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npcT@ Nutricdo de Plantas Ciencia e Tecnologia Namero 7 ‘Setembro 2020 INFORMAGOES . AGRONOMICA EQUILIBRIO ENTRE BAGES DO SOLO E PRODUTIVIDADE DAS CULTURAS uuem ji ndo ouviu falar ue aprodutividade das culturas depende do equilibrio entre as bases do solo ¢ da participagio destas na CTC? Este € orrente,e muitos consideram de suma impor tineia para a obtengao de altas produtividades das culturas Este artigo tem por objetivo trazer informagies para auxiliar no entendimento do tema, abordando como ocorre ‘a competigio entre os nutrientes pela earuas do solo, como isso afetaa relagio entreas bases e de que forma os nuttientes competem entre si pela entrada na planta, Além disso, traz uma analise de easos, considerando resultados experimen- tais disponiveis na literatura, pra verificarse essasrelagdes| interferem na produtividade. ASERIE LIOTROPICA E OS NUTRIENTES NO SOLO Praticamente todas as publicagdes que abordam a relagdo entre os nutrientes no solo remetem ao artizo de Bear e Toth (1948). A partir dos dados desse trabalho, no ‘AbreviagSes: A= aluminio, B = boro, ‘dave de tra de cations, Cu = cobre, Fe INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 6 - SETEMBROZ020 Voinei Pauletti* {qual se utilizou a alfafa como planta teste, surgiu @ conceito de “solo ideal de Bear”. Neste conceito, um solo ideal para ‘© erescimento das plantas deve ter a CTC ocupada por 65% de Ca, 10% de Mg, 5% de K e 20% de H, Nestas proporgies ‘ocorrem relagses Ca/Meg de 65:1, CaK de 13:1 ¢ Mg/K de 2: A partir do conceito de “solo ideal de Bear”, além da interpretagio dos teores dos nutrientes no solo, passaram a ser divulgadas tabelas com valores adequados também para as relagdes entre as bases do solo (Tabela 1), Em todos os paises, forma mais uilizada e consagrada derecomendar adubos e corretivos leva em conta.a quantidade ‘de nutrientes que estio disponiveis para a planta no solo. Esta ‘quantidade € determinada por andlises que utlizam extratores quimicos, cujos resultados tém relagdo com a quantidade de ‘utrientes absorvida pela planta ou com a produtividade, A partir deste conhecimento, so elaboradas as tabelas, com as doses que devem ser aplicadas. Ou seja, a quantidade de iutrientes existentes no solo acrescida da quantidade aplicada eee Cele erty PATROCINADORES ee Compass Minerals: Pico ies da NPCT-Noti de Pn Ce Tecmo Plant Nutiton © joma publica artigos tcco-os. 1535/1 6 >os. 1 P10 8 2440 OILS 0418-031 3.4/1 9 0S 0234025 Bi 1s 6s 0 50 21-30 128 S151 20-3001 10201 s-1011 2634 IB 3050 S16 3.6/1 3550 13.20 3050 "1 Bear Toh (1948), NEPAR 01D), 3: Souza Labato (2008), 4: Embrapa (2013), para CI < Bem, da; 5 Embapa 2013), para CTC > mol dns 6 Raj ta. (19967: Preot e Gsnyns (2013) 8 Rabsito etl. (1999); 9: Campos ta. 2013), © Para CTC> # emo, dos nies 800080, 0 rd. como adubo ou corretivo deve suprir a necessidade da planta para atingira maxima produgio, Valores consideradosaltos ou adequados (Tabela 1) indicam que a quantidade do nutriente disponivel no solo ja € suficiente para atender & demanda da planta, que, sem adubaedo, if produzit, no minimo, 90% do rendimento miximo possivel na safra. Nesta condigdo, as adubagdes sio realizadas para manutengao do teor existemte 1no solo, ao repor o que esti sendo exportado coma colheita, Entre os manuais, ocorre grande variago quanto aos niveis considerados adequados de Ca e Mg no Brasil (Tabela 1), A amplitude varia de 0,7 a 7.0 emol, dm® para Ca e de 0,5 a 2,0 emol, dim’ para Mg. Essa variagdo € devida as diferentes condigdes regionais e, principalmente, 4 origem dos dads que levaram a definigo dos indices. Os menotes valores para Ca RAL etal, 1996)e Mg (SOUZA; LOBATO, 2004) descritos na Tabela | se referem aos tooresabaixo dos 4uais ha grande probabilidade de ocorréncia de deficiéncia do nutriente, considerando as demais condigSes quimicas do solo adequadas para planta, Os maiores valores, por sua vez, foram obtidos em ensaios de calagem, nos quais, ao se aplicar caleario para corregao da acidez do solo, também se promove 1 elevagdo dos teores de Ca e Mg. Os valores de Ca e Mg obtidos nas melhores doses de calcério sio, indiretamente, considerados adequados para as plantas. Iss0 nio deixa de estar certo, objetivando a maxima produtividade das lavouras ‘em uma condisio quimica adequada, porém, para que ocorra Adeficiéneia de Ca ou Mg, os teores sio bem menores. Arelagdo entre os nutrientes ¢ obtida a partir dos resul- tados da anilise de solo, Por exemplo, um solo com teor de 3 emol, dm? de Cae I emol, dm” de Mg tem relagdo CaMg de 3:1, Essa relagao & exatamente igual a obtida em um solo com0,9 emol, dm" de Ca 0,3 emol, da" de Mg. A diferenga entre eles esti no fato de que no primeiro caso os teares esto adequados (Tabela 1), ¢ no segundo caso, deficientes INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 6 - SETEMBROZ020 para as plantas. Portanto, j se percebe uma limitaga0 do uso isolado da relago entre os nutrientes, pois pode induzir a9 ero de interpretagao da fertilidade e de recomendagao de adubo ou calcari. Atualmente, so 17 os elementos considerados essen- ciais ds plantas, divididos em macronutrientes (C, H, O, N, P,K Ca, Mg eS) ¢ micronutrientes (Fe, Zn, Mn, Cu, B, Mo, Cle Ni). A diferenga entre os macro e os micronutrientes & apenas a quantidade absorvida, uma vez que todos desem- Penham fungdes vitais na plantas, A deficiéncia de qualquer ‘um dos 17 elementos resulta em menor produgao da planta «da lavoura, Considerando os dados quanttativos obtidos ;pelasanilises de solo, no é por ser essencial que sempre ser necessitio aplicar o ntriente. Se oteor for alto ou suficient, no hi necessidade de adubaglo, porém, se nao for suficiente, >> AI” > Ca > Mg! > NH,'> K"> Na’, ¢ pata os dnions: HPO, > MoOH,® >>> SO, > NO > Cl. Tanto 0 H’ quanto o H,PO, eo MoOH, se ligam a0 solo mais fortemente por ligagdes covalentes, por isso, si0 fortemente atraidos e presos as cargas, enquanto os demais or ligagaes eletrostiticas, que sio mais fracas. O Ca, apesar de tera mesma carga que o Me™, se liga mais fortemente que «ste is cargas negativas do solo pois seu raio iénicohidratado, menor (Ca® = 0,96 nm e Mg” = 1,08 nm) Em deas sem cultivo, onde a presenga dos elementos ‘quimicos depende da riqueza da rocha que originou o solo, (0 teores trociveis ou disponiveis destes nutrientes segue a sequéncia da série liottépica. Considerando os dados apre- sentados na Tabela 2, parece haver uma contradigio nesta afiemagdo, pois os teores de Ca slo préximos ou inferiores 08 de Mg. Isso ocorre porque os teores so muito baixos € hi um efeito direto do material (rocha) que dew origem a0 solo, que pode conter teores de Mg similares ou superiores as de Ca. Em dreas cultivadas (Tabela 3), quando 0s teores ‘Tubela 3. Teor de agile varves quimicas de solos cutivados,coletados na profmdidade de 0-20 em, em diferentes resides. con) tera) Goarapuava, PR 3007328 Rio Verde, GO Eset ees Te) Sto Desideri,BA «17S Itaberd, SP 47 109-3809 Casto, PR sm la 4720 ‘Mamboré, PR 1 S46 12 ‘Montividiu, GO som 1738 PrimaveradoLeste, MT 446 632.91 Jaguariaiva, PR ws 731606 0502.6 $62 21,8 3,8 Ambrosini etal. 2019) 1S 30.552 187 22 Brazetal. 2019) 020 30-529 176 59 Almeida etal. 2018) 024 42-4983 22 Ambrosio etal. 2017) 070-24 420 17963 Teixcira (2017) 020° «38 438 4 19 Teixeira 2017) 030 «35-494 143-39 Teixeira 2017) 030-26 460 175 48 Teixeira 017) O21 25 193 76 29 _Pauletietal. 2014) 163130 28 172341 Perazzoli etal. (2020) Ferrara, 0-40 em, INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 6 ~ SETEMBRO2020 dos nutrientes so maiores, em fungio da aplicagio de cor- rtivos e fertilizantes, a série liotrépica fica mais evidente. Na Tabela 3 também consta a andlise da camada de 0-40/em dde um solo da Itilia, onde se verifica a mesma sequéncia de teores de bases que nos solos brasileiros. Portanto, com raras excegbes, sempre se espera mais Ca®* que Mge*e mais Mg* que K* no solo, como um processo natural. Outra forma de verificaro efeito da série liotrépica no solo é observar os teores dos nutrientes ao longo do tempo. Na Figura | sio apresentados os teores de Cae Mu ¢ a relago Ca/Mg de um Latossolo Bruno cultivado em plantio direto, sem aplicagao de caleério durante 0 periodo de 10 ‘anos. Apesar de a ealagem ter sido feita em superficie, os valores correspondem camada de 0-20 em. Pereebe-se que 19s teores de Ca e Mg aumentaram até 2011 (oito anos apés © inicio da amostragem) e a parti deste ano comegaram a diminuir lentamente. Este aumento dos teores de Ca e Mg por longo tempo apés a aplieagio do caleério na camada de 0-20 em & esperado em plantio direto, uma vez que ocorre a frente de alcalinizagio, que desloca lentamente 0 efeito do caleério aplicado em superficie para as camadas mais profundas (KAMINSKT et a, 2005), Percebe-se, também, que a relago Ca/Mg aumentou gradativamente durante 0 periodo, de aproximadamente 2:1 para 3:1. Para isso ocorrer, significa que 0 numerador (teor de Ca) aumentou mais que o ddenominador (teor de Mg) ou que o numerador(teor de Ca) diminuiu menos que o denominador((eor de Mg). O teor de Mg, proporcionalmente a0 maior teor observado do periodo, aumentoumenos no periodoinicial ediminuiu mais. partir de 2011 que o Ca, 0 que justifica 0 aumento da relagio CaMg, Este comportamento do Mg¢é devido & sua maior mobilidade (obedevendo a série iotrépiea) ¢ destocamento para camadas ‘mais profundas do solo. (Cah © a genet EERE REE ER RE Figura 1 Teor decieio ede mapnéso erelagio CaMg na camada ‘de 0-20 mde wn Latossolo Bruna cultvado cm plano ‘iro, sem aplicago de calcio durante 0 periodo de avalagi, Ponte: Adaplada de Melask (2020) ode-se observar também na Tabela 3 que, em média, 1 poreentagem de Ca, Mg ¢ K na CTC € de 47,9%, 15,2" © 3,7%, respectivamente, Portanto, a saturagdo por Cae K INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 6 ~ SETEMBRO/2020 menor e de Mg maior queasindicadas para 0 solo ideal de Bear (BEAR; TOTH, 1948) emis proxima.ao indicado peta maior parte dos manuais publicados no Brasil, assim como a relagdo ‘Ca/Mg (Tabela 1). Essa informagio ¢ important, pois 0s teores ddeCa, Mg eK esto em niveis altos em todas as amostras, 0 que Indica que se 0s adubos ¢ corretivos forem aplicados visando «levar os teores do solo para niveis altos, automaticamente as relagdes estardo dentro do que ¢ considerado idea, or meio da série liotrépica também podemos entender porque os solos tropicas esub-tropicais, porregra, io muito pobres em bases (Ca, Mg" eK’) e siocidos(ricosem H’ e ‘AP*). A medida que as bases so perdidas por lixiviagdo, que 0 carreamento pela gua para as camadas mais profundas do solo, ou por etosio, o H’ e 0 AI permanecem. Isto ta ‘bém ajuda a explicar a necessidade de calagem e adubacdo periodicamente em solos cultivados, uma vez que, alm dos processos naturais de perda, ocorte a retiada e a exportagio dos nutrientes com as colheita. COMPETICAO ENTRE OS NUTRIENTES PELA ABSORCAO PELA PLANTA Como visto, 0s etions c 0s nions “disputam” as aruas do solo, de acordo com a série liotrdpica. Por isso, a quanti- dade desses elementos presentes no solo ao longo do tempo too He = Tae = 100 @ so 2 cow. B sow B sow. = a0 © ito 8 00 8 20m. 8 200 5 tee ‘00 tow. ° ° po seesciies sea o @ sao entre rier aarianin tae 0s (kg ha’) Mgna crc (%) Kna CTC (%) Figura 5, Relagio entre produtividade de ers de soa erelagio Ca/Mg (A) ¢ (Ca + Me)K (B) do solo e porcentagem das eargns do solo oeupadas por eileio(C), magnésio (D) e potissio (E) em 31 locaisiexperimentos desenvolvidos no Brasil apenas no objetivo de elevar a relagdo Ca/Meg do solo pode conduzira deficiéncia de Mg, comprometendo, a curto prazo, 1 produtividade das ultras. CONSIDERACOES FINAIS. A.competigio entre os ions por eargas do solo e pela bsorgio pela planta ocorre de forma natural no solo. Apesar disso, nio foram observados efeitos negativos na produti- vidade de gros, tanto nas pesquisas pioneiras sobre o tema {quanto nas mais recentes, quando 0s teores disponiveis dos ‘nutrientes sd0 mais altos no solo, Prejuizos ao creseimento © produgdo das plantas somente sio observados quando tum dos nutrientes esti em nivel baixo ou proximo deste no sola, Valores adequados da porcentagem dos cations na CTC ‘edas relagdes entre os nutrientes somente sero possiveis se ‘98 teores de cétions estiverem altos no solo, Portanto, © que interfere na produtividade das plantas é 0 teor do nutriente no solo ¢ nao a relagio centre eles, REFERENCIAS ALCANTARA, F. A. D.; FURTINI NETO, A. E; PAULA, M. B.D MESQUITA, I. A. D.; MUNIZ, J. A. Adubagio ‘verde na recuperagdo da fertilidade de um Latossolo Vermelho- Excuro degradado, Pesquisa Agropecusria Brasileira, Bra- ila, v. 35,n. 2, p. 277-288, 2000. INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 6 ~ SETEMBRO2020 ALMEIDA, R. E. M, de; FAVARIN, J. 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Luis Bolas" Cesar Arese-gor Luiz Romero Claudio Roberto Marciano? Dulce Nombre Rodriguez-Navarro? Francisco Gareia-Sanchez! Francisco Rubio” Helena Maria Vieira Monteiro Soares" Herminia Emila Prieto Martinez"* Iidefonso Bonilla Jacimar Luis de Souza Javier Abadia”? Marcelo Gomes Margal Vieira Vaz? ‘Maria Catarina Megumi Kasuya™ ‘Mariangela Hungra® ‘Marbela Pestana” Reinaldo Bertola Cantarutt?™ Ricardo Henrique Siva Santos® Vicente Martinez” Vitor de Laia Nascimento Wagner Luiz Araijo” José Enrique Ruiz Sainz"* “ Resenha do lo: Relagbes solo-planta: bases para a nutri¢do e producdo vegetal + Engenheto Agrénome, OS, Departamento de Biioga Vegeal, Unveradade Federal de Vgosa, Vizsa, MG; ema nunesnesiu "Pfoessor OS, Departamento de Quimica Agel y Bromo, Uiverdad Autnorsa de Nad, Mat Espanta » EngenhereAgréneme, PRD, Departamento de Preduccén Agraria, Universidad Pollécnca de Madi, Mach Espana « Engenhata Agrénome, DS, Detar Teonco, Agus & Aonomice SA, Paragua “Blogs, 0S, Depsrariento de Siolgia Vegeta, Unvercade Federal de Vigoss, Visa, NG. *Bicloge, DS, Departamento de Ciencias Ge! Medio Natural. Univesiad Pubea de Navarra. Pamplona, Espana * EngenioAgréneme, DS. Laboratorio de Sols, Univeriade Estadual do Norte Fluminense Darcy Re, Campos dos Goytcazes, Ri " Egpecialita em recurs naturas@ agrutura ecaégea, DS. FAPA, Cerio Las Tees Tome, Sei, Espana * Eepecialta em eatssesabltos, OS, Departamento de Nutnedn de Planae, Cente de Eaalogay Boga Apes del Segue, Murs, Epa " Eapeciaita em salnicaae, OS, Departamento de Nun de Plantas, Campus Unveraixio de expmard, Murs, Eparhs, "Quimea, DS., REGUIMTELAQV, Departamento de Engenharia Quimica, Faculdade de Engenharia, Unversiade do Port, Portugal, "= EngenheraAgrénema, OS. Deparamente de Agronomia, Univesiae Federal de Vigosa, Visa, MG. © Aclogo, DS. Departamento Biogia, Facultad de Blog, verdad Aténoma de adhd Madd, Espana, “ EngenheroAgrénoma, OS, INCAPER. Cento Regonal Cenfo-Serrano, Venda Nova do migrate ES. " Bielogo, DS. Departamento Nutién Vegetal, Estacin Experimental Aula De CSIC, Zaragoza, Espanha " Mirebislogsta, DS , Departamento de Mircbiolega, Faculdad ce Blog, Universidad ce Sevilla, Svil,Espanha " jMlezcbisopsts, DS, Departamento de Mleobeogia del Suelo y Sistemas Snbtens, Estacn Experimenta el Zaid, CIC, Granada, Espanha “ Quimic, DS. Departamenta de Quimice Aglaia y Bromatigla, Universidad Autonoma de Madr, Mac, Espana ° Especistaem Fisoogia Vegetal, DS, Departamento de Flog Vegetal Faladde Clences, Universidad de Granada, Grenada, Espanha ® Engonhera Portia, DS. Laborato de Solos, Universidade Esadva do Nore Furinense Dary Rbeo, Campos des Goyiaraze,F ® Enpecalta em Fisoogia Vegetal. DS , Deparment de BicoglaFacutad de Cincas Universidad Autonoma de Mach, Masts, Espana = Expects on Fate Vopr D8. Departament e FatlogVoqetl Feed de Gancian Unvredde Grins, Grn Eopeha ® Bidogo, DS. Departamento de Biologia Vegetal, Uniersdade Feder de Vigoss, Vigosa, MG ® Engenheirshgrénoma, OS, Departamento ce Wicrbiogi, Universidade Federal de Visa, Vigoa, MG ® Engonhera Agrénoma,OS.,Emorapa Sj, Londra, PR. > Engenmera Henautela, DS, Faculdade de Clnoas © Teenolol, Unveadade do Algarve, Faro, Pongal ® Engenheto AgrSnomo,OS.,Dzparamente de Slo, Unversidade Federal de Viesa, Vigota, MG ® Engenheio Agrénemo, OS. Departamento de Agrenomia, Universidade Fedoral de gota, Vijosa, MG. ™ Expecalta om Fiscloga Vegetal DS. Departamoni de Nuion de Panta, Campus Urverstare de Espinado, Murcia, Espana, ® Bielogo, DS. Departamento de Biolog Vegetal, Uniersdade Federal de Vigoss, Visa, MG ® EngenhetoAgrénem, OS, Departamento de Billa Vege, Universi Federal de ious, Vigoss, MG, INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 6 - SETEMBROZ020 @ 1. INTRODUCAD ccomplexa relago entre 0 solo ¢ a planta des- ‘reve a associagdo entre a matériainowginicaea materia viva. Essaassocingdo sustenta uma vasta caadeia de macro e microrganismos veyetas eanimais,incluindo ‘© homem, No livro publicado pela editora UFV ~ Relagdes solo-planta: bases para a nutricio e producio vegetal — bbusca-se integrar essas rlagées que abrangem interfaces entre cigncia do solo, isiologia vegetal, mierobiologiac bioquimica, Sabe-se que a agricultura impulsiona a economia da ‘maioria das zonas em desenvolvimento e, historicamente, "muito poucos paises experimentaram um crescimento eeond~ ‘ico ripido, que no tenha sido precedido ou acompanhado por um signifcativo crescimento agricola. Nos “Objetivos das ages Unidas para o desenvolvimento do milénio” consta reduzira fome ea pobreza extrema pela metade e garantir a sustentabilidade do meio ambiente, ¢ principal ferramenta para alcangar esses objetivos continua sendo a aplicagio © ‘a ampliaga0 do conhecimento agronémico. Assim sendo, © foco deste livro & fonecer subsidios para uma agricultura cembasada no conhecimento das propriedades e interagSes solo-planta-microrganismos, em harmonia com o meio ambiente, 0 qual denota a perda de estabilidade dos ciclos estacionais devido ds mudangas climiticas A seguir, o conteido de seus 11 capitulos sera descrito sueintamente. 2. 0 SISTEMA SOLO solo &< principal substrato para o crescimento das plantas e resultado intemperismo das rochas em contato com a atmosfera ¢ associado a ago dos seres vivos. ‘Tanto em solos quanto em substratos, as fases sélida, liquida © gasosa apresentam caractersticas quimicas rele- ‘antes pata a disponibilizagao de nutrients is plantas. Nesse capitulo sto discutidos: forage presenga de caryas super- ficias, acidez, solubilizagdo de sélidos € reagGes redox e de complexagio que ocorrem no soo. Dii-se destaque aos minerais de argila, &xidos ¢ matéria orginica, responsaveis pelas cargas de superficie, as quais definem se o solo tera maior ou menor capacidade de troca catignica (CTC) e anidnica (CTA), 'Na sequencia, explicam-se os processos de disponibi- lizagao de nutrients para as plantas, bem como 0 movimento dos nutrientes até as raizes eo equilibio dinamico que existe entre os compartimentos solo (incuindo seus microrganismos)’ planta/atmosfera durante o crescimento vegetal (Figura 1), 3. INTRODUCAO A NUTRICAO VEGETAL: ELEMENTOS MINERAIS A planta retira do solo ou do substrato os mutrientes ‘essenciais ao seu erescimento, Embora a nutrigio vegetal, diferentemente da nutrigo animal, seja feita com substin- ias simples, ou seja, elementos quimicos, sua compreensio depende da interagdo entre conhecimentos de fisiologia e bioquimica vegetal, quimica inorgiinica, ciéneia do solo, microbiologia ecologia, Nesse capitulo, faz-se uma abordagem clissica sobre ‘0s nutrientes esseneiais ao erescimento das plantas (N, PK, Ca, Mg, S, B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Nie Zn) e sobre aqueles ‘que, mesmo no sendo considerados essenciais, podem exer- cer efeitos benéficos (Si, Na, Co, Se, Al e Ti), Os eritérios de essencialidade sio discutidos, bem como as razaes fisio- logicas bioquimicas e moleculares para a essencialidade dos nuttientes (Tabela 1), histérico do desenvolvimento os prneipios das téni- ‘eas decultivo em solugao também so abordados, os sintomas de caréncia de mutrientes descritos, alguns com ilustragdes. 4, METABOLISMO DO NITROGENIO E DO ENXOFRE EM ORGANISMOS FOTOSSINTETIZANTES. (s macronutrentes essenciis nitrogénio (N) ¢ enxo- fie (S) slo absorvidos peas plantas por meio de ineragSes das raizes com 0 solo, a0 passo que a assimilagao dos mesmos demanda mecanismos morfolicos, fisioldgicos e Dioguimicos altamente desenvolvides, foco principal desse capitulo. De mancira particular, esses dois elementos sio ‘encontrados no solo principalmente em suas formas oxidadas, nitrato (NO, e sulfato (S0,"),sendo, portanto, necessiria a redugdo (com alto custo energético) a formas nas quis as plantas possam incorporé-los em aminofcidos. Assim, ese capitulo apresenta, de forma sucinta, 0 ciclo do N e do S, com foco particular nos fatores bi6tieos eapazes de afetar a isponibilidade desses nutrients. Em seyuida, atengao par- ticular € dada 4 absorgo e transporte desses nutrients plas plantas, por fim, seu consequente metabolismo assimilatvo, ‘ como essas vias podem ser reguladas. 5. FIXACAO BIOLOGICA DO NITROGENIO CO nitrogénio (N) é um dos principais constituintes dos ‘organismos vivos e compse diversas biomoléculas vegetais de arrande importancia, tais como dcidos nucleicos ¢ proteinas, CTC = capacidade de troce catnica, Cu = esbre, Fe = fer, H = rio, Zn =zinco. hidrogenio, FBN = fxagSo biolégica de nirogério, FMA = fungos micontzicos arbusculares, K = potissio, LS = ligncssulfonaios, Mg = magnésio, Mn = manganés, Mo = mokbdénio, N = ntrogénio, Na = sédio, Ni= niguel, © ‘oxigénio, P = fésforo, PGPR = microrganismos promolores de crescimento vegetal, S = enxote, INFORMAGOES AGRONOMICAS NPCT N° 6 ~ SETEMBRO2020

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