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~1~

Chantal Fernando

Toxic Girl

Livro Único

Tradução por Anne Pimentel, Laura, Andréa,


Alice, Anna e Vanessa

Revisão por Anne Pimentel e Vanessa

Leitura Final por Anne Pimentel

www.forumdelivros.com.br

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Toxic Girl Copyright © 2014 Chantal Fernando

~2~
AVISO
A tradução em tela foi efetivada pelo Grupo de Traduções Pepper
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tem como meta a seleção, tradução e disponibilização apenas de livros
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~3~
SINOPSE
Todo mundo tem segredos.

Finalmente, eu tinha um novo começo.

Eu não conhecia ninguém.

Eu poderia ser qualquer uma, ou assim eu pensava.

Eu queria ser invisível, me misturar com o fundo.

Mas acabou que manter o meu segredo não era tão fácil como eu
pensava que seria.

Até que Grayson Mills entra.

Quando Grayson reparou em mim, assim todos fizeram.

Ele me queria. Muito.

E o que Grayson quer, ele geralmente tem.

~4~
Prólogo
Eu aperto meus olhos fechados por um segundo, reunindo
coragem.

Eu posso fazer isso. Eu sei que posso.

Por quê?

Porque é incrível o que você pode fazer quando você não tem
escolha.

Eu mantenho o meu olhar cabisbaixo, sem olhar ninguém nos


olhos.

Eu não sei se vou ser capaz de olhar alguém nos olhos


novamente.

Eu engulo em seco e empurro tudo para fora da minha mente.

Eu empurro para fora porque eu estou aqui, porque eu preciso


estar aqui.

Eu faço a minha mente ficar em branco.

Eu esqueço quem eu sou.

Em vez disso, eu me torno quem eu preciso ser.

Uma Garota Tóxica.

~5~
Capítulo Um
Aperto a correia da minha mochila, engatando-a mais acima no
meu ombro. Dizer que eu estava oprimida era um eufemismo. Há pouco
mais que eu podia fazer a não ser olhar com os olhos arregalados para a
unidade que eu havia sido transferida. Estou no meu segundo ano,
nova na cidade, e só conheço uma pessoa - minha companheira de
quarto, Anaya. Nós estamos compartilhando um apartamento de dois
quartos a cerca de cinco minutos a pé daqui. O lugar não é nada para
se gabar, mas é a nossa casa por enquanto.

Hoje é o nosso primeiro dia. As aulas de Anaya começaram


algumas horas antes da minha, então eu estou só para me defendendo,
mas eu continuo na esperança de ver um flash de seu cabelo vermelho
em torno do campus. Enquanto eu ando em direção a um prédio de três
andares, eu esperava que fosse o lugar que eu tinha que ir. Anaya tinha
dado um rápido passeio comigo alguns dias atrás, mas eu ainda estava
um pouco confusa. Eu olhei o meu horário de aula novamente, para
encontrar o número da sala. Estava animada e nervosa ao mesmo
tempo. Hoje começa um novo tempo para mim, um novo começo. Eu
não tenho nada a perder e tudo a ganhar.

Quando eu viro uma esquina na direção que eu achava que


estava destinada a ir, eu bato direto em alguém de peito duro. A mão
grande e quente aperta meu pulso, me impedindo de cair na minha
bunda.

— Desculpe, — eu murmuro, quando nossos olhos se mantem


conectados. Eu engulo, minha boca de repente fica seca quando eu olho
para ele, ele tem olhos castanhos escuros, duas covinhas - que ele está
atualmente mostrando e cabelo escuro desgrenhado. Ele está com um
pouco de barba por fazer, dando a ele uma aparência sexy, robusta.

— Você está bem? — ele pergunta quando eu puxo meu pulso


longe do seu toque. Ele me dá um olhar estranho, suas sobrancelhas
franzindo.

— Estou bem, — eu consigo dizer. Por alguma razão, eu não


posso olhar para longe dele. Encontro seus olhos escuros emoldurados
por longos, e grossos cílios negros. Ele é alto e musculoso. Santa
gostosura.

~6~
— Eu sou Grayson, — ele diz, olhando para mim. Sua expressão
aberta e curiosa, procurando.

Eu pisco uma vez, não respondo. Abro minha boca para dizer
alguma coisa, mas não sai nada.

Ele limpa a garganta. — E você é?

Eu mordi meu lábio. — Paris, — eu digo. Minha voz saindo um


pouco rouca. Ele tem um cheiro bom. Realmente, realmente muito,
muito bom.

— Paris, — ele diz para si mesmo, como se estivesse testando o


meu nome. Se todos os caras aqui parecessem com ele, vamos apenas
dizer que eu saí do inferno e em linha reta para o céu. — Combina com
você.

— Umm, obrigada, — eu digo, mudando em meus pés.

Ele sorri e dá um passo ainda mais perto, invadindo meu espaço


pessoal.

— Limites, — eu disse.

— O quê? — ele pergunta, com um sorriso brincando em sua


boca perfeita.

Eu dou um passo para trás. — Nada. Eu não tenho tempo para


isso. Preciso colocar a minha bunda dentro da aula. — murmuro algo
sobre a necessidade de ir, e depois viro a cabeça na direção de onde
eu achava que seria minha classe.

— Onde você está indo? — ele pergunta, pegando delicadamente


meu cotovelo.

— História antiga, — eu digo, virando meu corpo no meio do


caminho para encará-lo.

— História antiga é por aquele caminho, Paris, — ele diz com uma
risada. Eu me viro e o vejo apontando na direção oposta. Vermelha, me
viro e vou para onde ele estava apontando.

— Te vejo pôr aí, — ele diz, então se vira e começa a andar. Eu o


ignoro e inalo profundamente, levanto meus ombros, e caminho até
minha classe.

*****

~7~
Me sento no primeiro lugar vago que eu encontro no fundo da
sala, mantendo meus olhos para baixo e não olho para ninguém. Eu
não preciso de nenhuma atenção; eu tenho mais que suficiente, após o
horário escolar. Alguém está sentado à mesa ao meu lado, mas eu não
olho para cima ou até mesmo arrisco um olhar.

— Que bom que você guardou um lugar para mim, — veio uma
voz profundamente familiar. Seu perfume invade mais uma vez os meus
sentidos.

Grayson.

— Você é dessa classe? — pergunto, me apoiando no meu lugar.

— Sou. Eu teria acompanhado você até aqui, mas eu tive que


deixar uma coisa para o meu amigo Bryce. — Ele é...

Eu o interrompo. — Tudo bem. — eu não sei por que ele está se


explicando a mim.

— Eu só não queria que você pensasse que eu era um idiota por


não acompanhá-la a uma classe que você obviamente não sabia como
chegar — ele diz.

— Eu cheguei aqui muito bem, — eu digo.

— Isso você fez, — diz ele. Ele vira seu corpo em direção a mim. —
Que aula você tem depois dessa?

— Por quê? — eu pergunto, suspeitando do meu tom.

— Só por curiosidade, — ele diz, rindo, brincando. — Você foi


concebida em Paris?

Eu quase caio da minha cadeira. — Que tipo de pergunta é essa?


— eu pergunto a ele.

— Seus pais te chamaram disso por uma razão, — ele diz, dando
de ombros.

— Não, a minha mãe só gostava do nome, — eu digo, estreitando


os olhos para ele. Será que ele vai me fazer perguntas ao longo da aula
toda? Eu olho ao redor. Talvez eu pudesse trocar de cadeiras com
alguém.

Quando eu olho para ele, seus olhos ainda estão em mim. — Eu


ainda não tinha visto você por aqui.

~8~
— É essa a sua versão de uma cantada? — eu pergunto,
puxando meu caderno e abrindo. Tudo organizado em categorias de cor
codificadas. Do jeito que eu gosto.

Silêncio. — Apenas sendo amigável, Paris.

Ótimo, agora eu me sinto como merda. — Quer um chiclete? —


pergunto a ele, puxando um do meu bolso e oferecendo um pedaço para
quebrar o gelo.

— Claro, — ele diz, mostrando aquelas covinhas. Ele pega o


pedaço do chiclete, e minha mão formiga a partir do contato dos seus
dedos. Isso é perigoso. A atração está lá - eu posso sentir isso, e eu
acho que ele pode sentir isso também. Eu ofereço a ele um leve sorriso,
e em seguida, viro o rosto para frente.

O professor fala, me poupando de ter que ser social. Eu mantenho


minha cabeça para frente, com os olhos fixos no homem falando. Eu
retiro minha caneta roxa e começo a fazer notas, querendo estar no
topo das coisas desde o início.

Ele limpa a garganta. — Pode me emprestar uma caneta?

Eu coloco minha caneta para baixo e viro a cabeça para olhar


para ele. Seus olhos castanhos estão olhando para mim com
expectativa, o cabelo escuro ondulando atrás de suas orelhas. Eu me
forço a virar o meu olhar para longe de seu rosto, para parar de beber
cada centímetro dele.

— Você veio para o seu primeiro dia de aula sem caneta? —


pergunto, piscando lentamente.

Ele dá de ombros e me abre um sorriso de menino. Eu me


pergunto se ele sabia que pode usar seu sorriso como uma arma, ou se
de alguma forma ele é inconsciente de seu charme. Espero que seja o
último, mas o mais provável seria o primeiro. Eu abro minha caixa de
lápis, tentando encontrar uma caneta apropriada. Azul bebê com
brilhos, essa vai ter que servir. Eu entrego a ele, me certificando de que
nossas mãos não se toquem e esperando que ele se queixe da caneta
feminina. Em vez disso, ele me surpreende sorrindo e me
agradecendo. Eu franzo minhas sobrancelhas, me virando para frente
da sala. Quando eu sinto seu olhar em mim, eu o ignoro. Quando ele
fica olhando, eu decido dizer alguma coisa.

Me viro para ele e inclino minha cabeça. — Ok, o que foi? — eu


pergunto.

~9~
— O que foi? — ele pergunta, franzindo as sobrancelhas em
confusão.

— Por que você está me olhando? Eu tenho alguma coisa no meu


rosto? — pergunto, tentando manter meu tom casual. Eu empurro meu
cabelo loiro claro do meu rosto e arqueio uma sobrancelha.

Ele luta contra um sorriso. — Não, você não tem nada em seu
rosto.

— Então o que é?

— Então, nada. Você apenas é bonita, e eu gosto de olhar para


você, — ele diz, encolhendo os ombros como se fosse grande coisa.

— Oh, — eu respondi, aparentemente não tendo nada espirituoso


para dizer para ele. Seu lábio se contrai antes dele olhar para o seu
trabalho. Agora sou eu quem está olhando para ele. Ele sorri
conscientemente, mas mantém os olhos no papel na frente dele, e eu
me forço a desviar o olhar. Há algo sério com ele. Other Side of Lovede
de Sean Paul toca no meu telefone. Eu tremo, percebendo que eu
esqueci de colocá-lo em modo silencioso. Eu o puxo para fora do meu
sutiã e abaixo o volume. Eu olho em volta e vejo todo mundo olhando
para mim. Ótimo.

— Agradável esse lugar que você colocou seu telefone, — diz


Grayson, com os olhos brilhando em diversão. Eu reviro os olhos e
deslizo o meu telefone na minha bolsa, com cuidado para não fazer
contato visual com ninguém. Eu ouço o professor fazer uma pergunta, e
deslizo mais profundo em minha cadeira esperando que ele não me
pergunte. As chances eram pequenas, mas eu realmente não queria
falar em frente a este novo grupo de pessoas. Eu não fico surpresa
quando Grayson dá a resposta correta e o professor o elogia.

— Então... — ele diz, chamando minha atenção. Me viro para ele e


levanto uma sobrancelha. Ele é bonito. Aqueles olhos escuros e
covinhas combinando com um corpo atlético musculoso... Eu não
consigo ver muitas meninas dizendo não a tudo aquilo. Ele sorri, eu
sabia que ele me viu checando ele. — Droga.

— Então? — eu respondo, olhando para trás.

— Você está solteira? — ele pergunta. Direto, totalmente sem


jogos. Eu gosto disso.

— Você está? — eu pergunto.

~ 10 ~
Ele sorri. — Eu estou, e se eu não estivesse, estaria agora.

O que? — Eu deveria estar encantada?

— Sim, — ele diz, sorrindo um pouco tímido neste momento. —


Pelo menos, espero que sim.

Eu levanto meu ombro encolhido. — Acho que estou um pouco


encantada. Mas não encantada o suficiente.

Ele ri da minha resposta, balançando a cabeça para mim de uma


forma divertida. — Acho que joguei o meu esforço fora, então.

Luto por um sorriso em troca. — Você não tem ideia.

O resto da classe passou rapidamente, e logo eu fico de pé e


empurro meus livros de volta na minha bolsa. Grayson se move para
ficar na minha frente e me dá de volta a minha caneta.

— Guarde ela, — eu digo a ele, arqueando meu lábio. — Você não


pode estar indo para sua próxima aula sem uma caneta. — eu pego
minha bolsa e saio da classe sem olhar para trás.

*****

Eu dou uma mordida no meu sanduíche quando alguém se senta


ao meu lado. Eu sei quem é sem olhar, pelo aroma leve de sua colônia.

— Tenho certeza que perseguição é ilegal, — murmuro em meu


sanduíche, sem olhar para ele.

— Vi você sentada aqui sozinha e achei que você poderia querer


uma companhia.

— Você me pega escondida debaixo de uma árvore, gritando por


uma companhia? — eu pergunto, lutando contra um sorriso.

Finalmente eu viro a cabeça para olhar para ele. Ele está sentado
contra a árvore com uma perna esticada e a outra dobrada. Seu braço
está pendurado para fora da perna dobrada, com uma bebida na mão.

Ele me dá um sorriso torto, fazendo uma de suas covinhas


aparecerem. Eu franzo a testa para ele, perguntando por que ele
não está reagindo aos meus comentários. — Vi uma menina bonita
sentada sozinha, e eu não sou de perder uma oportunidade.

~ 11 ~
Eu pego minha garrafa de água e desenrosco a tampa. — Estou
vendo.

— Então você é uma estudante de história? — ele pergunta


quando eu não digo mais nada.

— Sim, — eu digo. — Eu amo história.

— Eu também, — ele diz, eu viro a cabeça a tempo de ver o seu


sorriso. — Qual é a sua próxima aula?

— Metodologia da História, — eu digo, tentando planejar minha


fuga. Eu olho a hora no meu celular — Uma hora até começar a aula.

— Merda, — ele diz, eu olho para cima para ver seu rosto cair
momentaneamente.

— O que é? — eu pergunto, bebericando minha água.

— Eu estava indo para essa classe. Eu deveria ir, — ele diz,


mordendo o lábio inferior.

Eu ri. — Eu acho que você e eu temos passado bastante tempo


juntos, hoje, não é?

— Nunca, — ele diz, acrescentando um sorriso insolente. — Além


disso, eu sei de fato que eu sou uma ótima companhia.

— Quem te disse isso? — pergunto com uma cara séria. — Sua


mãe? Porque ela não conta.

Grayson riu do meu comentário, balançando a cabeça para


mim. — Espertinha.

— Eu tento, — eu respondo, tomando um gole de água.

Ele inclina a cabeça para o lado. — Você não respondeu minha


pergunta.

— Qual foi a pergunta? — eu pergunto.

— Você está solteira?

— Por que você quer saber? — pergunto a ele, estreitando os


olhos.

— Eu quero saber se há alguma concorrência que eu deveria


estar ciente — ele responde, impassível.

Reviro os olhos. — Estou solteira.

~ 12 ~
— Como solteira? — ele pergunta, sorrindo.

— Muito simples. Mas eu também não estou procurando um


relacionamento, — digo a ele com sinceridade.

Ele me estuda. — Eu posso lidar com isso. Conexões casuais


também funcionam para mim.

Eu lanço a minha garrafa de água em sua cabeça, e ele começa a


rir. Idiota.

— Isso, — eu disse, apontando entre nós dois, — É o mais perto


que você está chegando de mim, meu amigo.

— Isso é um desafio? — ele pergunta, com um brilho brincalhão


em seus olhos escuros.

Homens e seus desafios. — Não, nenhum desafio, — rapidamente


eu recuo.

— Desafio aceito, — ele disse, e depois se inclina para frente e


esfrega o polegar sobre os nós dos meus dedos. Eu tremo com contato e
fico de boca aberta com o fato de que ele só me tocou depois do que eu
disse a ele.

— Limites pessoais — murmuro baixinho, puxando minha


mão. Ele está prestes a falar quando somos interrompidos.

— Ei, Grayson, — diz uma voz feminina. Eu olho para cima e vejo
duas meninas na nossa frente, sorrindo para Grayson, e olhando para
mim, talvez insinuando para uma introdução e me avaliando, ao mesmo
tempo. Isso é exatamente o que eu não queria. Eu prefiro manter o
anonimato. Seria mais fácil dessa maneira, porque eu não quero que as
pessoas me reconheçam ou sabem onde eu trabalhava. Parece que
Grayson está se tornando uma exceção.

Uma das meninas tem cabelo castanho escuro e está olhando


para Grayson. Ela está vestida com roupas de grife elegante, sem
mostrar muita pele. A loira, a que falou, é magra e alta, com olhos azuis
e sardas salpicadas em todo o nariz. Eu olho para Grayson com o canto
do meu olho quando ele olha para as duas intrusas, sua expressão
impassível.

Ele suspirou. — Paris, esta é a minha irmã, Leah, — ele diz,


apontando para a morena. — E essa é a amiga dela, Andrea.

~ 13 ~
— Olá, — diz Leah, me dando um sorriso genuíno. — Nós vamos
ver Dylan. Você vem? — ela pergunta.

Ele morde o lábio superior. — Sim, eu vou encontrar ela no carro


em dez minutos, — diz ele.

— Ok, prazer em conhecê-la, Paris, — diz Leah, agarrando o


braço de sua amiga e vai embora.

Ele olha diretamente para mim, quase como se ele estivesse


esperando que eu fizesse perguntas. Mas ele não me deve nenhuma
resposta. Acabamos de nos conhecer, então por que eu me importaria?

— Eu tenho que ir, mas eu te vejo por aí, — diz ele, se levantando
e escovando a grama fora de seu jeans. — Guarda um lugar para mim,
— acrescenta ele, piscando antes de seguir sua irmã. Ver ele por aí?
Meu plano para hoje era manter minha cabeça para baixo, estudar pra
caramba, e não chamar a atenção para mim. Eu suspiro, jogando o
resto do meu almoço fora, e pego minha bolsa.

Tenho certeza de que amanhã Grayson terá esquecido tudo sobre


mim.

~ 14 ~
Capítulo Dois
Eu sou daquelas pessoas que não conseguem obter boas notas
sem estudar. Eu gostaria de ser capaz de ficar tranquila e relaxar, até
meu exame, mas eu não sou tão sortuda, e nem muito esperta. Eu
fecho meu livro depois de duas horas de estudo. Li até coisas que nem
sequer nos foi passado hoje. Sendo o primeiro dia, foi principalmente
trabalho de introdução, que cobria o programa do curso. Eu decidi ler
sobre o trabalho da próxima semana, assim eu realmente saberia o que
estava acontecendo.

— Ei, Anaya, — eu digo quando ela entra, jogando a bolsa no


chão da cozinha.

— Estou morrendo de fome.

— Eu não a vi por aí hoje, — eu digo, inclinando a cabeça. Anaya


abre a porta da geladeira, e tudo que eu posso ver foi seu cabelo
vermelho saindo por cima da porta da geladeira.

Ela balança a porta com um empurrão de seu quadril, uma


garrafa de água na mão. — Eu só tive uma aula, lembra? Eu fui
trabalhar depois.

Merda. Havia me esquecido sobre disso.

— Como foi seu dia? — ela perguntou, me dando um olhar


curioso.

— Foi tudo bem, por quê? — eu pergunto.

— Não há nenhuma razão. Essa noite eu vou ficar com Paul. Vejo
você amanhã. Que horas você tem aula? — pergunta ela. Paul é o atual
namorado de Anaya. Eu tento esconder minha expressão feliz, porque
ela não vai estar em casa esta noite. De fato, durante a última semana,
ela esteve com Paul mais frequentemente do que aqui, e funcionava
muito bem para mim.

Perfeitamente, verdade.

— Só uma aula amanhã, as dez, — digo a ela.

Ela treme o lábio inferior e o aperta com os dentes. — Eu estarei


em casa em torno das cinco; você quer sair, ver filmes ou algo assim?

~ 15 ~
Hesito antes de concordar. — Claro, parece bom.

— Tudo bem, te vejo depois, — diz ela, pegando sua bolsa e


saindo do nosso apartamento. Eu faço um sanduíche e como isso para
o jantar, juntamente com uma maçã verde crocante.

Então eu me visto para o trabalho.

*****

Na manhã seguinte, estou atrasada para minha aula. Segurando


meu livro e caderno contra meu peito, eu ando mais rápido que posso, e
me sento, suspirando de alívio que a aula ainda não começou sem
mim. O palestrante parece estar tomando seu intevralo, passando por
alguns papeis em sua mesa.

— Espero que este lugar não esteja ocupado?

Eu viro a cabeça. — Nem por isso, — eu respondo, olhando


fixo. Parece que Grayson está na aula de Religião, Guerra, e a Unidade
de terror também.

Ele sorri, se sentando na cadeira e colocando o livro sobre a


mesa. — Como você está? — ele pergunta, se inclinando para trás na
cadeira e virando seu corpo em minha direção. Ele está vestindo uma
camisa de flanela azul e branca que parece incrível nele. Estende-se
sobre os ombros largos e braços tonificados.

— Tudo bem com você? — eu pergunto. Ele apenas parece tão


amigável e genuíno. Talvez ele não julgue se ele vier a conhecer o meu
verdadeiro eu? Ao menos isso. Existem algumas coisas que ninguém irá
julgar, não importa como eles podem parecer à primeira impressão. Ele
acena para algumas outras pessoas na classe.

— Grande noite ontem? — Grayson pergunta, e volta sua atenção


para mim.

Eu congelo. — Não, por quê?

Seus olhos caem para meus lábios. — Você tem um pouco... — ele
trilha, olhando.

Eu passo meus dedos em meus lábios, tirando uma grande


mancha de batom vermelho. — Ah, claro, — eu digo, limpando minha

~ 16 ~
boca com as costas da minha mão. Eu pensei que eu tinha tirado tudo
isso, mas acho que eu estava errada. Espero que meus olhos não
tenham qualquer preto em torno deles a partir do delineador e rímel
que eu usei na noite passada.

— Você não tem que fazer isso, — ele diz, franzindo a testa. — Eu
não quis dizer nada de mal com isso...

— E se eu apenas decidi usar batom vermelho para a escola


hoje? Sua pergunta teria sido rude, — eu indico.

Ele franze a testa. — Você está certa; teria. Mas eu achei que...

— Você sabe o que dizem sobre as pessoas que assumem.

Ele balança a cabeça. — Desculpa pelo o que eu disse. Foi rude,


mas eu estava curioso sobre você e —

Eu o interrompo. — Eu saí para jantar na noite passada.

Ele fica em silêncio por cerca de dez minutos antes de ele começar
a falar novamente. — Você mora com seus pais?

— Por quê? Você está pensando em entrar na minha casa? —


saiu da minha boca antes que eu pudesse parar. Eu olho para ele. Ele
está me olhando com um sorriso insolente em seu lindo rosto.

— Você está flertando comigo? — ele pergunta com uma cara


séria, piscando lentamente algumas vezes. Eu não posso ajudar, eu
começo a rir, chamando atenção de olhares malignos dos alunos
sentados em torno de nós.

— Não, eu não estou. E para responder a sua outra pergunta,


não, eu não moro com meus pais. — porque eu não tenho nenhum.

— Onde eles vivem? — pergunta ele, encostando a bochecha em


sua palma. Ele só tem que continuar a insistir, não é?

— Eles faleceram, — eu digo, olhando para longe dele e para


frente.

— Eu sinto muito em ouvir isso, — diz ele em voz baixa. Ele se


inclina para tocar meu ombro, um apoio silencioso. Eu limpo minha
garganta e forço um encolher de ombros.

— Isso aconteceu há muito tempo. Eu moro com a minha


companheira de quarto, — eu digo.

~ 17 ~
— Será que ela vai me deixar entrar? — ele brinca, tentando
aliviar o clima.

— Eu acho que sou eu quem você precisa conquistar Grayson, —


eu digo, piscando para ele. Ele ri um som profundo, e eu não posso tirar
meus olhos dele quando ele faz isso.

— Você está certa. Posso ter o seu número de telefone? —


pergunta ele.

— Não, — eu respondo, piscando com um sorriso e, em seguida,


me virando para frente da sala. Eu posso sentir seus olhos em mim,
mas eu pretendo ser alheia.

Não havia como negar que Grayson despertou algo em mim. Mas
não era a hora de me envolver com ninguém.

******

Paris!

Me viro quando ouço a voz de Grayson. Ele está andando em


minha direção, segurando um capacete em uma das mãos. Ele está
usando um jeans baixo pendurado que eu não cheguei a ver na
aula. Eu sei que, sob sua camisa de flanela, reside um corpo
perfeitamente musculoso; eu posso dizer isso a partir daqui. Após a
aula terminar, eu fui a primeira a sair sem olhar para trás. Eu não
achei que iria vê-lo novamente até amanhã.

— Onde está o seu carro? — pergunta ele, olhando ao redor.

— Eu andei até aqui, — digo a ele. — Eu não tenho um carro. Eu


estava cortando o parque do estacionamento.

— Posso te dar uma carona para casa? — ele pergunta, olhando


esperançoso. Seus olhos escuros não deixaram os meus.

Eu queria, eu faria. Mas eu não devia. — Obrigada, mas eu moro


perto. Além disso, gosto de andar.

Ele morde o lábio inferior. — Você sabe que eu só estou pedindo


isso para ter uma desculpa para passar mais tempo com você, certo?

~ 18 ~
Eu rio. — Eu sei. Mas tudo isso é um perigo desconhecido, — eu
brinco. Ou pelo menos tento fazer uma piada.

Seu rosto cai um pouco, eu quero mudar de ideia e dizer que sim,
mas eu não faço isso. Em vez disso, eu sorrio e digo: — Eu te vejo
amanhã.

— Você está ocupada o resto do dia? — ele pergunta, suas


sobrancelhas subindo. Ele muda o capacete. Agora ele está segurando-o
com a outra mão.

— Sim, eu tenho algumas coisas que eu preciso fazer. — como


lavar o cabelo.

— Você vai fazer isso difícil para mim, não é? — ele pergunta,
sorrindo então suas covinhas aparecem.

Desloco meus pés, e olho na direção do meu apartamento. — Eu


não estou tentando fazer nenhuma coisa difícil para qualquer um.

— Ei, — diz ele, dando um passo mais perto de mim e colocando


a palma da sua mão quente na minha bochecha. Ele vira gentilmente
minha cabeça para eu olhar para ele. — Você vai me deixar levá-la
algum dia? Em um encontro?

Meus olhos se arregalaram. — Um encontro?

Ele me dá um sorriso enorme em plena explosão e minha boca se


abre ligeiramente.

— Sim, um encontro, — diz ele, esfregando o polegar sobre meu


lábio inferior antes de sua mão cair.

— Você é muito... Para frente, — eu murmuro baixinho, me


sentindo um pouco estranha colocando dessa forma. Olho ao redor
antes de olhar de volta em seu rosto.

Ele lambe seus lábios, seus olhos brilhando com diversão. E


aqueles olhos. Já ouviu o ditado - sorrir com os olhos de antes, mas eu
realmente nunca vi alguém sorrir com os olhos até agora. A maneira
que ele estava olhando para mim... Eu mordo o interior da minha
bochecha.

— Quando eu quero algo, eu vou buscar isso, — diz ele,


esperando pacientemente para eu responder.

Claro que sim. — Olha Grayson — eu começo, mas ele


interrompe.

~ 19 ~
— Você não tem que responder agora, — diz ele, sorrindo para
mim. Ele se inclina para frente e diz em voz baixa: — Eu sou um
homem muito paciente.

Com isso, ele se vira e monta sua moto. Eu não fico observando
ele ir embora; em vez disso, eu viro e vou para casa, seus comentários
repetindo mais e mais na minha cabeça.

~ 20 ~
Capítulo Três
No dia seguinte, vou almoçar debaixo de uma árvore, quando
Grayson junta se a mim. — Será que isso vai ser o nosso local de
almoço para o resto do semestre? — pergunta ele casualmente, se
sentando e puxando para fora uma maçã vermelha.

— Vai ser o meu, — eu respondo, dando a ele um olhar


aguçado. Ele sorri, dando uma mordida em sua fruta.

— Me diga algo sobre você, — diz ele, virando o corpo de frente


para mim.

— Como o quê?

— Qualquer coisa, — ele responde, olhando para mim com olhos


bondosos. Eu suspiro, e cedo, quebrando a cabeça para dizer algo a ele,
e não chego a nada.

Ele ri. — Você realmente não gosta de falar de si mesma, não é?

Eu dou de ombros. — Eu realmente não tenho nada a dizer.

— Eu duvido muito, — ele diz. Um grupo de três rapazes


caminhando em nossa direção me faz soprar um suspiro. — O que há
de errado? — Grayson perguntou instantaneamente.

Eu balanço minha cabeça. — Nada.

Ele segue a minha linha de visão e acena com conhecimento. —


Não se preocupe com eles; eles são inofensivos.

— Ei, Grayson, quem é a gostosa? — pergunta o primeiro cara.

Grayson se vira para mim. — Paris, esses são Jake, Trent e


Daniel.

— Oi, — eu digo, não soando muito amigável. Eu não pretendia


ser rude, mas eu não quero que as pessoas me conheçam aqui. Quero
ser anônima. É mais seguro para mim dessa maneira, e isso com
certeza é mais seguro para a minha reputação. Eu não quero as
pessoas falando de mim. Claro, sou forte o suficiente para lidar com
isso, se acontecesse, mas não significa que eu quero que aconteça
isso. É por isso que eu deixei Melbourne, para começar de novo. Parece

~ 21 ~
que estar por perto de Grayson não está me ajudando a atingir meu
objetivo de ser invisível.

— Ela está tomada, — acrescenta Grayson, sem olhar para mim.

— Eu aposto, — o cara chamado Trent responde. Ele aperta os


olhos um pouco em mim, me olhando quando ele continua. — Você vai
vir com a gente? — pergunta ele a Grayson.

— Eu te vejo mais tarde. Eu e Paris precisamos conversar sobre


uma coisa, — ele responde. Cada um deles dando um aperto de mão em
Grayson e, em seguida, saem, um dando a ele um olhar curioso.

— O que nós temos que falar? — pergunto com curiosidade.

Grayson se inclina para trás contra a árvore e fecha os olhos. —


Você não tem que falar sobre qualquer coisa, se você não quiser.

— Então você está feliz em sentar aqui em silêncio? — eu


pergunto.

— Claro, e confortável, o silêncio soa bem para mim, — responde


ele, puxando o seu iPod e me oferecendo um dos fones de ouvido. Eu
sorrio e aceito de sua mão. Quando eu coloco no meu ouvido, eu aceno
com a cabeça em aprovação, quando ouço a voz de Ed Sheeran.

Grayson se vira para mim, com o rosto tão perto quase me


tocando. — Eu vou fazer um acordo, — ele diz em voz baixa.

— Um acordo? — eu pergunto, olhando em seus olhos.

— Você me diz qual é a sua canção preferida. Se está aqui, — ele


disse apontando para seu iPod, — Você tem que ir a um encontro
comigo.

Eu sorrio, porque não há nenhuma maneira no inferno que a


minha música favorita esteja lá. — E se eu ganhar?

— Então eu não vou te convidar novamente, — ele diz e meu rosto


cai um pouco. Ele já está desistindo de mim? Eu me amaldiçoo
mentalmente, porque esta era a melhor opção.

— Eu vou esperar que você me diga que você quer sair comigo, —
ele acrescenta, mordiscando o lábio inferior.

— Ok, está bem.

~ 22 ~
— Você não pode falar uma música aleatória, você tem que
prometer que é a sua música realmente favorita de todos os tempos, —
ele diz seus olhos escuros brilhando com humor.

— Você quer promessa do dedinho? — eu brinco segurando meu


dedo mindinho.

Ele inclina a cabeça e parece que ele está pensando. — Sim. Acho
que deveríamos. Eu sei que você não quer esse encontro, — ele diz, com
um olhar divertido.

Eu reviro os olhos e seguro o meu dedo mindinho, coberto com


esmalte roxo. Ele liga o seu dedo mindinho com o meu, e um aperto de
mão.

— Ok, fale, — ele diz, levantando uma sobrancelha em desafio.

Eu sorrio e digo a ele. — Jesse por Joshua Kadison.

Ele faz uma pausa, e então estoura em gargalhada. — Essa não é


a sua canção favorita.

Eu suspiro. — Sim, é! É um clássico.

Ele sorri, um sorriso presunçoso e confiante. — Parece que


estamos indo nesse encontro.

O quê? Sem chance nem no inferno ele escutaria isso. Ele rola
para baixo em seu iPod e toca a música. Bem, merda.

— Eu vou te buscar amanhã à noite, — diz ele, e eu visivelmente


estremeço.

— Eu tenho que trabalhar amanhã à noite. Que tal a próxima


noite? — eu pergunto, torcendo as mãos.

— Parece bom para mim, — diz ele. — Então, onde você trabalha?
— pergunta ele, depois de alguns momentos de silêncio. Por que eu fiz a
menção de trabalho? Às vezes, eu falo sem pensar.

— Oh, é apenas um bar, — eu digo, sacudindo minha mão. Como


se isso não fosse grande coisa.

— Que bar? Eu gosto de bares, — ele diz, enquanto ele entrelaça


lentamente minha mão na sua.

— Por que, você vai me perseguir? — eu provoco, tentando


desviar a questão. Olho para as nossas mãos entrelaçadas e me
pergunto como diabos isso aconteceu. Estou tentando parecer distante,

~ 23 ~
desinteressada, mas Grayson ainda parece ansioso para me
conhecer. Por quê? Isso me faz um pouco suspeita, porque eu não
consigo entender por que ele está tão interessado em mim. Havia tantas
meninas bonitas ao redor, e eu sei que não seria difícil ele obter
atenção.

— Não, — ele diz, — Eu penso que faço o suficiente dessa união.

— É verdade, — eu respondo, provocando.

Ele segura a mão no coração de forma dramática. — Você está


dizendo que você não gosta de minha companhia?

— Está tudo bem, — eu digo, encolhendo os ombros com


indiferença. Grayson me abre um sorriso torto e libera sua mão da
minha. Eu sinto uma pontada de decepção, até ele aproximar e levar
uma mecha do meu cabelo, puxando suavemente.

— Você tem o cabelo mais bonito, — ele resmunga. — É tão


loiro; é quase branco.

— Obrigada, — eu gaguejo. Ele sorri, e nós continuamos a ouvir


música em silêncio, nossos corpos se esbarrando. Eu me sinto tão
consciente do meu braço tocando o seu, de cada movimento. Eu fecho
meus olhos, me sentindo mais relaxada do que eu tinha estado há um
longo tempo.

— Não adormeça. Nós temos que voltar, — ele diz, puxando


suavemente para fora o fone do meu ouvido.

Abro os olhos e me sento em linha reta. — Eu poderia muito bem


ter dormido.

— Eu também, — ele acrescenta. Nós olhamos um para o outro


por alguns segundos intensos, antes dele se levantar e esticar a mão
para me ajudar a levantar. Eu ofereço a minha mão, e ele me puxa para
cima até que eu esteja de pé. — Me deixe te levar para a sua próxima
aula?

— Ok, — eu digo.

— E Paris?

— Sim? — eu pergunto baixinho.

— Posso ter o seu número de telefone? — pergunta ele, suas


covinhas aparecendo.

~ 24 ~
— Hummm, tudo bem.

Seu sorriso explode, e eu gosto muito.

Por que eu não consigo me controlar perto dele?

*****

Na noite seguinte, eu vou para o trabalho. Enquanto crescia,


nunca em meus sonhos mais loucos eu pensei que acabaria como
stripper para ganhar a vida, mas aqui estou eu. Meus pais morreram
em um acidente de carro quando eu tinha treze anos. A irmã mais nova
da minha mãe, Veronica, levou a mim, minha irmã e meu irmão, e eu
odiava viver sob seu teto. Ela nunca gostou de nós e, na época, eu não
tinha ideia do por que ela queria viver com gente. Eu achei que ela se
sentiu obrigada, porque teríamos que ir viver com ela ou seríamos
colocados em um orfanato. Percebi logo que era por causa do dinheiro
que meus pais nos deixaram. Como nossa guardiã, Veronica estava no
comando do nosso dinheiro. Eu não vi um centavo dele. Quando meu
irmão, Brody, completou dezoito anos, ele levou minha irmã London e
eu para morar com ele. Veronica não queria nos deixar ir, mas de
alguma forma, Brody fez um acordo com ela. Tenho certeza de que se
tratava de pagar a ela uma quantia de dinheiro a cada mês.

Brody nunca falou sobre isso comigo. Nos mudamos de volta para
a nossa casa de família, que tinha sido alugada durante todo esse
tempo. Brody pagou todas as contas, até London e eu tivéssemos idade
suficiente para trabalhar em empregos em tempo parcial para
ajudar. Tudo estava indo bem até que Brody conheceu Elizabeth. Eles
se casaram dentro de seis meses, e London e eu o saímos um mês
depois disso. Elizabeth deixou claro que não éramos bem-vindas. Não
sei se Brody sabia a extensão da sua malícia. Como alguém tão amável
como meu irmão acabar com uma bruxa como ela, eu nunca vou
entender. London e eu realmente nunca entendemos isso, mesmo
quando crianças, e sem Brody lá para nos manter juntas, nós seguimos
nossos caminhos separados.

Eu tinha me mudado para um pequeno apartamento de um


quarto minúsculo, comecei a universidade, e trabalhava em um
supermercado para fazer partes das despesas. O dinheiro era muito
apertado, e eu estava lutando. Eu conheci um cara na universidade, e
começamos a sair. Tudo estava indo bem, até que não foi mais. Mark

~ 25 ~
acabou por ser um total idiota. Eu queria terminar o meu diploma para
que eu pudesse conseguir um bom emprego, e eu precisava
desesperadamente de dinheiro extra. Toxic era um clube de strippitize
bem conhecido, com vários locais diferentes. Meninas toxics são
conhecidas por serem bonitas e talentosas. Eles não aceitavam
qualquer uma para trabalhar nos clubes, e isso só me relatou um fato,
não podia ser egoísta. Com o meu cabelo comprido branco loiro,
grandes olhos azuis, vamos apenas dizer que me acolheu de braços
abertos. Quando Brody descobriu onde eu trabalhava, ele me
cortou. Ele disse que nunca mais queria me ver novamente. Tenho
certeza de que Elizabeth o mandou fazer isso, mas de qualquer forma,
eu dei a ele o que ele pediu.

Desde então não falei com ele. Doeu e ainda dói até hoje, mas a
vida continua.

Depois de seis meses de trabalho e estudo, deixei Melbourne e me


mudei para Perth. Meu gerente da Toxic fez com que eu já tivesse um
emprego quando eu chegasse. Estado diferente, a mesma ocupação de
merda. Eu transferi a universidade, encontrei um apartamento, e aqui
estou eu. Eu posso ser uma stripper, por agora, mas eu sei que eu vou
chegar a algum lugar. Vou me formar, trabalhar duro, e ter orgulho de
conseguir algo por conta própria. Eu vou ser uma professora de
história. Alguém com um trabalho respeitável, fazendo algo que
ama. Eu quero tanto ser essa pessoa que quase dói. Eu vou ser essa
pessoa.

Eu olho para meu reflexo no espelho, e suspiro. Meu cabelo


comprido é provocante, como uma nuvem branca, meus olhos azuis
torneados de preto. Um batom vermelho, a cor do sangue, pintando
meus lábios. Meu vestido é apertado, laço preto e bem equipado, sobre
um sutiã vermelho e calcinha fio dental. A lingerie é muito
bonita. Saltos tão altos fazem um bem ao look, fazendo com que minhas
pernas pareçam ir por milhas. Eu não pareço nada com o que eu faço
durante o dia. Este traje é uma máscara. Uma máscara de
sacanagem. Eu limpo a minha mente, sabendo que não vale apena me
habitar brincar com ‗isso‘. Eu estou aqui porque este é o lugar onde as
decisões em minha vida me levaram, e embora eu posso não estar
exatamente orgulhosa do que eu faço, mas é um meio para um fim.

E eu não estarei aqui para sempre.

— Snow, você está sedutora, — outra dançarina, me chama.

~ 26 ~
— Ok, obrigada, — eu respondo, minha voz morta até mesmo
para os meus próprios ouvidos. Eu me levanto me esquecendo como me
tornar Snow. Eu bloqueio tudo e me concentro em apenas uma
coisa; no desempenho. Eu tomo algumas respirações profundas, e
depois mando para baixo uma dose tequila. Estremeço quando o líquido
desliza na minha garganta, mas eu preciso da coragem líquida. Eu
arrumo meu batom, e depois saio para o palco.

~ 27 ~
Capítulo Quatro

— I Wanna Fuck You de Snoop começa a tocar. Eu mantenho


minhas costas contra o pole, de costas para a plateia. Eu me concentro
na sensação do metal frio contra a minha pele. As luzes se
acendem; elas são fracas, mas o suficiente para que eu possa ser
facilmente vista. Alguns homens assobiam, e, em seguida, começam a
gritar quando eu giro meus quadris, lentamente me abaixando para
baixo no pole. Quando eu estou me agachando, eu me sento de frente
em meus joelhos, e depois giro, assim eu estou enfrentando todos. Os
gritos ficam mais altos, e eu tento sintonizá-los quando levanto minhas
mãos e agarro o pole, abrindo minhas coxas tão largas quanto elas
podem chegar. Então, em um forte movimento, eu me puxo para cima e
abrir as pernas para fora, então eu estou fazendo uma divisão. Me
abaixando para o chão, eu me sento ali por alguns segundos, antes de
eu me levantar até que eu estou de pé. Eu ando em torno do pole, para
os homens terem uma visão desobstruída da minha bunda. Eu levanto
o meu vestido de renda e o jogo no chão. Mais assobios. Me curvo e
agarro o pole, expondo minha bunda para fora, vestindo nada além de
minha calcinha e sutiã. Eu começo a tremer minha bunda, como se vê
em vídeos de música. Os homens parecem amar isso pelos olhares em
seus rostos quando me viro.

Bastardos com classe.

Eu fico de pé e me aproximo do pole, me puxando para cima e


envolvendo minhas pernas em volta. Quando eu estou firme, eu me
inclino para trás assim que eu estou pendurada de cabeça para
baixo. Sim, eu aprendi alguns truques ao longo do caminho. Meus seios
enormes ficam no meu rosto, quase me sufocando. Os homens gritam
coisas que eu tenho certeza que eles nunca diriam para qualquer outra
mulher, ou pelo menos eu espero que não. Eu me puxo na vertical e
giro em torno do pole, em seguida, deslizo para baixo e fico remexendo
um pouco. Eu desfaço a parte de trás do meu sutiã e deixo ele
cair. Esta é a parte que eu mais odeio, a parte em que eu tinha que ir
para aquele lugar na minha cabeça para atuar. O laço vermelho pousa
no chão, e os assobios e palmas ficam mais altos do que nunca. Eu
evito olhar e giro os quadris sensualmente, e em seguida, volto a
trabalhar o pole mais um pouco.

~ 28 ~
Eu só espero que a noite passe depressa.

*****

Eu deixo a água escorrer pelo meu rosto, esfrego todos os


vestígios de maquiagem. Eu lavo meu rosto três vezes, me certificando
de que saiu tudo, não querendo nenhuma pergunta curiosa de Grayson.

Grayson.

Seria uma mentira dizer que eu não estava animada para o nosso
encontro. Ok, eu tenho borboletas apenas de pensar em nosso
encontro. Eu desligo o chuveiro me enrolo na toalha macia branca. Eu
conferi duas vezes meu rosto no espelho, pegando um produto de
limpeza para remover o restante das manchas negras debaixo dos meus
olhos. Então eu seco meu corpo e cabelo e coloco o meu pijama. Deslizo
para baixo dos meus lençóis, eu suspiro de contentamento. Meus pés
doíam de usar aqueles saltos ridiculamente altos, e não muito antes de
eu cair em um sono profundo.

*****

Na manhã seguinte, acordo com um sorriso, que rapidamente se


transforma em uma carranca. Não havia nenhuma razão para ficar
ligada a Grayson. No minuto em que ele descobrisse o que eu fazia, ele
não ia querer ter nada comigo. Depois de um banho, eu coloco um par
de jeans desgastados, um top e uma regata preta, e as minhas botas
pretas. Eu escovo meu cabelo e o amarro em um rabo de cavalo. Sem
maquiagem como de costume, usando apenas um hidratante. Saio do
meu quarto e vou para cozinha, vi que Anaya permaneceu na casa do
seu namorado novo. Eu faço uma torrada, como uma na cozinha, e levo
a outra comigo, quando eu saio pela porta da frente. O meu telefone
vibra com uma mensagem quando eu estou quase chegando à
biblioteca. Eu retiro ele do meu sutiã, onde eu tinha guardado e verifico
a mensagem.

Vejo você à noite / P.s: me passe seu endereço para que eu


possa ir buscá-la.

~ 29 ~
P.s: Vista algo casual.

Grayson. Eu sorrio e termino minha torrada, antes de eu


responder com meu endereço.

Então, eu acho que eu estou realmente fazendo isso. Não há nada


para dizer que não pode ter um relacionamento casual com alguém,
certo? Grayson não teria que saber que eu trabalhava na Toxic duas a
três noites por semana. Eu odiava o pensamento de ser desonesta, mas
não havia outra maneira de lidar com isso. Sem chance no inferno de eu
dizer a ele que sou uma stripper. Que eu tiro a roupa e danço por
dinheiro para pagar a minhas contas. No minuto que ele descobrisse,
ele iria perder todo o respeito por mim e me olhar de outra forma e me
tratar diferente. Assim como meu irmão. O pensamento me coloca em
um estado de espírito deprimido, e eu entro na biblioteca me sentindo
como merda.

~ 30 ~
Capítulo Cinco
Preocupada, mordo meu lábio inferior, eu olho para a minha
roupa no espelho. Grayson disse casual, por isso opto por jeans
desbotado e um top azul de seda. Eu ouço uma batida na porta, então
rapidamente aliso meu cabelo mais uma vez antes de sair do meu
quarto. Anaya atende a porta, e eu posso ouvi-la dizer algo e depois
sorrir. Grayson entra segundos depois.

— Ei, — ele disse, sorrindo com os olhos. Ele me olha rápido e


sorri em aprovação, suas covinhas aparecem quando ele sorri um
‗linda‘.

Anaya olha para mim. — Você não me disse que ia sair com
Grayson, — disse ela, mexendo as sobrancelhas para mim. Ela olha
para Grayson. — Seja bonzinho com ela.

— Vocês se conhecem? — eu pergunto a ela.

Ela sorri. — Todo mundo conhece Grayson Mills.

Grayson a ignora e caminha em minha direção, me puxando para


o seu lado. — Claro que vou ser bom para ela. Está pronta para ir? —
pergunta ele. Concordo com a cabeça e digo adeus para Anaya. Nós
andamos para fora onde seu carro estava estacionado.

— Sem moto hoje? — pergunto, olhando o carro preto.

Ele destranca as portas do carro com um clique de um botão e,


em seguida, abre a porta do lado do passageiro para mim. — Eu pensei
que não era apropriado para o primeiro encontro.

Eu rio. — Isso não faz sentido.

Ele dá a volta e desliza para o banco do motorista. — Quando


estamos na moto, eu não posso falar com você.

— É verdade, mas no carro você não me tem envolvida em você,


meus seios pressionados contra suas costas, — eu deixo escapar.

Grayson olha para mim por um segundo, antes de rir. — De


repente percebi meu erro.

~ 31 ~
— Contanto que você perceba. — acrescento secamente, olhando
para frente quando ele puxa para fora e dirige para a estrada
principal. — Você vai me dizer para onde estamos indo? — pergunto,
brincando com a barra da minha blusa.

— Ainda não, mas você está perfeita. Linda como sempre, — ele
diz, piscando com um sorriso antes de olhar de volta para a estrada.

— Obrigada, — eu murmuro, corando levemente.

— Como foi seu dia? — ele me pergunta.

— Foi tudo bem. Só tive uma aula. Então eu estudei em casa, —


eu respondi. — E você?

— Eu trabalhei o dia todo. Não via a hora de chegar à noite, — diz


ele, olhando por cima para ver minha reação.

— Onde você trabalha? — eu pergunto.

Ele faz uma pausa por um segundo. — Em um hotel.

Estava curiosa. Mas eu não empurro. Porque se eu fizesse isso,


ele poderia fazer também. — Você gosta?

Ele acena com a cabeça uma vez. — É bom. Quando você se


mudou aqui de Melbourne?

— Uma semana antes das aulas começarem. — eu sacudo minha


cabeça para ele. — Como você sabia que eu morava em Melbourne?

— Você mencionou isso, — diz ele.

— Eu fiz isso? — eu não me lembrava de dizer isso a ele.

— Sim, Paris, — disse ele suavemente — Você fez.

— Certo ok. Antes das aulas começarem, — eu digo.

— Você gosta daqui?

Dou de ombros. — É bom. Silencioso. Eu realmente não conheço


ninguém, então eu guardo tudo para mim.

— Você me conhece e conhece Anaya, — diz ele. — Tenho certeza


que você pode fazer amigos, se você quisesse.

Se eu quisesse, mas eu não quero. — Claro, — eu respondo,


dando de ombros mais uma vez. Grayson puxa para a garagem de uma

~ 32 ~
enorme casa térrea. Quando ele estaciona o carro, eu abro minha boca
e, levanto o dedo no ar.

— Antes de dizer qualquer coisa, essa é minha casa. Eu pensei


que poderia fazer o jantar para você, — diz ele, saindo do carro antes
que eu pudesse responder. Ele abre a porta para mim, me observando
quando eu hesito. — Nós podemos ir para outro lugar, se você não
gostou, — diz ele, quando eu não me mexi.

Eu olho para a casa, uma casa que eu provavelmente teria que


retirar minha roupa o resto da minha vida para pagar, e saio do
carro. — Você mora aqui sozinho? — pergunto a ele, olhando para a
casa mais uma vez.

— Eu moro. Minha irmã vem e fica geralmente nos fins de


semana, mas é só isso, — diz ele fechando a porta do carro e pegando a
minha mão. Olho para nossas mãos, me perguntando quando tudo isso
aconteceu. Ele aperta minha mão suavemente, eu levanto minha cabeça
para olhar para o rosto dele.

— O que você está cozinhando? — pergunto curiosamente. Ele ri


e se inclina para beijar minha testa. Instantaneamente me levanto
quando seus lábios tocam minha pele. Ele percebe e se afasta,
limpando a garganta.

— Mais grelhar do que cozinhar, — diz ele, seus olhos escuros


não me deixando.

— Bife? — eu pergunto, me recuperando.

— Bife, salada e batatas.

— Parece bom, — eu digo e seus ombros instantaneamente


relaxam. Eu sorrio para ele, achando cativante que ele está tentando me
impressionar. Ele abre a porta da frente e a abre para eu entrar. Dou
um passo dentro e espero na escuridão até que ele liga as luzes e me
leva para a cozinha.

— É linda, — eu digo, olhando a bancada de mármore moderna e


armários brancos.

Ele olha em volta, como se só agora percebesse. — Sim, eu


acho. Aqui, tome um acento, — ele diz, me apontando para a mesa. Ele
abre a geladeira e começa a puxar os ingredientes, desajeitadamente
derrubando o sal. Eu mordo meus lábios, tentando não rir.

~ 33 ~
— Por que eu não faço a salada, e você lida com os bifes? — eu
ofereço. Grayson me dá um sorriso tímido e acena, parecendo
agradecido.

— Você já cozinhou antes, certo? — eu pergunto, incapaz de


conter a suspeita no meu tom.

Grayson cora; ele cora de fato. — Na verdade, essa é a minha


primeira vez, — ele admiti, se encolhendo. Quero rir tanto agora, mas
eu não quero ferir os sentimentos de um homem. Ele olha para mim,
vendo minha expressão. Seus lábios tremendo. — Você está achando
isso engraçado, é?

Deixo meu riso escapar. — Oh, vamos lá, é muito engraçado.

— Para você, talvez, — ele resmunga.

Eu rio sem controle. — Tudo bem, — eu digo, me levantando e


caminhando até a geladeira. — Eu vou lidar com a salada, enquanto
você lida com a carne.

Ele sorri da minha escolha de palavras e balança a cabeça para


mim, seu cabelo marrom escuro está em volta do seu rosto, e seus
olhos escuros dançam com diversão. Ele dá um passo mais perto de
mim, e um suspiro sai da minha boca enquanto ele me agarra pela
cintura. — Isso é bom? — ele pergunta baixinho. É bom? Eu não
deveria estar aqui, mas eu quero estar, mais do que eu quis qualquer
coisa há muito tempo.

— Sim, — eu respondo, acenando com a cabeça enquanto eu


digo.

— Bem, eu estou feliz que você veio, — diz ele em voz baixa.

Assim como eu. Estou realmente feliz por ter vindo esta
noite. Estava prestes a dizer isso a ele quando ele coloca seu dedo
indicador contra os meus lábios. Ele olha nos meus olhos, conectando
seus olhos escuros com luz, e se inclina para frente lentamente. Move o
dedo para longe, e o substitui com seus lábios suaves e cheios. Meus
olhos se fecham. O beijo é diferente de tudo que eu já tinha
experimentado. Seus lábios se movem contra os meus, exigindo, mas
ainda gentis. Seus dedos emaranharam nos meus cabelos, me puxando
mais para perto. Meus dedos encontraram suas costas musculosas,
cavando um pouco. Quando ele puxa para trás, eu fico confusa. E sem
equilíbrio. Eu engulo seco e limpo minha garganta. Eu ainda posso
sentir seu gosto em meus lábios, me deixando querendo mais. Grayson

~ 34 ~
inclina a cabeça, em silêncio, me estudando. Seus olhos quentes, eu
acho que vi um flash de perplexidade neles, mascarado quase que
instantaneamente. Ele me beija mais uma vez, desta vez na minha
testa. — Eu te prometi o jantar.

— Você fez, — eu respondo sem fôlego.

Ele sorri e suas covinhas em pleno vigor. — É melhor nós


começarmos, então.

Concordo com a cabeça, me sentindo desprovida quando ele se


afasta. — Está bem.

Os bifes acabaram um pouco queimados. Ok, talvez um


monte queimado.

Foi a melhor refeição que eu já tive.

~ 35 ~
Capítulo Seis
Justin se ajusta mais uma vez, claramente apreciando o show. Eu
odeio fazer as danças privadas de colo. Odeio isso. Eu prefiro estar no
palco. Uma dança de colo era muito mais pessoal, e ao contrário de
quando eu estava no palco, eu podia ver os olhos da pessoa em mim.

Justin é um regular aqui, ele vem pelo ao menos uma vez por
semana. Ele me paga por uma dança no colo toda cada vez. Eu viro as
costas para ele, uma desculpa para não olhar para ele, e sedutoramente
balanço meus quadris. Eu levanto o meu cabelo do meu pescoço, e em
seguida, puxo um pouco a corda do meu top. Eu estendo minhas mãos
nas costas para retirar a última corda segurando meu top no meu
corpo. Ele cai no chão, meus mamilos com um pico devido ao ar frio. Eu
estremeço interiormente e viro o rosto para Justin. Ele lambe os lábios,
o olhar preso em meus seios. Você acha que ele nunca viu um par deles
antes. Eu continuo a dançar, me movendo ao ritmo da música. É quase
mecânico, cada movimento feito tantas vezes antes, eu nem tenho que
pensar nisso. A canção termina, e meu tempo da dança privada acabou.

— Venha para casa comigo? — Justin pede, e não pela primeira


vez. Eu balanço minha cabeça, dando a ele um sorriso provocante para
suavizar o golpe da rejeição. Eu saio e aceno para o segurança,
deixando ele saber que está tudo bem.

— Ei, Snow, — Diamond diz, sorrindo para mim enquanto eu


ando para os vestiários. Diamond tem sempre um sorriso no rosto. Ela
é o oposto de mim. Ela não se sente envergonhada com o que ela faz, e
ela se diverte fazendo isso. Eu às vezes a invejo.

— Ei, como vai você? — eu pergunto a ela, me sentando ao lado


dela. Eu olho no espelho e removo suavemente meus cílios falsos.

— Eu fui uma boa menina, boas gorjetas hoje à noite, — diz ela,
sorrindo amplamente e puxando notas fora de seu top. — Você quer
sair? Desfrutar de uma noite na cidade? — ela pergunta, levantando
uma sobrancelha finamente arqueada.

Eu balanço minha cabeça. — Desculpe Diamond, que tal eu


deixar para a próxima? Eu tenho aula amanhã de manhã, — eu digo a
ela honestamente.

~ 36 ~
Ela faz uma pausa. — Você é uma boa menina, Paris, — ela diz,
usando meu nome real pela primeira vez. Ela me pisca mais um sorriso
antes de sair do vestiário.

Eu me troco e pego um táxi para casa.

*****

Abro a porta do meu apartamento, surpresa quando eu fico cara a


cara com Grayson. — Ei, — eu murmuro, perguntando o que ele estava
fazendo aqui. Aparecer inesperadamente poderia se tornar um
problema, mas isso não significava que eu não estivesse feliz em vê-
lo. Ao longo das últimas semanas, nós começamos a nos conhecer. Não
importa o quanto eu não quero me envolver com ninguém, no final, eu
me apaixonei por seu charme e seu comportamento fácil. Ele realmente
é um grande cara. Eu aprendi isso rapidamente. Cara perfeito, no
momento não tão perfeito.

— Ei, se importa se eu entrar? — diz ele. Eu estava ali com os


braços cruzados, olhando para ele, perdida em meus pensamentos.

— Desculpe, é claro, — eu digo, meu rosto queimando enquanto


eu abro a porta. — Aonde você vai vestido assim? — eu pergunto,
olhando ele em sua calça preta e camisa branca. Ele parecia
profissional e extremamente sexy.

— Vim aqui do trabalho, — diz ele, sorrindo para mim. — Nós


tivemos uma reunião. — ele pega minha mão e me puxa para seus
braços. — Eu senti sua falta hoje.

— Senti sua falta também, — eu digo em seu peito.

— Como foi o seu trabalho na noite passada? — pergunta ele,


esfregando as mãos pelas minhas costas.

Eu endureço um pouco a sua menção do meu trabalho. — Foi


tudo bem. Posso te arranjar algo para beber?

— Não, obrigado, — disse ele, bocejando. — Só queria entrar e te


ver.

— Você parece cansado, — eu digo, vendo o olhar cansado em


seus olhos.

~ 37 ~
— Sim, não dormi muito na noite passada.

— Então vamos lá, — eu digo.

Suas sobrancelhas enrugam, então eu o levo pela mão e o puxo


para o meu quarto e fecho a porta. Ele se sente em casa, no meu
quarto, parece que ele tinha estado lá um milhão de vezes. Ele tira os
sapatos e sobe na minha cama, levantando os lençóis de estampa de
leopardo roxo sobre ele. Ele parece estar bem na minha cama. Muito
bem.

— Você vai se juntar a mim? — pergunta ele, com os olhos


fechados.

Vou para o outro lado da cama e deslizo do lado dele. Assim que
minha cabeça bate no travesseiro, ele chega e me embala em seus
braços. — Eu poderia me acostumar com isso, — ele resmunga
sonolento. Eu também. Estava um pouco desconfortável no início,
deitada assim com ele, mas em breve eu ouvi sua respiração, e sabia
que ele estava dormindo. Por que ele veio aqui? Eu tinha que saber. Ele
estava obviamente cansado depois do trabalho. Será que ele não queria
ir direto para casa?

Uma hora depois, Grayson ainda está dormindo. Eu tinha


trabalhado em uma atribuição a algum tempo e estava quase
terminando quando ouvi Anaya chamar pelo meu nome. Um segundo
depois, ela explodiu em meu quarto. Vendo Grayson, ela abaixou a
voz. — Desculpe, — ela murmura, olhando sem nenhum arrependido.

— O que está acontecendo? — pergunto baixo, não querendo


acordar Grayson. Eu salvo o arquivo, fecho meu laptop, e o coloco sobre
a mesa lateral.

— Nós fomos convidadas para uma festa neste fim de semana, —


diz ela, sorrindo de orelha a orelha.

— Uma festa? — eu repito, a minha voz, mostrando minha falta


de entusiasmo.

— A festa, — ela corrige. Ela olha para Grayson. — Vocês dois


então oficiais.

— Eu aponto para a porta, com os olhos arregalados. Eu não


quero Grayson presente nessa conversa. Anaya ri e sai, fechando a
porta atrás dela. Aquela garota está sempre de bom humor.

~ 38 ~
— Então, nós estamos? — veio uma voz sonolenta
divertida. Bem, que merda.

— Ei, — eu digo.

— Sua cama é confortável, — diz ele, se sentando e olhando para


mim. Sua camisa está enrugada, os cabelos desgrenhados, mas ele
ainda parece sexy como sempre. Ele se inclina para mais perto e
empurra uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

— Eu vou te beijar, Paris, — ele diz, seus olhos escuros nunca


deixando os meus. Concordo com a cabeça, incapaz de dizer qualquer
coisa. Meus olhos já estavam em seus lábios, antecipando o que está
por vir. Ele leva um tempo, me dando um sorriso espalhado e lento,
antes de timidamente tocar seus lábios nos meus. Ele recua um pouco,
me estudando antes de me beijar de novo, desta vez, mais profundo. Ele
gentilmente segura a parte de trás da minha cabeça, me puxando para
mais perto para ele. Me empurrando de volta para o colchão, nossas
bocas ainda ligadas, ele fica em cima de mim. Ele geme enquanto se
afasta, colocando um beijo doce na minha testa.

— Você tem um gosto tão bom, — ele diz, os olhos sorrindo para
mim.

— Bom— eu digo, atordoada e sem fôlego.

— Então, nós estamos?

— Estamos o quê? — eu pergunto.

— Oficial, — diz ele, o lábio se contorcendo em diversão.

Oficial? Merda. Se eu estou em um relacionamento oficial, eu


teria que dizer a verdade ou deixar de ser uma estripper. Preciso do
dinheiro, então isso não era realmente uma opção agora. Eu preciso
dizer a ele que não. Sinto muito, mas eu não posso. Agora não é uma
boa hora. Em vez disso, eu puxo sua boca de volta para a minha.

Distração é fundamental.

~ 39 ~
Capítulo Sete
— Como é que você me convenceu a ir a essa festa? — pergunto a
Anaya pela terceira vez.

Ela revira os olhos para mim. — Não seja um desmancha


prazeres. Você precisa sair. Você não pode gastar todo o seu tempo
com apenas com Grayson.

Estremeço, sabendo que é verdade. Eu gastei todo o meu tempo


livre com Grayson ao longo dos últimos dias. Mas Anaya também
gastou todo o seu tempo com Paul, o sujo falando do mal lavado.

— Paul está vindo? — eu pergunto, alisando meu vestido.

— Sim, ele vai estar aqui com seus companheiros, — ela


responde. O táxi parou, pagamos e andamos, em direção a casa.

— De quem é esta casa? — eu pergunto, olhando a mansão. Sem


se preocupar em bater, Anaya abre a porta. Nós seguimos o som da
música, passando por algumas pessoas pelo caminho. Parecia que todo
mundo estava lá fora, onde havia uma piscina e um DJ. Anaya me
arrasta para dançar algumas músicas, antes dela ver Paul, em pé ao
redor com alguns amigos. Ela corre para os seus braços, enquanto eu
arrasto lentamente atrás dela. Paul levanta o queixo em saudação
quando ele me vê, e eu sorrio de volta para ele. Eu o vi duas vezes até
agora, e ele me pareceu ser bom. Ele me apresentou a seus amigos, e eu
sorri e disse olá educadamente. Meu telefone vibra, então eu o retiro do
meu sutiã para verificá-lo.

Seu namorado pode ficar com ciúmes de ver você falar com
todos esses caras.

Grayson. Ele está aqui? Eu olho em volta do quintal, até que o


vejo de pé, com sua irmã e outra garota. Uma que eu não vi antes.

— Quem é aquela? — pergunto para Anaya. Ela segue minha


linha de visão.

— Aquela é Dylan, essa é a casa dela, — diz ela. Dylan. O nome


soa familiar. Grayson diz algo para sua irmã, e então se aproxima de
mim. Ele está vestindo jeans, uma camisa preta e um sorriso com

~ 40 ~
covinhas. Ele me disse que me encontraria depois do trabalho, então
eu pensei que seria mais tarde.

— Você está aqui, — eu disse estupidamente, sorrindo para


ele. Ele envolve sua mão ao redor da parte de trás do meu pescoço e me
puxa para ele, seus lábios tocando brevemente os meus. O gesto foi
possessivo, me fazendo revirar os olhos, mas, secretamente, eu estou
emocionada.

— Saí do trabalho mais cedo, — ele disse. — Você está incrível.

— Obrigada, você também não está mal, — eu respondo,


passando os braços ao redor de seu quadril estreito. Grayson disse olá
para Anaya, Paul, e seus amigos. — Como você conhece tantas
pessoas? — oergunto a ele.

— Alguns deles estudaram comigo, alguns eu conheci na uni,


outros acabei de conhecer aqui na festa, — diz ele, beijando minha
testa. Eu realmente não estava acostumada com demonstrações
públicas de afeto, mas com ele, eu não poderia me importar menos
quem estava olhando.

— Senhor Social, — pronuncio sob minha respiração.

Grayson riu. — Um de nós precisa ser. Posso te arranjar uma


bebida?

— Não, eu estou bem, mas obrigada.

— E você, Anaya? — ele pergunta, ganhando uma carranca de


Paul, que ainda ia oferecer a ela uma.

Minha companheira de quarto suspira dramaticamente. — Não,


mas obrigada por perguntar, Grayson. — ela fecha a cara para Paul,
que em troca atira em Grayson um olhar que diz claramente ‗obrigado
por me fazer ficar mal‘. Grayson, parecendo divertido, ignora Paul e olha
para mim.

— Dança comigo? — pergunta ele.

— Eu adoraria, — eu respondo. Ele estende a mão, quando eu


levo nossos dedos se entrelaçando. Nós caminhamos para perto do DJ,
onde os outros estão dançando. Uma canção de Jason Derulo toca
quando começamos a nos mover com a música. Eu rebolo nele um
pouco, vendo a luxúria em seus olhos, mas depois suavizo. Se ele
soubesse os movimentos que eu poderia fazer, as muitas maneiras que
eu sou capaz de mover meu corpo sedutoramente.

~ 41 ~
— Porra, você é sexy, — ele sussurra em meu ouvido,
empurrando meu cabelo para trás e para o lado. Fico feliz por ele
pensar assim. A canção termina, e então eu noto Dylan ali de pé, os
braços cruzados, os olhos em mim. E ela não parece
feliz. Instantaneamente desconfiada, eu me lembro de perguntar a
Grayson qual era o problema com ela. Passamos o resto da noite
desfrutando da companhia um do outro. Quando chego em casa,
percebo alguma coisa. Eu precisava dizer a verdade a Grayson. Se
alguém dissesse a ele, eu poderia perdê-lo para sempre. Eu odiaria
perder o jeito que ele olhava para mim. A forma de seus olhos suaves e
gentil, como se eu fosse algo precioso para ele. Algo a ser protegido,
nutrido.

Espero que ele nunca pare de me olhar assim.

*****

Estou lendo um livro de história, quando de repente ele é puxado


suavemente para fora de minhas mãos. Eu olho para o rosto ilegível de
Grayson. — O que há de errado? — eu pergunto. Ele dormiu aqui na
noite passada depois da festa. Ele foi para casa de manhã, e depois
voltou à noite para jantar comigo.

Ele morde o lábio, me estudando. Seus olhos escuros estavam


encapuzados, e imediatamente eu senti um puxão na minha barriga. Eu
distraidamente levomeu dedo ao longo da minha clavícula, inclinando
minha cabeça enquanto eu olho para ele. Eu sabia o que ele
queria. Grayson e eu não fizemos nada mais do que nos beijarmos. Ele
estava no limite, mas eu sabia que se eu dissesse a ele que eu não
estava pronta, ele não ia me forçar. Aqui está ele, de pé diante de mim,
esperando para que eu fizesse o primeiro movimento, aguardando a
minha permissão para que ele soubesse que eu queria isso tanto
quanto ele queria. Para falar a verdade, eu tenho mantido distância
dele por causa do meu segredo. Por causa do que eu não contei a ele
sobre mim. Eu não podia me negar por mais tempo, no entanto. Eu me
levanto e fecho o espaço entre nós, colocando ambas as palmas das
mãos sobre seu peito quente.

— Tem certeza? — ele pergunta, lambendo os lábios.

Eu levanto sua camiseta, sentindo seu abdômen tenso com os


dedos. — Eu tenho certeza.

~ 42 ~
— Graças à porra, — ele resmunga, se inclinando e me beijando
profundamente. Eu gemo em sua boca enquanto ele saboreia a minha,
e me beija de um jeito que me excita, e eu quero mais. Eu preciso de
mais. Estou ofegante quando ele se afasta para retirar sua camiseta,
jogando-a no chão. Seu corpo está perfeitamente musculoso. Sua pele é
lisa e bronzeada em um peito impressionantemente esculpido. Eu achei
que um corpo como este não existia na vida real.

— Por que usar uma camisa em tudo? — pergunto sem fôlego. Eu


vou lamber cada centímetro desse corpo hoje à noite, isso certo.

Os lábios de Grayson se contorcem, seus olhos ainda em


mim. Ele tira fora seus sapatos, e em seguida, desfaz o botão no seu
jeans. Prendo a respiração enquanto ele puxa para baixo, e ele está de
pé diante de mim em toda a sua glória nua. Ele está à vontade.

— Respire Paris, — ele diz baixinha, eu tomo instantaneamente


em uma lufada de ar. Seus olhos vaguearam para os meus seios, que
estão esticados contra a minha camiseta branca de algodão. Eu a retiro
e em seguida meu short, me deixando apenas de sutiã preto e calcinha
combinando. Ele dá um passo para mim, me beijando nos lábios e, em
seguida, no local onde o ombro encontra o meu pescoço.

— Você é incrível, — ele diz em meu ouvido, me fazendo ofegar


enquanto ele me levanta. Eu envolvo minhas pernas em volta dele, os
meus seios em seu rosto quando ele me inclina para trás em cima da
cama. Puxando meu sutiã, ele toma meu mamilo em sua boca, sugando
suavemente. Minha cabeça se lança de volta para o travesseiro, meus
dedos puxando suavemente seu cabelo, querendo mais, querendo tudo
o que ele pode dar. Ele beija minha barriga e, em seguida, puxa para
baixo minha calcinha enquanto ele mordisca no meu osso ilíaco. Sem
aviso, sua boca estava sobre mim, lambendo, saboreando. Minhas
coxas tremem, a ponto de liberação. Quando ele chupa meu clitóris,
minhas costas arqueiam com o prazer intenso.

— Porra, — eu amaldiçoo, ofegante. Coloco meu pulso sobre meus


olhos, recuperando o fôlego. Me sinto fraca e feliz ao mesmo tempo. Me
sento e olho para Grayson, que está ajoelhado sobre a cama, me
observando. Um pequeno sorriso puxa seus lábios e seus olhos cheios
de satisfação. — Alguém parece presunçoso, — eu digo, sorrindo.

— Alguém não terminou com você... Ainda, — diz ele, subindo em


cima de mim. — Nem de perto.

Eu sorri. — Eu não esperaria nada menos.

~ 43 ~
Ele sorri para mim como um lobo.

— Camisinha? — eu pergunto.

Seus olhos se arregalaram, ele balança a cabeça, se inclinando


para puxar uma fora de sua carteira. Parece que alguém já estava
esperando.

— Eu tinha quase esquecido, — ele disse. — Eu nunca estive com


ninguém sem camisinha antes.

— Ok, — eu murmuro, engolindo nervosamente.

Ele abre o pacote desliza o preservativo no seu comprimento, e


depois me toca intimamente com seu dedo. Estou toda molhada.

— Hmmmm, — ele geme, se inclinando sobre mim e deslizando


para dentro, beijando minha boca ao mesmo tempo. Estremeço com a
dor enquanto ele me penetra, não tão ruim quanto eu esperei, mas
ainda o suficiente para machucar.

De repente, ele acalma. — Você é virgem? — ele sussurra,


parecendo confuso. Sua voz soa como ele se estivesse com dor física, e
seus olhos se arregalam quando ele puxa para trás, olhando para mim
com uma expressão que parecia como choque. Ele se afasta de mim.

Eu engulo, pegando os lençóis para esconder o meu corpo. — Isso


é um problema? — eu pergunto em voz baixa. Ele passa a mão pelo
cabelo, pega suas roupas e se veste em silêncio.

E então ele vai embora sem olhar para trás.

~ 44 ~
Capítulo Oito
Eu não sento no meu lugar habitual para o almoço debaixo da
árvore. Eu pulo minha próxima aula e vou para casa no almoço em vez
disso. Grayson me ligou e mandou mensagem sem parar desde o
‗incidente‘, como costumo chamar, mas eu não quero falar com ele. Já
se passaram dois dias. Eu não tenho ideia por que ele agiu assim, sair
sem dar uma palavra. Eu acho que realmente eu não o conhecia. Evitei
seu olhar suplicante na aula de hoje, e mesmo quando ele se sentou ao
meu lado, eu ignorei sua presença com o melhor que pude. Eu fui a
primeira a sair da classe, andando o mais rápido que minhas pernas
poderiam me levar. E é por isso que você não deve começar algo com
alguém que você tem que ver o tempo todo. Era estranho e,
sinceramente, doía olhar para ele.

Estava abrindo minha porta quando eu o ouvi chamar.

— Paris... — ele diz, parecendo inseguro e um pouco hesitante.

Eu não viro. — O quê?

— Podemos conversar? — pergunta ele. — Por favor?

— O que poderíamos, falar? Seu desgosto aparente para virgens?


— eu digo secamente. Eu coloco a minha chave de volta na minha bolsa
e abro a porta da frente. Eu a fecho atrás de mim, não me sentindo
culpada, no mínimo, mas ele coloca o pé do lado antes que a porta
possa se fechar. Eu suspiro e, finalmente, me viro para encará-lo. Ele
parece cansado; seu cabelo bagunçado, como se ele estivesse corrido os
dedos por ele muitas vezes.

— Sinto muito sobre o que aconteceu na outra noite, ele diz,


tomando um suspiro. — É só que... — ele para, e eu levanto minha
sobrancelha, esperando. Estou realmente interessada no que ele tem a
dizer, qualquer que seja o raciocínio que vier. Eu quero saber o que
estava acontecendo na cabeça dele. Parece que ele ia dizer alguma
coisa, mas, em seguida, ele balança a cabeça, como se para limpá-la. —
Eu não tinha ideia de que você era virgem.

— Então, você decidiu me abandonar e fugir?

— Eu não quis correr, — ele diz, olhando para o chão.

~ 45 ~
Eu zombei. — Havia um buraco do tamanho de Grayson na
parede.

— Paris, — ele sussurra, com a voz tensa.

— Não se preocupe com isso. Não é um problema de qualquer


maneira, — eu digo levianamente, olhando para as minhas unhas.

— O que você quer dizer com isso? — ele pergunta, franzindo as


sobrancelhas.

— Nós terminamos, — eu disse, encolhendo os ombros.

Ele abre a boca, e, em seguida, fecha. Um músculo marca sua


mandíbula. — Eu sinto muito, Paris.

— Eu também, — eu imediatamente respondo. Eu o vejo vacilar


com minhas palavras, mas não tem nenhuma satisfação delas. Eu
quero me esconder dele de tão envergonhada com o que aconteceu entre
nós.

— Você não quer dizer isso, — ele diz, caminhando até mim. Eu
endureço quando ele se inclina para me beijar na testa. Meus olhos
fecham enquanto seus lábios tocam na minha pele. — Eu estraguei
tudo. Fiquei surpreso, isso é tudo. Eu queria que você tivesse me dito.

— Eu queria que você fosse meu primeiro, e então você... — eu


paro, incapaz de continuar. — O que eu quero dizer é, você estragou
tudo. Te dar a minha virgindade não era importante para mim. Eu
estava mais do que pronta para ter relações sexuais com alguém. Mas o
que aconteceu naquela noite, eu não esperava que fosse assim. Eu
nunca pensei que eu fosse me arrepender de escolher você Grayson,
para compartilhar isso.

— Me perdoe, — diz ele, levando meu queixo entre os dedos e


empurrando-o para cima, então eu tenho que olhá-lo nos olhos. Ele
parece sincero e arrependido. Eu ainda não entendi por que ele fez
isso. Eu sabia que ele estava escondendo alguma coisa. Mas eu estava
escondendo alguma coisa também, então quem sou eu para julgar? Ele
me magoou. Entretanto, isso não significava que eu não o queria
mais. Seria muito mais fácil se eu não fizesse.

— Me deixe fazer as pazes com você, por favor, — ele diz, com os
olhos suplicantes. — Você não entende.

Eu sopro um suspiro, a cena daquela noite repetindo na minha


cabeça.

~ 46 ~
— Ei, — ele disse, segurando meu rosto em suas mãos. — Vai ser
incrível entre nós.

— Você parece muito confiante, — eu respondo, tentando ficar


sem emoção.

Ele suspirou. — Baby, quando se trata de você, eu sou tudo,


menos confiante. Você me deixa louco.

— Confie em mim, o sentimento é mútuo, — eu murmuro,


deixando ele saber com o meu tom de voz que não era uma coisa boa.

— Eu sinto muito, — ele diz em voz baixa, os olhos mostrando


seu arrependimento genuíno.

— Vejo você na sala de aula, — eu respondo, meus ombros


relaxando. Ele move suavemente sua mão na minha nuca, apertando
suavemente.

— Eu te vejo depois, — ele diz. Mais um beijo, desta vez em meus


lábios, e então ele se foi.

O que diabos eu estou fazendo?

*****

Quando alguém se senta ao meu lado, me viro com um sorriso no


meu rosto. Quando eu vejo que não é Grayson, o sorriso cai.

— Umm, esse lugar está ocupado, — eu digo, me deslocando em


meu lugar.

O cara olha em volta e sorri. — Eu não vejo o nome de ninguém


sobre ele.

Eu fico olhando para ele e o reconheço como um dos amigos de


Grayson. Eu procuro a minha mente para o seu nome, mas nada.

— Jake, — diz ele, lutando contra um sorriso. — Uau, se isso não


é um golpe para o meu ego...

— Eu sou horrível em lembrar nomes, — eu digo, dando de


ombros timidamente. — Além disso, eu me encontrei com alguns
amigos de Grayson, é meio difícil de lembrar.

~ 47 ~
— Eu aposto, — ele diz, parecendo se divertir. Jake era bonito de
uma maneira formal. Não realmente o meu tipo, mas eu ainda podia
apreciar seus olhos azuis e sorriso encantador. — Gray não vem hoje,
— ele acrescenta.

Eu tento disfarçar a minha decepção. — Tudo bem, — eu digo,


não tendo a ideia do que responder.

— Ele teve que ir a Melbourne em uma viagem de negócios com o


pai dele, — Jake acrescenta. Eu me pergunto por que Grayson não me
disse isso ele mesmo. Foi ontem que ele veio pedir desculpas, e eu não o
vi desde então.

Algumas desculpas.

— Então por que você está aqui de novo? — eu pergunto, não


sabendo qual era o seu jogo.

Jake riu de mim. — Você não mede palavras, não é?

Eu levanto o meu ombro em um encolher de ombros, mas não


digo nada.

— Eu pensei que desde que Gray não iria estar aqui, eu te faria
companhia, — ele diz, sacudindo a caneta entre os dedos. Eu forço um
sorriso e, em seguida, me concentro no livro na minha frente.

— Você não fala muito, não é? — ele pergunta quando o professor


termina de falar. — A maioria das meninas estaria falando na minha
orelha agora.

Reviro os olhos. — Não tenho nada a dizer. — para ele, de


qualquer maneira.

Ele ri. — O que você vai fazer depois da aula?

— Vou para casa, — eu respondo, colocando meus livros em uma


pilha na minha mesa.

— Quer comer alguma coisa? — pergunta ele.

— Não, obrigada.

Ele estremece. — Que corte.

Eu suspiro, me sentindo um pouco culpada. — Eu sinto


muito; eu realmente tenho que ir para casa estudar. Mas obrigada pelo
convite.

~ 48 ~
Ele balança a cabeça, parecendo divertido. — Essa foi uma
rejeição educada. — será que o homem não ia parar? Eu não ficaria por
aqui para descobrir.

Volto a pé para casa, minha mente vagueando para


Grayson. Depois de pedir desculpas, ele me deixa? Eu retiro o meu
telefone e verifico para ver se tem alguma chamada não atendida ou
mensagens dele.

Nada.

Eu pensei que Grayson era perfeito. Pelo menos, perfeito para


mim, mas eu acho que eu estava errada.

~ 49 ~
Capítulo Nove
Grayson se senta ao meu lado na sala de aula, e eu posso sentir
seus olhos em mim. Já se passaram cinco dias desde que eu o vi, uma
vez que tínhamos tido qualquer contato.

— Ei, Paris, — ele diz em voz baixa, seu tom cuidadoso. Eu olho
para cima. Ele está lindo como sempre, seu cabelo escuro ligeiramente
úmido, vestido com uma calça jeans e uma camiseta branca.

— Olá, — eu respondo, reunindo um pequeno sorriso. Eu olho de


volta para o meu notebook.

— Escute, eu preciso... — Grayson começa, mas é interrompido


quando o professor começa falar. Ainda bem para um pequeno alívio, eu
tento ignorar Grayson, tanto quanto eu posso, e me concentrar no
homem falando na frente da sala. Posso ver ele olhando para mim com
o canto do meu olho, porém, eu sei que há algo que ele quer dizer. Eu
realmente não estou sentindo o ato quente e frio, e eu estou querendo
saber se eu deveria cortar minhas perdas e não falar mais com ele em
tudo. A ideia dói, o que significa que, provavelmente, é a ação correta
para mim. De pensar que eu estava considerando desistir da Toxic
para ele. Mas agora... Inferno, provavelmente é melhor assim.

Grayson limpa a garganta. — Podemos conversar? — diz ele em


um tom suave.

Eu não olho para cima. — Sobre o quê?

— Você sabe sobre o que dizer Paris, — ele diz. Eu olho e vejo
suas mãos apertadas em cima da mesa, com os olhos em mim. Eu vejo
um brilho de preocupação neles, antes dele conseguir conter. Com o
que ele poderia estar preocupado? Ele foi único que fez uma decisão
consciente de colocar espaço entre nós, foi embora sem sequer uma
palavra. Ele está me enviando uma mensagem, e cara, eu entendi
perfeitamente.

— Onde você foi? — eu relutantemente pergunto. Eu sabia o que


Jake me disse, mas eu queria ouvir da boca dele.

Ele passou a mão pelo cabelo, como se quisesse omitir isso. — Fui
com meu pai em uma viagem de negócios.

~ 50 ~
Eu quero dizer, ‗ eles não tinham telefones onde vocês estavam?‘
mas eu não digo isso. O resto da classe passa em um silêncio
tenso. Grayson segue atrás de mim quando eu saio da classe,
agarrando suavemente meu pulso e me puxando para parar quando
atingimos o parque de estacionamento.

— Venha à minha casa para que possamos conversar? — sua voz


é quase suplicante.

Eu puxo meu braço para fora de seu controle e viro o rosto para
ele. — Olha Grayson, eu acho que devemos ser apenas amigos.

Ele estremece, e faz um som em sua garganta. — Eu quero ser


mais do que o seu amigo, Paris. Quero começar de novo mais do que
qualquer coisa no mundo.

Ele teve uma ótima maneira de mostrar isso, não é? — Isso


realmente não está funcionando para mim, — eu digo, torcendo as
mãos. Ele tomou meu coração e pisou nele. Eu não mereço isso. Eu sei
que mereço coisa melhor. Eu não posso olhar para o seu rosto bonito,
sem sentir dor.

— Tudo estava funcionando bem até que... — ele trilha fora,


novamente penso sobre aquela noite. Sim, eu realmente não
quero trazer aquela noite de volta, mas algo tinha que ser dito.

— Estava, não está mais. Você entende que você apenas me


deixar assim foi ainda pior do que aconteceu naquela noite? — eu
digo. Ele empalidece, passando a mão pelo rosto.

— Eu não sei o que diabos eu estava pensando, — ele diz. — Eu


sei que eu estraguei tudo, mas —

Eu o interrompo. — Eu não sei o que você estava pensando


também. Mas se você quis me magoar tanto para que eu parasse de me
importar, eu diria que você conseguiu, — eu minto. — Eu te vejo por aí,
— eu digo, tentando passar uma careta para um sorriso. Grayson dá
um passo adiante, mas eu balanço minha cabeça. Eu faço uma onda
embaraçosa com a minha mão, e em seguida, me viro e sigo na direção
do meu apartamento. Eu tenho que trabalhar hoje à noite, então eu
quero relaxar um pouco antes. Quando eu saio do parque de
estacionamento, e no caminho ao longo da estrada principal, eu olho
para trás. Grayson ainda está de pé onde o deixei, olhando para
baixo. Sua postura grita derrota. Eu suspiro, e me viro, apertando
minha mão no meu peito.

~ 51 ~
Talvez Grayson Mills não fosse para mim, afinal.

*****

Pego minha bolsa, cheia de maquiagem e sapatos, e vou em


direção a porta.

— Aonde você vai? — Anaya pergunta, aparecendo com uma uva


em sua boca. Na maioria das noites, ela está com Paul, mas na ocasião
que ela estava em casa, ela pensava que eu trabalhava em um bar. Eu
me vestia no clube, por isso estava apenas usando jeans e um top
preto.

— Trabalho. Eu tenho que ir ou vou me atrasar, — eu digo. Eu


costumo pegar um táxi, mas hoje Diamond disse que ela viria me pegar.

— Quer que eu te de uma carona? Eu ainda nem vi esse lugar


que você trabalha, — ela diz casualmente, olhando para a tela da TV.

Eu tremo. Sim, isso não vai acontecer. Nunca. — Não, obrigada,


uma colega de trabalho está me dando uma carona, — eu digo a ela.

— Ok, te vejo de manhã.

— Sim, tchau, — eu digo, saindo pela porta. Diamond


está esperando em seu carro preto, música pulsando. Abro a porta do
passageiro e deslizo dentro. Ela abaixa um pouco o volume.

— Pronta para o trabalho, Snow? — diz ela, sorrindo largamente.

Seu sorriso era contagiante. — Tão pronta como eu sempre vou


ser.

Nós puxamos até Toxic e entramos pela porta dos fundos. — Há


quanto tempo você tem sido uma menina Toxic, Diamond? — eu
pergunto a ela enquanto nós caminhamos para os vestiários.

Ela inclina a cabeça, pensando. — Há alguns anos já. Cerca de


três anos e meio.

— Quanto tempo você vai fazer isso? — eu pergunto, puxando


minha calça jeans e blusa, ali de pé com meu sutiã e calcinha. Eu não
sou mais modesta com meu corpo, pelo menos quando eu venho aqui
de qualquer maneira.

~ 52 ~
— Enquanto eu ainda tenho os olhares, — diz ela, rindo. — O
dinheiro é bom, e para ser honesta, eu gosto da atenção.

Eu desejava me sentir da mesma maneira. Eu me visto toda de


branco esta noite, um vestido de boneca branca pura, calcinha e altas
meias e ligas. Eles gostam quando eu danço com o tema ‗neve‘, e com o
meu batom vermelho, eu pareço uma princesa do gelo.

— Merda, eu ia pedir os sapatos emprestado, — diz Diamond,


olhando para os meus saltos altos brancos com inveja.

Eu rio. — Meus pés são dois tamanhos menores do que o seu.

Ela revira os olhos. — Eu posso fazê-los caber, não se


preocupe. Eu posso com essa merda Cinderela.

— Cinderela ou suas más meias-irmãs? — eu brinco, ganhando


um golpe brincalhão na minha bunda. Diamond vai para o palco, e eu
levo alguns momentos para me preparar mentalmente para a noite.

Você não vai fazer isso para sempre.

Pague suas contas. Pague a sua dívida. Em seguida, isso tudo


estará acabado.

~ 53 ~
Capítulo Dez
Eu suspiro dramaticamente quando vejo uma chamada não
atendida da minha irmã, London. Eu não tinha nenhuma ideia do
porquê ela poderia estar ligando, então adiei a ideia de retornar sua
chamada. Eu amo minha irmã, mas necessariamente eu não gosto de
receber chamada dela. Verdade seja dita, ela é a razão de eu ter essa
enorme dívida. Era a dívida dela. Ela emprestou dinheiro de um ex-
namorado dela e quando minha irmã o deixou, se recusando a ficar com
ele, ele ameaçou machucá-la. Ele veio para a nossa casa procurando
por ela, e eu estava com ela. Não foi bonito. Ele destruiu a casa e a
ofendeu verbalmente e tirou a merda fora dela. Ela tentou bater em
troca, e ele deu um tapa no seu rosto. Ele estava levantando o punho
para dar um soco nela quando eu pulei em cima dele e gritei que eu iria
pagar a ele o dinheiro.

Felizmente, ele disse que gostava de mim o suficiente para


permitir que eu pagasse a ele em parcelas. Aparentemente, vale a pena
ser boa para um dos muitos homens de sua irmã. A dívida começou
com vinte mil dólares, e agora está abaixo de dez. Metade já foi. Eu
deveria me sentir orgulhosa de mim mesma, mas eu não estou. Eu me
sinto cansada, eu queria poder acabar com tudo.

Eu me escoro na cabine de dança privada, odiando essa parte da


noite. Era uma droga, mas também era a parte onde eu ganhava mais
dinheiro. ‗Hypnotize‘ é a música que está tocando enquanto eu danço
para o cavalheiro vestido em um terno. Ele provavelmente veio logo
depois do trabalho. Eu me aproximo mais dele, puxando para baixo as
alças do meu vestido de boneca. Ele me puxa para mais perto, tentando
me deixar em cima dele. — Não me toque, — digo a ele, em um tom
agudo.

— Oh, vamos lá, eu vou fazer valer a pena, — ele me insulta, seus
olhos vidrados nos meus seios com avidez.

Não importa o quanto ele me oferecesse, eu não ia cruzar essa


linha. Eu balanço minha cabeça. — Não me toque, — repito, levantando
uma sobrancelha.

Ele levanta as mãos para o alto em sinal de rendição simulada, e


depois me diz para me virar e continuar dançando. Eu fiz como ele me
disse, odiando cada segundo. Por fim, a música terminou, e eu exalei

~ 54 ~
com alívio. No entanto, quando ele se levanta, ele me empurra contra a
parede, sua dureza esfregando contra a minha bunda. — É isso aí, —
ele diz. Eu o acotovelo no estômago, em seguida, coloco a cabeça para
fora da porta, sinalizando para o segurança de plantão. Ele rapidamente
entra, e eu digo a ele o que aconteceu. Ele pega o homem e o leva para
fora. Eu me inclino contra a parede, respirando pesadamente, meu
pulso acelerado.

Sim, eu mal podia esperar até virar as costas para Snow para
sempre.

*****

— Quanto tempo você vai me ignorar? — Grayson pergunta de


perto de mim, parecendo exasperado. Eu estou sentada no meu local de
almoço. Faz uma semana desde a última vez que falamos corretamente,
e não por falta dele tentar. Ele me enviou três buquês de flores, parou
na minha casa com comida, e me acompanhou até em casa depois das
aulas. Eu não disse a ele mais do que algumas linhas em todo esse
tempo, principalmente ‗não, obrigada‘ e ‗por que você ainda está aqui?‘
Ele estava realmente fazendo isso difícil. Eu queria perdoá-lo em muitas
ocasiões, mas por algum motivo eu não estava disposta a deixá-lo
entrar. Era mais fácil a longo prazo, se nós terminamos, seja o que for
que tivemos. Eu dou de ombros para sua pergunta e olho para a
frente. — Quanto tempo você acha que eu vou correr atrás de você,
Paris?

Eu mordo meu lábio inferior. — Eu não espero que você faça


qualquer coisa.

— Então você não se importa se eu sair com outra mulher? —


pergunta ele, com a voz um pouco tensa. O pensamento dói fisicamente,
mas eu não mostro qualquer fraqueza a ele. Se ele quisesse fazer isso,
então que fosse em frente. Isso significa que ele não foi feito para mim
de qualquer maneira.

— Você pode fazer o que quiser, Grayson, — eu digo, sem emoção.

Ele amaldiçoa. — Tudo isso porque eu fiquei afastado por alguns


dias, sem dizer a você? Tenho que informar a você ou algo assim? — ele
surta.

~ 55 ~
Uau. Me pegou de surpresa, eu viro e olho para ele. — Não é isso,
e você sabe disso, — eu cerro, minha mandíbula apertada. — Mas,= se
você vai ser um idiota, então por favor, saia.

— Bem, você não vai me deixar falar sobre isso, então eu não
consigo nem explicar, — diz ele, parecendo frustrado. Eu não sei por
que, mas eu não posso deixar de sentir um ar culpado nele. Estava
ficando louca? Eu não quero ser uma daquelas mulheres que questiona
tudo o que o homem faz, porque, no fundo, elas sabem que não podem
confiar nele. Sim, isto eu nunca seria.

— Paris, eu sinto muito, — diz ele, com os olhos castanhos


escuros implorando. Meu olhar reduz para sua boca. Eu não vi suas
covinhas desde a noite em que quase fizemos amor. Eu sentia falta dele,
como uma louca.

— Ok, eu estou ouvindo, — eu digo, olhando diretamente para


ele.

Seus ombros soltam e ele suspira. — Depois do que aconteceu


com a gente... Olha, eu quero você. Mais do que qualquer coisa. Há algo
sobre você, nós apenas... nos encaixamos. Eu tive que sair no último
minuto com o meu pai a negócio, e eu pensei que eu ia ter esse tempo
para pensar. Eu sei que deveria ter dito a você, mas eu estava confuso
e... — ele olha para longe, procurando as palavras. — Você vai me dar
outra chance?

Depois de alguns momentos tensos de silêncio, eu falo. — Você


estava confuso? Com o que exatamente? — eu pergunto. Se ele pensava
que ia fugir com meias palavras e desculpas evasivas, ele tinha outra
coisa vindo aí.

Seus olhos se afastam, e sua mão corre por sua cabeça. — Eu


nunca me senti assim com ninguém antes, — diz ele, depois de alguns
momentos tensos. — Eu estou meio perdido, Paris. Eu não quero fazer
confusão das coisas, mas isso é tudo que eu pareço ser capaz de fazer.

Eu expiro profundamente, observando-o enquanto ele mantem a


cabeça baixa.

— Eu não sou perfeito, — diz ele.

— Eu não espero que você seja perfeito, — murmuro. E não


espero mesmo. Eu aprecio alguma honestidade. Eu tremo só de
pensar. Que hipocrisia da minha parte. Que diabos estou fazendo

~ 56 ~
aqui? Essa coisa toda é uma bagunça enorme. Eu me levanto e limpo a
garganta, e ele olha para mim.

— Eu tenho que ir, — eu digo. Odeio ver a tristeza em seus olhos.

— Sim, está bem, — ele diz, baixando a cabeça novamente. Eu


suspiro, mas forço meus pés para se moverem. Eu preciso ficar longe
dele, pois agora ele não é o único que está confuso.

*****

Anaya me cumprimenta na porta quando eu volto do trabalho


naquela noite. — Ei, o que você está fazendo acordada? — eu pergunto
a ela enquanto eu fecho a porta atrás de mim.

— É tarde, — diz ela, com os olhos cheios de preocupação. Eu


deslizo meu telefone fora do meu sutiã e olho a hora. Três da
manhã. Eu tive que ficar até mais tarde esta noite, porque o clube
estava lotado.

— Sim, tivemos uma noite movimentada então eu tive que ficar


até mais tarde, — digo a ela. Eu entro em meu quarto, e ela me segue,
arrastando atrás.

— Qual é o nome do bar você trabalha? — ela pergunta. Em


seguida, me viro para olhá-la.

— Por quê? — eu pergunto a ela.

— Estou curiosa para saber, — diz ela, cruzando os braços sobre


o peito. Porra, eu não quero mentir para ela. Ela é praticamente minha
única amiga na cidade. Me sento na minha cama dou um tapinha no
espaço ao meu lado. Ela se senta e eu me encolho quando eu percebo
que eu vou lhe dizer a verdade.

— Eu sei que você não está me dizendo a verdade, Paris, — ela


começa.

— Eu trabalho na Toxic, — digo a ela. — É no centro, na rua


William.

Ela está brincando com a ponta do seu cabelo vermelho,


pensando. Em seguida, ela congela e levanta os olhos arregalados para
mim. — Toxic? Como em...

~ 57 ~
Concordo com a cabeça, engolindo em seco. Incapaz de manter
contato visual com ela, eu olho ao redor do meu quarto, à procura de
uma distração.

— Uau, — ela diz. Ela limpa a garganta depois de alguns


segundos de silêncio, e então se vira para olhar para mim. — Você é
uma stripper?

Eu cerro os dentes, escondendo minha vergonha, e aceno uma


vez.

— É sempre as mais quietas, — ela murmura baixinho. Eu não


pude fazer nada; um riso sufocado escapou ao seu comentário. Ela
balança a cabeça para mim e me dá um sorriso torto. — Talvez você
possa me ensinar alguns passos de dança em algum momento? — ela
pergunta em voz baixa, me empurrando suavemente com o ombro.

— Talvez, — eu respondo. Ela sorri.

Passamos o resto da noite falando sobre isso.

É então eu sei que tudo entre nós vai dar certo.

~ 58 ~
Capítulo Onze
Depois de contar Anaya a verdade, eu estou me sentindo mais
leve do que nunca. Tem sido alguns dias desde que tivemos nossa
conversa profunda e significativa. Também falamos sobre Grayson. O
próprio homem entra na aula, assim quando eu estou pensando sobre
ele. Ele olha para onde estou sentada, e caminha em minha
direção. Sentado em sua cadeira de costume, ele me dá um pequeno
sorriso.

— Hey, — ele diz. — Será que você terminou a tarefa?

Eu levanto uma sobrancelha. Eu o vi duas vezes desde a nossa


última conversa, e cada vez nossas palavras curtas têm sido empoladas
e apologéticas. Já para não falar estranhas.

— Claro que sim, — eu respondo, apreciando a questão dos


genéricos.

Ele ri. — Eu aposto que você vai acertar também.

— Será que você terminou? — eu pergunto.

— Mais ou menos, — diz ele, dando de ombros timidamente.

Eu bocejo. — O que quer dizer com, mais ou menos? Isto é dez


por cento da sua grade!

Ele se encolhe, e depois pega a caneta e enrola entre os dedos. —


Eu sei. Eu estive um pouco distraído..., — diz ele, sem olhar para
mim. Ele olha para baixo e seu cabelo escuro cai sobre seu rosto,
cobrindo os olhos da minha vista.

— Todos nós, — eu digo baixinho. O professor começa a falar,


interrompendo a nossa conversa. Eu suspiro, jogando um último olhar
para Grayson antes de olhar para a frente.

Grayson anda atrás de mim quando a aula termina. Quando


saímos para o parque de estacionamento, ele estende a mão e
suavemente leva meu pulso. — Eu sinto sua falta, — diz ele, esfregando
o polegar sobre meu pulso.

~ 59 ~
— Eu sinto sua falta também, — eu admito calmamente. Eu
inconscientemente me aproximo, inalando seu cheiro. Ele sempre
cheira tão bom.

— Você já fez alguma coisa que você gostaria que pudesse ter
como voltar, mais do que qualquer coisa, mas você não pode? Então
tudo que você pode fazer é sentir pena de si mesmo, sabendo que você,
você mesmo, é a causa de sua própria miséria?

Eu tomo uma forte respiração em suas palavras. Eu aceno para


ele, nossos olhos conectados.

— Você pode me perdoar? — pergunta ele, quando eu fico em


silêncio. Posso? Posso realmente julgá-lo quando eu estive escondendo
alguma coisa também? Se eu optar por dar a ele uma nova chance, eu
preciso dizer a ele. Com sorte, ele ainda vai me querer, e nós podemos
começar de novo. A lousa limpa.

— Por que você saiu sem me dizer? Seja honesto, — eu digo.

Ele engole audivelmente. — Eu fodi tudo entre nós. Eu pensei que


talvez fosse melhor se nós dois distanciássemos um do outro. Enquanto
eu estava longe de você, porém, eu apenas senti sua falta. Você. Sua
risada, seu sorriso, seu cheiro. Tudo sobre você, Paris. E eu percebi
uma coisa; não há como escapar do que há entre nós. Não é só a
fixação, porque me recuso a deixar você ir.

— Eu ainda não entendo, Grayson.

— Eu nunca vou me perdoar por ter arruinado a sua primeira


vez, mas eu prometo a você, eu vou fazer isso para você, — diz ele.

— Eu suponho que eu não senti falta da sua comida. — tanto


para eu não ceder. Sei que não deveria, mas eu quero. Eu quero ele. Eu
acho que sou apenas uma otária em me punir.

Eu estou dotada com um sorriso espalhando lento. — Eu vou ser


feliz em cozinhar para você hoje à noite, e talvez pudéssemos conversar.

— Talvez, — eu digo baixinho, me sentindo mais leve.

Eu fico na parte de trás da moto de Grayson, e vamos para a casa


dele. Passando os braços ao redor dele o tempo todo, sentindo os cumes
de seu abdômen e minha frente apertados à sua volta, não me
arrependo nem por um segundo da minha decisão. É tão bom ter os
meus braços em torno dele novamente. Nós andamos em sua casa, e ele
puxa uma cadeira para me sentar-se.

~ 60 ~
Grayson procura na geladeira algo para fazer. — Como vai sobre
tostas? — ele pergunta quando ele verifica a falta de mantimentos.

Eu escondo o meu sorriso. — Parece bom para mim.

— Eu poderia pedir algo,— diz ele, olhando para mim.

— Os sanduíches estão bem, — eu digo a ele, vendo como ele


puxa o queijo e presunto. Ele os monta rapidamente e leva para a mesa
com um pouco de suco de laranja.

— Obrigada.

— A qualquer hora, — diz ele, com os olhos dançando. — Eu


estou me transformando em um mestre cozinheiro, não estou?

Eu dou uma mordida. — Eu não sei. Eu não acho que você deve
parar seu trabalho do dia ainda.

Ele sorri, covinhas e tudo. — Eu vou manter isso em mente.

Depois que terminamos de comer, nós nos sentamos juntos na


sala de estar. Um filme é reproduzido na TV, mas eu não estou dando a
ele toda a atenção. Meus olhos estão apenas em Grayson, e os seus
estão em mim. Eu engulo em seco com a intensidade de seu olhar, e
quando ele lambe o lábio superior, eu não posso ajudar o barulho que
sai da minha garganta.

— Você sente isso também..., — diz ele em voz tão baixa,


passando as mãos para cima e para baixo da minha coxa. Eu sinto
isso? Eu com certeza sinto alguma coisa agora.

— Grayson —

— Eu errei, mas agora você vai me perdoar. Estamos muito bem


juntos para qualquer outra coisa, — diz ele, e eu pasmo ao seu tom de
comando. Quem ele pensa que é?

Meus olhos se estreitam. — Eu vou te perdoar, se e quando eu


decidir.

Ele ri, ri, na verdade. — Você é tão bonita quando está com raiva.

Fico feliz que ele se sente assim, porque pela aparência das
coisas, eu vou ficar muito chateada quando estou perto dele. Abro a
boca para dizer a ele exatamente isso quando ele se inclina e me
beija. Ele está jogando sujo. Não há nenhuma maneira que eu possa

~ 61 ~
resistir a ele, não quando ele está certo; há algo aqui entre nós. Algo
que nos atrai para o outro. Algo que vale a pena a aposta.

Ele se afasta do beijo, me deixando querendo mais. — Me deixe


fazer o certo desta vez, por favor.

Minha mente atordoada leva alguns segundos para perceber o


que ele disse, e então ele está em pé ao lado do sofá e me pega em seus
braços. Eu envolvo meus braços em volta de seu pescoço e seguro
enquanto ele me leva para o quarto dele, me mergulhando na cama e
voltando seus lábios nos meus.

Onde eles pertencem.

— Eu senti sua falta, — diz ele enquanto ele se afasta um pouco,


seu hálito quente e doce.

— Sim, bem, não ferre as coisas novamente, então, — eu


respondo, puxando seu rosto para baixo e beijando-o, cortando seu riso
sufocado no meu comentário. Eu bato minha cabeça no travesseiro,
arqueando meu pescoço enquanto ele trilha beijos molhados na minha
garganta.

— Hey, — ele diz, olhando para mim. — Você tem certeza que
quer fazer isso? Eu posso esperar, o tanto que você precisa.

— Eu tenho certeza, — eu respondo, me sentando e puxando meu


top e sutiã fora. Eu quase rio ao ver a expressão em seu rosto. Seus
olhos pesados são a definição de olhos para o quarto escuro, profundo e
sensual.

— Tão, tão linda, — ele murmura, e eu contorço um pouco


quando ele lambe o lábio superior, elevando as mãos para os meus
seios. Seu polegar corre sobre um dos meus mamilos, enviando um tiro
de prazer através de mim. Eu envolvo meus braços em torno da volta de
seu pescoço, puxando-o para mim. Ele se afasta um pouco para tirar a
camiseta, os músculos ondulando com o movimento.

Assim. Porra. Quente.

Sua risada traz o meu olhar para cima à sua boca. Ele inclina a
cabeça e me dá um sorriso. Aparentemente, eu disse isso em voz alta.

Então eu o ataco.

Me sento e capturo seus lábios com os meus, a minha língua


degustando a dele. Suas mãos vagueiam pelas minhas costas para

~ 62 ~
minha bunda, que ele aperta e dá um tapa de brincadeira. — Sem
pressa, Paris, temos a noite toda, — ele sussurra em meu ouvido,
enviando arrepios na espinha. Ele lentamente desabotoa minha calça e
puxa para baixo o zíper. Eu levanto os meus quadris para cima e mexo
como ele os remove, me deixando em nada, além da minha calcinha
preta. Eu gostaria de poder dizer que elas eram de renda, em vez de
algodão liso, mas o olhar em seus olhos me dá a confiança que eu
preciso. Tomando sua mão, eu corajosamente a deslize dentro da minha
calcinha.

— Porra, — ele xinga, e eu sorrio na vitória quando ele desliza o


dedo pela minha umidade, me fazendo suspirar de prazer. Me beijando
apaixonadamente enquanto seu dedo faz magia, ele chupa meu lábio
inferior, beliscando-o antes dele mover sua boca para baixo, prestando
atenção aos meus seios com a língua e boca. Eu começo a tirar a calça
dele enquanto ele se move ainda mais baixo, lambendo a minha barriga,
passando por meu umbigo. Eu gosto de onde isso está indo. Quando ele
tira minha calcinha e sua boca encontra o meu centro, posso me sentir
no limite. Eu posso dizer que vai ser explosivo. Eu amaldiçoo quando a
primeira onda de prazer me bate, batendo a minha cabeça de volta no
travesseiro e chamando o nome de Grayson. Ele segura para baixo
meus quadris, me segurando no lugar e prolongando a minha
libertação. Quando eu relaxo no colchão, e minhas coxas param de
tremer, ele me libera e se senta. Ele beija meu joelho suavemente e
esfrega minha coxa confortavelmente. Eu suspiro quando eu olho para
cima e vejo a expressão em seu rosto.

Ele parece um lote inteiro excitado e talvez até um


pouco presunçoso. Mas mais do que tudo, sua expressão me permite
saber que não há nenhum lugar que ele preferiria estar agora.

— Eu vou querer fazer isso, muito, — ele anuncia, correndo uma


mão pelo cabelo.

Meus lábios se apertam. — Eu não vou discutir com isso.

Ele sorri. — Ótimo.

Eu pego o cinto de sua calça jeans e puxo para que ele deite em
cima de mim. Eu posso sentir a dureza de sua excitação através de seu
jeans, me levando a fazer um zumbido no fundo da minha garganta.

— Tira, — eu ordeno suavemente. Ele puxa para trás e faz o que


eu digo. Quando ele está diante de mim nu, eu não posso fazer nada,
além de gemer. Ele é construído com perfeição, seu peito é tonificado e
ondulando até seu abs para os quadris apertados e coxas fortes.
~ 63 ~
— Como você é de verdade? — eu pergunto, quando me sento de
joelhos para uma inspeção mais minuciosa. Um riso sufocado é tudo
que eu tenho em resposta. Eu lambo meus lábios. — Me diga o que você
gosta, — eu digo, levantando o olhar para ele. Estou um pouco nervosa,
mas mais do que tudo, estou excitada. Eu vejo sua garganta engolir
seco. Eu fujo para perto dele. Ele está de pé na beirada da cama, de
modo que se move para fora da cama, me ajoelhando no chão diante
dele.

— Porra, — diz ele quando ele observa minha nova posição. Posso
dizer que ele gosta um inferno de um lote. — Babe, você tem certeza —
ele começa, mas eu o interrompo, tomando sua dureza na minha mão e
acariciando. Então, eu lambo a cabeça e chupo um pouco, antes de
deslizar o comprimento em minha boca.

— Paris... porra, porra, porra, — ele amaldiçoa enquanto suas


mãos suavemente enrolam no meu cabelo. — Só assim, — ele incentiva
com o foco no meu rosto e coloco o máximo dele na minha boca que eu
posso. Estou me divertindo quando ele gentilmente me afasta, me
levanta e me leva para a cama. Agora para o final. Grayson começa a rir
de novo. Eu realmente preciso parar de expressar meus pensamentos
durante o sexo.

— Isso excitou você, — ele fala em meu ouvido. Ele faz um som de
aprovação misturado com um gemido.

— O quê? — pergunto sem fôlego quando ele começa a brincar


com meu clitóris.

— Você está toda molhada, — explica ele, — só de ir para baixo


em mim. Isso é tão gostoso, Paris. — ele se afasta de mim para pegar
um preservativo e colocar. Então, ele está de volta em mim, deslizando
suavemente dentro de mim.

— Você está bem? — pergunta ele com uma voz rouca e baixa. Eu
posso dizer que ele está se segurando, querendo ir suave e lento.

— Sim, eu estou bem, só me foda agora, — eu digo. Ele para por


um segundo, me deixando ajustar ao seu tamanho, antes dele
puxar para fora e deslizar de volra para dentro.

— Foder não, Paris nunca com você, — diz ele, antes dele me
beijar. Ele puxa para trás por um momento e nossos olhos se
conectam. Seus estão cheios de admiração e desejo. O jeito que ele me
olha me faz sentir como a coisa mais preciosa do mundo. Espero que o
olhar nos meus olhos permite a ele saber que ele é tudo para mim,

~ 64 ~
também. Eu levanto os meus quadris para cima e sigo o seu ritmo da
melhor forma que posso. Logo eu posso sentir outro orgasmo coroando,
e eu cavo minhas unhas em suas costas enquanto eu tenho o
clímax. Grayson me segue logo depois, seu corpo sacudindo quando ele
termina. Eu fico olhando para o seu rosto o tempo todo, observando o
prazer em sua expressão. Acho que eu poderia ficar viciada nesse
momento.

— Eu estou bem, Grayson. Melhor do que bem, — digo em voz


baixa, antes que ele possa me perguntar.

— Bom. Isso foi incrível, Paris, — diz ele, empurrando


suavemente o cabelo na testa ligeiramente úmido. — O melhor.

— Eu tenho um grande professor, — eu digo, balançando as


sobrancelhas. Ele revira os olhos para mim, me beijando duas vezes
antes de ir ao banheiro para se limpar. Quando ele volta com um pano
úmido para me limpar, eu estou surpresa com o gesto doce.

— Não fique tímida comigo agora, — diz ele, quando eu me


contorço um pouco, enquanto ele está me secando. Coloco um
travesseiro sobre minha cara, o que me ganha uma risada. Ele sai de
novo, deslizando ao meu lado quando ele retorna segundos depois. Me
puxando em seus braços, eu coloco minha cabeça em seu peito e minha
perna na coxa dele.

— Adivinha o quê? — diz ele depois de alguns instantes.

— O quê?

— Você só se tornou minha.

Eu sorrio em seu peito.

~ 65 ~
Capítulo Doze
Eu reviro os olhos quando I‘m In Love With A Stripper1 de T-Pain
toca em seguida. A multidão ainda fica selvagem sobre esta canção. Eu
giro em torno do pole, espalhando minhas pernas largas, antes de parar
para remover sedutoramente meu top. Eu estou vestindo um top de
couro rosa que se fecha na frente, por isso é fácil de remover. Eu sou
tudo sobre a conveniência. Quando eu acordei esta manhã, eu tomei
uma decisão. Eu estou parando com Toxic. Não há nenhuma maneira
que eu posso ser uma menina toxic e ter Grayson, então algo tem que
sair. Vou ter que pensar em outra coisa para pagar a dívida. Eu estou
querendo saber o quanto as pessoas estão pagando por órgãos no
mercado negro nos dias de hoje, quando a música muda para ‗Drunk In
Love‘ por Beyoncé; Eu desacelero meus movimentos, para moer no pole
no tempo com a música.

No momento em que o meu turno acaba, estou exausta. Eu me


troco, esfrego minha maquiagem fora, pego minha bolsa, e chamo um
táxi. Um dos seguranças espera lá fora comigo, se certificando de eu
chegue em segurança.

— Obrigada, — eu digo antes de eu fechar a porta. Levo quinze


minutos para chegar em casa. Anaya está com seu namorado, assim a
casa está vazia. Eu tomo um longo banho, relaxo o meu corpo, e então
eu entro em meu pijama. Por volta das três horas da manhã, eu
finalmente adormeço.

*****

— Quanta horas mais que você vai passar aqui? — Grayson


sussurra para mim, tomando o lugar vazio ao meu lado. Eu tremo um
pouco quando o seu hálito quente sopra em meu ouvido.

1
Estou apaixonado por uma Stripper.

~ 66 ~
— Só mais uma hora mais ou menos, — eu digo, fechando o livro
que eu estava lendo e sigo em frente para o próximo. Ele olha ao redor
da biblioteca, observando o lugar vazio.

— Será que alguém ainda vêm aqui? — pergunta ele, secamente,


olhando vagamente divertido com as sobrancelhas levantadas.

— Sim, — eu digo. — Vem sim. Eu, por exemplo.

— Sim, mas... você é estranha, — diz ele, se inclinando e me


beijando castamente nos meus lábios.

Eu fecho o livro. — Eu não vou conseguir fazer qualquer trabalho


com você aqui , vou? — eu pergunto, lutando contra um sorriso.

Ele sorri esfaimadamente. — Eu tenho uma surpresa para


você. Eu estou um pouco impaciente.

Eu animo instantaneamente. — Uma surpresa?

— Sim, uma surpresa.

Pego meus livros e me levanto. — O que estamos esperando,


então?

Ele ri e toma meus livros de mim, levando-os em uma das mãos e


pegando a minha mão na outra. Nós saímos da biblioteca e entramos
em seu carro, e então vamos à sua casa.

— Exatamente que tipo de surpresa é essa? — pergunto à medida


que caminhamos para a porta da frente, a suspeita laçando em meu
tom.

Ele olha para minha cara e começa a ri. — O que está passando
pela sua cabeça agora?

Eu olho para baixo em sua área da virilha e mexo as


sobrancelhas. Ele ri ainda mais duramente. Eu reviro os olhos e ergue
as chaves de seus dedos, abrindo a porta da frente e entrando. Eu
ainda posso ouvi-lo rindo da porta da frente. Idiota. Eu ando na sala de
jantar, e minha respiração engata. Ele colocou velas, pratos
extravagantes, copos e talheres para fora. Um enorme buquê de rosas
vermelhas está no centro, com um cartão endereçado a mim. Eu cheiro
as rosas antes de abrir o cartão. Só tem duas palavras escritas ali, em
sua bagunçada caligrafia rabiscada.

Só porque.

~ 67 ~
— Só porque o quê? — eu pergunto em voz alta, brincando com
um botão de rosa.

— Só porque eu queria mostrar o quanto você significa para mim,


— diz ele atrás de mim. Eu me viro para encará-lo. — Eu não preciso de
uma ocasião especial para te mostrar isso.

Eu sorrio. — Eu amei as rosas, muito obrigada.

Ele volta o meu sorriso, andando em minha direção e puxando


uma cadeira. — Sente-se, por favor, — diz ele. Faço, como ele me disse,
me sentando enquanto ele acende as velas. Ele vai até a cozinha,
voltando com dois pratos cheios de comida, e os coloca no centro. Ele
volta para a cozinha e volta com mais duas taças.

— Alimentaremos um exército? — pergunto de brincadeira,


olhando para os pratos.

Ele sorri para mim. — Só queria ter certeza de que haveria coisas
que você gosta.

— Será que você cozinhou isso tudo? — eu pergunto, com água


na boca no frango assado.

— Talvez, — ele responde, me beijando em cima da minha


cabeça. Ele traz uma garrafa de vinho e me enche um copo. Meu
favorito.

— Obrigada.

— Muito de nada, — ele responde, se sentando ao meu lado.

— Eu me sinto muito chique agora, — eu digo, ganhando outro


olhar divertido. Eu pisco para ele e vejo como ele serve meu prato
primeiro, me perguntando o que eu quero, antes de servir o dele. A
refeição é deliciosa. Depois, eu o ajudo a limpar, ignorando seus
protestos, e nos sentamos no sofá e partilhamos alguns biscoitos e
sorvete de creme, tomando no mesmo pode com duas colheres.

Melhor encontro que eu já tive.

*****

~ 68 ~
— A que horas você termina o trabalho amanhã à noite? —
Grayson me pergunta na semana seguinte, me levantando para o seu
colo. Eu envolvo meus braços em volta de seu pescoço.

— Por quê? — eu pergunto.

— Pensei em ir te buscar. Você pode passar a noite na minha


casa, — diz ele enquanto ele fuça meu pescoço. Me buscar? Sim, eu não
acho que vai cair bem.

— Eu vou para seu apartamento depois, se quiser, — eu digo. Ele


me estuda, seus olhos se estreitando. Ele sabe que algo não está
certo. Eu sei que ele sabe que algo não está certo. Eu decidi trabalhar
por mais de uma semana antes de eu dizer ao chefe que eu vou
desistir. Eu realmente preciso do dinheiro agora, e eu estou tentando
guardar cada centavo. Isso também dá tempo para o meu chefe
encontrar uma nova garota para tomar o meu lugar.

— Você quer me dizer o que está acontecendo? — pergunta


ele. Seu tom é leve, mas seus olhos dizem o contrário.

— Nada está acontecendo, — eu digo rapidamente. Talvez até um


pouco rápido demais.

Ele suspira. — Por que você não vai me deixar entrar?

— Eu deixei você, — eu zombo.

Seus lábios apertam em desagrado. — Você ainda está mantendo


coisas de mim.

— Podemos aproveitar a noite, por favor? — eu pergunto, olhando


ao redor do bar onde estamos. O lugar está lotado, e em algum hotel de
luxo. Aparentemente, Grayson vem aqui o tempo todo, porque ele
continua parando para dizer olá para as pessoas.

— Tudo bem, mas essa conversa não acabou, — diz ele, me


beijando no nariz.

— Eu não poderia ter a mesma sorte, — murmuro de volta. Ele


embala o meu rosto e me beija, um beijo quente demais para o
público. — Gray, — eu ofego.

Seus olhos estão quentes. — Eu gosto de você me chamando


assim.

— Bom, — eu respondo, olhando para seus lábios.

~ 69 ~
— Você quer outra bebida? — pergunta ele.

Eu olho para o minha vodka agora vazia e aceno a cabeça. — Sim,


por favor, — digo a ele. Quando ele me manda outra bebida, eu vejo
alguém andando até nós.

— Grayson, — diz ela, batendo os cílios. Eu a reconheço como


Dylan, a dona da casa daquela festa. Eu não perco do jeito que Grayson
endurece um pouco em sua presença.

— Dylan, — diz ele, acenando com a cabeça para ela. — Você


conheceu Paris?

"Não, eu não, — diz ela, sorrindo. Que diabos é o problema


dela? Grayson coloca o braço em volta de mim e aperta suavemente.

— Paris, esta é Dylan, — diz ele, me entregando a minha bebida.

— Oi, — eu digo, trazendo o copo aos meus lábios.

Ela levanta a sobrancelha finamente arqueada. — Então você é a


única monopolizando todo o tempo de Grayson.

— Dylan, — Grayson se encaixa, o aviso em seu tom


inconfundível. Meus olhos dardam entre os dois.

— Então como é que vocês dois se conhecem? — eu pergunto,


tentando manter meu tom uniforme.

— Amiga da família, — Grayson responde ao mesmo tempo que


Dylan diz, — Nós namorávamos.

Silêncio.

— Bem, não é tão estranho..., — acrescento eu, quando ninguém


diz nada. Eu tomo a minha bebida em dois goles e coloco o copo vazio
em cima da mesa. Agarrando minha bolsa da mesa, eu me levanto do
colo de Grayson. Ele entende, se levanta e me leva para o seu carro,
deixando Dylan parada ali sozinha.

— Ela é sua ex? Eu sabia que você não era um santo antes de me
conhecer, mas por que mentir sobre isso? — pergunto assim que entro
no carro.

— Eu não quero que você fique chateada, — diz ele, ligando o


motor.

— Mentir me irrita! — eu agarro, olhando para fora da janela.

~ 70 ~
Ele suspira. — Nossos pais trabalham juntos. Eu a conheço há
anos. Ela tem realmente uma boa amizade com a minha irmã.

— Você dormiu com ela? — eu pergunto, já sabendo a


resposta. Nenhuma mulher fica com aquele olhar de posse em seus
olhos, sem ter um gosto. Olho para ele para ver mandíbula se contorcer
e sai qual é a minha resposta.

— Sim, — responde ele relutantemente, — Mas isso nunca


significou nada.

— E agora?

— E agora nós somos apenas amigos. Me desculpe por não te


dizer, Paris, — diz ele, olhando para mim.

— Desculpa por não ter contato para mim ou ter sido mentindo?
— eu pergunto, minha voz embargada.

— Porra, — diz Grayson, puxando mais para o lado da


estrada. Ele se vira para mim, com os olhos cheios de preocupação e
pânico. — Ela não significa nada para mim. Você sim. Você significa
tudo. Você não pode segurar o meu passado contra mim, Paris.

— Você está certo, eu não posso. Mas eu espero que você seja
honesto comigo, — digo a ele. Eu fui honesta com ele sobre tudo...
menos que uma coisa. Eu empurro esse pensamento da minha
mente. Eu vou ter que lidar com isso mais tarde. E enfrentar as
consequências também. Porra, eu sou a maior hipócrita.

— Olha, eu dormi com algumas meninas antes de começarmos a


namorar. Eu não sou exatamente orgulhoso disso, mas eu não sinto
muito também, porque era antes de você. Eu perdi desculpa por não ter
dito a você, e por você ter descoberto assim. E isso sou eu sendo
honesto.

— Tudo bem, — eu digo, mexendo nas minhas unhas. O que mais


eu posso dizer? Eu não estou sendo honesta com ele também. Esta
relação está condenada ao fracasso uma vez que a verdade vier à tona.

— Hey, — ele diz suavemente, estendendo a mão e pegando a


minha mão na sua. — Será que estamos bem?

Eu olho para baixo em nossas mãos juntas. — Sim, estamos bem.

Mas eu não sei se isso é a verdade.

~ 71 ~
Capítulo Treze
Eu fico olhando para meu reflexo, perguntando pela terceira vez
se o que eu estou usando é bom.

— Você está maravilhosa, — diz Grayson, me fitando com o calor


em seus olhos. Eu aliso meu vestido preto, esperando que ele esteja
certo.

— Eu nunca conheci os pais de um namorado antes, — eu digo,


fungando um suspiro. Eu aperto meus lábios, olhando para o batom
rosa que eu escolhi hoje.

— Eles vão te amar, — diz ele, colocando suas mãos grandes em


meus ombros. — Leah não vai estar, porém, por isso vai ser só a minha
mãe, meu pai, e os dois de nós.

— Onde vamos nos encontrar? — pergunto quando entro em meu


quarto, me sentando na minha cama.

— No hotel onde eu trabalho, — diz ele. Ele me levou lá antes,


Windmills, é o nome.

— Por que iríamos encontrar com eles lá? — eu pergunto,


franzindo a testa. Seus olhos escuros brilham, e suas covinhas fazem
uma aparição.

— Porque meu pai é dono do hotel.

Eu fico boquiaberta. — Você nunca me disse isso. — espere, o pai


dele é dono de toda a cadeia de hotel? Ótimo, eu estou indo conhecer
seus pais milionários. Eu. A stripper. Ótimo, fodidamente perfeito. Eu
limpo a minha testa com a palma da minha mão. Eu sabia que ele era
bem de vida. Quero dizer, ele tem sua própria casa e um bom carro e
moto. Mas eu não achei que ele era tão rico, ou pelo menos que sua
família era.

— Eu pensei que você soubesse, — ele faz uma pausa. — Todo


mundo sabe.

— Não eu, aparentemente, — murmuro. Não é como se eu falasse


com muitas pessoas. Apenas Grayson e Anaya. E algumas das meninas
na Toxic.

~ 72 ~
— Pelo menos eu sei que você não está comigo pelo meu
dinheiro, — ele brinca. Eu levanto e esmago no ombro dele.

— Não é engraçado, Gray, — eu digo a ele. — Não é de admirar


que você conhecia todo mundo quando fomos para o bar do hotel. E
pensar que eu apenas pensei que você fosse popular.

Ele sorri para mim. — Não, não é popular. Apenas o filho do


patrão.

— Ha, duvido disso, — eu digo, colocando as duas mãos sobre o


peito dele. Ele me encerra em seus braços, e eu respiro seu delicioso
aroma. Talvez pudéssemos ficar aqui na cama em vez disso?

— Vai ficar tudo bem. É só um jantar, — diz ele, esfregando as


mãos quentes nas minhas costas.

— Será que isso vai ser um daqueles jantares onde são quatro
garfos diferentes, e eu não vou saber qual deles usar? — pergunto
irritada. Eu sinto seu corpo tremer em riso silencioso. Ainda bem que
pode ser tão divertido.

— Eu vou deixar você saber qual garfo usar, — diz ele, se


movendo para trás e olhando para mim com os olhos dançando.

Eu faço beicinho. — Tudo bem.

Ele sorri largo, segurando meu queixo e levantando meu rosto. —


Quando chegarmos em casa, eu vou te mostrar o quanto eu amo esse
vestido em você.

Meu coração dispara. Vamos finalizar o jantar com isso.

*****

Você sabe o que é estranho? Respondendo pergunta após


pergunta, cada resposta que você dá se transforma em mais terrível do
que a última.

O que seus pais fazem? Não muito, porque eles estão mortos.

Você tem alguma outra família? Sim.

Você conversa com eles? Não, não realmente.

~ 73 ~
E assim a noite continuou. Descobri que havia vários garfos e
Grayson começou a rir quando eu dei a ele um olhar que dizia ‗eu
avisei‘. A mãe de Grayson, Laura, é o epítome da sofisticação. Ela tem
cabelo escuro, cortado em um corte curto, olhos castanho-claros, e uma
voz suave. Seu pai, Derek, se parece com uma versão mais antiga de
Grayson com cabelos e olhos escuros, e um conjunto de covinhas. A
única diferença é os olhos dele não são brincalhões ou divertidos como
os de Grayson geralmente são; em vez disso, eles parecem um pouco
astutos e calculistas.

— Você gostaria de sobremesa, querida? — Laura me pergunta.

— Não, obrigada, — eu digo, com um sorriso educado. Grayson


olha para mim e franze a testa. Ele sabe que eu amo sobremesa, e eu
normalmente não recuso isso. No entanto, eu prefiro que este jantar
termine o mais rápido possível. Eles têm sido nada além de bons para
mim, mas com as perguntas e os olhares em seus olhos, eu posso dizer
que eles preferiam que seu filho estivesse com outra pessoa. Eu não sei
se é pelo fato de que eu, obviamente, não tenho qualquer dinheiro ou o
que, mas eu não acho que eu vou receber uma ligação deles em
breve. Grayson senta ao meu lado, seu braço descansando casualmente
na parte de trás da minha cadeira. Ele foi doce e atencioso durante toda
a noite, mesmo dizendo a seus pais para parar com as
perguntas. Gostei muito.

— Você quer ir, babe? — Grayson pergunta baixinho para só eu


posso ouvir.

— Você quer? — eu pergunto, não querendo ser rude e sair se ele


queria ficar. Ele me beija e depois se levanta.

— Temos que ir. Temos aulas de manhã. Mas obrigado pelo


jantar, — diz ele casualmente, colocando a mão para mim. Eu aceito e
levanto, agradecendo a seus pais e dizendo a eles que foi um prazer
conhecê-los.

— Você está bem? — ele me pergunta quando ele abre a porta do


lado do passageiro do carro.

— Tudo bem. Por quê? — eu pergunto.

Ele se inclina sobre a porta do carro, me observando em


silêncio. — Você foi perfeita, — é tudo o que ele diz. Ele fecha a porta e
vai para o lado do motorista. Perfeita? Eu me senti estranha como o
inferno.

~ 74 ~
— Você vai ficar na minha casa hoje à noite? — ele pergunta
como se puxar para a estrada principal.

— Não, você pode me levar para casa? — eu pergunto.

— Por quê? — pergunta ele, seus lábios se transformando em


uma carranca.

— Tenho que trabalhar esta noite, — digo a ele. Eu começo em


duas horas. É o meu segundo e último turno, e então eu estou
livre. Sem mais uma menina Toxic. Nem mais Snow. Simplesmente a
velha Paris. E eu não poderia estar mais feliz.

Grayson suspira. — Eu odeio ver você trabalhar até tarde. Eu


posso apenas imaginar todos os homens dando encima de você.

Ele não tem ideia. — Este é o meu segundo e último turno,


lembre-se, — eu digo a ele.

— Bom. Você sabe que eu posso te ajudar se você precisar...

— Grayson, — eu atiro, não querendo ouvir a sua oferta. Ele


mencionou isso uma vez antes, e não há nenhuma maneira no inferno
que eu vou me tornar uma mulher mantida.

— Sim, tudo bem, — ele murmura, de mau humor.

— Eu pensei que você queria me mostrar o quanto você amava


este vestido? — pergunto numa sensual voz sugestiva.

— Porra, — diz ele em voz baixa, olhando para mim antes de


apertar os punhos no volante. O carro vai um pouco mais rápido.

~ 75 ~
Capítulo Catorze
No dia seguinte, eu olho para as chamadas não atendidas no meu
celular, perguntando por que minha irmã e irmão estão ambos me
ligando. Eu envio uma mensagem de texto para London rapidamente,
perguntando a ela se está tudo ok, e então vou para a aula. Não é
inédito para London me ligar, geralmente quando ela precisa de alguma
coisa, mas o meu irmão? Ele nunca me liga. Eu coloco meus óculos de
sol, e caminho rapidamente para o campus, não querendo me atrasar
para minha aula. Quando eu ando em direção ao prédio, Leah, a irmã
de Grayson, me para.

— Oi, Paris, — diz ela enquanto caminha em direção a mim. Nós


realmente não nos falamos antes, além de algumas saudações e
sorrisos. Como insignificante que possa parecer, Leah é amiga de
Dylan, então eu realmente não a vejo se tornando a minha melhor
amiga em breve. Dito isso, ela parece ser uma garota legal, sempre
sorrindo, e eu sei que ela ama seu irmão muito com as histórias que
Grayson me contou.

— Ei, Leah, como você está? — eu pergunto a ela, oferecendo um


pequeno sorriso.

Ela empurra o cabelo atrás da orelha. — Eu sou bom. Só pensei


que talvez pudéssemos sair alguma hora? Meu irmão é louco por você, e
eu não conheço você em tudo.

Ela quer sair?

— Umm, claro, — eu digo, não soando convincente mesmo para


os meus próprios ouvidos.

Ela me dá um olhar compreensivo. — Eu vou pegar o seu número


com Grayson e te enviar um texto.

— Leah! — alguém grita. Nós duas olhamos nessa


direção. Quando vejo Dylan caminhando, eu abafo um gemido. Não é
alguém que eu quero ver agora...ou nunca.

— Hey, Dylan, — diz Leah, me dando um olhar de desculpas.

— Hey. Eu não sabia que vocês eram amigas, — diz Dylan,


disparando um sorriso na minha direção.

~ 76 ~
Leah encolhe os ombros e diz, — Ela está namorando o meu
irmão. Eu gostaria de conhecê-la.

O rosto de Dylan cai naquele lembrete. — Todo mundo namora


seu irmão. Você vai fazer amizade com toda a escola?

Leah faz uma carranca. — Paris é diferente. Ele é louco por ela.

Dylan faz um barulho de escárnio. Cadela.

— De qualquer forma, Paris, nós vamos sair em breve, sim? — diz


Leah, puxando a alça de sua bolsa.

— Umm, ok, — eu digo, piscando lentamente. — Até mais. — eu


me afasto, ignorando olhares de reprovação de Dylan.

Talvez Leah e eu pudéssemos ser amigos? Balanço a cabeça e vou


para a aula.

Prioridades.

*****

Grayson libera um gemido gutural quando ele termina. Ofegante,


eu escorrego dele e me deito ao lado dele, sorrindo enquanto eu
recupero o fôlego. Esta é a primeira vez que fizemos amor sem
camisinha, porque agora estou a tomar a pílula, e foi incrível.

— Eu estou ficando meio boa nisso, — eu glorifiquei.

Grayson grunhi. — Mais do que bea. Você é incrível, babe.

Eu sorrio mais amplo para a luz fraca, e depois passo na dobra do


seu braço. Ele se vira para me encarar, o luar em seu rosto, os nossos
olhos conectados. — Quer ir de novo? — pergunto para o silêncio.

Ele ri. — Eu vou precisar de um minuto.

— Um minuto? Seu velho, — brinco. Eu grito quando ele rola em


cima de mim, me empurrando para o colchão. Eu amo a sensação de
seu peso em cima de mim.

— Velho? Eu vou te mostrar o velho, — diz ele, me fazendo


cócegas até eu gritar. Ele me rola então, eu estou completamente em
cima dele.

~ 77 ~
— É sempre assim? — eu pergunto, me levantando para que eu
possa ver seu rosto.

Ele ternamente toca meu rosto com os dedos. — Nunca foi assim.

— Eu achei que sim, — eu sufoco. Eu o beijo, enfiando os dedos


pelos cabelos e puxando suavemente. Eu o sinto crescer duro
novamente e sorriso em sua boca.

— Você pediu por isso, — ele rosna, me virando e deslizando


lentamente para dentro de mim. Ele levanta os braços acima da minha
cabeça. — Eu acho que eu te amo, Paris O'Sullivan, — diz ele.

Eu acho que eu amo ele também.

*****

Eu acordo nos braços de Grayson. Contorcendo, eu me sento,


olhando a vista. Ele está dormindo ao meu lado, de frente para mim,
completamente nu. Eu sou uma garota de sorte; com certeza. Ontem à
noite, ele me disse que me amava. Pelo menos ele disse que achava que
ele amava. Isso é a mesma coisa? Ou será que isso significa que ele está
se apaixonando por mim? Eu queria dizer a ele que eu o amava muito,
mas eu não podia. Até que eu esteja livre da Toxic, não seria certo para
mim dizer isso a ele. Quando eu disser a ele que eu o amo, eu quero
que seja sem segredos entre nós. Eu devoro ao vê-lo, inconscientemente
estendendo a mão e correndo os dedos para baixo; — Bom dia, — diz
ele, me fazendo saltar. Eu olho para o seu rosto para ver seus olhos
bem abertos e em mim.

— Bom dia, — eu respondo, lambendo meu lábio inferior. Eu olho


para baixo, um pouco envergonhada e excitada por ter sido pega
admirando ele enquanto ele dormia.

— Você parece um pouco ruborizada, — ele ressalta. Meus olhos


sobem aos dele. Eu rolo os olhos. Seus lábios se contorcem, quando ele
obviamente tem prazer em me ver me contorcer.

— Você gosta do que vê? — pergunta ele, rolando de costas e


cruzando os braços atrás da cabeça. — Gosta? — ele pergunta.

— Mendigando elogios? — pergunto, me sentando de


joelhos. Meus dedos acariciam seu peito, antes de me mover lentamente

~ 78 ~
para baixo ainda mais. Eu sigo o seu abs com meu dedo indicador,
deixando ele tenso.

Ele suspira, fechando os olhos. — Isso é bom.

— Eu estava pensando sobre como tenho sorte em ter você, — eu


digo com uma voz suave.

Seus olhos abrem. — Babe, você não tem ideia. Confie em mim
quando eu digo que eu sou a pessoa de sorte. — ele me puxa para baixo
ao lado dele, e beija minha testa, minhas bochechas, e, finalmente
meus lábios. — Eu quis dizer o que eu disse na noite passada.

Abro a boca para falar, mas ele coloca o dedo em meus lábios. —
Você não tem que dizer nada.

— Você ainda não sabe tudo sobre mim, — eu consigo dizer,


minhas sobrancelhas franzindo.

— Eu sei disso, e eu estou gostando de conhecer você,


lentamente, pouco a pouco, — diz ele, abaixando a alça de seda do
meu pijama.

Eu empurro minha cinta para cima, estreitando os olhos. — Sim,


você gosta do que você conhece não é?

Seu corpo treme quando ele ri. — Eu conheço você. Não


totalmente ainda, mas o suficiente. Eu sei que, por algum motivo você
odeia a cor branca, mesmo que seu cabelo seja quase essa cor e é
fodidamente bonito. Sua cor favorita é o azul. Como os seus olhos, que
também são hipnotizantes e malditamente bonitos. Você não gosta de
falar sobre si mesma. Aprender coisas sobre você é como puxar os
dentes, mas você tem um bom coração. Você é gentil, inteligente e
espirituosa. E a mulher mais sexy que eu já coloquei meus olhos.

Ele está certo. Eu odeio branco, porque é isso que eles me fazem
geralmente vestir no Show.

— Eu sei que você faz este pequeno gemido quando você está
prestes a gozar, — diz ele, passando a mão sobre o meu peito. — Quer
que eu prove? — pergunta ele.

Eu embalo seu rosto com a minha mão, sua pele bronzeada


contra a minha pele pálida. Ele é todo escuro, ao passo que eu sou toda
luz. O contraste é bonito.

~ 79 ~
— Que tal eu te mostrar o quanto eu sei sobre você? — eu
ronrono, me despindo e jogando minhas roupas no chão.

— Eu acho que eu gosto disso, — ele diz, com os olhos no meu


corpo.

— Tudo bem. Depois de você me fazer café da manhã, — eu digo,


sorrindo e caminhando para fora do quarto.

Ele me persegue para a cozinha, faz amor comigo no chão, e em


seguida, me faz o café da manhã.

Prioridades.

~ 80 ~
Capítulo Quinze
Quando estou andando para a aula no dia seguinte, eu posso
dizer que algo não está certo. Eu corro e vejo uma multidão se
formando em um círculo. Empurrando através dos acessos de pessoas,
algumas delas gritando, alguns deles torcendo, eu vejo pelo que o
alarido é. No centro do círculo está Grayson, que está batendo em um
cara.

— Grayson! — eu grito, dando um passo para dentro do círculo,


apenas para ser puxada para trás por Daniel, um dos amigos de
Grayson.

— Não fique no meio, — diz Daniel, me segurando pela


cintura. Eu me esforço, mas seu abraço não rende, então eu volto para
enfrentar Grayson. Seu punho cerrado atinge o cara no nariz, e eu ouço
um barulho horrível de trituração. Em uma inspeção mais próxima, a
pessoa que Grayson está lutando é Jake, amigo dele. Que diabos está
acontecendo aqui?

— Por que eles estão brigando? — pergunto a Daniel, fazendo


uma careta quando Jake dá um soco no estômago de Grayson. Próximo
soco de Grayson envia Jake para o chão. — Por que você não para isso?
— eu rosno, empurrando ele com as mãos, tentando fugir. Daniel
suspira, então se abaixa e me levanta no ar, seu ombro no meu
estômago.

— Me ponha no chão, seu idiota! — eu grito, batendo em suas


costas com os punhos. De repente, a multidão fica em silêncio.

— Coloque ela no chão! — Grayson rosna atrás de mim. Daniel


me desliza imediatamente para baixo, e eu posso sentir o calor nas
minhas costas. Mãos embrulham minha cintura, me puxando para seu
corpo.

Daniel coloca as mãos para cima. — Ela estava tentando entrar


no meio da luta.

— Obrigado, mano, — diz Grayson, dando um passo para o lado e


me levando pela mão. Caminhamos rapidamente para o carro dele. Ele
abre a porta para mim, ainda é um cavalheiro, mesmo quando está com
raiva.

~ 81 ~
— O que aconteceu, Gray? — eu pergunto, olhando para seus
machucados, suas juntas inchadas. Ele faz um som no fundo da
garganta, quase um grunhido, como se lembrando pelo que ele ficou
com tanta raiva em primeiro lugar.

— Gray, — eu estalo quando ele não diz nada, só vai embora. Ele
não responde. Quando estamos a meio caminho de sua casa, eu posso
dizer que ele está indo mais rápido do que o limite de velocidade. —
Devagar, — digo em uma voz calma. Ele me ouve, e fica mais lento, indo
ao limite. Quando ele estaciona em sua casa, ele bate os punhos no
volante, me fazendo saltar no meu lugar.

— Você nunca vai me dizer o que aconteceu? — eu pergunto,


tentando manter minha voz calma. Ele toma uma respiração profunda,
como se para se acalmar. Ele desliga o motor e bate a porta fechada, e
vai embora. Apenas me deixando lá no carro. Eu saio e o sigo até a
casa. Ele está de pé na sala de estar, esperando por mim.

— O que aconteceu? —eu pergunto.

— Você é uma stripper? — pergunta ele, sem pestanejar. Eu


congelo. Eu sabia que devia ter dito a ele eu mesma. Eu sou tão
idiota. Falta pouco para tudo acabar e eu pensei que poderia fugir
disso. Estúpida. Ele toma o meu silêncio como um sim, porque ele
começa quebrando as coisas ao redor da sala.

— Grayson, — eu sufoco, levantando minha mão, mas, em


seguida, retirando.

— O pai de Jake é um regular em Toxic, — diz ele, sem olhar para


mim. — Ele tirou uma foto de você em seu telefone. Jake viu.

Que porra é essa? Ninguém está autorizado a tirar fotos no


clube; ele deve ter feito isso às escondidas.

Eu engulo de forma audível, a minha visão borrando. — Sinto


muito, — eu digo, uma lágrima caindo no meu rosto. E eu sinto
mesmo. Sinto tanto, porque eu sei que isso não é algo que alguém pode
simplesmente perdoar. Eu não esperava que ele me perdoasse. Eu
estraguei tudo. Eu não fui honesta, e agora eu tenho que enfrentar as
consequências.

— Todo esse tempo, — ele rosna, caindo sobre o sofá, como ele
não tivesse energia. Como se eu tivesse drenado tudo. Eu e os meus
problemas.

— Eu sinto muito, — repito.

~ 82 ~
— Não se desculpe. Me diga por quê, — diz ele, seu olhar se
conectando com o meu. Seus olhos estão frios. Duros. Machucados.

— Eu já estava trabalhando lá quando eu te conheci...

— Não é isso. Me diga por que você não foi honesta comigo, — diz
ele, seu tom insípido.

— Eu não queria você me olhando como você está olhando para


mim agora, — digo a ele com sinceridade.

Ele zomba, e olha para longe. — Acabei de dar uma surra em meu
melhor amigo achando que ele estava desrespeitando você, quando ele
estava certo o tempo todo.

Dói. Isso machuca. Eu quero dizer a ele que eu o amo, pra


caralho, mas eu não sou tão egoísta. Me levanto, minhas mãos
tremendo, lanço a ele um último olhar saudade, e então eu saio pela
porta. Eu posso ouvir coisas quebrando quando eu estou na frente,
perguntando como diabos eu vou chegar em casa. Eu começo a
andar. Não é muito longe, talvez uns 45 minutos a pé. Eu poderia
chamar Anaya para vir e me pegar, mas eu acho que uma caminhada
me faria bem. Isso me dá tempo para ficar sozinha, para lidar com as
consequências de minhas ações e sentir pena de mim mesma.

Assim como eu mereço.

*****

Me deito na minha cama e olho para o teto. Quando eu ouço a


porta bater, eu me levanto para ir atender. Olhando pelo olho mágico,
vejo o rosto zangado de Grayson. Mas que diabos? Eu abro a porta, ele
fica me olhando, como se estivesse verificando se eu estou bem.

— Que porra é essa, Paris? — ele rosna, entrando em casa. Eu


fecho e tranco a porta, e sigo para a sala de estar.

— O quê? — eu pergunto, minha voz fraca. Eu só quero ir para a


cama.

— Liguei para você um milhão de vezes! Como você chegou em


casa? Eu estava preocupado, — diz ele, se sentando e parecendo
cansado.

~ 83 ~
— Eu andei até em casa, — eu digo, me recostando contra a
parede e dando de ombros.

— Você voltou para casa, — ele repete, dizendo cada palavra


lentamente.

— Sim, — eu digo, arrastando a palavra.

— O que diabos há de errado com você? — ele se encaixa, se


levantando e começando a andar.

— Oh, assim que, agora que você sabe que eu sou uma stripper
está tudo bem para falar comigo desse jeito? — eu pergunto, rangendo
os dentes.

— O quê? — pergunta ele, olhando para mim como se ele não


tivesse me visto antes. — Você não me conhece?

Eu não tenho nenhuma ideia do que dizer, então eu fico em


silêncio. Ele não.

— Eu estava preocupado. Eu não quero que você vá para casa


sozinha; não é seguro. Poucos minutos depois que você saiu, isso me
bateu; você não estava com seu carro, e eu dirigi em por aí procurando
você, — diz ele, passando as mãos pelo seu cabelo em agitação.

— Meu telefone estava no silencioso. Eu nem sequer verifiquei ele,


— eu digo, olhando para minhas mãos. — Eu sinto muito; eu não
queria te preocupar. — para ser honesta, eu não achei que ele estaria
preocupado comigo nunca mais. Acho que subestimei o cara legal que
ele é. Ou talvez ele só sentisse pena de mim? Ótimo. Grayson amaldiçoa
e caminha até mim, mas não me toca.

— Tão bonita... — diz ele, levantando meu queixo para cima com
os dedos. — É uma vergonha que isso foi compartilhado com todos.

O que? Eu ignoro a dor no meu peito e as lágrimas que


ameaçavam vir à tona.

— Saia, — eu digo. Minha voz é calma e serena.

— Paris...

— Eu tenho uma dívida enorme. Não é nem mesmo dívida minha,


mas eu preciso pagar, no entanto. Mas para você, eu parei de dançar,
sem me importar como eu estava indo para pagar a dívida. Colocando
minha irmã em perigo. Eu só tenho uma noite, e então eu estou livre. —
faço uma pausa e respiro fundo. — Eu sei que estava errada em mentir

~ 84 ~
para você sobre isso, e provavelmente é imperdoável, mas eu não
mereço você falando assim de mim. Por favor, saia, — eu digo, minha
voz embargada. Eu abaixo o meu olhar.

— Você poderia ter vindo para mim, — diz ele, com a voz
baixa. Eu arrisco um olhar para ele. Ele não está olhando para mim; ele
está ali perdido em pensamentos. — Eu tenho mais dinheiro do que eu
sei o que fazer com ele. E a minha mulher está tirando a roupa para
pagar alguma merda? Porra, — diz ele, se virando de costas para
mim. Ele enfia as mãos atrás do pescoço, olhando para baixo. — Você
pensa tão pouco de mim? — pergunta ele, balançando a cabeça.

Eu fico boquiaberta. — Isso não tem nada a ver com você! O


mundo não gira em torno de você, Grayson! Tirei antes de te conhecer,
e eu continuei tirando depois. Estes problemas são meus, e eu estou
indo para resolver eles. Sozinha.

Ele zomba. — Bem, você tem muita certeza disso, não é? — com
esse tiro de despedida, ele finalmente sai.

E então eu caio no chão, finalmente, me deixando ir e quebrar.

~ 85 ~
Capítulo Desesseis
Eu aplico meus cílios falsos, espero eles secarem, e depois me
levanto. O material branco de renda do meu vestido agarra no meu
anel.

— Merda, — eu murmuro, tentando puxar o anel sem rasgar o


vestido.

— Me deixe te ajudar, — diz Diamante, se agachando e


desembaraçando para mim.

— Obrigada, — eu digo, olhando para minha bota alta de couro.

— Como você se sente? — ela pergunta, se levantando e


colocando os braços sobre os meus ombros.

Eu sorrio. — Eu me sinto bem. Eu vou sentir sua falta, porém, —


eu digo.

Ela sorri. — Eu vou sentir sua falta também. Mas, Paris...

— Sim?

— Eu espero não te ver aqui de novo, — diz ela, piscando para


mim.

Eu rio. — Eu também.

Eu espero até Treasure sair do palco, e então eu caminho. Sou


saudada por aplausos, principalmente pelos frequentadores. Esta é a
última vez que eu vou estar fazendo algo assim. A menos que seja na
privacidade da minha casa para o meu homem, mas isso é uma história
completamente diferente. Eu danço no pole enquanto está tocando uma
música da Beyoncé, antes da música se tornar mais otimista, eu
enfrento a multidão. Quando o vejo sentado ali, sua mandíbula definida
em aço, eu congelo. Nossos olhos se conectam, e por um momento,
parece que nós somos as únicas pessoas nessa sala. A expressão dele
está em branco, mas eu não perca a linha apertada de seus lábios e os
punhos cerrados. Ele odeia isso. Então, por que ele está aqui? Por que
ele queria torturar a nós dois? Ele sabe que esta noite é minha última
noite; não há razão para ele ver essa parte da minha vida, porque eu
estou deixando isso para trás. Me viro e me inclino para trás para o

~ 86 ~
pole. Eu levanto o meu vestido para cima e sobre a cabeça, dançando
sensualmente enquanto eu faço isso. Eu fico lá em um sutiã branco de
renda, calcinhas, e minhas botas. Eu não quero olhar para ele. Eu
realmente não sei, mas meus olhos dardam em sua direção como por
própria vontade. Seu rosto está agora para baixo, escondido nas
sombras, mas ele parece tenso. Sua postura está rígida e implacável, e
eu o vejo olhar para um dos homens assobiando alto. Eu engulo seco,
girando de modo que os homens tenham uma bela vista da minha
bunda. Esta noite era para ser o show mais fácil, meu final; em vez
disso, é o pior que eu já tive que fazer. Grayson está me cortando aberta
por estar aqui esta noite, me fazendo sangrar por todo o palco em frente
a ele. Eu gostaria de saber o que se passa na cabeça dele agora.

Meu sutiã sai, e quando ele cai no chão, Grayson se levanta e


caminha até o palco. Seu rosto é uma máscara de raiva e ódio. Ele se
aproxima de mim, mas é interrompido por um segurança. Porra. Eu
estou de pé lá no meio do palco como uma idiota, até que Diamante sai
e me agarra pelos meus quadris. Parece que ela está fazendo um
pequeno show, mas realmente é para distrair os homens, enquanto ela
diz no meu ouvido, — Vá, eu vou lidar com isso.

Ela começa a dançar e eu graciosamente deixo o palco. Eu cubro


meus seios com minhas mãos enquanto eu vou direto para os
vestiários, e coloco em um espartilho branco e shorts vermelhos. Eu
adoraria vestir meu jeans e camiseta, mas a minha noite ainda não
acabou. Eu saio para onde Grayson estava sentado, mas ele não está
mais lá; ele deve ter saído. Ele provavelmente pensa menos de mim
agora. Eu sei que ele nunca vai olhar para mim do mesmo jeito. O
gerente de hoje à noite, Henry, aponta para os quartos privados, e eu
me encolho. Eu estava esperando que ninguém iria pedir por mim esta
noite, mas eu acho que eu não sou tão sortuda. Eu endureço meus
ombros e entro no quarto escuro. Quando vejo Grayson sentado lá
olhando para mim, meus olhos se arregalam.

— Hey, — eu digo sem fôlego, agarrando na maçaneta da porta


para me apoiar.

— Feche a porta, — ele exige, e eu faço o que me mandam. Ele


está vestindo jeans desgastados e um suéter preto com decote em V,
enrolado até os cotovelos.

— O que você está fazendo aqui? — pergunto, brincando com a


bainha do meu shorts curtos.

Ele fica tenso. — Eu sou um cliente.

~ 87 ~
— O quê?

— Dance, Paris. Ou devo dizer, Snow, — ele diz, se inclinando


para trás na cadeira e me olhando com paciência. Ele quer uma
dança? Ele vai ter a porra de uma dança.

E então eu espero nunca mais ver ele novamente.

Eu começo a me mover pela a música, balançando os quadris. Eu


estou apenas fico fora de seu alcance, enquanto eu danço com o ritmo
sensual, rangendo os quadris em um círculo. Minha cabeça cai para
trás quando eu rolo meu estômago como uma dançarina do ventre
faria. Eu evito o olhar aquecido de Grayson, mas eu posso realmente
sentir seus olhos em mim. Eles queimam. Sua mão sai para tentar me
agarrar, mas eu dou um passo atrás. Eu levanto os meus olhos para
ele, e um músculo em seu queixo se contorce enquanto ele me olha com
desejo indisfarçável. Minhas mãos começam no meu estômago e
trabalham seu caminho por cima e sobre os meus seios, então meu
pescoço. Eu giro e coloco minhas mãos na parede, furando minha
bunda para fora e me movendo sedutoramente. Eu me viro e desfaço o
zip no meu top, deixando ele cair no chão, meus seios
aparecendo. Ando lentamente e deixo seus olhos na altura dos meus
seios nus. Ele lambe o lábio inferior.

— Venha aqui, — ele exige, os olhos se elevando para os


meus. Ele mexe seus quadris, e eu posso ver sua excitação lutando
contra seu jeans.

Ele me quer.

Mas eu estou gostando de torturá-lo.

— Não, — eu digo a ele, continuando a minha dança. Ele range os


dentes. Eu pisco a ele um sorriso maroto quando eu deslizo para baixo
em meus joelhos, abrindo minhas pernas. Eu vejo quando seus lábios
murmuram ―porra‖, enquanto eu corro minhas mãos sobre meus seios,
olhando para ele. Ele se levanta e vem até a mim, então eu estou de pé,
os dedos em meus quadris. Me viro e empurro ele para que ele vá de
volta à sua posição sentada.

— Paris, — diz ele, em tom suplicante. Quando ele esfrega na


frente da calça jeans, um gemido escapa dos meus lábios. Minha raiva
em relação a ele se transforma em necessidade, e incapaz de parar, eu
ando em direção a ele e escarrancho sobre seus quadris. Suas mãos
imediatamente vão para os meus quadris, me segurando para que eu
não possa ir embora. Seu peito sobe e desce com suas respirações

~ 88 ~
profundas, como eu lentamente começo a moer para baixo em seu
pênis. Ele está duro como uma rocha, e eu mordo meu lábio inferior,
quando eu caio contra o peito, e depois enfio meu rosto na curva de seu
pescoço enquanto eu me empurro de joelhos. Eu nunca dei um baile
como este antes, e eu espero que ele não ache que é assim para todos
os meus clientes. Porque não é. É só para ele.

— Porra, Paris, — ele rosna em meu ouvido.

— Eu quero você, — eu digo de volta.

— Porra. Não aqui, — diz ele, e eu me sento e percebo onde


estamos e o que está acontecendo. Eu vou para sair de seu colo, mas
ele me mantém no lugar com suas garras.

— Estou feliz por esta é sua última noite aqui, — diz ele. Eu olho
em seus olhos escuros e suspiro.

— O que estamos fazendo, Gray? — eu pergunto, um pouco


ofegante.

Ele engole em seco.— Eu vou te levar para casa.

— Ok, — murmuro quando eu me levanto. Ele pega meu top do


chão e me ajuda a colocá-lo. Ele me pede para dar a ele um minuto
para se acalmar antes de sair. Ao sairmos, Justin sobe em direção às
cabines privadas, sorrindo para mim. Puta que pariu. Grayson fica
tenso, então caminha até Justin e lhe dá um soco na cara. Sem
hesitação, nenhum pensamento, apenas acerta na mandíbula do
cara. Sorte que hoje é meu último turno ou eu teria sido
despedida. Justin cai de volta contra o bar, segurando sua
mandíbula. Grayson vai até ele e diz alguma coisa, antes dele retornar
para mim, me tomar pela mão, e me arrastar para fora.

— Por que você fez isso? — eu pergunto, me sentindo um pouco


atordoada.

— Esse é o pai de Jake, — diz ele, me pondo no carro e fechando


a porta. Justin é o pai de Jake? Puta merda. Então, ele é o único que
tirou fotos de mim? Tremo só de pensar e coloco o cinto de
segurança. Grayson desliza para o banco do motorista e olha para mim.

— Vamos para casa, — diz ele suavemente.

*****

~ 89 ~
— Como é a sensação de estar desempregada? — Anaya pergunta
com a boca cheia de cereal na manhã seguinte.

Eu gemo. — Obrigada por me lembrar.

— Você poderia conseguir um emprego de verdade em um


bar. Você sabe, ao invés de fazer aqui, — diz ela, rindo. Uma mecha de
seu cabelo vermelho cai sobre o rosto dela, e ela o sopra, e, em seguida,
continua a comer.

— Não me faça jogar algo em você, — eu estou de mau


humor. Ontem à noite, Grayson me levou para casa, me acompanhou
até a porta e disse adeus. Em seguida, ele saiu. O caminho até em casa
foi tranquila e sem incidentes, me deixando confusa e me perguntando
onde exatamente estamos agora. Paul sai do quarto de Anaya vestindo
apenas cueca samba-canção, então eu desvia o meus olhos. Ele se
estatela na cadeira ao lado da minha companheira de apartamento e
puxa a tigela dela de cereal para mais perto dele, roubando sua colher e
dando uma mordida.

— O que há de novo? — pergunta ele, me dando um aceno


amigável.

Eu suspiro, me recostando na cadeira e cruzando os braços. —


Você sabe, o de sempre. Saí de um clube de strip, agora preciso
encontrar um novo emprego para pagar uma dívida antes que o homem
que a minha irmã deve dinheiro venha procurando por uma de nós.

Paul pisca e, em seguida, olha para Anaya. — Seu apartamento


tem muito mais ação do que o meu. Por que não ficamos aqui mais
vezes?

Anaya revira os olhos. — Porque eu não quero assustar Paris com


todos os seus ruídos de sexo.

Eu coro e finjo olhar para algo do outro lado da sala que, de


repente, se torna interessante.

— Deixe ela em paz. Você está fazendo ela corar, — acrescenta


Paul secamente, e, em seguida, levanta a taça para beber o leite. Uma
batida na porta me deixa animada.

— Eu vou atender, — diz Paul em pé. — Porque eu sou um


cavalheiro.

~ 90 ~
— Se você tem de dizer às pessoas que você é um cavalheiro,
então você provavelmente não é, — diz Anaya, sorrindo. Estes
dois. Quando Grayson caminha de volta com Paul poucos segundos
depois, não posso esconder a minha surpresa.

— Bom dia, — diz ele, nos mostrando a todos um sorriso


encantador. — O que eu perdi? — pergunta ele, sentado à mesa com a
gente como se ele fizesse isso todos os dias.

— O que você perdeu? Paul acha que ele é um cavalheiro; isso é


tudo, — diz Anaya, lançando seu olhar de Grayson para mim e vice-
versa. Paul se abaixa e coloca um beijo na boca de Anaya. Ela zomba e
o empurra, e então os dois começam a brincar.

— E quanto a você, Grayson? É um cavalheiro? — ela pergunta


quando Paul a deixa ir.

— É claro, — Grayson responde instantaneamente. Ele se vira


para olhar para mim. — A não ser no quarto.

Os olhos de Anaya aumentam. — Eu aposto que Paris pode


atestar isso. — minha cara fica vermelha novamente. Grayson sorri
para mim com conhecimento de causa.

— Podemos conversar? — pergunta ele.

— Claro, — eu digo, me levantando e caminhando para o meu


quarto com ele atrás de mim. Me sento na minha cama quando ele
fecha a porta, e em seguida, vem se sentar ao meu lado.

— Eu só queria dizer que sinto muito se eu fui um idiota noite


passada. Te ver lá em cima... Eu estava com raiva e inveja que outros
homens tem que ver o que é meu. E pra caralho com raiva, — diz ele,
passando a mão ao longo de sua mandíbula.

— Então, você estava com raiva? — pergunto secamente,


aliviando o clima um pouco.

Ele zomba. — Só um pouco. Eu ainda estou com raiva, mas —

Eu o interrompo. — Você percebe que você terminou comigo,


então você não tem direito de sair por aí dizendo que eu sou sua, — eu
digo a ele. Meu telefone toca, ‗Say Something‘, de A Great Big World e
Christina Aguilera começa a tocar no meu telefone. A música preenche
o espaço entre nós. Eu ignoro a chamada.

~ 91 ~
— Eu tinha acabado de descobrir que o amor da minha vida era
uma stripper, — diz ele secamente, encolhendo os ombros em um ‗o que
você esperava?‘.

Eu cerro os dentes. — Você é muito jovem para ter encontrado o


amor de sua vida.

Ele acalma. — Tenho vinte e um de idade, o suficiente para saber


o que eu quero. Eu estive com o meu quinhão de meninas e...

— Não me lembre, — eu murmuro, esfregando as mãos pelo meu


rosto. Estou cansada. Muito cansada.

— Você parece cansada, — diz ele, franzindo as sobrancelhas. —


Você está se sentindo bem?

— Estou cansada, — eu digo. — O que você quer falar?

— Nós, — diz ele.

— Não há nenhum nós, — eu o lembro, cruzando os braços sobre


meu peito. Eu o quero de volta? Claro que sim. Mas eu sei que as coisas
entre nós vão ser diferentes. Eu já posso sentir isso no que ele diz, e do
jeito que ele diz. Ele vai usar isso contra mim.

— Sempre haverá um ‗nós‘, — diz ele. — Mesmo que você esteja


levando uma vida dupla que eu não tinha ideia sobre.

Eu aperto meus olhos fechados. O caso em questão. Eu me


levanto. — Se isso é tudo que você tem a dizer, por favor, saia.

Ele abre a boca para argumentar, mas depois fecha. — Você


precisa descansar. Podemos falar mais tarde, — diz ele. Ele me beija
uma vez na minha testa, os lábios queimando minha pele com o
simples toque.

Em seguida, ele sai.

~ 92 ~
Capítulo Dezessete
Eu entrego meu currículo para o gerente do restaurante,
agradecendo a ele e, em seguida, saio. Eu tenho colocado meus
currículos em dez lugares diferentes hoje, e é bom ser produtiva. Meu
telefone vibra com uma mensagem de texto de London. Ela me
respondeu dizendo para ligar para ela, que eu tinha me esquecido de
fazer.

Não posso nem ligar para sua irmã, não é?

Eu reviro os olhos e texto de volta.

Desculpe, ocupada com uni. Está tudo bem?

Ela não responde de imediato, por isso eu guardo o meu telefone


e continuo andando na rua. Paro quando me deparo com um bar,
verificando antes de caminhar para dentro. O lugar está completamente
morto. Tem um cara em pé no bar, escrevendo algo em um
notebook. Ele é bonito o suficiente, com o cabelo loiro, pele bronzeada, e
uma compilação agradável. Ele olha para cima quando eu chego perto.

— Olá, — diz ele, colocando a caneta para baixo e sorrindo.

— Oi, — eu disse, olhando ao redor. — Lugar legal.

— Obrigado, eu vou dizer ao proprietário que você disse isso.

— O proprietário está? — eu pergunto, me sentando no banco em


frente a ele.

Ele sorri. — Ele está. Por quê?

— Eu queria saber se vocês estão querendo contratar alguém, —


eu digo, me sentindo um pouco envergonhada. Eu tentei parecer
profissional de hoje, por isso optei por usar uma camisa branca e calças
pretas sob medida.

~ 93 ~
— Alguma vez você já trabalhou em um bar antes? — pergunta
ele, esfregando a nuca no queixo.

Toxic serve bebidas. Isso conta? — Não, não realmente.

— Que tal te dar um teste? Você pode vir amanhã e podemos ver
como você vai, — diz ele.

— Sério? — eu pergunto. — Você não tem que verificar com o


proprietário? — ele sorri, e eu paro. — Você é o proprietário, não é?

— Em carne e osso, — ele responde. — Venha de preto manhã. As


seis funciona para você?

— Seis está perfeito, muito obrigada, senhor...

— Por favor, me chame de Aiden, — diz ele, estendendo a mão


para apertar a minha. — E você é?

— Paris, — eu respondo. — Muito obrigada, você não vai se


arrepender, — digo a ele, soltando sua mão. Quando eu vou embora, eu
tenho certeza que eu o ouvi dizer: — Eu espero que não.

*****

Dois longos dias se passaram desde que Grayson e eu


conversamos pela última vez. Eu ignoro os olhares que alguns caras me
dão enquanto eu ando até minha classe .Eu presumo que eles são
amigos de Jake e ouviram tudo sobre mim, então eu finjo que eu não os
vejo me olhando. Grayson já está sentado em seu assento quando eu
chego, olhando para suas mãos. Eu deslizo em minha cadeira, e ele
olha instantaneamente.

— Hey, — diz ele em voz baixa. Eu devoro a visão dele, o cabelo


bagunçado, e seus olhos escuros. A barba de cinco horas é nova, e
completamente atraente.

— Oi, — eu respondo, puxando a minha pasta.

— Como tem passado? — pergunta ele, como se tivesse sido


muito tempo desde a última vez que vimos um ao outro. Eu acho que
isso meio que faz parecer assim.

— Tudo bem. Você?

~ 94 ~
Ele engole, os olhos correndo ao redor antes de olhar diretamente
para mim. — Eu sinto sua falta.

Eu sinto falta dele também. Mas isso muda alguma coisa? — Eu


sinto falta de você também, Gray.

— Sinto muito sobre a maneira que eu falei com você , Paris, —


diz ele, com base em uma respiração. — Eu nunca deveria ter falado
com você daquela maneira. Você não merece isso. Você me machucou,
porém, babe. Para que, no final, houve todo um lado diferente de você
que eu não tinha ideia.

— Não existe um outro lado de mim, Grayson. Eu apenas fiz o


que eu achava que eu tinha que fazer.

— Eu gostaria que você pudesse ter vindo para mim. Dói ainda
mais que você poderia, mas não fez, — diz ele, fechando os olhos por
um segundo.

— Sinto muito, — eu sussurro.

— Eu sei, — diz ele. Nossos olhos se conectam e se mantem, até o


professor fala, arruinando o momento.

A aula passa em um borrão, e logo é hora de ir. Grayson caminha


atrás de mim, perto, mas não tocando, e me puxa para a sua moto, sem
uma palavra. Estou prestes a subir quando vejo Dylan caminhando em
nossa direção. Grayson a ignora, e prende o capacete para mim a
desliza na minha cabeça. Ele sobe e eu subo logo em seguida, passando
os braços ao redor dele.

— Obrigada pelo passeio de ontem, Grayson, — Dylan diz, o


tempo todo olhando para mim. Ele deu a ela uma carona? Que porra é
essa? Grayson fica tenso, mas a ignora, ligando a moto e saindo. Eu
fervo todo o caminho até sua casa, imaginando diferentes cenários. No
momento em que chegamos a sua casa, tenho certeza de que há vapor
saindo dos meus ouvidos. Eu salto da moto, logo que para e puxo o
meu capacete. Ele faz o mesmo, colocando as mãos para cima em um
gesto de ‗acalmar‘.

— Antes de começar a gritar e pular para os pressupostos, houve


um jantar na casa dos meus pais. A família dela estava lá, e ela
precisava de uma carona para casa porque seus pais se hospedaram
longe. Eu a levei para casa no meu carro, e é isso, — diz ele. Eu cerro os
dentes e caminho até a porta, sem dizer nada, quando ele desbloqueia e
abre para eu entrar.

~ 95 ~
— Você a levou para casa e é isso? Ela não tentou nada? —
pergunto quando estamos em sua sala de estar.

Ele esfrega a parte de trás do seu pescoço. — Ela estava


flertando; eu disse a ela para não se incomodar, porque eu não vou lá
novamente.

— Eu vejo. Quando foi a última vez que você foi lá? — digo,
realmente querendo saber essa resposta. Algo não bate certo. Dylan
continua a agir como ela tivesse uma chance com ele, como se ela
soubesse algo que eu não sei. E eu não gosto disso.

Grayson se recosta no sofá me observando. — O dia em que nos


conhecemos.

Espere, o quê? Você tem que estar brincando comigo. O primeiro


dia nós falamos...

— Babe, não estávamos juntos. Nós só tínhamos acabado de nos


conhecer e —

— Eu vejo, — eu digo novamente, interrompendo-o. Mas eu não


vejo, não realmente. É verdade que nós não estávamos juntos. Acho que
não tenho o direito de estar com raiva, mas isso não significa que isso
não me machuca.

— Você não sentiu a conexão entre nós que o primeiro dia? —


pergunto a ele.

— O quê? Claro que sim, — diz ele, se levantando e caminhando


até onde eu estou sentada no outro sofá. Ele se senta ao meu lado e
tenta colocar seus braços em volta de mim. Eu o afasto e me movo até
mais longe quanto posso.

— Não admira que ela me olha tão presunçosamente o tempo


todo, — medito.

— Ela não é nada, Paris. Você está pensando demais. Não é como
o que temos entre nós. Com ela, foi só sexo, puro e simples. Foi
liberação sem emoção, — diz ele, com os olhos implorando para eu
entender. — Foi diferente, e eu sabia disso. Depois que eu te conheci,
não havia como voltar com isso. Eu não quero estar com mais ninguém,
e estar com Dylan provou isso. Eu disse a ela naquela noite que não ia
acontecer de novo, e não aconteceu.

Eu dou de ombros. — Nós não estávamos juntos, — eu


digo. Talvez se eu continuar dizendo isso, eu vou acreditar. Grayson me

~ 96 ~
envolve em seus braços, e eu não me afasto. Eu não faço nada. Eu
apenas sento lá, uma espécie de tonta e com o coração partido.

— Nós não estávamos juntos, mas você ainda está sofrendo, e


isso me mata, — diz ele, me puxando para o seu colo, e esfregando
minhas costas suavemente. Eu coloco meu rosto na curva de seu
pescoço, meus pensamentos correndo a mil quilômetros por hora.

— Você sempre pensa que nós apenas não estamos destinados a


ficar juntos? — pergunto a ele.

Todo o seu corpo fica tenso. — Nunca, — ele diz, com a voz
forte. — Nunca, nenhuma vez isso passou pela minha cabeça. Nós só
precisamos ser mais abertos um com o outro, eu acho. Parar de manter
as coisas um do outro. Tudo isso poderia ter sido evitado com um pouco
de honestidade.

Ele está completamente certo. Quero dizer, nós teríamos ainda


acabado com raiva ou chateados com o outro, mas poderia ter sido
melhor do que isto.

— Isso é verdade, — eu digo, suspirando em seu pescoço. — Eu


não quero nem pensar em você com outra mulher. Isso me deixa louca.

— É passado, babe. Não há porque pensar nisso. Mas eu estou


aqui com você agora e eu não vou a lugar nenhum.

Eu fico em silêncio, ponderando seus comentários.

— Se você me contar sobre a sua dívida, e quanto você deve, eu


vou pagar para você, — diz ele em um tom cuidadoso.

Eu ergo minha cabeça. — Não posso te pedir para fazer isso.

— Quanto?

— Dez mil ainda resta pagar.

— É só isso? Babe, eu vou pagar isso agora. Apenas me diga para


onde enviar, — diz ele. — E você não me deve nada. Nada mesmo. Sem
expectativas. Nada. Considere isso como um presente por me aturar, —
diz ele. — E para mim, por me dar o melhor presente que eu já recebi.

— E se não funcionar? — eu pergunto.

Ele acalma, mas responde instantaneamente. — Eu disse a você,


você não me deve nada. Se estamos juntos ou não. Sem dívida.

~ 97 ~
É bom ter alguém cuidando de mim, mas eu não me sinto bem
em aceitar qualquer dinheiro dele ou qualquer outra pessoa. — Eu não
sei...

— Como você entrou em dívida? — pergunta ele.

— Minha irmã tinha em dívida e não podia pagá-la. Portanto, não


é realmente a minha dívida, mas...

— Espere, o quê? Por que sua irmã não pode pagar por isso? —
pergunta ele, praticamente rosnando.

— Eu não sei. Nós nem estamos perto, mas eu sou mais velha do
que ela, e eu não quero que nada aconteça com ela. O cara que ela
devia o dinheiro estava ameaçando ela. No fim, ainda somos do mesmo
sangue. Eu disse que pegaria o dinheiro. Ele disse que eu poderia
pagar. Acho que ele sentiu pena de mim limpando as merdas de
London.

— Eu não posso acreditar nesta merda, — Grayson encaixa.

— O quê?

— O que você quer dizer com o quê? Sua irmã está, obviamente,
tirando vantagem de você e fazendo você lidar com os problemas
dela. Você deve dizer a ela para pagar sua maldita própria dívida, — diz
ele, assinalando um músculo em sua mandíbula.

Eu dou de ombros. — É o que é. Eu não podia deixar ela ser


espancada, ou pior.

— É por isso que você estava tirando a roupa? Para pagar a dívida
dela? — pergunta ele, fervendo.

Concordo com a cabeça. Cerro os punhos. — Que vadia, — ele


resmunga.

— Ei, essa é a minha irmã que você está falando.

Ele olha para o teto. — E você ainda está protegendo ela. Ina-
porra-creditavél.

— Sim, bem, ela é a única irmã que eu tenho. E pelo menos ela
fala comigo de vez em quando.

Ao contrário do meu irmão.

— Esta é a primeira vez que você falou sobre a sua irmã, — diz
ele, massageando meus ombros.

~ 98 ~
— Sim, nada muito a dizer. — de repente eu me lembro que eu
tenho trabalho hoje à noite, e eu me levanto. — Merda, eu tenho
trabalho às seis, você pode me levar para casa?

— Trabalho? — pergunta ele, a boca aberta.

Reviro os olhos. — Nada de Toxic. Eu tenho um novo emprego em


um bar chamado Ivy Lounge. É por perto.

Ele balança a cabeça. — Eu conheço o lugar. Parabéns.

— Obrigada.

— Vamos lá, eu vou te levar para casa. Você precisa de uma


carona para o trabalho? — ele pergunta, levantando minha mão até sua
boca e beijando.

— Não, está tudo bem. É apenas uma caminhada de dez minutos,


e se eu ficar lá até tarde, eu vou pegar um táxi para casa.

— Por que você é tão teimosa? — ele diz, balançando a cabeça.

— Eu não gostaria de ser inconveniente.

Ele boceja. — Você está falando sério? Eu ficaria sentado lá em


todo seu turno, vendo você, se você quisesse. E eu não iria reclamar
nem um pouco, porque eu não me importo.

Um sorriso se forma em meus lábios. — Você não se importa, mas


eu sim.

— Eu sei, — ele resmunga. — Vamos, vamos para casa, então.

Caminhamos para a moto de mãos dadas.

~ 99 ~
Capítulo Dezoito
— Então, onde você trabalhou antes daqui? — Aiden
inocentemente pergunta, me fazendo quase engasgar com a minha
bebida.

— Oh, você sabe, — eu digo, tentando acabar com a pergunta.

— Não, eu não sei, mas agora eu estou certamente intrigado, —


diz ele, as sobrancelhas subindo.

— Talvez devêssemos esperar até que eu estivesse contratada,


com certeza, — eu digo, incitando uma risada dele. Ele pode rir, mas eu
estou séria.

— Vamos lá, não vou te julgar sobre isso. Eu juro, — diz ele,
atravessando o coração com o dedo.

Apoiado em um canto, ou eu tenho que dizer a verdade ou


mentir. Como eu aprendi recentemente que a verdade é sempre a
melhor opção. — Eu costumava trabalhar no Toxic.

A boca dele cai. — O clube de strip?

Reviro os olhos. — Sim, o clube de strip.

Ele olha para meu corpo. — Eu acho que eu poderia ver isso.

Eu suspiro. — Seu porco!

Ele ri. — Eu estou apenas brincando. Bem, você é quente. Sem


julgar, porém, eu juro.

Eu estreito meus olhos nos dele. — sei.

Ele ri mais. — Eu não vou te pedir para me dar um show ou


qualquer coisa, se é isso que você está esperando.

Eu pisco. — Você é sempre tão irritante?

— Sim, — diz ele. — Na verdade, eu fico pior do que isso.

Meus olhos se arregalaram. — É por isso que você precisava


contratar alguém? Todo mundo sai depois que eles trabalharam com
você, não é?

~ 100 ~
Ele balança a cabeça para mim. — Oh, por favor. Todo mundo
gosta de mim.

— Você é o chefe. Tenho certeza de que eles fingem, — acrescento


eu, sorrindo.

— Mas não você, hein? — ele responde, rindo um pouco mais. Um


grupo de clientes caminham em direção ao bar.

— É hora de ver se você está pronta, — diz ele, acenando com a


mão em direção às pessoas.

— Confie em mim, isso não é nada, — eu me gabo.

Ele segue atrás de mim. — Vamos ver, então.

Eu sirvo a dois clientes enquanto ele serve aos outros. Eu verifico


a tabela de bebida para uma das bebidas, uma simples vodka com
laranja. Eu uso o registo como Aiden tinha me mostrado, e dou o troco
certo.

— Moleza, — eu digo, quando os clientes saem.

Ele balança a cabeça. — Você fez bem.

— Então? Eu tenho o trabalho? — pergunto ansiosamente.

Ele sorri. — Veremos no final da noite.

Desafio aceito.

*****

— Como foi seu primeiro dia de trabalho? — Grayson pergunta


quando ele se senta na grama ao meu lado.

— Foi bom, na verdade. Foi apenas um turno para ver se eu ia


bem, mas ele me disse no final da noite que fui contratada, e— u digo,
aparecendo uma uva na boca.

— Eu aposto que ele fez, — murmura Grayson.

— O que isso quer dizer? — eu pergunto, me arrepiando

— Nada, — diz ele, deslizando mais perto de mim.

~ 101 ~
Eu coloco minhas mãos para cima. — Diga. Não seja um covarde,
— eu exijo.

Sua boca se abre em choque com o meu comentário. Então ele


começa a rir. — Eu não posso acreditar do que acabou de sair de sua
boca.

— Hmmph.

— Eu só queria dizer que você é uma sexy, linda menina...

— Sim, não porque eu sou esforçada ou qualquer coisa, certo? —


eu digo, franzindo os lábios.

— É claro que você é esforçada. E você é inteligente. Eu não estou


negando isso, — diz ele, me dando um sorriso torto. — Só me ignore. Eu
tenho ciúmes como um idiota.

— Ciúmes? Sério?

Ele levanta o braço e coloca em volta do meu ombro. Eu me


inclino a minha cabeça em seu peito, saudando seu conforto. — Eu me
sinto fora de ordem, sabe? Eu não gosto deste espaço que temos entre
nós agora.

Eu fico em silêncio, apenas respirando seu perfume e gostando de


estar de volta em seus braços.

— Posso te levar hoje à noite? — pergunta ele. — Talvez você


possa ficar mais?

Eu olho para ele, em sua expressão esperançosa. — Tudo bem.

Seus ombros relaxam. — Bom. Minha irmã quer passar algum


tempo com você também.

— Sim, ela disse que iria me enviar uma mensagem.

— Acho que ela está pensando em te pedir para sair com ela neste
fim de semana, — diz ele, empurrando o meu cabelo do meu pescoço
para o lado.

— Será que Dylan vai estar lá? — pergunto, odiando admitir que
eu preferia não ver o rosto dela.

— Não se preocupe com ela, ok. Ela não me tem; ela nunca
teve. Eu sou todo seu. Vou dizer a Leah para se certificar de que Dylan
não esteja por perto.

~ 102 ~
Eu suspiro. — Sim, está bem.

Ele ri. — Você não tem que ir se não quiser.

— Eu quero. Talvez eu traga Anaya junto comigo, — eu digo,


balançando a cabeça.

— Você sabe que eu vou vir, certo? — diz ele em meu


ouvido. Arrepios aparecem por toda a minha pele.

— Como você pode vir?2 Eu nem sequer te toquei ainda, — eu


respondo, sorrindo para a minha resposta.

Ele balança a cabeça para mim. — Eu. Você. Hoje à noite.

— Eu tenho uma condição, — eu digo.

— Qualquer coisa.

— Ouça o que eu tenho a dizer em primeiro lugar. Se você já me


perdoou por tudo, então eu preciso que você, na verdade, me perdoe, e
não jogue isso na minha cara sempre que puder. — isso é importante
para mim. Nós seguimos em frente, ou não. Eu sei que é difícil dizer a
ele o que fazer, e egoísta da minha parte pedir isso a ele, mas eu preciso
saber.

Ele se inclina e me beija. — Eu te perdoo. Eu não vou fazer isso


de novo.

— Se você quiser falar sobre isso, nós podemos. Só, por favor, não
faça pequenos comentários, porque eles realmente machucam.

— Porra, eu sinto muito, babe. Eu prometo, — diz ele, com os


olhos cheios de preocupação e remorso.

— Obrigada, — eu digo com gratidão, puxando ele de volta para


baixo por sua camisa para um beijo mais profundo. — Eu sinto muito,
por não te dizer a verdade. E não só porque você descobriu dessa
maneira, mas porque eu deveria ter confiado em você o suficiente para
ser honesta.

— Eu não vou mentir, eu estava chateado. Muito chateado,


magoado e com raiva. Mas eu não posso te perder. Eu não vou, — diz
ele, me prendendo com seu olhar. — Nós dois estamos longe de sermos
perfeitos, mas sei que o que temos é diferente. Especial. E eu com
certeza vou lutar por isso.

2
É a tradução de coming, que significa tanto ir a algum lugar quanto gozar. Ela quis ser ambígua.

~ 103 ~
— Eu quero que você lute por nós, — digo a ele, minha voz fraca.

— Você não é fácil de ficar longe, Paris, — diz ele, me fazendo


cócegas em minhas costelas. Eu rio, empurrando-o.

— Venha me pegar por volta das seis, — eu digo, em pé e me


curvando para pegar minha bolsa. Dirijo meu olhar para ele, e o pego
olhando para a minha bunda. — Apreciando a vista?

— Sempre, — diz ele com voz rouca.

Eu pisco para ele e, em seguida, vou para a minha próxima aula.

~ 104 ~
Capítulo Dezenove
Eu desligo o telefone, e caio na minha cama, gemendo no
travesseiro. London será a minha morte. Eu finalmente retorno a
ligação para ver o que diabos estava acontecendo. Aparentemente, ela
quer vir me visitar. Eu imagino com quem ela está puta da vida para vir
de repente para Perth. Uma batida na porta me lembra que Grayson
está vindo para me pegar. Eu pulo da cama e praticamente corro para a
porta, abrindo em tempo recorde. Ele permanece lá, segurando uma
dúzia de rosas e com um sorriso doce.

— Para mim? — pergunto, meio tímida.

— Sempre, — diz ele, me entregando o buquê e me beijando no


meu nariz.

— Elas são lindas, muito obrigada, — eu digo a ele, cheirando as


rosas e caminhando até a cozinha para encontrar um vaso. Eu trago
um para fora do armário e o encho com um pouco de água, e em
seguida, coloco as rosas nele. Grayson está atrás de mim, sua testa
pressionando contra minhas costas.

— Você cheira bem, — ele sussurra em meu ouvido. Ele afasta o


meu cabelo do meu ombro e coloca um beijo no meu pescoço. Eu levo
minhas mãos para trás e envolvo elas em torno de seu pescoço, minha
cabeça cai para trás. Ele trilha beijos no meu pescoço, sabendo
exatamente o que ele faz para mim. Eu sento o puxão no meu baixo
ventre e aperto minhas coxas juntas. Quando ele se afasta, eu gemo e
me viro para encará-lo.

— Não me provoque!

Uma risada profunda preenche meus ouvidos. — Não estou


provocando. Quarto. Agora. — ele agarra minha bunda, suas grandes
mãos apertando cada lado dela. Me levanto e enrolo minhas pernas em
volta de sua cintura estreita e aguardo por um momento precioso
conforme ele entra no meu quarto e me joga na cama. Eu quico na
cama, antes que ele esteja em cima de mim, me beijando com uma
paixão sem igual.

— Senti sua falta, — diz ele entre beijos.

~ 105 ~
— Eu senti sua falta também, — eu respiro ofegante, enfiando
minhas mãos em seus cabelos e puxando-o de volta para mais. Sua
boca logo deixa os meus lábios e se direcionam para o sul, beijando
meu pescoço e depois meus seios. Puxando para baixo o meu top e os
bojos do meu sutiã, ele pega meu mamilo e coloca em sua boca e
chupa. Minha boca retrai em um pequeno O, e minhas costas se
arqueiam para trás de prazer. Suas mãos percorrem minhas coxas,
levantando minha saia e deslizando em minha calcinha enquanto sua
boca continua a trabalhar a magia nos meus mamilos.

— Quero você. — ele me morde delicadamente com os dentes.

— Porra, Grayson! — eu resmungo. Sua língua vai para fora,


lambendo e acalmando a dor da mordida. Ele puxa minha calcinha e,
em seguida, rola sobre suas costas, tirando seus jeans e me levantando
para cima dele. Sentada com as pernas abertas, conduzo ele para
dentro de mim e empurro para baixo com um impulso suave. Nós dois
gememos simultaneamente. Eu começo a montá-lo com entusiasmo,
empurrando para cima e para baixo no ângulo perfeito. Não demora
muito para ficar frenético, na crista do clímax. Minha cabeça cai para
trás contra enquanto eu grito o nome de Grayson. Eu quase entro em
colapso em cima dele, quando ele rola em cima de mim e assume. Bom,
porque sinto como se o orgasmo tivesse arrancado minha vida.

— Não terminei com você ainda, babe, — diz ele em um ronco


profundo.

— Não seria de esperar outra coisa, — eu digo ofegante.

E eu não faria de outra maneira.

*****

Leah me envia uma mensagem no dia seguinte, me pedindo para


sair na sexta à noite. Eu respondo dizendo que eu adoraria e pergunto
se eu posso levar Anaya. Ela diz que sim, parece que eu estou indo para
um clube privado. Eu ando para o trabalho e sorrio quando vejo Aiden
rindo com outro cara. Ele tem a cabeça raspada e um
cavanhaque; ambos caem muito bem para ele. Atrás dele está sentado
outro cara de boa aparência. Ele está coberto de tatuagens e está
segurando uma menininha com as mãos. Eu observo enquanto ele
conta a ela coisas que faz com que ela exploda em risos.

~ 106 ~
— Ahhh, aqui está ela, — Aiden diz enquanto eu me aproximo,
piscando para mim.

Eu olho para ele com desconfiança. — O que você está


aprontando? — eu pergunto.

— Nada. Eu só quero que você conheça meu primo, Tag. Tag essa
é Paris. A nova garota que acabei de contratar, — diz ele, acenando com
a cabeça para mim.

— Prazer em conhecê-lo, — eu digo a Tag, que me dá um sorriso


audacioso de volta.

— O prazer é todo meu, — diz ele com uma voz que pode fazer
calcinhas derreter. — Este é Xander. E a pequena princesa é a minha
filha, Bella.

Xander olha para cima e me eleva o queixo. Meus olhos se


arregalaram. Ele é lindo. Suas tatuagens cobrem seu pescoço e os dois
braços. Bella me dá um aceno, ela realmente é muito bonita.

— Você sabe, se você se cansar desse idiota, pode vir trabalhar


comigo no bar, — diz ele. Aiden simula que lhe dá um soco, e Tag
agarra com um bloqueio de cabeça. Os dois são adoráveis.

— Vai, papai! — Bella grita, agitando os braços no ar. Aiden e Tag


param e começam a rir.

— Ahhh, Bella, você quebra meu coração, — diz Aiden, simulando


um beicinho.

— Eu amo você também, Aiden, — diz ela, em tom sério. Aiden vai
até ela e a beija no topo de sua cabeça. Xander, Tag, e Bella saem um
pouco mais tarde, e Aiden e eu voltamos ao trabalho.

Fico surpresa uma hora mais tarde, quando Grayson chega e se


senta no bar em frente de onde eu estou de pé e sorri.

— O que eu posso pegar para você, bonito? — pergunto em um


tom rouco.

Seu sorriso se alarga conforme ele se inclina para frente. — Você


está no menu?

Eu rio. — Que safado. Você quer uma cerveja?

~ 107 ~
— Sim, por favor, eu adoraria, — diz ele. Me viro para a geladeira
e tiro uma garrafa de sua cerveja favorita. Aiden escolhe esse momento
para sair da parte de trás e vir até mim.

— Eu estou saindo. Você vai ficar bem? Jackie e Shannon estarão


aqui em um minuto, — diz ele.

— Eu vou ficar bem, — digo a ele. Grayson é o único cliente que


temos agora. Eu coloco a cerveja na frente de Grayson, que agora está
encarando Aiden. Aiden percebe e se vira para olhar para mim, com a
sobrancelha levantada.

— Grayson, este é o meu chefe, Aiden este é o meu namorado,


Grayson, — eu digo, olhando de um para o outro.

— Jura. Eu não fazia ideia que você tinha um namorado, — diz


Aiden, sorrindo. Eu estreito meus olhos nele. Eu não tinha contado a
ele, pois não era problema dele e nunca veio à tona. Eu olho para
Grayson e vejo seus lábios se contraindo em uma linha fina.

— Bem, ela não disse, — responde ele, a mão segurando a garrafa


de cerveja com força.

— Eu posso ver isso. Até amanhã, Paris, — diz Aiden, assobiando


enquanto ele sai.

Eu me viro para Grayson, procurando desculpas. — Desculpe por


isso.

— Ele é seu chefe? — pergunta ele, correndo uma mão pelo


cabelo.

— Sim, — eu respondo.

— Então ele é com quem você está aqui até tarde da


noite. Sozinha?

— Grayson, sério, — eu estalo os dedos, perdendo a paciência.

— Você não tem ideia de quem ele é, não é? V pergunta ele,


tomando um gole enorme de cerveja. Ele coloca a garrafa na mesa e
olha para mim.

— O que diabos você está falando? — eu pergunto,


completamente perdida.

~ 108 ~
— Aiden Rivers. Ele costumava ser o vocalista da banda, Ageless
Devastation. Eles costumavam ser muito populares em Perth antes
deles se separaram a cerca de dois anos atrás.

Tenho certeza de que minhas sobrancelhas estão batendo minha


em minha testa. — Aiden costuma ser o vocalista de uma banda bem
conhecida? — o idiota, irritante, mas doce e engraçado Aiden? Eu
começo a rir. Eu não posso evitar.

— O que é tão engraçado? — ele pergunta, seus olhos escuros se


estreitaram.

Eu dou de ombros. — Aiden é um pouco... pateta. Eu não vejo


isso.

Seus olhos amolecem. — Você não está atraída por ele? —


pergunta ele, me encarando intencionalmente, esperando minha
resposta.

— Não. Quero dizer que ele é bonito, — ele olha com a cara feia,
— Mas ele não é meu tipo. Além disso, isso não importa de qualquer
maneira, eu sou uma mulher de um homem só.

— Homem de sorte, — diz ele, o ar da sala ficando mais leve.

— É melhor você acreditar nisso, — eu respondo. Duas meninas


entram. Uma delas é Jackie, que eu conheci antes. A outra deve ser
Shannon.

— Ei, Paris, — Jackie chama. Shannon me dá um pequeno aceno.

— Ei, Jackie, — eu respondo, me voltando para Grayson. Jackie


vem para ficar ao meu lado. Eu já posso ver onde isso vai
chegar. Grayson é extremamente bonito, e, infelizmente, eu não sou a
única que percebe isso.

— Posso te trazer outra bebida? — ela pergunta a ele, com uma


voz baixa e sexy.

— Não, obrigado, — Grayson responde educadamente, com os


olhos em mim todo o tempo. Jackie percebe e pergunta.

— Ele é seu? — ela indaga.

— Sim, — eu respondo. Todo meu. E eu não compartilho nunca.

— Puta sortuda, — ela murmura, me dando uma piscadela antes


de sair.

~ 109 ~
— Me Chame se alguma vez você tiver que ficar aqui sozinha, —
diz ele, ganhando minha atenção. — Eu virei e esperarei com você. Eu
não gosto da ideia de você ficar aqui sozinha.

— Gray —

— Não é seguro, Paris.

— Sim, tudo bem, — eu me entrego.

— Bom, — ele diz, seus lábios comprimidos. — Eu tenho que ir


trabalhar um pouco. Eu venho buscá-la quando terminar. Dez horas,
certo?

— Sim, dez, — eu digo, me inclinando sobre a mesa e colocando


meus lábios perto dos deles. — Vejo você depois.

Ele encurta o caminho entre nós e me beija. O beijo é possessivo e


de amor e me deixando querendo mais.

— Tenha cuidado. Me chame se precisar de alguma coisa, eu não


estou muito longe daqui, — diz ele contra os meus lábios.

— Tudo bem.

— Eu vou trazer alguma coisa para comer, — diz ele, com os


olhos sorrindo.

— Parece bom, — eu digo, esfregando meus lábios contra os dele


uma última vez. Eu me recuo e aceno um adeus conforme ele se levanta
e vai embora.

~ 110 ~
Capítulo Vinte
Eu entro no clube, Anaya ao meu lado, nós duas vestidas para
matar. Sexta-feira a noite chegou rápido, e eu disse a Grayson que eu o
encontraria aqui. Claro, ele não gostou disso; ele queria me pegar, mas
eu disse a ele que Anaya estava dirigindo, então não precisava. Ele
resmungou, mas surpreendentemente aceitou. Eu o localizo
rapidamente no bar com sua irmã. Anaya me dá sua mão, enquanto
caminhamos em direção a eles. Eu sei o segundo que Grayson me
percebe, porque ele vira e paralisa. Eu escondo meu sorriso quando eu
paro diante dele. Antes que eu possa falar, ele acaricia o meu rosto com
suas mãos e me beija. Ele então coloca seus lábios em meu ouvido e
diz, — Você está de tirar o fôlego.

Eu coro. Eu tinha escolhido um vestido de Anaya de chiffon azul.


Eu caí de amores no momento que eu o vi. Vou para apresentar Leah e
Anaya, mas as duas já estão conversando e se apresentando. Eu lanço
um olhar para Grayson, como se fosse culpa dele que eu esteja
parecendo rude. Ele sorri selvagemente, como se soubesse exatamente o
que eu estou pensando.

— Você não precisa paparicar ela, — diz ele em meu ouvido,


parecendo se divertir. — Você quer uma bebida?

— Sim, por favor, — eu digo, me voltando para Anaya e Leah e


perguntando a elas o que elas querem. Grayson pediu para nós, e então
me puxa para a pista de dança.

— Eu sei que você tem alguns movimentos, — ele sussurra em


meu ouvido, puxando minha bunda contra ele. — Eu estava irritado
demais naquela noite, mas eu também estava de pau duro.

Começamos a dançar, nada muito atrevido. Suas mãos em meu


quadril, e nos movemos juntos no tempo da música. Algumas músicas
depois, nós voltamos para Leah e Anaya, que estão preparando um
drink com algo verde. Leah sorri quando me vê e agarra meu braço, me
puxando para o lado dela.

— Há tantas caras quente aqui esta noite, — ela fala


abruptamente, olhando ao redor. Eu sigo sua linha de direção. Eu nem
tinha notado qualquer caras quentes além Grayson. — Você quer
dançar? — ela pergunta. Concordo com a cabeça. Nós três fomos para a

~ 111 ~
pista de dança, deixando Grayson sozinho no bar. Quando voltamos,
ele não está sozinho.

— Merda. Eu não tinha ideia de que ela estaria aqui, — diz


Leah. Grayson está afastado Dylan, que está a tentando chegar o mais
próximo que pude para lhe dizer alguma coisa. Ando até o lado dele e
seu braço me envolve.

— Esqueceu do meu convite, Leah? — Dylan zomba, lançando um


olhar para a amiga. Leah revira os olhos.

Grayson zomba. — Não exatamente.

— Sério? Só porque ela se aproximou, fui colocada de lado do


grupo? Substituída?

— Isso não é o que aconteceu e você sabe disso. Nos deixe em


paz, Dylan, — diz Grayson, me aproximando e me dando um beijo
minha cabeça. Dylan pula fora, e se junta novamente ao grupo de
meninas com quem ela deve ter chegado.

Uma hora mais tarde, eu entro no banheiro feminino. Há algumas


meninas falando entre elas perto da pia.

— Não é como eu gosto de chegar em um homem, mas é cortês


retribuir, — uma menina está dizendo a uma amiga. Eu escondo o meu
sorriso diante de sua conversa. Quando eu saio do banheiro, eu fico
cara a cara com Dylan. Bem o que eu preciso agora.

— Ele vai voltar para mim, você sabe. Ele sempre volta, — diz ela,
fazendo beicinho com seus lábios vermelhos.

Eu dou de ombros. — Se ele voltar para você, então eu não vou


quer ele de jeito nenhum, — eu digo, indo embora antes que ela possa
falar mais merda. Caminhando de volta ao nosso lugar, eu dou risada
quando vejo Grayson dançando com sua irmã, brincando e fazendo
alguns movimentos bobos de dança. Leah está batendo no seu braço,
possivelmente, dizendo para ele parar de envergonhar ela e parar de
deixar ela com o rosto vermelho de vergonha. Anaya está telefone; eu
estou supondo que é uma mensagem texto para Paul. Ela queria que ele
saísse hoje à noite, mas ele tinha que trabalhar. Sorrio para Grayson,
que está me acenando para ir lá. Eu ando até a pista de dança e salvo
Leah dele.

— Eu te amo, — ele me diz.

— Eu também te amo."

~ 112 ~
Quando eu chego em casa essa noite, eu vejo que minha irmã
deixou uma mensagem de texto.

Eu estarei aí na próxima semana. Qual é o seu endereço?

Merda.

*****

Eu corro para casa, ofegante, minha bolsa balançando no meu


braço. London está chegando hoje, e eu esqueci. Eu esqueci. Recebi
uma mensagem dizendo que ela aterrissou e está pegando um táxi para
o meu apartamento, enquanto eu estava na sala de aula. Então, ela
pode já estar lá, se não, pode estar chegando a qualquer momento.
Grayson está lá, provavelmente ainda dormindo na minha cama, já que
não teve aula cedo. Eu subo as escadas correndo alcançando a chave e
abrindo a porta.

— Grayson? — eu chamo, jogando minha bolsa no chão e


andando em direção a cozinha. Eu paro quando o vejo, sem camisa,
vestindo apenas uma calça jeans desgastada, de cintura baixa e
desabotoada.

— Ei, babe, como foi a aula? — pergunta ele, vindo em minha


direção e me dando as boas-vindas com um beijo. Quando ele me
levanta, eu esqueço o que eu ia dizer. Ah, certo. Minha irmã.

— London está chegando hoje! Agora! A qualquer segundo, — eu


divago.

Suas sobrancelhas abaixam. — Isso é hoje? — parece que eu não


sou a única que me esqueci.

— Aparentemente, sim.

— Ok, então não se estresse. Você sabe que eu poderia ter pegado
ela no aeroporto, certo? — diz ele, não pela primeira vez.

— Não se preocupe. Ela se vira.

— Posso pegar algo para o jantar, — ele oferece.

~ 113 ~
— Isso seria ótimo, — eu digo, amarrando meu cabelo no topo da
cabeça em um coque bagunçado. Eu não sei como eu me sinto com
visita a London. Ela é uma encrenqueira e uma oportunista. Eu não
quero ser rude, mas eu realmente não quero que ela fique aqui. Eu
disse que ela podia ficar por alguns dias até que ela achasse algo para
fazer. Há uma batida na porta e o pavor me enche.

— Paris, — ela grita, abrindo a porta. Eu nem mesmo tranquei a


porta na minha pressa. Eu ando até a porta, parando quando a
vejo. Ela tem a mesma aparência. Cabelo louro, alguns tons mais
escuros do que o meu, os mesmos olhos azuis e a pele pálida. Dou a ela
um abraço.

— Ei, — eu digo.

— Você parece a mesma, — diz ela, sorrindo.

— Você também.

— Como foi o seu voo? — eu pergunto, ajudando ela com sua


mala.

— Baby, me deixe pegar isso, — diz Grayson.

— Grayson, esta é London. London, este é Grayson, — eu


digo. Grayson balança a mão, cumprimentando apenas um segundo
antes de se afastar, como se seu toque dela o queimasse. London
inclina a cabeça e olha para ele, imersa em seus pensamentos enquanto
ele pega sua mala e a arrasta para a sala de estar.

— Ele é seu namorado? — ela pergunta.

— Sim, por quê?

— Nenhuma razão. Lugar bonito que você tem aqui, — diz ela,
olhando ao redor.

— Obrigada. Posso te arranjar algo para beber? — eu pergunto no


caminho para a cozinha.

— Sim. Você tem algum suco? — ela pede, se estatelando em uma


das cadeiras. Eu aceno e coloco um pouco de suco de laranja. Grayson
não volta, então eu vou até o quarto e o encontro sentado com a cabeça
entre as mãos. Ele olha para cima, logo que ele me ouve.

— Você está bem? — pergunto a ele.

~ 114 ~
— Tudo bem, só tenho uma dor de cabeça, — diz ele, forçando
um sorriso.

— Eu vou te dar alguns analgésicos, — eu digo, beijando na sua


cabeça antes de ir para a cozinha para encontrar algum paracetamol.

— Tudo bem? — ela pergunta, tomando o seu suco.

— Sim. Você pode dormir no quarto do minha companheira de


quarto. Ela disse que vai ficar na casa do namorado dela por alguns
dias.

— Isso é legal da parte dela, — diz ela distraidamente.

— Você vai me dizer por que está aqui? — eu pergunto, indo


direto ao ponto.

Ela faz beicinho. — Não é possível uma menina visitar sua irmã
mais velha?

Eu suspiro. — Para com essa merda, London. O que você quer?

Ela franze os lábios. — Meu namorado terminou comigo e me


expulsou de sua casa. Eu não tenho mais para onde ir, nem
dinheiro. Eu enviei mensagens para você tão logo eu senti que algo
estava acontecendo. Ele conheceu outra pessoa, — diz ela, olhando
para baixo, com o cabelo cobrindo o rosto como uma cortina.

— Você não estava trabalhando? — eu pergunto a ela.

— Não. Ele estava me sustentando. Ele era muito rico. Tudo o que
me resta são as joias que ele comprou para mim quando estávamos
juntos.

Eu olho para cima e vejo Grayson ali de pé, se apoiando no


batente da porta ouvindo. Seu corpo está tenso, com o rosto desenhado.

— Desculpe, Gray. Aqui, — eu disse, entregando a ele dois


comprimidos e uma garrafa de água.

— Obrigado, babe, — diz ele, pegando os comprimidos. —


Podemos falar por um segundo?

— Claro, — eu digo, entrando no meu quarto. Ele fecha a porta


atrás de nós.

— Dissemos que seríamos honestos e verdadeiros um com o


outro, — ele começa.

~ 115 ~
— Sim, dissemos, — eu digo, acenando para ele continuar.

— Quando nos conhecemos, — diz ele, aparentando sem


graça. Sua voz é crua, quando ele continua, — Você parecia tão
familiar.

— O que você quer dizer? — eu pergunto, franzindo a testa.

— Uma vez, quando eu fui para Melbourne a negócios com o meu


pai, eu conheci uma garota em um clube. Eu a trouxe de volta ao meu
quarto de hotel, e na manhã seguinte, ela se foi. — Ele faz uma
pausa. — Eu pensei que você fosse ela.

Abro a boca em espanto e falo. O quê?

— Eu não entendo, — murmuro, balançando a cabeça em


confusão.

— Quando você era virgem, eu percebi que não era ela. É por isso
que eu estava tão confuso, e eu saí. Eu não entendi, você parecia com
ela. Claro, isso não importava realmente, eu estava apaixonado
por você . Eu não me importava que não fosse ela. Eu nem sabia quem
ela era. Eu só dormi com ela uma vez. Eu nem sequer sabia o nome
dela ou qualquer coisa, — diz ele, torcendo as mãos. — Puta merda, eu
estou fazendo um trabalho de merda em tentar explicar isso. Resumo,
eu pensei que você fosse ela. Quando eu vi que não era, eu não dei a
mínima. Eu estava confuso sobre isso, porque você parecia tanto com
ela. Eu nem sequer pensei nisso novamente. Quando você mencionou
que tinha uma irmã, eu esperava que não fosse ela...

Quando tudo me bate, meu coração quebra. A dor em meu peito é


esmagadora, se espalhando por todo o meu corpo como uma doença.

— Você dormiu com London? — eu sussurro tão baixinho, eu


nem sei se ele me ouviu. London se parece comigo; não há como negar
isso. Ela é mais nova um ano, mas nós aparentamos a mesma idade. —
É por isso que você foi atrás de mim? Você pensou que já me tinha? E o
quê? Que eu estava fingindo? — eu pergunto, minha voz ficando mais
alta.

— Eu pensei que você estava fingindo, e então eu pensei que você


não se lembrava. Quando eu descobri que você era virgem, eu percebi
que estava completamente errado, mas eu estava feliz, porque eu tinha
encontrado você...

Eu esfrego minha testa, incapaz de acreditar que isso estava


acontecendo comigo.

~ 116 ~
— Você queria que eu fosse como ela? — eu digo, calando todas
as suas palavras.

— Não! Não, isso não é nada disso. Eu amo você. Você é linda,
gentil e inteligente. Você é tudo que eu poderia sonhar em uma
mulher. Ela é... Estou tão feliz que te conheci, Paris. Você é a melhor
coisa que já me aconteceu.

— Você dormiu com a minha irmã, — eu digo em voz baixa.

— Antes mesmo de saber que você existia, — diz ele, tentando


puxar para seus braços e me confortar. Por que ele sempre tenta me
consolar da dor que ele causou? Por que ele faz isso comigo? Eu queria
honestidade. Eu exigi isso dele. Meu segredo veio a tona e agora o dele
também. Só que eu não sei como acertar isso. Eu não sei como
reagir. Eu me sinto... perdida.

— Paris, por favor você pode me ouvir? — ele implora, descendo


de joelhos diante de mim. Ele inclina a cabeça contra o meu estômago,
em silêncio, me suplicando. Ele quer que eu o toque. O contato
corporal. Tranquilidade. Eu não posso oferecer a ele. Dou um passo
para trás, quebrando o contato entre nós dois.

— Isso é passado, Paris, — ele diz, sua voz embargada.

— Eu sei que é isso é passado, mas você me perseguiu pensando


que eu era ela. Isso significa que você queria ela de novo, não a mim.

— Eu sabia que não era ela depois que fizemos amor!

Eu desmorono, a primeira lágrima cai. Grayson me encara e, me


observa. Sua expressão espelhada na minha.

— Porra, — ele amaldiçoa. — Não chore, amor, por favor, não


chore.

— Eu. Quero. Ficar. Sozinha, — eu digo, enfatizando cada


palavra. Me dirijo a ele, incapaz de olhar para ele por mais tempo.

— Não faça isso, babe, — ele implora.

— Você pode me dar isso? Eu só quero ficar sozinha. Por favor.

Eu sinto seu calor atrás de mim. Seus braços envolvem minha


cintura por trás. — Eu te amo. Você. Eu conheço você do lado do avesso
e amo tudo em você. Você é a única por quem eu me apaixonei. Eu só
tive uma noite de sexo com ela. Só isso. Sexo. Sem emoção.

~ 117 ~
— Deve ter sido bom sexo se você a procurou novamente, — falo
em um estalo.

— Eu não sei como fazer você entender, — ele resmunga. — Ela


não é nada em comparação a você Paris. Eu amo você, e eu espero que
você possa me perdoar.

Ele enterra o rosto no meu cabelo por alguns segundos, coloca


um beijo na minha cabeça e depois vai embora.

Eu deslizo na cama e começo a soluçar.

~ 118 ~
Capítulo Vinte e Um
— Se eu pudesse voltar no tempo, eu não o teria transado com
ele, — diz London, tentando me animar. Ela está sentada na minha
cama com um pote de sorvete, tentando me fazer comer um pouco.

— Eu quero ouvir seu lado da história, — eu digo, me sentando


contra os meus travesseiros.

Ela estremece. — Por que se torturar, mana?

— Me diga, — eu rosno.

— Ok, ok. Jesus. Eu estava em um clube. Eu nem me lembro o


nome dele agora. Conheci Grayson na pista de dança. A propósito, eu
nem sabia o nome dele. Saímos; as coisas ficaram um pouco quentes e
pesadas, então ele me levou de volta para seu quarto de hotel. — ela
para, olhando para mim para ver como eu estou levando as coisas. Eu
realmente sinto vontade de vomitar, cada palavra tem me cortando
como uma faca, mas eu tento manter meu rosto inexpressivo. — Nós
fizemos sexo. Nós nem sequer falamos realmente. Ele estava com
tesão. Eu estava com tesão. Essa foi a medida das coisas. Você não
precisa ficar tão chateada, Paris. Não havia nada lá. Apenas bom sexo
quente. — eu jogo meu travesseiro para ela. — Apenas sendo honesta,
meu bem, — diz ela, tomando uma colher de sorvete.

— Eu não sei o que fazer, — eu admito.

— Eu vi como ele olhou para você. Ele é um homem


apaixonado. Perdoe ele. O que aconteceu entre nós, é história antiga,
nem vale a pena mencionar. Você sabe com quantos homens tive noites
semelhantes como essa? — ela pergunta, balançando uma sobrancelha
finamente arqueada.

Eu tremo. — Me poupe dos detalhes, por favor.

— Você deveria ter visto a cara dele quando ele saiu da sala. Eu
me senti mal pelo cara.

— Como você se sentiria se um de seus namorados tivesse feito


sexo comigo? — eu pergunto a ela.

~ 119 ~
Ela considera. — Nós poderíamos ficar ricas fazendo isso, você
sabe.

— London! — eu agarro.

— Eu estou apenas brincando, — diz ela, mas parece que ela não
está. Ela me preocupa seriamente.

— A propósito, eu não tenho o dinheiro para pagar Trevor este


mês, — eu digo, se referindo ao seu ex-namorado que ela deve dinheiro.

Ela parece um pouco assustada, mas depois ela se acalma. — Nós


vamos descobrir um jeito. Você sabe, eu nunca te agradeci por me
salvar naquela época. Você é a melhor irmã mais velha do mundo, e eu
vou te pagar de volta por tudo que você fez por mim.

— Que tal voltar no tempo e não dormir com o meu namorado, —


murmuro baixinho.

— Paris, — diz ela. — Esqueça que isso aconteceu. Siga em


frente. Ele se foi um par de horas, por que não liga para ele?

— É mais fácil falar do que fazer.

Ela acena com a cabeça. — Talvez. Mas você precisa manter seus
olhos no prêmio. Grayson é um achado, e se você não quer ele, confie
em mim, outra mulher quer.

Meus olhos se agarram a ela.

— Eu não! — diz ela, colocando as mãos para cima.

Eu gemo e cubro o rosto com as mãos. — Isto não é como hoje era
para ir.

— Eu sinto muito, — diz ela. — Se eu não tivesse vindo, isso não


teria acontecido.

— A verdade teria saído eventualmente. Não é culpa


sua. Devemos sair e ir jantar, — eu digo, me forçando a sair da
cama. Eu olho para a minha irmã. — Você mudou.

— Sim? Então você também. Você é muito mais forte agora, — diz
ela, olhando para mim com orgulho.

Concordo com a cabeça. Eu realmente não tenho escolha.

~ 120 ~
*****

— Oh, meu Deus, há duas delas, — diz Aiden quando London e


eu entramos no meu trabalho.

— Aiden, em London. London, este é o meu chefe, — eu digo.

— Olá, bonito, — London ronrona. Eu bato no ombro dela. — Ai!

— Fique longe dela. Ela é uma víbora, — eu digo a Aiden,


ignorando um suspiro de indignação de London.

Aiden ri. — Notável.

— Dito isto, esta víbora precisa de um emprego. Eu sei que você


estava procurando alguém, então eu queria saber..? — eu deixei minha
pergunta seguir em off.

Ele olha London. — Será que a víbora é uma trabalhadora?

Bem, essa é uma pergunta difícil de responder.

— Eu posso me tornar uma, — diz London, encolhendo os


ombros.

Eu olho para Aiden, que cai na gargalhada. — Eu vou te dar um


teste. Isso é tudo o que posso prometer.

— Obrigada, — eu digo a ele, me inclinando contra o bar.

Ele sorri. — Vocês duas podem trazer mais clientes.

Eu suspiro. — Pervertido.

— Talvez eu devesse ter outra mentirosa descarada, também, —


ele brinca, não prestando atenção em mim.

— Ok, London, vamos ao trabalho. Agora precisamos encontrar


um lugar para viver, — eu digo.

— Se você morar com Grayson, eu posso viver em seu


apartamento, — diz ela, batendo um dedo bem cuidado em seus
lábios. Aiden está de repente interessado na conversa desde que a
fofoca está envolvida.

— Se mudar, já? — pergunta ele, levantando uma sobrancelha.

~ 121 ~
— Eu não estou indo a lugar algum, — eu digo, revirando os
olhos para ele.

— Onde está Grayson, Senhor Possessivo, afinal? — pergunta ele,


cruzando os braços sobre o peito.

— Na casa do cachorro, — London disse aos sussurros,


arrastando o dedo na garganta.

— O que ele fez? — pergunta ele, agora de cara feia. Aww, meu
chefe é um pouco protetor comigo, ao que parece.

— Ele dormiu com a minha irmã, — eu digo, ao mesmo tempo em


London diz, — O que há com partilhar entre irmãs?

A boca de Aiden fica aberta. — De jeito nenhum.

London zomba, — Ela está apenas dizendo a parte ruim da


história, não a bea.

— Como diabos há uma boa parte da história? — pergunto,


cruzando os braços. A cabeça de Aiden se vira para trás, e ele assiste
nós duas discutindo. Um cliente entra, de modo Aiden nos agrupa no
bastidores onde podemos ter privacidade.

— Será que ele foi chamá-lo? — London pergunta, sentando em


cima da mesa.

— Sim. Não pare.

— Veja. Coloque ele para fora de sua miséria, — diz ela,


brincando com o fim de uma mecha de seu cabelo. Fácil para ela
dizer. Ela não tem que pensar sobre o amor de sua vida com sua
própria irmã. Ou o fato de que ele só começou a me conhecer, porque
ele pensou que eu era ela. Isso é o que dói mais. Foi a noite juntos deles
tão incrível e cheio de paixão que ele queria de novo? Ele estava
chateado quando descobriu que eu não era London? Ele fugiu naquela
noite, me deixando sozinha e confusa. Eu realmente não sei o que
pensar, tudo que eu sei é isso, dói. Eu não estou pronto para perdoá-lo
ou enfrentá-lo ainda. Eu puxo o meu telefone para fora. Vinte e oito
chamadas não atendidas e dez mensagens. Tudo a partir de
Grayson. Eu respondo a ele, uma mensagem simples.

Eu preciso de tempo.

~ 122 ~
Isso é tudo que eu tenho para oferecer no momento.

~ 123 ~
Capítulo Vinte e Dois
Duas semanas se passaram desde a última vez que falei com
Grayson. Eu não respondi às suas chamadas. Me sento em um assento
diferente nas classes que compartilhamos, e eu evito ele tanto quanto
eu posso. As poucas vezes que ele tentou falar comigo ou apareceu na
minha casa, eu me desculpei ou não atendi a porta. Tem sido um
inferno, e eu fui andando a vida no piloto automático vivo. London tem
um lugar próprio, cerca de cinco minutos de distância da minha
casa. Ela está ficando em pé e trabalhando em ser independente, e eu
não poderia estar mais feliz por ela. Ela ainda é egoísta e egocêntrica,
mas eu acho que eu deveria tomar qualquer melhoria que posso obter
dela e não empurrar minha sorte. Ela não vai se tornar uma pessoa
melhor durante a noite; isso é claro. Depois do trabalho, eu peço a
Aiden para me deixar na casa de Grayson. Eu não sei o que estou
fazendo, mas ignorar ele esteve machucando nós dois, e eu tive o
suficiente. Estou confusa, e eu não sei o que diabos fazer para superar
isso.

— Obrigada Aiden, — eu digo a ele, beijando-o no rosto.

— Não tem problema. Você pode me ligar a qualquer hora que


você precisar sabe disso, né?

— Eu aprecio isso. Melhor patrão de sempre, — digo a ele,


deslizando para fora do carro e fechando a porta. Eu aceno um tchau
quando eu viro e vou para a casa. O carro de Grayson está lá na frente,
então eu sei que ele está em casa. Eu tenho uma chave da casa dele,
mas me sinto estranha em usá-la depois de não falar com ele todo esse
tempo e não sei onde nós estamos como um casal. Eu bato na porta, e
brinco com o meu cabelo enquanto eu espero ele responder. Ele abre a
porta, ali de pé, parecendo surpreso.

— Paris, — diz ele, com o olhar diretamente em cima de mim, da


cabeça aos pés.

— Ei, eu pensei que talvez pudéssemos conversar? — eu digo,


empurrando o meu cabelo atrás da minha orelha.

— Eu adoraria isso, — diz ele. — Eu tenho que te dizer que...

~ 124 ~
— Grayson! Apresse-se! — alguém chama de dentro da
casa. Meus olhos se arregalam quando eu reconheço a voz. Puta.
Merda.

— Uau, — eu digo, em estado de choque.

— Não é o que você pensa, — diz Grayson rapidamente, chegando


a tomar posse do meu cotovelo. Eu arranco meu braço para longe dele e
dou um passo para trás, recuando para longe de sua casa. Eu retiro o
meu telefone e ligar para Aiden.

— Olá.

— Você pode voltar e me pegar? Por favor? — pergunto a ele.

— É claro, me dê um minuto.

Nós desligamos. Eu ando para a garagem e fico lá, olhando a


rua. Grayson está ao meu lado.

— Paris, me ouça! — ele rosna. — Você pode me dar um minuto


para explicar?

Eu balanço minha cabeça, suspirando de alívio quando o carro de


Aiden puxa para cima. Grayson leva meu braço de novo, mas eu puxo
livre e salto para o lado do passageiro.

— Dirige, por favor, — digo a ele, quando Grayson vem para


minha janela. Eu tranco a porta antes que ele possa tentar abri-
lo. Então eu olho para ele quando ele chama pelo meu nome uma e
outra vez, seus olhos suplicando.

Mas o que ele esperava quando ele tinha a minha irmã na casa
dele?

*****

Uma hora passa antes do barulho começar na minha porta.

— London está aqui! — Anaya chama. Eu faço um barulho de


escárnio e continuo a digitar furiosamente no meu laptop. A porta do
meu quarto abre e London entra, vestindo uma carranca.

— Você é inacreditável, você sabe disso! — ela se encaixa.

~ 125 ~
— Desculpe-me? — eu rosno de volta.

— Eu sei que eu dormi com ele antes de você conhecer ele, mas
que tipo de pessoa você acha que eu sou se dormisse com ele agora?

— O tipo de pessoa que permite que tira da irmã para pagar suas
dívidas? — eu digo em um tom doce e falso.

Ela engasga. — Eu acho que eu merecia isso. Ok, eu


definitivamente merecia isso. Mas mesmo se você não confia em mim,
você realmente acha que Grayson faria isso com você? O cara é patético
sobre você!

— Então por que diabos você estava lá? E quantas vezes você já o
viu?

Ela se senta na minha cama. — Hoje é a primeira vez que eu o vi,


eu juro.

— Explique, — eu exijo.

Ela suspira e olha para mim, se encolhendo um pouco. — Você


pode ficar com raiva.

— Fala, London, antes de eu matar você com minhas próprias


mãos.

— Whoa. Hoje eu recebi um telefonema de Grayson. Ele queria


saber detalhes de Trevor para que ele pudesse pagar a dívida. Ele me
pegou na minha casa e fomos para a dele, pegou o computador e
transferiu todo o dinheiro para ele. Em seguida, ele ligou e falou com
Trevor, se certificando que ele ia nos deixar em paz.

— Ele pagou a dívida? — pergunto, piscando lentamente.

— Sim. Então é por isso que eu estava lá. Confie em mim,


Grayson não me quer, ou qualquer outra pessoa, — diz ela, deitando na
minha cama e se fazendo confortável.

— Bem, merda, — eu digo. Parece que eu tenho algumas


desculpas para pedir. Eu vou ir lá e falar com ele amanhã.

— Não há necessidade, — diz ela, sorrindo. — Ele está no carro


esperando por você.

Eu me viro para olhar para ela.

— O quê? De que outra forma você acha que eu cheguei aqui?

~ 126 ~
Ignorando ela, eu me levanto e caminho até a porta da frente e,
em seguida, do lado de fora. Como London disse, Grayson está sentado
em seu carro, olhando para alguma coisa, seu telefone eu acho. Ele
levanta a cabeça quando eu abro a porta do passageiro.

— Hey, — eu digo, fechando a porta atrás de mim. — Sinto muito


sobre antes.

— Se você tivesse me deixado falar...

— Eu sei. Eu sinto muito, — repito.

Ele liga o carro. — Para onde vamos? — eu pergunto.

— Minha casa, — diz ele. — Está bem?"

— Sim, isso é bom. — eu fico olhando para o seu perfil bonito


enquanto ele dirige. Ele parece o mesmo, embora um pouco mau
arranjado, mas parece bom para ele. Então, novamente, eu acho que
nada parece estar bem para ele.

Eu olho pela janela, tentando organizar meus pensamentos. O


passeio é silencioso, então eu ligo o rádio. Grayson alcança e hesitante
põe a mão na minha coxa, dando um pequeno aperto antes de removê-
lo.

Quando entramos em sua casa, tomo um assento e mordo


suavemente meu lábio, pensando no que dizer; como me explicar.

— Eu espero que você não esteja com raiva de sua irmã. Eu a


trouxe aqui, porque ela não tem um laptop, — diz ele, inclinando os
cotovelos em suas coxas.

Eu limpo minha garganta. — Ela me explicou. Me desculpe, eu


tirei conclusões —

— Está tudo bem, — diz ele.

— Obrigada por lidar com Trevor. Ninguém realmente tomou


conta de mim antes, e eu realmente aprecio isso, Gray.

— Não foi nada. Não tem de quê, — diz ele, se recostando no sofá.

— Não foi nada. Isso foi um monte de dinheiro, e eu prometo a


você, eu vou descobrir uma maneira de te pagar de volta, — eu digo a
ele, apertando minhas mãos.

~ 127 ~
— Paris, — diz ele, balançando a cabeça. — Eu não quero o
dinheiro de volta. Eu não dou a mínima para o dinheiro, eu só quero
você. Eu quero que você me perdoe, e eu quero começar de novo.

— Não é assim tão fácil. — eu sussurro.

— É para mim. Eu te amo, não importa o quê. Minha primeira


prioridade é você. Eu não quero ficar sem você. Não é uma opção, — diz
ele, a miséria em seu rosto.

— Grayson, — eu suspiro.

— Eu me apaixonei por você depois que eu descobri a verdade. Eu


sei que você está chateada, mas me escuta; London e eu só tivemos
uma noite juntos. Eu não estava apaixonado por ela, ou qualquer coisa
assim. Eu me apaixonei por você, Paris. Eu caí no amor por você depois
que eu soube a verdade.

Eu penso sobre o que ele está dizendo. Entendo que ele se


apaixonou por mim. Ele e London nem sequer falaram um com o
outro; eles só tiveram sexo. Algo sobre ela deve ter tirado ele de volta,
pois ele queria mais embora. Estou cismando isso? Ele me disse que me
amava depois que ele descobriu a verdade, mas ainda dói. Eu sei que
ele me ama. Ele nem sequer olhou duas vezes para London dessa
forma.

— O que passou pela sua mente quando você saiu? — eu


pergunto, precisava saber disso.

— Eu acho que eu estava me perguntando se seria mais fácil


deixar as coisas assim, do que me explicar, — diz ele.

Eu não vou mentir, isso dói. No entanto, eu estou contente que


ele me disse a verdade. A verdade pode machucar, mas mentiras fazem
mais danos.

— Eu vou te dar tempo, se é isso que você precisa. Mas por favor,
não me deixe de fora ou me impeça de te ver. Nós podemos ir devagar,
construir a confiança entre nós novamente. Estou lutando, Paris. Eu
estou fodidamente lutando aqui, e eu preciso de você para lutar comigo,
— diz ele, segurando as extremidades de seu cabelo em frustração.

Eu engulo, minha boca seca de repente. — Confiança não vai vir


fácil.

— Eu sei, e eu estou disposto a fazer o que for preciso. E você? —


pergunta ele, me puxando para o seu colo e me circulando em seus

~ 128 ~
braços. — Você sabe o quanto eu senti sua falta? Parecia que eu estava
perdendo a porra de um membro ou algo assim. O que você fez para
mim?

Eu coloco minha cabeça no seu ombro. — Por que o amor dói


tanto?

— Eu acho que qualquer coisa que valha a pena não vem sem um
preço, — diz ele no meu pescoço, me beijando lá. Suas mãos a
vagueiam mais para baixo.

— Eu pensei que nós estávamos indo devagar? — aconselho,


batendo suavemente na mão dele.

— Ái, — diz ele, rindo. — Lento. Acho que vou ter uma ducha fria
depois disso.

Eu zombo. — Tentando colocar a culpa mim, ah é?

Ele começa a rir, com a cabeça jogada para trás em abandono. —


Não, babe. Vamos fazer isso da maneira certa. Desde o início. Na
verdade, você gostaria de ir a um encontro comigo amanhã à noite?

Eu finjo considerar isso. — Acho que sim, — eu digo com uma


cara séria.

— Você acha que sim, é? — ele repete, me fazendo cócegas em


minhas costelas.

— Não! — eu suspiro . — Não me faça cócegas.

Ele para e vira o rosto para o lado, tirando os meus lábios em um


beijo escaldante. Seus lábios macios demonstram exatamente o que eu
estava perdendo, sua língua exigente quando ele joga com a
minha. Quando ele se afasta de mim, eu estou mais do que disposta a
estragar a coisa de ir devagar e levar as coisas para trás para o
quarto. Digo a ele que sim. Ele ri de mim, balançando a cabeça
negativamente, mas seus olhos dizem algo completamente
diferente. Seus olhos são escuros, as pálpebras a meia haste e dando o
quanto ele me quer. O mesmo acontece com sua dureza. Eu me levanto
e ofereço a minha mão.

— Babe, — diz ele, lábio entreabertos.

— O quê? —pergunto inocentemente, batendo meus cílios.

— Você só me quer porque agora eu sou inatingível, — diz ele em


um sussurro com voz em alta frequência.

~ 129 ~
Meu corpo treme com o riso silencioso. Droga, é tão bom quando
ele ri. — Você nunca será inatingível para mim, Sr. Mills.

Ele levanta uma sobrancelha. — É mesmo? — ele passa a mão


para o lado do meu corpo, tocando para o lado do meu peito e até o meu
quadril. Minha respiração engata, e um sorriso joga com os cantos dos
seus lábios.

— É melhor eu te levar para casa, — ele resmunga, sorrindo para


mim.

— Ou, — eu digo, arrastando a palavra.

— Ou o quê?

— Ou você poderia me levar para o seu quarto e me colocar para


trabalhar, — eu digo, afundando meus dentes em meu lábio inferior.

Ele geme. — Você está tentando me matar, não é? — ele me


levanta em seus braços, e só quando eu estou a ponto de animar e
pensar que eu estou ganhando, ele me leva para fora e para o carro.

— Lento, — diz ele, quando ele me coloca para baixo.

Eu suspiro pesadamente e assinto. Acho que nós estamos levando


as coisas devagar.

~ 130 ~
Capítulo Vinte e Três
Eu metodicamente escrevo notas, na esperança de não perder
nada que eu preciso saber para os exames. Estou estressada ao
máximo, querendo fazer bem e tentando equilibrar o trabalho com
algum tipo de vida social também. E com isso quero dizer o tempo gasto
com Grayson e Anaya. Eu vejo London suficiente no trabalho, e para ser
honesta, London, em pequenas doses é definitivamente o caminho certo
a seguir, se você quiser sair com a sua sanidade. Foi pouco mais de
uma semana desde que Grayson e eu decidimos começar de novo. Nós
não dormimos juntos ainda. Apesar de ter havido vezes que eu queria
desistir, é bom levar as coisas um pouco mais lentas e começar a se
conectar em um nível diferente de novo. Isso não significa que eu não
estou morrendo de vontade de deixar ele nu, porque confia em mim, eu
estou.

— Você percebe que você é a última que saiu da sala de aula? —


diz ele, olhando ao redor. Seus olhos divertidos pousam em mim,
esperando minha resposta.

— Você está aqui também, — eu indico.

— Só porque eu estou esperando por você, — diz ele, se curvando


e pegado meus arquivos e notebook para embalá-los na minha bolsa
para mim. — Lá vai você. Podemos estudar um pouco mais quando
chegarmos na minha casa.

— Eu pensei que nós estávamos indo para a minha? — eu


pergunto, me levantando e empurrando a cadeira para trás. Indo para
minha casa, normalmente é um pouco mais seguro, porque Anaya está
lá, às vezes, ou London se convida a entrar. Dessa forma, não estamos
sozinhos, e é um pouco mais fácil de evitar a tentação. Estúpido eu sei,
mas na verdade é tudo a mesma coisa.

— É preciso ir ao meu, — diz ele, sem olhar para mim. Algo está
definitivamente errado.

— Por quê? — eu exijo.

Ele faz uma careta. — Eu não sei por quê. Eu tenho essa
mensagem, — diz ele, levantando seu telefone e mostrando para mim.

~ 131 ~
London: Leve Paris em outro lugar depois da aula. Não a
leve de volta para seu apartamento, apenas não ainda por
favor! É importante.

Meu queixo cai aberto. — O que diabos está acontecendo?

— Eu não sei, — diz ele, pegando a minha mão na dele. — Eu


estava dividido entre não querer te incomodar e saber o que é, se eu não
te dissesse a verdade, você me mataria.

— Você sabe que nós temos que ir lá e ver o que está acontecendo
agora, certo? — eu digo, marchando para fora do quarto.

— Eu não esperaria outra coisa, — murmura Grayson atrás de


mim. Me viro e dou a ele um olhar, o que faz com que ele fecha a
boca. Estacionamos o carro e corro até o meu apartamento. Eu posso
ouvir London gritando aqui de fora. Eu ando para dentro; a porta da
frente foi deixada destrancada, e corro para a cozinha onde eu posso
ouço toda a comoção. Eu congelo nas quando vejo meu irmão, Brody,
de pé ali, olhando de volta para mim.

Os olhos azuis de London diminuem em Grayson. — Uma coisa


que eu te pedi para fazer, — ela se encaixa.

— Não grite com ele! Estamos tentando uma coisa nova onde
somos completamente honestos um com o outro, — eu digo, meus olhos
não deixando Brody.

— Eu entendo isso! Mas vamos lá, Paris, você realmente quer vê-
lo? — ela pergunta, parecendo preocupada. Pela primeira vez na vida de
London, ela estava tentando me proteger. Estou sem palavras. Grayson
coloca a mão na minha parte inferior das costas, em sinal de apoio
silencioso. Estou grata e pisco a ele um olhar que diz isso.

— O que você está fazendo aqui, Brody? — pergunto a ele. Ele


tem a mesma aparência, o cabelo loiro e curto, olhos azuis e familiares,
uma compilação alta e magra.

— Eu queria ver como você está, — diz ele solenemente. —


London mencionou que ela estava aqui quando eu liguei para ela na
semana passada, e eu queria ver vocês duas. Estou tão feliz que vocês
duas estão juntas agora.

~ 132 ~
Meus testa enruga, me perguntando por que a mudança de
coração. — Você me odeia, — eu digo, as palavras me prejudicando até
mesmo a dizer.

Ele balança a cabeça furiosamente. — Eu odiava o que você


estava fazendo. Qual é Paris? Mamãe e papai devem ter se remexido no
túmulo. — ele faz uma pausa. — É este o seu namorado?

Eu sopro um suspiro. — Sim, Brody, este é Grayson. Grayson,


este é meu irmão. — Grayson dá a ele uma elevação do queixo, sem
dizer mais nada. Eu sei que ele está com raiva. Eu posso dizer pela
tensão derramando do seu corpo e sua postura rígida. Ele sabe o que
Brody fez para mim, e como isso me matou.

— Eu não sabia que London estava em dívida, Paris. Eu não


sabia que é por isso que você estava..., — ele deixa em off.

— Onde está Elizabeth? — eu pergunto, me referindo a sua


mulher diaba.

— Eu pedi o divórcio. Levei algum tempo, mas eu finalmente vi ela


quem ela realmente é, — diz ele, olhando para baixo.

— Uma cadela psicótica fodida? — London acrescenta, sorrindo.

Brody parece cansado. Cansado e exausto. Eu não deveria me


importar, mas eu faço. — Sinto muito, — disse Brody, — As duas. — ele
olha entre London e eu. — Vocês são bem-vindas para vir para casa a
qualquer momento. Aquela casa é de vocês também, — diz ele, me
dando um pequeno sorriso.

— É a sua casa Brody. Você pagou por tudo, — murmuro. —


Olha, obrigada por ter vindo por aqui e se esforçar. Eu não vou mentir,
o que você fez me machucou muito. Você escolheu a sua mulher em
cima de mim e me julgou, em vez de estar lá para mim quando eu mais
precisei de você.

Ele abaixa a cabeça. — Eu sei. Eu estraguei tudo.

— Eu sei que você cuidou de nós quando éramos mais jovens, e


eu aprecio o que você sacrificou por nós, você era apenas jovem por si
mesmo, — eu admito, tentando vê-lo a partir de seu ponto de vista.

London revira os olhos. — Você é muito boa, Paris! Ele escolheu


uma buceta sobre seu sangue.

~ 133 ~
— London! — exclamo, minha voz saindo sufocada em sua
colorida escolha de palavras.

— Eu sinto muito, — Brody repete, parecendo genuinamente


arrependido. Ele olha para Grayson. — London me diz que você tem
cuidado das duas. Eu não posso agradecer o suficiente para fazer o que
eu deveria ter.

— Eu sempre vou cuidar delas, — diz Grayson em um ronco


profundo. — Eu não ligo para o que você fez para Paris, especialmente
porque ela precisava de você. Mas isso a trouxe para mim, — diz ele, me
piscando suas covinhas.

Eu dou um tapa no braço dele. — O quê? — pergunta ele.

— Onde você está ficando? — pergunto a meu irmão.

— Tenho um hotel para duas noites, e então eu vou voltar para


casa. Só tenho três dias fora do trabalho, — diz ele.

— Você vai ficar para o jantar? — eu pergunto. Todos na sala


olham para mim. Eles podem pensar que isso é uma tarefa simples,
mas eu não quero viver minha vida com raiva e ressentimento. Quero
perdoar Brody. Por muitas razões, mas principalmente porque ele
cuidou de mim quando crescia. Ele roçou o meu cabelo; ele enxugou
minhas lágrimas e tirou a nossa tia das nossas costas. Claro, ele foi um
idiota, mas eu não quero usar isso contra ele para sempre.

— Eu adoraria, — diz ele, com os olhos cheios de lágrimas não


derramadas.

Eu sorrio para ele, e ele me dá um sorriso trêmulo de volta.

É fácil ceder ao ódio. Mas algumas horas, não há mais força que
no perdão.

~ 134 ~
Capítulo Vinte e Quatro
— Adivinha o quê! — grita London quando ela anda em minha
casa.

— O quê? — pergunto, fechando o livro que eu estava lendo.

— Eu comprei uma coisa. Eu ganhei tudo sozinha e estou muito


orgulhosa disso, — diz ela, batendo palmas.

— O que você comprou? — eu pergunto.

— Um carro, — ela grita.

Estremeço em sua sonoridade. — Você comprou um carro?

— Sim, sai e vai vê-lo, diz ela, correndo para a porta da frente. Me
levanto e sigo atrás dela. Quando eu entro no parque de
estacionamento, eu a vejo de pé ali, abraçando um carro branco, um
pedaço de merda. É um lixo. A pintura está descascando, e eu estou
meio que surpresa que ela conseguiu trazer ele até aqui sem
quebrar. Mas o olhar em seu rosto.

Orgulho.

Ela fez isso tudo sozinha, sem um cara comprando para ela. E ela
está orgulhosa. Ela deveria estar.

— O que você acha? — ela pergunta.

Um lento sorriso irrompe em meu rosto. — Eu amo isso, — eu


digo, rindo quando ela salta para cima e para baixo.

— Se você precisar de uma carona, agora eu posso te oferecer


uma, mana, — ela diz, esfregando a mala do carro. Eu balanço minha
cabeça em suas palhaçadas.

— Você tem certeza que o carro pode carregar o seu peso e o


meu? — eu brinco.

Ela revira os olhos. — Muito engraçado.

— Eu espero que você tenha pego isso com alguém que saiba
alguma coisa sobre carros.

~ 135 ~
— Eu peguei Aiden. Eu não sei se ele realmente sabe alguma
coisa sobre carros, mas ele falou que tinha certeza que eu não iria ser
estraçalhada, — diz ela.

— Aiden, hein?

Ela balança a cabeça. — Nada disso. Aiden merece alguém melhor


do que eu. Eu acho que nós dois sabemos disso.

— London —

— Eu não sou boa o suficiente para alguém como ele, mas eu


estou trabalhando nisso, — ela sorri. — Logo eu vou ter beleza,
inteligência e independência.

— Inteligência? — eu pergunto, rindo quando eu percebo como


isso saiu.

— Estou me matriculando em TAFE. Eu vou estudar algo


divertido, — diz ela, com um olhar pensativo em seu rosto.

— Divertido? Como o quê? — eu pergunto.

— Eu não sei, — diz ela. — Turismo? Ou talvez beleza? Eu não


decidi ainda.

— Isso soa muito bom, London, — eu digo. — Eu tenho certeza


que você vai fazer incrível.

"Eu também penso assim", ela responde. Ela tem um olhar em


seu rosto, como se ela tivesse percebido agora que o mundo não é sua
ostra.

— Estou orgulhosa de você, London, — eu digo quando eu ando


de volta para a porta da frente. Minha mente vagueia para Brody, que
saiu ontem. Isso parece como um peso tivesse sido tirado dos meus
ombros, e eu estou feliz que ele decidiu tentar fazer as coisas direito.

A vida está melhor, pela primeira vez.

*****

Naquela noite, eu acordei assustada quando eu senti que alguém


deslizava para a cama comigo. — O que p —

~ 136 ~
— Sou eu, babe, — sussurra Grayson, a minha volta.

— O que você está fazendo aqui? — eu pergunto com um sorriso,


aconchegando de volta para ele. Seus braços ao meu redor.

— Eu senti sua falta, — ele resmunga, colocando os pés frios em


minhas pernas.

— Hey! Seus pés estão congelando! — eu gemo.

Ele ri em meu ouvido. — Você ama a mim e meus pés frios.

— Isso é bom. — Grayson e eu não passamos a noite juntos tem


tanto tempo, não há nenhuma maneira que eu estou levando isso como
garantido. — Isso significa que o nosso indo devagar acabou? — eu
sussurro. Sua mão se movimenta sob a minha camisa, ao mesmo
tempo, ele começa a me beijar no meu pescoço. — Eu vou levar isso
como um sim, — eu anuncio, voltando do meu outro lado para encará-
lo, saltando sobre ele. Eu escarrancho e, em seguida, inclino para
frente. Ele geme enquanto eu beijo o inferno fora dele, despejando todo
meu desejo e necessidade por ele. Ele agarra minha bunda com as duas
mãos, e começa a moer contra mim. Ele está duro, o que me excita
ainda mais, sabendo que ele quer a mim tanto quanto eu o quero. Eu
rasga meus lábios longe dos seus e eu puxo a minha camisa de pijama,
ficando em apenas minha calcinha rosa.

— Linda, — diz ele, com voz rouca, me levanto enquanto eu me


sento em cima dele. Eu passo para o lado dele e puxo minha calcinha,
me deixando completamente nua enquanto ele está completamente
vestido. Quando ele agarra minhas coxas e me levanta para a frente,
então estou montada seu rosto, meu rosto fica vermelho. Quando sua
língua espreita para fora enquanto ele me saboreia, eu esqueço tudo
sobre a minha vergonha e seguro a cabeceira da cama. Ele continua a
me dar prazer com a sua boca talentosa, lambendo e chupando,
prestando especial atenção ao meu clitóris. Perdida no momento, eu me
movo contra seu rosto, procurando desesperadamente o
lançamento. Quando ele desliza um dedo dentro de mim e chupa meu
clitóris ao mesmo tempo, está tudo acabado. Eu nem sei o que eu
chamo no meu clímax. Eu só sei que eu sou alta. Como a última onda
passa, eu escorrego dele, ofegante, e olho para baixo para ele. Eu posso
ver o seu sorriso de satisfação ao luar. Ele traz a mão na boca e limpa
seus lábios brilhando.

— Foi quente, — eu deixo escapar.

~ 137 ~
— Venha aqui, — ele rosna, querendo claramente alguma
atenção.

Eu sorrio para mim mesma, lembrando o que eu ouvi a menina


dizer no banheiro. Algo sobre retribuir o favor? Bem, para mim, é mais
do que isso. Quando eu o levo em minha boca, é mais do que apenas
devolver o favor. Eu quero agradá-lo. Antes que ele esteja prestes a vir,
eu me afasto, e me escarrancho sobre ele mais uma vez, desta vez
deixando ele gozar dentro de mim.

— Paris, — ele geme, espremendo meus quadris e me


incitando. Eu o beijo, me provando em seus lábios enquanto eu faço
amor com ele. Ele termina com uma maldição, seu corpo balançando no
meu. Eu gemo em seu peito duro e suspiro de contentamento.

— Te amo, babe, — diz ele com um suspiro.

— Eu também te amo, Gray.

~ 138 ~
Capítulo Vinte e Cinco
No dia seguinte na uni, eu ando em linha reta em alguém que eu
prefiro nunca veria novamente. Jake. Nós vimos um ao outro ao redor, é
claro, mas não dissemos nada um ao outro. Até agora.

— Paris, eu posso falar com você por um minuto? — diz ele,


olhando ao redor do corredor.

— Umm, tudo bem, — eu disse, mexendo em meus pés e me


sentindo estranha.

— Eu quero pedir desculpas. Eu não contei a ninguém além de


Grayson, eu juro. Ninguém sabe.

Eu olho para o chão. — Ok, bem, obrigada. É definitivamente a


minha vida aqui mais fácil sem que as pessoas me dando merda, — eu
digo.

— Eu nunca vi Grayson tão louco, — diz ele. — Ele não vai falar
comigo agora.

— Eu vou ver se consigo falar com ele, — eu digo. Afinal, Jake


não chegou a fazer nada de errado. Ele me viu, e ele relatou a Grayson e
só Grayson. Realmente, ele poderia ter dito a toda a universidade se ele
quisesse ser um idiota, mas ele não fez. Por outro lado, eu costumava
dançar em uma base regular para o seu pai. Se isso não é estranho, eu
não sei o que é.

— Eu não sei se isso vai funcionar, mas obrigado pela oferta, —


diz ele, acenando adeus quando ele vai em seu caminho. Fico ali por um
momento, antes de continuar para a aula.

*****

Anaya, Paul, Leah, London, e eu estamos todos na casa de


Grayson tendo uma noite de cinema. Convidei Aiden, mas ele
gentilmente recusou. Eu não acho que ele gosta muito de Grayson. Ok,
eu sei que ele não gosta.

~ 139 ~
— Qual escolha é o próximo? — pergunto ao grupo, depois que
terminar a minha, que foi o primeiro Harry Potter. Eu queria assistir
todos os filmes, mas foi informada o inferno que não.

— O meu é! — London chama, caminhando até o leitor de DVD e


colocando o disco dentro quando Meninas Malvadas começa a passar,
eu não sei por que estou surpresa. Grayson geme e enterra o rosto no
meu cabelo.

— O quê? — London pergunta. — Este filme é um clássico.

Paul grunhi, balançando a cabeça. — Eu prefiro assistir Harry


Potter de novo.

— Ha! Isso aí, — eu digo, balançando a cabeça em aprovação. —


O que você escolheu, Paul?

Ele mexe as sobrancelhas e pisca. — É um segredo.

— É melhor que não seja pornô, — murmura London, causando


Anaya a entrar em erupção em um ataque de risos.

— Quer mais pipoca? — Grayson pergunta, sempre o namorado


atencioso.

— Sim, por favor.

Anaya bate Paul na parte de trás de sua cabeça. — Ái! O que


diabos eu fiz? — reclama, esfregando a cabeça.

— Você não me perguntou se eu queria alguma coisa! Eu tive que


ir buscar minha própria bebida, — diz ela, franzindo o cenho.

— Merda, mulher, você tem mãos. Eu não tenho que fazer tudo
por você, — diz ele, agora parecendo divertido.

— Você pode ser um cavalheiro, — diz ela. — Tente em algum


momento e você pode ser recompensado.

Suas sobrancelhas sobem. — Se eu fosse mais recompensado,


meu pau ia cair.

Anaya começa a rir de novo, e de London me dá um olhar que diz


claramente: ‗seus amigos são loucos‘.

Grayson volta com pipoca e uma bebida para mim, sorrindo para
Anaya e para as travessuras de Paul. Os dois sempre fazem quando eles
ficam juntos, mas eu sei que eles não levam nada a sério, porque dois
segundos depois, as suas línguas são goela abaixo do outro.

~ 140 ~
— Obrigada, — eu disse, aconchegando volta para ele quando ele
se senta ao meu lado e possessivamente envolve um braço em volta de
mim.

Adormeço através da escolha de Grayson, O Senhor dos Anéis. Ele


me leva para a cama e me enfia lá, deslizando no meu lado. Os outros
continuam a assistir os filmes, enquanto Grayson me segura em seus
braços e sussurra ‗boa noite‘ antes de adormecer.

*****

— Bom dia para você também, — eu digo através de um


sorriso. Grayson chama meus lábios em outro beijo suave.

— Bom dia linda, — diz ele, com a voz rouca de sono.

— Quais são seus planos para o dia? — eu pergunto, colocando


meus lábios em seu peito.

— Minha mãe quer que eu passe lá, então eu acho que eu vou ir
lá antes do trabalho. Você? — pergunta ele.

— Eu tenho que estudar para o exame de segunda-feira. Então eu


tenho o trabalho em cinco.

— Até onze? Vou te buscar quando estiver pronta, — diz ele,


trazendo a minha palma da mão para a boca.

— Sim, soa bem, — eu digo. Grayson coloca desliga a TV


enquanto eu vou para a cozinha e pegar algo para comer no café da
manhã. Estou prestes a levar os pratos para o meu quarto quando eu
chega um texto a partir de London.

London: Adivinha o que eu estou fazendo agora?

Eu: O que foi?

London: A caminhada de vergonha!

~ 141 ~
Eu: Um caminho familiar para você. digito para trás, rindo
para mim.

London: Ha ha, muito engraçado.

Eu entro na sala e entrego a Grayson seu prato.

— Obrigado, babe, — diz ele, agarrando o pedaço de pão e tendo


uma enorme mordida.

Meu telefone emite um sinal sonoro de novo.

London: Eu preciso ter mais cuidado com quem eu durmo


apenas no caso de você acabar namorando eles depois.

Eu balanço minha cabeça para ela; a menina não tem vergonha.

London: É muito cedo para brincar?!!

— London? — Grayson pergunta, apontando para o meu celular.

— Sim, — eu respondo, colocando meu telefone em cima da cama


e me sentando. — Ela disse que está fazendo a caminhada da
vergonha. Eu me pergunto se ela dormiu com Aiden.

Grayson para. — Será que isso te incomoda?

— Por que me incomodaria? — eu pergunto, mesmo que meio que


me incomoda. Não é porque eu tenho algum sentimento por Aiden, pelo
menos não dessa forma. Eu me preocupo com ele muito, como um
amigo, como um irmão mais velho. Eu não quero que ele se machuque,
porque ele realmente é um dos melhores homens que eu já conheci na
minha vida.

Grayson encolhe os ombros e espana as migalhas de seus


dedos. — Eu não sei. Eu sei que vocês dois são próximos.

~ 142 ~
Concordo com a cabeça lentamente. — Somos. Ele é um bom
amigo.

— Enquanto isso é tudo o que ele quer ser, — ele responde em


um tom cauteloso. Eu fico olhando para ele, deitado em seus lençóis
brancos em nada além de um par de boxers pretos.

— É claro que isso é tudo o que ele quer ser. Além disso, todo
mundo sabe como eu sou louca por você.

Suas covinhas me deixam saber que ele gosta do comentário. — É


melhor eles saberem mesmo.

— Então... — eu começo. — Você e Jake não são mais amigos?

Ele corta os olhos para mim, seu rosto perde a alegria.

— Babe, ele nem sequer contou a ninguém. Ele poderia ter feito a
minha vida um inferno, se quisesse, — eu digo.

Grayson grunhi. — É, em seguida, ele teria tomado porrada de


mim, e ele sabe disso. Confie em mim não pela bondade de seu coração.

— Tudo bem, eu não sei, ele falou comigo e ele parecia triste.

Ele se senta- reto. — Ele falou com você? — pergunta ele, sua voz
baixa.

— Sim, só por um minuto mais ou menos...

— Parece que eu e ele vamos ter outra ‗conversa‘, — diz ele,


estalando os dedos.

— Oh, vamos lá, Gray, — eu digo, não querendo que ele entre em
outra briga em cima de mim. É no passado, e eu quero deixá-lo lá. Hora
de olhar para frente agora. Não comece uma merda sem nenhum
motivo.

Ele faz um barulho e, em seguida, me leva em seus braços. — Eu


não vou deixar ninguém falar mal de você.

— Ele não falou, — eu digo, mas ele me corta com um beijo.

— Abra a boca, — ele sussurra contra os meus lábios.

— Não, eu ainda nem escovei os dentes ainda! — eu digo, meu


rosto ficando vermelho.

Ele sorri. — Eu não me importo.

~ 143 ~
Pelo sabor mentolado dele, eu posso dizer que ele escovou os
dentes, provavelmente quando eu estava fazendo o café da manhã. Eu
contorço para fora. — Onde você pensa que vai? — pergunta ele.

— Chuveiro. — e para escovar os dentes.

— Estou indo, — ele grita quando eu saio do quarto.

Eu não esperaria menos.

~ 144 ~
Capítulo Vinte e Seis
Eu sabia que isso iria acontecer. Claro, a minha sorte não é tão
grande, mas nunca achei que isso iria acontecer em um momento como
este. Em função do negócio do pai de Grayson.

— S-Snow, — gagueja o homem, olhando para os meus seios. —


Eu sou um grande fã.

Eu deixo cair o brownie de chocolate de volta para o meu prato e


olho em volta, sem jeito. — Me desculpe, eu não tenho ideia do que está
falando, — é aparentemente tudo que eu posso dizer. Mais e mais
mentiras.

— Oh, — ele diz, me verificando para fora. — Você tem


certeza? Você parece exatamente como ela...

Eu olho em volta para Grayson, ao vê-lo conversando com um


homem mais velho. Ele olha para mim, e se isenta da conversa no
minuto em que vê o olhar no meu rosto.

— Paris? — pergunta ele, vindo para o meu lado. — Está tudo


bem?

O homem limpa a garganta. — Sinto muito, senhor, meu erro, —


diz ele, se afastando o mais rápido que suas pernas podem levá-lo.

— O que foi aquilo? — pergunta ele, pegando a minha mão na


sua.

— Ele veio me dizer que ele era um grande fã, — eu sussurro-


grito, em pânico.

Grayson range os dentes. — Não se preocupe. Não há nenhuma


prova de nada.

— Você o conhece? — eu pergunto, olhando ao redor.

— Sim, ele trabalha no hotel. Não se preocupe; eu vou ter uma


conversa com ele. Vou dizer a ele que é sua irmã que é a dançarina, e
você gostaria de manter isso quieto, — diz ele, sorrindo para sua ideia.

Eu suspiro. — Você não pode dizer isso. — embora, eu duvido que


London se importaria.

~ 145 ~
— Eu posso e eu vou. Não se estresse, babe, — diz ele, me dando
um olhar possessivo. O olhar diz: ‗Eu vou cuidar de tudo‘. Eu sopro um
suspiro, balançando a cabeça uma vez. — Meu pai quer que eu fale com
um de seus colegas de trabalho. Você quer vir comigo?

— Não, eu vou esperar aqui, — eu digo. Onde a comida está.

— Ok, me dê alguns minutos. Leah deve estar aqui a qualquer


momento, — diz ele, me beijando e indo então para falar com
alguém. Eu me levanto e tenho certeza que meu vestido preto colante
está baixo na parte de trás, a ponto de ir ao banheiro quando a mãe de
Grayson caminha até mim.

— Olá, Paris, você está entediada, — diz ela, se sentando ao meu


lado.

— Ohh, eu -umm, — eu gaguejo, sem ter ideia do que dizer a esta


mulher. Ela é muito intimidante.

Ela sorri. — Eu fico entediada muito, confie em mim. Você se


acostuma com isso embora. Eu normalmente tenho apenas uma
pequena conversa com as esposas.

— Certo, — eu disse, sorrindo timidamente.

— Eu nunca vi meu filho tão apaixonado, — diz ela, inclinando a


cabeça. — Por favor, não machuque ele.

Meus olhos se arregalaram. — Eu não faria isso. — não


intencionalmente.

— Deixe a pobre garota em paz, mãe, — diz Leah atrás de


mim. Sinto alívio em sua chegada.

— Nós estamos apenas conversando, — diz a mãe. — Onde você


estava?

— Só atrasada. Eu não sei porque eu tenho que estar


aqui. Grayson está tomando conta do negócio, não eu, — diz ela.

— Nós estamos aqui para apoiar o seu pai.

— Eu estou indo para o bar. Vamos, Paris, — diz ela, seus olhos
me implorando para se juntar a ela.

— Está tudo bem? — eu pergunto a ela enquanto pedimos nossas


bebidas. Ela está usando um short amarelo que parece impressionante

~ 146 ~
sobre ela e uma blusa que se agarra ao seu corpo como uma segunda
pele.

— Eu sei sobre você, você sabe, — diz ela, mexendo a bebida com
a palha.

— Desculpe-me? — eu pergunto, não sei se ouviu bem.

Ela leva um enorme gole de sua bebida. — Jake e eu estamos


juntos. Eu estava indo para quebrá-lo para Grayson, — diz ela, fazendo
uma careta. — Então, Jake saiu e abriu a boca estúpida sobre
você. Agora Grayson o odeia e de jeito nenhum ele vai ficar bem com
nós estarmos juntos.

Sobrecarga de informação. — Eu pensei que Jake não disse a


ninguém? — pergunto secamente, tomando um gole da minha bebida.

— Ele não fez, mas ele teve que me explicar por que, de repente,
Grayson odeia ele. E por que Grayson bateu a merda fora dele, — diz
ela.

— Merda, eu sinto muito. Eu não quis que tudo isso


acontecesse. Eu tentei falar com Gray sobre Jake...

— Não é culpa sua, Paris. Jake não deveria ter dito nada. E para
que conste, eu não estou julgando. Tenho certeza que você teve suas
razões. Você é uma boa pessoa.

Eu suspiro pesadamente. — Obrigada, — eu digo um pouco sem


jeito. — Eu posso tentar falar com Grayson novamente.

— Não se preocupe com isso. Não é o seu problema; é meu. Eu


tenho alguns truques na manga para lidar com o meu irmão mais novo,
— diz ela, um brilho maligno nos olhos.

Eu rio. — Eu sempre esqueço que você é mais velha.

— Isso é porque ele é tão alto, e eu sou nanica, — diz ela,


sorrindo para mim. E porque ele é tão mandão e exigente.

Nós duas olhamos para o homem em questão, conversando com


outros dois homens. Ele está vestindo um terno perfeitamente
equipado, o que eu não posso esperar para tirar ele.

— Você tem isso nas mãos, — diz Leah, sacudindo a cabeça. —


Você é boa para ele embora. Fico feliz que Dylan está fora da foto agora.

~ 147 ~
Meu bom humor cai um pouco com a menção do nome dela. —
Ela está então? Ela não deveria estar aqui esta noite, considerando que
seus pais são amigos?

Leah coloca seu copo agora vazio para baixo e sinaliza o bartender
para outro. — O pai dela está aqui. Eu não sei onde ela está. Eu não
sou exatamente a pessoa favorita dela atualmente. E antes que comece,
isso não é sua culpa também, — diz ela antes que eu possa me
desculpar por isso também.

— Desculpe por isso , babe, — diz Grayson quando ele se


aproxima. Ele envolve um braço em volta de mim e olha para sua irmã.

— Onde estão suas roupas? — pergunta ele, franzindo o cenho


para ela. Ela olha para seu vestido e levanta uma sobrancelha para ele.

— O que há de errado com meu vestido?

— Que tal a sua falta de material? — pergunta ele, me beijando


em cima da minha cabeça.

Leah sorri, seus lábios vermelhos puxando juntos. — Como se o


vestido de Paris fosse maior.

— Sim, mas Paris é sexy, você é...

Leah suspira. — Eu sou o quê? — ela rosna, estreitando os olhos.

— Minha irmã, — ele diz simplesmente, olhando para o vestido


dela como se fosse ofensivo.

Eu acotovelo ele. — Deixa ela em paz. Ela está linda.

— Obrigada, Paris, — diz Leah, enviando a seu irmão um olhar


mortal.

— Eu não quis dizer... — Grayson começa, percebendo o que ele


disse. — Claro que você está linda, Leah.

— Sim, apenas com pouca roupa, — ela murmura, tomando sua


bebida.

— Eu espero que você não esteja voltando para casa, — diz


Grayson, observando-a.

— Não, você pode me deixar no caminho, — ela responde.

— Ok, — ele diz, ainda estudando-a.

~ 148 ~
— Agora que você está aqui para fazer companhia a Paris, eu
estou indo socializar, — diz ela, se levantando e saindo.

— O que está acontecendo com ela? — pergunta ele, mordendo o


lábio.

— Além de seus comentários eloquentes? — pergunto a ele,


escondendo um sorriso. — Onde diabos todo o seu charme foi?

Seus lábios apertados se transformam em um sorriso. — Foi


usado tudo em você, eu acho. Agora não sobrou nada para as outras
mulheres da minha vida.

— Outras mulheres, hein? — eu pergunto, propositalmente


enchendo o saco dele.

Ele coloca as mãos para cima. — Você sabe o que quero dizer.

— Não, eu não, por favor, me explique.

— Você é um pé no saco, você sabe que? meu pé no saco, — diz


ele, os olhos dançando com humor. — O que você está bebendo?

— Vodka. Quer um pouco? — pergunto, oferecendo a ele o copo.

Ele se inclina e me beija, lambendo meus lábios. — Não,


obrigado. Eu tenho que dirigir.

— Você pode tomar um gole, — eu digo.

— Eu tenho uma carga preciosa que eu preciso levar em casa com


segurança, — diz ele, esfregando a palma da mão com o polegar. Ele
sempre gosta de me tocar, mesmo que seja apenas um pequeno toque
assim.

— Você pode ir socializar, — digo a ele. — Eu estou bem sozinha.

— Eu acabei.

— Isso significa que nós temos que ir embora? — eu pergunto,


tentando não parecer excessivamente esperançosa.

Ele ri. — Quase, babe. Vamos lá, vamos encontrar Leah. Vou
elogiá-la em algo para compensar antes. Alguma ideia?

Eu sei um jeito que ele pode chegar a ela. Deixar ela ficar com
Jake sem falar merda.

~ 149 ~
— Talvez deixe ela saber que você ama e a apoia, não importa o
que, — eu sugiro com um encolher de ombros.

Ele vê através de mim. — O que você sabe que eu não sei?

Eu suspiro e me inclino contra ele. — Eu realmente gosto de sua


irmã.

— Bem, eu estou feliz, — diz ele, se aproximando e segurando


meus quadris. — Torna as coisas muito mais fáceis para mim.

Eu olho em volta. — Seu pai está vindo.

— Talvez possamos fugir? — pergunta ele, meneando suas


sobrancelhas. — Me desculpe de te arrastar para isso.

— É parte do mundo dos negócios de seu pai; eu entendo, — eu


respondo. — Eu prefiro estar aqui com você do que ficar em casa sem
fazer nada, exceto sentindo sua falta. E eu tinha que usar um vestido
bonito.

— O vestido está me matando, — diz ele, passando a mão em


cima da minha coxa e meu vestido sobe um pouco.

— Grayson, — eu sussurro, empurrando a mão dele.

— Filho, como foi tudo? — o pai dele pergunta. Eu olho para ele,
tentando agir casualmente.

— Bom, — Grayson responde. — Eu falei com alguns de seus


companheiros como você disse, ficando mais envolvido.

Ele acena para Grayson, então se vira para mim com um sorriso
antes de partir. Eu posso sentir Grayson olhando para mim assim que
eu olho para ele. — Babe, — diz ele, os lábio curvando.

— O quê?

— Você está com medo do meu pai? — pergunta ele, o corpo


tremendo com risada silenciosa.

Eu estreito meus olhos. — Não é engraçado.

— É, — ele responde.

— Não é. Eu sou uma ex-stripper. Um dia eles vão descobrir, e


eles vão me odiar e tentar te convencer a encontrar alguém
melhor. Então, sim, eu estou um pouco de medo de ambos.

~ 150 ~
Todo o humor desaparece do rosto. — Babe, eu não me importo
com o que pensam. Só importa o que eu penso. Sim, eu amo minha
família, mas eles não controlam a minha vida.

— A opinião deles é importante para você, no entanto, — eu digo,


olhando para baixo. Ele levanta a cabeça devagar, segurando meu
rosto.

— Eu te amo. Isso não vai mudar, não importa o que alguém diz
sobre você. Eu conheço seu verdadeiro eu, eles não. Eu amo tudo sobre
você.

— Tudo? — eu pergunto, dúvida laçando em meu tom.

— Sim, porque eu quero você exatamente como você é. Eu não


quero que você mude. Mesmo quando você come chocolate e geleia no
café da manhã juntos algumas vezes. Eu acho que é bruto, mas é você,
então está tudo bem.

Eu rio alto com esse comentário. — Você é louco, às vezes.

— Louco por você. Agora vamos lá, vamos encontrar Leah e nos
certifique de comer alguma coisa, — diz ele, me ajudando a levantar da
cadeira.

— Grayson?

— Sim, — ele respondeu, me dando toda a sua atenção. Eu amo


isso.

— Porra, eu te amo.

~ 151 ~
Capítulo Vinte e Sete
As provas vieram e foram antes que eu perceba. Agora, estou de
férias, e estou pegando mais horas no bar. O resto do meu tempo é
gasto com Grayson. A toalha de chá dá uma tapa minha bunda, me
puxando para longe de meus pensamentos.

— Ei, pare de sonhar acordada e vá conferir o estoque da


geladeira, — diz Aiden.

— Ái, — eu digo, esfregando minha bunda. London escolhe


aparecer quando eu digo isso.

Sua boca cai aberta. — Sua garota loura, eu não sabia que você
tinha isso em você! — então, ela começa a rir em seu próprio
comentário. — Entendeu? — ela ri um pouco mais, dobrando
agora. Aiden começa a rir junto com ela.

Eu balanço a cabeça para os dois deles. — Vocês são insanos.

— Ei, eu não estou te julgando, — diz ela, através de mais


risos. — Grayson é um homem de sorte, não é?

Eu cubro as minhas mãos sobre meu rosto e começo a rir. Estas


pessoas são loucas! Aiden me olha com uma cara agora em linha
reta. — Eu não me importo com que atividades que você fez na noite
passada; você precisa para abastecer o frigobar.

— Oh, meu Deus! — eu grito, caminhando até a geladeira. Eu


posso ouvir o riso uivando de London ecoando atrás de mim, como uma
hiena. Eu abasteço o frigobar maldito. Quando eu ando de volta para a
frente, Aiden e London estão pertos um do outro. Eles se separam logo
que me notam.

— De jeito nenhum, — eu digo, demorando em cada palavra.

— O quê? — London pergunta inocentemente. Ela até mesmo


bate seus cílios para mim. Sim, porque isso vai funcionar.

— Oh, nada, — eu digo em um tom doce sacarina. Olho de


London para Aiden, e vice-versa, deixando que eles saibam que eu vi,
mas não digo nada.

~ 152 ~
Aiden cruza os braços contra o peito. — Vou levá-la para um
encontro.

London olha para ele, estreitando os olhos. — Você não consegue


manter a boca fechada, não é?

Eu rio disso. — Por que o sigilo?

London olha para mim, os olhos de desculpas. — Se não der


certo, eu não quero ouvir ‗eu avisei‘. E eu não sabia qual sua reação
seria. Eu já te ferrei. Com a dívida, e depois com Grayson, mesmo que
eu não sabia na época. Eu não queria te machucar novamente. Mas, ao
mesmo tempo, eu meio que gosto muito de Aiden.

Eu chupo no meu lábio inferior, pensando. — É o seu negócio. Só,


por favor, não machuquem um ao outro. Eu não quero me
envolver. London, você é minha irmã, e Aiden, eu me importo com você
muito.

— Abraço grupal? — London pergunta. Por que diabos


não? Todos nós nos aproximamos e nos abraçamos.

— Eu quero que vocês dois sejam felizes, — eu digo,


aconchegando no peito de Aiden. — Aiden, eu espero que você saiba o
que você está se metendo com London. Ela é alta manutenção, — eu
digo com uma cara séria. London me belisca.

— E London, eu espero que você saiba o que você está se metendo


com Aiden. Ele costumava estar em uma boy band.

Aiden engasga e se afasta do abraço coletivo. — Eu não sabia que


você sabia disso!

Eu sorrio, e mexo as sobrancelhas. — Eu não sabia. Grayson me


disse. — eu olho para London, para vê-la sem parecer surpresa com
esta informação, então Aiden deve já ter dito a ela. Acho que isso diz
muito sobre o seu relacionamento, e desejo a eles nada além de muita
felicidade.

— Por que você não disse nada? — pergunta ele. Ele não parece
com raiva de tudo, apenas curioso.

Eu levanto os meus ombros em um encolher de ombros casual. —


Eu esperei por você para você dizer algo, mas você não fez. Então, eu
fiquei quieta.

— Até agora, — diz ele, me agarrando e bagunçando meu cabelo.

~ 153 ~
— Hey! — eu grito, empurrando seu abs.

Uma garganta pigarreia. Todos nós congelamos. Viro a cabeça e


olho para um Grayson muito irritado. Aiden me deixa ir de imediato, e
London, como de costume, acha a coisa toda hilária.

— Agora, quem está indo atrás de quem? — diz London. — Tsk


tsk, Paris, somos uma família! — ela balança o punho para o efeito
adicionado, a rainha do drama.

Eu me inclino para trás contra a mesa. — Você realmente quer


que Aiden tenha um olho preto para seu primeiro encontro?

London leva isso como um desafio. — Oh, por favor. Meu pênis
vai assumir o seu pênis qualquer dia.

— É assim que você pensa dele? Um pênis pra você usar? —


comecei a rir. Grayson, que deve ter tido bastante do show, então me
pega e me leva para o carro.

Eu não consigo parar de rir todo o caminho para casa.

*****

Na noite seguinte, Grayson e eu estamos fora jantando quando


vejo um rosto familiar. Eu rapidamente desvio o olhar, esperando que
ele não me visse. Do canto do meu olho, eu o vejo se aproximar.

Merda .

— Paris? — pergunta ele, olhando para mim com um olhar de


espanto no rosto.

— Mark, oi, — eu digo, não tendo certeza se eu deveria levantar e


apertar sua mão ou o quê? Quais são os maneirismos apropriados para
cumprimentar um ex seu que você realmente não gosta? Ou que você
esperava nunca mais ver de novo? Eu olho para Grayson, que está
olhando para Mark com um olhar de desagrado, os olhos ligeiramente
estreitados.

— Oi, eu sou Grayson. O namorado dela, — diz Grayson, se


levantando para apertar a mão de Mark. Aparentemente, ele tem mais
maneiras do que eu. Mark o cumprimenta, mas depois volta a olhar
para mim.

~ 154 ~
— Você está maravilhosa, Paris, — diz Mark. Ouço Grayson fazer
um som de fundo de sua garganta. Espero que Mark atenda o aviso.

— O que você está fazendo em Perth? — eu pergunto, tentando


agir casualmente.

— Aqui em negócios. Você mora aqui agora? — pergunta ele.

— Sim. Foi bom te ver de novo, — eu minto, esperando que ele


entenda isso e saia. Em vez disso, ele coloca as mãos nos meus ombros.

— Você se lembra quando —

Grayson o corta. — Se você quer viver, tire suas malditas mãos


longe dela.

Mark remove as mãos sujas de imediato. — Acalme-se, cara. Eu


fui o primeiro namorado dela. Acho que mereço ser capaz de falar com
ela. — ele olha para mim. — Você o deixa te controlar assim?

Grayson se levanta assim que as palavras ‗primeiro


namorado‘ deixa os lábios de Mark. — Gray, — eu digo, me levantando
e andando para o lado dele. — Ignore ele, vamos para casa.

— Ele machucou você? — pergunta ele, olhando para Mark. Seus


punhos estão cerrados e eu sei que ele está morrendo de vontade de
bater nele.

— Não, ele era apenas um idiota. Ele não me machucou. Agora


vamos, — eu digo, puxando-o em direção à saída. Nós andamos para
fora, tendo já pago, e vamos em direção ao carro. Mark, como o idiota
sem cérebro que é, nos segue.

— Eu ainda me lembro das sardas que ela tem na teta direita, —


diz ele, sorrindo. Ele tem claramente um desejo de morte. O corpo de
Grayson ainda endurece com o seu comentário.

— Babe, entre no carro, — ele range para fora, se certificando de


que estou em segurança lá dentro, antes dele se aproximar de
Mark. Trocam palavras, então Grayson socos ele no estômago, e depois
no rosto. Então ele vai embora, como se ele fizesse isso todos os
dias. Ele entra no carro e vai embora, com os punhos cerrados e
fechados no volante. O ar no carro é tão tenso que eu mal posso
respirar.

— Você deixou ele te ver, — ele irrita para fora, olhando para a
frente na estrada. — Tocar em você.

~ 155 ~
— Isso é o mais longe que conseguiu, — eu digo, me perguntando
qual diabos era o grande negócio. Então ele me viu sem blusa, grande
coisa. Segundo, tanto quanto ele tem, e eu dei tudo para Grayson.

— O pensamento dele tocar em você... Eu quero voltar e chutar a


bunda dele um pouco mais, — diz ele, um músculo assinalando
furiosamente em sua mandíbula.

— Está no passado, Gray, ou faz essa merda de passado só


funciona quando é o seu passado que estamos brigando, — eu
respondo, me sentindo irritada.

— Babe, — diz ele, claramente alertando. Ele não quer que eu


empurre ele. Bem, muito fodidamente ruim.

— Não me venha com babe. Eu era uma stripper, ou você


esqueceu? Muitos homens viram o meu corpo, mas você é o único que o
tocou e esteve dentro de mim. Você precisa parar de exagerar.

Ele suspira tristemente, relaxando os ombros. — Eu preciso estar


dentro de você. Agora.

Eu rolo os olhos para sua besteira machista. Inclinando-se, eu


corro minha mão em sua calça jeans, onde eu posso senti-lo duro e
lutando contra o material. — Uau, não está brincando, né?

— Paris, — diz ele com uma voz rouca baixa.

— Quão longe de casa nós estamos? — pergunto, lambendo meus


lábios.

— Dez minutos, — responde ele com os dentes cerrados. Me sento


na minha cadeira e deslizo minha calcinha para baixo tão
graciosamente quanto eu posso conseguir. — Porra.

Eu desfaço seu jeans, puxando seu pênis para fora, logo que
chegamos à garagem. Assim quando a porta da garagem se fecha atrás
de nós, eu me escarrancho sobre ele. Ele empurra o banco de trás, e em
seguida, entra em mim, levantando seus quadris e empurrando
duro. Eu lamento. Suas mãos apertam minha bunda, controlando meus
movimentos. De repente, o meu vestido é puxado sobre a minha cabeça,
e meu sutiã é desfeito. Totalmente nua, eu o monto duro e rápido.

— Estes são meus, — ele rosna enquanto ele esfrega os polegares


sobre os meus mamilos. Ele suga um em sua boca e eu moo em cima
dele ainda mais duro. — Isso é meu, — diz ele, enquanto suas mãos se

~ 156 ~
movem para a minha bunda. — E isso, — diz ele, levantando seus
quadris para cima com uma longa estocada, — É meu.

— Tudo seu, — eu digo a ele pouco antes de eu gozar.

— É isso aí, — diz ele, — Goze em cima de mim.

Ele se junta a mim logo em seguida.

Ainda conectado, olhamos um para o outro. — Eu te amo, — diz


ele, me dando um longo e aberto beijo na boca.

— Eu te amo mais, — eu ofego enquanto ele puxa a boca a


distância.

— Não é possível, babe. Não é possível.

Eu sorrio contra seus lábios.

~ 157 ~
Capítulo Vinte e Oito
Estou limpando o balcão no trabalho, quando Dylan entra. As
coisas com ela tem sido tranquilas, embora nós nos vemos por aqui e
ali. Quando ela vem e fica na frente de mim, eu tenho a sensação de
que isso está prestes a mudar.

— Então, Grayson está partindo hoje à noite, — diz ela, com uma
inclinação presunçosa nos lábios.

— O que você quer, Dylan? — eu pergunto, colocando para baixo


o pano e olhando para ela.

— Só queria dizer que eu vou manter um bom olho nele enquanto


estamos em Sydney, — diz ela, me olhando para uma reação. Grayson
vai a Sydney por alguns dias com os pais dele. Ele não mencionou que
Dylan ia também.

Eu controlo a minha expressão, escondendo a minha raiva. — O


desespero não é uma boa olhada.

— Não importa o que você pensa. Três noites com Grayson. Ele
sempre gostou desta coisa que eu faço com o meu...

— Saia, — eu exijo, meu tom gelado.

— Você está preocupada, — diz ela, sorrindo. — Bem, você


deveria estar mesmo. — com esse tiro de despedida, ela sai.

Mais tarde naquela noite, Grayson me liga. Eu não atendo. Uma


hora depois, ele vem. Ele tem sua própria chave, então ele entra no meu
quarto, onde eu estou deitada em cima dos lençóis.

— Por que você não atende ao telefone? Eu estava preocupado, —


diz ele, atacando dentro. — Está tudo bem?

— Além do fato de que o meu namorado está indo viajar com sua
ex-namorada e não teve a decência de me dizer? — eu agarro, olhando
para ele com raiva e mágoa em meus olhos.

— O que você está falando? — pergunta ele, se sentando na


cama.

~ 158 ~
— Dylan veio ao meu trabalho hoje e disse que ela vai com você
para Sydney e como eu deveria estar preocupada...

— E você acreditou nela? — pergunta ele, parecendo magoado.

— Será que ela vai com você? — eu pergunto.

— Eu não ouvi nada sobre isso. Se o pai dela está indo, talvez ela
vai junto. Mas o que isso importa? Eu nunca iria trair você, e eu pensei
que você sabia disso, — diz ele, balançando a cabeça em descrença.

— Eu não quero que ela vá com você, — eu digo em voz baixa.

— Babe. Foda-se Dylan. Eu não me importo com ela, e eu nunca


vou tocá-la novamente. Você não tem nada com que se preocupar, e eu
gostaria que você acreditasse em mim, — diz ele, colocando a cabeça no
meu estômago. Eu enfio meus dedos pelos seus cabelos, massageando o
couro cabeludo. — Eu perguntei se você queria vir comigo. Você acha
que eu quero sair do seu lado? Eu não.

— Eu tenho que trabalhar, — eu argumento.

— Aiden vai te dar alguns dias de folga, eu tenho certeza disso, —


diz ele, se sentando e puxando o seu telefone. — Eu vou perguntar a
ele.

— Você tem número de Aiden? — eu pergunto, meus olhos


queimam de surpresa.

— Sim, bem, ele está com London agora. Então, — diz ele
encolhendo os ombros.

— E daí?

— Então ele não é uma ameaça, — diz ele com honestidade direto
para fora.

Eu dou a ele um olhar, mostrando a ele a minha infelicidade


naquele comentário. — Garotas adoram caras de bandas, — ele
continua.

— Ele não está mais em uma, — eu indico.

— Não neste momento, — diz ele, agora parecendo divertido.

— As mulheres adoram ricos herdeiros do hotel, também, — eu


digo, só para irritá-lo. — Especialmente aqueles que se parecem como
você.

~ 159 ~
— Bajulação vai te levar em todos os lugares, — ele brinca,
puxando o telefone longe de sua orelha. — Ele não está respondendo,
por isso vou enviar uma mensagem. — ele digita a mensagem, em
seguida, coloca o telefone longe. Aiden responde alguns minutos depois.

— Vá arrumar suas malas, babe, — diz ele, com um sorriso se


espalhando lentamente, transformando suas feições.

Parece que eu estou indo para Sydney.

*****

O vôo para Sydney é estranho, para dizer o mínimo. Primeiro de


tudo, Grayson comprou bilhetes de primeira classe, que é uma
experiência totalmente nova para mim e, segundo, Grayson não é o
único a trazer alguém. Leah trouxe Jake. Grayson foi remoendo desde
que colocou os olhos em Jake de mãos dadas com sua irmã.

— Quando diabos foi isso? — ele me pergunta à medida que


caminhamos para o nosso quarto de hotel. — Ela estava escondendo
essa merda de mim!

— Qual é o problema? Você costumava ser amigo dele, de forma


tão clara que ele tem algumas qualidades redentoras, — eu digo, me
sentando na cama de pelúcia.

— Você costumava dar lap dances3 para o pai dele! — ele rosna,
colocando as mãos nos bolsos.

— Então, não é como se eu tivesse dançado para Jake. Ele só viu


algumas fotos.

Ele amaldiçoa. — Não me venha com esse visão, por favor.

— Tudo o que eu estou dizendo é que Leah sabe que eu era uma
stripper. E ela não segurou isso contra mim. Ela me aceitou. Eu acho
que você deveria fazer o mesmo por ela e Jake, — eu digo, esperando
que ele entenda onde eu estou tentando chegar. Sem
julgamento. Apenas seguir em frente.

— Leah sabe? — pergunta ele, as sobrancelhas se elevando.

3
São danças que as mulheres fazem no colo dos homens.

~ 160 ~
— Está vendo? Ela nem sequer disse nada. Você tem sorte de ter
uma irmã como ela, — eu digo a ele quando eu me deito na cama, me
sentindo cansada do voo.

— Porra. Você está certa, — diz ele, com os olhos suavizando


quando ele olha para mim. — Você é uma pacificadora, você sabia
disso?

Meus lábios se inclinam. — Vá e fale com eles.

— Eu vou. Você quer alguma coisa? — ele me pergunta, se


inclinando e me dando um beijo de boca fechada.

— Não, eu vou tomar um banho e esperar por você.

— Chame o serviço de quarto se estiver com fome, — diz ele,


beijando meu nariz e, em seguida, sai do quarto. Eu levo o meu tempo
no chuveiro, aproveitando o moderno banheiro enorme. Depois, eu pulo
na cama e durmo.

*****

Na noite seguinte, todos nós estamos fora nos divertindo. Leah e


Jake estão moendo na pista de dança, e Grayson parece que ele quer
matar alguém. Dylan está aqui conosco também, o que me faz querer
matar alguém. Eu tomo minha tequila, nem me preocupando com o sal
e limão.

— Você pode querer abrandar, babe, — diz Grayson, franzindo a


testa para todos os copos de doses vazias na minha frente. Eu olho para
eles.

— Estes não são todos meus, — eu digo, olhando para os sete


copos.

Grayson faz uma carranca, dando um passo mais perto de


mim. — Sim, babe, eles são.

— Não, são de todos nós! — sério? Grayson inclina a cabeça para


trás e esfrega a parte de trás do seu pescoço em frustração.

— Todo seu, — diz ele.

Eu dou de ombros. — Estou de férias.

~ 161 ~
Ele bebe sua bebida e balança a cabeça para mim. — Você tem
sorte que você é tão bonita.

— Bonita? — certamente, ele pode encontrar um adjetivo melhor.

Seus lábios se mechem. Jake e Leah caminham de volta até nós,


suados de toda a dança. — Quer dançar? — pergunto a Grayson,
sentindo o zumbido. O lugar gira um pouco, mas não o suficiente para
que eu esteja desorientada. Apenas na quantidade perfeita. Ele se
levanta e me caminha para a pista de dança.

— Não se curve nesse vestido, — ele rosna em meu ouvido, suas


mãos possessivamente na minha bunda. Meu vestido é um pouco curto,
esta noite, mas ele compensa por não ter um grande decote. É um
vestido azul, algo que eu tive por um tempo, mas nunca usei. Ele se
encaixa como uma luva. Dylan vem até nós e pede a Grayson para
dançar.

— Só uma dança, — diz ela, — Para relembrar os velhos tempos.

Grayson balança a cabeça negativamente. Fico feliz que ele não


está caindo nessa besteira nostálgica. Depois que ele a rejeita, ela sai e
encontra uma nova vítima. Eu não poderia estar mais feliz.

— Eu não cheguei a agradecer por falar com Grayson, — Leah me


diz quando eu volto para o bar.

— Como você sabia que eu falei com ele? — eu pergunto


chupando um cubo de gelo.

Ela revira os olhos para mim. — Oh, por favor, estava escrito
sobre ele.

Eu tento esconder meu sorriso. — Ele ama você. Eu apenas tentei


fazer ele ver o retrato grande. Você sabe que ele só quer te proteger.

— Eu sei, — ela diz, sorrindo enquanto bebe. — Ele é um bom


irmão.

Concordo com a cabeça. Ele é um bom homem em geral.

— Bem, eu estou indo para o meu quarto e fazer sexo com


Jake. Vejo você amanhã, — diz ela, beijando minha bochecha e indo
encontrar seu homem. Graças a Deus Grayson não ouviu isso.

— Hora de ir, babe. — diz Grayson quando Leah diz que eles
estão saindo.

~ 162 ~
— Tudo bem. Onde está o Dylan? — eu pergunto, olhando em
volta por ela. Eu posso não gostar dela, mas não podemos deixá-la aqui
sozinha.

— Ela disse que vai voltar para o quarto dela mais tarde, — diz
ele. Eu dou de ombros e coloco minha mão na sua, deixando ele me
levar de volta para o quarto. — Você está cansada? — pergunta ele,
quando nós abrimos a porta do quarto.

— Depende do que você tem em mente.

Em um instante, ele me levanta e me empurra contra a parede. —


Fique nua no chuveiro e espere por mim.

— Ok, — eu consigo dizer, meu coração acelerado. Ele lambo


meus lábios até que eu os abro, então ele me beija duro, uma prévia
para o que está por vir.

— Eu adoro você, — ele me diz, antes que ele me por no chão. Eu


entro no banheiro, tiro a roupa e salto no chuveiro. Grayson vem
segundos depois, e me mostra o quanto ele me adora.

~ 163 ~
Capítulo Vinte e Nove
— Quando é que você vai morar comigo? — Grayson
pergunta. Tem sido uma semana desde que voltamos de Sydney, e
nosso relacionamento está mais forte do que nunca. Nós não somos
perfeitos, é claro, e estamos aprendendo muito à medida que
avançamos, mas estamos juntos nisso. Para longo prazo.

— É essa a sua maneira de me perguntar se eu quero morar com


você? Ou está me dizendo?

Ele olha para o teto, deitado de costas na cama. — Você está aqui
praticamente todos os dias. E eu amo isso. Eu quero que você
permanentemente, — diz ele, levantando a cabeça para olhar para mim.

— Você não acha que estamos indo um pouco rápido? — minha


cabeça me faz perguntar. Meu coração sabe o que quer fazer. Ele quer
que eu vá para casa, arrume minhas coisas, e me mude neste exato
momento.

Ele se senta plenamente. — Você está com dúvidas? — pergunta


ele, com a voz baixa e preocupada.

— Não, não é isso, — eu digo a ele, rastejando sobre a cama. —


Eu simplesmente não quero que a gente se arrependa de nada.

— Paris, — diz ele. — Pare de pensar sobre isso, e apenas se


mude, por favor. — é esse por favor que me pega.

— Ok, — eu digo, a minha mão tocando seu rosto. A pequena


barba pica meus dedos. — Vamos fazer isso. Eu vou ter que dizer Anaya
para que ela possa conseguir uma nova colega de quarto.

— Eu vou resolver isso, v diz ele, seus olhos vagando no meu


rosto. — Você me fez um homem feliz.

— Eu estou colocando dinheiro para o aluguel, contas, e comida,


e isso é inegociável, — digo a ele, minha expressão séria deixando ele
saber que quero dizer a sério.

— Sou dono da casa, não há aluguel. E eu pago as contas. Se


você quiser comprar tudo para a casa, então vá em frente, mas eu

~ 164 ~
prefiro que você poupe o seu dinheiro, v diz ele, cruzando os braços
atrás da cabeça e me estudando.

— Você possui esta casa? — eu pergunto, os olhos queimando.

— Babe, pare, — diz ele, suas covinhas piscam.

— Eu amo suas covinhas, — eu digo para fora, olhando para elas.

Seu sorriso se alarga, os olhos piscando. — Eu sei que você


gosta. Elas são como a minha arma secreta.

— Sério? Eu teria pensado que a sua arma secreta seria mais ao


sul, — eu provoco, meus olhos correndo para sua virilha e costas.

— Ei, eu sou um homem de muitos talentos, — ele se gaba, com


os olhos brilhando.

Eu zombo, balançando a cabeça. — Esse ego de vocês...

— Eu posso refrescar sua memória, se você estiver em dúvida, —


diz ele, estendendo a mão para mim. Eu passo para trás, fora de seu
alcance. — Jogando duro para conseguir, não é? Ou talvez você queira
ser perseguida?

Eu estreito meus olhos nele, jogando um olhar mortal. Então eu


pulo da cama e corro o mais rápido que eu posso. Eu apenas chego na
cozinha antes que ele me agarra, e me joga sobre seu ombro, estilo
homem das cavernas. Eu belisco a bunda dele, me contorcendo. — Eu
tenho pernas curtas! Isso não foi justo! — eu guincho.

— Você não tem pernas curtas, — ele responde, rindo.

— Comparado com você eu tenho! — eu resmungo.

— Oomph, — sai da minha boca quando sou jogada na cama. —


Seu idiota!

Ele me joga para a cama, sacudindo seu ombro enquanto ele ri de


mim. Idiota.

— Eu não estou me movendo agora, — eu digo a ele, cutucando


minha língua para fora.

Ele para de rir. — Um pouco tarde para mudar de ideia, — diz


ele. Ele pega o telefone e digita um texto, ainda me prendendo com o
seu peso.

~ 165 ~
— Para quem essas mensagens? — eu pergunto, tentando ver a
tela.

— Anaya. Disse a ela que você está se mudando para cá. Eu vou
pagar o aluguel até que ela encontre uma outra companheira de quarto.

— Seu arrogante, egoísta, — ele corta meu discurso com a boca.

Eu me mudo para sua casa na próxima semana.

*****

Eu bocejo e caminho até a porta da frente usando meus shorts de


leopardo e um top branco. Estou prestes a abrir quando eu lembro que
eu não estou usando um sutiã. Eu olho o corredor que leva de volta
para o meu quarto, em seguida, a porta da frente. Porra. Abro a porta e
dou de cara com Dylan.

— O que você está fazendo aqui? — eu pergunto, franzindo o


cenho para ela.

Ela sorri desagradavelmente. — Grayson está aqui? — ela


pergunta, trocando a bolsa de um ombro para o outro.

— Sim, você pode esperar um segundo? — eu pergunto a ela, não


esperando por sua resposta. Eu corro de volta para a nossa cama e olho
para baixo em um Grayson dormindo.

— Grayson, — eu digo, sacudindo seu ombro. Seus olhos se


abrem e então um sorriso corta seus lábios. — Dylan está aqui. — isso
toma a sua atenção.

— Dylan ? — pergunta ele, as sobrancelhas se juntando. — Que


porra é essa?

— Ela está na porta, — eu digo, encolhendo os ombros. Eu não


tenho ideia o que está acontecendo, ou por que ela está aqui. Ele sai da
cama e coloca em um par de jeans. — E uma camisa.

Ele para na porta, se vira e pega uma camiseta branca,


deslizando-a sobre sua cabeça. Eu o sigo enquanto ele caminha até a
porta.

~ 166 ~
— O que você está fazendo aqui? — ele pergunta a ela. Em vez de
responder, ela corre para ele, e envolve seus braços em volta dele. Ele
endurece, me atirando um olhar de desculpas.

— Tive uma briga com meu pai. Não tenho mais para onde ir,
então eu estava esperando que eu poderia ficar aqui. Você sempre disse
que se eu precisasse de um lugar para dormir...

Vejo ele balbuciar a palavra foda-se. — Isso foi antes, Dylan, e


você sabe disso. Paris vive comigo agora, então eu vou ter que retirar a
oferta.

Eu bato meu pé, assistindo a cena se desenrolar. — Você vai me


mandar embora por causa dela?

— Sim, — diz Grayson. — Eu a amo. Você precisa encontrar outro


lugar para ficar se você está tendo problemas com seus pais.

Ela dá um passo atrás dele e vira a cabeça para olhar para


mim. — Eu não tenho mais para onde ir. Eu pensei que eu poderia
sempre ficar aqui se eu precisasse, porque isso é o que você me disse!

— Vai ficar em Leah, ou com meus pais, então, — Grayson diz,


parecendo frustrado. Ele fica me mandando olhares preocupados.

— Ela sabe que fodemos antes, Grayson. Eu efui a sua primeira


depois de tudo, — diz ela, olhando para mim, enquanto ela
diz. Ceeeeeeeerto. Bem, eu estou feita. Enquanto eu me afasto, eu ouço
Grayson chamando meu nome. Eu o ignoro e volto para o nosso quarto
e caio na cama. É sempre alguma coisa, não é? Eu esfrego a testa,
sentindo uma enxaqueca chegando. Eu posso ouvir Grayson e
discutindo na porta da frente, mas eu tento bloquear isso. Ela foi a sua
primeira vez? Eu não quero ficar com ciúmes, eu não sei. Isso não
muda o fato de que eu estou.

Ele entra no quarto alguns minutos depois, com o rosto torcido e


sua cabeça para baixo. — Eu sinto muito que ela veio aqui, babe. Por
favor, não fique brava. Eu disse que ela não pode ficar aqui. — Ele se
aproxima de mim. — Ela está apenas fazendo merda. Não deixe ela
ganhar, — diz ele, sentando ao meu lado e colocando a mão no meu
quadril.

— Ela é uma vadia, — eu rosno.

Grayson exala, olhando para mim. — Eu sei. Ela só queria te


machucar. Foda-se ela.

~ 167 ~
— Bem, ela conseguiu, — eu digo.

— Paris...

— Ela foi a sua primeira! Ela sempre terá aquele pedaço de


você. Eu entendo. Eu não tenho que gostar ter isso empurrado na
minha cara, no entanto, — eu digo, me levantando e indo para o
banheiro. Eu tranco a porta atrás de mim e me encosto. Deslizando
para baixo para o chão, eu me sento lá. Penso. Ele bate algumas vezes e
suavemente diz meu nome. Ele me chama. Eu o ignoro. Eu começo a
sentir um pouco enjoada depois de um tempo. Grayson ainda deve estar
no outro lado da porta, porque quando eu começo a vomitar, as
pancadas ficam mais altas.

— Abra a porta, Paris! — ele rosna.

— Eu estou bem, — eu respondo.

— Não, você não está. Por favor, abra a porta!

Eu tomo um banho rápido, escovo os dentes em seguida, saio do


banheiro. Grayson está sentado na cama, com a cabeça entre as
mãos. Ele olha para cima, logo que ele me ouve. — Você está doente?

— Eu estou bem, — eu digo, ignorando seus olhares


preocupados. Eu faço matemática na minha cabeça. Quando foi a
minha última menstruação? Será que eu pulei algum comprimido? Às
vezes, eu esquecia um dia, mas tomava dois no dia seguinte para
compensar isso. London me disse que estava tudo bem e ela deve
saber! Eu olho para a hora e amaldiçoo. — Eu preciso ir para a aula. E
então eu tenho um turno no trabalho.

— Podemos conversar antes de você sair? — pergunta ele, se


levantando.

— Não, eu não quero falar agora, — eu digo, colocando uma calça


jeans e um top preto.

— Não faça isso...

— Podemos falar mais tarde hoje à noite, ok? Eu só quero ter um


tempo agora, — eu explico.

Ele concorda, mas não parece muito feliz.

~ 168 ~
Capítulo trinta
— Você tem um pau enfiado na bunda? v London pergunta,
parecendo preocupada.

— O que há com você e bundas? — pergunto secamente, jogando


algumas das garrafas de cerveja vazias na lixeira.

— Não mude de assunto, — diz ela.

— Tudo bem, — resmungo. — Grayson e eu tivemos uma briga. E


então, eu vomitei. E minha menstruação está atrasada.

Seus olhos azuis crescem quase histericamente. — Sobrecarga de


informação. Vamos com o maior choque: grávida?

— Não tenho certeza, — suspiro, sentando em um dos bancos. O


lugar está morto.

— Vou ser tia? Sou muito jovem para ser tia! — diz ela
dramaticamente.

— Como isso se tornou algo sobre você? — pergunto a ela,


revirando os olhos.

Ela ignora o meu comentário. — Você contou a Grayson?

— Não, não há nada a dizer, porque ainda não tenho certeza, —


falei, colocando minha testa contra o balcão do bar.

— O fato de que você está se estressando sobre isso... Ele deveria


estar nisso com você, mana. Por que vocês brigaram? — pergunta ela,
soprando uma bolha com o chiclete.

— A ex-namorada dele apareceu em casa. Tenho ciúmes e estou


chateada, — digo. — Você pode imaginar o resto. — Aiden sai e me vê
deitada de bruços em seu bar, sentindo pena de mim mesma.

— O que está errado, Paris? — pergunta ele, imediatamente vindo


para mim. — O que você fez agora, London? — pergunta ele, seu tom
cheio de humor.

— Eu? Eu não fiz nada. Confie em mim, não tenho o equipamento


para isso, — diz ela. Ergo minha cabeça e olhar para ele.

~ 169 ~
— Não acho que você quer saber, confie em mim.

— Tente, — diz ele, tomando o assento ao meu lado.

— Briguei com Gray. Vomitei. Não menstruo tem um mês, — falo,


pensando em tudo isso mais uma vez.

Ele fica em silêncio por um momento. — Nós vamos passar por


isso, seja o que for.

Coloco a mão na minha barriga. — Uma stripper engravidar na


minha idade, sou um estereótipo ambulante!

— Você não tem certeza, — London fala. — Além disso, as


meninas engravidam muito mais jovens do que você hoje em dia. Confie
em mim.

Atiro a ele um olhar. — Não está ajudando, London.

— Nós vamos comprar um teste a caminho de casa. Que tal isso?


— diz ela.

— Sim, maravilha. Obrigada, — digo, forçando um sorriso.

— É para isso que a família serve, certo? Para estar com você
quando fizer merda! — seu comentário devia me deixar com raiva, em
vez disso, começo a rir. É um daqueles momentos. Aqueles onde a
pessoa só pode rir ou chorar.

Eu escolho rir.

*****

— Como é que se faz xixi nisso sem respingar na mão? — London


pergunta, olhando para o teste de gravidez. Paramos na casa dela para
fazer isso e me sinto mais relaxada do que ficaria em casa.
Provavelmente porque Grayson estaria batendo na porta e perguntando
o que está errado.

— Você quer experimentar um e ver? — pergunto, mordendo o


lábio ao ver a expressão confusa em seu rosto.

— Apresse-se e faça logo. Estou morrendo aqui.

~ 170 ~
— Saia. Não vou fazer xixi na sua frente, — falo, empurrando-a
porta a fora.

— Tudo bem, — ela faz beicinho. Fecho a porta e faço meu


negócio. Saio segurando o bastão, coloco-o sobre a mesa e lavo minha
mão. Nós olhamos uma para a outra em silêncio por alguns momentos,
cada uma de nós olhando para o teste, mas não entendendo.

— Tempo? — pergunta. Concordo com a cabeça. Nós duas


inclinamos nossas cabeças para baixo, ao mesmo tempo, olhando para
as duas linhas cor-de-rosa no teste. Merda.

— Fodeu sua vida, — Ouço London murmurar baixinho.

— Obrigada pelo apoio, — atiro, olhando para ela. Meu telefone


começa a tocar. Grayson.

— Boa escolha de toque, — London zomba do meu toque com a


música de Katy Perry.

— Preste atenção! — rosno. Em vez disso, ela começa a cantar a


maldita música. O telefone toca, então rapidamente enviao a Grayson
uma mensagem para que ele não se preocupe.

Estou com London, estarei em casa em dez minutos. XxX

— O que vou fazer? — pergunto. — Vou fazer um outro teste, ver


se diz a mesma coisa. — ouço London murmurar algo sobre a negação,
mas a ignoro. Então percebo que não estou com vontade de fazer xixi,
vou ter que esperar. — Você pode me deixar em casa agora?" —
pergunto.

— Sim, sem problema, v diz ela, pegando as chaves. Abrimos a


porta da frente para saímos, quando vejo Grayson inclinado contra a
parede.

— Acho que você não vai precisar da carona depois de tudo, — diz
ela, me beijando na bochecha, acenando para Grayson antes de
caminhar para dentro e fechar a porta.

— Você está bem? — pergunta ele, deslocandoo corpo da parede.

— Sim, estou bem. O que você está fazendo aqui? — pergunto


enquanto caminhamos para o carro.

— O que estou fazendo aqui? Eu estava preocupado com você.


Esteve fora o dia todo. Eu pensei que você estivesse fugindo...

~ 171 ~
— Por causa desta manhã? — pergunto, surpresa. Não vou fugir
por causa de uma ex-aleatória, mesmo que isso tenha me irritado. E
machucado. Muito.

— Não vou a lugar nenhum, — digo a ele. Ele abre a porta para eu
entrar. Penso sobre o que dizer a ele todo o caminho até em casa. Ele
nunca mencionou se gostaria ou não de filhos, então não tenho ideia do
que esperar de sua reação.

— O que está passando pela sua cabeça, Paris? — ele finalmente


pergunta quando chegarmos em casa.

Mordo meu lábio inferior. — Precisamos conversar sobre algo.

Ele pega a minha mão e me puxa para o nosso quarto. Seus


dedos apertam nos meus antes de soltar, e ele me observa com
preocupação em seus olhos. — Estou pirando aqui, babe, — diz ele,
enquanto fico em silêncio. Ele não é o único.

— Pode haver uma pequena possibilidade... — ok, mais direta. —


Estou grávida, — deixo escapar. Grayson me olha por alguns segundos,
como se não entendesse o que eu disse. Ele pisca. Eu aceno minhas
mãos na frente do rosto dele. — Gray, — digo lentamente.

— Você está grávida? — ele finalmente diz, olhando para minha


barriga.

— Sim, quero dizer, acho que sim. Fiz um teste e deu positivo,
mas posso estar errada, eu acho. Vou amanhã ao médico e ver com
certeza, — divago nervosamente.

— Você ainda usa a pílula? — diz ele, fazendo isso soar como uma
pergunta.

— Sim, uso, e continuo tomando como sempre faço, — digo a ele.


Não faria isso com ele. Além disso, não é como se eu quisesse ser mãe
jovem. Penso em quando voltamos de nossa viagem a Sydney. Na
segunda noite, fiquei tão bêbada que vomitei. Talvez tenha sido isso?
Foda-se, não sei mesmo. Grayson, que ainda parece estar em estado de
choque, circunda os braços em volta de mim e enterra o rosto no meu
pescoço. Esfrego suas costas, oferecendo conforto, ele parece precisar
disso agora.

— Marque uma consulta para amanhã e vou com você, — diz ele,
beijando minha cabeça.

~ 172 ~
— Por que você não está surtando? — pergunto, virando para
olhar para o rosto dele.

Ele engole de forma audível, sua garganta trabalhando. — O que


isso faria para ajudar a situação? — pergunta ele, tocando meu queixo
com os dedos. — Não importa, nós estamos nisso juntos. Ok?

— Ok, — sussurro.

— Agora, vamos para a cama, — diz ele. — Quero fazer amor com
a mão do meu bebê. — toco seu estômago, o que me excita, porque a
minha mão toca seus abdominais definidos. — Você tem sorte que estou
quente.

Tomamos um banho juntos, em seguida, fazemos amor lento e


suave em nossa cama.

— Paris? — sussurra Grayson.

— Sim? — respondo.

— Se tivermos uma menina, espero que ela se pareça com você, —


diz ele em um tom tão suave, e começo a me sentir emocional.

— Nós não sabemos nada ao certo ainda, — respondo.

— A negação não fica bem em você, babe.

— Vá dormir, — resmungo, me encostando mais nele. Após


Grayson adormecer, fico acordada até tarde pensando. Não poderia
estar grávida.

Poderia?

~ 173 ~
Capítulo tinta e um

Estou grávida.

Grayson esfrega minhas costas enquanto vomito pela terceira vez.


Meu estômago queima, e minha garganta dói.

— Eu vou morrer! — digo de forma dramática, me sentindo uma


merda total. Nós fomos ao médico esta manhã e ele confirmou. Vou ter
um bebê. Grayson estava calmo e sereno, e eu continuo olhando para
ele esperando que ele desabe. Ele é como uma bomba-relógio; vai
explodir em algum momento, quando a realidade bater nele. Por agora
acho que ele está em negação.

— Você não vai morrer. Venha, vou pegar alguns biscoitos para
você mastigar, — diz ele, se levantando e saindo do banheiro. Me limpo
e vou para a cozinha.

— Você vai contar para seus pais? — pergunto, sentando à mesa.


Não estou vestindo nada além de um top e calcinha.

— Eu vou, — diz ele. Ele caminha com alguns biscoitos e


limonada. — Li na internet que isso pode ajudar.

Meus olhos o encontram. — O que mais você descobriu? —


pergunto, pegando um biscoito.

— Apenas li sobre o início da gravidez, o que esperar e assim por


diante. Quero ser capaz de te ajudar o máximo possível, — diz ele.

— Você é adorável, você sabia disso? — digo, me forçando a comer


o biscoito.

— Eu tento, — ele diz, mordendo os lábios. — Prefiro ‗gostoso‘ ou


algo assim, mas adorável funciona também.

— Você é tudo de bom, que tal? Tenho certeza que muitas


concordam.

— A sua opinião é a única que importa para mim, — diz ele em


um tom baixo.

~ 174 ~
Coloco o biscoito para baixo. — Nós podemos fazer isso. Você
sabe disso, né?

Ele balança a cabeça. — Eu sei isso. Você vai ser uma mãe
incrível. Nosso bebê tem tanta sorte. — pisco furiosamente tentando
impedir meu choro. — Babe, — diz ele, balançando a cabeça quando me
vê emocionada.

— O quê? Só estou com algo no meu olho, — digo, enxugando o


rosto com as mãos.

— Lágrimas de felicidade eu posso aceitar, — diz ele, esfregando


minhas costas. Alguém bate na porta e Grayson vai para atendê-la,
beijando minha cabeça antes que se afaste. Ele volta para a cozinha
com London arrastada atrás.

— Tentei me livrar dela, v ele brinca.

— Parabéns, Senhorita Grávida, — diz ela, com um sorriso largo.


— Vou pegar todas as suas roupas quando você não couber nelas!

— Sobre o meu cadáver, — respondo, abrindo a garrafa de


limonada e tomando um gole.

— E você, — diz ela para Grayson. — Sr. Super Esperma.


Conseguiu através da contracepção e tudo mais. — quase engasguei
com a bebida, e coloquei minhas mãos no meu rosto, o riso
borbulhando dentro de mim.

— Por que você está aqui de novo, London? — Grayson pergunta,


parecendo uma mistura de divertido e irritado.

Espreito entre meus dedos. — Minha irmã está grávida, — diz ela.
— Quero saborear o momento.

— O quê? — Grayson pergunta, parecendo confuso.

— Sou a irmã estúpida, todos pensavam que eu ia ficar grávida


primeiro...

Ela não tem nenhum filtro. Grayson a arrasta para a porta da


frente e a chuta para fora. — Sua irmã é um eprigo.

E eu não sei disso?

*****
~ 175 ~
Posso sentir seu olhar em mim durante a aula. Quando
finalmente acaba, saímos juntos.

— Como você está se sentindo? — pergunta ele, colocando a mão


nas minhas costas.

— Estou bem; você não precisa me mimar, Gray.

— Não vou mimar você. Só quero ter certeza de que está tudo
bem, — ele diz, soando um pouco magoado com o meu comentário.

— Eu sei, — suspiro. — Minhas emoções estão a flor da pele


agora.

— Por que você não tira uns dias de folga e relaxa? Já disse a
Aiden que você está saindo do bar, — diz ele casualmente.

Espero até entrarmos no carro antes de dizer qualquer coisa. —


Não vou desistir do trabalho, Gray.

Sua cabeça vira para mim. — Você está grávida. Não precisa
trabalhar quando tenho os meios para cuidar de você. Você ficará
esgotada!

— Isso é uma decisão minha, — digo, levantando meu queixo.

— E é o meu trabalho cuidar de você, — responde ele, com as


mãos segurando o volante.

Esfrego minha testa. — Você não pode decidir por mim. Estando
juntos ou não. Sim, estou esperando seu bebê, mas você não pode me
controlar. Se você queria que eu parasse de trabalhar, deveria ter
discutido isso comigo!

— Eu sabia que você seria contra isso! E você não vai trabalhar!
— diz ele, erguendo a voz.

Assim que o carro para, eu saio. Pego minha chave, abro a porta,
e trovejo para dentro. Grayson vem cerca de um minuto depois,
suspirando pesadamente, e coloca as chaves do carro em cima da mesa.
Pego meu telefone e coloco no meu ouvido.

— Hey Aiden, — digo antes que o telefone seja tirado de mim. Ele
desliga depois se vira para olhar para mim, sua mandíbula apertada.

— Que porra é essa? — tento falar, estendendo a mão para o meu


telefone.

~ 176 ~
— Você não pode trabalhar e estudar, Paris, é demais!
Especialmente quando você não precisa! — ele rosna, começando a
andar de um lado para outro. — Por que você não pode simplesmente
me deixar cuidar de você?

— Então, você quer que eu confie em você para tudo? Então vou
ter que te pedir dinheiro, já que não terei o meu? Vai fazer o que, me
dar um subsídio semanal ou algo assim? — grito.

Ele para de andar e vira seu olhar para mim. — Não sei por que
diabos você está comigo quando, obviamente, acha tão pouco de mim,
— diz ele, antes de pegar as chaves e sair. Ele não bate a porta, mas
fecha com um baque retumbante que é a mesma coisa.

Ouço o som de seu carro saindo quando a primeira lágrima cai.


Será que ele não entende? Não posso ficar sem dinheiro, ou viver
dependendo dele. Não é quem eu sou. Quero pagar as minhas próprias
coisas. Não quero ter que pedir dinheiro quando ele já fez muito por
mim. Ele acha que penso pouco dele, mas isso não poderia estar mais
longe da verdade. É porque não quero tirar vantagem dele. Ele é tão, é
tão amoroso. Tento ligar para seu telefone, mas ele não responde. Estou
realmente confusa neste momento. Ligo mais uma vez antes de desistir.

Então rastejo até a cama e adormeço.

*****

Meu telefone toca, me puxando do meu sono profundo.

— Olá? — digo sonolenta.

— Paris, é Leah, desculpe te acordar, — diz ela, falando alto. Há


uma música tocando em segundo plano, como se ela estivesse em um
clube ou bar.

— Sem problemas. O que está acontecendo?

— Você pode querer vir, é Grayson... — diz ela, parecendo


preocupada. — Vou te enviar uma mensagem com o endereço.

— Tudo bem, está tudo bem? — pergunto, me sentando.

— Sim, ele está bem. Apenas um pouco bêbado, — diz ela.

~ 177 ~
— Já estou chegando, — digo, desligando o telefone. Verifico a
hora, dez horas. Não posso acreditar que ele não voltou. Claro, nós já
tivemos uma briga, mas ele nunca me deixou assim antes. Envio uma
mensagem para London e pergunto se ela pode vir me pegar, e ela diz
que sim. Rapidamente, visto uma calça jeans e um top branco,
empurrando meus pés em minhas sapatilhas.

— Em qual missão estamos? — ela pergunta quando eu entro no


carro.

— Missão pegar Grayson bêbado, — digo, jogando minha cabeça


para trás. — Nós tivemos uma briga.

— Coloque o endereço no GPS, — diz ela, me entregando o


telefone. Digito o endereço e deixamos o GPS nos guiar. Chegamos a um
bar cerca de 20 minutos de casa, e imediatamente vejo seu carro
estacionado em frente.

— Posso ir buscá-lo se você quiser. — ela oferece.

— Não, eu vou pegar ele, — respondo. Enquanto ando para o bar,


sorrio para o segurança e mostro minha identidade antes de continuar.
O lugar está lotado. Caminho até o bar, Grayson entra no meu campo
de visão. Só que ele não está sozinho. Dylan está ao lado dele. Eles
chocam seus copos em um brinde, em seguida, bebem. Eu vejo
vermelho. Vou para cima dele, até ser parada por Leah.

— Ele não fez nada, — diz ela rapidamente, olhando Dylan e


fazendo caretas. — Ele veio aqui comigo e então ela foi para cima.

Merda. Porra. Foda...

Ando até Grayson, pego a garrafa de cerveja, e jogo sobre sua


cabeça. Eu achava que ele estava louco, mas, porra, ele foi muito longe
agora.

— O que caral... — ele rosna, se levantando. Quando vê que sou


eu, seus olhos se arregalam. Fico confusa quando um pequeno sorriso
faz uma aparição em seus lábios. Dylan coloca a mão em seu braço, e
ele olha para baixo, depois para ela. A realização bate nele, já que seu
rosto empalidece. Ele empurra o braço de cima dela e se aproxima de
mim, seus movimentos lentos. Ele está bêbado. Eu não acho que já o
tenha visto bêbado.

— Babe, — diz ele, dando mais um passo cambaleante para perto


de mim. Coloco minha mão para cima, parando seus movimentos. Ele

~ 178 ~
levanta sua camisa, revelando seu quadradinhos sexys e enxuga a
cerveja do rosto.

— Estou indo para casa, — digo.

— Decidiu se vai para a festa? — diz Dylan, ao lado de Grayson.


Ele a ignora, seus olhos escuros em mim. Passo em frente e agarro
Dylan pelo pescoço.

— Escuta aqui, sua vaca, ele não quer você. Tenha um pouco de
auto respeito do caralho. Estou esperando um filho dele. Então, por que
você não vai encontrar alguém para perseguir? v rosno, vendo vermelho.
Ela tenta sair de meu controle, então aperto mais. — Concorde, se você
me entende.

Ela acena com a cabeça. — Ótimo, — digo em um tom sarcástico.


Sinto o braço de Grayson envolver em torno de minha cintura. Então a
deixo ir. Ela dá instantaneamente alguns passos para trás, segurando
seu pescoço. Seus olhos estão arregalados de choque e medo. Ok, então
posso ter perdido um pouco a cabeça.

— Vamos para casa, babe, — diz Grayson, me puxando para longe


de Dylan. Segurando meu braço.

Me viro para Leah. — Você pode levá-lo para casa?

— Claro, mas...

— Não, Leah, — digo, balançando a cabeça. Sei que ela quer que
eu o leve para casa, para consertar as coisas. Mas desta vez eu não
posso. Viro e vou embora. Ouço ele me chamando e então ele começa a
gritar. Faço meu caminho até o carro e entro nele, batendo a porta atrás
de mim.

London estremece. — Não desconte no meu bebê.

— Desculpe, mas precisamos ir agora, — digo, olhando para a


porta. Grayson sai, aparecendo frenético. Ele finalmente viu o nosso
carro e vem em nossa direção. Me inclino sobre London e tranco as
portas.

— Dirijo? — ela pergunta.

— Dirija, — repito, ignorando os apelos de Grayson. Deixo ele


desfrutar de seu tempo com essa cadela enquanto fico em casa
chorando e grávida de seu bebê. Meu telefone toca, mas como ele fez
comigo, ignoro-o.

~ 179 ~
— Quer ficar na minha casa? — ela pergunta.

— Por favor, — digo, minha voz embargada.

— Vocês dois vão resolver o problema, Paris. Não se estresse, tudo


bem, — diz ela. Sei que ela está se preocupando com o bebê.

— Vou ficar bem, — digo a ela, forçando um sorriso. Quando ela


para no supermercado, me viro para olhar para ela.

Ela encolhe os ombros. — Achei que você ia precisar de um pouco


de sorvete.

Sorrio de novo, isso é uma realidade neste momento.

~ 180 ~
Capítulo trinta e dois
Mais tarde naquela noite, eu recebo uma mensagem de texto de
alguém que eu nunca pensei que eu iria ouvir de novo.

Diamond - Eu não queria fazer isso, mas o chefe insistiu. Ele quer
você para um evento na próxima semana. Uma coisa off. 10 mil, se você
estiver interessada. Cuide-se, meu doce.

Dez mil dólares por uma noite? Onde diabos estava este evento
quando eu precisava para saldar a dívida de London? Eu olho para o
meu estômago. Esse dinheiro poderia fazer muito para mim agora. Eu
poderia comprar todas as coisas para o bebê e reduzir o tempo no
trabalho. Eu estava realmente pensando em fazer isso? Eu envio uma
mensagem de texto de volta ao Diamant, em seguida, vou dormir.

******

Meu telefone não para de tocar, então eu o coloco no silencioso.


Eu ouço as batidas na porta da frente na parte da manhã. Coloco um
travesseiro sobre a cabeça de onde eu estou dormindo no sofá e ignoro.
Eu não quero nenhum drama hoje, eu só quero dormir. Meu corpo dói e
eu me sinto exausta, embora eu realmente não tenha feito nada. Exceto
criar uma nova vida dentro de mim. London aparece a partir da porta
de seu quarto, cabelo em todo o lugar, uma carranca em seu rosto.

— Estamos amando Grayson esta manhã? Ou odiando? — ela


pergunta quando ela olha para a porta.

— Definitivamente não amando, — eu digo, incapaz de dizer que


eu o odeio. Eu acho que eu nunca vou ser capaz de dizer que eu o
odeio.

— Tudo bem, — diz ela. — Como é que você dormiu?

Estremeço. — Eu já dormir melhor.

— Eu te disse para dormir na cama! — ela rosna, com as mãos


nos quadris.

~ 181 ~
— Estou grávida e não uma inválida.

Ela me dá um olhar que diz que ela claramente não entende a


diferença. O barulho começa novamente.

— Merda, eu tenho que atender. Os vizinhos vão reclamar, — diz


ela, caminhando até a porta e abrindo. — O que diabos você quer,
bêbado? — eu a ouço dizer.

— Eu preciso falar com ela, — diz ele, com a voz rouca.

— Bem, ela não quer te ver. Então cai fora, — diz ela, cheia de
atitude.

— Pelo amor de Deus, London, se afaste, — ele rosna, perdendo a


paciência com ela. Eu ouço os dois falar em voz baixa; então os dois
entram na sala de estar.

— Por que você está dormindo no sofá? — pergunta ele, ao me ver


ali.

Eu dou de ombros, tentando ser indiferente. — Eu pensei em


deixar você ter a cama em casa, caso você quisesse trazer uma de suas
ex-namoradas de volta.

— Você tem que estar brincando comigo! — ele rosna. — Eu fui a


um bar com Leah. Dylan apareceu e bebemos juntos. Foi isso!

— Você não deveria ter saído em primeiro lugar! Você estava com
raiva, então eu fui te pedir desculpas e te levar para casa; em vez disso,
você estava sentado ali ao lado dela! E você sabe como me sinto sobre
ela. Você sabe! E você não dá a mínima! — eu digo com raiva, me
levantando ao lado do sofá.

— Babe, — diz ele, fazendo uma pausa por um momento. — Eu


sinto muito que você vê dessa forma, mas isso não é como isso foi.

— Como ela sabia que você estava lá? — eu pergunto a ele.

Silêncio. — Dylan me ligou quando eu estava lá.

— Por que diabos ela ainda está ligando para você? — eu grito.

Ele passa as mãos pelo seu rosto. — Liguei para ela para gritar
sobre a merda que ela fez. Ela não respondeu, mas depois ela me ligou
quando eu estava no bar. Eu mencionei que eu estava lá; ela, então,
simplesmente apareceu.

~ 182 ~
Eu rio, mas não há humor nele. — Então essa é a sua desculpa?
Que fodido, Grayson. Suas palavras dizem uma coisa, mas suas ações
dizem claramente outra coisa. Como você se sentiria se eu saísse de
casa, porque eu estava com raiva, e depois fosse para um bar e bebesse
com o meu ex?

Sua expressão escurece, o ar na sala ficando mais tenso a cada


segundo. — Ela não significa nada para mim. É por isso que eu não a
vejo como você faz, mas você está certa. Eu não deveria ter sequer
falado com ela, — diz ele, os olhos não deixando os meus. — Você não
tem concorrência, babe, de ninguém. Eu nem sequer olho para as
mulheres mais assim. Foda-se, você é tudo que eu vejo. Tudo que eu
quero. Eu só queria que você pudesse ver isso também.

— Se eu estou me sentindo insegura, você não acha que um


pouco é por causa de você? Ao fazer merda como isso? — eu pergunto,
cruzando os braços sobre o peito. Nem estou usando um sutiã.

London vai até mim com uma garrafa de água e alguns biscoitos.
— Obrigada, — eu digo a ela. O rosto de Grayson cai ainda mais. Ele
normalmente faz essas coisas para mim.

— Quando você vai voltar para casa? — pergunta ele.

— Eu não sei, — digo a ele. Ele está na minha frente, empurrando


uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

— Por favor, venha para casa para que possamos conversar, — diz
ele em voz baixa para que só eu possa ouvi-lo.

— Sinto muito sobre como eu reagi sobre a coisa de dinheiro. Eu


não quero ter que te pedir dinheiro, montar em você. E você não deveria
ter falado com Aiden para mim, mas ainda assim eu sei que você estava
cuidando de mim, mesmo que você não fez isso da maneira certa, — eu
digo. — Mas o que você fez depois... Eu não acho que eu deveria ter que
lidar com isso. A próxima vez que brigarmos, você vai fazer isso de
novo? Eu não sei agora. E eu não sei se posso acreditar em você mais.

— Eu estraguei tudo, babe – me deixe fazer isso para você. Eu só


estava... ferido. O que é meu é seu, sempre. Você acha que você teria
que me pedir dinheiro? Gostaria de te dar um cartão de banco,
caramba, o que você quisesse. Você não tem que me pedir nada, não é
nada disso entre nós. Pelo menos, eu pensei que não era. Eu sei que
você gosta de ser independente, e eu entendo isso. É só de te ver doente
no período da manhã, depois, a uni, em seguida, trabalhar e trabalhar.
Como você acha que eu me sinto sobre isso? Quando eu tenho os meios

~ 183 ~
para te dar uma vida mais fácil. Você está carregando o meu bebê e eu
quero vocês dois saudáveis. Então tente olhar para isso do meu ponto
de vista. Eu só estou tentando cuidar da minha família o melhor que
posso.

Eu fecho meus olhos. — Eu sei que você está tentando. Eu sei


disso.

— Eu sinto muito por ser um homem das cavernas; eu não vou


tomar decisões por você novamente. Pelo menos, vou tentar não fazer
isso, — diz ele, parecendo um pouco envergonhado. — Você pode
sempre me falar sobre isso, como você está fazendo agora.

Eu odeio como encantador ele é. — Eu estarei em casa em poucos


dias.

Ele acalma. — Em poucos dias? O quê? Eu não quero esperar


tanto tempo sem você.

Eu suspiro, me sentindo tão malditamente cansada.

— Sinto muito, babe, você não precisa desse estresse, — diz ele,
me pegando e me deitando no sofá. — Descanse. Eu vou vir te ver
amanhã. — ele me beija no meu nariz. — Eu te amo.

Olho para London, que está sentada no banco da cozinha,


olhando. — Você acabou de assistir todo esse show? — eu pergunto a
ela.

— Sim, — diz ela, mastigando.

— O que você está comendo? — eu pergunto a ela.

— Pipoca, — diz ela, rindo.

— Você é uma pessoa estranha, v eu digo.

— É como um seriado de TV. O show Grayson e Paris.

— Você é uma idiota, — eu digo, me afundando no sofá, ficando


confortável. — Quando Aiden vem? Eu preciso falar com ele sobre o meu
trabalho, — digo a ela.

— Ele estará aqui hoje à tarde, — diz ela. — Você sabe, eu tenho
um quarto de hóspedes; simplesmente não há cama lá dentro. Eu me
sinto mal; você parece desconfortável. Você poderia, por favor, tomar o
quarto? Eu me sentiria um inferno de muito melhor.

— Bem, desde que você se sinta melhor, — eu digo secamente.

~ 184 ~
Como se vê, não precisei me preocupar. Grayson tinha uma nova
cama e colchão entregues à sua casa na manhã seguinte.

~ 185 ~
Capítulo trinya e três
Dois dias se passaram antes de voltar para casa. Grayson e eu
falamos ao telefone, mas ele respeitou os meus desejos por espaço.
Quando entro em casa, vejo uma das portas dos quartos aberta.
Curiosa, entro e engasgo com o que vejo. As paredes foram pintadas de
amarelo, e há um berço branco no canto. Um baú branco de gavetas,
uma mini mesa e cadeiras e um travesseiro gigante decorando o quarto.

— O que você acha? — pergunta ele atrás de mim.

— Você pintou o quarto? E fez compras para o bebê? — pergunto,


minha voz subindo de surpresa.

— Comprei coisas básicas. Realmente não quero começar nada


sem você, mas queria fazer uma surpresa para mostrar que estou
comprometido com esta família. Vou levá-la para comprar todo o resto,
as roupas, brinquedos, roupas de cama... Espero que você goste, — diz
ele. Como fico quieta, ele continua, — Mantive os recibos para que você
possa trocar, se não gostar.

— Amei tudo, Grayson, — digo, me virando e jogando meus braços


em torno dele. — Amei o quarto.

— Você tem certeza? — ele pergunta, parecendo preocupado.


Enquadro seu rosto com as mãos.

— Tenho certeza.

— Você me perdoa? — ele pergunta, beijando minha mandíbula.


— Nunca vou me afastar de você novamente. Vou ficar em casa e deixar
você gritar comigo o quanto quiser, — diz ele, contorcendo o lábio em
seu próprio comentário.

— Eu te perdoo e eu te amo, — digo beijando seus lábios. Puxo


meu rosto de volta. — Você me perdoa por ser uma teimosa?

— Babe, te perdoei no segundo depois que saí da casa, — diz ele,


me levantando em seus braços. Ele me leva até a cama e gentilmente
me deita. — Preciso estar dentro de você.

— Eu quero você também, — sussurro contra seus lábios.

~ 186 ~
— Nada mais de tempo longe, Paris. Se você quiser ficar com
raiva de mim, fique com raiva de mim aqui, onde eu possa te ver. Ok?
Não fuja mais, — diz ele enquanto me despe. — Nunca vou deixar você
escapar por entre meus dedos.

— Ok, — concordo, sem fôlego, puxando sua boca de volta para a


minha.

É uma sensação boa estar em casa.

*****

— Você não trabalha mais aqui, — diz Aiden, sorrindo torto para
mim.

— Desculpe! Você disse que eu tinha um trabalho permanente


aqui, v respondo, encostada no bar.

Ele ri. — O que a traz aqui?

— Fiz um acordo com Grayson e disse que vou trabalhar aqui dois
turnos por semana. Isso é justo, eu acho, — digo. — Vou ficar enquanto
puder. Então vou terminar o meu curso on-line depois de ter o bebê.

— Parece um bom plano, — diz ele, sorrindo com aprovação.

— Você tem certeza que está tudo bem? Praticamente escolhi o


meu próprio horário de trabalho, — digo a ele, levantando uma
sobrancelha.

"Está tudo bem. Contratei outra menina em tempo parcial, por


isso, me deixe saber o dia que você quer, e ela pode fazer os outros, —
diz ele, piscando para mim.

— Tenho certeza que é favoritismo, — digo, rindo.

— Vantagens de ser o chefe, — diz ele, servindo um suco e


deslizando para mim.

— Obrigada, — digo, tomando um gole. Ele derrama sua própria


bebida, uma cerveja. — Então, você está pronto para ser um tio? —
pergunto.

Ele cospe sua cerveja. — Que porra você disse?

~ 187 ~
Comecei a rir de sua expressão assustada. — Tio Aiden. Você é
um dos meus bons amigos, e está namorando a minha irmã; é lógico.

Ele balança a cabeça para mim, limpando a boca com as costas


da mão. — Tio Aiden.

— Eu vi você com Bella, lembre-se. Você é incrível com as


crianças, — digo a ele. Ele cora, e rio ainda mais.

— Eu queria dizer obrigada, — digo, olhando para ele quando meu


riso diminui.

— Por quê?

— Por quê? Por tudo! Por me dar um emprego, estar aqui quando
precisava de alguém. E agora que você está com minha irmã. Sério,
você é meu herói.

Ele sorri maliciosamente. — Não vire fã número um, Paris.

— Oh, por favor, nem sequer ouvi sua música emo, — digo, me
referindo a sua antiga banda.

Ele ri. — Era muito emo.

Me inclino sobre o balcão e o beijo na bochecha. — Escolho


trabalhar às segundas e quartas-feiras. Vejo você depois.

Ele limpa o rosto e balança a cabeça.

*****

— Você está esperando um bebê! — Anaya grita, não pela primeira


vez.

— Não tenha ideias, — Paul resmunga do lado dela.

— Cala a boca, Paul, — ela responde, tirando seu telefone e


escrevendo uma lista de coisas que ela quer me comprar.

— Ela não teve nem um chute ainda! E você já quer ir às


compras? — pergunta ele, olhando para ela como se fosse louca.

— E daí? — diz Anaya, revirando os olhos. — Como você está se


sentindo? — ela pergunta, voltando sua atenção para mim.

~ 188 ~
— Estou bem, um pouco de náusea, mas nada que não possa
resolver, — respondo. Grayson ri, provavelmente lembrando do meu
comentário dizendo: ‗eu vou morrer‘.

— Acho que ainda estou em choque, — diz ela, me puxando para


um abraço. — Estarei sempre aqui se precisar de mim.

— Eu sei e obrigada, — digo a ela, ficando toda emocional na


demonstração de apoio.

— Não se preocupem. Eu estou aqui! — London chama quando


entra na casa.

— O que é isso? — pergunto a ela, olhando para o grande bolo em


suas mãos.

— Bem, vamos comemorar, — diz ela, colocando o bolo em cima


da mesa na frente de nós.

Tem ‗Parabéns‘ escrito em glacê branco, com uma imagem de um


espermatozoide embaixo. Há uma bolha como se fosse um pensamento
do esperma que diz ‗eu ganhei‘. Ela é louca. Balanço minha cabeça,
abraço ela e agradeço. Então abraço Aiden, até Grayson me afastar e
me sentar em seu colo. Leah e Jake chegam, juntamente com outros
amigos de Grayson, Daniel e Nathan. Diamond chega também, dizendo
como ficou feliz que recusei a oferta. Grayson olha para mim depois
disso, querendo uma explicação.

— Eles queriam me pagar para dançar em um evento, — digo.

— De jeito nenhum, — ele rosna, o rosto ficando tempestuoso.

— Eu sei, — digo. — Eu disse que não. Tenho um bebê para


pensar agora, e quero que ele ou ela tenha orgulho de mim.

Seus olhos amolecem. — Você vai ser uma mãe incrível, Paris.

— E uma MILF4! — London fala, escutando nossa conversa.

Grayson ri. — E uma MILF, — diz ele em meu ouvido.

Bato no peito dele. — Você tem sorte que eu te amo.

Sua expressão fica séria. — Eu sei disso.

4
Em inglês = Mothers I"d Like to Fuck, termo foi criado pelos jovens americanos cujos amigos tem a mãe
muito gostosa.

~ 189 ~
Seus lábios descem sobre os meus, e todos os nossos amigos
torcem.

Quem pensaria que eu teria um final feliz?

~ 190 ~
Epílogo
— Nem pense em tentar chamá-la de Edimburgo ou Dublin ou
algo assim, — Grayson me diz enquanto olha fixamente para o nosso
pacote perfeito de alegria. Os pais deles vieram visitar depois. Eles não
estavam tão entusiasmados quanto nós quando descobriram, mas
posso dizer que se apaixonaram por ela, tanto quanto nós.

— O quê? — pergunto, rindo.

— Paris, London... Isso é tão longe como os nomes dos lugares a


ir, — diz ele, beijando o nariz de nossa filha.

Rio mais. — Não tinha planejado colocar o nome dela de...


Edimburgo ou algo assim, — consigo falar.

— Bom, — ele olha para ela com admiração. Seus olhos estão os
mais suaves que já vi. Ele está apaixonado por ela. É a coisa mais linda
de se ver. Quero tirar uma foto deles com a minha câmera, capturando
o momento. — Como você quer chamá-la?

— Quero dar a ela o nome de minha mãe com seu nome do meio,
então Ivy Kate. O que você acha? — pergunto.

Um sorriso se espalha por seus lábios. — É perfeito. Ivy, — diz ele


em voz baixa. Olho para a nossa filha. Ela tem o cabelo de Grayson e
olhos escuros, mas as minhas características. Seus pequenos lábios
rosados abrem quando ela começa a chorar.

— Acho que a nossa princesa está com fome, — diz ele,


gentilmente colocando-a no meu colo. — Ela é tão perfeita, Paris. Ela é
apenas...

— Eu sei, — sussurro. Começo a amamentá-la, cantarolando


enquanto ela mama. Grayson se abaixa e beija o topo da minha cabeça.

— Depois que ela terminar de mamar, vou levá-la para que você
possa dormir, — diz ele, sorrindo para nós.

Sorrio de volta. — Isso seria perfeito.

— Obrigado por me dar ela. Por me dar você. Vou ser o melhor
pai. Prometo, — ele diz.

~ 191 ~
— Eu sei que você vai ser, — digo a ele.

Eu sei disso.

Porque ele se importa o suficiente para tentar ser... e isso é tudo


que posso pedir

~ 192 ~

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