Poder e Autoridade Fontes da Autoridade Autoridade Política - estruturadora da Ordem Social As bases comunicativas do Poder O Poder como relação triádica
Definição de Poder: “capacidade do homem em
determinar o comportamento de outro homem” (Bobbio, 1998, p. 943). Ou seja: a) O homem é sujeito e objeto do Poder. b) Poder não é uma coisa ou a posse de algo; é uma relação entre pessoas! c) Há sempre um ator que exerce o poder e outro ator que está sujeito ao poder. O Poder como relação triádica Esferas do Poder: a mesma pessoa ou o mesmo grupo pode ser submetido a vários tipos de Poder relacionados com diversos campos
Então,
Poder = relação triádica: um que exerce o poder, outro que está sujeito ao poder e uma esfera de poder
Tipologia Moderna das formas de poder (Bobbio,1998, p.955):
Poder Econômico – posse de bens / meios de produção de bens
Poder Ideológico – produção e difusão de idéias e valores Poder Político – posse dos instrumentos de força O Poder Político e Monopólio do uso legítimo da força
“... o poder político se baseia na posse dos
instrumentos mediante os quais se exerce a força física (as armas de toda a espécie e potência): é o poder coator no sentido mais estrito da palavra”. (Bobbio, 1998, p. 965) É o poder mais eficaz, o poder supremo sob o qual todos os outros estão subordinados. A classe dominante, em última instância, recorrerá a ele para manter a ordem (extrema ratio) O Poder Político e Monopólio do uso legítimo da força
Atenção: apesar da definição anterior, não podemos
caracterizar qualquer uso da força como poder político!
Necessário que ocorra (Bobbio, 1998, p. 966):
exclusividade do uso da força em relação à totalidade dos
grupos que atuam num determinado contexto social, monopolização da posse e uso dos meios com que se pode exercer a coação física. incriminação e punição de todos os atos de violência que não sejam executados por pessoas autorizadas pelos detentores e beneficiários de tal monopólio. O Poder Político e Monopólio do uso legítimo da força
Nas sociedades modernas este poder, então, se
localizaria, principalmente no Aparelho de Estado.
Assim, conforme Max Weber:
"Por Estado se há de entender uma empresa
institucional de caráter político onde o aparelho administrativo leva avante, em certa medida e com êxito, a pretensão do monopólio da legítima coerção física, com vistas ao cumprimento das leis" Poder e Ordem Social
É possível pensar em um fim (objetivo) para a
política?
Possui tantos fins quanto forem os objetivos do grupo
dominante
Ou seja – não se define pelos fins! (ver Weber)
Há, porém, ao menos um fim mínimo da Política:
Manutenção do ordem social (interna e externa) Poder e Autoridade
A transformação do poder em autoridade é a
melhor garantia da estabilidade e da eficácia política.
Autoridade = poder estabilizado em que a
disposição de obedecer de forma incondicionada se baseia na crença da legitimidade do poder. (Bobbio, 1998, p. 100) Fontes de Autoridade
Diferentes fontes de poder dão origem a relações de
autoridade distintas. Conforme Weber existem três tipos ideais de dominação legítima:
A autoridade tradicional e o poder estabelecido
“desde sempre”. A autoridade carismática e o poder dependente das qualidades do líder. A autoridade burocrático-legal e o princípio da lei. Autoridade pública e manutenção da ordem social
A política só tem êxito em estruturar um
ordenamento social na medida em que consiga constituir e preservar a autoridade pública.
Em uma sociedade moderna, a principal base
da autoridade pública está na legalidade As Bases Comunicativas do Poder
O que Weber caracteriza como sendo uma relação de poder,
Hannah Arendt define como sendo violência.
O poder na perspectiva da autora não se baseia numa idéia
teleológica da ação, e sim numa idéia de ação comunicativa.
O poder não é algo que se individualiza, ele pertence ao grupo
e só existe enquanto o grupo do qual ele emana se mantém unido.
Para a autora, as instituições democráticas só têm vida
enquanto o poder vivo do povo continuar a apoiá-las. As Bases Comunicativas do Poder
“Trata-se, penso eu, de uma triste reflexão sobre o
atual estado da ciência política o fato de que nossa terminologia não distinga entre palavras chave tais como “poder”, “força”, “autoridade”, e, finalmente, “violência”” (Arendt, 1985, p. 27)
“... nada mais são do que palavras a indicar os meios
pelos quais o homem governa o homem; são elas consideradas sinônimos por terem a mesma função”. (Arendt, 1985, p. 28) As Bases Comunicativas do Poder Tal engano viria da tradição de um certo campo discursivo: poder absoluto e dominação do homem sobre o homem – ou seja relação de autoridade / mando / obediência
de “um” ou “poucos” (monarquia / oligarquia); “melhores” ou “muitos”
(aristocracia / democracia)
Há porém outra tradição discursiva – outro vocabulário que
indica a lealdade – às leis, à pólis ou à res pública (contra a obediência cega a outros homens!)
Assim, é o apoio do povo que confere poder a todas
instituições políticas! As Bases Comunicativas do Poder
Governo nenhum, baseado exclusivamente na
violência existiu jamais O Poder é conseqüência da existência de comunidades políticas – não precisa de justificativas (futuro) mas de legitimidade (passado) A violência, então, seria justamente o último recurso contra indivíduos isolados que não se submetem ao consenso da maioria Por fim – poder e violência se opõem! Bibliografia