "hormônio do crescimento".
Nas mulheres, o FSH atua sobre os ovários, promovendo o
amadurecimento dos folículos e estimulando a liberação de estrogênio. Nos
homens, o FSH atua sobre os testículos, estimulando a produção de
testosterona.
Pâncreas
O pâncreas é uma
glândula mista localizada na
região abdominal. Ele é
chamado de glândula mista
pelo fato de possuir tanto
funções endócrinas quanto
exócrinas. A função endócrina
é realizada por diversos
conjuntos de células chamadas de ilhotas de Langerhans.
49
Dois dos principais hormônios produzidos pelas ilhotas de Langerhans
são a insulina e o glucagon, ambos relacionados ao controle da concentração
de glicose no sangue. A insulina estimula a absorção da glicose presente no
sangue e o seu armazenamento no fígado, na forma de glicogênio. Já o
glucagon estimula o aumento da concentração de glicose no sangue e a
quebra do glicogênio.
A deficiência de insulina provoca uma doença conhecida como diabete
melito. A baixa concentração de insulina dificulta a absorção de glicose,
afetando o metabolismo celular e, consequentemente, provocando um aumento
dessa substância no sangue
Ovários
Os ovários secretam os hormônios sexuais femininos, o estrógeno e a
progesterona. O estrógeno, entre outras funções, está relacionado ao ciclo
menstrual e ao desenvolvimento de características sexuais secundárias
femininas, como os seios e o acúmulo
de gordura em certas regiões do corpo.
A progesterona
Promove alterações necessárias
para a manutenção de uma possível
gravidez. No útero, por exemplo, o
hormônio promove a formação do
endométrio, tecido sobre o qual o
embrião se fixa.
Testículos
Os testículos secretam o hormônio
sexual masculino, a testosterona. Este
hormônio, entre outras funções, promove o
desenvolvimento de características sexuais
secundárias masculinas, tais como voz grossa
e barba.
50
COMPOSTOS BIOATIVOS
Compostos bioativos
são substâncias presentes em
verduras, legumes e frutas que
favorecem a nossa saúde e
contribuem para o bom
funcionamento dos órgãos ou
até no combate de doenças.
Dentre eles, podemos
citar os polifenóis, que são
responsáveis pela diminuição
do processo inflamatório do
organismo, além de impedirem a absorção de radicais livres nas células e
reduzirem os riscos do desenvolvimento de doenças como o câncer. Estão
presentes nas frutas (maçã, cereja, amora, mirtilo, uva), em hortaliças (brócolis,
couve-flor, cebola, beterraba), nas ervas (manjericão, alecrim, gengibre,
açafrão), nas oleaginosas (nozes, amêndoas) e nos chocolates com maior teor
de cacau (acima de 50%).
As isoflavonas estão presentes em maior abundância na soja. Possuem
ação benéfica na saúde dos ossos, aliviam as ondas de calor nas mulheres,
melhoram a saúde da pele e reduzem o risco de câncer de mama.
Outro componente importante é o resveratrol, presente nos sucos
integrais de uva escura, amora, no chocolate amargo e também no vinho tinto.
Ele ajuda a retardar o envelhecimento das células, diminui os níveis de LDL
(colesterol ruim), diminui o
risco de doenças
cardiovasculares e inibe a
absorção de radicais livres.
É preciso lembrar
também das catequinas,
que estão presentes em
maior abundância no chá
verde e branco e possuem
poder anti-inflamatório nas
células, reduzem as taxas
de triglicérides, diminuem o
apetite, previnem o câncer e auxiliam na redução de gordura abdominal.
Os carotenóides também fazem parte desses compostos. São
responsáveis por dar as cores, vermelha, laranja e amarela nos alimentos. No
organismo eles atuam como antioxidantes, protetores contra câncer (pulmão,
pele, útero), protegem contra o desenvolvimento de catarata, degeneração da
51
visão e melhoram a função imunológica. As principais fontes são: cenoura,
abóbora, pimentão vermelho e amarelo, tomate, manga, mamão, batata doce,
beterraba, melancia, gema do ovo, marisco, brócolis e folhas verdes escuras.
Lembrando que quanto mais forte a coloração no alimento for, maior é a
concentração de carotenoides.
Os alimentos funcionais são aqueles que possuem componentes que
conferem benefícios para a saúde seja através da prevenção ou do combate às
doenças.
Fitoquímicos
Refere-se às
substâncias presentes em
frutas e verduras que quando
ingeridas diariamente e em
quantidades estabelecidas
proporcionam a prevenção do
câncer e de outras doenças
degenerativas.
Os principais alimentos
fontes destes compostos são: frutas cítricas, alho, repolho, gengibre, soja,
cebola, tomate, berinjela, brócolis, couve-flor, orégano, pepino, salsa e açafrão.
Pesquisas indicam que uma dieta que inclua frutas, verduras, chá e vinho tinto
oferecem em média 1 a 1,5 grama/dia de fitoquímicos.
Terpenoídes
Presentes na soja, nos grãos e nos alimentos verdes apresentam
atividade antioxidante e
relação com a redução do
risco de câncer. Presente nas
frutas cítricas, os limonoídes
são um dos tipos de
terpenoídes que
desempenham ação
quimioterápica. São exemplo
ainda de terpenoíde, os
fitoesterois, um tipo de
substancia que se assemelha
ao colesterol, e que compete
pela absorção no intestino, o que proporciona redução dos níveis plasmáticos
tanto do colesterol total quanto do LDL - colesterol.
52
Compostos Nitrogenados
Presentes em alimentos como, brócolis, couve flor, repolho, rabanete,
palmito e alcaparra conferem proteção contra a carcinogênese e mutagênese.
Metabólitos fenólicos
São representados pelos ácidos fenólicos, polifenois e flavonoides. São
encontrados principalmente no pêssego, ameixa e em nectarinas. De maneira
geral, os componentes fenólicos apresentam propriedades, anti-inflamatórias,
antidiabéticas e anti-obesidades, sendo importantes no combate do LDL -
colesterol e das doenças cardiovasculares.
Ácidos Graxos
Representados pelos ácidos graxos poli-insaturados, ômega-3 e ômega-
6, são encontrados em peixes como o salmão, em óleos vegetais, em
sementes como a linhaça e nas nozes. Atua na prevenção das doenças
cardiovasculares e na redução dos níveis de triglicérides, colesterol total e na
redução da pressão arterial.
Além das vitaminas e dos minerais, as
verduras, os legumes e as ervas nativas do
Brasil também contêm componentes
bioativos, alguns dos quais especialmente
importantes para a saúde humana. São eles:
➢ As aliáceas: encontradas na cebola e
no alho, substâncias que dão o sabor
característico a essas hortaliças;
➢ Os fitoestrogêneos: encontrados nos
grãos e leguminosas, principalmente
os de soja, substâncias com
características semelhantes aos
hormônios femininos;
➢ Os glucosinolatos: encontrados nos
vegetais crucíferos como a couve e o
repolho, inibidores de proteases, encontrados também em grãos e
feijões;
➢ Os flavonóides: encontrados nas frutas, legumes e verduras, também no
café e chá;
➢ As cumarinas: encontradas principalmente na mandioca.
DIETAS
Dietas de desintoxicação
Dietas de
desintoxicação têm como
objetivo eliminar toxinas do
corpo: ao limpar o cólon,
podem melhorar o sistema
circulatório, reforçar o papel
do fígado no processo de
eliminação de excretas ou
direcioná-las a outros órgãos
específicos do corpo. O
programa alimentar pode incluir ervas e suplementos.
Especialistas neste tipo de dieta recomendam que os pacientes se
submetam a ela no máximo três vezes por ano. Entretanto, não há
comprovações científicas de como elas atuam no organismo.
55
Dietas com restrição de
lactose
Dietas com restrição de
lactose ou de alimentos
específicos como o amendoim ou
frutos do mar previnem reações
em indivíduos que
apresentam alergias específicas.
Dietas de combinação
Dietas de combinação partem do princípio de que o que importa não é a
qualidade, nem a quantidade. É a
combinação certa de alimentos
que evita que toxinas sejam
liberadas por meio dos processos
fermentativos. Assim, comidas
ácidas não devem se misturar a
carboidratos durante a digestão.
Dietas macrobióticas incorporam
princípios ayurvédicos de
combinação de alimentos,
baseando-se nas propriedades do
yin e yang. De acordo com seus
idealizadores, o ideal é que a
pessoa abandone gradativamente
o consumo de carnes e opte por cereais integrais, legumes e outros produtos
cultivados localmente.
Dietas ortomoleculares
Dietas
ortomoleculares pretendem
restaurar o equilíbrio
bioquímico do organismo pela
ingestão correta dos
alimentos, com todos os
nutrientes. Incluem a
substituição de produtos
industrializados por frescos, alimentos proteicos com baixo teor de gordura e
proibição da carne vermelha e gema de ovo. A última refeição do dia não pode
56
incluir carboidratos simples. Pode recomendar o uso de suplementos de
vitaminas e minerais.
Dietas vegetarianas
Dietas vegetarianas têm
a carne, especialmente a
vermelha, como alimento
proibido. Podem ser divididas
basicamente em três: as que
incluem alimentos derivados de
animais, como ovos, leite e
laticínios; as que incluem
carnes brancas e os derivados
de animais, e as que rejeitam
todos os tipos de carne e
derivados.
Dieta Ravenna
A dieta Ravenna é
dividida em duas fases: a de
redução e a de manutenção. No
primeiro momento acontece a
restrição de carboidratos e a
consequente perda de peso,
que pode levar mais ou menos
tempo de acordo com o
metabolismo de cada um. E o
período de manutenção é para
a vida toda, pois consiste na
reintrodução de todos os
alimentos, com acompanhamento nutricional e reeducação alimentar.
Vantagens
• Na fase de manutenção não exclui nenhum grupo alimentar, apenas
alimentos feitos com farinha e açúcares refinados – os famosos
carboidratos simples;
58
• A preferência, então, fica para os chamados carboidratos complexos,
ricos em fibras e que melhoram o funcionamento do intestino, além de
proporcionar mais saciedade;
• Existem grupos
terapêuticos de
acompanhamento
psicológico para
quem está na dieta
– e isso pode ser
tanto uma
vantagem quanto
uma desvantagem.
Se a rotina é muito
corrida, talvez você
não consiga estar presente em todas elas.
Desvantagens
• Em seu período de restrição, a ingestão fica limitada à míseras 800
calorias por dia. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é
de pelo menos 1.000 calorias por dia;
• Por isso mesmo ela pode ficar difícil de seguir e você se sentir tentada a
“burlar” a dieta;
• Além disso, as muitas opções de pratos e receitas requerem tempo e
antecedência para serem preparados – o que nem sempre se encaixa
na rotina do dia a dia;
• São feitas apenas quatro refeições ao dia e elas precisam seguir um
ritual rígido de ordem para cada alimento que será ingerido.
Dieta Dukan
Tanto a nova
quanto a versão antiga do
método criado pelo
médico francês Pierre
Dukan pregam que a
alimentação deve ser
baseada em proteínas,
com redução considerável
de carboidratos e também
frutas, legumes e
verduras.
59
Vantagens
• As proteínas são nutrientes de digestão lenta, o que contribui para
prolongar a sensação de saciedade;
• E também é muito fácil encontrar boas opções nas refeições feitas fora
de casa;
• O consumo das proteínas ajuda a preservar a massa magra do corpo.
Desvantagens
• A quantidade de gordura saturada e de colesterol ingerida é muito
elevada, o que contribui para aumentar os níveis do chamado “colesterol
ruim” (LDL);
• Pelo fato de ser muito restritiva, há a privação de vitaminas, sais
minerais e fibras para o organismo;
• O baixo consumo de carboidratos pode resultar na falta de energia e
também a constipação pelo pouco consumo de fibras;
• Há quem sinta um desconforto gástrico maior, pois as proteínas têm um
processo de digestão mais lento.
Dieta Paleolítica
O segredo é tentar
seguir uma alimentação
como tinham nossos
ancestrais há milhões de
anos: carne vermelha,
sementes, castanhas e
carboidratos (provenientes
desses ingredientes).
Vantagens
• Alta ingestão de antioxidantes, fibras, vitaminas e baixa ingestão de sal;
• Mudança do estilo de vida como um todo: elimina o tabagismo (e o
alcoolismo) e incentiva a prática de exercícios físicos como os nossos
ancestrais.
Desvantagens
• A exclusão de leites e derivados pode levar à deficiência de cálcio, por
estes serem as principais fontes;
60
• As opções bem restritas dificultam o convívio social, então, será difícil
levá-la para fora de casa.
Dieta DASH
Vantagens
• Ajuda a reduzir a quantidade de sódio na dieta – a padrão aceita até
2.300mg/dia, enquanto a reduzida indica no máximo 1.500mg, que é a
recomendação da OMS;
• Os alimentos escolhidos são ricos em nutrientes que ajudam a baixar a
pressão arterial (os resultados podem aparecer em apenas duas
semanas);
• Permite a ingestão, ainda que moderada, de doces. Ao restringir o
consumo de açúcar por muito tempo, as pessoas ficam mais propensas
a furar a dieta e perdem o controle com facilidade quando dão a primeira
mordida.
• Além disso, a alimentação também é rica em fibras e ajuda a reduzir os
níveis de colesterol, resultando na perda de peso.
Desvantagens
• É muito importante ressaltar que a dieta DASH não é um programa de
perda de peso, então a pessoa pode realmente perder alguns quilos não
desejados, pois ajuda a guiá-la para refeições e lanches mais saudáveis
e, por consequência, menos calóricos. A dieta DASH original tem cerca
de 2.000 calorias por dia. Para redução de peso, ela pode ser ajustada
de acordo com as circunstâncias individuais.
• Por ter como objetivo a redução da pressão arterial, quem já tem
predisposição à pressão baixa pode apresentar sintomas como tontura e
mal-estar.
61
Dieta dos 22 dias de Beyoncé (ou Dieta da Cabala)
Vantagens
• Restrição dos alimentos processados, normalmente ricos em sódio,
gorduras e açúcares;
• Restrição das bebidas alcoólicas: elas já não têm nutrientes para o
nosso organismo e possuem ainda quantidades elevadas de calorias;
• Restrição do glúten: por um lado, você elimina boa parte dos alimentos
que tenham farinha branca e são altamente calóricos. É muito
importante salientar que as restrições de glúten e lactose, que estão
muito em evidência, devem ser adotadas apenas por quem tem motivos
de saúde para fazê-las.
Desvantagens
• Basicamente não há um programa para após os 22 dias, então, você
pode ficar meio “órfã” de instruções;
• Essa dieta não é nutricionalmente equilibrada, pois a quantidade de
carboidratos é elevada, enquanto a de gorduras e proteínas é reduzida;
• Pela grande restrição a chance de desistência é bem grande, além do
efeito sanfona;
• É indicado que se procure um profissional para indicar a melhor forma
de suprir a necessidade protéica do corpo para quem quer abdicar do
consumo de carnes.
62
Dieta genética (ou do DNA)
Dieta low-carb
Vantagens
• A perda de peso é rápida
devido ao consumo
limitado de carboidratos;
• Essa mesma limitação
também pode ajudar a
melhorar graves condições de saúde como diabetes, pressão alta,
síndrome metabólica e doenças cardiovasculares;
• Bem como as dietas à base de proteínas, a low-carb sacia por mais
tempo após a refeição;
Desvantagens
• Há a perda de músculo junto com a gordura, o que deixa o metabolismo
mais lento;
• A maioria dos alimentos existentes possuem carboidratos, então,
eliminar esse grupo do cardápio torna as escolhas escassas.
63
Dieta cetogênica
A base dessa
dieta é a Cetose,
processo de quebra
de células de gordura
pelo fígado, que são
transformadas em
energia.
Vantagem
• Há a perda de
peso rápida com preservação de massa magra, ao contrário da low-carb
e dietas como a Dukan e Atkins. “A cetose diminui a fome e ajuda na
queima de gordura”, explica a endocrinologista Paula Pires.
Desvantagens
• O problema é que ela é bem restritiva e muitas pessoas podem não se
adaptar;
• Tem um custo alto;
• Exige disciplina militar de não ingerir nada que não esteja nas
recomendações para não cortar o processo de cetose.
Dieta mediterrânea
Dietas
mediterrâneas dão ênfase
ao consumo de azeite de
oliva, inspiradas na comida
típica de alguns países
como Grécia, Espanha e
Portugal. Muitos vegetais,
legumes, temperos e ervas,
sementes, peixes, frutos do
mar e vinho formam o
cardápio. A ingestão
moderada de gorduras,
principalmente as saturadas,
associadas ao ômega 3, ômega 6 e vitaminas é comprovadamente uma forma
de reduzir significativamente o risco de doenças cardiovasculares e até o
Alzheimer.
Desvantagens
• Deve-se ficar atenta à quantidade dos alimentos mais calóricos
ingeridos, como azeite, castanhas e o próprio vinho para não ter o efeito
contrário.
Dieta Atkins
A primeira vez que
uma dieta
protéica apareceu foi a do
Dr. Atkins: altamente
restritiva, não permite
nem manteiga ou azeite
para cozinhar.
Vantagem
• Como já
mencionado antes, a grande quantidade (ilimitada) de proteína nesse
tipo de dieta ajuda a manter a saciedade;
Desvantagens
• As proteínas normalmente têm alto de teor de gordura, o que piora
condições cardiovasculares e níveis de colesterol no sangue;
• Os legumes são muito restritos;
• Essas duas limitações podem levar à quadros de tontura, fraqueza,
desmaios e também constipação intestinal pelo baixo consumo de fibras.
65
Dieta vegana
Vantagens
• Diz respeito à um
estilo de vida maior
que não comer
carne, mas evitar qualquer produto de origem animal;
• Aumenta o consumo de frutas, verduras, legumes e outros vegetais,
principalmente para repor as proteínas obtidas de fontes animais;
Desvantagem
• Se não for feita de maneira correta, o não-consumo de carne pode levar
a uma deficiência de vitamina B12 e ferro, possivelmente um quadro de
anemia. O ideal é que seja acompanhado por um profissional e que se
faça a suplementação se necessário.
67
1º Passo:
Colete os dados pessoais e familiares do paciente, como doenças
prévias, hábitos alimentares, atividades físicas, etc, e insira na
ferramenta “Anamneses”.
2º Passo:
Faça todas as
medidas do paciente, peso,
altura, circunferências e
pregas cutâneas, a
ferramenta “Avaliações
antropométricas” faz o
cálculo de todos os dados,
mostra percentual de
gordura através de vários
protocolos, classificação de
IMC e classificações de
circunferências e pregas.
3º Passo:
Analise todos os
exames que seu paciente
realizou. Arquive esses
dados no sistema
em “Análises Laboratoriais”.
Acesse a qualquer momento
para verificar os valores e
compará-los com as
referências do laboratório.
4º Passo:
Realize o recordatório de 24 horas. Ele é extremamente importante para
que você avalie a ingestão de nutrientes do seu paciente.
Em “Recordatórios” você tem analise quantitativa de macro e micronutrientes
com avaliação de ingestão de acordo com as DRIs.
5º Passo:
Faça uma revisão geral de todos os dados armazenados, cruzando as
informações de cada ferramenta para fechar o diagnóstico. Você pode
descrever tudo que foi observado na ferramenta “Conduta Nutricional”, nela
você tem texto livre para escrever as observações mais importantes
identificadas em consulta.
68
Índice de Massa Corporal (IMC)
O índice de
massa corporal,
conhecido como IMC, é
uma técnica utilizada
para verificar o estado
nutricional e observar se
a pessoa está dentro
dos padrões de
normalidade com
relação ao seu peso e
estatura.
Esta técnica é medida por meio da fórmula: IMC = Peso (Kg)/
(Altura(m))². Neste cálculo leva-se em conta o peso e a altura do indivíduo,
dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado. Este cálculo é uma forma
simples e de grande importância para detectar se a pessoa apresenta um grau
de desnutrição, se está no padrão de normalidade, sobrepeso, obesidade ou
obesidade mórbida.
Após a realização do cálculo, deve-se observar o resultado de acordo
com os seguintes valores:
✓ Abaixo de 18,5 = desnutrição
✓ Entre 18,5 e 24,5 = peso normal
✓ Entre 25,0 e 29,9 = sobrepeso
✓ Entre 30,0 e 39,9 = Obesidade
✓ Acima de 40,0 = Obesidade Mórbida
Por exemplo, uma pessoa com 1,70m de altura e 75Kg de peso possuirá
um resultado, por meio da aplicação da fórmula, de: IMC = 75Kg/(1,7)²= 25,9
(sobrepeso).
Deve-se considerar que apenas este cálculo não é suficiente para
avaliar corretamente o estado nutricional. É necessário avaliar a massa
muscular, hidratação, atividade física, etc.
Uma avaliação completa, bem como as orientações necessárias, só
poderão ser realizadas por meio de um nutricionista.
IMC é a sigla para Índice de Massa Corporal que serve para avaliar o
peso do indivíduo em relação à sua altura e assim indicar se está dentro do
peso ideal, acima ou abaixo do peso desejado.
Estar dentro do peso certo é importante porque estar acima ou abaixo
peso influencia na saúde, aumentando o risco de doenças como desnutrição
quando se está abaixo do peso, e AVC e infarto, quando se está acima do
peso. Assim, é comum os médicos, enfermeiros e nutricionistas avaliarem o
peso da pessoa nas consultas de rotina para verificar a possibilidade de
doenças que a pessoa pode estar pre-disposta.
69
Através deste link https://www.tuasaude.com/calculadora/imc/
poderá realizar o seu teste de IMC.
OBESIDADE
A obesidade é uma
doença caracterizada pelo
excessivo acúmulo de
gordura corporal e
normalmente está
associada a problemas de
saúde, comprometendo
ainda mais o estado do
indivíduo. A obesidade é
um fator de risco para
várias doenças dentre as
quais podemos citar: câncer, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares,
doenças cerebrovasculares, apneia do sono, osteoartrite e diabete Melittus tipo
dois.
O aumento do peso corporal é uma tendência mundial. Nos Estados
Unidos, por exemplo, 35% da população (algo feito 97 milhões de pessoas!)
estão acima do peso. O Brasil, apesar de ser um país muito mais pobre, segue
a mesma tendência, aqui já há 40% de pessoas com peso acima do normal. É
na faixa mais pobre da população que este número mais cresce.
O diagnóstico é feito através do cálculo de índice de massa corporal
(IMC), método mundialmente difundido e criado por Adolphe Quételet, que
consiste em dividir o peso do indivíduo (em quilogramas) pelo quadrado de sua
altura (em metros). IMC menor a 18,5 corresponde a pessoas com peso abaixo
do normal, entre 18,5
e 24,9 é tido como
peso normal, entre
25 e 29,9 representa
pessoas com peso
acima do normal,
entre 30 e 30,9 a
pessoa está obesa e
quando o IMC é
maior do que 40
considera-se a pessoa portadora de obesidade mórbida.
70
Há várias causas para o surgimento da obesidade dentre as quais
podemos citar: predisposição genética, dietas ricas em gordura, falta de
exercícios físicos e alterações endócrinas (hipotireoidismo, por exemplo).
O tratamento inclui a reeducação alimentar, que consiste em consumir
alimentos menos calóricos, maior ingestão de alimentos ricos em fibras e
respeito aos horários das refeições. Este procedimento pode requerer suporte
psicológico e auxílio por parte da família. Outra medida adotada é o início de
atividades físicas visando gastar a energia acumulada do organismo na forma
de gordura. A atividade física diminui o apetite e melhora a autoestima. Depois
de verificar se a pessoa está em condições adequadas de saúde para a prática
de exercícios, o ideal é que ela caminhe 50 minutos quatro vezes por semana.
A obesidade é o acúmulo de gordura no corpo causado quase sempre
por um consumo excessivo de calorias na alimentação, superior ao valor usada
pelo organismo para sua manutenção e realização das atividades do dia a dia.
Ou seja: a obesidade acontece quando a ingestão alimentar é maior que o
gasto energético correspondente.
O excesso de
gordura pode levar ao
desenvolvimento de
diabetes tipo 2, doenças
do coração, pressão alta,
artrite, apnéia e derrame.
Por causa do risco
envolvido, é bom que você
perca peso mesmo que
não esteja se sentindo mal
agora. É difícil mudar seus
hábitos alimentares e
fazer exercícios. Mas, se
você planejar, pode conseguir.
Quando você ingere mais calorias do que gasta, você ganha peso. O
que você come e as atividades que você faz ao longo do dia influenciam nisso.
Se seus familiares são obesos, você tem mais chances de também ser. Além
disso, a família também ajuda na formação dos hábitos alimentares. A vida
corrida também torna mais difícil planejar refeições e fazer alimentações
saudáveis. Para muitos, é mais fácil comprar comidas prontas e comer fora.
Não há soluções de curto prazo para a obesidade. O segredo para perder peso
é ingerir menos calorias do que você gasta.
71
Obesidade infantil
A obesidade infantil
acontece quando uma
criança está com peso
maior que o recomendado
para sua idade e altura.
De acordo com o IBGE,
atualmente uma em cada
três crianças no Brasil
está pesando mais do que
o recomendado. As faixas
de Índice de Massa
Corporal (IMC)
determinadas para crianças são diferentes dos adultos e variam de acordo com
gênero e idade.
Os quilos extras podem ter consequências para as crianças até a sua
vida adulta, mesmo que a obesidade seja revertida nesse período. Doenças
como diabetes, hipertensão e colesterol alto são algumas consequências da
obesidade infantil não tratada. A condição também pode levar a baixa
autoestima e depressão nas crianças.
Obesidade no Brasil
Em 2015, o Brasil já tinha cerca
de 18 milhões de pessoas
consideradas obesas. Somando o total
de indivíduos acima do peso, o
montante chega a 70 milhões, o dobro
de há três décadas.
Recentemente, o Ministério da
Saúde divulgou uma pesquisa que
revela que quase metade da
população brasileira está acima do
peso. Segundo o estudo, 42,7% da população estava acima do peso no ano de
2006. Em 2011, esse número passou para 48,5%.
O levantamento é da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção
para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), e os dados foram coletados
em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
Tipos
A obesidade pode ser classificada de diversas formas, por exemplo,
quanto ao tipo, sendo:
72
Homogênea
É aquela em que a
gordura está depositada de forma
homogênea, tanto em membros
superiores e inferiores quanto na
região abdominal.
Andróide
É a obesidade em formato de maçã,
mais característica do sexo masculino ou e
mulheres após a menopausa e nesse caso há
um acúmulo de gordura na região abdominal e
torácica, aumentando os riscos
cardiovasculares.
Ginecóide
É a obesidade em formato de pera, mais
característica do sexo feminino e nesse caso há um
acúmulo de gordura na região inferior do corpo, se
concentrando nas nádegas, quadril e coxas. Está
associada a maior prevalência de artrose e varizes.
Causas
Os motivos que podem causar a obesidade em geral são multifatoriais e
envolvem fatores genéticos,
ambientais, estilo de vida e
fatores emocionais.
A obesidade pode às
vezes ser atribuída a uma
causa médica, como a
síndrome de Prader-Willi, a
síndrome de Cushing e
outras doenças. No entanto,
esses distúrbios são raros e,
em geral, as principais
73
causas da obesidade são:
• Inatividade: Se você não é muito ativo, você não queima tantas calorias.
Com um estilo de vida sedentário, você pode facilmente ingerir mais
calorias todos os dias do que com exercícios e atividades diárias
normais
• Dieta não saudável e hábitos alimentares: O ganho de peso é inevitável
se você comer regularmente mais calorias do que você queima. E a
maioria das dietas dos americanos é muito rica em calorias e está cheia
de fast food e bebidas de alto teor calórico.
Tratamento de Obesidade
Como a
obesidade é
provocada por uma
ingestão de energia
que supera o gasto do
organismo, a forma
mais simples de
tratamento é a adoção
de um estilo de vida
mais saudável, com
menor ingestão de
calorias e aumento das atividades físicas. Essa mudança não só provoca
redução de peso e reversão da obesidade, como facilita a manutenção do
quadro saudável.
Medicamentos
A utilização de
medicamentos contribui de forma
modesta e temporária no caso da
obesidade, e nunca devem ser
usados como única forma de
tratamento. Boa parte das
substâncias usadas atuam no
cérebro e podem provocar
reações adversas graves, como:
nervosismo, insônia, aumento da
pressão sanguínea, batimentos
cardíacos acelerados, boca seca
e intestino preso. Um dos riscos mais preocupantes dos remédios para
obesidade é o de se tornar dependente. Por isso, o tratamento medicamentoso
74
da obesidade deve ser acompanhado com rigor e
restrito a alguns tipos de pacientes.
Fatores de risco
Obesidade geralmente resulta de uma
combinação de causas e fatores contribuintes,
incluindo:
Genética
Seus genes podem afetar a quantidade de
gordura corporal que você armazena e onde essa
gordura é distribuída. A genética também pode
desempenhar um papel na eficiência com que seu
corpo converte alimentos em energia e como seu
corpo queima calorias durante o exercício.
Inatividade
Se você não é
muito ativo, você não
queima tantas calorias.
Com um estilo de vida
sedentário, você pode
facilmente ingerir mais
calorias todos os dias do
que com exercícios e
atividades diárias de
rotina. Ter problemas
médicos, como artrite, pode levar à diminuição da atividade, o que contribui
para o ganho de peso.
75
Dieta não saudável
Uma dieta rica
em calorias, carente de
frutas e vegetais, cheia
de fast food e carregada
de bebidas
hipercalóricas e porções
grandes contribui para o
ganho de peso.
Problemas médicos
Em algumas pessoas, a
obesidade pode ser atribuída a uma
causa médica, como a síndrome de
Prader-Willi, a síndrome de Cushing e
outras condições. Problemas
médicos, como artrite, também
podem levar à diminuição da
atividade, o que pode resultar em
ganho de peso.
Medicamentos
Alguns medicamentos podem levar ao ganho de peso se você não
compensar por meio de dieta
ou atividade. Estes
medicamentos incluem alguns
antidepressivos,
medicamentos anti-
convulsivos, medicamentos
para diabetes, medicamentos
antipsicóticos, esteróides e
beta-bloqueadores.
76
Idade
A obesidade pode ocorrer
em qualquer idade, mesmo em
crianças pequenas. Mas à
medida que você envelhece,
mudanças hormonais e um estilo
de vida menos ativo aumentam o
risco de obesidade. Além disso,
a quantidade de músculo em seu
corpo tende a diminuir com a
idade. Esta menor massa
muscular leva a uma diminuição
do metabolismo. Essas mudanças também reduzem as necessidades de
calorias e podem dificultar a manutenção do excesso de peso. Se você não
controlar conscientemente o que come e se tornar mais ativo fisicamente com a
idade, provavelmente ganhará peso.
Gravidez
Durante a gravidez, o peso
de uma mulher aumenta
necessariamente. Algumas
mulheres acham difícil perder
esse peso depois que o bebê
nasce. Esse ganho de peso pode
contribuir para o desenvolvimento
da obesidade em mulheres.
Parar de fumar
Parar de fumar é
frequentemente associado
ao ganho de peso. E para
alguns, pode levar a ganho
de peso suficiente para que
a pessoa se torne obesa.
No longo prazo, no entanto,
parar de fumar ainda é um
benefício maior para sua
saúde do que continuar a
fumar.
77
Problemas para dormir
Não dormir o
suficiente ou dormir demais
pode causar alterações nos
hormônios que aumentam
o apetite. Você também
pode desejar alimentos
ricos em calorias e
carboidratos, o que pode
contribuir para o ganho de
peso.
Substâncias químicas
Os desreguladores
endócrinos (DE) ou
disruptores endócrinos
são substâncias químicas
são capazes de exercer
efeito semelhante ao de
hormônios presentes em
nosso organismo. De
acordo com pesquisa
existe uma relação
destas substâncias com o
ganho de peso e a
obesidade.
Mesmo se você tiver um ou mais desses fatores de risco, isso não
significa que você está destinado a se tornar obeso. Você pode neutralizar a
maioria dos fatores de risco por meio de dieta, atividade física e exercícios e
mudanças de comportamento.
Convivendo/ Prognóstico
Cuidados
➢ Não deposite as esperanças
do tratamento da obesidade
apenas no medicamento ou
cirurgia, pois o resultado
depende principalmente das
mudanças nos hábitos de
vida (dieta e atividade física);
➢ Com o tempo o
78
medicamento para obesidade pode passar a perder o efeito. Se isso
ocorrer, consulte seu médico e nunca aumente a dose por conta própria;
➢ Existem muitas propagandas irregulares de medicamentos para
emagrecer nos meios de comunicação, por isso não acredite em
promessas de emagrecimento rápido e fácil;
➢ Não compre medicamentos para obesidade pela internet ou em
academias de ginástica, pois muitos não são autorizados pelo Ministério
da Saúde e podem fazer mal a quem utiliza;
➢ Clínicas e consultórios não podem vender medicamentos para
obesidade. O paciente tem a liberdade de escolher a farmácia de sua
confiança para comprar ou manipular o medicamento prescrito;
➢ Fórmulas de emagrecimento com várias substâncias misturadas são
proibidas pelo Ministério da Saúde e já provocaram mortes.
➢ A prevenção se dá através do estímulo, desde cedo, para que a criança
aprenda a ter uma dieta balanceada e sem excessos. A prática de
exercícios também deve ser incentivada.
A obesidade é uma doença crônica, que afeta um número elevado de
pessoas por todo o mundo. Porém, opção por uma rotina alimentar saudável e
a prática de exercícios físicos podem contribuir com a prevenção e tratamento.
2- A obesidade é diagnosticada
através do cálculo do Índice de
Massa Corporal (IMC). Ele é
feito da seguinte forma: divide-se
o peso (em Kg) do paciente pela
sua altura (em metros) elevada
ao quadrado. De acordo com o
padrão utilizado pela
Organização Mundial da Saúde
(OMS), quando o resultado fica
entre 18,5 e 24,9 kg/m2, o peso
é considerado normal. Entre 25,0 e 29,9 kg/m2, sobrepeso, e acima deste
valor, a pessoa é considerada obesa.
79
3- Conforme a magnitude do excesso de peso pode-se, de acordo co o IMC,
classificar o grau de obesidade do paciente em: obesidade leve (classe 1 – IMC
30 a 34,9 kg/m2), moderada (classe 2 - IMC 35 a 39,9 kg/m2) e grave ou
mórbida (classe 3 - IMC ≥ 40 kg/m2). Essa classificação é importante na
escolha do tipo de tratamento, quando deve ser clínico ou cirúrgico.
80
9- A prevenção contra a
obesidade passa pela
conscientização da importância
da atividade física e da
alimentação adequada. O estilo
de vida sedentário, as refeições
com poucos vegetais e frutas,
além do excesso de alimentos
ricos em gordura e açúcar
precipitam o aumento do número
pessoas obesas, em todas as
faixas etárias, inclusive crianças.
Síndrome metabólica
Na década de 80, um
pesquisador chamado
Reaven, observou que
doenças frequentes como
hipertensão, alterações na
glicose e
no colesterol estavam, muitas
vezes, associadas
à obesidade. E mais que
isso, essas condições
estavam unidas por um elo
de ligação comum, chamado
resistência insulínica. A
valorização da presença da Síndrome se deu pela constatação de sua relação
81
com doença cardiovascular. Quando presente, a Síndrome Metabólica está
relacionada a uma mortalidade geral duas vezes maior que na população
normal e mortalidade cardiovascular três vezes maior.
A insulina é o hormônio responsável por retirar a glicose do sangue e
levá-la às células do nosso organismo. A ação da insulina é fundamental para a
vida. Mas, a insulina também é responsável por inúmeras outras ações no
organismo, participando, por exemplo, do metabolismo das gorduras.
Resistência insulínica corresponde então a uma dificuldade desse hormônio em
exercer suas ações. Geralmente ocorre associada à obesidade, sendo esta a
forma mais comum de resistência.
O termo Síndrome Metabólica descreve um conjunto de fatores de risco
que se manifestam num indivíduo e aumentam as chances de desenvolver
doenças cardíacas, derrames e diabetes. A Síndrome Metabólica tem como
base a resistência à ação da insulina (hormônio responsável pelo metabolismo
da glicose), daí também ser conhecida como síndrome de resistência à
insulina. Isto é: a insulina age menos nos tecidos, obrigando o pâncreas a
produzir mais insulina e elevando o seu nível no sangue. Alguns fatores
contribuem para o seu aparecimento: os genéticos, excesso de peso
(principalmente na região abdominal) e a ausência de atividade física. As
manifestações clínicas desta síndrome resultam da dificuldade encontrada pela
insulina de atuar no organismo. Dentre a sintomatologia estão:
• Obesidade;
• Hipertensão arterial;
• Elevação dos níveis de triglicerídeos;
• Hiperglicemia (elevados níveis de açúcar no sangue);
• Dislipidemia (nível alterado de colesterol);
• Microalbuminúria (perda de albumina pela urina).
A síndrome metabólica é uma doença da civilização moderna, associada
à obesidade, como resultado da alimentação inadequada e do sedentarismo.
Fatores de risco:
➢ Grande quantidade de
gordura abdominal: em
homens, cintura com
mais de 102 cm e nas
mulheres, maior que 88
cm;
➢ Baixo HDL ("bom
colesterol"): em
homens, menos que
40mg/dl e nas mulheres menos do que 50mg/dl;
➢ Triglicerídeos elevados (nível de gordura no sangue): 150mg/dl ou
superior;
82
➢ Pressão sanguínea alta: 135/85 mmHg ou superior ou se está utilizando
algum medicamento para reduzir a pressão;
➢ Glicose elevada: 110mg/dl ou superior.
Ter três ou mais dos fatores acima é um sinal da presença da resistência
insulínica. Esta resistência significa que mais insulina do que a quantidade
normal está sendo necessária para manter o organismo funcionando e a
glicose em níveis normais.
A maioria das pessoas que tem a Síndrome Metabólica sente-se bem e
não tem sintomas. Entretanto, elas estão na faixa de risco para o
desenvolvimento de doenças graves, como as cardiovasculares e o diabetes.
Tratamento:
O aumento da
atividade física e a perda
de peso são as melhores
formas de tratamento, mas
pode ser necessário o uso
de medicamentos para
tratar os fatores de risco.
Entre eles estão os
chamados
"sensibilizadores da insulina", que ajudam a baixar a açúcar no sangue, os
medicamentos para pressão alta e os para baixar a gordura no sangue.
Se você identificou em seu organismo alguns dos fatores, descritos
acima, procure um profissional. O endocrinologista é o especialista em
hormônios e metabolismo, que pode fazer o diagnóstico, o tratamento e o
acompanhamento mais adequado se você tiver a síndrome.
Prevenção:
Perder peso e praticar alguma atividade física são as melhores formas
de prevenir e tratar a Síndrome Metabólica. Detectar o problema pode reduzir o
aparecimento de futuras doenças cardíacas. Além disso, você terá tempo de
mudar seu estilo de vida, evitando o desenvolvimento de diversas
complicações.
Fatores de risco
Os fatores de risco principais são aqueles que levam ao ganho de peso,
como alimentação com excesso de carboidratos simples e gorduras saturadas,
além do sedentarismo. Além disso, o tabagismo pode aumentar o risco
cardíaco e potencializar as consequências da síndrome metabólica ao coração.
A história familiar de problemas cardíacos também é importante quando
analisamos o impacto na síndrome metabólica no organismo.
83
RELAÇÃO DAS DOENÇAS COM ALIMENTOS ESPECÍFICOS
Os hábitos
alimentares
desadequados e a
diminuição da atividade
física são dois importantes
fatores de risco das
doenças cardiovasculares,
pelo que, é fundamental
incentivar práticas mais
saudáveis e equilibradas.
A alimentação atual
é bastante desequilibrada, convivemos em simultâneo com o excesso de
consumo de gorduras, açúcar, e sal, provenientes de alimentos processados,
carne e derivados, fritos, alimentos e bebidas ricos em açúcar a par com a
carência de frutos e vegetais, leguminosas e peixe, alimentos protetoras,
fornecedores de fibras, hidratos de carbono complexos, vitaminas, minerais e
antioxidantes. Este padrão alimentar está muito associado ao aparecimento da
hipertensão arterial, ao aumento do colesterol sanguíneo, dos triglicerídeos e
da glicemia. Quando alguns destes fatores se conjugam aumenta de forma
significativa o risco de ocorrer um problema cardíaco ou cérebro vascular
grave.
Do ponto de vista alimentar devemos organizar o dia de forma a
distribuir os alimentos por várias refeições, evitando o consumo excessivo de
alimentos de uma só vez, o que sobrecarrega o organismo de forma pouco
saudável. Tomar sempre o pequeno-almoço, fazer pequenos lanches a meio
da manhã e da tarde, ajudam a comer de forma mais equilibrada ao almoço e
ao jantar e a controlar melhor a quantidade diária de alimentos a ingerir.
Em traços gerais devemos fazer uma alimentação diversificada, com
ingestão diária de lacticínios magros, com redução da frequência e quantidade
carnes vermelhas,
sobretudo vaca, borrego e
cabrito e maior utilização
de peixe e carnes
brancas. É fundamental
aumentar o consumo
diário de legumes,não só
na sopa mas também
como acompanhamento
das refeições principais e
também de fruta. Deve
84
fazer-se uma ingestão de cereais e leguminosas adequados às necessidades
energéticas, privilegiando sempre que possível o consumo de cereais integrais.
Evitar alimentos fritos, ricos em gorduras saturadas e trans, produtos de
pastelaria, folhados e queijos gordos.
Hipertensão
Doença que surge
derivado ao excesso de sal
na alimentação;
A hipertensão ocorre
quando os níveis de
pressão arterial encontram-
se acima dos valores de
referência para a
população em geral.
Podemos citar como
causas da hipertensão a
obesidade, consumo excessivo de álcool, sal em excesso, tabagismo,
sedentarismo e fator hereditário. Esta doença é um dos principais fatores de
risco para as doenças cardiovasculares.
Assim como as demais doenças citadas acima, para controlar a pressão
arterial é fundamental ter uma
alimentação balanceada,
praticar exercícios e diminuir
o consumo de sódio, ou seja,
o sal de cozinha e alimentos
ricos em sódio, por isso fique
atento nas embalagens dos
alimentos. Os alimentos
industrializados geralmente
são ricos em sódio.
Como se pode
observar a alimentação é
algo essencial no combate destas doenças e outras que não foram citadas, por
isso se faz necessário a conscientização de todos para uma vida mais
saudável.
85
Dislipidemia
A dislipidemia é um distúrbio
que altera os níveis séricos
(quantidade presente no sangue) de
lipídeos (gorduras), que é um dos
fatores de risco para doenças
cardiovasculares e aterosclerose,
ou seja, o acúmulo de placas de
gordura nos vasos sanguíneos.
Essas alterações podem ocorrer
tanto nos triglicerídeos quanto no
colesterol total, LDL e HDL,
isolados ou não.
Refluxo gastroesofágico
Refluxo gastroesofágico é o
retorno involuntário e repetitivo do
conteúdo do estômago para o
esôfago. Os alimentos mastigados
na boca passam pela faringe, pelo
esôfago (um tubo que desce pelo
tórax na frente da coluna vertebral)
e caem no estômago, situado no abdômen. Entre o esôfago e o estômago,
86
existe uma válvula que se abre para dar passagem aos alimentos e se fecha
imediatamente para impedir que o suco gástrico penetre no esôfago, pois a
mucosa que o reveste não está preparada para receber uma substância tão
irritante.
Crianças pequenas podem apresentar episódios de refluxo em virtude
da fragilidade dos tecidos existentes na transição entre o estômago e o
esôfago. Na maioria dos casos, o problema desaparece espontaneamente.
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma doença digestiva
em que os ácidos presentes dentro do estômago voltam pelo esôfago ao invés
de seguir o fluxo normal da digestão. Esse movimento é conhecido como
refluxo e irrita os tecidos que revestem o esôfago, causando os sintomas
típicos da DRGE.
Causas
Quando uma pessoa come, a comida passa da garganta para o
estômago através do esôfago. Uma vez que a comida está no estômago, um
anel de fibras musculares impede que o alimento se mova para trás, em
direção ao esôfago. Essas fibras musculares são chamadas de esfíncter
esofágico inferior (EEI).
Se o esfíncter não fechar bem, tudo o que a pessoa comeu, bebeu e até
mesmo o suco gástrico usado na digestão pode vazar de volta para o esôfago.
Isso é chamado de refluxo gastroesofágico. Esse refluxo pode causar irritação
na parede do esôfago, gerando os sintomas característicos da doença do
refluxo gastroesofágico.
A alimentação também está diretamente relacionada à ocorrência da
doença. Chocolate, pimenta, frituras, café e bebidas alcóolicas estão entre os
itens que, se consumidos em excesso, podem contribuir para o refluxo.
Sintomas
Alguns sintomas são
característicos da doença de
refluxo gastroesofágico como:
• Azia
• Dor no peito
• Dificuldade para engolir
• Tosse seca
• Rouquidão
• Dor de garganta
• Regurgitação e refluxo de
suco gástrico
• Inchaço na garganta
• Náusea após refeições.
87
Uma pessoa diagnosticada com DRGE pode ter a sensação de que o
alimento pode ter ficado preso na garganta e pode sentir os sinais da doença
aumentar ao se curvar, inclinar para a frente, ficar deitado ou comer. Os
sintomas também costumam ser piores à noite e podem ser aliviados com
antiácidos.
Constipação
A Constipação é um sintoma que pode se manifestar de maneiras
diferentes para cada pessoa.
A infrequência na evacuação
é mais comum, mas a
diminuição de volume ou peso
das fezes, a necessidade de
esforço durante a evacuação,
a sensação de evacuação
incompleta também são
formas de manifestação da
doença.
Cerca de 80% das
pessoas sofrem de
Constipação em algum momento de suas vidas, e períodos breves de
constipação são normais. O caso passa a ter necessidade de observação
quando a evacuação ocorre menos de três vezes por semana.
É considerada normal a evacuação de três vezes ao dia a três vezes por
semana. E o tipo de dieta interfere no funcionamento intestinal. Uma dieta
equilibrada deve proporcionar a ingestão de 25 a 30 gramas de fibras e de 1,7
a 2,4 litros de líquidos diariamente. Exercícios físicos também são importantes
para o bom funcionamento intestinal.
Causas da constipação
Hábitos de vida e
fatores externos podem
causar a alteração de
funcionamento intestinal. São
eles:
• Consumo inadequado
ou insuficiente de
fibras;
• Consumo inadequado de líquidos;
• Sedentarismo;
• Viagens;
• Gravidez;
88
• Alterações na dieta;
• Não evacuação quando surge a vontade.
Mas existem fatores mais graves que podem ser a causa da Constipação:
• Tumores;
• Áreas de estreitamento no cólon;
• Lesão de medula;
• Diabetes;
• Esclerodermia;
• Distúrbios do sistema nervoso;
• Doenças da tireoide;
• Esclerose múltipla;
• Doença de Parkinson;
• Estresse e ansiedade
• Mudança na rotina, como viagens
• Efeito colateral de medicamentos
Intolerância à lactose
A intolerância à lactose,
também conhecida como deficiência
de lactase, é a incapacidade que o
corpo tem de digerir lactose - um
tipo de açúcar encontrado no leite e
em outros produtos lácteos.
Tipos
Existem três tipos de intolerância à lactose:
• Intolerância à lactose
primária, resultado do
envelhecimento. É comum
em pessoas de idade mais
avançada
• Intolerância à lactose
secundária, resultado de
alguma doença ou ferimento
• Intolerância à lactose
congênita, quando a pessoa
já nasceu com o problema.
89
Causas
A intolerância à lactose acontece como consequência de um outro
problema: a deficiência de lactase. Ela ocorre quando o intestino delgado deixa
de produzir a quantidade necessária da enzima lactase, cuja função é quebrar
as moléculas de lactose e convertê-las em glucose e galactose.
A presença de lactose no
organismo se dá por meio da
ingestão de leite e seus
derivados.
90
Intolerância à lactose congênita
É possível, embora raro, que
bebês nasçam com intolerância à
lactose por causa da deficiência total
de lactase no organismo. Essa
condição é conhecida como herança
autossômica recessiva e é passada
de geração em geração. Isso significa
que tanto o pai quanto a mãe
precisam transmitir o gene da
intolerância à lactose para o filho para
que ele apresente o problema.
Convivendo/ Prognóstico
Geralmente, a diminuição
ou a remoção de produtos
lácteos da dieta melhora os
sintomas da intolerância à
lactose.
A maioria das pessoas
com baixos níveis de lactase
pode tolerar de 55 a 115 gramas
de leite de uma só vez (até meia
xícara) sem ter sintomas.
91
Porções maiores (225 gramas) podem causar problemas para pessoas com
deficiência de lactase.
Alguns produtos lácteos podem ser mais fáceis de digerir por conterem
menos lactose do que o leite comum. No entanto, eles devem ser
experimentados com cautela, já que podem causar reações ainda assim. Veja
alguns deles:
• Manteiga e queijos (eles têm menos lactose do que o leite)
• Produtos lácteos fermentados, como iogurte
• Leite de cabra (deve ser ingerido juntamente com as refeições e
suplementado com aminoácidos essenciais e vitaminas se for oferecido
a crianças)
• Sorvete, milk-shakes e queijos envelhecidos ou duros
• Leite e produtos lácteos sem lactose
• Leite de vaca tratado com lactase para crianças maiores e adultos
• Fórmulas de soja para crianças com menos de dois anos
Cólon irritável
A síndrome do
intestino irritável é uma
doença comum crônica
que afeta o intestino
grosso (cólon) e que exige
acompanhamento médico
no longo prazo.
Causas
As paredes dos
intestinos são revestidas com músculos que se contraem e relaxam conforme o
alimento ingerido vai passando do estômago em direção ao reto. Na síndrome
do intestino irritável, as contrações podem ser mais fortes e podem durar mais
tempo do que o normal, fazendo com surja alguns sintomas característicos da
doença, como gases, flatulência e diarreia.
Poder ser, ainda, que aconteça justamente o oposto, com contrações
intestinais mais fracas que o normal, o que retarda a passagem de alimentos e
leva a fezes mais endurecidas.
Não se sabe exatamente o que leva uma pessoa a desenvolver a síndrome do
intestino irritável, mas uma combinação de fatores pode estar envolvida:
92
Alimentos
Ainda não se sabe
como alergias ou a
intolerância alimentar podem
estar relacionadas à
síndrome do intestino irritável,
mas os sintomas costumam
aparecer após uma pessoa
comer determinados
alimentos, como chocolate,
especiarias, gorduras, frutas,
feijão, repolho, couve-flor, brócolis, leite, bebidas gaseificadas, álcool, entre
outros.
Doença Crohn
A Doença de
Crohn é uma doença
inflamatória séria do trato
gastrointestinal. Ela afeta
predominantemente a
parte inferior do intestino
delgado (íleo) e intestino
grosso (cólon), mas pode
afetar qualquer parte do
trato gastrointestinal. A
doença de Crohn
habitualmente causa
diarréia, cólica abdominal,
às vezes febre, e sangramento retal. Também pode ocorrer perda de apetite, e
de peso subsequente. Os sintomas podem variar de leve à grave,mas em
geral, as pessoas com doença de Crohn podem ter vida ativa e produtiva.
A doença de Crohn é crônica. Não sabemos qual é a sua causa. Os
medicamentos disponíveis atualmente reduzem a inflamação e habitualmente
controlam os sintomas, mas não curam a doença. Como a doença de Crohn se
comporta como a colite ulcerativa (às vezes é difícil diferenciar uma da outra),
as duas doenças são agrupadas na categoria de doenças inflamatórias
intestinais (DII). Diferentemente da doença de Crohn, em que todas as
camadas estão envolvidas e na qual pode haver segmentos de intestino
saudável, normal, entre os segmentos do intestino doente, a colite ulcerativa
afeta apenas a camada mais superficial (mucosa) do cólon,e de modo
contínuo. Dependendo da região afetada, a doença de Crohn era chamada de
ileite, enterite regional ou colite, etc. Para reduzir a confusão, o termo doença
93
de Crohn foi usado, para identificar a doença, qualquer que seja a região do
corpo afetada (íleo, cólon, reto, ânus, estômago, duodeno, etc.). Ela é chamada
doença de Crohn, porque Burril B. Crohn foi o primeiro nome de um artigo de
três autores, publicado em 1932, que descreveu a doença.
Evolução da Doença
O curso da doença de
Crohn é imprevisível. Alguns
pacientes não têm nenhum
sintoma até que ocorre um surto
ou começam a surgir
reclamações, que se modificam
ao longo de um período. A
reação é diferente sempre,
porque a doença de Crohn não
progride da mesma maneira em
todos os pacientes, o que também dificulta o diagnóstico e o controle dos
sintomas. Porém, há uma classificação básica da doença, conforme os
sintomas:
Leve a moderada
Neste estágio, o paciente tem diarreia frequente e dor abdominal, mas
pode andar e comer normalmente. Não está desidratado, nem tem febre
alta.Também não sente dor abdominal forte, obstrução ou perda de peso de
mais de 10%.
Moderada a grave
É o paciente que falhou no tratamento de doença leve a moderada ou
tem sintomas mais evidentes, como
febre, perda de peso significativa,
dor abdominal ou sensibilidade,
náusea e vômitos intermitentes ou
anemia significativa.
Fulminante
Sintomas persistentes
apesar de ter passado pelo
tratamento adequado para o
estágio moderado ou grave da
doença. Pode sentir febre alta e
vômitos persistentes. O paciente
apresenta também evidências de
94
obstrução intestinal ou abcesso, além de perda de peso mais grave.
A dieta não tem um papel definido na doença de Crohn. Embora alguns
alimentos agravem os sintomas, não há evidências que a inflamação intestinal
seja alterada por qualquer alimento. Por isso, as recomendações devem ser
individualizadas, conforme a reação de cada paciente. “Há algumas regras
básicas para evitar os sintomas mais comuns, como diarréia e cólicas
intestinais”, explica a nutricionista Heidi Ide. É sempre recomendado evitar
alimentos ricos em fibras, frituras e fermentados, mas cada fase da doença e
tipo de organismo responde à dieta de uma forma diferente.
Dicas:
✓ Reduza a quantidade de gordura ingerida. Prefira carne magra, peixes e
aves sem pele
✓ Use com moderação doces dietéticos e adoçantes. Em grande
quantidade, eles podem piorar a diarréia
✓ Faça de 5 a 6 refeições diárias, em pequenos volumes
✓ Coma devagar e mastigue bem os alimentos
✓ Dê preferência à ingestão de líquidos nos intervalos das refeições e, no
mínimo, 2 litros ao dia. Prefira alimentos cozidos, grelhados ou assados
✓ Utilize gordura em pequena quantidade ao preparar alimentos – prefira
óleo de milho, girassol, soja ou azeite
✓ Evite verduras folhosas e cascas de frutas
✓ Evite condimentos picantes como páprica, orégano, pimenta-do-reino,
pimentas, mostarda e ketchup.
Esteatose hepática
O acúmulo de
gordura no fígado,
tecnicamente chamado
de esteatose hepática, é
um problema bastante
comum que pode ser
causado por fatores de
risco como obesidade,
diabetes, colesterol alto
e consumo excessivo de
bebidas alcoólicas.
Apesar de nem sempre existirem sintomas, é possível que algumas
pessoas sintam dor no lado direito do abdômen, barriga inchada, enjoos,
vômitos e mal-estar geral. Na presença desses sintomas, deve-se consultar um
hepatologista para realizar exames que avaliam o funcionamento do fígado e a
gravidade da doença.
95
A gordura no fígado pode ser controlada com alterações na dieta e a
prática regular de exercício físico, sendo importante seguir o tratamento
adequado para evitar complicações como a cirrose.
96
Causas de gordura no fígado
Não se sabe
exatamente por que alguns
indivíduos desenvolvem
esteatose hepática, mas
algumas doenças estão
claramente ligadas a este
fato. Podemos citar:
• Obesidade: Mais de
70% dos pacientes
com esteatose
hepática são
obesos. Quanto maior o sobrepeso, maior o risco.
• Diabetes Mellitus: Assim como a obesidade, o diabetes tipo 2 e a
resistência à insulina também estão intimamente relacionados ao
acúmulo de gordura no fígado.
• Colesterol elevado, Principalmente níveis altos de triglicerídeos.
• Drogas: Várias medicações podem favorecer a esteatose, entre as mais
conhecidas estão, corticoides, estrogênio, amiodarona, antirretrovirais,
Diltiazen e Tamoxifeno. O contato com alguns tipos de pesticidas
também está relacionado ao desenvolvimento de esteatose hepática.
• Desnutrição ou rápida perda de grande quantidade de peso.
• Cirurgias abdominais, principalmente “bypass gástrico”, retirada de
partes do intestino e até cirurgia para remoção da vesícula.
• Gravidez.
Transplante hepático
O Grupo de Transplante Hepático
do Núcleo Avançado do Fígado do Sírio-
Libanês existe há mais de 15 anos, tendo
realizado mais de 500 transplantes. É
formado por cirurgiões, hepatologistas e
pediatras hepatologistas, a maioria com
formação em transplante no exterior.
Um diferencial do grupo é a experiência
com mais de 350 transplantes de fígado
intervivos, a maior experiência nacional na
área, com resultados de sobrevida a curto
e longo prazo acima de 90 e 80%,
respectivamente. O transplante hepático
leva em média de cinco a oito horas. O
97
fígado doente é retirado por uma incisão no abdômen superior. Posteriormente,
o fígado do doador é colocado na cavidade abdominal e os vasos sanguíneos
(veias supra-hepáticas, veia porta e artéria hepática) são suturados às
respectivas estruturas do receptor.
A última etapa do transplante é a reconstrução de via biliar, que pode ser
feita com o ducto biliar do receptor ou com um segmento de intestino, como
nos casos de transplante para atresia de vias biliares na criança.
Após a cirurgia, os pacientes passam um a dois dias em uma unidade de
terapia intensiva se não houver qualquer complicação clínica ou cirúrgica pós-
operatória. O tempo de internação hospitalar médio pós-transplante varia de
uma a duas semanas.
Imunossupressão
A chave para entender o tratamento pós-transplante é o conceito de que
o órgão transplantado é um corpo estranho. O sistema imune do receptor vai
atacar o fígado transplantado num processo chamado "rejeição". Por esta
razão, todos os pacientes transplantados devem receber medicações que
combatam a rejeição, as chamadas drogas imunossupressoras.
A despeito do uso dos imunossupressores, cerca de 50% dos pacientes
transplantados apresentarão elevação das enzimas hepáticas no fim da
primeira semana pós-transplante. Na maioria das vezes, isso corresponderá a
um caso de rejeição celular aguda, que normalmente é facilmente tratada com
corticosteroides.
Episódios de rejeição aguda, quando tratados adequadamente, não
determinam diminuição da vida do enxerto de fígado. Muitos pacientes
transplantados desde o início dos anos 80 estão vivos e com função hepática
perfeita.
O uso de imunossupressores faz com que os pacientes estejam sujeitos
a um maior risco de infecções oportunistas, causadas por vírus, fungos e
bactérias. Portanto, os pacientes transplantados devem manter
acompanhamento rigoroso, especialmente até o primeiro ano pós-operatório,
para detecção precoce de eventuais complicações e intercorrências.
Enxaqueca
A enxaqueca é um dos tipos de cefaleia (dor de cabeça). A enxaqueca
se caracteriza por uma
dor pulsátil em um dos
lados da cabeça (às
vezes dos dois),
geralmente
acompanhada de
fotofobia e fonofobia,
náusea e vômito. A
duração da crise varia
de quatro a 72 horas,
podendo ser mais
curta em crianças. Segundo o Ministério da Saúde, de 5 a 25% das mulheres e
2 a 10% dos homens tem enxaqueca. A enxaqueca é predominante em
pessoas com idades entre 25 e 45 anos, sendo que após os 50 anos essa
porcentagem tende a diminuir, principalmente em mulheres. A doença ocorre
em 3 a 10% das crianças, afetando igualmente ambos os gêneros antes da
puberdade, mas com predomínio no sexo feminino após essa fase. A
enxaqueca pode ser divida entre com aura ou sem aura, e essas em episódica
ou crônica. Segundo dados do Ministério da Saúde, 64% do total desses
pacientes apresentaram enxaqueca sem aura, 18% com aura e 13% com e
sem aura. Os restantes 5% apresentaram aura sem cefaleia.
99
A enxaqueca crônica se caracteriza por cefaleia em 15 ou mais dias do
mês, sendo oito dias com crises típicas de enxaqueca, por mais de três meses,
na ausência de abuso de
medicamentos.
As causas exatas da enxaqueca
são desconhecidas, embora se saiba
que elas estão relacionadas com
alterações do cérebro e possuem
influência genética. A enxaqueca
começa quando as células nervosas, já
em estado de hiperexcitabilidade,
reagem a algum gatilho frequentemente
externo, enviando impulsos para os
vasos sanguíneos, causando sua
constrição (relacionado a aura) seguida
de uma dilatação (expansão) e a libertação de prostaglandinas, serotonina e
outras substâncias inflamatórias que causam a dor. O padrão de crise é
sempre o mesmo para cada indivíduo, variando apenas em intensidade. O
espaçamento entre crises é variável. Sabe-se também que o gatilho para as
crises em enxaqueca variam de indivíduo para indivíduo, sendo que em alguns
a pessoa pode não apresentar nenhum gatilho específico. Os gatilhos de
enxaqueca mais comuns são:
• Estresse
• Jejum prolongado
• Dormir mais ou menos do que o de costume
• Mudanças bruscas de temperatura e umidade
• Perfumes e outros odores muito fortes
• Esforço físico
• Luzes e sons intensos
• Abuso de medicamentos, incluindo analgésicos
Fatores hormonais: é comum mulheres portadoras de enxaqueca
apresentarem dor nas fases pré, durante ou após a menstruação. Esse tipo de
migrânea é chamado de enxaqueca menstrual. Esse tipo de enxaqueca tende
a melhorar espontaneamente na menopausa. Muitas mulheres têm as crises
pioradas, ou ate melhoradas, a partir do momento que iniciam o uso
de anticoncepcionais orais.
Alimentos e bebidas: queijos amarelos envelhecidos, frutas cítricas
(principalmente laranja, limão, abacaxi e pêssego), carnes processadas, frituras
e gorduras em excesso, chocolates, café, chá e refrigerantes à base de cola,
aspartame (adoçante artificial), glutamato monossódico (tipo de sal usado
como intensificador de sabor, principalmente em comida chinesa), excesso de
álcool.
100
Convivendo/ Prognóstico
Durante uma crise de
enxaqueca, siga essas
recomendações:
1. Tome o
medicamento: pessoas
que tem enxaqueca
frequente devem sempre
andar com seus
medicamentos. Isso porque algum tempo após a dor de cabeça se
iniciar, ocorre um processo de sensibilização central, que mantém a dor
e a torna mais rebelde aos analgésicos
2. Entenda o que alivia a sua dor: como os desencadeantes da enxaqueca
são diferentes para cada um, a forma de aliviar essa dor também varia.
Alguns dos tratamentos não medicamentosos mais comuns incluem
compressas quentes ou frias, massagens, terapia de
biofeedback, homeopatia e acupuntura
3. Trate os sintomas separadamente: como o analgésico trata apenas a
dor da enxaqueca, os outros sintomas devem ser tratados de forma
tópica. Esse cuidado é redobrado com aqueles que sofrem com vômitos,
pois ele pode golfar os analgésicos, precisando ir ao pronto socorro para
receber drogas injetáveis
4. Descanse em um local escuro e silencioso: durante uma crise de
enxaqueca, o paciente não suporta ambientes barulhentos e com muita
luz. Por isso, o ideal é se sentar o deitar - o que for mais confortável -
em um local com pouca luz e sem barulhos, evitando ao máximo
atividades que o tirem do repouso
5. Faça refeições leves e hidrate-se: beba muito líquido, tanto água quanto
soluções hidratantes disponíveis no mercado. Caso haja vômito, o
melhor é não ingerir
alimentos sólidos e, em
casos graves, procurar um
pronto atendimento para
receber medicações
injetáveis mais potentes.
Depressão
A depressão é um
transtorno mental bastante
comum atualmente.
Segundo o Ministério da
saúde, estima-se que, na
América Latina, 24 milhões
de pessoas sofram com a
doença. Num episódio
depressivo a pessoa pode
se sentir sem energia, com
o humor afetado, sem
interesse e sem vontade de
fazer tarefas comuns da sua rotina, além dos sintomas físicos como dor de
cabeça e dor de estômago.
102
O nosso cérebro produz substâncias chamadas de neurotransmissores
que controlam inúmeras funções cerebrais. Um destes neurotransmissores,
a serotonina, é capaz de dar ao cérebro sensação de bem-estar, regulando
nosso humor e também dando sensação de "saciedade".
1. Frutas
Melancia, abacate,
mamão, banana, tangerina e
limão são conhecidos como
agentes do bom humor.
"Todas estas frutas são ricas
em triptofano, aminoácido que
ajuda na produção de
serotonina", explica a
nutricionista Abykeyla Tosatti.
É recomendado o consumo
de três a cinco porções de frutas todos os dias.
103
3. Laranja e maçã
Elas ganham destaque
porque fornecem ácido fólico,
cujo consumo está associado
a menor prevalência de
sintomas depressivos. Além
disso, por ser rica em vitamina
C, a laranja promove o melhor
funcionamento do sistema
nervoso, garante energia,
ajuda a combater o estresse e
previne a fadiga.
5. Banana e abacate
A banana é rica em
carboidrato (hidratos de
carbono), potássio e
magnésio. Também é fonte de
vitamina B6, que produz
energia. A fruta diminui
a ansiedade e ajuda a ter um
sono tranquilo. Tão bom
quanto, o abacate é outra
ótima opção, e antes de
dormir. Consuma duas colheres de chá da fruta pura (sem açúcar ou adoçante)
todos os dias antes de se deitar.
104
6. Ovos
Eles são uma boa fonte
de tiamina e a niacina
(vitaminas do complexo B), que
colaboram com o bom humor. O
recomendado é uma unidade
por dia, no máximo. Quem
tem colesterol alto deve se
preocupar com o consumo em
excesso, e evitar,
principalmente a versão frita.
7. Mel
Esse alimento estimula a
produção de serotonina,
neurotransmissor responsável pela
sensação de prazer e bem-estar.
Para usufruir dos benefícios, duas
colheres de sobremesa, ao dia, são
suficientes.
105
9. Carboidratos complexos
Eles ajudam o
organismo a absorver
triptofano e estimulam a
produção do neurotransmissor
serotonina, que ajuda a
reduzir as sensações de
depressão. Uma alimentação
pobre em carboidratos, por
vários dias, pode levar a
alterações de humor e
depressão. Alimentos fontes
de carboidratos: pães, cereais integrais (trigo, arroz). A recomendação é de 6 a
9 porções diárias.
Bulimia
A bulimia é um distúrbio
alimentar no qual uma pessoa
oscila entre a ingestão exagerada
de alimentos, com um sentimento
de perda de controle sobre a
alimentação, e episódios de
vômitos ou abusos de laxantes
para impedir o ganho de peso.
Pessoas com bulimia estão
sempre preocupadas com a
aparência, principalmente com o
peso.
107
É um distúrbio em que o paciente ingere grandes quantidades de
alimentos calóricos (doces ou massas, por exemplo) e, em seguida, lança mão
de mecanismos prejudiciais à saúde a fim de evitar ganho de peso.
A causa exata da bulimia ainda é desconhecida. Trata-se de um
transtorno de alimentação e, por isso, muitos fatores podem estar envolvidos
nos motivos que levam à sua ocorrência.
A influência exercida
pela mídia sobre o
comportamento e o padrão
de beleza das pessoas
também pode estar entre
as possíveis causas da
bulimia.
O culto ao corpo
magro e o desprezo às
pessoas acima do peso
pregado pela indústria da
beleza e da moda, aparentemente, levam milhões de pessoas em todo o
mundo a apresentar quadros de bulimia.
Dessa forma, a bulimia é um distúrbio de imagem, no qual o paciente
não consegue aceitar seu corpo da forma como ele é, ou tem a impressão de
que está acima do peso em níveis acima da realidade. Isso pode levar a um
quadro de ansiedade, que faz a pessoa buscar maneiras bruscas de perder
peso rapidamente, ao mesmo tempo em que busca conforto na comida.
Fatores de risco
Fatores genéticos, psicológicos, traumáticos, familiares, sociais ou
culturais podem contribuir para seu desenvolvimento. A bulimia provavelmente
ocorre devido a mais de um
fator.
A bulimia afeta muito
mais mulheres do que homens e
é mais comum em mulheres
adolescentes e em jovens
adultas.
A genética também pode
ser um fator de risco para a
bulimia. Estudos mostram que
ter um parente com bulimia
pode favorecer o
108
desenvolvimento da doença. No entanto, ainda não está certo se é um fator
genético que predispõe à bulimia ou o comportamento familiar que favorece a
doença.
Anorexia
É um transtorno
alimentar que faz a pessoa
enxergar o próprio corpo de
maneira distorcida (em geral,
muito acima do peso) e, a
partir daí, leva a atitudes de
risco como dietas restritivas,
abuso de exercícios físicos,
indução de vômito para
109
hormônios que controlam o apetite, a melanocortina, o que deixa a pessoa
constantemente sem fome.
O diagnóstico de anorexia repousa sobre alguns critérios essenciais:
• Perda de peso acentuada, superior a 15% do peso inicial;
• Aparecimento da patologia antes dos 25 anos de idade;
• Uma distorção implacável do comportamento alimentar;
• A ausência de qualquer outra patologia orgânica ou psiquiátrica;
• Um medo terrível de ganhar peso e de se tornar obeso.
Infelizmente, o diagnóstico
continua, em muitos casos, a ser
estabelecido em presença de perdas de
peso consideráveis, os primeiros sintomas
passando despercebidos ou sendo até
banalizados não só pelos doentes mas
também pela família e pelos que os
rodeiam.
A anorexia possui um índice de
mortalidade alto, entre 15 a 20%,
geralmente mata por paragem cardíaca,
devido à falta de potássio ou sódio (que
ajudam a controlar o ritmo normal do
coração).
Existem alguns objetivos
incontornáveis e intimamente ligados que se devem ter em conta a abordagem
e tratamento longo e difícil destes doentes:
✓ Obter um peso mínimo aceitável: IMC de 18,5;
✓ Obter aportes energéticos compatíveis com a necessidade de
manutenção de peso;
✓ Obter um comportamento alimentar normal “sem medo e sem culpa”;
✓ Abrir portas mentais: direito à palavra, luta contra a angústia e a
desvalorização de si, mas também contra o narcisismo e o
perfeccionismo.
A prevenção
Embora em boa parte
dos casos não dê para
prevenir diretamente o
aparecimento da anorexia, é
possível flagrar seus sinais
logo no começo e impedir que
o quadro se acentue. Passar
muito tempo na frente do
110
espelho ou tornar-se obcecado com o peso são evidências de que é preciso
ligar o alerta.
Comportamentos como comer muito pouco, rejeitar refeições a toda hora
e estimular vômitos para devolver a comida também são indícios de anorexia.
O importante, nesses casos, é conversar com o indivíduo e tentar modificar o
ambiente (e a pressão social) para que sejam cortados os estímulos ao
transtorno — sempre com a orientação de um especialista. Em linhas gerais,
reforçar o ideal de um cardápio saudável e não alimentar um estilo de vida
baseado na aparência e na estética são formas de evitar um ambiente propício
ao distúrbio.
O diagnóstico
Para que uma pessoa seja considerada anoréxica, seu peso deve estar
15% abaixo do indicado para sua idade e altura, mesmo que, à primeira vista,
ela pareça saudável. Um dos
fatores que atrapalham o
diagnóstico, aliás, é que os
anoréxicos tendem a negar
seu problema — os quilos a
menos são, pelo contrário,
comemorados.
Além do emagrecimento
extremo, o médico procurará
sinais de desnutrição e pedirá
exames laboratoriais para
descartar outras doenças capazes de levar à perda de peso. A avaliação
psicológica também ajuda a identificar como o indivíduo enxerga seu corpo e
como isso repercute em seus hábitos e decisões. Quanto mais cedo for feito o
diagnóstico, menor será o risco de complicações.
O tratamento
Ele é multidisciplinar,
ou seja, envolve uma equipe
composta de médico,
psicólogo e nutricionista.
O primeiro objetivo é
recuperar os quilos
perdidos em ritmo seguro a
fim de restabelecer a saúde.
A psicoterapia, por sua vez,
trabalha a identidade e a
forma de enxergar o próprio
111
corpo, bem como a relação com a comida.
Muitas vezes, o médico prescreve medicamentos para reequilibrar a
bioquímica cerebral. Em casos graves, com perda de mais de 25% do peso, a
internação é necessária.
Como o processo de recuperação acontece em médio ou longo prazo, o
apoio de amigos e familiares se torna crucial. E, após a reabilitação, a
orientação é ficar atento pelo resto da vida, já que a anorexia tem
características crônicas.
A fim de alcançar um peso mínimo normal seria importante obter do
doente a concordância no preenchimento de um diário de registo alimentar
para que o técnico de saúde possa avaliar o mais rigorosamente possível,
qualitativa e quantitativamente, a ingestão alimentar quotidiana.
Devem promover-se refeições com os amigos e com os familiares,
sobretudos os menos ansiosos com estas situações, com os quais a doente
poderá encontrar maior serenidade à volta de refeições simples e partilhadas.
Diabetes
É uma doença
caracterizada pela falta de
produção ou produção
insuficiente de insulina ou
também pela ação insuficiente
da insulina, que faz com que
haja o aumento na taxa de
glicose no sangue. A diabetes
tipo II pode estar relacionada
com o excesso de peso e a
obesidade.
Pessoas com diabetes devem ter um acompanhamento com um
profissional capacitado para elaborar um cardápio conforme a realidade da
pessoa, controlar o consumo de carboidratos e incentivar uma reeducação
alimentar, além da prática de exercícios físicos regularmente.
Na dieta para diabetes deve-se evitar especialmente o consumo de
açúcar simples e de alimentos ricos em farinha branca. Além disso, também é
preciso reduzir o consumo de grandes quantidades de qualquer alimento rico
em carboidrato, mesmo que sejam saudáveis, como frutas, arroz integral e
aveia.
Isso porque o excesso de carboidrato numa mesma refeição estimula o
aumento da glicemia, levando ao descontrole da diabetes. Veja mais dicas a
seguir:
112
Dieta para diabetes tipo 2
A diabetes tipo 2 é
aquela que normalmente
aparece como consequência
do excesso de peso e da má
alimentação, surgindo já na
vida adulta. Ela é mais fácil
de ser controlada e melhora
bastante com a perda de
peso e a prática regular de
atividade física.
Quantidade recomendada de
frutas
Por terem seu açúcar
natural, chamado de frutose, as
frutas devem ser consumidas
em pequenas quantidades pelos
diabéticos. A recomendação de
consumo é de 1 porção de fruta
113
por vez, que, de forma simplificada, funciona nas seguintes quantidades:
✓ 1 unidade média de frutas inteiras, como maçã, banana, laranja,
tangerina e pera;
✓ 2 fatias finas de frutas grandes, como melancia, melão, mamão e
abacaxi;
✓ 1 mão cheia de frutas pequenas, dando cerca de 8 unidades de uvas ou
cerejas, por exemplo;
✓ 1 colher de sopa de frutas secas, como uva passa, ameixa e damasco.
Além disso, é importante evitar o consumo de frutas juntamente com outros
alimentos ricos em carboidratos, como tapioca, arroz branco, pão e doces.
114
Cardápio da dieta para diabetes tipo 2
A tabela a seguir traz o exemplo de um cardápio de 3 dias para diabetes tipo 2:
Refeição Dia 1 Dia 2 Dia 3
Café da manhã 1 xícara de café sem 1 copo de café 1 iogurte natural
açúcar + 2 fatias de com leite + 1 + 1 fatia de pão
pão integral com ovo banana frita integral com
com ovo mexido manteiga e
e 1 fatia de queijo
queijo
Lanche da 1 maçã + 10 1 copo de suco 1 banana
Manhã castanhas de caju verde massada com 1
colher de chá de
chia
Almoço/Jantar 4 col de sopa de arroz Peixe ao forno macarrão integral
integral + 3 col de com azeite, com carne moída
sopa de feijão + frango batata e e molho de
gratinado com queijo legumes tomate + salada
no forno + salada verde
refogada no azeite
Lanche da 1 iogurte natural + 1 1 copo de 1 xícara de café
Tarde fatia de pão integral vitamina de sem açúcar + 1
com queijo abacate fatia de bolo
adoçado com integral + 5
1/2 col de sopa castanhas de
de mel de caju
abelha
Na dieta para diabetes é importante controlar os horários das refeições
para evitar que a hipoglicemia, especialmente antes de praticar exercício físico.
Gastrite
É a inflamação
aguda ou crônica da
mucosa que reveste as
paredes internas do
estômago. Pode ocorrer
devido a realização de
poucas refeições ao dia
com grande volume de
alimentos e com grandes
intervalos entre cada
refeição.
Gastrite é uma inflamação na mucosa do estômago, que podemos
classificar de aguda ou crônica. Nos casos de gastrite crônica, o agente
causador mais comum é a infecção pela bactéria helicobacter pylori. Mas
também pode ocorrer devido ao fator hereditário, stress, má alimentação,
realização de poucas refeições ao dia com grande volume de alimentos e com
grandes intervalos entre cada refeição.
Medidas preventivas, assim como o tratamento desta doença estão
relacionados com a alimentação, como o seu fracionamento, ou seja, comer
mais vezes ao dia, em menores quantidades é uma das medidas a serem
tomadas.
Excluir alimentos que causam desconforto e irritam ainda mais a mucosa
também é imprescindível, exemplo: frituras em geral, doces, bebidas à base de
cafeínas, bebidas gaseificadas, bebidas alcoólicas, alimentos ácidos,
condimentados e outros.
De acordo com seu pH, os alimentos podem ser divididos em alcalinos e
ácidos. A dieta para gastrite deve conter uma proporção de 4:1 destes
alimentos, ou seja, cerca de 80% da sua dieta deve ser composta por
alimentos alcalinos.
Exemplo de alimentos alcalinos: arroz integral, banana, cenoura, quinoa,
abacate, pepino, ervilha, semente de abóbora, couve e salsa. E, ao contrário
do que se pensa, o limão é também um alimento alcalinizante, podendo ser
utilizado para diminuir a acidez estomacal e acalmar as dores da gastrite.
Já os alimentos acidificantes incluem o açúcar, queijos, carnes gordurosas, chá
preto e café, chocolates, manteiga, bebidas alcoólicas, farinha de trigo branca,
biscoitos, pizzas e frituras.
117
Alimentos que pioram a gastrite
Acidificantes, os alimentos abaixo devem ser evitados – de acordo com
a gravidade do quadro, podem não ser totalmente eliminados da dieta para
quem tem gastrite, mas consumidos apenas de maneira esporádica.
Alimentos Gordurosos
Estudos desenvolvidos
em animais demonstraram que
o consumo de alimentos ricos
em gordura aumentam as
inflamações da parede do
estômago. Isso porque, além
de ficarem mais tempo no
estômago, as moléculas de
gordura também exigem que o
estômago produza mais ácido para sua digestão, situação que em longo prazo
vai irritando a mucosa gástrica e aumenta a disposição à gastrite.
E não é só nas frituras que há excesso de gordura: embutidos, queijos
amarelos, chocolates, chantilly, margarina e manteiga, fast food e doces
também estão saturados de ácidos
graxos.
118
Alimentos picantes e molhos
Aquela sensação de
queimação no estômago que
muitas pessoas sentem logo
após comer pimenta se deve
à irritação da parede
estomacal causada pela
capsaicina, o composto que
confere o sabor picante à
planta.
O mesmo sintoma
ainda pode ocorrer com o
consumo de mostarda (que contém vinagre) e molhos fortes, como o catchup,
shoyu e tabasco, que contêm açúcar e gordura entre seus principais
ingredientes.
Cafeína
Presente no café, em
alguns tipos de chá (como o
preto e o verde) e em
suplementos para queimar
gordura, a cafeína irrita a
mucosa do estômago e pode
até lesioná-la em caso de
consumo elevado e
prolongado.
Refrigerantes
O mesmo efeito irritante da
cafeína também pode ser
provocado por refrigerantes, já que
o gás dessas bebidas leva a um
aumento na secreção da gastrina,
hormônio que por sua vez estimula
a produção de ácido clorídrico.
119
Álcool
O consumo excessivo de álcool é
uma das principais causas da gastrite, e
sua ingestão deve ser evitada por
completo numa dieta para quem tem
gastrite. O álcool irrita a mucosa, e o
resultado é semelhante ao que ocorre
quando colocamos álcool sobre um
machucado (arde e dói ainda mais).
Frutas e legumes
A maioria das verduras, legumes e frutas é bem tolerada por quem tem
gastrite, a exceção ficando por conta da cebola, alho e, para algumas pessoas,
o tomate.
Laticínios
Todos os derivados do leite
contêm cálcio, mineral que
alcaliniza o estômago e obriga o
órgão a produzir mais ácido
gástrico para combater esse
efeito.
Portanto, numa dieta para
gastrite deve-se evitar ao máximo o consumo de leite, queijos e demais
produtos lácteos.
Carnes vermelhas
As carnes vermelhas
contêm grande quantidade
de ferro e vitamina B12, e
por isso devem ser
consumidas cerca de 2 a 3
vezes por semana, para
combater a anemia.
121
Pão de cevada ou integral
O pão de cevada e o
integral contêm um alto teor
em ferro, por isso, pessoas
que têm anemia devem
substituir o pão branco por
este tipo de pão.
Beterraba
Devido ao alto teor em ferro,
a beterraba também é ótima para
combater a anemia. Uma boa
forma de a utilizar é misturando
este vegetal nas saladas ou então
fazer sucos, que devem ser
tomados diariamente..
Feijão preto
O feijão preto é rico em ferro,
mas para melhorar a sua
absorção, é importante acompanhar
a refeição de feijão preto, com suco
de frutas cítricas por exemplo,
porque estas frutas são ricas em
vitamina C que melhora a absorção
do ferro.
122
Frutas com vitamina C
Frutas com vitamina C,
como
laranja, limão, tangerina, toranja,
morango, abacaxi, acerola, caju,
maracujá, romã ou mamão, são
ricos em vitamina C, que é muito
importante para potencializar a
absorção do ferro presente nos
alimentos, por isso, recomenda-
se ingerir junto destes algum
alimento fonte de vitamina C.
Estas modificações na dieta vão garantir a quantidade de ferro
necessária, aumentando a quantidade de hemoglobina no sangue. Mas, saber
o tipo de anemia e a sua causa é fundamental para o sucesso do tratamento.
Ferro
Importante principalmente
em casos de anemia ferropriva, o
ferro estimula a produção de boa
formação dos glóbulos vermelhos
no sangue. O ferro melhor
absorvido pelo intestino é o que
está presente em alimentos de
origem animal, como carnes,
frango, peixes, fígado, ovos e frutos do mar.
Nos vegetais, o ferro está presente
no feijão, soja, lentilha, amendoim,
beterraba e folhas verde escuras,
como espinafre e couve.
Ácido Fólico
O ácido fólico é responsável
por estimular a produção de células
do sangue e a boa formação de
hemoglobina, substância
responsável por carregar oxigênio
123
dentro dos glóbulos vermelhos. Ele está presente em alimentos como
espinafre, couve, fígado, gérmen de trigo e ovos.
Vitamina B12
A deficiência em vitamina B12 pode causar anemia megaloblástica, e
pode ser evitada aumentando o consumo de alimentos como fígado, coração,
carnes, ovos, leite e derivados.
GESTAÇÃO E LACTAÇÃO
A gestação é uma
fase extremamente
importante e que necessita
de cuidados especiais.
A gestante passa a
se preocupar mais com sua
saúde: aumento de peso,
escolha de alimentos,
atividade física adequada,
uso de medicamentos.
Em relação ao aumento de peso, a conduta vai depender das condições
iniciais da gestação. Se o peso estiver adequado na fase de concepção, o
aumento de peso previsto para todo período deve ser ente 9 a 12Kg, sendo 3
kg reservados para a amamentação.
124
Dietas restritas não são recomendas para mulheres que já iniciam a
gestação com sobrepeso ou obesidade. Neste caso, é feita uma adequação
das calorias, suprindo guloseimas e carboidratos em excesso, mantendo as
proteínas e outros nutrientes essenciais.
A evolução do peso deve ser gradativa durante a gestação, com
aumento de apenas 1,5Kg nas primeiras 12 semanas, e entre 250 a 400g por
semana, nas semanas subsequentes. Para isso, não é necessário acrescentar
mais do que 300 Kcal à dieta habitual.
Algumas consequências podem surgir durante esse período de 9 meses:
Náuseas
Comum no
primeiro trimestre de
gravidez, principalmente
pela manhã. Pode evoluir
para vômitos, com perda
importante de eletrólitos.
Tende a desaparecer no
segundo trimestre. Para
amenizar o problema,
deve-se adotar uma dieta
mais seca, pobre em gorduras, evitando ingerir líquidos juntos com as
refeições. Evitar o jejum prolongado.
Opção: biscoitos cream cracker ou 1 maçã.
Constipação
Resulta da redução da
atividade física, da motilidade
intestinal diminuída, além da
pressão aumentada no útero
sobre o trato gastrointestinal.
Devem ser utilizados alimentos
mais ricos em fibras (frutas,
vegetais, feijão, alimentos
integrais) e consumir maior
quantidade de água.
Azia
Também pode resultar da pressão aumentada do útero sobre o
estômago. Evitar alimentos cítricos, codimentados, frituras, alimentos com
gorduras e bebidas à base de cafeína. Fazer refeições a cada 2-3 horas com
volumes reduzidos.
125
Edema nos membros inferiores
O edema costuma ocorrer após o 5º ou 6º mês de gestação, ocasionado
pela compressão do útero, dificultando a circulação sanguínea. Reduzir o uso
do sal e de alimentos ricos em sódio, manter o peso adequado, evitar
sedentarismo fazendo caminhadas moderadas.
Anemia
Durante a gestação ocorre um aumento do volume sanguíneo, levando a
um fator hematócrito e contagem de hemoglobina mais baixos, considerados
normais. Se houver uma maior redução das taxas, sem reposição adequada de
ferro e acido fólico, pode resultar em anemia.
Nesta fase é importante optar por alimentos ricos nesses nutrientes, tais
como vegetais verde escuros, feijão, carnes magras, fígado e consumir junto
alimentos ricos em vitamina C para melhorar a absorção do ferro.
126
Calorias
O aumento no aporte calórico
durante a gravidez vai depender,
além do peso pré-gestacional, da
atividade física da mulher e de seu
metabolismo basal. De um modo
geral, um acréscimo de 10% nas
calorias diárias, durante o 2º e o 3º
trimestres, é o suficiente. Então se a
mulher consumia 2000 cal/dia
deverá acrescentar à sua dieta 200
cal/dia.
Proteínas
As proteínas magras devem
estar presentes em todas as
refeições, pois são essenciais para
o desenvolvimento dos tecidos que
vão formar o bebê e também na
formação da placenta e do sangue
materno e fetal. Boas fontes de
proteína são: carnes magras, leite,
queijos, ovos, iogurte e feijão.
Cálcio
Participa do desenvolvimento dos dentes e ossos do bebê, ajuda a
regular os batimentos cardíacos e a contração muscular, atua na coagulação
sanguínea e auxilia na regulação
da pressão arterial. É importante
principalmente nos últimos
meses de gravidez quando a
formação dos ossos é finalizada.
Na mãe a carência pode levar à
gengivite e cãibras. Se a mãe
não estiver ingerindo cálcio
suficiente o feto vai utilizar as
reservas maternas para o seu
desenvolvimento e isto poderá
comprometer a saúde futura da mãe. Recomenda-se o consumo de
1200mg/dia para suprir as demandas do feto.
A absorção de cálcio pode ser prejudicada por alguns fatores, como a
presença de ferro, presente em carnes e ovos principalmente. Por isso procure
127
não consumir alimentos ricos em ferro junto com alimentos ricos em cálcio,
como por exemplo: carne bovina e leite desnatado.
Ferro
É um mineral
essencial na formação da
hemoglobina (responsável
por carregar oxigênio no
sangue). Sua deficiência
provoca anemia. A
demanda deste mineral na
gestação é muito grande,
sendo ainda maior no último trimestre quando o bebê começa a acumular para
utilizar nos seus primeiros meses de vida. Mesmo com uma alimentação
adequada é difícil obter toda quantidade de ferro requisitada neste período e
provavelmente seu médico recomendará uma suplementação deste mineral no
2º e 3º trimestres. São alimentos ricos em ferro: fígado, carnes, ovos, feijão e
hortaliças folhosas. Para melhorar a absorção do ferro consuma junto com
alimentos ricos em vitamina C (frutas cítricas, tomate, couve-flor, brócolis) e
evite fonte de cálcio na mesma refeição.
Ácido Fólico
Atua na divisão celular e na síntese protéica. A ingestão de ácido fólico
antes da concepção até a 10º semana de gestação ajuda a prevenir
malformações do sistema nervoso central do feto. Comece a suplementação
com a recomendação do seu médico e inclua na dieta alimentos ricos em ácido
fólico com vegetais verdes escuros, frutas cítricas, gérmen de trigo, ricota,
iogurte e pães integrais.
Outras Recomendações
• Limitar o consumo
diário de café em 200
a 300 ml
• Abster-se de bebidas
alcoólicas e do
tabagismo
• Carpaccios, sushis e
sashimis devem ser
evitados,
principalmente nos 3 primeiros meses de gravidez, pois a carne crua
pode transmitir doenças como a toxoplasmose
• Evite enlatados, condimentos e gorduras
128
• Evite o consumo de adoçantes ou produtos dietéticos durante a gravidez
e amamentação. No caso de diabéticas ou controle de peso opte pelo
aspartame. Não há estudos conclusivos sobre o risco de malformação
no feto pelo uso de sacarina e ciclamatos, especialmente até a 10º
semana de gestação
• Alimente-se a cada 3 horas para evitar tonturas e mal estar
• Alimentando-se de forma saudável e equilibrada você garante um bom
desenvolvimento para o seu bebê, uma gestação mais tranqüila e facilita
a recuperação da boa forma após o parto.
129
NUTRIÇÃO INFANTIL
Em geral, crianças
começam a conhecer
novos alimentos ainda
bebês, inicialmente por
papinhas e frutas. Aos
poucos, são apresentados
novos tipos de comida,
conforme o
desenvolvimento dos
dentes e do paladar.
Apesar de muitos pais acrescentarem açúcar e sal nos alimentos de
seus filhos, o ideal é evitar o uso desses itens ao máximo, deixando a comida
com gosto o mais natural possível ou usando apenas ervas e especiarias como
tempero.
Para iniciar a introdução alimentar com sucesso, é preciso respeitar as
necessidades nutricionais e preferências de cada fase da vida da criança. O
gosto por alimentos saudáveis é algo aprendido, que pode levar um pouco de
tempo para se consolidar. Por isso, é importante deixar frutas, legumes e
lanches nutritivos acessíveis para as crianças.
Criar um ambiente tranquilo e estimular a criança a escolher seus
alimentos e a comer sozinha também é uma forma de fazer uma introdução
alimentar bem-sucedida. Essa atitude incentiva que o pequeno crie consciência
sobre o que come e ajuda a tirar a ansiedade que muitas crianças sentem
durante a hora da refeição.
Um bom
nutricionista pode ajudar os
pais no momento de
selecionar os melhores
alimentos e pensar nas
combinações para cada
refeição. Por isso, é
importante consultar esse
profissional para entender
melhor as necessidades das
crianças em cada etapa da
vida.
130
Nutrição infantil por idade
0 – 2 anos
Nessa fase, o bebê ainda
pode se alimentar
majoritariamente de leite materno
ou não. A partir dos 6 meses, em
geral, são introduzidos a água e
alguns sucos naturais na dieta.
Com 1 ano, o bebê já pode comer
papinhas, frutas amassadas e
mingaus. É também nessa fase
que pode-se começar a usar mais
temperos e sal nos alimentos.
Com 2 anos, o bebê já pode comer praticamente tudo, de acordo com o
crescimento dos dentes e a demanda de amamentação.
2 – 4 anos
Nessa idade, a criança já
começa a associar a refeição a
um ato de convívio social. Por
isso, é necessário ter cuidado
com as tensões e ansiedades
geradas em torno da hora de
comer. Deve-se
oferecer alimentos de todos os
grupos alimentares, de
preferência aqueles naturais e
frescos, mas sem forçar a
alimentação.
Entre 2 e 4 anos, as preferências da criança podem variar muito, ou
seja, em um dia ela pode aceitar um alimento e no outro rejeitá-lo.
Em geral, a proporção recomendada é de cerca de 50% de carboidratos, 15%
de proteínas e 20% a 30% de lipídeos.
131
A partir de 5 anos
Dessa idade em
diante, a criança já sabe
identificar quais alimentos
ela prefere e fazer suas
escolhas nas refeições. Se
a introdução alimentar foi
feita de forma bem-
sucedida, ela comerá
praticamente de tudo. Mas
se isso não ocorreu, os
pais não precisam ficar
alarmados. A qualquer momento, é possível criar bons hábitos alimentares.
Muitos pais ficam ansiosos durante a introdução alimentar, com medo de
seus filhos não comerem o suficiente ou não ingerirem as vitaminas
necessárias. Por isso, acabam forçando a criança a comer toda a porção e
criam uma tensão desnecessária na hora de servir legumes e verduras. Toda
essa situação faz com que a criança se interesse menos pelo que come e até
desenvolva ansiedade com comida.
Além disso, não
adianta pedir para os
pequenos comerem
alimentos saudáveis, mas
não dar o exemplo também.
Apesar de adultos e
crianças terem
necessidades nutricionais
diferentes, é possível criar
cardápios para pais e filhos
compartilharem. Dessa
forma, todos saem ganhando. Por isso, ter um nutricionista de confiança pode
ajudar muito durante a introdução alimentar das crianças.
Os índices de obesidade infantil vêm aumentando consideravelmente
com o passar dos anos, na medida em que os alimentos industrializados
passaram a ganhar maior espaço na alimentação diária das famílias. Uma
criança obesa terá mais probabilidades de desenvolver patologias como
hipertensão, diabetes tipo 2 e obesidade mórbida na idade adulta ou até
mesmo na adolescência, por isso é tão importante desenvolver bons hábitos
alimentares desde cedo.
O primeiro passo é transformar os hábitos alimentares da família,
eliminando alimentos industrializados, transgênicos e pobres em nutrientes.
Assim, o bebê desenvolverá hábitos saudáveis desde muito cedo.
132
Os pais têm um papel essencial na promoção da alimentação saudável.
Desde o início, a escolha de amamentar dá um forte estímulo nutricional aos
bebês e pode ajudá-los a regular melhor seu ganho alimentar. Os pais também
podem:
• Oferecer diariamente
alimentos sadios e
nutritivos, como frutas
e legumes;
• Ficarem atentos a
sinais de fome e de
saciedade de seus
filhos e servir porções
adaptadas à sua
idade, para evitar que
comam demasiado;
• Ensinar a seus filhos
a reconhecer seus sinais de saciedade e a comer lentamente;
• Fazer com que a hora das refeições seja agradável, sem estresse nem
distração;
• Oferecer acessórios adaptados para que seus filhos possam comer mais
facilmente (por exemplo, utensílios adaptados à sua idade, copos com
bico tipo canudo, cadeirões altos) e encorajar as refeições em família
sempre que possível;
• Evitar expor as crianças às telas (televisão, computador, etc.) antes da
idade de 2 anos, a partir desta idade, limitar o tempo passado diante de
uma tela a 1-2 horas por dia. Encorajar seus filhos a manter atividade
física.
• Finalmente, um dos melhores meios de encorajar seus filhos a se
alimentar de forma saudável consiste em dar o bom exemplo.
133
NUTRIÇÃO GERIÁTRICA
Trato digestório
Os intestinos perdem
força muscular, o que resulta
em motilidade retardada
levando a constipação.
Inflamação do estômago,
crescimento bacteriano
anormal e grande redução do
débito de ácido prejudicam a
digestão e absorção. As dores
podem causar recusa de
alimentos ou ingestão
reduzida.
Composição corporal
Perda de peso e declínio da massa corporal magra levam a
necessidades diminuídas de calorias. Pode ser evitável ou reversível com a
prática de atividades físicas.
134
Órgãos sensitivos
A diminuição dos sentidos do olfato e paladar podem reduzir o apetite;
visão diminuída pode dificultar a compra e a preparação dos alimentos.
Hormônios
Por exemplo, o
pâncreas secreta
menos insulina, e as
células tornam-se
menos responsivas,
causando metabolismo
anormal de glicose. É
preciso cuidado para
desenvolver um caso
de diabetes.
O alimento é fundamental para a manutenção de todos os nossos
processos vitais. Ele nos fornece a energia necessária para a manutenção
destes processos. Uma dieta adequada é aquela que assegura a ingestão
equilibrada de todos os nutrientes, ou seja: as proteínas, as gorduras, as
vitaminas, os sais minerais, as fibras e também a água.
Todo alimento possui vários nutrientes e estes nutrientes exercem
diferentes funções no organismo. Portanto os alimentos são classificados em
grupos de acordo com a quantidade de nutrientes que possuem, e a função
que exercem
Então foi feita uma divisão em três tipos de alimentos que são
importantes para o nosso corpo. As funções dos alimentos são classificadas
em: energética, construtora e reguladora.
Função Energética
Uma das funções dos
alimentos é a de fornecer energia
que funciona como combustível
para exercermos as mais
diversas atividades (andar, falar,
respirar, para o coração bater,
etc.) Portanto os alimentos que
mais fornecem energia são os
que possuem quantidades
elevadas de carboidratos e
gorduras.
Alimentos Energéticos
Fontes de carboidratos:
135
arroz, milho, centeio, pão, macarrão, batata, aveia, cará, inhame, açúcares,
doces, mel, geléia, cevada trigo, aveia, etc.
Fontes de gorduras: creme de leite, amêndoas, amendoim, banha, bacon,
manteiga, margarina, etc. Estes alimentos devem ser consumidos
moderadamente, devido o seu consumo excessivo estar associado a
incidências de obesidade, dislipidemias e hipertensão arterial. É importante
ressaltar que a ingestão de alimentos ricos em gordura auxilia na absorção das
vitaminas lipossolúveis.
Função Construtora
É a de fornecer
“material” para construção
e manutenção das
diferentes partes do corpo e
a reparação dos tecidos
que são perdidos com
maior frequência, através
de descamações, suor,
cicatrizações, dentre
outros. Os alimentos que
exercem esta função são
fontes de proteínas. As proteínas é que são responsáveis pela formação dos
anticorpos (protege contra as doenças), e de todos os órgãos do nosso corpo.
Alimentos Construtores
Fontes de proteínas: ovos, feijão, ervilha, lentilha, soja, grão de bico,
leite iogurte, coalhada, carne, etc. O consumo de leite e derivados torna-se
ainda mais importante na terceira idade devido os ossos ficarem mais fracos e
são de difícil cicatrização.
Função Reguladora
Regular as funções do
organismo, ou seja, facilitar a digestão
e absorção dos nutrientes, fortalecer o
sistema imunológico, permitir o bom
funcionamento intestinal, proteger a
visão, pele e dentes. Os alimentos
reguladores são fontes de vitaminas,
minerais e fibras.
Alimentos Reguladores
Fontes de vitaminas, minerais e
fibras: pepino, berinjela, abobrinha,
136
chuchu, cenoura, limão, laranja, goiaba, manga, caju, morango, mexerica,
almeirão, acelga, brócolis, escarola, mostarda, salsa, couve e cereais integrais.
A Alimentação do Idoso
A qualidade de
vida de idosos muitas
vezes está relacionada à
saúde mental e física,
vida social, atividades
físicas, relações
familiares, estado
nutricional adequado,
dentre outros.
Uma modificação
que ocorre no organismo
de pessoas idosas é a
mudança da composição
corporal, ou seja, diminuição da massa magra e aumento da gordura corporal.
Conseqüentemente há uma redução da taxa metabólica basal e com isso a
diminuição das necessidades energéticas. Ocorre também um aumento da
demanda por vários nutrientes.
O consumo alimentar fica reduzido, como também a capacidade
de mastigação, por causa da diminuição do paladar, olfato e visão que são
muito comuns nesta faixa etária. Assim, o idoso passa a ter escolhas
alimentares inadequadas,
o que pode reduzir o valor
nutritivo da alimentação,
como também aumenta o
risco de desnutrição.
Para que idoso
tenha um bom estado
nutricional, e
conseqüentemente resista
a doenças debilitantes e
crônicas é necessário que
tenha um consumo
adequado e equilibrado de
proteínas, vitaminas e minerais. Importante que a refeição tenha aspecto
agradável, como textura, aroma e cor e sabor.
Para que idoso tenha um bom estado nutricional, e consequentemente
resista a doenças debilitantes e crônicas é necessário que tenha um consumo
137
adequado e equilibrado de proteínas, vitaminas e minerais. Importante que a
refeição tenha aspecto agradável, como textura, aroma e cor e sabor.
O cálcio é um dos mais importantes micronutrientes que estão
relacionados com a terceira idade. Nesta, há uma diminuição da absorção do
cálcio o que pode contribuir para aparecimento de doenças como
a osteoporose. A vitamina D também está relacionada com o metabolismo
ósseo, por isso deve haver um consumo adequado deste nutriente. Esta
também participa da absorção do cálcio.
Na terceira idade, a ingestão de água deve ser levada em consideração,
pois é nesta faixa etária que ocorre desidratação, sendo esta muito comum.
Esta também deve ser muito bem controlada como a dieta.
O idoso deve consumir maior quantidade de alimentos com fibras, pois
estes previnem a prisão de ventre; vitamina B12 participa da formação de
células vermelhas; Zinco ajuda a compensar a redução da imunidade.
138
PRODUTOS NATURAIS E INDUSTRIALIZADOS
Os alimentos naturais
são aqueles retirados
diretamente da natureza.
Também chamado de alimentos
in natura, englobam as
verduras, as frutas, os legumes,
as carnes, os peixes e as aves.
Estes alimentos são os que
possuem um maior nível de
nutrientes.
Ainda dentro do grupo dos alimentos naturais estão os orgânicos, que
são produzidos sem a utilização de agrotóxico ou fertilizante químico – que
muitas vezes podem causar doenças. Além disso, os alimentos orgânicos são
feitos sempre com a preocupação de não prejudicar o meio ambiente.
Já os alimentos industrializados são os que sofrem algum tipo de
transformação nas indústrias, sendo que há vários níveis de processamento. O
leite, por exemplo, passa apenas pelo processo de pasteurização. Outros
alimentos, como o arroz, feijão e farinha de mandioca passam somente pelo
processo de trituração e de separação de resíduos, retirando a sujeira dos
alimentos para comercialização.
Os alimentos industrializados ganharam espaço na rotina das pessoas
pela sua praticidade.
Porém com o avanço da tecnologia e a rotina agitada das pessoas, cada
vez mais cresce a oferta e consumo de alimentos prontos. A variedade é
grande, biscoitos
recheados, salsicha,
enlatados, misturas de
bolo, refrigerantes e
temperos instantâneos.
Estes alimentos são
fabricados com adição de
substâncias à base de
conservantes, corantes,
estabilizantes e demais
substâncias que dão
aroma e sabor aos
alimentos, para torná-los mais duradouros.
Entretanto, por conterem essa alta adição de substâncias, os alimentos
industrializados são mais prejudiciais ao organismo e podem causar desde
alergias até problemas cardiovasculares. Além disso, na fase de
139
processamento dos alimentos passam nas indústrias, vários nutrientes são
perdidos.
Alimentos Naturais
Os alimentos
naturais são retirados de
partes das plantas ou de
animais. Esses alimentos
são as verduras, as frutas,
os legumes, as carnes, os
peixes e as aves; ou seja,
são retirados diretamente
da natureza. Esse tipo de
alimento é chamado de
alimentos in natura.
Muitos alimentos
que são retirados da natureza e, até chegarem à mesa da população, é preciso
que sejam pasteurizados (como o leite), ou que passem por processo de
trituração e de separação de resíduos, retirando a sujeira dos alimentos para
comercialização. Esses alimentos são minimamente processados! Temos
como exemplo o arroz, o feijão, as lentilhas, o cogumelo, a farinha de mandioca
e de milho, os sucos sem adição de açúcar, as frutas secas, entre outros
alimentos.
Com o avanço da
tecnologia, as indústrias estão
cada vez mais apostando em
alimentos processados, ou
seja, alimentos fabricados
com adição de substâncias à
base de conservantes,
corantes, estabilizantes e
demais substâncias que dão
aroma e sabor aos
alimentos, para torná-los mais duradouros. Chamamos-os de alimentos
processados ou produtos alimentícios. Exemplos são as conservas, as
compotas de frutas, alimentos defumados e produtos enlatados (como
sardinhas, atum, ervilhas e milho).
De forma geral, os demais produtos que consumimos são totalmente
industrializados com percentual pequeno de alimento e alta adição de
substâncias prejudiciais ao nosso organismo. Esses produtos são
ultraprocessados como é o caso de biscoitos, sorvetes, misturas de bolo,
refrigerantes, pizzas, temperos instantâneos entre outros.
140
Alimentos naturais, ou in natura, é tudo aquilo que vem da natureza. Não
confunda com orgânicos, que são alimentos naturais sem uso de pesticidas ou
agrotóxicos.
Os alimentos naturais (ou in-natura) são aqueles que não passam pelo
processamento da
indústria e, por isso, não
contêm nenhum tipo de
aditivo químico.
Estes são os
alimentos que deveriam
estar mais presentes na
alimentação, assim
como os minimamente
processados, que não
contêm substâncias
químicas, mas precisam passar por etapas industriais como limpeza, moagem,
pasteurização, etc.
Entram nesse grupo legumes (adoro uma sopinha de
legumes), verduras, frutas, grãos, leite, carnes, frango, peixes e ovos, arroz,
feijão, lentilha, frutas secas, castanhas e nozes (sem sal ou açúcar), farinhas,
massas frescas e cogumelos.
Alimentos industrializados
Nesta categoria,
entram os processados,
que passam por etapas
industriais e têm adição
de componentes
químicos (como
conservantes,
aromatizantes, corantes,
etc.), além de
sal, gordura e açúcar.
Estes ingredientes são
acrescentados com o intuito de tornar o produto mais saboroso e também mais
durável.
Alguns exemplos são queijos, pães, legumes em conserva, compostas,
atum ou sardinha em lata, entre outros.
Consideramos também alimentos industrializados todos os
produtos ultraprocessados,que são praticamente fórmulas da indústria, feitas
com vários ingredientes artificiais.
141
As diferenças entre Alimentos in natura, processados e ultraprocessados
O milho in natura, o
enlatado e o salgadinho são
exemplos de um mesmo
alimento em distintas fases de
processamento.
A história do
processamento de alimentos
tem início a partir da
necessidade (datada de muito
tempo atrás) que a
humanidade tinha de
conservar os alimentos pelo
maior tempo possível, de
modo a garantir a sobrevivência em períodos de escassez, como em invernos
ou secas rigorosas.
Os primeiros elementos utilizados para conservar alimentos foram o
calor do sol, o fogo e o gelo (em regiões em que as temperaturas eram mais
baixas). Porém, a data específica de quando o homem iniciou os processos de
conservação se perde na historia. Estudos arqueológicos em cavernas da
China supõem que o homem de Pequim, entre 250 mil e 500 mil anos atrás, já
utilizava o fogo para se aquecer e esquentar ou cozinhar carnes e vegetais
crus. Com o passar do tempo, novas técnicas foram sendo desenvolvidas para
conservar os alimentos, como a pasteurização, a liofilização, adição de
conservantes naturais (sal, açúcar, azeite, entre outros).
Atualmente, chegamos a um patamar em que as tecnologias utilizadas
pela indústria de alimentos
vão muito além da
conservação dos alimentos
- hoje temos alimentos
disponíveis que agregam
praticidade e satisfação,
mas não necessariamente
a função de suprir as
necessidades nutricionais
do homem.
143
Grupo 1 – Alimentos não processados (in natura) ou minimamente
processados
Os alimentos in
natura são obtidos
diretamente de plantas ou
animais e não sofrem
qualquer alteração após
deixarem a natureza.
Alimentos minimamente
processados correspondem a
alimentos in natura que foram
submetidos a processos de
limpeza, remoção de partes
não comestíveis ou
indesejáveis, fracionamento, moagem, secagem, fermentação, pasteurização,
refrigeração, congelamento e processos similares que não envolvam
agregação de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento
original.
O objetivo do processamento mínimo é tornar os alimentos mais
disponíveis e acessíveis, e muitas vezes mais seguros e mais palatáveis. Os
alimentos que fazem parte desse grupo são: carne fresca, leite, grãos, nozes,
legumes, frutas e hortaliças, raízes e tubérculos, chás, café, infusão de ervas,
águas de torneira e engarrafada.
Grupo 4 – Alimentos
ultraprocessados
Alimentos ultraprocessados,
produtos que estão prontos para
consumo, necessitando de
aquecimento ou não, são
formulações industriais feitas
inteiramente ou majoritariamente
de substâncias extraídas de
alimentos (óleos, gorduras, açúcar,
145
amido, proteínas), derivados de constituintes de alimentos (gorduras
hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizados em laboratório com base em
matérias orgânicas como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes,
realçadores de sabor e vários tipos de aditivos usados para dotar os produtos
de propriedades sensoriais atraentes). Técnicas de manufatura incluem
extrusão, moldagem, e pré-processamento por fritura ou cozimento. O objetivo
do ultraprocessamento é tornar o alimento atraente, acessível, palatável,
apresentar longa vida de
prateleira e praticidade. O Grupo
4 pode ser subdividido em duas
categorias:
• Lanches e sobremesas:
Pães, barras de cereais, biscoito,
batatas fritas, bolos, doces,
sorvetes e refrigerantes.
Impacto na cultura
Marcas, embalagens,
rótulos e conteúdo de
alimentos ultraprocessados
tendem a ser idênticos em
todo o mundo. As marcas mais
conhecidas são promovidas
por campanhas publicitárias
milionárias e muito agressivas,
incluindo o lançamento, todos
os anos, de centenas de
146
produtos que sugerem falso sentido de diversidade. Diante dessas campanhas,
culturas alimentares genuínas passam a ser vistas como desinteressantes,
especialmente pelos jovens. A consequência é a promoção do desejo de
consumir mais e mais para que as pessoas tenham a sensação de pertencer a
uma cultura moderna e superior.
TABELAS DE NUTRIENTES
148
Todavia, se o indivíduo possui em suas mãos dois produtos diferentes e
visa identificar qual possui o teor de gordura mais elevado, pode observar o
quanto uma porção de cada um corresponde da necessidade diária, e aquele
cuja % for maior, reflete o com maior teor do nutriente.
Mas é claro que a solução ainda não é esta, pois ainda assim a
qualidade da informação dependerá do tamanho da porção considerada por
cada fabricante, e se o consumidor realmente ingere a porção refletida no
rótulo; além disso sabe-se que a necessidade energética e nutricional difere
entre os indivíduos.
Outro grande problema
refere-se aos produtos cujo
foco principal de consumo
engloba o público infantil.
Sabe-se que as
recomendações nutricionais
das crianças difere-se das de
um adulto. Por este motivo,
após solicitações das próprias
empresas, profissionais e
instituições, a ANVISA
disponibilizou uma tabela de
referência para cálculo da %VD destinadas a faixas etárias menores.
A tabela nutricional contém informações que facilitam na hora de
escolher e avaliar a qualidade daquele produto. Ela é composta de: porção,
calorias, proteínas, carboidratos, gorduras totais, gordura saturada, gordura
trans, fibras, sódio, valores diários, cálcio e colesterol total.
Açúcares: Se você tem uma dieta com restrição de açúcar, nem sempre a
quantidade indicada aqui corresponde ao açúcar industrializado. Ele pode ser
também presente em ingredientes naturais. Por isso, vale prestar atenção
também à lista de ingredientes. A lógica serve também para quem tem algum
tipo de alergia alimentar.
Restrição
alimentar é um assunto
sério e quem tem que
conviver com esse
problema sabe bem do
tamanho da dificuldade
que é desvendar rótulos.
O dever dos fabricantes,
estabelecido pela
Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), é sempre que adotar as expressões “zero”, “livre”
e “isento de” não conter parte alguma do nutriente específico. Já termos como
“baixo teor” e “pobre” literalmente representam quantidade inferior.
Apesar de comumente difundidos, a nutricionista comenta que os
termos diet e light são geralmente confundidos pelos consumidores. “Os
produtos diet possuem uma restrição absoluta de determinado nutriente, como
o açúcar por exemplo. Já os produtos light são aqueles que possuem uma
redução de pelo menos 25% de determinado nutriente especificado em sua
composição”, explica. Ou seja, se você for comprar algum produto para um
diabético, exceto quando a embalagem deixa claro “sem adição de açúcares”,
light nunca pode ser uma opção válida.
150
SUPLEMENTOS
Os suplementos
alimentares são
substâncias químicas
produzidas especialmente
para complementar a
alimentação. Eles podem
ser compostos de todas as
vitaminas e minerais e por
isso são conhecidos como
Multivitamínicos ou podem
conter apenas determinadas substâncias, como ocorre no caso da Creatina e
da Spirulina, que são indicados especialmente para
quem pratica algum tipo de atividade física.
Hipercalóricos
Indicado para pessoas que desejam ganhar
peso, pois possuem um elevado valor energético.
Protéicos
São ricos em proteínas e indicados para
o aumento da massa muscular, pois ajudam na
recuperação dos músculos após os
treinamentos.
Hormonais
Indicado para pessoas com deficit
hormonal.
Termogênicos
Aumentam o metabolismo e são indicados para quem deseja perder
peso e gordura corporal.
Polivitamínicos
São indicados para os indivíduos com algum tipo de carência vitamínica.
151
Antioxidantes
Ajudam a “limpar o organismo” dos
radicais livres produzidos durante os treinos, pois
são dotados com vitaminas e minerais
antioxidantes.
Naturais: não possuem substâncias sintéticas,
porém só devem ser consumidos por indicação
de médicos ou nutricionistas.
152
Suplementos alimentares para emagrecer
Os suplementos alimentares
para emagrecer são os
termogênicos, pois eles
aumentam o metabolismo basal
e contribuem para eliminação de
gordura. Alguns exemplos são:
Whey protein, CLA, Cafeína, L-
Carnitina, Ômega 3. Apesar de
serem eficazes no processo de
emagrecimento, estes
suplementos não excluem a
necessidade de seguir uma dieta
hipocalórica e realizar atividade física, sendo somente uma forma de alcançar
melhores resultados mais rapidamente.
153
CÁLCULO DE DIETAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA
Para realização
da dietoterapia há a
necessidade de um
amplo conhecimento
sobre os nutrientes, sua
proporção nos diferentes
alimentos e produtos
alimentícios, as
alterações sofridas
durante preparo e
elaboração das técnicas culinárias sobre a composição desses, para assim
valorizar as mudanças dietéticas pertinentes a cada paciente. As tabelas de
composição dos alimentos assumem um papel importantíssimo na terapêutica
dietética, pois apresentam informações sobre a composição nutricional dos
alimentos.
Apesar de instrumentos essenciais, sabe-se que não são totalmente
precisas, pois o valor nutritivo exato de um alimento é influenciado pelo solo
onde foi plantado, variedade, origem, época do ano, colheita, armazenamento,
transporte e manipulação do mesmo; sofrendo também modificações
dependendo do tipo de preparo. Além disso, é importante optar pelo uso de
tabelas adequadas à nossa realidade que apresentem análise de alimentos
comuns em nosso meio e aceitos na nossa cultura e de fácil acesso na região
onde nos encontramos.
Apesar dessas limitações as
tabelas de composição química dos
alimentos são instrumentos úteis para
o cálculo das dietas e o êxito
terapêutico obtido até hoje.
Na prática clínica demonstra
que as tabelas possuem exatidão
suficiente para atingir tais objetivos,
uma vez que são resultado de
numerosas pesquisas, bastando para
tal escolher a (as) tabela (as) que
melhor se adapte(m) às necessidades
de trabalho do nutricionista clínico.
O nutricionista não precisa ser “uma tabela de composição química dos
alimentos ambulante”, mas que deve ter um conhecimento geral que lhe
permita responder, sem dificuldades, às consultas que lhe sejam feitas acerca
dos aspectos qualitativos dos alimentos.
154
Neste link poderá verificar uma Calculadora para montagem de dieta.
https://www.gorgonoid.com/calculadora-para-montagem-de-dieta/
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