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Resenha Critica

Douglas dos Santos Moreira

Oralidade e letramento

A oralidade e a escrita são fatos e métodos importantes para a sociedade e o cotidiano,


pois são princípios básicos de comunicação, ambos seguem o mesmo proposito, utilização e
manifestação.

Escrita e fala hábitos tão diferentes, mas ao mesmo tempo iguais cada um com sua
característica, modo de expressar diferentes, porem o proposito de ambos está bem explícito,
em si à comunicação podemos considerar com a atividade fim da fala e da escrita. No sentido
natural da vida aprendemos primeiro a fala para posteriormente a escrita com o decorrer de
estudos em casa e fora de casa, a fala também é aprimorada com o tempo, fato que é
importante citar, de que a fala e escrita é multifacial, pois existem varias línguas, dialetos,
modos de escritas diferentes ao redor do mundo.

Os usos desses hábitos em nosso cotidiano estão bem explícitos em vários


seguimentos, no nosso dia a dia, no nosso trabalho, em nossa família, difícil defini-los em um
modo geral, pois cada um em cada segmento tem uma definição diferente, mas com dito
anteriormente com um proposito de comunicação em si. Quando falamos na presença na
sociedade da fala e da escrita, lembra-se da questão de alfabetização como um inicio de
ensino, mas como dito anteriormente, a fala vem antes da escrita, visto nas instituições de
ensino, onde aprendesse a escrita, aperfeiçoar a fala também e posteriormente usar na
sociedade fora das instituições de ensino, mas sabendo que a fala e escrita na sociedade é
diversificada, onde pode se aprender e vê mais formas de escrita e fala. Ambos têm papeis
importantes na vida social, partindo do ponto que os seus usos movimentam a sociedade, a
evolução e a continuidade vêm através da fala e da escrita.

Dicotomia é a partição de um todo em duas partes, no caso do texto trata da


modalidade de uso da língua (fala versus escrita) e as suas diferenças. A perspectiva a rigor,
se formou por autores linguistas defensores de uma dicotomia mais polarizada e autores que
dizem perceber as relações entre fala e escrita dentro de um continuo, chamada dicotomias
estritas, que deram origem ao prescritivìsmo de uma única norma linguística tida como padrão
denominada norma culta. A norma culta deu origem às dicotomias que dividiu a língua falada
e a língua escrita em dois blocos. A perspectiva da dicotomia estrita deu origem á maioria das
gramáticas pedagógicas. As dicotomias estanques fizeram separação entre forma e conteúdo,
entre língua e uso. Postula para a fala uma menor complexidade e maior complexidade para a
escrita.

A visão da dicotomia estrita deixou claro que a fala é o lugar de erros e do caos
gramatical e a escrita como o lugar da norma e do bom uso da língua.

A segunda tendência aborda a fenomenologia da escrita e seus efeitos na forma de


organização e produção do conhecimento. Alguns autores antropólogos e psicólogos
chamaram a segunda tendência de visão culturalista, afirmando que esse tipo de visão e pouco
adequada para a observação dos fatos da língua. No entanto autores como ONG (1986) E
GOODY (1977) a escrita representa um avanço na capacidade cognitiva dos indivíduos, como
tal, uma evolução nos processos, nóeticos que medeiam entre fala e escrita.

Na teoria culturalista em que as relações textuais da fala e da escrita estão relacionados


com a cultura de uma determinada sociedade, dando ênfase para a escrita como meio de
transformação da capacidade cognitiva de um individuo.

A tendência culturalista foi criticada por Biber (1988), onde o mesmo afirma que foi a
escrita que permitiu tornar a língua um objeto de estudo sistemático, surgiu a
institucionalização rigorosa do ensino formal da língua como objeto básico de toda formação
individual para enfrentar as demandas das sociedades ditas letradas.

E uma terceira tendência que trata do papel da escrita e da fala sob o ponto de vista
dos processos educacionais ela não faz distinção entre e escrita e sim a observação de
variedades linguísticas distintas. Alguns autores cogitaram a ideia de um domínio do dialeto
padrão na atividade da escrita e não padrão no desempenho oral.

E uma quarta perspectiva que trata das relações entre fala e escrita dentro da
perspectiva dialógica, este modelo tem a vantagem de perceber com maior clareza a língua
como fenômeno interativo e dinâmico, voltado para as atividades dialógicas. Tem como
desvantagem o baixo potencial explicativo e descritivo dos fenômenos sintáticos e
fonológicos da língua. Essa perspectiva interacionista não tem as categorias linguísticas como
dadas a priori, mas como construídas interativamente e sensíveis aos fatos culturais,
preocupa-se com a análise dos gêneros textuais e seus usos em sociedade.

A rejeita a teoria sociointeracionista afirmando que o que conhecemos não é nem as


características da fala como tal nem as características da escrita, o que conhecemos são as
características de um sistema normativo da língua.

A língua seja na sua modalidade falada ou escrita, reflete em boa medida a


organização da sociedade. Duran (1997) frisou em sua obra antropológica linguística que a
língua é uma parte da cultura e a cultura e a se molda na língua. Disse ainda que cultura é um
dado que torna o ser humano especial no contexto dos seres vivos. A fala não é superior a
escrita e nem a escrita não é superior a fala.

Há praticas sociais medidas preferencialmente pela escrita e outras pela tradição oral,
como por exemplo, a área jurídica, na qual e usada a escrita e a oralidade. A escrita foi
tomada pela maioria dos estudiosos como estruturalmente elaborada, complexa, formal e
abstrata, a fala era tida como concreta, contextual e estruturalmente simples e é sem sombra
de dúvida que a escrita e complexa pelo fato de ter muitas regras gramaticais e a fala se torna
aparentemente mais simples, tendo também suas regras para uma fala formal.

A retextualização é um processo que envolve operações complexas que interferem


tanto no código como no sentido e evidenciam uma série de aspectos nem sempre
compreendidos da relação oralidade-escrita. Trata-se de um modelo para analisar o grau de
consciência dos usuários da língua a respeito das diferenças entre fala e escrita. Fala e escrita
são diferente, mas as diferenças não são polares e sim graduais e continuas. São duas
alternativas de atualização da língua nas atividades sociointeratias diárias. Esse modelo
concluiu que se deve distinguir entre o conhecimento e a capacidade cognitiva, quem domina
a escrita pode ter acesso a um maior número de conhecimento, pois a tendência de quanto
mais se ler, mais se aprende e passa a escrever melhor.

A transcrição é feita quando passamos um texto da sua realização sonora para a


escrita, impedindo que aja interferência na natureza do discurso produzido do ponto de vista
da linguagem e do conteúdo.

O autor Rey-Debove (1996) estabeleceu quatro níveis para entender a relação entre o
oral e o escrito.

1- Nível de substância da expressão.

2- Nível de forma de expressão.

3- Nível do conteúdo.

4- Nível de substância de conteúdo

Os dois primeiros níveis se tratam da transcrição ou passagem de um código para


outro. Na passagem da oralidade para a escrita realizada pela transcrição, dar-se-á uma
transcodificação em que passa da substância e forma de expressão escrita com todas as
consequências inerentes a esse processo. Não existe uma fórmula ideal para transcrição
“neutra” ou pura, pois toda transcrição já e uma primeira interpretação na perspectiva da
escrita.

A língua escrita mantém relações e diferenças que vão além do código, saindo da
superfície das formas para os processos. No propósito ou objetivo da retextualização, essa não
é diferente aos seus objetivos ou propósitos. Quanto a relação entre produtor do texto original
e transformador, um texto pode ser refeito pela mesma pessoa que produziu o original ou por
outro. Na relação tipológica a transformação de um gênero textual falado para o mesmo
gênero textual escrito produz modificações menos trágicas do que um gênero a outro. De
acordo com as quatro variáveis, pode se sustentar que as operações de retextualização na
passagem da fala para a escrita são atividades conscientes que seguem os mais variados tipos
de estratégias.

Taylor & Cameron (1987) denominam regras de editoração regras usadas pelos
gramáticos para idealizar os dados orais. Essas regras podem surgir como uma primeira
aproximação e um ponto de partida heurístico, sendo um processo de idealização dos dados
com o objetivo de torná-los gramaticais e analisáveis.

Enfim, a fala e a escrita são pontos importantes para a sociedade a evolução de cada
um com o passar dos tempos sempre irá virar um modo de questionamento. Fato a se observar
é que cada um dos dois tem suas características, uma sendo atrelada a outra, tão distintas e tão
iguais. Regras a serem seguidas para uma forma culta da linguagem, podemos dizer que a
escrita possui mais regras que a fala. Cada local tem seu modo de falar, mas geralmente o
modo de escrita é o mesmo para todos os locais.

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