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SUMÁRIO

PRINCÍPIOS DA NUTRIÇÃO ............................................................................. 3


DIETA MODIFICADA E DIETOTERAPIA ........................................................... 6
NUTRIÇÃO HOSPITALAR .............................................................................. 11
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL ............................................................... 15
TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL ........................................................ 22
CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS .............................................................. 27
SISTEMA ENDÓCRINO ................................................................................... 45
COMPOSTOS BIOATIVOS .............................................................................. 51
DIETAS ............................................................................................................ 54
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ............................................................................ 67
OBESIDADE .................................................................................................... 70
RELAÇÃO DAS DOENÇAS COM ALIMENTOS ESPECÍFICOS ..................... 84
GESTAÇÃO E LACTAÇÃO ............................................................................ 124
NUTRIÇÃO INFANTIL .................................................................................... 130
NUTRIÇÃO GERIÁTRICA .............................................................................. 134
PRODUTOS NATURAIS E INDUSTRIALIZADOS ......................................... 139
TABELAS DE NUTRIENTES ....................................................................... 147
SUPLEMENTOS ............................................................................................ 151
CÁLCULO DE DIETAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA.......................................... 154

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PRINCÍPIOS DA NUTRIÇÃO

Nutrição é a ciência que estuda


os alimentos quanto a sua composição
química e o seu aproveitamento no
organismo humano. É um processo
involuntário e inconsciente que abrange
a digestão, absorção, utilização dos
nutrientes e a excreção.
Nutrição é o processo de
obtenção de alimentos em seu corpo e
usá-lo como matéria-prima para o
crescimento, o combustível para a
energia, e vitaminas e minerais que
manter seu corpo saudável e
funcionando adequadamente.
Nutrição é a ingestão de
alimentos, considerada em relação às
necessidades nutricionais do corpo.
Uma boa nutrição – uma dieta
adequada, bem equilibrada combinada com atividade física regular – é um dos
pilares da boa saúde.
A má nutrição pode levar a imunidade reduzida, aumento da
suscetibilidade a doenças, desenvolvimento físico e mental prejudicada, e
redução da produtividade.
Em geral, a nutrição está associada com a tomada em alimentos que
seu corpo precisa para se manter saudável. Nutrientes básicos incluem água,
minerais, hidratos de carbono, gorduras e proteínas. Definições mais modernas
incluem suplementos e atividade física como parte de manter-se com uma boa
nutrição.
Grande parte deste estudo gira em torno de determinar quanto de cada
um desses itens que o corpo
precisa para tomar em uma
base regular, a fim de
funcionar no nível ideal.
De forma mais ampla,
a nutrição é a ciência de
alimentos, e determinam que
os nutrientes estão em
diferentes produtos.
Essa ciência também
vai determinar como seu
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corpo ingere, digere, absorve, metaboliza, transporta, armazena e excreta
diferentes produtos alimentares para determinar quais os efeitos em geral estes
nutrientes têm sobre o corpo.
Cientistas nutricionais também estudar o ambiente, psicologia e
comportamento que está associado com a alimentação e como esses fatores
desempenham um papel na forma como o corpo processa os alimentos e quais
os alimentos que as pessoas escolhem para consumir.

Conceito de Nutrição Clínica

O recebimento das
quantidades ideais de alimentos
e nutrientes proporciona ao
corpo humano um
funcionamento correto,
resultando em uma boa saúde e
um organismo resistente às
enfermidades.
Quando, por qualquer
motivo, uma pessoa necessita
ficar internada em uma unidade
hospitalar é fundamental uma
ingestão nutricional específica para ajudar no processo de recuperação.
A nutrição clínica é a responsável pelo gerenciamento do balanço
energético dos pacientes, assegurando que eles ingiram quantidades
suficientes de líquidos e nutrientes como vitaminas, lipídios, minerais, glicose e
proteínas. Um cardápio hospitalar de boa qualidade garante que a maioria das
pessoas internadas tenham as suas necessidades nutricionais atendidas.

O Profissional de Nutrição
O profissional nutricionista
que atua em nutrição clínica
pode realizar seu trabalho em
consultórios particulares ou
públicos, clínicas, creches, asilos
ou SPAs, e também em
enfermarias, lactários ou bancos
de leite humano.
A nutrição clínica tem o
intuito de combater os problemas
de saúde causados por uma
alimentação inadequada e insuficiente em vitaminas, nutrientes e proteínas. No
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caso de pacientes clínicos ou hospitalares, uma alimentação balanceada
garante uma série de benefícios para os indivíduos, por exemplo:
• Melhoria na cicatrização de ferimentos;
• Redução na incidência de complicações clínicas;
• Diminuição do tempo de uso de ventilação mecânica;
• Redução na taxa de infecções;
• Diminuição do tempo de internação hospitalar;
• Elevação da mobilização e convalescência;
• Aumento da taxa de sobrevivência;
• Melhoria na qualidade de vida do paciente.
Depois que são submetidos aos tratamentos utilizados por meio da nutrição
clínica, os pacientes apresentam uma melhora considerável. Para ilustrar,
depois que os enfermos recebem nutrição parenteral suplementar para
preencher a lacuna nutricional deixada pela nutrição enteral, há uma
diminuição média de 11% no
número de infecções
hospitalares, em comparação
com aqueles que são tratados
apenas via nutrição enteral.
O atendimento clínico é
realizado individualmente. O
nutricionista faz um diagnóstico
nutricional para elaborar uma
dieta que atenda às
necessidades do paciente.
Para isso, investiga o estado
de saúde do paciente, seus hábitos alimentares e seu estilo de vida.
A análise de saúde é feita através de medições de peso, altura, quantidade
de gordura e massa muscular. O nutricionista solicita exames bioquímicos,
como exames de sangue e urina, para complementar sua análise. Além disso,
o nutricionista faz uma série de perguntas ao paciente para investigar o
histórico familiar de doenças, seus hábitos alimentares e qual é o seu estilo de
vida (se costuma se exercitar, se trabalha em escritório, se o trabalho exige
força física, etc.).
Através desta análise, o nutricionista pode estabelecer uma dieta específica
para cada paciente, seja para fins estéticos ou para adequar a alimentação em
função de algum problema de saúde (diabetes, obesidade, cardiopatias etc.).
Caso o paciente esteja fazendo algum tratamento de saúde (seja em casa ou
internado em hospital), o nutricionista acompanha este paciente, prescrevendo
e adequando sua dieta para cada fase do tratamento.
O nutricionista promove a educação alimentar, orienta o paciente sobre
como combinar os alimentos, o que deve ser priorizado na alimentação e o que
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deve ser evitado. Esta educação alimentar permite ao paciente fazer suas
próprias escolhas e montar seu cardápio conforme suas necessidades.
Como nutricionista clínico, o profissional pode trabalhar em hospitais,
clínicas, ambulatórios, consultórios ou realizando atendimento domiciliar.

DIETA MODIFICADA E DIETOTERAPIA


Dieta é o conjunto de
alimentos e bebidas
ingeridos usualmente por
uma pessoa. A palavra
"dieta" tem origem no
latim diaeta, que vem do
grego “díaita”, que significa
"modo de vida".
As dietas podem ser
modificadas e adaptadas
com diferentes objetivos,
de acordo com as necessidades nutricionais ou restrições alimentares de cada
um.
Uma dieta alimentar balanceada ou equilibrada é aquela que contém a
quantidade adequada de alimentos necessários para garantir os requerimentos
nutricionais.
Contudo, sabe-se que uma dieta pode satisfazer as necessidades
calóricas e nutricionais, mas, ao mesmo tempo, ser inadequada, por conter um
determinado nutriente em excesso.
Assim, uma dieta equilibrada ou balanceada deve ser:
• Suficiente, para assegurar as necessidades energéticas;
• Completa, para assegurar os requerimentos nutricionais;
• Harmônica, de modo que os
diferentes nutrientes tenham uma
relação correta entre si;
• Adequada à situação biológica do
indivíduo.

Dieta modificada
Dieta modificada é aquela que,
em qualquer de suas características
físico-químicas, necessita ser ajustada a
uma alteração do processo digestivo ou
de funcionamento geral do organismo,

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sendo modificada a partir da dieta normal.
Sob esse aspecto, as dietas hospitalares são divididas em duas categorias:

Dietas de Rotina
Apresentam mudanças físicas nas suas características e são conhecidas
pelas modificações de consistência. Além disso, podem ser usadas de forma
sequencial na progressão da alimentação de um indivíduo doente. São elas:
dieta geral ou normal, branda (leve), pastosa, semilíquida e líquida (geral e
restrita).

Dietas Especiais ou Terapêuticas


Caracterizam-se pelas mudanças na sua estrutura química (modificação
de nutrientes) com finalidades terapêuticas, podendo também incorporar as
alterações de consistência.
Assim, temos dietas com
manipulação proteica para mais
(hiperproteica) ou para menos
(hipoproteica), rica em fibras,
sem lactose, hipossódica, dentre
outras.

Dieta semilíquida
Fornecer uma alimentação
que dê repouso digestivo ou
quando os alimentos sólidos não
são bem tolerados. Exclui a fase de mastigação.
É constituída de preparações mistas, as quais contém líquidos mais
substâncias sólidas, que formarão um líquido mais espesso, com pouca fibra.
VET: em torno de 1600 kcal.
Alimentos permitidos: água e infusos, sucos coados, purê de vegetais, caldos
de carnes e vegetais, sopas espessadas, liquidificadas ou cremes, leite ou
coalhada, creme de leite, queijos cremosos, margarina, frutas em papas ou
liquidificadas, sorvetes, gelatinas, pudins, cremes, farinhas.
Volume e horário: normal.
Número de refeições: 4 a 6 por dia.
Observações: Pode-se enriquecer as preparações com farinha (15%), clara e
gema de ovos, hidrolisados protéicos, óleo vegetal, creme de leite ou leite em
pó e outros.

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Dieta líquida completa
Facilitar o trabalho
digestivo, a mastigação e a
deglutição. Proporcionar
repouso gastrointestinal
maior do que nos casos
anteriores.
É constituída de alimentos
líquidos espessos,
fracionada e pobre em
fibras. Apresenta
temperatura corporal.
VET: em torno de 900 kcal.
Alimentos permitidos: sucos de frutas coados ou diluídos, caldos de vegetais
e sopas coadas, maisena a 3%, leite, iogurte, ovos, gelatina, cremes e
sorvetes, café, sustagem, novomilke, soymilke, sustacal e outros suplementos.
Volume da refeição: 50 a 200 ml.
Horário: 2/2h ou de 3/3h.
Número de refeições: 6 a 8 por dia.
Observações: deve ser oferecida durante um curto período de tempo, atenção
aos pacientes com intolerância à lactose.

Dieta líquida clara ou restritiva


Promover hidratação no primeiro dia pós-operatório aos pacientes
submetidos à intervenção cirúrgica, sem comprometimento do trato
gastrointestinal.
Insuficiente em todos os nutrientes, exceto água e alguns eletrólitos.
Dieta fracionada e constituída de líquidos claros.
VET: em torno de 550 kcal.
Alimentos permitidos: chá e
caldo de frutas coados
(maçã, limão e pêra), caldos
apurínicos (arroz e cenoura)
e purínicos (carne), açúcar,
mel ou dextrose (5 a 10%),
sal em torno de 2 a 4g/dia,
gelatina clara 5%, picolé de
frutas.
Volume da refeição: 50 a 200
ml
Horário: 1/1h até de 4/4h
Número de refeições: 6 a 8 por dia.
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Observações: é muito restrita, portanto deve ser rapidamente evoluída à dieta
líquida completa.

Líquidos Claros
Seu objetivo é fornecer
líquidos para prevenir a
desidratação, minimizar o
trabalho do trato
gastrointestinal para o
preparo de exames ou
cirurgias. Por ser uma dieta
muito restritiva em nutrientes
e em calorias não deve ser
utilizada por mais de três
dias. Sua composição é alimentos translúcidos: caldos líquidos de hortaliças,
sucos coados, chá de ervas, gelatina.

Normal (Geral)
É a consistência dos
alimentos mais comum à
alimentação humana.
Alimentos tanto cozidos como
crua em uma mesma
refeição. Utilizada quando
não há restrições de
consistênc ia. Fornece todos
os nutrientes e calorias de
maneira mais completa.
Não há restrição nos alimentos e nas consistências oferecidas.

Dietoterapia
É o tratamento de pacientes doentes por meio da alimentação –
intolerantes ao glúten e lactose, e a fenilcetonúria (mal caracterizado pela falta
da enzima que metaboliza o aminoácido fenilalanina, podendo levar a
deficiência mental), por exemplo. Ela ajuda a diminuir ou excluir as substâncias
que causam mal-estar ao organismo. A dietoterapia também é fundamental
para pacientes que sofrem de doenças como obesidade, diabetes, AIDS,
alterações gastrointestinais, câncer, doenças renais e cardiovasculares. Nestes
casos, a dietoterapia é coadjuvante, ou seja, colabora para a melhoria dos
pacientes, mas, eventualmente, pode ser indicado tratamento medicamentoso
e/ou cirúrgico. Em todo caso é importante o acompanhamento de um
nutricionista, que indicará a alimentação mais adequada.
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A dietoterapia tem como base o que Hipócrates, um dos pais da
medicina da Grécia Antiga afirmou
“que o seu remédio seja o seu
alimento, e que o seu alimento seja
também o seu remédio”. Sendo
assim, é possível afirmar que a
dietoterapia nada mais é do que
um conjunto de métodos utilizados
pelo profissional da saúde –
principalmente o fisioterapeuta –
com base em alimentos tanto para
a prevenção, como também para o
tratamento de diversas
enfermidades.
Dessa forma, o seu principal intuito é oferecer para o organismo, que
possivelmente estará debilitado, todos os nutrientes capazes de melhorar e
manter a saúde do paciente bem. Tais nutrientes são oferecidos então por
meio dos alimentos que mais se adéquem com base na condição patológica do
paciente, levando também em consideração as suas características
psicológicas, físicas e sociais.
Para que a dietoterapia dê certo, ela deve estabelecer como base todas
as necessidades da pessoa em questão, seja de recuperação ou então da
própria manutenção da saúde. Existem dietoterapias específicas
para diabéticos, para pessoas com pressão alta ou colesterol ruim alto, para
pessoas que carecem de proteínas ou as tem demais e assim por diante.
Conheceremos um pouco sobre as mais conhecidas a seguir.
A finalidade básica da dietoterapia é oferecer ao organismo debilitado os
nutrientes adequados da forma que melhor se adapte ao tipo de condição
patológica e características físicas, nutricionais, psicológicas e sociais do
indivíduo, recuperando-o.
Para isso, é
necessário que se
estabeleça se as
necessidades do indivíduo
são de manutenção ou de
recuperação. De uma forma
mais didática
apresentaremos abaixo os
objetivos da dietoterapia
melhor visualizados:
➢ Recuperar e/ou
manter o estado de saúde, levando o paciente às suas atividades
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normais
➢ Ajustar a dieta à capacidade do organismo em digerir, absorver e tolerar
determinados alimentos, bem como à capacidade em metabolizar os
nutrientes.
➢ Contribuir para compensar estados específicos de deficiência nutricional.
➢ Estimular e/ou dar repouso a um determinado órgão.
➢ Educar pacientes e familiares para aquisição de hábitos alimentares
compatíveis com a saúde e com seu estilo de vida.
➢ É conveniente manter o peso corporal adequado.
➢ Para manter uma boa saúde é aconselhável consumir alimentos
variados.
➢ As dietas com pouco gordura são usadas para prevenir doenças
cardiovasculares.
➢ O consumo de açúcar deve ser feito com moderação.
➢ Os alimentos fritos, defumados e curados devem ser limitados.
➢ A ingestão de sal deve ser moderada.
➢ Alguns hábitos não são recomendados para a saúde, tais como o
consumo excessivo de álcool, tabaco e bebidas adoçantes artificiais.

NUTRIÇÃO HOSPITALAR

Manter uma boa


saúde e ter um corpo
resistente a doenças se dá
por meio de uma
alimentação adequada e
com todos os nutrientes
necessários. Dentro do
ambiente hospitalar, a
nutrição clínica atua no
gerenciamento e balanço
energético de todos os
pacientes. É ela que garante
que todos recebam as quantidades necessárias de proteínas, vitaminas,
minerais, lipídios e glicose. Essa ingestão acontece por meio da alimentação
hospitalar — esta, quando é de alta qualidade, atende às necessidades
nutricionais da maioria dos pacientes do hospital.
Tendo em vista que nem todos os pacientes ingerem toda as refeições
que lhes são servidas, uma maior deterioração do estado nutricional deles
pode ocorrer por conta de uma ingestão dietética insuficiente. Por esse motivo,
o papel do nutricionista atuando dentro da nutrição clínica é fundamental para a
rotina hospitalar e a manutenção da saúde de seus pacientes.
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A desnutrição é uma doença que não discrimina ninguém. A
enfermidade atinge
pessoas de todas as faixas
etárias, gêneros e raça.
Segundo o relatório Índice
Global da Fome, divulgado
pelo Instituto Internacional
sobre Políticas Alimentares
(IFPRI, na sigla em
inglês), cerca de 1,6% da
população
brasileira enfrenta situação
de privação de alimentos.
O cenário piora
quando se relaciona a desnutrição com pacientes internados em clínicas ou
unidades hospitalares. O risco de desnutrição é maior em alguns setores dos
hospitais, como: a geriatria, a oncologia, a cirurgia, a medicina interna e a
gastroenterologia.
A desnutrição traz sérias consequências para a saúde das pessoas,
como má cicatrização de feridas, infecções, complicações e falência múltipla
dos órgãos. Para combater essa doença é necessária uma ágil e completa
análise do quadro nutricional do paciente e o início imediato de um eficiente
tratamento clínico, que incluem:
• Verificação da condição nutricional do paciente;
• Análise completa das necessidades e exigências nutricionais do
paciente;
• Criação de uma estratégia nutricional;
• Análise correta das necessidades de energia e nutrientes do paciente;
• Escolha pela forma de
aplicação;
• Acompanhamento constante e
rigoroso da terapia nutricional;
• Adequação para uma nova
condição clínica do paciente,
incluindo, calorias, tipo de
nutrição, forma de aplicação.
Para tratar da desnutrição, a
escolha de suporte de nutrição clínica
dependerá do estado clínico em que
se encontra a pessoa enferma. De
acordo com o resultado de uma
análise nutricional formal, o nutricionista poderá optar por fazer o tratamento
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por meio da nutrição enteral, da nutrição parenteral ou por uma combinação de
ambas.

Os principais tipos de suporte nutricional clínico


A nutrição enteral, incluindo suplementos nutricionais orais e
alimentação enteral por meio
de sonda nasogástrica,
nasoenteral ou percutânea;
A nutrição enteral
fornece nutrientes e energia
para as células mucosas,
estimulando o metabolismo da
célula epitelial, secreções
pancreáticas e fluxo de bile,
bem como liberando
hormônios gastrointestinais
enterotróficos e elevando o fluxo sanguíneo da mucosa.
A avaliação nutricional permite a identificação dos pacientes desnutridos
ou em risco de desnutrição e a prescrição da terapia nutricional adequada,
visando a recuperação do estado nutricional e prevenindo complicações
relacionadas à desnutrição.
Este curso pretende conceituar aspectos importantes frente à conduta
nutricional e dietética, com o intuito de esclarecer o impacto da nutrição na
manutenção e/ou recuperação dos pacientes hospitalizados, com o propósito
de amenizar as possíveis complicações associadas e melhorar os desfechos
dos pacientes internados. Serão discutidos estudos de caso para consolidação
do conhecimento teórico, auxiliando o profissional na determinação da hipótese
diagnóstica, no diagnóstico e na conduta nutricional, além de abordar a
importância da educação do paciente durante o período de hospitalização.

Serviço de Nutrição e Dietética Hospitalar


O serviço de nutrição e
dietética hospitalar “é um
subsistema do sistema hospitalar,
devendo estar situado em área
técnica, quanto à subordinação
junto à organização hospitalar,
para que haja a possibilidade de
um pleno desenvolvimento do
processo de assistência
nutricional”.
A dieta hospitalar é
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importante para prover o aporte de nutrientes para o paciente internado e,
assim, preservar seu estado nutricional pelo seu papel coterapêutico em
enfermidades agudas e crônicas. Agrega-se às suas atividades o
desenvolvimento de ensino e pesquisa. O serviço de nutrição e dietética
hospitalar é formado pelas seguintes áreas:

Área de administração
Com um nutricionista responsável técnico (RT) pelo setor, gerenciando e
coordenando a unidade. Com relação a esta coordenação, pode haver um
coordenador de nutrição clínica e outro coordenador da unidade de
alimentação e nutrição, ambos, obrigatoriamente nutricionistas.

• Área de recebimento e estocagem de gêneros perecíveis e não-


perecíveis.
• Área de pré-preparo e preparo das refeições normais (dietas gerais)
e modificadas (dietas especiais).
• Áreas de produção especializada Lactário, Bancos de Leite
Humano, Sala de Manipulação de Dietas Enterais: podendo estar
presentes, ou não, dependendo do porte do hospital.
• Área de distribuição das refeições (refeitório) para funcionários e
acompanhantes autorizados: Alguns serviços dispõem de área para
distribuição de refeições e lanches para visitantes e acompanhantes
(lanchonete, restaurante próprio), estando subordinada ao serviço de
nutrição do hospital.
• Área para a distribuição das refeições dos clientes internados nas
várias unidades de atendimento da instituição hospitalar.
Dois tipos de
fornecimento (entrega) de
refeições são usados para
entregá-las aos pacientes:
centralizado e
descentralizado. No
serviço centralizado a
refeição é confeccionada e
porcionada completamente
na área de produção dos
alimentos ou próximo a ela,
sendo entregue pelos
copeiros por um sistema de transporte adequado (carrinhos térmicos) com
elevador de uso exclusivo para tal (quando for o caso). O serviço
descentralizado refere-se ao método no qual o alimento ou refeição seja
transportado para uma copa de serviços localizada na ala de atendimento ao
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paciente e só então é confeccionada a refeição (normalmente pequenas
refeições como lanches) e levada ao paciente pelo copeiro hospitalar.

TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL

Nutrição enteral é o
nome que se dá a um tipo de
tratamento destinado a
indivíduos que não podem ou
não conseguem se alimentar
totalmente pela boca, a
despeito de contarem com a
integridade do aparelho
digestivo. Assim, esses
pacientes recebem a
alimentação por meio de um
tubo ou sonda flexível.
Essa via alternativa de alimentação pode ser introduzida pelo nariz e
posicionada no estômago (a sonda nasogástrica) ou no intestino delgado (a
sonda nasoentérica). Também pode ser acoplada direto no abdômen com uma
punção ou pequeno corte e direcionada ao estômago (gastrostomia) ou ao
intestino (jejunostomia). Por conta disso, os alimentos são administrados em
forma líquida para fornecer todos os nutrientes de modo similar ao que se
obteria pelo consumo de comida — tanto em qualidade como em quantidade. A
nutrição enteral visa, portanto, oferecer tudo de que uma pessoa necessita
diariamente: carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e água.
O Ministério da Saúde define nutrição enteral como todo e qualquer
“alimento para fins especiais,
com ingestão controlada de
nutrientes, na forma isolada
ou combinada, de
composição definida ou
estimada, especialmente
formulada e elaborada para
uso por sondas ou via oral,
industrializado ou não,
utilizada exclusiva ou
parcialmente para substituir
ou complementar a
alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas
necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar,
visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.”
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Tal terapia é muito comum em hospitais, principalmente nas unidades de
pacientes críticos ou que tenham passado por cirurgia, mas também é
disponibilizada nas unidades clínicas. Hoje, muitos pacientes recebem alta do
hospital e continuam com a nutrição enteral em casa. Essa opção tem a
finalidade de proporcionar maior conforto e convívio familiar. Tudo para auxiliar
na recuperação.
A dieta usada na
nutrição enteral pode ser
industrializada ou não. As
fórmulas de nutrição enteral
que não são
industrializadas são
chamadas de artesanais,
pois são aquelas
preparadas manualmente
pelo próprio paciente ou
cuidador por meio da liquidificação de alimentos in natura. Entretanto, muitos
são os problemas relacionados a esse preparo, tais como contaminações
microbiológicas, falta de estabilidade, incerteza sobre a composição de
nutrientes e sua absorção. As fórmulas de nutrição enteral industrializadas
levam vantagem na medida em que apresentam estabilidade, composição
nutricional e osmolaridade definidas e controle microbiológico. Isso permite que
seu uso seja feito com maior segurança.
O manejo da dieta enteral em casa não é fácil, principalmente quando
em uso de nutrição enteral artesanal e, por isso, o paciente ou cuidador pode
acabar desistindo dessa terapia, agravando o quadro clínico e nutricional. É
importante lembrar que quando a nutrição enteral está de acordo com as
necessidades do paciente e atende aos critérios de segurança alimentar tende
a ocorrer uma redução no risco de complicações, internações e mortalidade.
A dieta enteral não termina com a escolha dos ingredientes e o preparo
da dieta. Outros cuidados, como a conservação da fórmula, higiene dos frascos
e dos equipamentos de administração, são indispensáveis. Além disso, deve-
se ter atenção com a manutenção da sonda de modo a evitar a interrupção do
tratamento, sofrimento e prejuízo na recuperação do paciente.
A água tem duplo papel na terapia de nutrição enteral. Além da
hidratação, item de máxima atenção em idosos por sua propensão à
desidratação, é responsável também pela permeabilidade da sonda, devendo
ser administrada rigorosamente após a infusão da dieta ou de medicamentos,
evitando, assim, sua obstrução.
Outro ponto de grande relevância é observar a troca frequente da
fixação da sonda, mantendo-a limpa e segura. A medida reduz o risco de
deslocamento do tubo, o que contribuiria para a infusão da dieta na traquéia e
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nos pulmões do paciente, podendo causar pneumonia e morte. Também com o
objetivo de diminuir esse risco indica-se que o paciente receba sua dieta em
posição sentada ou com a cabeceira da cama elevada entre 45 e 90º,
buscando evitar o refluxo e a aspiração do alimento.
A manutenção ou recuperação do estado nutricional é fundamental para
que o indivíduo reaja adequadamente às agressões de doenças, traumas e
tratamentos. E a nutrição enteral constitui uma estratégia eficiente e segura
nesse processo, principalmente se contar com o envolvimento e o
compromisso do próprio paciente e de seus familiares e cuidadores.

A terapia nutricional enteral (TNE) e a sua importância

A impossibilidade de
fornecer nutrientes
necessários para atender
às exigências metabólicas
é uma preocupação séria
em se tratando de
pacientes clínicos e
cirúrgicos. Pessoas com
doenças crônicas, como
acidente vascular cerebral
e câncer ou ferimentos
traumáticos estão
particularmente em risco, assim como os idosos, que são especialmente
vulneráveis às complicações decorrentes da desnutrição. Quando o trato
gastrintestinal está em funcionamento, a nutrição enteral é uma forma de
recuperar ou, em casos de danos repentinos, de manter um estado nutricional
ótimo.
A terapia nutricional enteral (TNE) se refere à provisão de nutrientes via
trato digestório, por meio de uma sonda ou cateter, quando a quantidade de
ingestão oral é inadequada ou impossibilitada. Em certas circunstâncias, a
nutrição enteral pode incluir o uso de fórmulas, como suplementação oral ou
como via exclusiva de alimentação.
A TNE é reconhecida como uma forma bastante segura e satisfatória de
prover nutrição para pacientes que apresentam a capacidade de via oral parcial
ou totalmente comprometida. Para a intervenção nutricional, a via enteral é o
acesso de escolha devido à manutenção dos efeitos fisiológicos de digestão e
absorção, capacidade imune local e sistêmica, segurança bacteriológica e
economia, além de ser facilmente manipulada em ambiente domiciliar,
contribuindo para melhora da qualidade de vida do paciente. Uma vez que o
paciente tenha sido avaliado como candidato à nutrição enteral, os membros
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da equipe multidisciplinar de terapia nutricional, o médico e o nutricionista
clínico, selecionam a sonda e a via de acesso apropriada.
A seleção do acesso enteral depende de: previsão da duração da
alimentação enteral, grau de risco de aspiração ou deslocamento da sonda,
presença ou não de digestão e absorção normais, previsão de intervenção
cirúrgica e aspectos que interferem na administração como viscosidade e
volume da fórmula.

Vias e métodos de administração da TNE


O suporte nutricional enteral pode
ser ofertado por sondas introduzidas
pela via nasogástrica, nasoduodenal ou
nasojejunal, para terapia em curto prazo
(três a quatro semanas), ou, então, por
procedimentos cirúrgicos – gastrostomia
ou jejunostomia, como a endoscopia
percutânea, para alimentação em longo
prazo (período superior a quatro
semanas).
Observa-se que esses períodos
de uso da sonda podem ser prolongados
na prática diária, dependendo das
condições de manuseio e de cuidados
com a sonda.
A administração da nutrição enteral pelas sondas pode ser feita por três
métodos: bolus, gotejamento intermitente e gotejamento contínuo. A seleção do
método é baseada no estado clínico do paciente e na qualidade de vida.

Administração de medicamentos pela sonda de Nutrição Enteral


Quando os pacientes que
fazem uso de sondas de
alimentação enteral não
apresentam deglutição eficaz e
correm riscos de aspiração
pulmonar, as sondas de nutrição
também são utilizadas para a
administração de medicamentos,
sendo este um procedimento de
rotina na prática hospitalar.
A via enteral tem vantagens
evidentes, como a ampla
disponibilidade de medicamentos
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para uso oral, baixo custo e ausência dos riscos associados à administração
intravenosa, intramuscular, subcutânea ou intradérmica. A administração de
medicamentos por meio de sondas de nutrição enteral é uma prática comum e
ocorre predominantemente nas unidades de clínica médica (51,5%), cuidados
intensivos (24%), internação (16,5%), pediatria (8%) e em cuidado domiciliar
(8%).
A forma farmacêutica preferida e de maior facilidade para administrar
medicamentos por meio da sonda são as preparações líquidas, que se
apresentam como suspensões e soluções orais, xaropes ou elixires.
Informações sobre os fármacos disponíveis comercialmente como líquidos ou
sobre preparações extemporâneas podem ser encontradas em formulários
pediátricos.
Em pacientes recebendo nutrição enteral intermitente, os medicamentos
devem ser administrados nos intervalos de infusão. Se a alimentação enteral é
contínua, para administrar o medicamento pode ser necessário interromper a
infusão. O medicamento só deve ser ministrado após a lavagem adequada da
sonda, com cerca de 50mL de água.
O principal problema relatado quando se opta por essa via de
administração de medicamentos é a obstrução das sondas. A oclusão das
sondas de nutrição enteral pode ocorrer em mais de 15% dos usuários.

A Classificação das dietas enterais


➢ Dietas Poliméricas: nutrientes
íntegros, com ou sem lactose,
baixa osmolaridade, menor
custo, hiperprotéica,
hipercalóricas suplementadas
com fibra, etc.
➢ Dietas Oligoméricas: hidrólise
enzimática das proteínas,
suplementação de
aminoácidos cristalinos,
osmolaridade mais alta,
digestão facilitada, absorção
intestinal alta.
➢ Dietas Monoméricas ou
elementares: nutrientes na
forma mais simples, isenção de resíduos, hiperosmolares, alto custo.
➢ Dietas Especiais: formulações específicas para atender as necessidades
nutricionais diferenciadas de acordo com a doença de base.
➢ Módulos: predominância de um dos nutrientes.

19
Pacientes com trato gastrointestinal (TGI) íntegro ou parcialmente
funcionante, com apetite diminuído a ponto de não ingerirem um mínimo de
nutrientes necessários ou aqueles que se encontram impossibilitados de
alimentar-se por via oral, devem receber NE. Nos últimos anos, os contínuos
avanços tecnológicos e nos conhecimentos da fisiopatologia gastrointestinal
permitiram estender os benefícios da alimentação enteral a pacientes
criticamente enfermos, com graves distúrbios do aparelho digestivo.

Em várias situações clínicas está indicada a Nutrição Enteral:


• Disfagia grave por
obstrução ou disfunção
da orofaringe ou do
esôfago, como
megaesôfago chagásico,
neoplasias de orofaringe
e esofágicas;
• Coma ou estado
confusional, por trauma
crânio-encefálico,
acidente vascular
cerebral, doença de
Alzheimer, entre outros;
• Anorexia persistente, por
neoplasias, doenças infecciosas crônicas, depressão, etc;
• Náuseas ou vômitos, em pacientes com gastroparesia ou obstrução do
estômago ou do intestino delgado proximal;
Fístulas do intestino delgado distal ou do cólon;
• Má-absorção secundária à diminuição da capacidade absortiva, como no
caso de síndrome do intestino curto;
• Broncoaspiração recorrente em pacientes com deglutição
incoordenada;
• Aumentos dos requerimentos nutricionais, por exemplo, em pacientes
com grandes queimaduras;
• Doenças ou desordens que requerem administração de dietas
específicas: Quilotórax e pancreatite aguda, insuficiência hepática,
insuficiência renal, doença de Crohn em atividade e outras.
Uma indicação geral para a NE é a manutenção da integridade da mucosa
do TGI e a prevenção de sua hipotrofia, particularmente em pacientes pós-
cirúrgicos ou pós-trauma, ou naqueles com jejum prolongado associado com
doenças crônicas. A hipotrofia da mucosa intestinal pode ocorrer rapidamente
após o estresse orgânico grave. A presença de nutrientes no TGI pode servir
como fator trófico tanto para no caso da síndrome do intestino curto quanto na
20
presença de trauma grave. Assim, a alimentação enteral precoce no curso do
trauma ou doença grave pode ser sugerida não somente para promover
nutrição, mas também para manter o trofismo da mucosa gastrointestinal e
prevenir a translocação bacteriana e sepse. Esses são importantes
componentes protetores da barreira intestinal contra bactérias, endotoxinas e
outras macromoléculas antigênicas.
A NE geralmente não está
indicada em pacientes com
obstrução intestinal completa e
o "íleo paralítico". Em
pacientes com fístula intestinal
proximal, a NE somente deve
ser empregada se a
extremidade da sonda estiver
posicionada distal à fístula.
Mesmo nessas condições, a
NE poderá aumentar a
quantidade de fluídos
secretados no TGI (do estômago, pâncreas e bile), mantendo o pertuito da
fístula.
A NE geralmente não está indicada em pacientes com obstrução intestinal
completa, necessidade repouso intestinal, hemorragia digestiva alta, perfuração
intestinal e em certos tipos de fístulas e no "íleo paralítico". Em pacientes com
fístula intestinal proximal, a NE somente deve ser empregada se a extremidade
da sonda estiver posicionada distal à fístula. Mesmo nessas condições, a NE
poderá aumentar a quantidade de fluídos secretados no TGI (do estômago,
pâncreas e bile), mantendo o pertuito da fístula.
As fórmulas enterais, geralmente são classificadas baseadas na sua
composição proteica ou de todos macronutrientes.
Deve-se determinar o tempo de nutrição enteral para escolher a via de
acesso:
• Nasogástrica: inserida no nariz até o estômago;
• Nasoduodenal: para pacientes com alto risco de aspiração, refluxo,
retardo no esvaziamento gástrico, náuseas e vômitos;
• Gastrostomia/ Jejunostomia: as sondas são colocadas sem
procedimento cirúrgico no estômago ou jejuno e trazidas para fora
através da parede abdominal para permitir a via de acesso para a
alimentação, tudo isso por via endoscópica;
• Enterostomia por cirurgia: para pacientes que requerem algum suporte
nutricional e submetidos a algum procedimento cirúrgico. Formulações
de NE

21
As formulações de NE utilizadas no HC são padronizadas, facilitando a
atuação do nutricionista clínico que não precisa estabelecer a composição
quantitativa e qualitativa de cada formulação. Se necessário, o nutricionista
deve modular as formulações para satisfazer as necessidades
individualizadas do paciente.

TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL

A Nutrição Parenteral
pode ser utilizada tanto como
terapia exclusiva quanto como
de apoio, dependendo
basicamente da capacidade
fisiológica de digestão e/ou
absorção de cada paciente.
Defini-se pela administração
endovenosa de macro e
micronutrientes, por meio da
via periférica ou central.
As principais indicações
são depleção das proteínas
plasmáticas, perda
significativa ou incapacidade de manutenção do peso corpóreo, traumas e
cirurgias.
A indicação adequada, a manutenção dos controles bioquímicos,
clínicos e antropométricos permitem diminuir as complicações infecciosas,
metabólicas ou de infusão. O retorno gradual e o mais precoce possível à
alimentação oral é a condição a ser alcançada em toda terapia de nutrição
parenteral.
Entende-se por Nutrição Parenteral a administração de nutrientes como
glicose e proteínas, além de água, eletrólitos, sais minerais e vitaminas através
da via endovenosa, permitindo assim a manutenção da homeostase, já que as
calorias e os aminoácidos necessários são supridos.
Tal método pôde ser observado já no século XIV, porém seus primeiros
resultados não se mostraram satisfatórios. As primeiras soluções glicosadas e
hidrossalinas apareceram no início do século XVII, mas somente no século XX,
mais especificamente 1968, houve a sistematização da Nutrição Parenteral
através da proposta de Dudrick da Universidade da Pensilvania, a qual provava
a eficácia e a aplicabilidade segura do uso do método.
A Nutrição Parenteral é utilizada normalmente como terapia de apoio
(complementando as necessidades nutricionais de pacientes em que via
enteral não consegue suprí-las) ou terapia exclusiva (onde uso da via enteral é
22
proibida), sendo que em ambos casos ela pode combater desnutrição, podendo
até reverter quadro imunológico.

Vias de Administração
As vias utilizadas para a administração da alimentação parenteral são
através das veias periféricas dos membros superiores e a central com a
Introdução do cateter na cava, jugular ou femural. Na primeira podem ser
somente oferecidas soluções hipoosmolares, hipoconcentradas e as gorduras.
Já na segunda há infusão de soluções hipertônicas de glicose e proteínas,
vitaminas entre outros.
A via mais utilizada é a central,
sendo que a canulação da veia
subclávica (por via infraclavicular) é a
rotineiramente usada para ter acesso
à veia cava superior. O catéter deve
posicionar-se no átrio direito, o que
deve ser verificado através de RX.
Estipulada a via de
administração, a solução pode ser
instalada, respeitando sempre as
condições estabelecidas quanto ao
volume e as calorias, situação esta
controlada através da velocidade do
gotejamento. As soluções base são hipertônicas, logo necessitam ser
infundidas em veia central.Estas soluções são compostas por 500 ml de
solução de glicose 50% (fornece aproximadamente1000kcal) adicionados em
500ml solução de aminoácido 10% (fornece aproximadamente 200 kcal); há
ainda o acréscimo de eletrólitos e polivitamínicos (em função das quantidades
insuficientes de ácido fólico e vitamina B12 nos polivitamínicos, há necessidade
de aplicação intramuscular dos mesmos). Já as gorduras são fornecidas sob
forma de emulsão 10% (500ml aproximadamente 450 kcal) por meio da via
periférica, não havendo risco de flebite. Outra vantagem da emulsão é o seu
elevado aporte energético em volumes reduzidos, além de fornecer os ácidos
graxos essenciais.

Indicações
A Nutrição Parenteral
pode ser usada como apoio ou
exclusivamente, para aqueles
casos em que o uso da via
enteral é contra indicada, a
seguir os mesmos serão
23
expostos:
• Traumas: normalmente levam a estados hipermetabólicos (perda
elevada de N e alto gasto energético), logo a única terapia capaz de
suprir tais necessidades é a parenteral. Isto é possível através do
fornecimento de emulsões lipídicas que apresentam alto teor calórico.
• Fístulas
Enterocutâneas: a
desnutrição é uma
das maiores causas
de mortalidade em
pacientes com esta
patologia, logo a
Nutrição Parenteral
nesses casos tem
objetivo de recuperar
o estado nutricional
desses pacientes.
Estudos apontam que o tratamento convencional de fístula associada à
Nutrição Parenteral tem promovido recuperação e fechamento precoces.
• Insuficiência Hepática: todos os nutrientes têm seus metabolismos
alterados, principalmente as proteínas. A competição entre aminoácidos
ramificados e aromáticos é favorável já que há síntese de proteínas no
músculo (ideal para reparação hepática) e reduzem o catabolismo
(consequente diminui produção de amônia), logo aos pacientes com tal
patologia são fornecidas altas concentrações de aminoácidos
ramificados e baixa concentração de aromáticos.
• Insuficiência Renal Aguda: caracteriza-se pela retenção nitrogenada e
hiperosmolaridade. Apesar disso, a oferta de proteínas deve ser normal,
com intuito de evitar desnutrição energético proteica. A solução proteica
fornece aproximadamente 15g de aminoácidos, mantendo assim o
equilíbrio metabólico com os carboidratos.
• Pancreatite Aguda: a Nutrição Parenteral objetiva, nesse caso, o
repouso pancreático fundamental para recuperação das funções e evitar
hemorragias/necrose tecidual. Nestes casos, a emulsão lipídica deve ser
utilizada com cuidado (10% VCT), e as soluções devem ser
hiperglicídicas e hiperproteicas para fortalecer aporte calórico.
• Enteropatias Inflamatórias: nessas patologias há necessidade de
repouso, redução de secreção e motilidade intestinal, porém a
desnutrição deve ser controlada para que os resultados da cirurgia
sejam satisfatórios.
Portanto, após expostas as indicações, pode-se afirmar novamente que a
Nutrição Parenteral é destinada àqueles pacientes que possuem a via oral e/ou
24
gastrointestinal impossibilitadas de serem usadas (3,4,5), com gasto
metabólico elevado, decorrente de doença/trauma e que apresentam aporte
calórico proteico insuficiente, além de ser usado como preparo de pacientes no
pré operatório.
Existem três indicadores que são utilizados para apontar os pacientes de
risco (1,5), os quais são fortes candidatos ao suporte nutricional via NP, são
eles:
• Perda de 10% ou mais peso corpóreo;
• Albumina sérica abaixo de 3g/dL;
• Transferina sérica com valores inferiores a 220 mg/dL.
Após a Nutrição Parenteral ser instalada, alguns recursos são usados no
controle e/ou na verificação da aceitação do método, dentre os quais podem
ser citados:

Avaliação nutricional:
• Curva de peso: antes de
iniciar e, posteriormente
de 3/3 dias
• Circunferência do braço:
antes de iniciar e,
posteriormente
semanalmente
• Prega cutânea: antes de
iniciar e depois semanal
• Contagem linfocitária
• Testes cutâneos de sensibilidade: antes de iniciar e depois a cada
semana

Exames laboratoriais:
• Hemograma completo:
antes de iniciar; em dias
alternados na 1a semana
e depois semanalmente
• Glicemia: antes de iniciar;
em dias alternados na 1a
semana e posteriormente
uma vez por semana
• Colesterol total: antes de
iniciar e, dependendo do caso repetidas vezes
• Triglicerídeos: idem acima
• Hemocultura: semanalmente

25
• Glicosúria: 6/6 horas
• Dosagem de proteínas de vida média curta (ex: pré-albumina): antes de
iniciar; em dias alternados e depois semanalmente
• Balanço hídrico: diariamente

Complicações

Quanto às complicações observadas


relacionadas à Nutrição Parenteral, valem
ser ressaltadas as:
• Infecciosas (septicemia): são as
mais graves, já que os pacientes
usuários da Nutrição Parenteral
estão, geralmente, debilitados
previamente. São decorrentes de
contaminação, seja das soluções (
o que é mais raro) , do catéter ou
do momento de inserção do
mesmo.
• Não Infecciosas: estão
relacionadas a problemas na
introdução do catéter, podendo
ocorrer: pneumotórax, hemotórax, má posição de catéter, flebotrombose,
hidrotórax, hidromediastino, lesão nervosa, lesão arterial (subclávica),
perfuração miocárdica, laceração da veia, etc.
• Metabólicas: são decorrentes de alterações do metabolismo dos
nutrientes utilizados nas soluções infundidas.
Estas podem se dar quanto:
• Aos carboidratos: hiperglicemia e coma hiperosmolar não cetônico
(decorrentes de intolerância à glicose), diurese osmótica, hipoglicemia
(decorrente de aumento da produção insulínica endógena associada a
insulina exógena);
• Aos lipídeos: deficiência de ácidos graxos essenciais,
hipertrigliceridemia;
• Aos aminoácidos: hiperamoniemia, acidose metabólica hiperclorêmica
(resultante da liberação de ácido clorídrico por parte dos aminoácidos
cristalinos utilizados);
• Aos eletrólitos: hipofosfatemia (leva diminuição do transporte de oxigênio
e da capacidade de coagulação sangüínea), hipo/hiperpotassemia e
hipo/hipernatremia;

26
• Às vitaminas: hipervitaminose A e D (por serem lipossolúveis têm
tendência ao acúmulo no organismo), hipovitaminose K, B12 e de ácido
fólico;
• Aos oligoelementos: deficiência principalmente de Cobre, Selênio e
Zinco;
• Ao excesso de oferta hídrica.
Lembrando sempre que, assim que possível o desmame da Nutrição
Parenteral, deve ser realizado gradativamente para a alimentação enteral e
posteriormente para via oral, mais fisiológica e menos custosa.
Pode-se observar e concluir que a Nutrição Parenteral, se bem aplicada,
é um recurso de extrema importância na manutenção e/ou melhora do estado
de saúde dos pacientes de pequeno, médio e alto risco, seja em âmbito
hospitalar quanto domiciliar.
A Nutrição Parenteral pode ser interpretada como terapêutica
extremamente segura, quando seus procedimentos técnicos e de higienização
são seguidos rigorosamente pelos profissionais. Caso contrário, é uma via
direta à septicemia e um conseqüente perigo para a sobrevivência dos
pacientes.

CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS

Os alimentos
podem ser classificados
em energéticos,
plásticos ou construtores
e reguladores. Alimentos
energéticos quando
consumidos são
convertidos em água e
CO2 , proporcionando
energia ao organismo
(ex. carboidratos). Os
alimentos plásticos fornecem materiais anabólicos e de manutenção (ex.
proteínas), enquanto que os alimentos reguladores são os responsáveis pela
regulação do metabolismo corporal (ex. vitaminas e minerais)
Os alimentos são classificados em cinco grupos:
• Alimentos do grupo 1: representado pelo leite e derivados, com exceção
da manteiga e da nata; são os alimentos ricos em proteínas, cálcio,
magnésio e vitaminas B2.
• Alimentos grupo 2: a carne, as aves, os peixes, os embutidos, os
miúdos, os ovos e as leguminosas secas fazem parte do grupo dos
alimentos ricos em proteínas, ferro, zinco e vitaminas B, B2 e B3.
27
• Alimentos grupo 3: no grupo das frutas e hortaliças, encontram-se as
vitaminas, os sais minerais, a água e a fibra, que atuam no organismo
regulando as sua funções.
• Alimentos grupo 4: no grupo dos amidos, estão os cereais, as massas,
os feculentos, o mel e os pães.
• Alimento grupo 5: as gorduras animais e vegetais formam o quinto grupo
que, juntamente com o amido e os açúcares fornecem a energia para o
organismo. Para manter-se saudável, é preciso consumir uma variedade
de alimentos dentro dos grupos.

Macronutrientes
São nutrientes necessários ao organismo diariamente e em grandes
quantidades.
Constituem a maior parte na dieta. Fornecem energia e componentes
fundamentais para o crescimento e manutenção do corpo.
O equilíbrio alimentar depende da proporção ideal entre eles. A unidade
de medida é o grama.
Fazem parte do grupo dos macronutrientes: Carboidratos, proteínas e gorduras
Os macronutrientes são componentes presentes na alimentação de
fundamental importância
para o organismo. Este
grupo compreende os
carboidratos, proteínas e
lipídeos (ou gorduras) e
são responsáveis por
fornecer 90% do peso
seco da dieta e 100% de
sua energia.
Por serem
estruturas grandes,
necessitam ser quebradas
em partes menores para que sejam absorvidas pelo organismo. Sua digestão
ocorre no intestino, dissociando-se nas suas unidades básicas: açúcares dos
carboidratos, ácidos graxos e glicerol das gorduras e aminoácidos das
proteínas.
Os lipídeos fornecem maior energia para o organismo, quando
comparado com os carboidratos e proteínas, sendo que 1g de lipídeo possui
aproximadamente 9 kcal, enquanto que a mesma quantidade de carboidratos e
proteínas apresentam cerca de 4 kcal.
Os macronutrientes são nutrientes necessários e fundamentais para o
desenvolvimento do nosso organismo. Devemos ingeri-los em maior
quantidade para proporcionar o melhor funcionamento do nosso organismo. Os
28
macronutrientes são os carboidratos, proteínas e lipídios. Cada uma delas
possui papel fundamental.
Devemos ingerir alimentos que contenham carboidratos, já que atua
como combustível para o nosso organismo. Sem a ingestão de carboidratos
não conseguiríamos realizar nenhuma atividade, pois ele fornece energia para
as células; proteínas, que podem ser de origem animal e vegetal, e formam a
estrutura do nosso organismo; e os lipídios, que são as gorduras e os óleos.
Na alimentação
podemos encontrá-los
nas frutas (maçã, frutas
cítricas); cereais (aveia);
leguminosas (feijão, grão
de bico, lentilha); carne
vermelha, ovos, aves,
carne de porco, leite e
derivados, soja, peixes,
mandioca, batata,
mandioca, inhame, doces em geral, pães, bolos, biscoitos, macarrão, legumes
(cenoura) e azeite.
Toda essa alimentação deve ser bem balanceada, pois o excesso
desses alimentos pode causar mal ao nosso organismo. Procure um médico
especialista em conjunto com um nutricionista para indicar uma dieta
balanceada.
São classificados em:
• Monossacarídeos: compreende a glicose, frutose e galactose;
• Dissacarídeos: dos quais fazem parte a sacarose, maltose e lactose;
• Polissacarídeos: dentre estes são encontrados o amido, a dextrina,
o glicogênio e a celulose.
As principais fontes de carboidratos são os pães, as massas, os grãos,
vegetais, melado e açúcares. São responsáveis por propiciarem energia para
o cérebro, medula óssea, nervos periféricos e eritrócitos (glóbulos vermelhos).
Deste modo, a baixa ingestão desses macronutrientes resulta em problemas
para o sistema nervoso central e outros.

29
Proteínas
As proteínas apresentam
funções e estruturas
diversificadas e são sintetizadas
a partir de apenas 20
aminoácidos diferentes.
São formadas por
conjuntos de 100 ou mais
aminoácidos, que podem repetir
entre si. Formam os hormônios,
anticorpos, as enzimas
(catalisam reações químicas) e
os componentes estruturais das
células.

Estrutura química
As proteínas são compostas de carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio
e quase todas apresentam
enxofre.
Algumas apresentam
elementos adicionais, como
fósforo, ferro, zinco e cobre.
Seu peso molecular é
extremante elevado, devido
ao número elevado de
aminoácidos. Já os aminoácidos, apresentam na sua molécula, um grupo
amino (-NH2) e um grupo carboxila (-COOH).
A única exceção é o aminoácido prolina que contem um grupo imino (-
NH-) no lugar do grupo amino.
As proteínas possuem função estrutural no organismo e são fabricadas a
partir de somente 20 aminoácidos distintos. Este macronutriente é composto
por grupos de 100 ou mais aminoácidos, que podem repetir entre si.
São responsáveis por formar os hormônios, as enzimas, os anticorpos e
os componentes estruturais das células. Além disso, também atuam na
restauração de proteínas corpóreas, constroem novos tecidos, contribuem com
vários fluídos corpóreos (leite materno, esperma e muco), além de
representarem uma fonte de energia.
Este macronutriente é classificado como:
Proteínas de alto valor biológico: apresentam em sua composição
aminoácidos essenciais em proporções adequadas, como é o caso da carne
vermelha, peixe e ovos.

30
Proteínas de baixo valor biológico: em sua composição, não estão
presentes, em proporções adequadas, aminoácidos essenciais. Neste grupo,
estão inclusos os cereais integrais e as leguminosas.
Proteínas de referências: neste grupo, estão incluídos os alimentos que
apresentam os aminoácidos essenciais em quantidades elevadas, como é o
caso do ovo, leite humano e leite de vaca.

Carboidratos
Os carboidratos
(glicídios ou hidratos de
carbono) são considerados
as principais fontes
alimentares para a
produção de energia, além
de exercer inúmeras
funções metabólicas e
estruturais no organismo.
As principais fontes
de carboidratos são grãos,
os vegetais, o melado e
açúcares. Fornecem combustível para o cérebro, medula, nervos periféricos e
células vermelhas para o sangue.
A ingestão insuficiente desse macronutriente traz prejuízos ao sistema
nervoso central e outros. Estão presentes, na maioria das vezes, nos alimentos
de origem vegetal.

Estrutura química
São poliidroxialdeídos ou
poliidroxicetonas. Apresentam inúmeras
cadeias de carbonos, ricos em hidrogênio e
oxigênio, na proporção de 1:2:1,
respectivamente.
Sua fórmula geral é (CH2O)n, onde n
indica o número das proporções repetidas. Podem
apresentar em sua estrutura átomos de nitrogênio,
enxofre ou fósforo.

Gorduras ou lipídeos
Os lipídeos são substância de origem animal ou vegetal, compostos
quase que exclusivamente de produtos de condensação entre glicerol e ácidos
graxos, denominados triacilgliceróis.
31
São classificados em:
Lipídeos simples: são
triglicerídeos que dão origem a
ácidos graxos e glicerol quando
decompostos. Podem apresentar-
se na forma sólida ou líquida,
sendo que os sólidos à
temperatura ambiente recebem o
nome de gordura, enquanto que
os líquidos recebem o nome de
óleos. A maior parte dos
triglicerídeos oriundos de vegetais
são líquidos à temperatura
ambiente e apresentam elevada
proporção de ácidos graxos insaturados. Já os de origem animal, possuem
elevadas proporções de ácidos graxos saturados sólidos ou semi-sólidos
quando em temperatura ambiente.
Lipídeos compostos: estes são formados pela combinação de gorduras e
outros componentes, como fósforo, glicídios, nitrogênio e enxofre, originando
os fosfolipídeos, glicolipídeos e lipoproteínas.
Lipídeos derivados: estes são sintetizados durante a hidrólise ou decomposição
dos lipídeos. Compreendem os ácidos graxos saturados e insaturados, o
glicerol e os esteróides.
Os lipídeos apresentam como função:
• Principal fonte energética do organismo;
• Compõem estruturas celulares;
• Importante isolante térmico;
• Sintetizam hormônio s e sais biliares;
• Veículos de vitaminas lipossolúveis;
• Conferem maior palatabilidade aos alimentos.

As principais fontes desse macronutriente são:


Origem animal: manteiga, creme de leite, banha, óleo de fígado de
bacalhau, toucinho, queijos, carnes, leite integral, gema de ovo, entre outros.
Origem vegetal: margarina, gordura hidrogenada, azeitona, óleos (soja,
canola, girassol, oliva, algodão, etc), abacate, nozes, chocolate, coco,
castanhas, entre outros.

Ácidos graxos saturados, monoinsaturados e polinsaturados


O grau de saturação de um ácido graxo é definido pelo número de
ligações duplas entre os átomos de carbono nas cadeias. A cadeia que não
apresentar ligações duplas é um ácido graxo saturado. Já a cadeia que
32
apresentar é um ácido graxo monoinsaturado ou pode ser um ácido graxo
polinsaturado se contiver várias duplas ligações.

Saturados
Presentes em carnes gordas,
banha, manteiga, palma, cacau,
laticínios, coco, etc. Deve ser limitada
a menos de 10% do total de ingestão
calórica. Aumentam o colesterol total e
a LDL.

Monoinsaturados
Presentes no azeite de oliva,
canola, açaí, abacate e frutas
oleaginosas (amendoim, castanhas,
etc.). Diminui o LDL e o colesterol total.

Polinsaturados
Presentes nos peixes, óleos vegetais (girassol, soja, milho, canola,
açafrão, algodão, gergelim, etc.) e
nas frutas oleaginosas (castanhas,
nozes, avelãs, etc.). Diminuem a
concentração de colesterol na LDL,
possuem efeito antiinflamatório
sobre as células vasculares,
inibindo a expressão de proteínas
endoteliais pró-inflamatórias. São
os ácidos graxos essenciais, que o
organismo não produz,
necessitando serem incorporados
na dieta. Têm papel importante no
transporte de gorduras e na manutenção da integridade das membranas
celulares.

33
Ômega 6 (ácido linoleico)
Carnes, prímula,
girassol, semente de abóbora,
milho, cânhamo, soja,
gergelim, borage, canola,
linhaça, groselha negra, oliva e
leite humano. Reduz o
colesterol total, LDL e o HDL.

Ômega 3 (ácido alfa-linolênico)


Óleo de peixe (salmão, atum, arenque, sardinha, etc.), linhaça,
cânhamo, semente de
abóbora, groselha negra,
gema de ovo, canola e soja.
Reduz os triglicerídeos e o
colesterol total.
São formadas a partir
do processo de hidrogenação
industrial ou natural (rumem
dos animais) dos ácidos
graxos. Encontram-se nos
alimentos industrializados.
Alimentos de origem animal (carnes gordas e leites integrais)
apresentam pequenas quantidades dessas gorduras.
Possuem a finalidade de melhorar a consistência, sabor dos alimentos e
aumentar a vida de prateleira de alguns produtos. O consumo excessivo
aumenta a concentração de LDL e diminuem a concentração de HDL
plasmático.
É chamada de inimiga oculta, porque nem sempre está presente nos
rótulos dos alimentos. Deve-se verificar nos ingredientes dos produtos se há a
indicação "gordura hidrogenada" ou "parcialmente hidrogenada" ou "óleo
vegetal hidrogenado" ou "parcialmente hidrogenado". Se houver, é porque o
alimento apresenta gordura trans na sua composição.

34
Micronutrientes
Os micronutrientes
são vitaminas e minerais
que são essenciais para o
perfeito funcionamento do
nosso organismo. Eles
devem ser ingeridos em
pequenas quantidades!
Alguns deles são: cálcio
(atua na formação dos
ossos e dos dentes); cobre
(ajuda na formação dos
glóbulos vermelhos aumentando a imunidade); ferro (grande quantidade no
sangue e possui a função de transportar o oxigênio); fósforo (participa na
produção de energia); magnésio (podemos encontrá-lo nos ossos, músculos
proporcionando reações de energia, coagulação sanguínea e aumento no
sistema imunológico); potássio (atua sobre as células); no sódio (atua no
metabolismo) e no zinco (atua na formação dos ossos e músculos).
Na alimentação podemos encontrá-los nas leguminosas (feijão, ervilha,
grão de bico), carnes vermelhas, frutos do mar, aves, beterraba, batata,
mandioca, folhas verdes (salsa, couve, almeirão), rabanete, cereais (aveia,
gérmen de trigo); frutas (abacate, melão, maracujá), leite e seus derivados.
São nutrientes necessários para a manutenção do organismo, embora
sejam requeridos em pequenas quantidades, de miligramas a microgramas.
Por serem nutrientes essenciais, devem estar presentes na alimentação
diariamente.
O déficit pode provocar doenças ou disfunções e, o excesso,
intoxicações. Por isso, a dieta deve ser sempre equilibrada e variada.
Existe uma grande
variedade de vitaminas, como A,
C, D, E, K e vitaminas do
complexo B, e minerais como
cálcio, fósforo, potássio, ferro e
zinco. Quando comparadas aos
macronutrientes, as quantidades
necessárias dessas substâncias
são muito pequenas, embora
sejam responsáveis por diversas
reações importantes ao
organismo.

35
A importância dos Micronutrientes
A água, vitaminas e sais minerais são essenciais para garantir a
produção de proteínas, hormônios, enzimas e outros componentes importantes
para corpo. Os micronutrientes ainda comprovam sua importância por
apoiarem na associação dos macronutrientes. Para garantir as porções
recomendadas, o ideal é
seguir um cardápio
balanceado com carnes
magras, leguminosas, frutas,
legumes e verduras.
A identificação da
quantidade adequada de
micronutrientes diários deve
ser feita a partir das
necessidades individuais e
rotina de cada um. O
resultado pode ser relativo, já que leva em consideração informações
particulares, tais como idade, altura, gênero, peso e até mesmo grau e
frequência de atividades físicas.
Veja abaixo alguns valores referenciais diários, mas que podem ser relativos,
se analisadas informações de cada um.
➢ Vitamina A: 900 mcg
➢ Vitamina B12: 3 a 5 mcg
➢ Vitamina C: 90 mg
➢ Vitamina D: 5 até 50 mcg
➢ Vitamina E: 15 mg
➢ Cálcio: 1000 mg
➢ Ferro: 150 mcg
➢ Iodo: 150 mcg
➢ Zinco: 11 mg

Vitaminas

Elas podem atuar para o


bem-estar de formas
diversificadas, por isso é
importante sabermos que nosso
metabolismo é incapaz de
produzi-las o que requer
suplementação delas a partir da
alimentação ou suplementação,
já que a deficiência pode levar
36
ao quadro de avitaminose.
São chamadas lipossolúveis aquelas vitaminas que são solúveis em
gordura, tais como a vitamina A, D, E, K e muitas outras, enquanto as solúveis
em água são denominadas hidrossolúveis, sendo elas as vitaminas C e
aquelas de complexo B.
A vitamina C e E atuam diretamente para o fortalecimento do sistema
imunológico. Ambas promovem o bem-estar, garantindo os benefícios ao
corpo, com efeitos antioxidantes, desde a saúde e preservação dos vasos
sanguíneos, até a beleza de cabelos e unhas, já que a vitamina C está ligada à
produção de colágeno.
A vitamina K pode ser importante para melhorar a circulação sanguínea,
induzindo à uma melhor coagulação. Ela pode ser obtida por meio de vegetais
verdes como a couve, brócolis, salsa, e muito mais.
As vitaminas de complexo B possuem diferentes funções no corpo,
destacando-se não só para a prevenção de doenças como osteoporose,
doenças cardíacas, nervosas, depressão e até mesmo o câncer, mas também
por reduzir as evidências e sinais de envelhecimento.

Minerais
São substâncias
inorgânicas e que apóiam
na saúde de ossos,
tecidos, sistema
cardiovascular e até
mesmo no metabolismo.
São eles: Cobre, Ferro,
Fluoreto, Iodo,
Manganês, Molibdênio,
Selênio e Zinco.
Vale destacar que
as deficiências de
minerais são incomuns, exceto quando falamos de Iodo e Ferro, e em
contrapartida, a sobrecarga de alguns desses minerais pode causar
intoxicação.
São substâncias de origem inorgânica que fazem parte dos tecidos
duros do organismo, como ossos e dentes.
Também encontrados nos tecidos moles como músculos, células
sanguíneas e sistema nervoso.

37
Possuem função reguladora, contribuindo para a função osmótica,
equilíbrio ácido-básico, estímulos nervosos, ritmo cardíaco e atividade
metabólica.

Macroelementos
Os macroelementos são
aqueles essenciais para a vida, ou
seja, precisam estar em
quantidades satisfatórias em nosso
corpo para termos uma vida
saudável. Sódio (Na), Potássio (K),
Magnésio (Mg), Cálcio (Ca), Fósforo
(P), Enxofre (S), Cloro (Cl), todos
eles são considerados
macroelementos.

Enxofre
É o elemento mais
encontrado nos cabelos, nas
unhas e na pele, tornando-os
saudáveis. Faz parte de
alguns aminoácidos
essenciais, assim como de
muitas enzimas e proteínas
dos tecidos. Possui ação
antimicrobiana.
Os alimentos mais ricos em enxofre são: germe de trigo, lentilha, feijão, aveia,
amêndoas, arroz integral, couve-flor, cebola, repolho e milho.

Cálcio
O cálcio é o macro elemento mais abundante no
corpo humano. Desempenha muitas funções
importantes no organismo, de duas
maneiras: mecânica, na sustentação
e mobilização, por ser constituinte
importante no tecido ósseo; e
metabólica, por participar de muitos
processos fisiológicos, tais como
transmissão nervosa, contração
muscular, coagulação sanguínea,
38
permeabilidade das membranas, entre outras.
São necessárias quantidades adequadas de vitamina D para que haja
uma melhor absorção de cálcio. As necessidades diárias de cálcio variam
muito, sendo de aproximadamente 500 mg para um adulto normal. Estas
necessidades são maiores em crianças em fase de crescimento, desportistas,
durante a gravidez, na lactação, quando se consome muito açúcar branco
(ação descalcificante), na osteoporose e etc.
Sua deficiência causa raquitismo, osteoporose, cáries dentárias e perda
de sono. Está presente nas algas marinhas, em derivados de leite e em
vegetais como: couve, nabo, salsa e beterraba.

Magnésio
O magnésio ocupa, na
clorofila das plantas, às quais
confere a cor verde, o mesmo
papel que o ferro desempenha
na hemoglobina do sangue.
É essencial à vida, pois participa
de todos os processos biológicos
como o metabolismo da glicose,
a produção de energia celular, e
a síntese de ácidos nucléicos e
proteínas. Ainda, alcaliniza o
sangue e retarda o
envelhecimento. Atua na manutenção da função nervosa e como parte
integrante de algumas enzimas. O organismo humano normalmente possui de
20 a 25g de magnésio, dos quais 50-60% se encontram nos ossos.

Sódio
Partícula de carga positiva
mais importante e indispensável
no processo biológico. Auxilia na
manutenção da pressão osmótica
dos líquidos teciduais. Regula a
ação de absorção de água através
das células. Atua na manutenção
da acidez do líquido celular.
A ingestão de sódio em
excesso provoca retenção de
líquidos, anemia, reumatismo,
redução do potássio no organismo e aumento de ácido úrico.

39
Potássio
É o íon mais
importante do espaço
intracelular. Está envolvido
com inúmeras reações
enzimáticas e processos
fisiológicos, incluindo
condução nervosa,
contração muscular e
metabolismo de
carboidratos. Associado ao
sódio, o potássio regula o equilíbrio de água no organismo, evita a hipertensão,
regula o ritmo do coração, melhora o raciocínio e os reflexos.

Fósforo
O fósforo é necessário aos dentes e
aos ossos, mas intervém em todas
as células, armazenando
energia, auxiliando a absorção
das vitaminas do complexo B e
ativando vários sistemas de
enzimas vitais.
Encontrado no leite,
no levedo, no germe de trigo,
na soja, na gema do ovo e em
nozes e amêndoas. A falta de vitamina
D impede a absorção de fósforo pelo organismo.
Fraqueza, perda de peso, dores ósseas, falhas na memória e raquitismo
são sintomas da deficiência de fósforo. Em excesso, faz baixar o cálcio no
organismo, podendo causar até degeneração gordurosa do fígado.

Microelementos ou oligoelementos

Microelementos também são importantes para a manutenção da vida, só


que em quantidade menores. Também conhecidos como elementos-traço, são
considerados tão essenciais como as vitaminas. Entre eles podemos citar:
Selênio (Se), Cobre (Cu), Zinco (Zn), Flúor (F), Manganês (Mn).

40
Ferro
Atua na formação da
hemoglobina, na oxidação celular
e nas reações enzimáticas. A falta
dele provoca diminuição dos
glóbulos vermelhos, anemia
hipocrômica e macrocística, dor de
cabeça, palidez, fraqueza, fadiga e
falta de ar.

Por isso, não deixe faltar no


seu menu fígado, vegetais verdes
e folhosos, legumes, gema de ovo,
fígado, carnes e vísceras de cor vermelha.
A necessidade diária de ferro é de 10mg para homens e 15mg para
mulheres. Em quantidade acima do recomendado, esse Mineral causa vômito,
hipotensão, náuseas, convulsões e paladar metálico.
É reconhecido com um nutriente essencial para a vida a mais de um
século. Homens adultos saudáveis possuem cerca de 3,6g de ferro corporal,
enquanto as mulheres têm cerca de 2,4g.
Funções: Formação da hemoglobina, oxidação celular e participa de reações
enzimáticas.
Carência: Anemia hipocrômica e macrocística, glóbulos vermelhos diminuídos,
palidez, fraqueza, fadiga, falta de ar e cefaléia.
Excesso: Convulsões, náuseas, vômito, hipotensão e paladar metálico.
Fontes alimentares: Gema de ovo, fígado, carnes e vísceras de cor vermelha,
leguminosas, vegetais verdes e folhosos.
Necessidades diárias: 10mg para homens e 15mg para mulheres.

Cobre
Forma sangue e ossos; libera energia dos alimentos, faz parte da
enzima antioxidante superóxido dismutase e da produção de melanina.
Neutropenia, leucopenia, desmineralização óssea e anemia hemocrômica
microcítica são causadas pela deficiência de ferro.
Para evitar esses problemas, é necessário consumir produtos como
cereais integrais, frutos do mar, fígado, gérmen de trigo e curry – sempre
atento à necessidade diária de 1,5 a 3mg de cobre para homens e mulheres.
Quanto ao abuso desse microelemento, ele provoca náusea, vômito,
hemorragia gastrointestinal, icterícia e anemia hemolítica.
É um constituinte normal do sangue. Maiores concentrações são
encontra-se no fígado, cérebro, coração e rim.

41
Funções: Formação do sangue e
dos ossos, liberação de energia
dos alimentos, produção de
melanina e faz parte da enzima
antioxidante superóxido
dismutase.
Carência: Leucopenia,
neutropenia, desmineralização
óssea e anemia hemocrômica
microcítica.
Excesso: Hemorragia
gastrointestinal, anemia
hemolítica, icterícia, náusea e vômito.
Fontes alimentares: Frutos do mar, cereais integrais, curry, fígado e gérmen de
trigo.
Necessidade diárias: 1,5 a 3mg para homens e mulheres.

Iodo
Encontrado em todos os frutos do mar e nas algas marinhas. Dois terços
do iodo do corpo estão na glândula tireoide, que controla o metabolismo. Sem
o iodo, esta glândula para de funcionar e tem seu tamanho aumentado (bócio).
Além disso, a falta de iodo pode resultar em lentidão das reações
mentais, excesso de peso e falta de energia.
Os cabelos, as unhas, a pele e os dentes se beneficiam com o iodo,
assim como o sistema imunológico.
É absorvida na forma de iodeto. Na circulação é encontrado livre e
ligado à proteína, o iodo ligado predomina.
Funções: Necessário para a produção do hormônio da tireóide. Envolvido na
taxa de metabolismo, crescimento e reprodução.
Carência: Perturbações no crescimento, desenvolvimento sexual e intelectual,
levando ao cretinismo.
Excesso: Suprimir a atividade
tireoidiana.
Fontes alimentares: Frutos do
mar, como peixes, moluscos e
crustáceos, leite, verduras
folhosas e frutas.
Necessidades diárias: 150mcg
para homens e mulheres.

42
Manganês
É integrante de várias enzimas e estimula o trabalho de muitas outras,
inclusive antioxidantes e processos de geração de energia.
Os alimentos ricos em manganês são os chás, as nozes, os cereais
integrais, as castanhas, a avelã, o tofu e os vegetais verdes folhosos.
Homens e mulheres precisam de 2,5 a 5mcg desse Mineral para evitar
perda de peso, dermatite, vômito e prejuízos ao metabolismo dos carboidratos
e à capacidade de reproduzir.
Em quantidades elevadas, o manganês é acumulado no fígado e no
sistema nervoso central, podendo levar ao mal de Parkinson.
O manganês é absorvido no intestino delgado. O ferro e o cobalto
competem pelos mesmos locais de ligação para a absorção.
Funções: É parte de diversas enzimas e estimula a atividade de muitas outras,
incluindo antioxidantes e processos de produção de energia.
Carência: Dermatite, perda de
peso, náusea, vômito, prejudica
capacidade reprodutiva e o
metabolismo dos carboidratos.
Excesso: Acumula-se no fígado
e no sistema nervoso central,
podendo levar a Parkinson.
Fontes alimentares: Cereais
integrais, castanhas, nozes,
chás, avelã, soja, tofu e
vegetais verdes folhosos.

Zinco
A ação das enzimas, a
formação dos tecidos, a
saúde do sistema
imunológico, o crescimento e
a maturação sexual
masculina dependem
diretamente dessa
substância.Para evitar
distúrbios nessas áreas,
podemos recorrer a
alimentos como frutos do
mar, feijão, pão integral, carne magra, nozes, leite, iogurte, queijo e semente
abóbora.

43
15mg para homens e 12mg para mulheres por dia de zinco são necessários
para manter o bom nível dele em nosso organismo.
O abuso desse Mineral provoca anemia, febre e enfermidades no
sistema nervoso central.

Molibdênio
Faz parte de várias
enzimas, dos processos de
eliminação do ácido úrico e do
metabolismo do DNA. A carência
dele provoca vômitos, taquicardia,
desorientação e náuseas. Já o
excesso, causa uma síndrome
similar à Gota. Então, mantenha a
dose diária 75 a 250mcg (para homens e mulheres) desse Mineral. Aposte em
produtos como fígado, feijão, cereais integrais, vegetais verde folhosos e
gérmen de trigo.

Cromo
É atuante no
metabolismo das gorduras e
glicose. Intolerância à
glicose, neuropatia
periférica, encefalopatia e
estado de hiperlipidemia
estão entre os males
causados pela carência de
cromo.
O excesso dele, por
sua vez, pode estimular o surgimento de dermatite idiopática e aumentar a
predisposição ao câncer.
Inclua frutos do mar, cereais integrais, carne, nozes e grãos em sua
dieta para manter os níveis adequados (de 50 a 200mcg) desse Mineral.

Selênio
É parte vital do sistema antioxidante do corpo, colaborando com a
prevenção do câncer. Em baixa quantidade, influencia o aparecimento de
distúrbios como sensibilidade muscular, mialgia e degeneração pancreática.

44
As necessidades diárias de selênio para homens são 70mcg e para
mulheres, 55mcg . Castanha-do-
pará, cereais integrais, semente de
girassol, frutos do mar, carne e
algas são boas fontes desse
microelemento.
A ingestão excessiva de
selênio provoca congestão vascular,
dermatite, fraqueza nas unhas,
vômito e mudança no esmalte dos
dentes.

Flúor
Encontrado na água potável
e nos solos, esse elemento natural
dá resistência aos dentes, evitando
a cárie. Precisamos de 3 a 4mg de
flúor diariamente para manter seu
nível adequado. Ultrapassar esse
valor pode causar lascas nos
dentes.
O flúor também está presente em alimentos processados que foram
preparados ou reconstituídos com água fluoretada.

SISTEMA ENDÓCRINO

Sistema endócrino é
um conjunto de glândulas que
possuem como ação a produção
dos hormônios.
O sistema endócrino, em
conjunto com o sistema nervoso,
regula e controla todas as funções
de nosso organismo. Só para citar
alguns poucos exemplos, o sistema
endócrino atua no crescimento de
tecidos, no equilíbrio hídrico do
corpo, na reprodução e no

45
metabolismo de carboidratos. Ele é formado por uma série de glândulas,
chamadas de glândulas endócrinas.
As glândulas endócrinas secretam os hormônios, substâncias que são
lançadas na corrente sanguínea, atingindo as células dos diversos tecidos do
corpo humano. Os hormônios podem estimular ou inibir as funções
metabólicas. Cada hormônio atua apenas sobre algumas células específicas,
são as chamadas células-alvo. Alguns hormônios também atuam em conjunto
ou em oposição a outros.
As principais glândulas endócrinas humanas são: a pineal, a hipófise, a
tireóide, as paratireoides, as suprarrenais, o pâncreas, os ovários (nas
mulheres) e os testículos (nos homens).

Tireóide

A tiróide, elemento mais


importante do sistema endócrino,
está situada na parte superior e
anterior do pescoço, aos lados da
traquéia, vizinha da cartilagem
tiróide. Consiste em dois lobos
ovais ligados entre si por um
istmo, ficando o órgão com a
aparência de um H. A largura da
tiróide é de 6 a 7 centímetros; a
altura, de 3 centímetros, sendo o seu volume, em conjunto, um pouco maior na
mulher que no homem.
Envolvida por uma cápsula conjuntiva, a tiróide está constituída pela
reunião de pequeninas vesículas, atapetadas por uma camada de células
epiteliais prismáticas. O conteúdo de cada vesícula é uma substância amorfa,
amarelada, mole e transparente, a substância colóide, que encerra o hormônio
da glândula, a tiroidina, particularmente rica em iodo.

Hipotiroidismo
Observa-se
o hipotiroidismo na espécie
humana em diversas
circunstâncias: por
insuficiência congênita da
tiróide, por extirpação acidental
ou operatória da glândula, por
crescimento tumoral (bócio),
com prejuízo do seu tecido
46
secretor, por lesão infecciosa (tuberculose, sífilis da tiróide). Uma das
consequências do hipotiroidismo é o mixedema.
Progressiva diminuição da capacidade mental: a palavra se torna
demorada e incolor; a fisionomia exprime apatia, estupidez. Ao mesmo tempo,
a pele toma uma consistência gelatinosa, pastosa ou mucosa, sem infiltrar-se
de água (mixedema). Caem os cabelos, o pulso é lento, a temperatura baixa.
Se praticar, então, a determinação do metabolismo basal do paciente,
encontra-se resultado muito inferior ao normal, revelando que as oxidações do
organismo se reduziram.
Se a atrofia da tiróide ocorre na infância, o crescimento do esqueleto se
suspende, podendo os ossos longos aumentar de grossura, mas não de
comprimento. Opera-se precocemente a soldadura dos ossos do crânio,
estaciona o desenvolvimento mental. Podem viver muito anos, mas a
inteligência se conserva em nível infantil.

Hipertiroidismo
O hipertiroidismo, ou
atividade excessiva da glândula
tiroide, ocorre na doença de
Basedow, cujos sintomas
capitais são: o bócio (hipertrofia
verdadeira da glândula), a
saliência dos globos oculares
(exoftalmia), a aceleração do
ritmo cardíaco (taquicardia) e o tremor. O metabolismo basal aumenta de
intensidade; o peso diminui, revelando-se com isso o incremento das
oxidações. A extirpação de parte da glândula produz a atenuação do mal.
Os casos leves de hipertiroidismo encontram-se com freqüência. Neles
se enquadram os indivíduos de “constituição emotiva”, com exagero de
reflexos, vivacidade de reação vasomotora (rubor e palidez sucedendo-se
rapidamente), suores frios, tremor das mãos e dos lábios, arroubos emotivos
freqüentes. Para certos autores, a tiróide é a “glândula da emoção”.

Paratiroides

As paratiroides são quatro


(ou mais) pequeninas glândulas
endócrinas, duas de cada lado da
tiroide, com a qual muitas vezes
se fundem. Cabe ao respectiva
hormônio regular a concentração
do cálcio no sangue. Sendo a
47
secreção insuficiente, o cálcio diminui, e desde logo aparece, como fenômeno
capital, a tetania, manifestada por contrações fibrilares dos músculos, tremor
geral e espasmos.
O excesso do hormônio paratiroidiano (injetado experimentalmente em
animais) aumenta o cálcio do sangue e, se muito grande, determina várias
perturbações, como debilidade, vômito, etc., podendo acarretar a morte.
Saiba mais sobre as Paratireoides

Cápsulas suprarrenais

Em número de duas, uma à direita


e outra à esquerda, as cápsulas
suprarrenais se encontram na cavidade
abdominal, sobre os rins, com os quais
mantêm apenas relações de vizinhança,
sem nenhuma dependência funcional.
Cada glândula, de 3 centímetros de
altura e 2 e meio de largura, pesa de 5 a
6 gramas. São amarelas; sua forma tem
sido comparada à de uma volumosa
vírgula deitada.
Estão envolvidas por uma membrana conjuntiva, e o seu tecido se divide
em duas partes: 1) uma porção periférica, ou substância cortical, amarela,
representando cerca de dois terços do órgão; 2) uma porção central, a
substância medular, muito menor.
Em várias regiões do organismo, no próprio abdômen, se encontram com
frequência suprarrenais acessórias, de dimensões pequenas. No animal, a
ablação de ambas as glândulas produz fatalmente a morte, em poucos dias.
A destruição das duas medulas, conservada, porém, uma boa parte da zona
cortical, é compatível com a vida, e parece mesmo não influenciar as funções
do animal. O córtex, pois, é essencial à vida, ao passo que a medula
aparentemente não é.

Pineal
A pineal é uma pequena
glândula situada no centro do
cérebro. Sua principal função é o
controle dos ciclos diários de
sono e vigília. Durante a noite, a
escuridão estimula a secreção
de um hormônio da pineal, a
48
melatonina, que induz ao sono.
Já a claridade inibe a produção de melatonina.

Hipófise
A hipófise, ou pituitária, é
uma pequena glândula, situada
sob o encéfalo e ligada ao
hipotálamo. Além de controlar
diretamente diversas funções
metabólicas, a hipófise também
estimula ou inibe a ação de outras
glândulas. Ela é dividida em duas
regiões, uma posterior, chamada
de neuro-hipófise, e outra anterior,
a adenohipófise.
A neuro-hipófise secreta principalmente dois hormônios: a ocitocina e o
hormônio antidiurético (ADH). A ocitocina atua sobre o útero, promovendo as
contrações do parto, e sobre as glândulas mamárias, estimulando a secreção
do leite. O ADH controla o equilíbrio hídrico do organismo. Ele atua sobre os
rins aumentando a e absorção de líquidos.
A adeno-hipófise secreta diversos hormônios. Alguns deles são: a
somatotrofina (GH), o hormônio folículo estimulante (FSH), o hormônio
luteinizante (LH), a prolactina e o hormônio tireotrófico (TSH).
A somatotrofina estimula a multiplicação celular e o desenvolvimento de
tecidos.
Consequentemente, o GH estimula o crescimento do corpo, sendo, por
isso, conhecido também como "hormônio do crescimento".
Nas mulheres, o FSH atua sobre os ovários, promovendo o
amadurecimento dos folículos e estimulando a liberação de estrogênio. Nos
homens, o FSH atua sobre os testículos, estimulando a produção de
testosterona.

Pâncreas
O pâncreas é uma
glândula mista localizada na
região abdominal. Ele é
chamado de glândula mista
pelo fato de possuir tanto
funções endócrinas quanto
exócrinas. A função endócrina
é realizada por diversos
conjuntos de células chamadas de ilhotas de Langerhans.
49
Dois dos principais hormônios produzidos pelas ilhotas de Langerhans
são a insulina e o glucagon, ambos relacionados ao controle da concentração
de glicose no sangue. A insulina estimula a absorção da glicose presente no
sangue e o seu armazenamento no fígado, na forma de glicogênio. Já o
glucagon estimula o aumento da concentração de glicose no sangue e a
quebra do glicogênio.
A deficiência de insulina provoca uma doença conhecida como diabete
melito. A baixa concentração de insulina dificulta a absorção de glicose,
afetando o metabolismo celular e, consequentemente, provocando um aumento
dessa substância no sangue

Ovários
Os ovários secretam os hormônios sexuais femininos, o estrógeno e a
progesterona. O estrógeno, entre outras funções, está relacionado ao ciclo
menstrual e ao desenvolvimento de características sexuais secundárias
femininas, como os seios e o acúmulo
de gordura em certas regiões do corpo.

A progesterona
Promove alterações necessárias
para a manutenção de uma possível
gravidez. No útero, por exemplo, o
hormônio promove a formação do
endométrio, tecido sobre o qual o
embrião se fixa.

Testículos
Os testículos secretam o hormônio
sexual masculino, a testosterona. Este
hormônio, entre outras funções, promove o
desenvolvimento de características sexuais
secundárias masculinas, tais como voz grossa
e barba.

50
COMPOSTOS BIOATIVOS

Compostos bioativos
são substâncias presentes em
verduras, legumes e frutas que
favorecem a nossa saúde e
contribuem para o bom
funcionamento dos órgãos ou
até no combate de doenças.
Dentre eles, podemos
citar os polifenóis, que são
responsáveis pela diminuição
do processo inflamatório do
organismo, além de impedirem a absorção de radicais livres nas células e
reduzirem os riscos do desenvolvimento de doenças como o câncer. Estão
presentes nas frutas (maçã, cereja, amora, mirtilo, uva), em hortaliças (brócolis,
couve-flor, cebola, beterraba), nas ervas (manjericão, alecrim, gengibre,
açafrão), nas oleaginosas (nozes, amêndoas) e nos chocolates com maior teor
de cacau (acima de 50%).
As isoflavonas estão presentes em maior abundância na soja. Possuem
ação benéfica na saúde dos ossos, aliviam as ondas de calor nas mulheres,
melhoram a saúde da pele e reduzem o risco de câncer de mama.
Outro componente importante é o resveratrol, presente nos sucos
integrais de uva escura, amora, no chocolate amargo e também no vinho tinto.
Ele ajuda a retardar o envelhecimento das células, diminui os níveis de LDL
(colesterol ruim), diminui o
risco de doenças
cardiovasculares e inibe a
absorção de radicais livres.
É preciso lembrar
também das catequinas,
que estão presentes em
maior abundância no chá
verde e branco e possuem
poder anti-inflamatório nas
células, reduzem as taxas
de triglicérides, diminuem o
apetite, previnem o câncer e auxiliam na redução de gordura abdominal.
Os carotenóides também fazem parte desses compostos. São
responsáveis por dar as cores, vermelha, laranja e amarela nos alimentos. No
organismo eles atuam como antioxidantes, protetores contra câncer (pulmão,
pele, útero), protegem contra o desenvolvimento de catarata, degeneração da
51
visão e melhoram a função imunológica. As principais fontes são: cenoura,
abóbora, pimentão vermelho e amarelo, tomate, manga, mamão, batata doce,
beterraba, melancia, gema do ovo, marisco, brócolis e folhas verdes escuras.
Lembrando que quanto mais forte a coloração no alimento for, maior é a
concentração de carotenoides.
Os alimentos funcionais são aqueles que possuem componentes que
conferem benefícios para a saúde seja através da prevenção ou do combate às
doenças.

Fitoquímicos
Refere-se às
substâncias presentes em
frutas e verduras que quando
ingeridas diariamente e em
quantidades estabelecidas
proporcionam a prevenção do
câncer e de outras doenças
degenerativas.
Os principais alimentos
fontes destes compostos são: frutas cítricas, alho, repolho, gengibre, soja,
cebola, tomate, berinjela, brócolis, couve-flor, orégano, pepino, salsa e açafrão.
Pesquisas indicam que uma dieta que inclua frutas, verduras, chá e vinho tinto
oferecem em média 1 a 1,5 grama/dia de fitoquímicos.

Terpenoídes
Presentes na soja, nos grãos e nos alimentos verdes apresentam
atividade antioxidante e
relação com a redução do
risco de câncer. Presente nas
frutas cítricas, os limonoídes
são um dos tipos de
terpenoídes que
desempenham ação
quimioterápica. São exemplo
ainda de terpenoíde, os
fitoesterois, um tipo de
substancia que se assemelha
ao colesterol, e que compete
pela absorção no intestino, o que proporciona redução dos níveis plasmáticos
tanto do colesterol total quanto do LDL - colesterol.

52
Compostos Nitrogenados
Presentes em alimentos como, brócolis, couve flor, repolho, rabanete,
palmito e alcaparra conferem proteção contra a carcinogênese e mutagênese.

Metabólitos fenólicos
São representados pelos ácidos fenólicos, polifenois e flavonoides. São
encontrados principalmente no pêssego, ameixa e em nectarinas. De maneira
geral, os componentes fenólicos apresentam propriedades, anti-inflamatórias,
antidiabéticas e anti-obesidades, sendo importantes no combate do LDL -
colesterol e das doenças cardiovasculares.

Ácidos Graxos
Representados pelos ácidos graxos poli-insaturados, ômega-3 e ômega-
6, são encontrados em peixes como o salmão, em óleos vegetais, em
sementes como a linhaça e nas nozes. Atua na prevenção das doenças
cardiovasculares e na redução dos níveis de triglicérides, colesterol total e na
redução da pressão arterial.
Além das vitaminas e dos minerais, as
verduras, os legumes e as ervas nativas do
Brasil também contêm componentes
bioativos, alguns dos quais especialmente
importantes para a saúde humana. São eles:
➢ As aliáceas: encontradas na cebola e
no alho, substâncias que dão o sabor
característico a essas hortaliças;
➢ Os fitoestrogêneos: encontrados nos
grãos e leguminosas, principalmente
os de soja, substâncias com
características semelhantes aos
hormônios femininos;
➢ Os glucosinolatos: encontrados nos
vegetais crucíferos como a couve e o
repolho, inibidores de proteases, encontrados também em grãos e
feijões;
➢ Os flavonóides: encontrados nas frutas, legumes e verduras, também no
café e chá;
➢ As cumarinas: encontradas principalmente na mandioca.

Outros compostos bioativos encontrados nos alimentos são:


• Os carotenóides: encontrados em frutas, verduras e legumes com
coloração que variam do amarelo, laranja e diferentes tonalidades de
verde;
53
• O licopeno: presente no pigmento vermelho das frutas e hortaliças. Tem
ação de proteção no organismo.
• Fosfolipídios: substâncias resultantes da combinação do mineral fósforo
e lipídeo encontrado na lecitina de soja.
As pesquisas identificam os mecanismos biológicos de ação dessas
substâncias e sugerem que alguns desses compostos podem reduzir o risco de
doenças, incluindo as doenças cardíacas e o câncer.
Contudo, a ciência nessa área ainda está no seu estágio inicial.
Somente alguns vegetais foram analisados em sua composição fitoquímica
e o efeito protetor dessas substâncias, nas concentrações em que ocorrem nas
plantas, ainda não foi completamente esclarecido.
Uma alimentação rica em frutas, legumes e verduras, fontes naturais de
vitaminas, minerais e compostos bioativos, é fundamental para a manutenção
da saúde, tendo-se como meta quantitativa mínima o valor de 400g/dia per
capita de frutas e hortaliças.

DIETAS

Dieta, no seu sentido


literal, é o conjunto de
hábitos alimentares de um
indivíduo. Na maioria das
vezes, no entanto, o termo
se refere à seleção de
comida por razões médicas,
culturais, religiosas ou
estéticas, com objetivos
variados: prevenção de
alergias, perda ou ganho de
peso, diminuição dos níveis
de colesterol e triglicérides, desintoxicação do organismo, combate à
hipertensão arterial, redução da glicose ou ácido úrico no sangue, entre outros.
Embora grande parte das pessoas se submeta ao regime (como também
é chamado) com objetivos estéticos, muitos são realizados como tratamento
preventivo ou corretivo, quando o organismo está desequilibrado – podendo,
inclusive, abarcar casos de sobrepeso, em que a saúde da pessoa também
está em jogo. A eliminação de certos alimentos no cardápio é acompanhada
pela substituição por comidas com valores nutritivos mais adequados.
Uma dieta alimentar equilibrada incorpora diferentes grupos de
alimentos – gorduras, óleos, açúcares, lacticínios, carnes, ovos, peixes, grãos,
nozes, vegetais, frutas, cereais, pães, arroz e massas – que fornecem ao
organismo todas as proteínas, vitaminas, minerais, hidratos de carbono e fibras
54
indispensáveis ao organismo. A quantidade que cada grupo de alimentos deve
ser consumido depende da idade, sexo e condição de saúde do indivíduo.
Os programas alimentares mais conhecidos podem ser divididos em:

Dietas de desintoxicação
Dietas de
desintoxicação têm como
objetivo eliminar toxinas do
corpo: ao limpar o cólon,
podem melhorar o sistema
circulatório, reforçar o papel
do fígado no processo de
eliminação de excretas ou
direcioná-las a outros órgãos
específicos do corpo. O
programa alimentar pode incluir ervas e suplementos.
Especialistas neste tipo de dieta recomendam que os pacientes se
submetam a ela no máximo três vezes por ano. Entretanto, não há
comprovações científicas de como elas atuam no organismo.

Dietas de restrição ao glúten


Dietas de restrição ao glúten são indicadas apenas para pacientes de
doença celíaca – condição
na qual o glúten provoca
uma reação imunológica
anormal no corpo. Os
potenciais benefícios da
restrição ao glúten em
crianças com autismo
ainda são motivo de
discussões no meio
científico. Dietas de
restrição ao açúcar e
carboidratos com alto índice glicêmico são dirigidas a diabéticos e pré-
diabéticos, que devem reduzir os níveis de açúcar no sangue.

55
Dietas com restrição de
lactose
Dietas com restrição de
lactose ou de alimentos
específicos como o amendoim ou
frutos do mar previnem reações
em indivíduos que
apresentam alergias específicas.

Dietas de combinação
Dietas de combinação partem do princípio de que o que importa não é a
qualidade, nem a quantidade. É a
combinação certa de alimentos
que evita que toxinas sejam
liberadas por meio dos processos
fermentativos. Assim, comidas
ácidas não devem se misturar a
carboidratos durante a digestão.
Dietas macrobióticas incorporam
princípios ayurvédicos de
combinação de alimentos,
baseando-se nas propriedades do
yin e yang. De acordo com seus
idealizadores, o ideal é que a
pessoa abandone gradativamente
o consumo de carnes e opte por cereais integrais, legumes e outros produtos
cultivados localmente.

Dietas ortomoleculares
Dietas
ortomoleculares pretendem
restaurar o equilíbrio
bioquímico do organismo pela
ingestão correta dos
alimentos, com todos os
nutrientes. Incluem a
substituição de produtos
industrializados por frescos, alimentos proteicos com baixo teor de gordura e
proibição da carne vermelha e gema de ovo. A última refeição do dia não pode

56
incluir carboidratos simples. Pode recomendar o uso de suplementos de
vitaminas e minerais.

Dietas do tipo sanguíneo


Dietas do tipo
sanguíneo partem do
princípio de que o tipo
sanguíneo pode indicar como
um organismo está
preparado em relação à
alimentação. Desta forma,
quem tem sangue O digere
carne vermelha com mais
facilidade. Pessoas com sangue A devem focar o consumo de peixes, vegetais,
cereais e frutas, pois o organismo é mais sensível. Indivíduos do grupo B
toleram bem laticínios, ao passo que os AB aceitam bem ingredientes variados.
Os programas de dieta são montados colocando
pequenas quantidades dos grupos de alimentos que não são “bem-aceitos”
pelo corpo. A ideia não é proibir, mas evitar.

Dietas vegetarianas
Dietas vegetarianas têm
a carne, especialmente a
vermelha, como alimento
proibido. Podem ser divididas
basicamente em três: as que
incluem alimentos derivados de
animais, como ovos, leite e
laticínios; as que incluem
carnes brancas e os derivados
de animais, e as que rejeitam
todos os tipos de carne e
derivados.

Dietas das proteínas


Dietas das proteínas,
como a famosa “Dieta do Dr,
Atkins”, restringe o consumo de
carboidratos de forma drástica:
nem mesmo a ingestão de
derivados é aceita nas
primeiras semanas do
57
programa. Embora seja uma maneira rápida de perder peso, não leva em
consideração a qualidade ou a quantidade do que é consumido. A Dieta de
South Beach, por sua vez, contempla todos os grupos alimentares tendo em
vista a redução do colesterol ruim e do triglicérides, dando ênfase ao consumo
de proteínas e alimentos integrais e evitando massas, doces e frituras.

Dietas dos pontos


Dietas dos pontos se
baseiam no incentivo, com
base no programa adotado
pela organização Vigilantes
do Peso: uma pessoa segue
uma tabela com os tipos de
alimentos e deve consumir
apenas a cota estipulada para
aquele dia, de acordo com
suas características físicas
(altura, idade, sexo e prática de exercícios). Cada ponto corresponde a
aproximadamente 3,5 calorias. Entretanto, é preciso cuidar para que o
programa não leve a uma alimentação desbalanceada.

Dieta Ravenna
A dieta Ravenna é
dividida em duas fases: a de
redução e a de manutenção. No
primeiro momento acontece a
restrição de carboidratos e a
consequente perda de peso,
que pode levar mais ou menos
tempo de acordo com o
metabolismo de cada um. E o
período de manutenção é para
a vida toda, pois consiste na
reintrodução de todos os
alimentos, com acompanhamento nutricional e reeducação alimentar.

Vantagens
• Na fase de manutenção não exclui nenhum grupo alimentar, apenas
alimentos feitos com farinha e açúcares refinados – os famosos
carboidratos simples;

58
• A preferência, então, fica para os chamados carboidratos complexos,
ricos em fibras e que melhoram o funcionamento do intestino, além de
proporcionar mais saciedade;
• Existem grupos
terapêuticos de
acompanhamento
psicológico para
quem está na dieta
– e isso pode ser
tanto uma
vantagem quanto
uma desvantagem.
Se a rotina é muito
corrida, talvez você
não consiga estar presente em todas elas.

Desvantagens
• Em seu período de restrição, a ingestão fica limitada à míseras 800
calorias por dia. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é
de pelo menos 1.000 calorias por dia;
• Por isso mesmo ela pode ficar difícil de seguir e você se sentir tentada a
“burlar” a dieta;
• Além disso, as muitas opções de pratos e receitas requerem tempo e
antecedência para serem preparados – o que nem sempre se encaixa
na rotina do dia a dia;
• São feitas apenas quatro refeições ao dia e elas precisam seguir um
ritual rígido de ordem para cada alimento que será ingerido.

Dieta Dukan

Tanto a nova
quanto a versão antiga do
método criado pelo
médico francês Pierre
Dukan pregam que a
alimentação deve ser
baseada em proteínas,
com redução considerável
de carboidratos e também
frutas, legumes e
verduras.
59
Vantagens
• As proteínas são nutrientes de digestão lenta, o que contribui para
prolongar a sensação de saciedade;
• E também é muito fácil encontrar boas opções nas refeições feitas fora
de casa;
• O consumo das proteínas ajuda a preservar a massa magra do corpo.

Desvantagens
• A quantidade de gordura saturada e de colesterol ingerida é muito
elevada, o que contribui para aumentar os níveis do chamado “colesterol
ruim” (LDL);
• Pelo fato de ser muito restritiva, há a privação de vitaminas, sais
minerais e fibras para o organismo;
• O baixo consumo de carboidratos pode resultar na falta de energia e
também a constipação pelo pouco consumo de fibras;
• Há quem sinta um desconforto gástrico maior, pois as proteínas têm um
processo de digestão mais lento.

Dieta Paleolítica

O segredo é tentar
seguir uma alimentação
como tinham nossos
ancestrais há milhões de
anos: carne vermelha,
sementes, castanhas e
carboidratos (provenientes
desses ingredientes).

Vantagens
• Alta ingestão de antioxidantes, fibras, vitaminas e baixa ingestão de sal;
• Mudança do estilo de vida como um todo: elimina o tabagismo (e o
alcoolismo) e incentiva a prática de exercícios físicos como os nossos
ancestrais.

Desvantagens
• A exclusão de leites e derivados pode levar à deficiência de cálcio, por
estes serem as principais fontes;

60
• As opções bem restritas dificultam o convívio social, então, será difícil
levá-la para fora de casa.

Dieta DASH

Criada para ajudar


pacientes com problemas
de pressão alta,
a DASH tem uma escolha
de alimentos mais
balanceada e não prega a
restrição absoluta de
nenhum ingrediente.

Vantagens
• Ajuda a reduzir a quantidade de sódio na dieta – a padrão aceita até
2.300mg/dia, enquanto a reduzida indica no máximo 1.500mg, que é a
recomendação da OMS;
• Os alimentos escolhidos são ricos em nutrientes que ajudam a baixar a
pressão arterial (os resultados podem aparecer em apenas duas
semanas);
• Permite a ingestão, ainda que moderada, de doces. Ao restringir o
consumo de açúcar por muito tempo, as pessoas ficam mais propensas
a furar a dieta e perdem o controle com facilidade quando dão a primeira
mordida.
• Além disso, a alimentação também é rica em fibras e ajuda a reduzir os
níveis de colesterol, resultando na perda de peso.

Desvantagens
• É muito importante ressaltar que a dieta DASH não é um programa de
perda de peso, então a pessoa pode realmente perder alguns quilos não
desejados, pois ajuda a guiá-la para refeições e lanches mais saudáveis
e, por consequência, menos calóricos. A dieta DASH original tem cerca
de 2.000 calorias por dia. Para redução de peso, ela pode ser ajustada
de acordo com as circunstâncias individuais.
• Por ter como objetivo a redução da pressão arterial, quem já tem
predisposição à pressão baixa pode apresentar sintomas como tontura e
mal-estar.

61
Dieta dos 22 dias de Beyoncé (ou Dieta da Cabala)

Essa dieta consiste


em eliminar, durante 22
dias, qualquer tipo de carne,
bebidas alcoólicas, alimentos
processados, glúten e
laticínios. Dessa maneira, o
cardápio fica distribuído com
80% de carboidratos, 10%
de gordura e 10% de
proteínas.

Vantagens
• Restrição dos alimentos processados, normalmente ricos em sódio,
gorduras e açúcares;
• Restrição das bebidas alcoólicas: elas já não têm nutrientes para o
nosso organismo e possuem ainda quantidades elevadas de calorias;
• Restrição do glúten: por um lado, você elimina boa parte dos alimentos
que tenham farinha branca e são altamente calóricos. É muito
importante salientar que as restrições de glúten e lactose, que estão
muito em evidência, devem ser adotadas apenas por quem tem motivos
de saúde para fazê-las.

Desvantagens
• Basicamente não há um programa para após os 22 dias, então, você
pode ficar meio “órfã” de instruções;
• Essa dieta não é nutricionalmente equilibrada, pois a quantidade de
carboidratos é elevada, enquanto a de gorduras e proteínas é reduzida;
• Pela grande restrição a chance de desistência é bem grande, além do
efeito sanfona;
• É indicado que se procure um profissional para indicar a melhor forma
de suprir a necessidade protéica do corpo para quem quer abdicar do
consumo de carnes.

62
Dieta genética (ou do DNA)

Nesse caso, é difícil estabelecer


vantagens específicas, pois é
algo criado em caráter único para uma
pessoa. Ela pode ser uma combinação
de diferentes dietas, usando o que
melhor favorece o organismo de quem
a seguir. A principal desvantagem é
que os exames para entender melhor
as demandas custam bem caro, além
de a dieta não ter comprovação
científica definida.

Dieta low-carb

O termo em inglês define


a redução dos carboidratos e
aumento subsequente de
proteínas e gorduras.

Vantagens
• A perda de peso é rápida
devido ao consumo
limitado de carboidratos;
• Essa mesma limitação
também pode ajudar a
melhorar graves condições de saúde como diabetes, pressão alta,
síndrome metabólica e doenças cardiovasculares;
• Bem como as dietas à base de proteínas, a low-carb sacia por mais
tempo após a refeição;

Desvantagens
• Há a perda de músculo junto com a gordura, o que deixa o metabolismo
mais lento;
• A maioria dos alimentos existentes possuem carboidratos, então,
eliminar esse grupo do cardápio torna as escolhas escassas.

63
Dieta cetogênica

A base dessa
dieta é a Cetose,
processo de quebra
de células de gordura
pelo fígado, que são
transformadas em
energia.

Vantagem
• Há a perda de
peso rápida com preservação de massa magra, ao contrário da low-carb
e dietas como a Dukan e Atkins. “A cetose diminui a fome e ajuda na
queima de gordura”, explica a endocrinologista Paula Pires.

Desvantagens
• O problema é que ela é bem restritiva e muitas pessoas podem não se
adaptar;
• Tem um custo alto;
• Exige disciplina militar de não ingerir nada que não esteja nas
recomendações para não cortar o processo de cetose.

Dieta mediterrânea
Dietas
mediterrâneas dão ênfase
ao consumo de azeite de
oliva, inspiradas na comida
típica de alguns países
como Grécia, Espanha e
Portugal. Muitos vegetais,
legumes, temperos e ervas,
sementes, peixes, frutos do
mar e vinho formam o
cardápio. A ingestão
moderada de gorduras,
principalmente as saturadas,
associadas ao ômega 3, ômega 6 e vitaminas é comprovadamente uma forma
de reduzir significativamente o risco de doenças cardiovasculares e até o
Alzheimer.

Dieta com e peixes e frutos do mar, azeite, castanhas e vinho.


64
Vantagens
• Tem um cardápio que aceita bem ingredientes brasileiros;
• Ajuda a enfrentar problemas cardíacos, o colesterol alto e também a
hipertensão por reduzir a quantidade de gordura saturada da
alimentação;
• Conta com laticínios, ricos em cálcio;
• Vinho com moderação faz bem!

Desvantagens
• Deve-se ficar atenta à quantidade dos alimentos mais calóricos
ingeridos, como azeite, castanhas e o próprio vinho para não ter o efeito
contrário.

Dieta Atkins
A primeira vez que
uma dieta
protéica apareceu foi a do
Dr. Atkins: altamente
restritiva, não permite
nem manteiga ou azeite
para cozinhar.

Vantagem
• Como já
mencionado antes, a grande quantidade (ilimitada) de proteína nesse
tipo de dieta ajuda a manter a saciedade;

Desvantagens
• As proteínas normalmente têm alto de teor de gordura, o que piora
condições cardiovasculares e níveis de colesterol no sangue;
• Os legumes são muito restritos;
• Essas duas limitações podem levar à quadros de tontura, fraqueza,
desmaios e também constipação intestinal pelo baixo consumo de fibras.

65
Dieta vegana

É a dieta que não


inclui nenhum alimento de
origem animal ou que
possa conter ingredientes
na sua formulação.

Vantagens
• Diz respeito à um
estilo de vida maior
que não comer
carne, mas evitar qualquer produto de origem animal;
• Aumenta o consumo de frutas, verduras, legumes e outros vegetais,
principalmente para repor as proteínas obtidas de fontes animais;

Desvantagem
• Se não for feita de maneira correta, o não-consumo de carne pode levar
a uma deficiência de vitamina B12 e ferro, possivelmente um quadro de
anemia. O ideal é que seja acompanhado por um profissional e que se
faça a suplementação se necessário.

Dietas que cortam glúten e/ou lactose

Para quem tem


problemas de intolerância tanto
à lactose quanto ao glúten,
eliminá-los da dieta pode ser
uma boa para ter mais qualidade
de vida.
E quem não tem, pode
até se beneficiar da perda de
peso, pois cortando esses dois
ingredientes você elimina
praticamente tudo aquilo que
“engorda”.
Porém, vale ressaltar
que não existe nenhuma
evidência científica que
comprove a eficácia da dieta em pessoas que não possuem intolerância ao
glúten ou doença celíaca. E ao retirar totalmente alimentos fontes de lactose, a
pessoa corre o risco de retirar um grupo alimentar importante para a saúde.
66
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

A avaliação nutricional é uma abordagem completa realizada pelo


nutricionista, com o objetivo de estimar o estado nutricional do indivíduo,
detectando suas
necessidades alimentares.
Assim, torna-se
possível intervir de maneira
adequada na manutenção ou
recuperação do estado de
saúde do paciente.
Na avaliação
nutricional é importante
analisar o consumo alimentar
e as medidas
antropométricas do paciente.
Para a avaliação do consumo alimentar, utiliza-se:

Inquérito alimentar: ficha que possui dados sobre a alimentação do paciente.


Costuma ser preenchida pelo nutricionista durante a primeira consulta.

Registro de três dias: ficha


que o paciente leva para
casa, a fim de anotar tudo
o que consumiu durante
três dias pré-
estabelecidos. Dessa
forma, o nutricionista
consegue acompanhar a
sua alimentação.
Para a avaliação
antropométrica, são necessários os seguintes dados: peso, altura, percentual
de gordura e circunferências do paciente.
A Avaliação nutricional consiste em obter e cruzar todos os dados do
paciente.
É uma importante ferramenta nutricional para obter esses dados, realizar
um diagnóstico preciso e prescrição de dieta adequada para a patologia
encontrada.
Ao final da avaliação nutricional você realiza a classificação do estado
nutricional do seu paciente verificando todas as informações importantes para
realizar a prescrição dietética.

67
1º Passo:
Colete os dados pessoais e familiares do paciente, como doenças
prévias, hábitos alimentares, atividades físicas, etc, e insira na
ferramenta “Anamneses”.

2º Passo:
Faça todas as
medidas do paciente, peso,
altura, circunferências e
pregas cutâneas, a
ferramenta “Avaliações
antropométricas” faz o
cálculo de todos os dados,
mostra percentual de
gordura através de vários
protocolos, classificação de
IMC e classificações de
circunferências e pregas.

3º Passo:
Analise todos os
exames que seu paciente
realizou. Arquive esses
dados no sistema
em “Análises Laboratoriais”.
Acesse a qualquer momento
para verificar os valores e
compará-los com as
referências do laboratório.

4º Passo:
Realize o recordatório de 24 horas. Ele é extremamente importante para
que você avalie a ingestão de nutrientes do seu paciente.
Em “Recordatórios” você tem analise quantitativa de macro e micronutrientes
com avaliação de ingestão de acordo com as DRIs.

5º Passo:
Faça uma revisão geral de todos os dados armazenados, cruzando as
informações de cada ferramenta para fechar o diagnóstico. Você pode
descrever tudo que foi observado na ferramenta “Conduta Nutricional”, nela
você tem texto livre para escrever as observações mais importantes
identificadas em consulta.
68
Índice de Massa Corporal (IMC)
O índice de
massa corporal,
conhecido como IMC, é
uma técnica utilizada
para verificar o estado
nutricional e observar se
a pessoa está dentro
dos padrões de
normalidade com
relação ao seu peso e
estatura.
Esta técnica é medida por meio da fórmula: IMC = Peso (Kg)/
(Altura(m))². Neste cálculo leva-se em conta o peso e a altura do indivíduo,
dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado. Este cálculo é uma forma
simples e de grande importância para detectar se a pessoa apresenta um grau
de desnutrição, se está no padrão de normalidade, sobrepeso, obesidade ou
obesidade mórbida.
Após a realização do cálculo, deve-se observar o resultado de acordo
com os seguintes valores:
✓ Abaixo de 18,5 = desnutrição
✓ Entre 18,5 e 24,5 = peso normal
✓ Entre 25,0 e 29,9 = sobrepeso
✓ Entre 30,0 e 39,9 = Obesidade
✓ Acima de 40,0 = Obesidade Mórbida
Por exemplo, uma pessoa com 1,70m de altura e 75Kg de peso possuirá
um resultado, por meio da aplicação da fórmula, de: IMC = 75Kg/(1,7)²= 25,9
(sobrepeso).
Deve-se considerar que apenas este cálculo não é suficiente para
avaliar corretamente o estado nutricional. É necessário avaliar a massa
muscular, hidratação, atividade física, etc.
Uma avaliação completa, bem como as orientações necessárias, só
poderão ser realizadas por meio de um nutricionista.
IMC é a sigla para Índice de Massa Corporal que serve para avaliar o
peso do indivíduo em relação à sua altura e assim indicar se está dentro do
peso ideal, acima ou abaixo do peso desejado.
Estar dentro do peso certo é importante porque estar acima ou abaixo
peso influencia na saúde, aumentando o risco de doenças como desnutrição
quando se está abaixo do peso, e AVC e infarto, quando se está acima do
peso. Assim, é comum os médicos, enfermeiros e nutricionistas avaliarem o
peso da pessoa nas consultas de rotina para verificar a possibilidade de
doenças que a pessoa pode estar pre-disposta.
69
Através deste link https://www.tuasaude.com/calculadora/imc/
poderá realizar o seu teste de IMC.

OBESIDADE

A obesidade é uma
doença caracterizada pelo
excessivo acúmulo de
gordura corporal e
normalmente está
associada a problemas de
saúde, comprometendo
ainda mais o estado do
indivíduo. A obesidade é
um fator de risco para
várias doenças dentre as
quais podemos citar: câncer, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares,
doenças cerebrovasculares, apneia do sono, osteoartrite e diabete Melittus tipo
dois.
O aumento do peso corporal é uma tendência mundial. Nos Estados
Unidos, por exemplo, 35% da população (algo feito 97 milhões de pessoas!)
estão acima do peso. O Brasil, apesar de ser um país muito mais pobre, segue
a mesma tendência, aqui já há 40% de pessoas com peso acima do normal. É
na faixa mais pobre da população que este número mais cresce.
O diagnóstico é feito através do cálculo de índice de massa corporal
(IMC), método mundialmente difundido e criado por Adolphe Quételet, que
consiste em dividir o peso do indivíduo (em quilogramas) pelo quadrado de sua
altura (em metros). IMC menor a 18,5 corresponde a pessoas com peso abaixo
do normal, entre 18,5
e 24,9 é tido como
peso normal, entre
25 e 29,9 representa
pessoas com peso
acima do normal,
entre 30 e 30,9 a
pessoa está obesa e
quando o IMC é
maior do que 40
considera-se a pessoa portadora de obesidade mórbida.

70
Há várias causas para o surgimento da obesidade dentre as quais
podemos citar: predisposição genética, dietas ricas em gordura, falta de
exercícios físicos e alterações endócrinas (hipotireoidismo, por exemplo).
O tratamento inclui a reeducação alimentar, que consiste em consumir
alimentos menos calóricos, maior ingestão de alimentos ricos em fibras e
respeito aos horários das refeições. Este procedimento pode requerer suporte
psicológico e auxílio por parte da família. Outra medida adotada é o início de
atividades físicas visando gastar a energia acumulada do organismo na forma
de gordura. A atividade física diminui o apetite e melhora a autoestima. Depois
de verificar se a pessoa está em condições adequadas de saúde para a prática
de exercícios, o ideal é que ela caminhe 50 minutos quatro vezes por semana.
A obesidade é o acúmulo de gordura no corpo causado quase sempre
por um consumo excessivo de calorias na alimentação, superior ao valor usada
pelo organismo para sua manutenção e realização das atividades do dia a dia.
Ou seja: a obesidade acontece quando a ingestão alimentar é maior que o
gasto energético correspondente.
O excesso de
gordura pode levar ao
desenvolvimento de
diabetes tipo 2, doenças
do coração, pressão alta,
artrite, apnéia e derrame.
Por causa do risco
envolvido, é bom que você
perca peso mesmo que
não esteja se sentindo mal
agora. É difícil mudar seus
hábitos alimentares e
fazer exercícios. Mas, se
você planejar, pode conseguir.
Quando você ingere mais calorias do que gasta, você ganha peso. O
que você come e as atividades que você faz ao longo do dia influenciam nisso.
Se seus familiares são obesos, você tem mais chances de também ser. Além
disso, a família também ajuda na formação dos hábitos alimentares. A vida
corrida também torna mais difícil planejar refeições e fazer alimentações
saudáveis. Para muitos, é mais fácil comprar comidas prontas e comer fora.
Não há soluções de curto prazo para a obesidade. O segredo para perder peso
é ingerir menos calorias do que você gasta.

71
Obesidade infantil
A obesidade infantil
acontece quando uma
criança está com peso
maior que o recomendado
para sua idade e altura.
De acordo com o IBGE,
atualmente uma em cada
três crianças no Brasil
está pesando mais do que
o recomendado. As faixas
de Índice de Massa
Corporal (IMC)
determinadas para crianças são diferentes dos adultos e variam de acordo com
gênero e idade.
Os quilos extras podem ter consequências para as crianças até a sua
vida adulta, mesmo que a obesidade seja revertida nesse período. Doenças
como diabetes, hipertensão e colesterol alto são algumas consequências da
obesidade infantil não tratada. A condição também pode levar a baixa
autoestima e depressão nas crianças.

Obesidade no Brasil
Em 2015, o Brasil já tinha cerca
de 18 milhões de pessoas
consideradas obesas. Somando o total
de indivíduos acima do peso, o
montante chega a 70 milhões, o dobro
de há três décadas.
Recentemente, o Ministério da
Saúde divulgou uma pesquisa que
revela que quase metade da
população brasileira está acima do
peso. Segundo o estudo, 42,7% da população estava acima do peso no ano de
2006. Em 2011, esse número passou para 48,5%.
O levantamento é da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção
para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), e os dados foram coletados
em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.

Tipos
A obesidade pode ser classificada de diversas formas, por exemplo,
quanto ao tipo, sendo:

72
Homogênea
É aquela em que a
gordura está depositada de forma
homogênea, tanto em membros
superiores e inferiores quanto na
região abdominal.

Andróide
É a obesidade em formato de maçã,
mais característica do sexo masculino ou e
mulheres após a menopausa e nesse caso há
um acúmulo de gordura na região abdominal e
torácica, aumentando os riscos
cardiovasculares.

Ginecóide
É a obesidade em formato de pera, mais
característica do sexo feminino e nesse caso há um
acúmulo de gordura na região inferior do corpo, se
concentrando nas nádegas, quadril e coxas. Está
associada a maior prevalência de artrose e varizes.

Causas
Os motivos que podem causar a obesidade em geral são multifatoriais e
envolvem fatores genéticos,
ambientais, estilo de vida e
fatores emocionais.
A obesidade pode às
vezes ser atribuída a uma
causa médica, como a
síndrome de Prader-Willi, a
síndrome de Cushing e
outras doenças. No entanto,
esses distúrbios são raros e,
em geral, as principais
73
causas da obesidade são:
• Inatividade: Se você não é muito ativo, você não queima tantas calorias.
Com um estilo de vida sedentário, você pode facilmente ingerir mais
calorias todos os dias do que com exercícios e atividades diárias
normais
• Dieta não saudável e hábitos alimentares: O ganho de peso é inevitável
se você comer regularmente mais calorias do que você queima. E a
maioria das dietas dos americanos é muito rica em calorias e está cheia
de fast food e bebidas de alto teor calórico.

Tratamento de Obesidade
Como a
obesidade é
provocada por uma
ingestão de energia
que supera o gasto do
organismo, a forma
mais simples de
tratamento é a adoção
de um estilo de vida
mais saudável, com
menor ingestão de
calorias e aumento das atividades físicas. Essa mudança não só provoca
redução de peso e reversão da obesidade, como facilita a manutenção do
quadro saudável.

Medicamentos
A utilização de
medicamentos contribui de forma
modesta e temporária no caso da
obesidade, e nunca devem ser
usados como única forma de
tratamento. Boa parte das
substâncias usadas atuam no
cérebro e podem provocar
reações adversas graves, como:
nervosismo, insônia, aumento da
pressão sanguínea, batimentos
cardíacos acelerados, boca seca
e intestino preso. Um dos riscos mais preocupantes dos remédios para
obesidade é o de se tornar dependente. Por isso, o tratamento medicamentoso

74
da obesidade deve ser acompanhado com rigor e
restrito a alguns tipos de pacientes.

Fatores de risco
Obesidade geralmente resulta de uma
combinação de causas e fatores contribuintes,
incluindo:

Genética
Seus genes podem afetar a quantidade de
gordura corporal que você armazena e onde essa
gordura é distribuída. A genética também pode
desempenhar um papel na eficiência com que seu
corpo converte alimentos em energia e como seu
corpo queima calorias durante o exercício.

Estilo de vida familiar


A obesidade tende a
correr em famílias. Se um ou
ambos os seus pais são obesos,
o risco de ser obeso é
aumentado. Isso não é só por
causa da genética. Os membros
da família tendem a compartilhar
hábitos alimentares e de
atividade semelhantes.

Inatividade
Se você não é
muito ativo, você não
queima tantas calorias.
Com um estilo de vida
sedentário, você pode
facilmente ingerir mais
calorias todos os dias do
que com exercícios e
atividades diárias de
rotina. Ter problemas
médicos, como artrite, pode levar à diminuição da atividade, o que contribui
para o ganho de peso.

75
Dieta não saudável
Uma dieta rica
em calorias, carente de
frutas e vegetais, cheia
de fast food e carregada
de bebidas
hipercalóricas e porções
grandes contribui para o
ganho de peso.

Problemas médicos
Em algumas pessoas, a
obesidade pode ser atribuída a uma
causa médica, como a síndrome de
Prader-Willi, a síndrome de Cushing e
outras condições. Problemas
médicos, como artrite, também
podem levar à diminuição da
atividade, o que pode resultar em
ganho de peso.

Medicamentos
Alguns medicamentos podem levar ao ganho de peso se você não
compensar por meio de dieta
ou atividade. Estes
medicamentos incluem alguns
antidepressivos,
medicamentos anti-
convulsivos, medicamentos
para diabetes, medicamentos
antipsicóticos, esteróides e
beta-bloqueadores.

76
Idade
A obesidade pode ocorrer
em qualquer idade, mesmo em
crianças pequenas. Mas à
medida que você envelhece,
mudanças hormonais e um estilo
de vida menos ativo aumentam o
risco de obesidade. Além disso,
a quantidade de músculo em seu
corpo tende a diminuir com a
idade. Esta menor massa
muscular leva a uma diminuição
do metabolismo. Essas mudanças também reduzem as necessidades de
calorias e podem dificultar a manutenção do excesso de peso. Se você não
controlar conscientemente o que come e se tornar mais ativo fisicamente com a
idade, provavelmente ganhará peso.

Gravidez
Durante a gravidez, o peso
de uma mulher aumenta
necessariamente. Algumas
mulheres acham difícil perder
esse peso depois que o bebê
nasce. Esse ganho de peso pode
contribuir para o desenvolvimento
da obesidade em mulheres.

Parar de fumar
Parar de fumar é
frequentemente associado
ao ganho de peso. E para
alguns, pode levar a ganho
de peso suficiente para que
a pessoa se torne obesa.
No longo prazo, no entanto,
parar de fumar ainda é um
benefício maior para sua
saúde do que continuar a
fumar.

77
Problemas para dormir
Não dormir o
suficiente ou dormir demais
pode causar alterações nos
hormônios que aumentam
o apetite. Você também
pode desejar alimentos
ricos em calorias e
carboidratos, o que pode
contribuir para o ganho de
peso.

Substâncias químicas
Os desreguladores
endócrinos (DE) ou
disruptores endócrinos
são substâncias químicas
são capazes de exercer
efeito semelhante ao de
hormônios presentes em
nosso organismo. De
acordo com pesquisa
existe uma relação
destas substâncias com o
ganho de peso e a
obesidade.
Mesmo se você tiver um ou mais desses fatores de risco, isso não
significa que você está destinado a se tornar obeso. Você pode neutralizar a
maioria dos fatores de risco por meio de dieta, atividade física e exercícios e
mudanças de comportamento.

Convivendo/ Prognóstico
Cuidados
➢ Não deposite as esperanças
do tratamento da obesidade
apenas no medicamento ou
cirurgia, pois o resultado
depende principalmente das
mudanças nos hábitos de
vida (dieta e atividade física);
➢ Com o tempo o
78
medicamento para obesidade pode passar a perder o efeito. Se isso
ocorrer, consulte seu médico e nunca aumente a dose por conta própria;
➢ Existem muitas propagandas irregulares de medicamentos para
emagrecer nos meios de comunicação, por isso não acredite em
promessas de emagrecimento rápido e fácil;
➢ Não compre medicamentos para obesidade pela internet ou em
academias de ginástica, pois muitos não são autorizados pelo Ministério
da Saúde e podem fazer mal a quem utiliza;
➢ Clínicas e consultórios não podem vender medicamentos para
obesidade. O paciente tem a liberdade de escolher a farmácia de sua
confiança para comprar ou manipular o medicamento prescrito;
➢ Fórmulas de emagrecimento com várias substâncias misturadas são
proibidas pelo Ministério da Saúde e já provocaram mortes.
➢ A prevenção se dá através do estímulo, desde cedo, para que a criança
aprenda a ter uma dieta balanceada e sem excessos. A prática de
exercícios também deve ser incentivada.
A obesidade é uma doença crônica, que afeta um número elevado de
pessoas por todo o mundo. Porém, opção por uma rotina alimentar saudável e
a prática de exercícios físicos podem contribuir com a prevenção e tratamento.

Confira as 10 Coisas que Você Precisa Saber sobre a Obesidade:

1 - A obesidade é caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal e pode


acarretar graves problemas de saúde e levar até à morte. Segundo dados do
IBGE, o Brasil tem cerca de 27 milhões de pessoas consideradas obesas.
Somando o total de indivíduos acima do peso, o montante chega a quase 75
milhões.

2- A obesidade é diagnosticada
através do cálculo do Índice de
Massa Corporal (IMC). Ele é
feito da seguinte forma: divide-se
o peso (em Kg) do paciente pela
sua altura (em metros) elevada
ao quadrado. De acordo com o
padrão utilizado pela
Organização Mundial da Saúde
(OMS), quando o resultado fica
entre 18,5 e 24,9 kg/m2, o peso
é considerado normal. Entre 25,0 e 29,9 kg/m2, sobrepeso, e acima deste
valor, a pessoa é considerada obesa.

79
3- Conforme a magnitude do excesso de peso pode-se, de acordo co o IMC,
classificar o grau de obesidade do paciente em: obesidade leve (classe 1 – IMC
30 a 34,9 kg/m2), moderada (classe 2 - IMC 35 a 39,9 kg/m2) e grave ou
mórbida (classe 3 - IMC ≥ 40 kg/m2). Essa classificação é importante na
escolha do tipo de tratamento, quando deve ser clínico ou cirúrgico.

4- A obesidade é fator de risco


para uma série de doenças. O
obeso tem mais propensão a
desenvolver problemas como
hipertensão, doenças
cardiovasculares, diabetes tipo 2,
além de problemas físicos como
artrose, pedra na vesícula, artrite,
cansaço, refluxo esofágico,
tumores de intestino e de vesícula.

5- A obesidade pode, também, mexer com fatores psicológicos, acarretando


diminuição da autoestima e depressão.

6- São muitas as causas da obesidade. Em uma pessoa geneticamente


predisposta, os maus hábitos alimentares e sedentarismo precipitarão o
desenvolvimento da obesidade. Algumas disfunções endócrinas também
podem levar ao desenvolvimento da obesidade. Por isso, na hora de pensar
em perder peso, procure um especialista.

7- Para o tratamento da obesidade, médicos podem usar fatores de risco e


outras doenças para terem a noção da gravidade da situação do paciente. Por
exemplo, apnéia do sono, diabetes mellitus tipo 2 e arteriosclerose são
doenças que indicam a necessidade de uso de medicamentos da obesidade já
em pacientes com sobrepeso (IMC 25 - 29,9 kg/m2).

8- A Lei 11.721/2008 determina que o 11 de outubro é Dia Nacional de


Prevenção da Obesidade. A data havia sido criada, há cerca de dez anos, pela
Federação Latino-Americana de Obesidade, porém reconhecida, em 1999, pelo
Governo Federal e instituída no Brasil, na época, com o nome de Dia Nacional
de Combate à Obesidade. A World Obesity também adota o dia 11 de outubro
como o dia mundial da obesidade.

80
9- A prevenção contra a
obesidade passa pela
conscientização da importância
da atividade física e da
alimentação adequada. O estilo
de vida sedentário, as refeições
com poucos vegetais e frutas,
além do excesso de alimentos
ricos em gordura e açúcar
precipitam o aumento do número
pessoas obesas, em todas as
faixas etárias, inclusive crianças.

10 -Está comprovado que relacionamentos sociais e romances são menos


frequentes entre obesos, já que eles saem menos de casa devido à diminuição
da autoestima. Agora, uma vez existindo o relacionamento, a obesidade pode
interferir no relacionamento sexual. Ela está relacionada à redução da
testosterona, o que pode levar a redução de libido e a problemas de ereção
nos homens. Já nas mulheres, existe uma redução dos níveis de hormônio
feminino e aumento no nível dos masculinizantes. As mulheres podem
apresentar aumento de pêlos, irregularidade menstrual e infertilidade. As
chances de todos esses problemas se resolverem, com uma perda de peso na
ordem de 10%, são bem grandes.

Síndrome metabólica

Na década de 80, um
pesquisador chamado
Reaven, observou que
doenças frequentes como
hipertensão, alterações na
glicose e
no colesterol estavam, muitas
vezes, associadas
à obesidade. E mais que
isso, essas condições
estavam unidas por um elo
de ligação comum, chamado
resistência insulínica. A
valorização da presença da Síndrome se deu pela constatação de sua relação
81
com doença cardiovascular. Quando presente, a Síndrome Metabólica está
relacionada a uma mortalidade geral duas vezes maior que na população
normal e mortalidade cardiovascular três vezes maior.
A insulina é o hormônio responsável por retirar a glicose do sangue e
levá-la às células do nosso organismo. A ação da insulina é fundamental para a
vida. Mas, a insulina também é responsável por inúmeras outras ações no
organismo, participando, por exemplo, do metabolismo das gorduras.
Resistência insulínica corresponde então a uma dificuldade desse hormônio em
exercer suas ações. Geralmente ocorre associada à obesidade, sendo esta a
forma mais comum de resistência.
O termo Síndrome Metabólica descreve um conjunto de fatores de risco
que se manifestam num indivíduo e aumentam as chances de desenvolver
doenças cardíacas, derrames e diabetes. A Síndrome Metabólica tem como
base a resistência à ação da insulina (hormônio responsável pelo metabolismo
da glicose), daí também ser conhecida como síndrome de resistência à
insulina. Isto é: a insulina age menos nos tecidos, obrigando o pâncreas a
produzir mais insulina e elevando o seu nível no sangue. Alguns fatores
contribuem para o seu aparecimento: os genéticos, excesso de peso
(principalmente na região abdominal) e a ausência de atividade física. As
manifestações clínicas desta síndrome resultam da dificuldade encontrada pela
insulina de atuar no organismo. Dentre a sintomatologia estão:
• Obesidade;
• Hipertensão arterial;
• Elevação dos níveis de triglicerídeos;
• Hiperglicemia (elevados níveis de açúcar no sangue);
• Dislipidemia (nível alterado de colesterol);
• Microalbuminúria (perda de albumina pela urina).
A síndrome metabólica é uma doença da civilização moderna, associada
à obesidade, como resultado da alimentação inadequada e do sedentarismo.
Fatores de risco:
➢ Grande quantidade de
gordura abdominal: em
homens, cintura com
mais de 102 cm e nas
mulheres, maior que 88
cm;
➢ Baixo HDL ("bom
colesterol"): em
homens, menos que
40mg/dl e nas mulheres menos do que 50mg/dl;
➢ Triglicerídeos elevados (nível de gordura no sangue): 150mg/dl ou
superior;
82
➢ Pressão sanguínea alta: 135/85 mmHg ou superior ou se está utilizando
algum medicamento para reduzir a pressão;
➢ Glicose elevada: 110mg/dl ou superior.
Ter três ou mais dos fatores acima é um sinal da presença da resistência
insulínica. Esta resistência significa que mais insulina do que a quantidade
normal está sendo necessária para manter o organismo funcionando e a
glicose em níveis normais.
A maioria das pessoas que tem a Síndrome Metabólica sente-se bem e
não tem sintomas. Entretanto, elas estão na faixa de risco para o
desenvolvimento de doenças graves, como as cardiovasculares e o diabetes.

Tratamento:
O aumento da
atividade física e a perda
de peso são as melhores
formas de tratamento, mas
pode ser necessário o uso
de medicamentos para
tratar os fatores de risco.
Entre eles estão os
chamados
"sensibilizadores da insulina", que ajudam a baixar a açúcar no sangue, os
medicamentos para pressão alta e os para baixar a gordura no sangue.
Se você identificou em seu organismo alguns dos fatores, descritos
acima, procure um profissional. O endocrinologista é o especialista em
hormônios e metabolismo, que pode fazer o diagnóstico, o tratamento e o
acompanhamento mais adequado se você tiver a síndrome.

Prevenção:
Perder peso e praticar alguma atividade física são as melhores formas
de prevenir e tratar a Síndrome Metabólica. Detectar o problema pode reduzir o
aparecimento de futuras doenças cardíacas. Além disso, você terá tempo de
mudar seu estilo de vida, evitando o desenvolvimento de diversas
complicações.

Fatores de risco
Os fatores de risco principais são aqueles que levam ao ganho de peso,
como alimentação com excesso de carboidratos simples e gorduras saturadas,
além do sedentarismo. Além disso, o tabagismo pode aumentar o risco
cardíaco e potencializar as consequências da síndrome metabólica ao coração.
A história familiar de problemas cardíacos também é importante quando
analisamos o impacto na síndrome metabólica no organismo.
83
RELAÇÃO DAS DOENÇAS COM ALIMENTOS ESPECÍFICOS

Os hábitos
alimentares
desadequados e a
diminuição da atividade
física são dois importantes
fatores de risco das
doenças cardiovasculares,
pelo que, é fundamental
incentivar práticas mais
saudáveis e equilibradas.
A alimentação atual
é bastante desequilibrada, convivemos em simultâneo com o excesso de
consumo de gorduras, açúcar, e sal, provenientes de alimentos processados,
carne e derivados, fritos, alimentos e bebidas ricos em açúcar a par com a
carência de frutos e vegetais, leguminosas e peixe, alimentos protetoras,
fornecedores de fibras, hidratos de carbono complexos, vitaminas, minerais e
antioxidantes. Este padrão alimentar está muito associado ao aparecimento da
hipertensão arterial, ao aumento do colesterol sanguíneo, dos triglicerídeos e
da glicemia. Quando alguns destes fatores se conjugam aumenta de forma
significativa o risco de ocorrer um problema cardíaco ou cérebro vascular
grave.
Do ponto de vista alimentar devemos organizar o dia de forma a
distribuir os alimentos por várias refeições, evitando o consumo excessivo de
alimentos de uma só vez, o que sobrecarrega o organismo de forma pouco
saudável. Tomar sempre o pequeno-almoço, fazer pequenos lanches a meio
da manhã e da tarde, ajudam a comer de forma mais equilibrada ao almoço e
ao jantar e a controlar melhor a quantidade diária de alimentos a ingerir.
Em traços gerais devemos fazer uma alimentação diversificada, com
ingestão diária de lacticínios magros, com redução da frequência e quantidade
carnes vermelhas,
sobretudo vaca, borrego e
cabrito e maior utilização
de peixe e carnes
brancas. É fundamental
aumentar o consumo
diário de legumes,não só
na sopa mas também
como acompanhamento
das refeições principais e
também de fruta. Deve
84
fazer-se uma ingestão de cereais e leguminosas adequados às necessidades
energéticas, privilegiando sempre que possível o consumo de cereais integrais.
Evitar alimentos fritos, ricos em gorduras saturadas e trans, produtos de
pastelaria, folhados e queijos gordos.

Hipertensão
Doença que surge
derivado ao excesso de sal
na alimentação;
A hipertensão ocorre
quando os níveis de
pressão arterial encontram-
se acima dos valores de
referência para a
população em geral.
Podemos citar como
causas da hipertensão a
obesidade, consumo excessivo de álcool, sal em excesso, tabagismo,
sedentarismo e fator hereditário. Esta doença é um dos principais fatores de
risco para as doenças cardiovasculares.
Assim como as demais doenças citadas acima, para controlar a pressão
arterial é fundamental ter uma
alimentação balanceada,
praticar exercícios e diminuir
o consumo de sódio, ou seja,
o sal de cozinha e alimentos
ricos em sódio, por isso fique
atento nas embalagens dos
alimentos. Os alimentos
industrializados geralmente
são ricos em sódio.
Como se pode
observar a alimentação é
algo essencial no combate destas doenças e outras que não foram citadas, por
isso se faz necessário a conscientização de todos para uma vida mais
saudável.

85
Dislipidemia
A dislipidemia é um distúrbio
que altera os níveis séricos
(quantidade presente no sangue) de
lipídeos (gorduras), que é um dos
fatores de risco para doenças
cardiovasculares e aterosclerose,
ou seja, o acúmulo de placas de
gordura nos vasos sanguíneos.
Essas alterações podem ocorrer
tanto nos triglicerídeos quanto no
colesterol total, LDL e HDL,
isolados ou não.

Existe dois tipos de


dislipidemia: a primária e a
secundária. A primária ocorre a
partir de causas genéticas,
enquanto a secundária é
causada pelo uso de
medicamentos ou por outras
doenças como diabete,
obesidade, alcoolismo,
insuficiência renal crônica e hipotireoidismo.
No geral, para ter melhora no quadro, o ideal é diminuir o peso corporal,
praticar atividade física, abandonar o cigarro e mudar a alimentação, reduzindo
a ingestão de carboidratos simples (arroz branco, macarrão, biscoitos e açúcar
refinado), gordura saturada (requeijão, bacon e manteiga) e gorduras trans
(como sorvetes, biscoitos recheados e refeições prontas). Também é
fundamental realizar o
acompanhamento com um médico
e um nutricionista.

Refluxo gastroesofágico
Refluxo gastroesofágico é o
retorno involuntário e repetitivo do
conteúdo do estômago para o
esôfago. Os alimentos mastigados
na boca passam pela faringe, pelo
esôfago (um tubo que desce pelo
tórax na frente da coluna vertebral)
e caem no estômago, situado no abdômen. Entre o esôfago e o estômago,
86
existe uma válvula que se abre para dar passagem aos alimentos e se fecha
imediatamente para impedir que o suco gástrico penetre no esôfago, pois a
mucosa que o reveste não está preparada para receber uma substância tão
irritante.
Crianças pequenas podem apresentar episódios de refluxo em virtude
da fragilidade dos tecidos existentes na transição entre o estômago e o
esôfago. Na maioria dos casos, o problema desaparece espontaneamente.
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma doença digestiva
em que os ácidos presentes dentro do estômago voltam pelo esôfago ao invés
de seguir o fluxo normal da digestão. Esse movimento é conhecido como
refluxo e irrita os tecidos que revestem o esôfago, causando os sintomas
típicos da DRGE.

Causas
Quando uma pessoa come, a comida passa da garganta para o
estômago através do esôfago. Uma vez que a comida está no estômago, um
anel de fibras musculares impede que o alimento se mova para trás, em
direção ao esôfago. Essas fibras musculares são chamadas de esfíncter
esofágico inferior (EEI).
Se o esfíncter não fechar bem, tudo o que a pessoa comeu, bebeu e até
mesmo o suco gástrico usado na digestão pode vazar de volta para o esôfago.
Isso é chamado de refluxo gastroesofágico. Esse refluxo pode causar irritação
na parede do esôfago, gerando os sintomas característicos da doença do
refluxo gastroesofágico.
A alimentação também está diretamente relacionada à ocorrência da
doença. Chocolate, pimenta, frituras, café e bebidas alcóolicas estão entre os
itens que, se consumidos em excesso, podem contribuir para o refluxo.
Sintomas
Alguns sintomas são
característicos da doença de
refluxo gastroesofágico como:
• Azia
• Dor no peito
• Dificuldade para engolir
• Tosse seca
• Rouquidão
• Dor de garganta
• Regurgitação e refluxo de
suco gástrico
• Inchaço na garganta
• Náusea após refeições.

87
Uma pessoa diagnosticada com DRGE pode ter a sensação de que o
alimento pode ter ficado preso na garganta e pode sentir os sinais da doença
aumentar ao se curvar, inclinar para a frente, ficar deitado ou comer. Os
sintomas também costumam ser piores à noite e podem ser aliviados com
antiácidos.

Constipação
A Constipação é um sintoma que pode se manifestar de maneiras
diferentes para cada pessoa.
A infrequência na evacuação
é mais comum, mas a
diminuição de volume ou peso
das fezes, a necessidade de
esforço durante a evacuação,
a sensação de evacuação
incompleta também são
formas de manifestação da
doença.
Cerca de 80% das
pessoas sofrem de
Constipação em algum momento de suas vidas, e períodos breves de
constipação são normais. O caso passa a ter necessidade de observação
quando a evacuação ocorre menos de três vezes por semana.
É considerada normal a evacuação de três vezes ao dia a três vezes por
semana. E o tipo de dieta interfere no funcionamento intestinal. Uma dieta
equilibrada deve proporcionar a ingestão de 25 a 30 gramas de fibras e de 1,7
a 2,4 litros de líquidos diariamente. Exercícios físicos também são importantes
para o bom funcionamento intestinal.

Causas da constipação
Hábitos de vida e
fatores externos podem
causar a alteração de
funcionamento intestinal. São
eles:
• Consumo inadequado
ou insuficiente de
fibras;
• Consumo inadequado de líquidos;
• Sedentarismo;
• Viagens;
• Gravidez;
88
• Alterações na dieta;
• Não evacuação quando surge a vontade.

Mas existem fatores mais graves que podem ser a causa da Constipação:
• Tumores;
• Áreas de estreitamento no cólon;
• Lesão de medula;
• Diabetes;
• Esclerodermia;
• Distúrbios do sistema nervoso;
• Doenças da tireoide;
• Esclerose múltipla;
• Doença de Parkinson;
• Estresse e ansiedade
• Mudança na rotina, como viagens
• Efeito colateral de medicamentos

Intolerância à lactose

A intolerância à lactose,
também conhecida como deficiência
de lactase, é a incapacidade que o
corpo tem de digerir lactose - um
tipo de açúcar encontrado no leite e
em outros produtos lácteos.

Tipos
Existem três tipos de intolerância à lactose:
• Intolerância à lactose
primária, resultado do
envelhecimento. É comum
em pessoas de idade mais
avançada
• Intolerância à lactose
secundária, resultado de
alguma doença ou ferimento
• Intolerância à lactose
congênita, quando a pessoa
já nasceu com o problema.

89
Causas
A intolerância à lactose acontece como consequência de um outro
problema: a deficiência de lactase. Ela ocorre quando o intestino delgado deixa
de produzir a quantidade necessária da enzima lactase, cuja função é quebrar
as moléculas de lactose e convertê-las em glucose e galactose.
A presença de lactose no
organismo se dá por meio da
ingestão de leite e seus
derivados.

Intolerância à lactose primária


Durante a infância, o
corpo produz muita enzima
lactase, pois o leite é a fonte
primária de nutrição após o
nascimento. Geralmente, o
corpo diminui a quantidade de lactase produzida conforme a pessoa vai
envelhecendo e sua dieta variando, com o acréscimo de novos tipos de
alimentos. Com o tempo, esse declínio na produção de lactase pode levar a um
quadro de intolerância à lactose.

Intolerância à lactose secundária


Este tipo de intolerância
ocorre quando o intestino
delgado deixa de produzir a
quantidade normal de lactase por
causa de alguma doença,
cirurgia ou injúria. Algumas
condições que podem levar a um
quadro de intolerância à lactose
secundária são a doença
celíaca, gastroenterite e
a doença de Crohn, por exemplo.
O tratamento da condição intrínseca a esse tipo de intolerância pode resolver o
problema.

90
Intolerância à lactose congênita
É possível, embora raro, que
bebês nasçam com intolerância à
lactose por causa da deficiência total
de lactase no organismo. Essa
condição é conhecida como herança
autossômica recessiva e é passada
de geração em geração. Isso significa
que tanto o pai quanto a mãe
precisam transmitir o gene da
intolerância à lactose para o filho para
que ele apresente o problema.

Diagnóstico de Intolerância à lactose


Para ter certeza de que é realmente a intolerância à lactose que está
causando esses sintomas, o médico deverá solicitar alguns exames, como:
• Exame de tolerância à lactose, em que o paciente ingere um líquido rico
em lactose para, depois, realizar um exame de sangue e verificar a
quantidade de glucose na corrente sanguínea.
• Exame de hidrogênio expirado, em que o paciente também ingere um
líquido com altas quantidades de lactose para que o médico, depois,
analise a quantidade de hidrogênio expelido pelo hálito do paciente.
• Medidor de ácidos. A lactose não ingerida produz ácido láctico no
organismo, que consegue ser identificado por meio de um medidor de
ácidos.

Tratamento de Intolerância à lactose


Não existem tratamentos para a intolerância à lactose. Mas você pode
adicionar enzimas lactase ao leite normal ou tomá-las em forma de cápsulas e
comprimidos mastigáveis.

Convivendo/ Prognóstico
Geralmente, a diminuição
ou a remoção de produtos
lácteos da dieta melhora os
sintomas da intolerância à
lactose.
A maioria das pessoas
com baixos níveis de lactase
pode tolerar de 55 a 115 gramas
de leite de uma só vez (até meia
xícara) sem ter sintomas.
91
Porções maiores (225 gramas) podem causar problemas para pessoas com
deficiência de lactase.
Alguns produtos lácteos podem ser mais fáceis de digerir por conterem
menos lactose do que o leite comum. No entanto, eles devem ser
experimentados com cautela, já que podem causar reações ainda assim. Veja
alguns deles:
• Manteiga e queijos (eles têm menos lactose do que o leite)
• Produtos lácteos fermentados, como iogurte
• Leite de cabra (deve ser ingerido juntamente com as refeições e
suplementado com aminoácidos essenciais e vitaminas se for oferecido
a crianças)
• Sorvete, milk-shakes e queijos envelhecidos ou duros
• Leite e produtos lácteos sem lactose
• Leite de vaca tratado com lactase para crianças maiores e adultos
• Fórmulas de soja para crianças com menos de dois anos

Cólon irritável
A síndrome do
intestino irritável é uma
doença comum crônica
que afeta o intestino
grosso (cólon) e que exige
acompanhamento médico
no longo prazo.

Causas
As paredes dos
intestinos são revestidas com músculos que se contraem e relaxam conforme o
alimento ingerido vai passando do estômago em direção ao reto. Na síndrome
do intestino irritável, as contrações podem ser mais fortes e podem durar mais
tempo do que o normal, fazendo com surja alguns sintomas característicos da
doença, como gases, flatulência e diarreia.
Poder ser, ainda, que aconteça justamente o oposto, com contrações
intestinais mais fracas que o normal, o que retarda a passagem de alimentos e
leva a fezes mais endurecidas.
Não se sabe exatamente o que leva uma pessoa a desenvolver a síndrome do
intestino irritável, mas uma combinação de fatores pode estar envolvida:

92
Alimentos
Ainda não se sabe
como alergias ou a
intolerância alimentar podem
estar relacionadas à
síndrome do intestino irritável,
mas os sintomas costumam
aparecer após uma pessoa
comer determinados
alimentos, como chocolate,
especiarias, gorduras, frutas,
feijão, repolho, couve-flor, brócolis, leite, bebidas gaseificadas, álcool, entre
outros.

Doença Crohn
A Doença de
Crohn é uma doença
inflamatória séria do trato
gastrointestinal. Ela afeta
predominantemente a
parte inferior do intestino
delgado (íleo) e intestino
grosso (cólon), mas pode
afetar qualquer parte do
trato gastrointestinal. A
doença de Crohn
habitualmente causa
diarréia, cólica abdominal,
às vezes febre, e sangramento retal. Também pode ocorrer perda de apetite, e
de peso subsequente. Os sintomas podem variar de leve à grave,mas em
geral, as pessoas com doença de Crohn podem ter vida ativa e produtiva.
A doença de Crohn é crônica. Não sabemos qual é a sua causa. Os
medicamentos disponíveis atualmente reduzem a inflamação e habitualmente
controlam os sintomas, mas não curam a doença. Como a doença de Crohn se
comporta como a colite ulcerativa (às vezes é difícil diferenciar uma da outra),
as duas doenças são agrupadas na categoria de doenças inflamatórias
intestinais (DII). Diferentemente da doença de Crohn, em que todas as
camadas estão envolvidas e na qual pode haver segmentos de intestino
saudável, normal, entre os segmentos do intestino doente, a colite ulcerativa
afeta apenas a camada mais superficial (mucosa) do cólon,e de modo
contínuo. Dependendo da região afetada, a doença de Crohn era chamada de
ileite, enterite regional ou colite, etc. Para reduzir a confusão, o termo doença
93
de Crohn foi usado, para identificar a doença, qualquer que seja a região do
corpo afetada (íleo, cólon, reto, ânus, estômago, duodeno, etc.). Ela é chamada
doença de Crohn, porque Burril B. Crohn foi o primeiro nome de um artigo de
três autores, publicado em 1932, que descreveu a doença.

Evolução da Doença
O curso da doença de
Crohn é imprevisível. Alguns
pacientes não têm nenhum
sintoma até que ocorre um surto
ou começam a surgir
reclamações, que se modificam
ao longo de um período. A
reação é diferente sempre,
porque a doença de Crohn não
progride da mesma maneira em
todos os pacientes, o que também dificulta o diagnóstico e o controle dos
sintomas. Porém, há uma classificação básica da doença, conforme os
sintomas:

Leve a moderada
Neste estágio, o paciente tem diarreia frequente e dor abdominal, mas
pode andar e comer normalmente. Não está desidratado, nem tem febre
alta.Também não sente dor abdominal forte, obstrução ou perda de peso de
mais de 10%.

Moderada a grave
É o paciente que falhou no tratamento de doença leve a moderada ou
tem sintomas mais evidentes, como
febre, perda de peso significativa,
dor abdominal ou sensibilidade,
náusea e vômitos intermitentes ou
anemia significativa.

Fulminante
Sintomas persistentes
apesar de ter passado pelo
tratamento adequado para o
estágio moderado ou grave da
doença. Pode sentir febre alta e
vômitos persistentes. O paciente
apresenta também evidências de
94
obstrução intestinal ou abcesso, além de perda de peso mais grave.
A dieta não tem um papel definido na doença de Crohn. Embora alguns
alimentos agravem os sintomas, não há evidências que a inflamação intestinal
seja alterada por qualquer alimento. Por isso, as recomendações devem ser
individualizadas, conforme a reação de cada paciente. “Há algumas regras
básicas para evitar os sintomas mais comuns, como diarréia e cólicas
intestinais”, explica a nutricionista Heidi Ide. É sempre recomendado evitar
alimentos ricos em fibras, frituras e fermentados, mas cada fase da doença e
tipo de organismo responde à dieta de uma forma diferente.

Dicas:
✓ Reduza a quantidade de gordura ingerida. Prefira carne magra, peixes e
aves sem pele
✓ Use com moderação doces dietéticos e adoçantes. Em grande
quantidade, eles podem piorar a diarréia
✓ Faça de 5 a 6 refeições diárias, em pequenos volumes
✓ Coma devagar e mastigue bem os alimentos
✓ Dê preferência à ingestão de líquidos nos intervalos das refeições e, no
mínimo, 2 litros ao dia. Prefira alimentos cozidos, grelhados ou assados
✓ Utilize gordura em pequena quantidade ao preparar alimentos – prefira
óleo de milho, girassol, soja ou azeite
✓ Evite verduras folhosas e cascas de frutas
✓ Evite condimentos picantes como páprica, orégano, pimenta-do-reino,
pimentas, mostarda e ketchup.

Esteatose hepática
O acúmulo de
gordura no fígado,
tecnicamente chamado
de esteatose hepática, é
um problema bastante
comum que pode ser
causado por fatores de
risco como obesidade,
diabetes, colesterol alto
e consumo excessivo de
bebidas alcoólicas.
Apesar de nem sempre existirem sintomas, é possível que algumas
pessoas sintam dor no lado direito do abdômen, barriga inchada, enjoos,
vômitos e mal-estar geral. Na presença desses sintomas, deve-se consultar um
hepatologista para realizar exames que avaliam o funcionamento do fígado e a
gravidade da doença.
95
A gordura no fígado pode ser controlada com alterações na dieta e a
prática regular de exercício físico, sendo importante seguir o tratamento
adequado para evitar complicações como a cirrose.

Graus de esteatose hepática


A gordura no fígado pode ser classificada de acordo com a sua
gravidade:
Grau 1 ou Esteatose hepática simples: o excesso de gordura é considerada
inofensivo. Geralmente não existe qualquer sintoma e só se descobre o
problema através de um exame de sangue de rotina;
Grau 2 ou Esteatose hepática não alcoólica: além do excesso de gordura, o
fígado fica inflamado. Geralmente, podem surgir alguns sintomas como dor no
lado direito do abdômen e barriga inchada;
Grau 3 ou Fibrose hepática: existem gordura e inflamação que causam
alterações no órgão e nos vasos sanguíneos ao seu redor, mas o fígado ainda
funciona normalmente;
Grau 4 ou Cirrose hepática: é a fase mais grave da doença e surge após anos
de inflamação, sendo caracterizada por alteração em todo o fígado que
causa redução do seu tamanho e deixa sua forma irregular. A cirrose pode
evoluir para câncer ou morte do fígado, sendo necessário fazer um transplante
de órgão.
Assim, além de avaliar a
quantidade de gordura no
órgão, também é importante
verificar a presença de
inflamação, pois ela é a
principal causa da morte das
células deste órgão. Para
avaliar a progressão da doença,
pode-se utilizar a Elastografia
Hepática, que é um exame
rápido e sem dor.
O tratamento para
gordura no fígado é feito
principalmente com alterações na dieta, prática regular de exercícios físicos e a
eliminação do consumo de álcool. Além disso, também é necessário perder
peso e controlar doenças que pioram o problema, como diabetes, hipertensão
e colesterol alto, por exemplo.

96
Causas de gordura no fígado
Não se sabe
exatamente por que alguns
indivíduos desenvolvem
esteatose hepática, mas
algumas doenças estão
claramente ligadas a este
fato. Podemos citar:
• Obesidade: Mais de
70% dos pacientes
com esteatose
hepática são
obesos. Quanto maior o sobrepeso, maior o risco.
• Diabetes Mellitus: Assim como a obesidade, o diabetes tipo 2 e a
resistência à insulina também estão intimamente relacionados ao
acúmulo de gordura no fígado.
• Colesterol elevado, Principalmente níveis altos de triglicerídeos.
• Drogas: Várias medicações podem favorecer a esteatose, entre as mais
conhecidas estão, corticoides, estrogênio, amiodarona, antirretrovirais,
Diltiazen e Tamoxifeno. O contato com alguns tipos de pesticidas
também está relacionado ao desenvolvimento de esteatose hepática.
• Desnutrição ou rápida perda de grande quantidade de peso.
• Cirurgias abdominais, principalmente “bypass gástrico”, retirada de
partes do intestino e até cirurgia para remoção da vesícula.
• Gravidez.

Transplante hepático
O Grupo de Transplante Hepático
do Núcleo Avançado do Fígado do Sírio-
Libanês existe há mais de 15 anos, tendo
realizado mais de 500 transplantes. É
formado por cirurgiões, hepatologistas e
pediatras hepatologistas, a maioria com
formação em transplante no exterior.
Um diferencial do grupo é a experiência
com mais de 350 transplantes de fígado
intervivos, a maior experiência nacional na
área, com resultados de sobrevida a curto
e longo prazo acima de 90 e 80%,
respectivamente. O transplante hepático
leva em média de cinco a oito horas. O

97
fígado doente é retirado por uma incisão no abdômen superior. Posteriormente,
o fígado do doador é colocado na cavidade abdominal e os vasos sanguíneos
(veias supra-hepáticas, veia porta e artéria hepática) são suturados às
respectivas estruturas do receptor.
A última etapa do transplante é a reconstrução de via biliar, que pode ser
feita com o ducto biliar do receptor ou com um segmento de intestino, como
nos casos de transplante para atresia de vias biliares na criança.
Após a cirurgia, os pacientes passam um a dois dias em uma unidade de
terapia intensiva se não houver qualquer complicação clínica ou cirúrgica pós-
operatória. O tempo de internação hospitalar médio pós-transplante varia de
uma a duas semanas.

Imunossupressão
A chave para entender o tratamento pós-transplante é o conceito de que
o órgão transplantado é um corpo estranho. O sistema imune do receptor vai
atacar o fígado transplantado num processo chamado "rejeição". Por esta
razão, todos os pacientes transplantados devem receber medicações que
combatam a rejeição, as chamadas drogas imunossupressoras.
A despeito do uso dos imunossupressores, cerca de 50% dos pacientes
transplantados apresentarão elevação das enzimas hepáticas no fim da
primeira semana pós-transplante. Na maioria das vezes, isso corresponderá a
um caso de rejeição celular aguda, que normalmente é facilmente tratada com
corticosteroides.
Episódios de rejeição aguda, quando tratados adequadamente, não
determinam diminuição da vida do enxerto de fígado. Muitos pacientes
transplantados desde o início dos anos 80 estão vivos e com função hepática
perfeita.
O uso de imunossupressores faz com que os pacientes estejam sujeitos
a um maior risco de infecções oportunistas, causadas por vírus, fungos e
bactérias. Portanto, os pacientes transplantados devem manter
acompanhamento rigoroso, especialmente até o primeiro ano pós-operatório,
para detecção precoce de eventuais complicações e intercorrências.

O que leva a um transplante


hepático
A cirrose hepática – dano
irreversível das células hepáticas –
é a condição mais frequente que
leva ao transplante hepático em
adultos e crianças. A cirrose ocorre
quando a anatomia normal do
fígado é substituída por tecido de
98
cicatrização, o que deteriora a função hepática.
As condições que levam à cirrose e a consequente necessidade de
transplante de fígado incluem:
• Cirrose por hepatite crônica por vírus B ou C.
• Doenças que comprometem as vias biliares, incluindo a atresia de vias
biliares na infância.
• Doença hepática alcoólica.
• Hepatite autoimune.
• Doença hepática gordurosa não alcoólica.
• Doenças metabólicas na infância.
• Tumores hepáticos primários.
• Hepatites fulminantes (drogas, vírus).

Enxaqueca
A enxaqueca é um dos tipos de cefaleia (dor de cabeça). A enxaqueca
se caracteriza por uma
dor pulsátil em um dos
lados da cabeça (às
vezes dos dois),
geralmente
acompanhada de
fotofobia e fonofobia,
náusea e vômito. A
duração da crise varia
de quatro a 72 horas,
podendo ser mais
curta em crianças. Segundo o Ministério da Saúde, de 5 a 25% das mulheres e
2 a 10% dos homens tem enxaqueca. A enxaqueca é predominante em
pessoas com idades entre 25 e 45 anos, sendo que após os 50 anos essa
porcentagem tende a diminuir, principalmente em mulheres. A doença ocorre
em 3 a 10% das crianças, afetando igualmente ambos os gêneros antes da
puberdade, mas com predomínio no sexo feminino após essa fase. A
enxaqueca pode ser divida entre com aura ou sem aura, e essas em episódica
ou crônica. Segundo dados do Ministério da Saúde, 64% do total desses
pacientes apresentaram enxaqueca sem aura, 18% com aura e 13% com e
sem aura. Os restantes 5% apresentaram aura sem cefaleia.

99
A enxaqueca crônica se caracteriza por cefaleia em 15 ou mais dias do
mês, sendo oito dias com crises típicas de enxaqueca, por mais de três meses,
na ausência de abuso de
medicamentos.
As causas exatas da enxaqueca
são desconhecidas, embora se saiba
que elas estão relacionadas com
alterações do cérebro e possuem
influência genética. A enxaqueca
começa quando as células nervosas, já
em estado de hiperexcitabilidade,
reagem a algum gatilho frequentemente
externo, enviando impulsos para os
vasos sanguíneos, causando sua
constrição (relacionado a aura) seguida
de uma dilatação (expansão) e a libertação de prostaglandinas, serotonina e
outras substâncias inflamatórias que causam a dor. O padrão de crise é
sempre o mesmo para cada indivíduo, variando apenas em intensidade. O
espaçamento entre crises é variável. Sabe-se também que o gatilho para as
crises em enxaqueca variam de indivíduo para indivíduo, sendo que em alguns
a pessoa pode não apresentar nenhum gatilho específico. Os gatilhos de
enxaqueca mais comuns são:
• Estresse
• Jejum prolongado
• Dormir mais ou menos do que o de costume
• Mudanças bruscas de temperatura e umidade
• Perfumes e outros odores muito fortes
• Esforço físico
• Luzes e sons intensos
• Abuso de medicamentos, incluindo analgésicos
Fatores hormonais: é comum mulheres portadoras de enxaqueca
apresentarem dor nas fases pré, durante ou após a menstruação. Esse tipo de
migrânea é chamado de enxaqueca menstrual. Esse tipo de enxaqueca tende
a melhorar espontaneamente na menopausa. Muitas mulheres têm as crises
pioradas, ou ate melhoradas, a partir do momento que iniciam o uso
de anticoncepcionais orais.
Alimentos e bebidas: queijos amarelos envelhecidos, frutas cítricas
(principalmente laranja, limão, abacaxi e pêssego), carnes processadas, frituras
e gorduras em excesso, chocolates, café, chá e refrigerantes à base de cola,
aspartame (adoçante artificial), glutamato monossódico (tipo de sal usado
como intensificador de sabor, principalmente em comida chinesa), excesso de
álcool.
100
Convivendo/ Prognóstico
Durante uma crise de
enxaqueca, siga essas
recomendações:
1. Tome o
medicamento: pessoas
que tem enxaqueca
frequente devem sempre
andar com seus
medicamentos. Isso porque algum tempo após a dor de cabeça se
iniciar, ocorre um processo de sensibilização central, que mantém a dor
e a torna mais rebelde aos analgésicos
2. Entenda o que alivia a sua dor: como os desencadeantes da enxaqueca
são diferentes para cada um, a forma de aliviar essa dor também varia.
Alguns dos tratamentos não medicamentosos mais comuns incluem
compressas quentes ou frias, massagens, terapia de
biofeedback, homeopatia e acupuntura
3. Trate os sintomas separadamente: como o analgésico trata apenas a
dor da enxaqueca, os outros sintomas devem ser tratados de forma
tópica. Esse cuidado é redobrado com aqueles que sofrem com vômitos,
pois ele pode golfar os analgésicos, precisando ir ao pronto socorro para
receber drogas injetáveis
4. Descanse em um local escuro e silencioso: durante uma crise de
enxaqueca, o paciente não suporta ambientes barulhentos e com muita
luz. Por isso, o ideal é se sentar o deitar - o que for mais confortável -
em um local com pouca luz e sem barulhos, evitando ao máximo
atividades que o tirem do repouso
5. Faça refeições leves e hidrate-se: beba muito líquido, tanto água quanto
soluções hidratantes disponíveis no mercado. Caso haja vômito, o
melhor é não ingerir
alimentos sólidos e, em
casos graves, procurar um
pronto atendimento para
receber medicações
injetáveis mais potentes.

Alimentos que devem ser


evitados por quem tem
enxaqueca
O estilo de vida é uma das
principais causas de enxaqueca,
101
principalmente para quem tem uma rotina extenuante e dorme poucas horas
por noite. Mas a alimentação também desempenha papel decisivo. Quem tem
enxaqueca deve evitar frutas cítricas, pois são fontes de uma substância
chamada octopamina que pode desencadear as crises. Além disso, é
importante evitar leite e derivados, vinho, chocolate, cafeína (café e chá verde),
aspartame, glutamato monossódico, alimentos gordurosos e amendoim. Em
alguns casos, a retirada do glúten também pode ajudar na melhora do quadro.

Alimentos que previnem e melhoram a enxaqueca


Ao mesmo tempo em que é preciso evitar alimentos que pioram a
enxaqueca, também é
recomendado priorizar o
consumo de outros para
combater o mal-estar, já que
alguns alimentos possuem
características que podem
auxiliar na melhora das crises.
O gengibre possui ação anti-
inflamatória e inibe a ação das
substâncias inflamatórias que
causam a dor. O ômega 3 também possui esse efeito, mas deve ser consumido
habitualmente através da alimentação ou de suplementos. A água de
coco fornece minerais que também podem ajudar no controle da dor, por isso
uma boa opção é consumir a água de coco batida com gengibre ou com
gengibre em pó.

Depressão
A depressão é um
transtorno mental bastante
comum atualmente.
Segundo o Ministério da
saúde, estima-se que, na
América Latina, 24 milhões
de pessoas sofram com a
doença. Num episódio
depressivo a pessoa pode
se sentir sem energia, com
o humor afetado, sem
interesse e sem vontade de
fazer tarefas comuns da sua rotina, além dos sintomas físicos como dor de
cabeça e dor de estômago.

102
O nosso cérebro produz substâncias chamadas de neurotransmissores
que controlam inúmeras funções cerebrais. Um destes neurotransmissores,
a serotonina, é capaz de dar ao cérebro sensação de bem-estar, regulando
nosso humor e também dando sensação de "saciedade".

Alimentação e a produção de serotonina


A alimentação pode ajudar a produzir mais serotonina, aumentando o
bom humor e ajudando no combate da depressão, entretanto, vale lembrar que
ela não substitui o tratamento da doença, com a intervenção medicamentosa e
terapia. Para a produção cerebral da serotonina há necessidade de "matérias
primas" (chamadas de cofatores) fundamentais para sua síntese, como
exemplos: triptofano (aminoácido), magnésio, cálcio (minerais), vitamina B6,
ácido fólico (vitaminas).
A seguir, conheça alguns alimentos que melhorar o seu humor e são
excelentes coadjuvantes para dar uma "forcinha" no combate da doença.

1. Frutas
Melancia, abacate,
mamão, banana, tangerina e
limão são conhecidos como
agentes do bom humor.
"Todas estas frutas são ricas
em triptofano, aminoácido que
ajuda na produção de
serotonina", explica a
nutricionista Abykeyla Tosatti.
É recomendado o consumo
de três a cinco porções de frutas todos os dias.

2. Leite e iogurte desnatado


Eles são ótimas
fontes de cálcio, mineral
que elimina a tensão
e depressão. O cálcio ajuda
a reduzir e controlar o
nervosismo e a
irritabilidade. Ele participa
também das contrações
musculares, dos batimentos
cardíacos e da transmissão de impulsos nervosos e regulariza a pressão
arterial. É recomendado o consumo de 2 a 3 porções por dia.

103
3. Laranja e maçã
Elas ganham destaque
porque fornecem ácido fólico,
cujo consumo está associado
a menor prevalência de
sintomas depressivos. Além
disso, por ser rica em vitamina
C, a laranja promove o melhor
funcionamento do sistema
nervoso, garante energia,
ajuda a combater o estresse e
previne a fadiga.

4. Castanha-do-pará, nozes e amêndoas


Elas são ricas em
selênio, um poderoso
agente antioxidante. Elas
colaboram para a melhoria dos
sintomas de depressão,
auxiliando na redução do
estresse. As quantidades
diárias recomendadas são duas
a três unidades de castanha-do-
pará ou cinco unidades de
nozes ou 10 a 12 unidades de
amêndoas. Mas também dá para fazer um mix saboroso dessas oleaginosas.

5. Banana e abacate
A banana é rica em
carboidrato (hidratos de
carbono), potássio e
magnésio. Também é fonte de
vitamina B6, que produz
energia. A fruta diminui
a ansiedade e ajuda a ter um
sono tranquilo. Tão bom
quanto, o abacate é outra
ótima opção, e antes de
dormir. Consuma duas colheres de chá da fruta pura (sem açúcar ou adoçante)
todos os dias antes de se deitar.

104
6. Ovos
Eles são uma boa fonte
de tiamina e a niacina
(vitaminas do complexo B), que
colaboram com o bom humor. O
recomendado é uma unidade
por dia, no máximo. Quem
tem colesterol alto deve se
preocupar com o consumo em
excesso, e evitar,
principalmente a versão frita.

7. Mel
Esse alimento estimula a
produção de serotonina,
neurotransmissor responsável pela
sensação de prazer e bem-estar.
Para usufruir dos benefícios, duas
colheres de sobremesa, ao dia, são
suficientes.

8. Carnes magras e peixes


O triptofano, presentes
nestas fontes de proteína, ajuda
no combate da depressão e
melhora o humor, pois aumenta a
produção de serotonina, que
exerce grande influência no
estado de humor, pois é capaz de
reduzir a sensação de dor,
diminuir o apetite, relaxar, criar a
sensação de prazer e bem-estar e até induzir e melhorar o sono. O ideal é
entre uma e duas porções por dia, principalmente de peixes como atum e
salmão.

105
9. Carboidratos complexos
Eles ajudam o
organismo a absorver
triptofano e estimulam a
produção do neurotransmissor
serotonina, que ajuda a
reduzir as sensações de
depressão. Uma alimentação
pobre em carboidratos, por
vários dias, pode levar a
alterações de humor e
depressão. Alimentos fontes
de carboidratos: pães, cereais integrais (trigo, arroz). A recomendação é de 6 a
9 porções diárias.

10. Aveia e centeio


Os dois são ricos em
vitaminas do complexo B e
vitamina E. Estes nutrientes
possuem grande importância,
pois, melhoram o
funcionamento do intestino,
combatem a ansiedade e a
depressão. A recomendação é
de, pelo menos, três colheres
de sopa cheia por dia.

11. Folhas verdes


Estudos mostram que
uma alimentação com
consumo elevado de folato
(importante vitamina do
complexo B) está associada a
menor prevalência de
sintomas depressivos. Um dos
alimentos ricos em folato são
as hortaliças folhosas verde-
escuras (espinafre, brócolis, alface). Algumas pesquisas mostram que
indivíduos deprimidos podem apresentar baixos níveis de vitamina B12,
levando a diminuição do folato e o desequilíbrio do metabolismo dos
neurotransmissores do cérebro associados ao controle do humor. O
recomendado é a ingestão diária de três a cinco porções por dia.
106
12. Soja
Ela é rica em magnésio que é o
segundo mineral mais abundante
no nosso organismo e desempenha
um papel fundamental na energia
das células. Sua deficiência pode
resultar em falta de energia. O
magnésio ajuda a reduzir a fadiga e
aumentar os níveis de energia.
Esse mineral combate o estresse
porque tem propriedades
tranquilizantes naturais,
principalmente quando combinadas
com cálcio.
A depressão é um quadro que se caracteriza por intenso desânimo,
tristeza ou um distinto "humor depressivo", que as pessoas descrevem como
diferente de qualquer coisa que já sentiram. Cursa com perda do interesse por
atividades que normalmente davam prazer, pensamentos negativos (excesso
de culpa, pessimismo em relação ao futuro ou, em alguns quadros muito
graves, a pessoa chega a pensar que está morta ou seu organismo parou de
funcionar, mesmo que sejam mostradas a ela todas as provas em contrário).
Frequentemente estão alterados também a capacidade de
concentração, o desejo sexual e o sono (que pode ser excessivo ou haver
insônia). Por vezes, o quadro é tão grave que as pessoas sentem vontade de
morrer para fugir do sofrimento. Nessa situação há aqueles que tentam
inclusive o suicídio e, infelizmente, por vezes conseguem. O apetite também
pode estar alterado, havendo falta (anorexia) ou excesso, respectivamente com
perda e ganho de peso.

Bulimia
A bulimia é um distúrbio
alimentar no qual uma pessoa
oscila entre a ingestão exagerada
de alimentos, com um sentimento
de perda de controle sobre a
alimentação, e episódios de
vômitos ou abusos de laxantes
para impedir o ganho de peso.
Pessoas com bulimia estão
sempre preocupadas com a
aparência, principalmente com o
peso.
107
É um distúrbio em que o paciente ingere grandes quantidades de
alimentos calóricos (doces ou massas, por exemplo) e, em seguida, lança mão
de mecanismos prejudiciais à saúde a fim de evitar ganho de peso.
A causa exata da bulimia ainda é desconhecida. Trata-se de um
transtorno de alimentação e, por isso, muitos fatores podem estar envolvidos
nos motivos que levam à sua ocorrência.
A influência exercida
pela mídia sobre o
comportamento e o padrão
de beleza das pessoas
também pode estar entre
as possíveis causas da
bulimia.
O culto ao corpo
magro e o desprezo às
pessoas acima do peso
pregado pela indústria da
beleza e da moda, aparentemente, levam milhões de pessoas em todo o
mundo a apresentar quadros de bulimia.
Dessa forma, a bulimia é um distúrbio de imagem, no qual o paciente
não consegue aceitar seu corpo da forma como ele é, ou tem a impressão de
que está acima do peso em níveis acima da realidade. Isso pode levar a um
quadro de ansiedade, que faz a pessoa buscar maneiras bruscas de perder
peso rapidamente, ao mesmo tempo em que busca conforto na comida.

Fatores de risco
Fatores genéticos, psicológicos, traumáticos, familiares, sociais ou
culturais podem contribuir para seu desenvolvimento. A bulimia provavelmente
ocorre devido a mais de um
fator.
A bulimia afeta muito
mais mulheres do que homens e
é mais comum em mulheres
adolescentes e em jovens
adultas.
A genética também pode
ser um fator de risco para a
bulimia. Estudos mostram que
ter um parente com bulimia
pode favorecer o

108
desenvolvimento da doença. No entanto, ainda não está certo se é um fator
genético que predispõe à bulimia ou o comportamento familiar que favorece a
doença.

Os sintomas mais comuns da bulimia são:


• Preocupação excessiva com o peso e com a silhueta
• Ter medo de ganhar peso
• Perder o controle sobre o que come
• Comer em excesso até sentir desconforto ou dor
• Ir ao banheiro imediatamente após as refeições
• Forçar o vômito após comer
• Fazer uso de diuréticos e laxantes após comer
• Usar suplementos diários de perda de peso.

Anorexia
É um transtorno
alimentar que faz a pessoa
enxergar o próprio corpo de
maneira distorcida (em geral,
muito acima do peso) e, a
partir daí, leva a atitudes de
risco como dietas restritivas,
abuso de exercícios físicos,
indução de vômito para

expulsar as refeições e até mesmo uso


de medicamentos como laxantes. O
problema pode afetar qualquer faixa
etária ou gênero, mas é mais comum em
mulheres jovens.
A perda de peso impulsionada
pelo transtorno é extremamente
perigosa. Pode provocar baixas na
imunidade, enfraquecimento dos
músculos e dos ossos, interrupção da
menstruação, arritmia cardíaca e
convulsões. O quadro chega a ser
inclusive fatal em 15% dos casos.
A anorexia está ligada a origens
psicológicas e fisiológicas e, uma vez
instalada, atrapalha a ação de um dos

109
hormônios que controlam o apetite, a melanocortina, o que deixa a pessoa
constantemente sem fome.
O diagnóstico de anorexia repousa sobre alguns critérios essenciais:
• Perda de peso acentuada, superior a 15% do peso inicial;
• Aparecimento da patologia antes dos 25 anos de idade;
• Uma distorção implacável do comportamento alimentar;
• A ausência de qualquer outra patologia orgânica ou psiquiátrica;
• Um medo terrível de ganhar peso e de se tornar obeso.
Infelizmente, o diagnóstico
continua, em muitos casos, a ser
estabelecido em presença de perdas de
peso consideráveis, os primeiros sintomas
passando despercebidos ou sendo até
banalizados não só pelos doentes mas
também pela família e pelos que os
rodeiam.
A anorexia possui um índice de
mortalidade alto, entre 15 a 20%,
geralmente mata por paragem cardíaca,
devido à falta de potássio ou sódio (que
ajudam a controlar o ritmo normal do
coração).
Existem alguns objetivos
incontornáveis e intimamente ligados que se devem ter em conta a abordagem
e tratamento longo e difícil destes doentes:
✓ Obter um peso mínimo aceitável: IMC de 18,5;
✓ Obter aportes energéticos compatíveis com a necessidade de
manutenção de peso;
✓ Obter um comportamento alimentar normal “sem medo e sem culpa”;
✓ Abrir portas mentais: direito à palavra, luta contra a angústia e a
desvalorização de si, mas também contra o narcisismo e o
perfeccionismo.

A prevenção
Embora em boa parte
dos casos não dê para
prevenir diretamente o
aparecimento da anorexia, é
possível flagrar seus sinais
logo no começo e impedir que
o quadro se acentue. Passar
muito tempo na frente do
110
espelho ou tornar-se obcecado com o peso são evidências de que é preciso
ligar o alerta.
Comportamentos como comer muito pouco, rejeitar refeições a toda hora
e estimular vômitos para devolver a comida também são indícios de anorexia.
O importante, nesses casos, é conversar com o indivíduo e tentar modificar o
ambiente (e a pressão social) para que sejam cortados os estímulos ao
transtorno — sempre com a orientação de um especialista. Em linhas gerais,
reforçar o ideal de um cardápio saudável e não alimentar um estilo de vida
baseado na aparência e na estética são formas de evitar um ambiente propício
ao distúrbio.

O diagnóstico
Para que uma pessoa seja considerada anoréxica, seu peso deve estar
15% abaixo do indicado para sua idade e altura, mesmo que, à primeira vista,
ela pareça saudável. Um dos
fatores que atrapalham o
diagnóstico, aliás, é que os
anoréxicos tendem a negar
seu problema — os quilos a
menos são, pelo contrário,
comemorados.
Além do emagrecimento
extremo, o médico procurará
sinais de desnutrição e pedirá
exames laboratoriais para
descartar outras doenças capazes de levar à perda de peso. A avaliação
psicológica também ajuda a identificar como o indivíduo enxerga seu corpo e
como isso repercute em seus hábitos e decisões. Quanto mais cedo for feito o
diagnóstico, menor será o risco de complicações.

O tratamento
Ele é multidisciplinar,
ou seja, envolve uma equipe
composta de médico,
psicólogo e nutricionista.
O primeiro objetivo é
recuperar os quilos
perdidos em ritmo seguro a
fim de restabelecer a saúde.
A psicoterapia, por sua vez,
trabalha a identidade e a
forma de enxergar o próprio
111
corpo, bem como a relação com a comida.
Muitas vezes, o médico prescreve medicamentos para reequilibrar a
bioquímica cerebral. Em casos graves, com perda de mais de 25% do peso, a
internação é necessária.
Como o processo de recuperação acontece em médio ou longo prazo, o
apoio de amigos e familiares se torna crucial. E, após a reabilitação, a
orientação é ficar atento pelo resto da vida, já que a anorexia tem
características crônicas.
A fim de alcançar um peso mínimo normal seria importante obter do
doente a concordância no preenchimento de um diário de registo alimentar
para que o técnico de saúde possa avaliar o mais rigorosamente possível,
qualitativa e quantitativamente, a ingestão alimentar quotidiana.
Devem promover-se refeições com os amigos e com os familiares,
sobretudos os menos ansiosos com estas situações, com os quais a doente
poderá encontrar maior serenidade à volta de refeições simples e partilhadas.

Diabetes
É uma doença
caracterizada pela falta de
produção ou produção
insuficiente de insulina ou
também pela ação insuficiente
da insulina, que faz com que
haja o aumento na taxa de
glicose no sangue. A diabetes
tipo II pode estar relacionada
com o excesso de peso e a
obesidade.
Pessoas com diabetes devem ter um acompanhamento com um
profissional capacitado para elaborar um cardápio conforme a realidade da
pessoa, controlar o consumo de carboidratos e incentivar uma reeducação
alimentar, além da prática de exercícios físicos regularmente.
Na dieta para diabetes deve-se evitar especialmente o consumo de
açúcar simples e de alimentos ricos em farinha branca. Além disso, também é
preciso reduzir o consumo de grandes quantidades de qualquer alimento rico
em carboidrato, mesmo que sejam saudáveis, como frutas, arroz integral e
aveia.
Isso porque o excesso de carboidrato numa mesma refeição estimula o
aumento da glicemia, levando ao descontrole da diabetes. Veja mais dicas a
seguir:

112
Dieta para diabetes tipo 2
A diabetes tipo 2 é
aquela que normalmente
aparece como consequência
do excesso de peso e da má
alimentação, surgindo já na
vida adulta. Ela é mais fácil
de ser controlada e melhora
bastante com a perda de
peso e a prática regular de
atividade física.

Alimentos permitidos na Diabetes tipo 2


Os alimentos permitidos na dieta para diabetes tipo 2 são aqueles ricos
em fibras, proteínas e gorduras boas, como:
✓ Grãos integrais: farinha de trigo, arroz e macarrão integrais, aveia,
pipoca;
✓ Leguminosas: feijão, soja, grão-de-bico, lentilha, ervilha;
✓ Legumes em geral, exceto batata, batata doce, macaxeira e inhame,
pois têm elevada concentração de carboidratos e devem ser consumidos
em pequenas porções;
✓ Carnes em geral, exceto carnes processadas, como presunto, peito de
peru, salsicha, linguiça, bacon, mortadela e salame;
✓ Frutas em geral, desde que consumidas 1 unidade por vez;
✓ Gorduras boas: abacate, coco, azeite, óleo de coco e manteiga;
✓ Oleaginosas: castanhas, amendoim, avelãs, nozes e amêndoas;
✓ Leite e derivados, devendo-se ter atenção para escolher iogurtes sem
adição de açúcar.
É importante lembrar que os tubérculos, como batata inglesa, batata doce,
macaxeira e inhame são alimentos saudáveis, mas que por serem ricos em
carboidratos, também devem
ser consumidos em pequenas
quantidades.

Quantidade recomendada de
frutas
Por terem seu açúcar
natural, chamado de frutose, as
frutas devem ser consumidas
em pequenas quantidades pelos
diabéticos. A recomendação de
consumo é de 1 porção de fruta
113
por vez, que, de forma simplificada, funciona nas seguintes quantidades:
✓ 1 unidade média de frutas inteiras, como maçã, banana, laranja,
tangerina e pera;
✓ 2 fatias finas de frutas grandes, como melancia, melão, mamão e
abacaxi;
✓ 1 mão cheia de frutas pequenas, dando cerca de 8 unidades de uvas ou
cerejas, por exemplo;
✓ 1 colher de sopa de frutas secas, como uva passa, ameixa e damasco.
Além disso, é importante evitar o consumo de frutas juntamente com outros
alimentos ricos em carboidratos, como tapioca, arroz branco, pão e doces.

Alimentos proibidos na dieta para


diabetes tipo 2
Os alimentos proibidos na
dieta para diabetes tipo 2 são
aqueles ricos em açúcar ou
carboidratos simples, como:
✓ Açúcar e doces em geral;
✓ Mel, geleia de frutas,
compotas, marmelada,
produtos de confeitaria e
pastelaria;
✓ Doces em geral, chocolates e
guloseimas;
✓ Bebidas açucaradas, como refrigerantes, sucos industrializados,
achocolatados;
✓ Bebidas alcoólicas.
É importante que diabético aprenda a ler os rótulos dos produtos antes
de consumir, porque o açúcar pode aparecer escondido sob a forma de glicose,
xarope de glicose ou de milho, frutose, maltose, maltodextrina ou açúcar
invertido.

114
Cardápio da dieta para diabetes tipo 2
A tabela a seguir traz o exemplo de um cardápio de 3 dias para diabetes tipo 2:
Refeição Dia 1 Dia 2 Dia 3
Café da manhã 1 xícara de café sem 1 copo de café 1 iogurte natural
açúcar + 2 fatias de com leite + 1 + 1 fatia de pão
pão integral com ovo banana frita integral com
com ovo mexido manteiga e
e 1 fatia de queijo
queijo
Lanche da 1 maçã + 10 1 copo de suco 1 banana
Manhã castanhas de caju verde massada com 1
colher de chá de
chia
Almoço/Jantar 4 col de sopa de arroz Peixe ao forno macarrão integral
integral + 3 col de com azeite, com carne moída
sopa de feijão + frango batata e e molho de
gratinado com queijo legumes tomate + salada
no forno + salada verde
refogada no azeite
Lanche da 1 iogurte natural + 1 1 copo de 1 xícara de café
Tarde fatia de pão integral vitamina de sem açúcar + 1
com queijo abacate fatia de bolo
adoçado com integral + 5
1/2 col de sopa castanhas de
de mel de caju
abelha
Na dieta para diabetes é importante controlar os horários das refeições
para evitar que a hipoglicemia, especialmente antes de praticar exercício físico.

Dieta para Diabetes Tipo 1


A diabetes tipo 1 é
mais grave e mais difícil
de controlar do que a
diabetes tipo 2. Ela
normalmente surge ainda
na infância e é sempre
obrigada a tomar insulina
para regular a glicemia.
Por ser de mais
difícil de controlar, o
paciente com diabetes tipo
115
1 deve sempre ser acompanhado pelo endocrinologista e pelo nutricionista,
pois a quantidade de carboidrato em todas as refeições deve ser bem
controlada e ajustada juntamente com a dose de insulina a ser tomada.
Neste tipo de diabetes, o paciente deve reduzir o consumo dos mesmo
alimentos que os pacientes com diabetes tipo 2, mas as quantidades devem
ser reguladas de acordo com o histórico da glicemia e o uso de insulina.
Diabetes é uma doença desenvolvida pela deficiência na produção da
insulina, um hormônio produzido no pâncreas, que causa aumento da glicose
(açúcar) na corrente sanguínea.
Estudos comprovam que o excesso de peso, o sedentarismo e a
alimentação baseada em alimentos ricos em açúcares e gorduras, contribuem
como possíveis causas na elevação do número de casos da doença. A
mudança no estilo de vida, com práticas de atividade física, controle de peso e
adoção de um padrão
alimentar saudável aliada ao
tratamento medicamentoso,
caso seja necessário, são os
principais pilares no
tratamento do diabetes.
Ter diabetes não
significa ter que renunciar a
uma alimentação prazerosa
e saborosa. Algumas
alterações auxiliam no
melhor controle glicêmico:
• Fracionar a alimentação em 5 a 6 refeições ao dia, evitando ficar muitas
horas sem se alimentar;
• Substituir alimentos como arroz, pães e macarrão feitos com farinhas
brancas, por opções integrais (por serem ricos em fibras, liberam a
glicose de forma mais lenta na corrente sanguínea);
• Não consumir açúcar e alimentos açucarados. Substituir por adoçantes
a base de estévia ou sucralose, recomendados por serem mais naturais
e com menor sabor residual;
• Alimentos dietéticos devem ser consumidos em pequenas quantidades,
pois geralmente apresentam maior quantidade de gorduras;
• Não ultrapassar o consumo de 3 frutas por dia, em horários alternados;
• Reduzir o consumo de sal e gorduras. O diabetes está muito relacionado
ao desenvolvimento da hipertensão e das dislipidemias. Escolha
temperos mais naturais como o alho e a cebola e invista em ervas
(salsa, orégano, manjericão e alecrim) para realçar o sabor dos
alimentos.
• Beber mais água ao longo do dia para contribuir com a hidratação.
116
A educação nutricional tem importante papel no controle do Diabetes e o
acompanhamento com um nutricionista é essencial para a elaboração de um
plano alimentar adequado e individualizado.

Gastrite
É a inflamação
aguda ou crônica da
mucosa que reveste as
paredes internas do
estômago. Pode ocorrer
devido a realização de
poucas refeições ao dia
com grande volume de
alimentos e com grandes
intervalos entre cada
refeição.
Gastrite é uma inflamação na mucosa do estômago, que podemos
classificar de aguda ou crônica. Nos casos de gastrite crônica, o agente
causador mais comum é a infecção pela bactéria helicobacter pylori. Mas
também pode ocorrer devido ao fator hereditário, stress, má alimentação,
realização de poucas refeições ao dia com grande volume de alimentos e com
grandes intervalos entre cada refeição.
Medidas preventivas, assim como o tratamento desta doença estão
relacionados com a alimentação, como o seu fracionamento, ou seja, comer
mais vezes ao dia, em menores quantidades é uma das medidas a serem
tomadas.
Excluir alimentos que causam desconforto e irritam ainda mais a mucosa
também é imprescindível, exemplo: frituras em geral, doces, bebidas à base de
cafeínas, bebidas gaseificadas, bebidas alcoólicas, alimentos ácidos,
condimentados e outros.
De acordo com seu pH, os alimentos podem ser divididos em alcalinos e
ácidos. A dieta para gastrite deve conter uma proporção de 4:1 destes
alimentos, ou seja, cerca de 80% da sua dieta deve ser composta por
alimentos alcalinos.
Exemplo de alimentos alcalinos: arroz integral, banana, cenoura, quinoa,
abacate, pepino, ervilha, semente de abóbora, couve e salsa. E, ao contrário
do que se pensa, o limão é também um alimento alcalinizante, podendo ser
utilizado para diminuir a acidez estomacal e acalmar as dores da gastrite.
Já os alimentos acidificantes incluem o açúcar, queijos, carnes gordurosas, chá
preto e café, chocolates, manteiga, bebidas alcoólicas, farinha de trigo branca,
biscoitos, pizzas e frituras.

117
Alimentos que pioram a gastrite
Acidificantes, os alimentos abaixo devem ser evitados – de acordo com
a gravidade do quadro, podem não ser totalmente eliminados da dieta para
quem tem gastrite, mas consumidos apenas de maneira esporádica.

Alimentos Gordurosos
Estudos desenvolvidos
em animais demonstraram que
o consumo de alimentos ricos
em gordura aumentam as
inflamações da parede do
estômago. Isso porque, além
de ficarem mais tempo no
estômago, as moléculas de
gordura também exigem que o
estômago produza mais ácido para sua digestão, situação que em longo prazo
vai irritando a mucosa gástrica e aumenta a disposição à gastrite.
E não é só nas frituras que há excesso de gordura: embutidos, queijos
amarelos, chocolates, chantilly, margarina e manteiga, fast food e doces
também estão saturados de ácidos
graxos.

Farinha branca e açúcar


O consumo de açúcar e
farinha de trigo branca também
deve ser evitado na dieta para
gastrite, já que também pode
causar irritação no estômago.
Além disso, estes alimentos
passam por um processamento que
praticamente elimina todos seus
benefícios, deixando-os somente com calorias “vazias”, ou seja, sem valor
nutricional.
A dica, portanto, é optar pelo pão e macarrão integrais, e somente
consumir bolo feito com farinha integral e muito pouco açúcar.

118
Alimentos picantes e molhos
Aquela sensação de
queimação no estômago que
muitas pessoas sentem logo
após comer pimenta se deve
à irritação da parede
estomacal causada pela
capsaicina, o composto que
confere o sabor picante à
planta.
O mesmo sintoma
ainda pode ocorrer com o
consumo de mostarda (que contém vinagre) e molhos fortes, como o catchup,
shoyu e tabasco, que contêm açúcar e gordura entre seus principais
ingredientes.

Cafeína
Presente no café, em
alguns tipos de chá (como o
preto e o verde) e em
suplementos para queimar
gordura, a cafeína irrita a
mucosa do estômago e pode
até lesioná-la em caso de
consumo elevado e
prolongado.

Refrigerantes
O mesmo efeito irritante da
cafeína também pode ser
provocado por refrigerantes, já que
o gás dessas bebidas leva a um
aumento na secreção da gastrina,
hormônio que por sua vez estimula
a produção de ácido clorídrico.

119
Álcool
O consumo excessivo de álcool é
uma das principais causas da gastrite, e
sua ingestão deve ser evitada por
completo numa dieta para quem tem
gastrite. O álcool irrita a mucosa, e o
resultado é semelhante ao que ocorre
quando colocamos álcool sobre um
machucado (arde e dói ainda mais).

Frutas e legumes
A maioria das verduras, legumes e frutas é bem tolerada por quem tem
gastrite, a exceção ficando por conta da cebola, alho e, para algumas pessoas,
o tomate.

Laticínios
Todos os derivados do leite
contêm cálcio, mineral que
alcaliniza o estômago e obriga o
órgão a produzir mais ácido
gástrico para combater esse
efeito.
Portanto, numa dieta para
gastrite deve-se evitar ao máximo o consumo de leite, queijos e demais
produtos lácteos.

Alimentos ideais para uma pessoa com gastrite


Estes alimentos devem
obrigatoriamente fazer parte de
uma dieta para gastrite, pois
podem ajudar a aliviar os
sintomas e ainda trazem outros
tantos benefícios à saúde.
✓ Couve manteiga
✓ Chia
✓ Biomassa de Banana
Verde
✓ Geleia Real
✓ Folhas verdes escuras
✓ Hortelã, camomila e alecrim
✓ Suco de Aloe Vera
✓ Espinheira Santa
120
Anemia
Doença resultante da
insuficiência do consumo de
ferro e ácido fólico devido ao
consumo excessivo de
açúcares, gorduras e
alimentos refinados.
A anemia é uma
doença causada pela falta de
sangue ou de alguns
componentes do sangue e
que pode ser tratada com medicamentos e ajustes na alimentação.
Os alimentos que curam a anemia são os ricos em ferro, como fígado,
carne vermelha ou feijão, porém consumir algum alimento rico em vitamina C,
como laranja, limão ou morango, na mesma refeição também é importante
porque a vitamina C melhora a absorção do ferro pelo organismo.

Carnes vermelhas
As carnes vermelhas
contêm grande quantidade
de ferro e vitamina B12, e
por isso devem ser
consumidas cerca de 2 a 3
vezes por semana, para
combater a anemia.

Rins, fígado ou coração de


galinha
Algumas partes
específicas da carnes, como os
rins, fígado e coração de
galinha também contêm muito
ferro e vitamina B12 e devem
ser consumidos de uma forma
saudável, grelhados ou
cozidos.

121
Pão de cevada ou integral
O pão de cevada e o
integral contêm um alto teor
em ferro, por isso, pessoas
que têm anemia devem
substituir o pão branco por
este tipo de pão.

Vegetais escuros como


salsa, espinafre e rúcula
Vegetais como salsa,
espinafre ou rúcula além de
serem ricos em ferro, são
também uma fonte de cálcio,
vitaminas, betacaroteno e
fibras, ótimos para manter o
equilíbrio do organismo. Assim,
uma boa forma de os utilizar é adicionando-os a saladas ou sopas.

Beterraba
Devido ao alto teor em ferro,
a beterraba também é ótima para
combater a anemia. Uma boa
forma de a utilizar é misturando
este vegetal nas saladas ou então
fazer sucos, que devem ser
tomados diariamente..

Feijão preto
O feijão preto é rico em ferro,
mas para melhorar a sua
absorção, é importante acompanhar
a refeição de feijão preto, com suco
de frutas cítricas por exemplo,
porque estas frutas são ricas em
vitamina C que melhora a absorção
do ferro.

122
Frutas com vitamina C
Frutas com vitamina C,
como
laranja, limão, tangerina, toranja,
morango, abacaxi, acerola, caju,
maracujá, romã ou mamão, são
ricos em vitamina C, que é muito
importante para potencializar a
absorção do ferro presente nos
alimentos, por isso, recomenda-
se ingerir junto destes algum
alimento fonte de vitamina C.
Estas modificações na dieta vão garantir a quantidade de ferro
necessária, aumentando a quantidade de hemoglobina no sangue. Mas, saber
o tipo de anemia e a sua causa é fundamental para o sucesso do tratamento.

Alimentação para combater anemia


Para combater anemia deve-se consumir alimentos ricos nos seguintes
nutrientes:

Ferro
Importante principalmente
em casos de anemia ferropriva, o
ferro estimula a produção de boa
formação dos glóbulos vermelhos
no sangue. O ferro melhor
absorvido pelo intestino é o que
está presente em alimentos de
origem animal, como carnes,
frango, peixes, fígado, ovos e frutos do mar.
Nos vegetais, o ferro está presente
no feijão, soja, lentilha, amendoim,
beterraba e folhas verde escuras,
como espinafre e couve.

Ácido Fólico
O ácido fólico é responsável
por estimular a produção de células
do sangue e a boa formação de
hemoglobina, substância
responsável por carregar oxigênio

123
dentro dos glóbulos vermelhos. Ele está presente em alimentos como
espinafre, couve, fígado, gérmen de trigo e ovos.

Vitamina B12
A deficiência em vitamina B12 pode causar anemia megaloblástica, e
pode ser evitada aumentando o consumo de alimentos como fígado, coração,
carnes, ovos, leite e derivados.

O que não comer na anemia


Durante o
tratamento para anemia,
deve-se evitar o consumo
de alimentos ricos em
cálcio juntos com as
refeições ricas em ferro,
pois o cálcio diminui a
absorção de ferro no
intestino. Assim, é
importante evitar o
consumo de leite e
derivados principalmente no almoço e no jantar, quando normalmente se come
carnes e outros alimentos ricos em ferro.
Além disso, também deve-se evitar o consumo de café, chá preto e chá
mate na mesma refeição rica em ferro, pois eles são ricos em fitatos e taninos,
substâncias que também reduzem a absorção de ferro no intestino.

GESTAÇÃO E LACTAÇÃO

A gestação é uma
fase extremamente
importante e que necessita
de cuidados especiais.
A gestante passa a
se preocupar mais com sua
saúde: aumento de peso,
escolha de alimentos,
atividade física adequada,
uso de medicamentos.
Em relação ao aumento de peso, a conduta vai depender das condições
iniciais da gestação. Se o peso estiver adequado na fase de concepção, o
aumento de peso previsto para todo período deve ser ente 9 a 12Kg, sendo 3
kg reservados para a amamentação.
124
Dietas restritas não são recomendas para mulheres que já iniciam a
gestação com sobrepeso ou obesidade. Neste caso, é feita uma adequação
das calorias, suprindo guloseimas e carboidratos em excesso, mantendo as
proteínas e outros nutrientes essenciais.
A evolução do peso deve ser gradativa durante a gestação, com
aumento de apenas 1,5Kg nas primeiras 12 semanas, e entre 250 a 400g por
semana, nas semanas subsequentes. Para isso, não é necessário acrescentar
mais do que 300 Kcal à dieta habitual.
Algumas consequências podem surgir durante esse período de 9 meses:

Náuseas
Comum no
primeiro trimestre de
gravidez, principalmente
pela manhã. Pode evoluir
para vômitos, com perda
importante de eletrólitos.
Tende a desaparecer no
segundo trimestre. Para
amenizar o problema,
deve-se adotar uma dieta
mais seca, pobre em gorduras, evitando ingerir líquidos juntos com as
refeições. Evitar o jejum prolongado.
Opção: biscoitos cream cracker ou 1 maçã.

Constipação
Resulta da redução da
atividade física, da motilidade
intestinal diminuída, além da
pressão aumentada no útero
sobre o trato gastrointestinal.
Devem ser utilizados alimentos
mais ricos em fibras (frutas,
vegetais, feijão, alimentos
integrais) e consumir maior
quantidade de água.

Azia
Também pode resultar da pressão aumentada do útero sobre o
estômago. Evitar alimentos cítricos, codimentados, frituras, alimentos com
gorduras e bebidas à base de cafeína. Fazer refeições a cada 2-3 horas com
volumes reduzidos.
125
Edema nos membros inferiores
O edema costuma ocorrer após o 5º ou 6º mês de gestação, ocasionado
pela compressão do útero, dificultando a circulação sanguínea. Reduzir o uso
do sal e de alimentos ricos em sódio, manter o peso adequado, evitar
sedentarismo fazendo caminhadas moderadas.

Anemia
Durante a gestação ocorre um aumento do volume sanguíneo, levando a
um fator hematócrito e contagem de hemoglobina mais baixos, considerados
normais. Se houver uma maior redução das taxas, sem reposição adequada de
ferro e acido fólico, pode resultar em anemia.
Nesta fase é importante optar por alimentos ricos nesses nutrientes, tais
como vegetais verde escuros, feijão, carnes magras, fígado e consumir junto
alimentos ricos em vitamina C para melhorar a absorção do ferro.

A importância da nutrição durante a gestação


A nutrição exerce um papel
importante durante a gestação. Não
significa ter que comer por 2, mas sim
comer com qualidade, sem excessos,
seguindo orientações nutricionais,
fracionando o volume em 6 a 7 refeições,
consumindo todos os nutrientes
necessários para o bebê.
Durante a gestação, há uma
necessidade aumentada de todas as
vitaminas e minerais (ferros, cálcio, ácido
fólico, vitamina A, C, D complexo B,
magnésio, fósforo...). Quando a
alimentação é pobre nesses nutrientes,
pode resultar em bebês com baixo peso
ou prematuros, além de consumir todos os
nutrientes do organismo da mãe.
Durante a amamentação, os cuidados continuam em relação à
alimentação, hidratação, evitando alimentos fortes e condimentados. As
exigências nessa fase continuam focadas na qualidade de nutrientes.

126
Calorias
O aumento no aporte calórico
durante a gravidez vai depender,
além do peso pré-gestacional, da
atividade física da mulher e de seu
metabolismo basal. De um modo
geral, um acréscimo de 10% nas
calorias diárias, durante o 2º e o 3º
trimestres, é o suficiente. Então se a
mulher consumia 2000 cal/dia
deverá acrescentar à sua dieta 200
cal/dia.

Proteínas
As proteínas magras devem
estar presentes em todas as
refeições, pois são essenciais para
o desenvolvimento dos tecidos que
vão formar o bebê e também na
formação da placenta e do sangue
materno e fetal. Boas fontes de
proteína são: carnes magras, leite,
queijos, ovos, iogurte e feijão.

Cálcio
Participa do desenvolvimento dos dentes e ossos do bebê, ajuda a
regular os batimentos cardíacos e a contração muscular, atua na coagulação
sanguínea e auxilia na regulação
da pressão arterial. É importante
principalmente nos últimos
meses de gravidez quando a
formação dos ossos é finalizada.
Na mãe a carência pode levar à
gengivite e cãibras. Se a mãe
não estiver ingerindo cálcio
suficiente o feto vai utilizar as
reservas maternas para o seu
desenvolvimento e isto poderá
comprometer a saúde futura da mãe. Recomenda-se o consumo de
1200mg/dia para suprir as demandas do feto.
A absorção de cálcio pode ser prejudicada por alguns fatores, como a
presença de ferro, presente em carnes e ovos principalmente. Por isso procure
127
não consumir alimentos ricos em ferro junto com alimentos ricos em cálcio,
como por exemplo: carne bovina e leite desnatado.

Ferro
É um mineral
essencial na formação da
hemoglobina (responsável
por carregar oxigênio no
sangue). Sua deficiência
provoca anemia. A
demanda deste mineral na
gestação é muito grande,
sendo ainda maior no último trimestre quando o bebê começa a acumular para
utilizar nos seus primeiros meses de vida. Mesmo com uma alimentação
adequada é difícil obter toda quantidade de ferro requisitada neste período e
provavelmente seu médico recomendará uma suplementação deste mineral no
2º e 3º trimestres. São alimentos ricos em ferro: fígado, carnes, ovos, feijão e
hortaliças folhosas. Para melhorar a absorção do ferro consuma junto com
alimentos ricos em vitamina C (frutas cítricas, tomate, couve-flor, brócolis) e
evite fonte de cálcio na mesma refeição.

Ácido Fólico
Atua na divisão celular e na síntese protéica. A ingestão de ácido fólico
antes da concepção até a 10º semana de gestação ajuda a prevenir
malformações do sistema nervoso central do feto. Comece a suplementação
com a recomendação do seu médico e inclua na dieta alimentos ricos em ácido
fólico com vegetais verdes escuros, frutas cítricas, gérmen de trigo, ricota,
iogurte e pães integrais.

Outras Recomendações
• Limitar o consumo
diário de café em 200
a 300 ml
• Abster-se de bebidas
alcoólicas e do
tabagismo
• Carpaccios, sushis e
sashimis devem ser
evitados,
principalmente nos 3 primeiros meses de gravidez, pois a carne crua
pode transmitir doenças como a toxoplasmose
• Evite enlatados, condimentos e gorduras
128
• Evite o consumo de adoçantes ou produtos dietéticos durante a gravidez
e amamentação. No caso de diabéticas ou controle de peso opte pelo
aspartame. Não há estudos conclusivos sobre o risco de malformação
no feto pelo uso de sacarina e ciclamatos, especialmente até a 10º
semana de gestação
• Alimente-se a cada 3 horas para evitar tonturas e mal estar
• Alimentando-se de forma saudável e equilibrada você garante um bom
desenvolvimento para o seu bebê, uma gestação mais tranqüila e facilita
a recuperação da boa forma após o parto.

Aumento de peso e sua


relação com a saúde do bebê
e da mãe
▪ Peso aproximado dos
produtos da gestação
▪ Feto: 3,2 Kg
▪ Placenta: 0,5 Kg
▪ Líquido Amniótico: 1,0 Kg
▪ Útero: 1,0 Kg
▪ Aumento do volume sanguíneo: 1,0 Kg
▪ Aumento das mamas: 1,0 Kg
Portanto, aproximadamente 7 Kg resultam diretamente da gravidez. O
restante deve-se ao depósito de gordura materna.
A gestante deve seguir uma dieta equilibrada e variada, priorizando a
qualidade e não a quantidade. A idéia de que na gravidez deve-se comer por
dois é totalmente incorreta. Além disso, o excesso de peso nesta fase pode
levar à patologias como diabete gestacional e hipertensão arterial. O ganho de
peso aceitável varia de acordo com o peso pré-gestacional e o estágio da
gestação.
Peso pré-gestacional Ganho total no Ganho semanal no Ganho total na
(IMC*) 1o trimestre 2o e 3o trimestres gestação
Baixo Peso 2,3 Kg 0,5 Kg 12,5 – 18,0 Kg
(IMC < 19,8)
Peso Normal 1,6 Kg 0,4 Kg 11,5 – 16,0 Kg
(IMC entre 19,8 – 26)
Sobrepeso 0,9 Kg 0,3 Kg 7,0 – 11,5 Kg
(IMC entre 26 e 29)
Obesa —- 0,3 Kg 7,0 Kg
(IMC > 29)

129
NUTRIÇÃO INFANTIL

Em geral, crianças
começam a conhecer
novos alimentos ainda
bebês, inicialmente por
papinhas e frutas. Aos
poucos, são apresentados
novos tipos de comida,
conforme o
desenvolvimento dos
dentes e do paladar.
Apesar de muitos pais acrescentarem açúcar e sal nos alimentos de
seus filhos, o ideal é evitar o uso desses itens ao máximo, deixando a comida
com gosto o mais natural possível ou usando apenas ervas e especiarias como
tempero.
Para iniciar a introdução alimentar com sucesso, é preciso respeitar as
necessidades nutricionais e preferências de cada fase da vida da criança. O
gosto por alimentos saudáveis é algo aprendido, que pode levar um pouco de
tempo para se consolidar. Por isso, é importante deixar frutas, legumes e
lanches nutritivos acessíveis para as crianças.
Criar um ambiente tranquilo e estimular a criança a escolher seus
alimentos e a comer sozinha também é uma forma de fazer uma introdução
alimentar bem-sucedida. Essa atitude incentiva que o pequeno crie consciência
sobre o que come e ajuda a tirar a ansiedade que muitas crianças sentem
durante a hora da refeição.
Um bom
nutricionista pode ajudar os
pais no momento de
selecionar os melhores
alimentos e pensar nas
combinações para cada
refeição. Por isso, é
importante consultar esse
profissional para entender
melhor as necessidades das
crianças em cada etapa da
vida.

130
Nutrição infantil por idade

0 – 2 anos
Nessa fase, o bebê ainda
pode se alimentar
majoritariamente de leite materno
ou não. A partir dos 6 meses, em
geral, são introduzidos a água e
alguns sucos naturais na dieta.
Com 1 ano, o bebê já pode comer
papinhas, frutas amassadas e
mingaus. É também nessa fase
que pode-se começar a usar mais
temperos e sal nos alimentos.
Com 2 anos, o bebê já pode comer praticamente tudo, de acordo com o
crescimento dos dentes e a demanda de amamentação.

2 – 4 anos
Nessa idade, a criança já
começa a associar a refeição a
um ato de convívio social. Por
isso, é necessário ter cuidado
com as tensões e ansiedades
geradas em torno da hora de
comer. Deve-se
oferecer alimentos de todos os
grupos alimentares, de
preferência aqueles naturais e
frescos, mas sem forçar a
alimentação.
Entre 2 e 4 anos, as preferências da criança podem variar muito, ou
seja, em um dia ela pode aceitar um alimento e no outro rejeitá-lo.
Em geral, a proporção recomendada é de cerca de 50% de carboidratos, 15%
de proteínas e 20% a 30% de lipídeos.

131
A partir de 5 anos
Dessa idade em
diante, a criança já sabe
identificar quais alimentos
ela prefere e fazer suas
escolhas nas refeições. Se
a introdução alimentar foi
feita de forma bem-
sucedida, ela comerá
praticamente de tudo. Mas
se isso não ocorreu, os
pais não precisam ficar
alarmados. A qualquer momento, é possível criar bons hábitos alimentares.
Muitos pais ficam ansiosos durante a introdução alimentar, com medo de
seus filhos não comerem o suficiente ou não ingerirem as vitaminas
necessárias. Por isso, acabam forçando a criança a comer toda a porção e
criam uma tensão desnecessária na hora de servir legumes e verduras. Toda
essa situação faz com que a criança se interesse menos pelo que come e até
desenvolva ansiedade com comida.
Além disso, não
adianta pedir para os
pequenos comerem
alimentos saudáveis, mas
não dar o exemplo também.
Apesar de adultos e
crianças terem
necessidades nutricionais
diferentes, é possível criar
cardápios para pais e filhos
compartilharem. Dessa
forma, todos saem ganhando. Por isso, ter um nutricionista de confiança pode
ajudar muito durante a introdução alimentar das crianças.
Os índices de obesidade infantil vêm aumentando consideravelmente
com o passar dos anos, na medida em que os alimentos industrializados
passaram a ganhar maior espaço na alimentação diária das famílias. Uma
criança obesa terá mais probabilidades de desenvolver patologias como
hipertensão, diabetes tipo 2 e obesidade mórbida na idade adulta ou até
mesmo na adolescência, por isso é tão importante desenvolver bons hábitos
alimentares desde cedo.
O primeiro passo é transformar os hábitos alimentares da família,
eliminando alimentos industrializados, transgênicos e pobres em nutrientes.
Assim, o bebê desenvolverá hábitos saudáveis desde muito cedo.
132
Os pais têm um papel essencial na promoção da alimentação saudável.
Desde o início, a escolha de amamentar dá um forte estímulo nutricional aos
bebês e pode ajudá-los a regular melhor seu ganho alimentar. Os pais também
podem:
• Oferecer diariamente
alimentos sadios e
nutritivos, como frutas
e legumes;
• Ficarem atentos a
sinais de fome e de
saciedade de seus
filhos e servir porções
adaptadas à sua
idade, para evitar que
comam demasiado;
• Ensinar a seus filhos
a reconhecer seus sinais de saciedade e a comer lentamente;
• Fazer com que a hora das refeições seja agradável, sem estresse nem
distração;
• Oferecer acessórios adaptados para que seus filhos possam comer mais
facilmente (por exemplo, utensílios adaptados à sua idade, copos com
bico tipo canudo, cadeirões altos) e encorajar as refeições em família
sempre que possível;
• Evitar expor as crianças às telas (televisão, computador, etc.) antes da
idade de 2 anos, a partir desta idade, limitar o tempo passado diante de
uma tela a 1-2 horas por dia. Encorajar seus filhos a manter atividade
física.
• Finalmente, um dos melhores meios de encorajar seus filhos a se
alimentar de forma saudável consiste em dar o bom exemplo.

133
NUTRIÇÃO GERIÁTRICA

A terceira idade inicia-


se em torno dos 65 anos de
idade, mas muitos fatores
influenciam na velocidade e
intensidade do processo de
envelhecimento de cada um.
Dentre estes podemos citar a
alimentação, o meio
ambiente, estilo de vida, o
hábito de fumar, a
alimentação, a prática de atividade física, a depressão, o stress, etc.
A escolha de alimentos e os hábitos de alimentação dos idosos são
afetados não apenas pela preferência, mas também pelas transformações que
acompanham a experiência de envelhecer em nossa sociedade. Se as pessoas
vivem sós, com familiares ou em instituições, tudo isso afeta o que elas
comem.
Exemplos de mudanças físicas provocadas pelo envelhecimento que afetam a
nutrição:

Trato digestório
Os intestinos perdem
força muscular, o que resulta
em motilidade retardada
levando a constipação.
Inflamação do estômago,
crescimento bacteriano
anormal e grande redução do
débito de ácido prejudicam a
digestão e absorção. As dores
podem causar recusa de
alimentos ou ingestão
reduzida.

Composição corporal
Perda de peso e declínio da massa corporal magra levam a
necessidades diminuídas de calorias. Pode ser evitável ou reversível com a
prática de atividades físicas.

134
Órgãos sensitivos
A diminuição dos sentidos do olfato e paladar podem reduzir o apetite;
visão diminuída pode dificultar a compra e a preparação dos alimentos.

Hormônios
Por exemplo, o
pâncreas secreta
menos insulina, e as
células tornam-se
menos responsivas,
causando metabolismo
anormal de glicose. É
preciso cuidado para
desenvolver um caso
de diabetes.
O alimento é fundamental para a manutenção de todos os nossos
processos vitais. Ele nos fornece a energia necessária para a manutenção
destes processos. Uma dieta adequada é aquela que assegura a ingestão
equilibrada de todos os nutrientes, ou seja: as proteínas, as gorduras, as
vitaminas, os sais minerais, as fibras e também a água.
Todo alimento possui vários nutrientes e estes nutrientes exercem
diferentes funções no organismo. Portanto os alimentos são classificados em
grupos de acordo com a quantidade de nutrientes que possuem, e a função
que exercem
Então foi feita uma divisão em três tipos de alimentos que são
importantes para o nosso corpo. As funções dos alimentos são classificadas
em: energética, construtora e reguladora.

Função Energética
Uma das funções dos
alimentos é a de fornecer energia
que funciona como combustível
para exercermos as mais
diversas atividades (andar, falar,
respirar, para o coração bater,
etc.) Portanto os alimentos que
mais fornecem energia são os
que possuem quantidades
elevadas de carboidratos e
gorduras.
Alimentos Energéticos
Fontes de carboidratos:
135
arroz, milho, centeio, pão, macarrão, batata, aveia, cará, inhame, açúcares,
doces, mel, geléia, cevada trigo, aveia, etc.
Fontes de gorduras: creme de leite, amêndoas, amendoim, banha, bacon,
manteiga, margarina, etc. Estes alimentos devem ser consumidos
moderadamente, devido o seu consumo excessivo estar associado a
incidências de obesidade, dislipidemias e hipertensão arterial. É importante
ressaltar que a ingestão de alimentos ricos em gordura auxilia na absorção das
vitaminas lipossolúveis.

Função Construtora
É a de fornecer
“material” para construção
e manutenção das
diferentes partes do corpo e
a reparação dos tecidos
que são perdidos com
maior frequência, através
de descamações, suor,
cicatrizações, dentre
outros. Os alimentos que
exercem esta função são
fontes de proteínas. As proteínas é que são responsáveis pela formação dos
anticorpos (protege contra as doenças), e de todos os órgãos do nosso corpo.
Alimentos Construtores
Fontes de proteínas: ovos, feijão, ervilha, lentilha, soja, grão de bico,
leite iogurte, coalhada, carne, etc. O consumo de leite e derivados torna-se
ainda mais importante na terceira idade devido os ossos ficarem mais fracos e
são de difícil cicatrização.

Função Reguladora
Regular as funções do
organismo, ou seja, facilitar a digestão
e absorção dos nutrientes, fortalecer o
sistema imunológico, permitir o bom
funcionamento intestinal, proteger a
visão, pele e dentes. Os alimentos
reguladores são fontes de vitaminas,
minerais e fibras.
Alimentos Reguladores
Fontes de vitaminas, minerais e
fibras: pepino, berinjela, abobrinha,

136
chuchu, cenoura, limão, laranja, goiaba, manga, caju, morango, mexerica,
almeirão, acelga, brócolis, escarola, mostarda, salsa, couve e cereais integrais.

A Alimentação do Idoso
A qualidade de
vida de idosos muitas
vezes está relacionada à
saúde mental e física,
vida social, atividades
físicas, relações
familiares, estado
nutricional adequado,
dentre outros.
Uma modificação
que ocorre no organismo
de pessoas idosas é a
mudança da composição
corporal, ou seja, diminuição da massa magra e aumento da gordura corporal.
Conseqüentemente há uma redução da taxa metabólica basal e com isso a
diminuição das necessidades energéticas. Ocorre também um aumento da
demanda por vários nutrientes.
O consumo alimentar fica reduzido, como também a capacidade
de mastigação, por causa da diminuição do paladar, olfato e visão que são
muito comuns nesta faixa etária. Assim, o idoso passa a ter escolhas
alimentares inadequadas,
o que pode reduzir o valor
nutritivo da alimentação,
como também aumenta o
risco de desnutrição.
Para que idoso
tenha um bom estado
nutricional, e
conseqüentemente resista
a doenças debilitantes e
crônicas é necessário que
tenha um consumo
adequado e equilibrado de
proteínas, vitaminas e minerais. Importante que a refeição tenha aspecto
agradável, como textura, aroma e cor e sabor.
Para que idoso tenha um bom estado nutricional, e consequentemente
resista a doenças debilitantes e crônicas é necessário que tenha um consumo

137
adequado e equilibrado de proteínas, vitaminas e minerais. Importante que a
refeição tenha aspecto agradável, como textura, aroma e cor e sabor.
O cálcio é um dos mais importantes micronutrientes que estão
relacionados com a terceira idade. Nesta, há uma diminuição da absorção do
cálcio o que pode contribuir para aparecimento de doenças como
a osteoporose. A vitamina D também está relacionada com o metabolismo
ósseo, por isso deve haver um consumo adequado deste nutriente. Esta
também participa da absorção do cálcio.
Na terceira idade, a ingestão de água deve ser levada em consideração,
pois é nesta faixa etária que ocorre desidratação, sendo esta muito comum.
Esta também deve ser muito bem controlada como a dieta.
O idoso deve consumir maior quantidade de alimentos com fibras, pois
estes previnem a prisão de ventre; vitamina B12 participa da formação de
células vermelhas; Zinco ajuda a compensar a redução da imunidade.

Recomendações gerais para o paciente idoso


Os idosos
possuem menor consumo
de calorias, gorduras
totais, fibra, cálcio,
magnésio, zinco, cobre,
ácido fólico, B12,
vitaminas C, E e D. Deste
modo, os requerimentos
nutricionais e as
recomendações devem
ser realizadas com base
nestas prováveis
deficiências, onde:
✓ Consumir B12 em sua forma cristalina (alimentos fortificados ou
suplementos);
✓ Consumo extra de vitamina D;
✓ Consultar um provedor de Health Care sobre estratégias para perda de
peso, antes de iniciar programas de emagrecimento;
✓ Realizar atividades físicas regulares para reduzir o declínio funcional
associado ao envelhecimento;
✓ Procurar consumir não mais que 1500mg de sódio/dia e consumir
4700mg de potássio, sempre de alimentos;
✓ Não consumir leite e laticínios não pasteurizados;
✓ Consumir certas iguarias de carne ou salsicha fervidas ou cozidas no
vapor.

138
PRODUTOS NATURAIS E INDUSTRIALIZADOS

Os alimentos naturais
são aqueles retirados
diretamente da natureza.
Também chamado de alimentos
in natura, englobam as
verduras, as frutas, os legumes,
as carnes, os peixes e as aves.
Estes alimentos são os que
possuem um maior nível de
nutrientes.
Ainda dentro do grupo dos alimentos naturais estão os orgânicos, que
são produzidos sem a utilização de agrotóxico ou fertilizante químico – que
muitas vezes podem causar doenças. Além disso, os alimentos orgânicos são
feitos sempre com a preocupação de não prejudicar o meio ambiente.
Já os alimentos industrializados são os que sofrem algum tipo de
transformação nas indústrias, sendo que há vários níveis de processamento. O
leite, por exemplo, passa apenas pelo processo de pasteurização. Outros
alimentos, como o arroz, feijão e farinha de mandioca passam somente pelo
processo de trituração e de separação de resíduos, retirando a sujeira dos
alimentos para comercialização.
Os alimentos industrializados ganharam espaço na rotina das pessoas
pela sua praticidade.
Porém com o avanço da tecnologia e a rotina agitada das pessoas, cada
vez mais cresce a oferta e consumo de alimentos prontos. A variedade é
grande, biscoitos
recheados, salsicha,
enlatados, misturas de
bolo, refrigerantes e
temperos instantâneos.
Estes alimentos são
fabricados com adição de
substâncias à base de
conservantes, corantes,
estabilizantes e demais
substâncias que dão
aroma e sabor aos
alimentos, para torná-los mais duradouros.
Entretanto, por conterem essa alta adição de substâncias, os alimentos
industrializados são mais prejudiciais ao organismo e podem causar desde
alergias até problemas cardiovasculares. Além disso, na fase de
139
processamento dos alimentos passam nas indústrias, vários nutrientes são
perdidos.

Alimentos Naturais
Os alimentos
naturais são retirados de
partes das plantas ou de
animais. Esses alimentos
são as verduras, as frutas,
os legumes, as carnes, os
peixes e as aves; ou seja,
são retirados diretamente
da natureza. Esse tipo de
alimento é chamado de
alimentos in natura.
Muitos alimentos
que são retirados da natureza e, até chegarem à mesa da população, é preciso
que sejam pasteurizados (como o leite), ou que passem por processo de
trituração e de separação de resíduos, retirando a sujeira dos alimentos para
comercialização. Esses alimentos são minimamente processados! Temos
como exemplo o arroz, o feijão, as lentilhas, o cogumelo, a farinha de mandioca
e de milho, os sucos sem adição de açúcar, as frutas secas, entre outros
alimentos.
Com o avanço da
tecnologia, as indústrias estão
cada vez mais apostando em
alimentos processados, ou
seja, alimentos fabricados
com adição de substâncias à
base de conservantes,
corantes, estabilizantes e
demais substâncias que dão
aroma e sabor aos
alimentos, para torná-los mais duradouros. Chamamos-os de alimentos
processados ou produtos alimentícios. Exemplos são as conservas, as
compotas de frutas, alimentos defumados e produtos enlatados (como
sardinhas, atum, ervilhas e milho).
De forma geral, os demais produtos que consumimos são totalmente
industrializados com percentual pequeno de alimento e alta adição de
substâncias prejudiciais ao nosso organismo. Esses produtos são
ultraprocessados como é o caso de biscoitos, sorvetes, misturas de bolo,
refrigerantes, pizzas, temperos instantâneos entre outros.
140
Alimentos naturais, ou in natura, é tudo aquilo que vem da natureza. Não
confunda com orgânicos, que são alimentos naturais sem uso de pesticidas ou
agrotóxicos.
Os alimentos naturais (ou in-natura) são aqueles que não passam pelo
processamento da
indústria e, por isso, não
contêm nenhum tipo de
aditivo químico.
Estes são os
alimentos que deveriam
estar mais presentes na
alimentação, assim
como os minimamente
processados, que não
contêm substâncias
químicas, mas precisam passar por etapas industriais como limpeza, moagem,
pasteurização, etc.
Entram nesse grupo legumes (adoro uma sopinha de
legumes), verduras, frutas, grãos, leite, carnes, frango, peixes e ovos, arroz,
feijão, lentilha, frutas secas, castanhas e nozes (sem sal ou açúcar), farinhas,
massas frescas e cogumelos.

Alimentos industrializados
Nesta categoria,
entram os processados,
que passam por etapas
industriais e têm adição
de componentes
químicos (como
conservantes,
aromatizantes, corantes,
etc.), além de
sal, gordura e açúcar.
Estes ingredientes são
acrescentados com o intuito de tornar o produto mais saboroso e também mais
durável.
Alguns exemplos são queijos, pães, legumes em conserva, compostas,
atum ou sardinha em lata, entre outros.
Consideramos também alimentos industrializados todos os
produtos ultraprocessados,que são praticamente fórmulas da indústria, feitas
com vários ingredientes artificiais.

141
As diferenças entre Alimentos in natura, processados e ultraprocessados

O milho in natura, o
enlatado e o salgadinho são
exemplos de um mesmo
alimento em distintas fases de
processamento.
A história do
processamento de alimentos
tem início a partir da
necessidade (datada de muito
tempo atrás) que a
humanidade tinha de
conservar os alimentos pelo
maior tempo possível, de
modo a garantir a sobrevivência em períodos de escassez, como em invernos
ou secas rigorosas.
Os primeiros elementos utilizados para conservar alimentos foram o
calor do sol, o fogo e o gelo (em regiões em que as temperaturas eram mais
baixas). Porém, a data específica de quando o homem iniciou os processos de
conservação se perde na historia. Estudos arqueológicos em cavernas da
China supõem que o homem de Pequim, entre 250 mil e 500 mil anos atrás, já
utilizava o fogo para se aquecer e esquentar ou cozinhar carnes e vegetais
crus. Com o passar do tempo, novas técnicas foram sendo desenvolvidas para
conservar os alimentos, como a pasteurização, a liofilização, adição de
conservantes naturais (sal, açúcar, azeite, entre outros).
Atualmente, chegamos a um patamar em que as tecnologias utilizadas
pela indústria de alimentos
vão muito além da
conservação dos alimentos
- hoje temos alimentos
disponíveis que agregam
praticidade e satisfação,
mas não necessariamente
a função de suprir as
necessidades nutricionais
do homem.

Muitas vezes o processamento de um determinado alimento é


indispensável para a garantia de que não haverá intoxicação alimentar ao
consumi-lo. Um exemplo é o processamento do palmito, que precisa ser
conservado em salmoura acidificada (pH abaixo de 4,5), com adição de
142
conservantes e passar por tratamento térmico (esterilização, temperatura de
121ºC), para eliminar os esporos da bactéria Clostridium botulinum. A bactéria
é produtora de uma neurotoxina que, se não tratada rapidamente, pode ser
letal.
Com o advento da industrialização, o processamento de alimentos
cresceu rapidamente e houve uma grande transformação, graças à ciência dos
alimentos e a novas tecnologias. Diante dessas mudanças, surge a
necessidade de um exame rigoroso dos impactos que todas as formas de
processamento têm sobre os hábitos e padrões de alimentação, e sobre a
nutrição, a saúde e o bem estar.
Os alimentos foram divididos em quatro grupos e serão apresentados a
seguir.

143
Grupo 1 – Alimentos não processados (in natura) ou minimamente
processados
Os alimentos in
natura são obtidos
diretamente de plantas ou
animais e não sofrem
qualquer alteração após
deixarem a natureza.
Alimentos minimamente
processados correspondem a
alimentos in natura que foram
submetidos a processos de
limpeza, remoção de partes
não comestíveis ou
indesejáveis, fracionamento, moagem, secagem, fermentação, pasteurização,
refrigeração, congelamento e processos similares que não envolvam
agregação de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento
original.
O objetivo do processamento mínimo é tornar os alimentos mais
disponíveis e acessíveis, e muitas vezes mais seguros e mais palatáveis. Os
alimentos que fazem parte desse grupo são: carne fresca, leite, grãos, nozes,
legumes, frutas e hortaliças, raízes e tubérculos, chás, café, infusão de ervas,
águas de torneira e engarrafada.

Grupo 2 – Ingredientes culinários e industriais


O segundo grupo inclui
substâncias extraídas e purificadas
pela industria a partir de alimentos in
natura ou obtidos direto da natureza, a
fim de produzir ingredientes culinários
para a indústria de alimentos ou para o
consumidor final.
Os processos utilizados são:
pressão, moagem, refino,
hidrogenação e hidrólise, utilização de
enzimas e aditivos. Estes processos
são diferentes daqueles utilizados na
obtenção de alimentos minimamente
processados, porque mudam
radicalmente a natureza do alimento
original. Normalmente, os produtos alimentares do Grupo 2 não são
144
consumidos sozinhos, e têm maior densidade de energia e menor densidade
de nutrientes em comparação com os alimentos integrais a partir dos quais eles
foram extraídos. Eles são utilizados nas casas, em restaurantes, na preparação
de alimentos frescos ou minimamente processados para criar preparações
culinárias variadas e saborosas, incluindo caldos e sopas, saladas, tortas,
pães, bolos, doces e conservas, e também na indústria para a produção de
alimentos ultraprocessados.
O Grupo 2 é composto pelos seguintes alimentos: amidos e farinhas,
óleos e gorduras, sais, adoçantes, ingredientes industriais, tais como frutose,
xarope de milho, lactose e proteína de soja.

Grupo 3 - Alimentos processados


Alimentos
processados são fabricados
pela indústria com a adição
de sal, de açúcar ou de
outra substância de uso
culinário a alimentos in
natura para torná-los
duráveis e mais agradáveis
ao paladar. São produtos
derivados diretamente de
alimentos e são
reconhecidos como versões dos alimentos originais. São usualmente
consumidos como parte ou acompanhamento de preparações culinárias feitas
com base em alimentos minimamente processados. Alguns exemplos de
alimentos processados são: cenoura, pepino, ervilhas, palmito, cebola e couve-
flor preservados em salmoura ou em solução de sal e vinagre; extratos ou
concentrados de tomate (com sal e ou açúcar); frutas em calda e frutas
cristalizadas; carne seca e toucinho; sardinha e atum enlatados; queijos; e
pães feitos de farinha de trigo, leveduras, água e sal.

Grupo 4 – Alimentos
ultraprocessados
Alimentos ultraprocessados,
produtos que estão prontos para
consumo, necessitando de
aquecimento ou não, são
formulações industriais feitas
inteiramente ou majoritariamente
de substâncias extraídas de
alimentos (óleos, gorduras, açúcar,
145
amido, proteínas), derivados de constituintes de alimentos (gorduras
hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizados em laboratório com base em
matérias orgânicas como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes,
realçadores de sabor e vários tipos de aditivos usados para dotar os produtos
de propriedades sensoriais atraentes). Técnicas de manufatura incluem
extrusão, moldagem, e pré-processamento por fritura ou cozimento. O objetivo
do ultraprocessamento é tornar o alimento atraente, acessível, palatável,
apresentar longa vida de
prateleira e praticidade. O Grupo
4 pode ser subdividido em duas
categorias:
• Lanches e sobremesas:
Pães, barras de cereais, biscoito,
batatas fritas, bolos, doces,
sorvetes e refrigerantes.

• Produtos que necessitam


de pré-preparo
(aquecimento):
Pratos prontos (congelados),
massas,
linguiças, nuggets, sticks de
peixe, sopas desidratadas,
fórmulas infantis e alimentos
para bebês.

Impacto na cultura
Marcas, embalagens,
rótulos e conteúdo de
alimentos ultraprocessados
tendem a ser idênticos em
todo o mundo. As marcas mais
conhecidas são promovidas
por campanhas publicitárias
milionárias e muito agressivas,
incluindo o lançamento, todos
os anos, de centenas de
146
produtos que sugerem falso sentido de diversidade. Diante dessas campanhas,
culturas alimentares genuínas passam a ser vistas como desinteressantes,
especialmente pelos jovens. A consequência é a promoção do desejo de
consumir mais e mais para que as pessoas tenham a sensação de pertencer a
uma cultura moderna e superior.

Impacto na vida social


Alimentos
ultraprocessados são
formulados e embalados
para serem consumidos sem
necessidade de qualquer
preparação, a qualquer hora
e em qualquer lugar. O seu
uso torna a preparação de
alimentos, a mesa de
refeições e o
compartilhamento da comida
menos importantes. Seu
consumo ocorre com frequência sem hora fixa, muitas vezes quando a pessoa
vê televisão ou trabalha no computador, quando ela caminha na rua, dirige um
veículo ou fala no telefone, e em outras ocasiões de relativo isolamento. A
“interação social” usualmente mostrada na propaganda desses produtos
esconde o que realmente ocorre.

TABELAS DE NUTRIENTES

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), órgão responsável


pela regulação da Rotulagem de Alimentos Industrializados possui diversas
portarias que direcionam as indústrias alimentícias em relação às informações
que devem ser disponibilizadas ao consumidor nas embalagens. Como via de
regra, todos os rótulos
devem conter:
✓ Nome do produto;
✓ Lista de ingredientes
em ordem
decrescente de
quantidade, ou seja,
o ingrediente
presente em maior
quantidade deve vir
147
primeiro, e assim por diante;
✓ Conteúdo líquido (quantidade ou volume que o produto apresenta);
✓ Identificação da origem (país ou local de produção daquele produto);
✓ Identificação do lote;
✓ Prazo de validade o DIA e o MÊS para produtos com duração mínima
menor de 3 meses e,
✓ o MÊS e o ANO para produtos com duração superior a 3 meses,

Instruções para o uso, quando necessário.


Além destas informações citadas, segundo resolução publicada em 21
de março de 2001, os fabricantes de alimentos produzidos, comercializados e
embalados na ausência do cliente e prontos para serem oferecidos aos
consumidores devem disponibilizar também a Informação Nutricional.
Obrigatoriamente os rótulos devem conter: Valor calórico, Carboidratos,
Proteínas, Gorduras totais, Gorduras saturadas Colesterol, Fibra alimentar,
Cálcio, Ferro e Sódio.
Porção: g ou ml (medida caseira): Quantidade média que deve ser consumida
por pessoas sadias cada vez que o alimento é ingerido.
Medida caseira: Indica a medida normalmente utilizada pelo consumidor. Por
exemplo: fatia, unidade, pote, xícara, copo, colher de sopa.
%VD: O percentual de Valores Diários (%VD) indica quanto o produto tem de
energia e nutrientes em relação a uma dieta de 2000 Kcal.
Cada nutriente apresenta um valor diferente para se calcular o VD.

Valores diários de referência


• Valor energético:
2000Kcal
• Carboidratos: 300g
• Proteínas: 75g
• Gorduras totais: 55g
• Gorduras saturadas: 22g
• Fibra alimentar: 25g
• Sódio: 2400mg
• Gordura Trans: Não há valor diário de referência para a gordura trans

A %VD visa auxiliar o consumidor na escolha do produto mais saudável.


Pois uma grande crítica que se tem em relação à Informação Nutricional, é a
ausência de conhecimento e incapacidade do consumidor em julgar a
quantidade dos nutrientes presentes como boa ou ruim, já que julgar o teor de
gordura de um alimento como excessivo ou baixo requer um conhecimento
mínimo sobre nutrição.

148
Todavia, se o indivíduo possui em suas mãos dois produtos diferentes e
visa identificar qual possui o teor de gordura mais elevado, pode observar o
quanto uma porção de cada um corresponde da necessidade diária, e aquele
cuja % for maior, reflete o com maior teor do nutriente.
Mas é claro que a solução ainda não é esta, pois ainda assim a
qualidade da informação dependerá do tamanho da porção considerada por
cada fabricante, e se o consumidor realmente ingere a porção refletida no
rótulo; além disso sabe-se que a necessidade energética e nutricional difere
entre os indivíduos.
Outro grande problema
refere-se aos produtos cujo
foco principal de consumo
engloba o público infantil.
Sabe-se que as
recomendações nutricionais
das crianças difere-se das de
um adulto. Por este motivo,
após solicitações das próprias
empresas, profissionais e
instituições, a ANVISA
disponibilizou uma tabela de
referência para cálculo da %VD destinadas a faixas etárias menores.
A tabela nutricional contém informações que facilitam na hora de
escolher e avaliar a qualidade daquele produto. Ela é composta de: porção,
calorias, proteínas, carboidratos, gorduras totais, gordura saturada, gordura
trans, fibras, sódio, valores diários, cálcio e colesterol total.

Veja algumas dicas ao que se atentar nas tabelas nutricionais:

Gorduras: Alimentos com alto teor de


gordura não são considerados
saudáveis, por isso devemos ficar
atentos em relação a quantidade total.
Dietas ricas em gorduras estão
associadas a várias doenças, como
diversos tipos de cânceres e doenças
cardíacas. Além disso, a gordura trans
está associada ao aumento do
colesterol 'ruim'.

Sódio: O valor máximo de referência


para consumo por dia é de 2400 mg . Se o alimento ingerido possui uma
149
grande quantidade de sódio, significa também que este não é muito saudável,
pois o alto consumo está diretamente associado à hipertensão e às suas
diversas complicações.

Carboidratos: O consumo diário gira em torno de 375 gramas, no entanto,


cada pessoa tem uma necessidade individual. Logo, uma consulta a um
profissional nutricionista é o mais indicado para quem deseja acompanhar o
consumo e o controle alimentar, uma vez que o que pode ser adequado para
um, muitas vezes não é para outro.

Açúcares: Se você tem uma dieta com restrição de açúcar, nem sempre a
quantidade indicada aqui corresponde ao açúcar industrializado. Ele pode ser
também presente em ingredientes naturais. Por isso, vale prestar atenção
também à lista de ingredientes. A lógica serve também para quem tem algum
tipo de alergia alimentar.

A informação sobre vitaminas e sais minerais não é obrigatória.

Zero, diet e light

Restrição
alimentar é um assunto
sério e quem tem que
conviver com esse
problema sabe bem do
tamanho da dificuldade
que é desvendar rótulos.
O dever dos fabricantes,
estabelecido pela
Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), é sempre que adotar as expressões “zero”, “livre”
e “isento de” não conter parte alguma do nutriente específico. Já termos como
“baixo teor” e “pobre” literalmente representam quantidade inferior.
Apesar de comumente difundidos, a nutricionista comenta que os
termos diet e light são geralmente confundidos pelos consumidores. “Os
produtos diet possuem uma restrição absoluta de determinado nutriente, como
o açúcar por exemplo. Já os produtos light são aqueles que possuem uma
redução de pelo menos 25% de determinado nutriente especificado em sua
composição”, explica. Ou seja, se você for comprar algum produto para um
diabético, exceto quando a embalagem deixa claro “sem adição de açúcares”,
light nunca pode ser uma opção válida.

150
SUPLEMENTOS

Os suplementos
alimentares são
substâncias químicas
produzidas especialmente
para complementar a
alimentação. Eles podem
ser compostos de todas as
vitaminas e minerais e por
isso são conhecidos como
Multivitamínicos ou podem
conter apenas determinadas substâncias, como ocorre no caso da Creatina e
da Spirulina, que são indicados especialmente para
quem pratica algum tipo de atividade física.

Tipos de suplementos alimentares


É preciso estar atento ao tipo de suplemento
alimentar consumido, pois de acordo com a sua
categoria de ação, este pode provocar efeitos
contrários ao desejado.

Hipercalóricos
Indicado para pessoas que desejam ganhar
peso, pois possuem um elevado valor energético.

Protéicos
São ricos em proteínas e indicados para
o aumento da massa muscular, pois ajudam na
recuperação dos músculos após os
treinamentos.

Hormonais
Indicado para pessoas com deficit
hormonal.

Termogênicos
Aumentam o metabolismo e são indicados para quem deseja perder
peso e gordura corporal.

Polivitamínicos
São indicados para os indivíduos com algum tipo de carência vitamínica.
151
Antioxidantes
Ajudam a “limpar o organismo” dos
radicais livres produzidos durante os treinos, pois
são dotados com vitaminas e minerais
antioxidantes.
Naturais: não possuem substâncias sintéticas,
porém só devem ser consumidos por indicação
de médicos ou nutricionistas.

Para que servem os suplementos alimentares


Os suplementos alimentares servem para complementar a alimentação
saudável e não como forma de substituição e eles devem ser utilizados sob
indicados de um médico ou nutricionista. Existem suplementos alimentares que
contêm todos os nutrientes
diários necessários
(polivitamínico e minerais),
como o Centrum e o
Oneaday, e existem
aqueles suplementos que
contêm uma quantidade
muito maior de proteínas,
carboidratos ou outros
componentes.
Os tipos de suplementos
alimentares que existem são:
• Suplemento alimentar hipercalórico: para engordar
• Suplemento alimentar proteicos: para ganhar massa muscular
• Suplemento alimentar termogênico: para emagrecer
• Suplemento alimentar antioxidante: contra o envelhecimento
• Suplemento alimentar hormonal: regularizar os sistema hormonal

Como usar os suplementos alimentares


Para tomar os suplementos alimentares sem prejudicar à saúde é
importante só tomar o suplemento indicado pelo médico ou nutricionista
respeitando o tipo e a dose recomendada pelo profissional porque o excesso
de vitaminas ou outras substâncias também podem prejudicar o fígado e os
rins, causando intoxicação e até mesmo câncer.
Quando o suplemento é indicado por um profissional da saúde
devidamente certificado ele é seguro para ser usado por aquela pessoa a que
se destina e para garantir a sua eficácia é importante seguir as recomendações
médicas em relação à dose e ao tempo que deve ser ingerido.

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Suplementos alimentares para emagrecer
Os suplementos alimentares
para emagrecer são os
termogênicos, pois eles
aumentam o metabolismo basal
e contribuem para eliminação de
gordura. Alguns exemplos são:
Whey protein, CLA, Cafeína, L-
Carnitina, Ômega 3. Apesar de
serem eficazes no processo de
emagrecimento, estes
suplementos não excluem a
necessidade de seguir uma dieta
hipocalórica e realizar atividade física, sendo somente uma forma de alcançar
melhores resultados mais rapidamente.

Suplementos alimentares para ganhar massa muscular


Os suplementos alimentares
para ganho de massa muscular só
devem ser utilizados por quem
pratica atividade física
regularmente. Eles, quando são
devidamente utilizados, podem
ajudar a aumentar a massa
muscular, pois contêm os "tijolos"
que formam os músculos.
Alguns exemplos de suplementos alimentares para ganho de massa
muscular são: M-Drol, extreme, Mega Mass, Whey protein, Linolen e L-
carnitina.

Suplementos alimentares naturais

Os suplementos alimentares naturais são melhores que os sintéticos,


pois não prejudicam o corpo, mas apesar disso, eles também só devem ser
utilizados sob orientação do médico ou do nutricionista.
Alguns exemplos de suplementos alimentares naturais para emagrecer
são: Pimenta caiena, Açaí e African Mango, da marca internacional Biovea.

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CÁLCULO DE DIETAS EM NUTRIÇÃO CLÍNICA

Para realização
da dietoterapia há a
necessidade de um
amplo conhecimento
sobre os nutrientes, sua
proporção nos diferentes
alimentos e produtos
alimentícios, as
alterações sofridas
durante preparo e
elaboração das técnicas culinárias sobre a composição desses, para assim
valorizar as mudanças dietéticas pertinentes a cada paciente. As tabelas de
composição dos alimentos assumem um papel importantíssimo na terapêutica
dietética, pois apresentam informações sobre a composição nutricional dos
alimentos.
Apesar de instrumentos essenciais, sabe-se que não são totalmente
precisas, pois o valor nutritivo exato de um alimento é influenciado pelo solo
onde foi plantado, variedade, origem, época do ano, colheita, armazenamento,
transporte e manipulação do mesmo; sofrendo também modificações
dependendo do tipo de preparo. Além disso, é importante optar pelo uso de
tabelas adequadas à nossa realidade que apresentem análise de alimentos
comuns em nosso meio e aceitos na nossa cultura e de fácil acesso na região
onde nos encontramos.
Apesar dessas limitações as
tabelas de composição química dos
alimentos são instrumentos úteis para
o cálculo das dietas e o êxito
terapêutico obtido até hoje.
Na prática clínica demonstra
que as tabelas possuem exatidão
suficiente para atingir tais objetivos,
uma vez que são resultado de
numerosas pesquisas, bastando para
tal escolher a (as) tabela (as) que
melhor se adapte(m) às necessidades
de trabalho do nutricionista clínico.
O nutricionista não precisa ser “uma tabela de composição química dos
alimentos ambulante”, mas que deve ter um conhecimento geral que lhe
permita responder, sem dificuldades, às consultas que lhe sejam feitas acerca
dos aspectos qualitativos dos alimentos.
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Neste link poderá verificar uma Calculadora para montagem de dieta.
https://www.gorgonoid.com/calculadora-para-montagem-de-dieta/

Dicas para o calculo de uma dieta.


1) Adequação: A alimentação deve ser apropriada às diferentes fases e
condições de vida, às atividades, às circunstâncias fisiológicas e de doenças.

2) Qualidade: Deve conter


variedade de alimentos
que satisfaça todas as
necessidades do corpo.
Os alimentos devem ser
nutritivos e não apenas
conterem calorias vazias.

3) Quantidade: Deve ser


suficiente para atender o
organismo em todas as suas necessidades.

4) Harmonia: É o equilíbrio entre os nutrientes, em relação á quantidade e


qualidade.

5) Variedade: Fornecer uma ampla seleção de alimentos diariamente, pois os


alimentos são diferentes, apresentando diferentes nutrientes.
O cardápio é um relatório do cálculo, que precisa ser traduzido de
maneira prática para seu paciente. Ali você poderá enfatizar os alimentos que
deseja que ele consuma, especialmente no que se relaciona a micronutrientes
e fitoquímicos. Aproveite para entregar orientações nutricionais que
fortalecerão a ingestão de alimentos específicos e aumentarão as chances de
sucesso do seu trabalho.

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