Você está na página 1de 56
npcT@ Nutricio de Plantas Ciencia e Tecnologia Numero 9 Margo 2021 Te Note, A A es Fen ACUMULO DE FOSFORO NO SOLO EM ___ AREAS AGRICOLAS NO BRASIL: DIAGNOSTICO ATUAL E POTENCIALIDADES FUTURAS Paulo Sérgio Pavinato” Amin Soltangheis? 1. INTRODUCAO expansioc a ntesiicago da agricultura bra- A Sheet deans de ferilizantes, tém promovido aumentos expressivos de produc produtvidade nas ims déea- das. O Brasil tomou-se um exemplo de naglo emergente, cujaagricultua se expandia rapidamente,notadamente na regio do Cerrado (Area total de mais de 204 milhdes de heetares), onde otelevo ¢ 0 solos profundos proporeionam coportunidade para a conversto de pastagens extensivas em {eas para produgdo de grios/bioenergia (STRASBURG et al, 2014), prncipalmente com a expansio das culturas ‘Abreviagées: Al = aluminio; ANDA = Associac0 Nacional para Diltusto de Adubos; BA = Bahia; Gustavo Casoni da Rocha? Mauricio Roberto Cherubin’ de soja, milho cana-de-agicar, manejadas com alto nivel de intensificagdo ¢ tecnologia. Todavia, 0 uso sucessivo ‘excessivo de fertiizantes reduza efieiéncia de aproveitamento dos nutrientes pelas culturas, causando aeiimulo no solo e/ou ‘contaminando os corpos hidricos, 0 que aumenta os custos de producio e 0s impactos ambientais. entre os nutrientes com maior potencial de aciimulo no solo destaca-se o fosforo (P), Como se sabe, 0 Pé um ele- ‘mento essencial para o desenvolvimento das plantas e um dos nutrientes-chave pata a expansio agricola no Brasil, tendocm vista que a maioria dos nossos solos apresenta baixa dispo- nibilidade do clemento as plantas. Atualmente, praticamente 60% do fertilizant fosfatado uilizado na agricultura brasileira cio; CMAP = capacidade maxima de adsorcio de fésforo; EUP = efciéncia de uso de foster F = ferto; FN = fosfato natural; GO = Golds; MA = Maran; [MAPA = Ministrio da Agrcutura, Pecuéria eAbastecimento; MS = Mato Grosso do Sul MT = Mato Grosso; P= fésforo; PI plano rete; PR = Parana; RS = Rlo Grande do Sul, SIDRA= Sistema IBGE de Recuperagso Automatica. * Engenheiro Agrnomo, Dr. Professor do Departamento de Ciéncia do Solo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ~ ESALQIUSP, Pracicaba, email: pavinato@usp br 2 Engenhelro Agténomo, Pés-Doutorando, Centro de Energia Nuclear na Agricutura ~ CENATUSP, Pracicaba, SP. ® Engenheiro Agronom 1 do Paulo, S80 Paulo, SP. >, Dr, Assessor Técnico da FundapSo Foresial da Secretaria de Infraesirutura e Meio Ambiente do Estado DUC ee Co Ma ool Rele NOL) INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 9 - MARGO/2021 eee Cele erty PATROCINADORES ee Publica rimestal gratuita da NPCT—Nutgo de Planas Cigna ¢ Tecnologia ‘ompass Minerals Plant Nuttin © joma publica artigos cico 70%) do excedente de Padlicionaco aos solos via fertilizantes, e no removido pelas colheitas, permanece no solo, prineipalmente em formas no prontamente disponiveis para as culturas (RODRIGUES etal., 2016; ROY et al., 2017). Parte deste P residual tem potencial {de ser rocuperado economicamente pelas culturas (SATTARI etal, 2012; ROWE et al, 2016; RODRIGUES et al, 2021), No entanto, conhecer o quanto deste Presidual esti em formas libeis (disponiveis) para satisfazer a demanda das eulturas, por quanto tempo esse estoque de P pode ser efetivamente explorado, ainda & um desafio da pesquisa [Nossa hipétese € que © P residual no solo, aplicado via fertilizantes minerais/orginicos, possa ser, pelo menos parcialmente, utilizado pelas culturas por meio do manejo adequado de solo/planta/fertilizante, gerando economia no proceso produtivo. Dessa forma, saber em que regies agro- climétieas e tipos de solo este P residual esti acumulado é cssencial para otimizar e drecionar estratégias na melhoria a ulilizagdo deste recurso, Neste sentido, 0 objetivo deste artigo & apresentar um diagnéstico espacializado (mapa) do aciimulo de P no solo em fungio do uso de fertlizantes {osfatados nas areas agricolas brasieiras, nas iltimas cinco décadas. Alm disso, discutir algumas estratégias de manejo aque podem favorecer a exploragio mais eficiente do P residual pelas culturas agricolas. 2. A DEPENDENCIA DE FERTILIZANTES FOSFATADOS E A EFICIENCIA DE USO s solos brasileiros sfio, em sua maioria, altamente intemperizados e, portanto, naturalmente dcidos e com baixa disponibilidade de nutrientes, Neste contexto, a dis- ponibilidade e o uso de fertlizantes fosfatados faciitaram a Incorporagio de vastasdreas de teras no processo produtivo tual, prineipalmente no Cerrado, © aumento no uso de fertlizantes nas iltimas cinco ddécadas tem sido expressivo, passando de quase zero, em 1960, para 2,2 milhées de toncladas de P, em 2016 (ANDA, ‘a9 ano no consumo de fertilizantesna pr 2015). No entanto, a eficiéneia de uso de P (EUP) continua baixa, principalmente devido 4 alta capacidade dos solos brasileiros de adsorver P nos sesquidxidos de ferro (Fe) © aluminio (Al) (RODRIGUES et al., 2016). Isso fica claro quando se observa a capacidade de adsorgo de P em solos INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N* 9 -MARGO/2021 cultivados por longo tempo, em diferentes regides agricolas brasileras (Figura 1), Nota-se que, no conjunto de solos ava- lindos, a capacidade méxima de adsorgao de P (CMAP) foi alta nos solos bastante aruilosos de Dois Vizinhos (PR), Lazes (SC) e Rio Verde (GO), com valores em tomo de 1.700 mg ky, ‘enquanto nos solos mais arenosos, como os de Correntina (BA) «Tasso Fragoso (MA), a CMAP foi bem mais baixa, entre '500.¢ 700mg kg Desta forma, fica evidente que que limita 8 produgio agricola nao é a falta de P no solo, independen- ‘emente da sua textura, mas sim a sua baixa disponibilidade para as plantas, P adsorvido (mg kg") 0 15020028 Concentragao de equiibrio (mg L") Figura 1. Capacidade minima de adsorgio de fsforo em 10 dis- {infos sols cutivados de regidesbrasileras em fungio e diferentes concentragdes de fosforo na solusa0 de equilib, aps 24h de contac, Mesmo com o aumento no wso de fertlizanes fos fatados, a EUP permaneceu muito absixo do esperado na tikima década: muito baixa para o café -2,5%), baa para ‘ana-de-agicar, algodio, fio elaranja (18-40%), azoavel para soja, trigo e aoe (45-60%) e alta apenas para o milho (60-90%) (Figura), A EUP média, determinade a partir dos dados de balango de entradas e saidas, fi exatamente 0% para as 10 prineipaiseulturas do Basi, no peri de 2000 2016, Lun etal, 2018) estimaram uma EUP média global «46%, incluindo o Brasil, com uma EU média de ~6 «em reas agricolas, um valor anda acim do tual observado, Esti bom estabelecdo que os baixos valores de EUP esto ssociados 8 alta capacidade de fixago de P dos soos br Ieitose sua capacidade de ligar quaseieversivelmenteo P nas superficies dos oxhidrdxidos de Fee Al RODRIGUES cal, 2016; WITHERS et al, 2018), Essa ineicgnciageral do uso de P criou um paradoxo: Como podemos aumentar { EUP em soos tropeais, como os da America do Sule da Arca, © como podemosevtaras perdas de P via escoamento . Acesso em: 15 jan, 2021 BARRETO, P: SILVA, D. S; ELLINGER, P. Como desenvolver ‘economia rural sem desmatar a Amazénia? Belém: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazénia, 2013. 600. BOUWMAN, A. F; BEUSEN, A. H.W; LASSA- LETTA, L-; van APELDOORN, D. F; van GRINS- VEN, H. J. Mz ZHANG, J; van ITTERSUM, M. K. Lessons from temporal and spatial pattems in global use ‘of N and P ferilizr on eropland. Scientific Reports, ¥.7,p. 40366, 2017, doi: 10.1038/srep40366 BRASIL. Lei Federal n.12.681, de 25 de maio de 2012. Disponivel em : . ‘Acesso em 10 jan, 2021 CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento, Acompanhamento da safra brasileira de gritos, Brasilia, 2018. Disponivel em: . Acesso em 20 jan. 202. Figura 6,0 uso de plantas de cobertura, como a braquiria, em consércio ‘com milho uma alternativa para melhorar a cielagem ea efcien- cia dos ferilizantes fostatados, Foto: Fazenda Planalto, Costa Rica, MS, 019, CORDELL, D.; NESET, TS. Phosphorus vulne- ability: a qualitative framework for assessing the ‘vulnerability of national and regional food systems to INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N*9- MARGOI2021 the multi-dimensional stressors of phosphorus searcity. Global Environmental Change, v.24, . 108-122, 2014, DAMIAN, J. M. FIRMANO, RF; CHERUBIN, M.R:; PAVI- NATO, P. S SOARES, T. de M; PAUSTIAN, K.; CERRI, C . P. Changes in soil phosphorus poo! induced by pastureland intensification and diversification in Bravil Science of the Total Environment, v. 703, p. 135463, 2020 DIAS, L. C. P PIMENTA, F. M.: SANTOS, A. B; COSTA, M.H LADLE, R, J. Pattems of land us, extensificaion, and intensification of Brazilian agriculture, Global Change Biology, v.22, p. 2887-2903, 2016, DONG, W.; WANG, X,, YANG, J. Future perspective of China's {eed demand and supply during its fast ranstion period of food consumption. Journal of Integrative Agriculture, v.14, 1.6, . 1092-1100, 2015 FAO. Food and Agriculture Organization ofthe United Nations World fertiliser trends and outlook to 2018, Rome, 2015, Shp, IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia ¢ Estaistica. Sistema IBGE de Recuperagio Automitica - SIDRA, Brasil, 2018, Disponivel em: . Acesso em 18 ja, 2021 LUN, F; LIU, J; CIAIS, P; NESME, T; CHANG, J; WANG, R. GOLL, D; SARDANS, J PENUELAS, J OBERSTEI- NER, M. Global and regional phosphorus budgets in agricultural systems and their implications for phosphorus-use efficiency. Earth System Science Data, v.10, p. 18, 2018. MacDONALD, G. K BENNETT, E, M.: CARPENTER, S. R. Embodied phosphorus andthe global conncctions of United States agriculture. Environmental Research Letters, v. 7,0. 44024, p. 1-13, 2012, do:10,1088/1748-932677/4/044024 MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuéria e Abastecimento, Projecdes do Agronegécio. Brasil 2015/16 a 2025/26, Proje- ses de Longo Prazo, 2016, 138 p, NEGASSA W.; LEINWEBER, P. How does the Hedley sequen- tial phosphorus fractionation reflect impacts of land use and ‘management on soil phosphorus: a review: Journal fo Plant Nattition and Soil Science, v. 172, p. 305-325, 2008, PAVINATO, P. S.; CHERUBIN, M. R.; SOLTANGHEISI, A; ROCHA, G. C.; CHADWICK, D. R JONES, D. L. Revealing soil legacy phosphorus to promote sustainable agriculture in Brazil. Sciemifie Reports. 10,n. 15615, p. 1-12, 2020, RAY, D. K MUELLER, N. Ds WEST, P. C; FOLEY, J. A. ‘Yield trends are insulicient to double global crop production by 2050, PLoS ONE, v: 8, 6, p. 066428, 2013. RODRIGUES, M. PAVINATO, P. S.; WITHERS, P.J. A TELES. A. P.B.; HERRERA, W.F.B. Legacy phosphorus and no tillage agriculture in tropical oxisols of the Brazilian savanna, Science of The Total Environment, v. 542, 1050-1061, 2016, RODRIGUES, M.; WITHERS, P.J. A; SOLTANGHEISI, A; VARGAS, V; HOLZCHUH, M.; PAVINATO, P.S. Tillage sys- tems and cover crops affecting soil phosphorus bioavailability INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N*9~_MARGOVZ021 in Brazilian Cerrado Oxisols. Sol & Tillage Research, 1, 104770, p. 1-10, 2021 ROWE, H.; WITHERS, P. J. A; BAAS, P; CHAN, N. Ls DOODY, D.; HOLIMAN, J; JACOBS, B; LI, H; MacDO- NALD, G, K; MeDOWELL, R.; SHARPLEY, A; SHEN, J; ‘TAHERI, W.; WALLENSTEIN, M.; WEINTRAUB, M,N. Integrating legacy soil phosphorus into sustainable nutrient ‘management practies on farms, Nutrient Cyeling in Agroe- cosystems, v. 104, p. 393-412, 2016. ROY, E. D; WILLIG, E; MARTINELLI L. A. RICHARDS, P D. FERRAZ VAZQUEZ, F; PEGORINI, L. SPERA, S.; POR- DER, S. Soil phosphorus sorption capacity after three decades of intensive fertilization in Mato Grosso, Brazil. Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 249, . 206-214, 2017, SATTARI, S. Z.; BOUWMAN A. F; MARTINEZ RODRI- (GUEZR.; BEUSEN, A. H, W; Van ITTERSUM, M, K. Negative _lobal phosphorus budgets challenge sustainable intensifica- tion of grasslands, Nature Communications, v, 7, n, 10696, p. I-12, 2016, SATTARI, §. Z; BOUWMAN, A. F; GILLER, K. E. van ITTERSUM, M. K. Residual soil phosphorus as the missing pieve in the global phosphorus erisis puzzle. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 109, 6348-6353, 2012, SHEN, J; YUAN, L; ZHANG, J; LI, Hz BAI, Z.; CHEN, X. ZHANG, W.: ZHANG, F. Phosphorus dynamics: from sol to plant, Plant Physiology, v 156, p.997-1005, 2011 SOUSA, D. M. G.; NUNES, RS; REIN, T. A. Manejo de fsforo em sistemas de culivo na regio do Cerrado. In: ‘Tépicos em Cigncia do Solo, Vigosa-MG: SECS, 2019. v.10, p. 239-28, 2019. SOUSA, D. M. Gs LOBATO, E, (Ed), Cerrado: corregio do solo ¢ adubagio. 2 ed, Brasilia, DF: Embrapa Informagio ‘Tecnologica, 2004. 416 p SPAROVEK, G.;BARRETTO, A.G.0.P; MATSUMOTO, M. BERNDES, G. Effects of governance on availability of land for agriculture and conservation in Bravil. Environmental Science and Technology, \-49,n. 17, p. 10285-10293, 2015, STRASSBURG, B. B.N.;LATAWIEC, A. E; BARIONI, L.G.; NOBRE, C. A.; SILVA, V. P; VALENTIM, J; VIANNA, M: ASSAD, E. D. When enough should be enough: Improving the use of current agricultural lands could mest production demands and spare natural habitats in Bravil. Global Environmental ‘Change, v.28, p. 84-97, 2014 USGS. United States Geological Survey. Mineral commodity ‘summaries 2016, 202 p. doi:10.3133/70140094, WITHERS, PJ. A, RODRIGUES, R.; SOLTANGHEISI, A. ‘CARVALHO, T.S.; GUILHERME, L, R. G; BENITES, V. M.: GATIBONI, LC; SOUSA, D. M.G:; NUNES, R, S.; ROSO- LEM, C, A; ANDREOTE, F. D,; OLIVEIRA Jr, A; COUTI- NHO, E. L.'M, PAVINATO, P.S, Transitions to sustainable ‘management of phosphorus in Brazilian agriculture. Seientfic Reports, v. 8, n. 2537, p. I-13, 2018, NUTRICAO MINERAL COMO ALIADA DAS PLANTAS NA TOLERANCIA A ESTRESSES AMBIENTAIS Fernando Dubou Hansof' Marcos Rodrigues André Vinicius Zabin? Eduardo Zavaschi* Paulo Lazzarini® 1. INTRODUCAO Sistem ara de pod eet se Qeree sacri rss Poco (VEZZANL, 201) Neste atone cuuns.sdoqutonencesp dscns res ur ferment ann septa spate dx pie Eten pirine(€AKMAK 2008) Osis fs deesescliiicsoaalatenpertra case r stamoctecincno odoxmolsneo eins mass Imvblogn flops loquinzasnsplanas CANAD Gra, 207) Taseenosanbeas msi ch sez ai teen ado sim oy ples da susie Spl odds seals Tbe Robson Murate! ‘Thiago de Barros Sylvestre” ‘Alan Bueno S. Ataide* Flavio Guanaes Bonin? A produtividade e asobrevivéncia das culturas subme- tidas a um estresse ambiental sio dependentes da sua habili- dade em criar mecanismos para tolerar ou adaptar-se a estes ambientes, Diversosmecanismos adaptativos sto conecidos na literatura (ANJUM etal, 2016; HUSSAIN et al, 2016; HUSSAIN et al, 2018), porém sélidas evidéneias sugerem ‘que a nutrigdo mineral das plantas afeta de forma decisiva a habilidade de adaptagao em condigbes adversas de ambiente (WARAICH etal, 2011). A combinagio de problemas rela- cionados a baixa fertilidade dos solos e estresses ambientais a principal responsavel por severas perdas na produgao de ‘culturas em todo o mundo (CAKMAK, 2005). " Engenheir Agronomo, Dr, Mosaic Feritzantes do Brasil; emai: ferando.hansel@mosaicco.com * Engenheiro Agtnomo, Dr, Mosaic Fertiizantes do Brasi, email: marcos.rodrigues f@mosaiceo.com ® Engenheiro Agronomo, Dr, Agronémico S.A; ema andre zabini@agronomico.com py « Engenhiro Agrénomo, Dr, Agroadvance Trenamantae Experimentagso Agronémica, email: eduardo zavaschi@agroadvance com br * EngenheiroAgronomo, MSe., Mosaic Fertiizantes do Gras; ema: paulo lazzarini@mosaicco.com ‘ Engenheiro Agrinom, Mosaic Fertzantes do Bras; email: robeon murate@mosaiceo.com ” Engenheiro Agrénomo, Dr, Mosaic Fertizantes do Brasil; email: thiago sylvestre@mosaieco.com * Engenheiro Agronomo Esp, Mosaic Ferilzantes do Brasil; email: lan ataide@mosaicco.com * Engenheiro Agténomo Esp., Mosaic Fertiizantes do Brasil; email: avo.bonini@mosaicco.com INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N*9- MARGOI2021 Tabela 1. Perdas de produtividade de algumas das prineipais culturas agricolas devorentes de estresseshidrco ¢ térmico. peer) Mi (Zea mays L ve iho (Zea mays L.) an Seca ‘rigo (Tticun aestinum L.) ce Seca Arroz (Oryza sativa L) secee Soja (Gheine max L.) Seca 6-87 ‘Kamara etal, (2003) 2 Baadu-Apraku eal. (1983) 37 Balla etal. (2011) 3 Balla etal. 2011) 5392 afi etal. 2007) 30 Lietal. 2010) 4e71 Samara etal, (2006) Fonte: Adapiada de Fahad eal, 2017), 2. 0 QUE SAO ESTRESSES AMBIENTAIS E COMO AFETAM 0 CRESCIMENTO DAS PLANTAS. As plantas aruam como sensores bioldgicos ativos do ‘meio ambiente em que estio inseridas. Dessa forma, elas S40 capazes de perceber as mudaneas ambientais ese adaptar is nnovas condigdes por meio de sinalizagSes e respostas bio~ uimieas que modificardo o seu metabolismo e crescimento natural. As alteragdes da condigio fisiologica causada por fatores que tendem a perturbar o equilibrio sao denominadas de estresses (JALEEL etal, 2009), Do ponto de vista agrondmico, o estresse ambiental & ‘uma condigio de perturPagio do desenvolvimento das plantas causado pelo ambiente de produ, que resulta em redugio da produtividade, Seu efeito especifico sobre a produtividade das culturas depende da interagio de ts componentes bisicos: o gendtipo, o fendtipo (caracteristicas fisiol6gicas e morfol6gicas das plantas) e 0s fatores bidticos e abidticos do meio (SOUZA; BARBOSA, 2015), Os fatores bidticos so aqueles provocados por organismos vivos, destacando-se o ataque de pragas e doengas. 1 0s fatores abisticas estdo relacionados ao clima ~ disponibilidade hidrica do solo, temperatura e umidade relativa do ar e irradiagio solar ~ e slo 0s que esto mais ligados a redugdo da produtividade das cultura, 2.1. Estresse hidrico ¢ estresse luminoso A redugdo na produtividade causada pelo deficit hidrico pode ocorrer devido a0 fechamento dos poros estomaticos pela planta, visando reduzira perda de agua através da trans- pitagdo, ou pelos danos gerados nos processos bioquimicos da fotossintese (responsaveis pela fixagd0 do carbono atmos- ftico) eno aparato fotoquimico da planta (responsivel pela absorgio de luz e produgo de energia para a fotossintesc. Com o fechamento dos estématos foliares, além da redugdo na perda de égua, ocorre também redu¢do na assi- rmilagdo do CO, atmosfrico, causando diminui¢d0 nas taxas fotossintéticas. Com relagdo as alteragdes bioguimicas,a falta de agua provoca redugo da fotossintese, principalmente INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N°9 - MARGO/2021 pela degradagio elou inativagio e consequente redug

Você também pode gostar