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Anotações 05

Discorra brevemente sobre a fundamentação da teoria dos três poderes em Montesquieu


e sua falsa separação.
Montesquieu tornou-se popularmente conhecido enquanto defensor da separação do
governo em três poderes (legislativo, executivo e judiciário). Entretanto, é um erro não raro que
seja atribuída a ele a ideia de separação absoluta dos poderes. Na realidade, o modelo proposto
por Montesquieu defende uma distinção do poder político em três esferas, e seu exercício por
corpos distintos, mas relacionados. O primeiro destes poderes, o legislativo, tem como função
a criação e manutenção das leis. O segundo, executivo, é responsável por executar resoluções
públicas, que toquem à realidade coletiva. Por fim, ao judiciário cabe julgar de acordo às leis
ditadas pelo legislativo. Para Maquiavel, estaria fadado à degeneração todo Estado onde os três
poderes fossem encontrados em um único corpo político. Daí parte sua inequívoca defesa à
separação dos poderes. Voltando sua teoria para a aplicação prática, o autor sugere a contínua
interferência de um corpo político sobre os demais poderes (especialmente entre legislativo e
executivo, dada a nulidade política do judiciário). Tal mecanismo permite que os poderes não
se tornem corpos isolados e conflitantes, mas se complementem em uma tríade mantenedora da
liberdade do povo.

Referências

MONTESQUIEU, C. D. S. B. D. Do espírito das leis. 2ª. ed. São Paulo: Martins Fontes,
2000.

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