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SEMIOLOGIA NEUROLÓGI CA

o A a. cerebral média irriga o córtex frontal lateral,


GRANDES SÍNDROMES VASCULARES
temporal e final do parietal, até da junção temporo-
 Síndrome Vascular: Injúria aguda em parietal.
território vascular resultando em sinais e o A a. cerebral posterior irriga o córtex occipital e
sintomas neurológicos, que podem ser junção temporo-occipital.
permanentes. É um AVC que pode ser
É n eces s ário i nves ti g ar os A VCs
isquêmico ou hemorrágico, podendo ou não
t opogr afi c am e nt e mes mo q ue a to mo gr af i a n ão
deixar sequelas.
es teja co m al ter aç ão. A s in to ma t ol og ia do A VC é a
a gu d a e o t r at a me n to d eve s er ef ic az, ráp id o, s e
tive r e m te mpo f az a t ro mból is e, s e tive r co ndi ções
f az tro mbect o mi a mec â ni ca. É u m p acie n te q ue
prec is a de u ti mes mo q ue s ej a e m A VCs pe q ue nos .

Os tra t a me n tos s ão pa reci dos pa ra q u al q ue r áre a


de vas cul a ri z aç ão, o q ue d if ere nci a é q u al AVC
t em m ai or pot en ci al d e pi or a e m 24 h q ue
s e mpre v a i s er q ua n to ma i or o A VC o u s e a áre a
q ue es t á s en do i nf a rt ad a é u ma áre a i mpor t an te
par a ma n u ten çã o d a v id a.

 Circulação cerebral anterior:


AVC – ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR
o a. cerebral anterior.
Ramo da a. carótida
o a. cerebral média.  Base do lobo frontal: Hemiparesia
interna.
o a. carótida interna. (incompleta, às vezes completa),

 Circulação cerebral posterior: desproporcionada de predomínio crural.

o a. cerebral posterior.
Ramo da a. basilar que é H emi paresi a com pl eta é a q ue peg a fac e, c aso n ão p e gue
o a. basilar. ramo formada pela a. é i ncom pl eta .

vertebral. Se o b raço fo r pi o r q ue a per na é d es pr op or c i on al d e


pr e dom ín io br a qu ia l , e se a pe rn a fo r pi o r é
Obs .: H á co mu n ic aç ão das d u as cir cul ações a tr avés
des pr op or c i o na l de pr e d om í ni o c r ur al .
do pol í go no d e Wi l l i s, n a ma ior i a d as pess oas , o que
red uz á re as de pe nu mbr a n u ma s it u aç ão d e A VC .

 A a. cerebral anterior e média elas aparecem


O ter ri tóri o i r ri gado pel a ce reb ral an teri o r é resp onsável
logo após a entrada da a. carótida interna pel a par te m ot or a e se ns it iv a d os MMI I .
intracraniana. Se a l esão ti ver oc o rri d o n o l oc al co rres ponde nte as
 A a. cerebral média é a que irriga maior parte per na s e pés no H o múncul o de P e nfi el d , a l esão vai se r
da convexidade cerebral (2/3). Tudo que for mai s e m M MI I.

mais sintomático, maior área de infarto O l obo f ront al t ambé m é resp onsável pel as fu nções

espera-se que seja da a. cerebral média. cogni ti vas, po rém p ara te r al ter ações c ogni ti vas é
necessári o q ue t enha si do de g ran de e xten são .
o A a. cerebral anterior irriga a parte mais medial e
superior do córtex frontal até o final do parietal.

THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA


SEMIOLOGIA NEUROLÓGI CA

 Pode ocorrer: Quadros confusionais, de  Temporal: Em hemisfério dominante – afasia


depressão, apraxias, hipobulia, apatia e sensitiva.
indiferença. Obs: Principalmente em AVCs o Quadrantonopsia superior contralateral.
extensos ou bilaterais.
O l obo te mpo ral te m f unç õe s s en si ti va s e sp ec i ais,
 Sempre contralateral.
au diç ã o, p al a d ar , m em ór ia . Ge ral me nte ac aba m ten do
 Ressonância de lesão a. cerebral anterior
i nervação d upl i cada .
direita:
É di fí ci l a l esã o c ausa r s ó um si nto ma au di ti vo, ol fa ti vo.

É es per ad o a f asi a d e W er nic k .

As r a di aç õ es ó p tic as pas sam p arte pel o lo b o t em p or al e


par ie ta l pa ra c hega r no c ór te x oc c i pi t al . As fi br as que m
enxer gam o qu adr ante supe ri o r p ara e mbai x o e as fi b ras
que e nxe rga m o q uad ran te i n feri o r passa m em ci ma .

Obs.: Paciente que apresenta afasia de Wernick


pode ter associado no exame físico uma
 Tomografia com hipodensidade no local de
quadrantonopsia superior direita.
irrigação da a. cerebral anterior direita:
 Parietal: Em hemisfério não dominante –
heminegligência, extinção sensitiva:
o Apraxias.
o Alterações sensitivas (dominante ou não).
o Quadrantanopsia inferior contralateral.

No l ob o p ar i etal e stá a ár ea s e nsi ti va pr i már i a,


se nsi bi l i da de s es pe ci ai s c or ti cai s , a te nçã o es paci al
(l esã o- h e mi n eg l i g ên ci a) .
AVC – ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA
Se a l esã o a co m et er o par ie t al vai ter he mipare si a do

 Frontal: Hemiparesia completa (porque pega lado contr al a te ral, hipoe s te s ia ( dor m ên ci a).

face) desproporcionada de predomínio Se f or d e a. Ce re bral mé d ia é u ma hipoe s te s ia qu e

braquial. aco mpa n ha fr aque z a m ai s e m fa ce e mm ss .

o Em hemisfério dominante - Afasia motora. Se f or de a. Ce re bral an te rior q u e a á r ea i n cl ui fi br as


mo tor as e s e nsi ti vas n o l ó bul o par ace ntr al , p od e t er
A á rea do l ob o f ron tal q ue é i rri g ada pel a ce reb ral médi a pe rda de forç a e se nsib ilid ade n a pe rna con tral a te ral .

é respo nsável pel a ár e a m ot or a pr im ár i a (áre a p ré - Se há he mine g l ig ê ncia a le s ão é no lobo p arie t al dire i to .


central ) . Nel e passa m as fi br as das r a di açõ es ó pti cas supe rior que
No hom úncul o vai co rre spon der a m o tr ic i d ad e d a f ac e e e nxe rg am in fe rior , ent ão n o mí ni mo a q ua dr ant o no psi a é

MMS S. i nfer i or . E c om o p eg a o par i et al di r ei t o, a


quadran tonops ia é infe r ior e sque rda .
Caso a l esão tenh a pe go a base do l o bo f ron tal po de te r
l esão d a ár e a d e br oc a . Obs.: Paciente com AVC de a. cerebral média
direita pode ter hemiparesia completa,

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SEMIOLOGIA NEUROLÓGI CA

desproporcional, predomínio braquial esquerdo


que pegou face e braço. Pode ter uma hipoestesia
que pega face e braço principalmente. Pode ter
heminegligência, não vai ter afasia porque está
pegando o lado não dominante. Pode ter
quadrantonopsia inferior esquerda se tiver pego  O córtex occipital enxerga do ponto de vista
as fibras das radiações ópticas superior passando primário. Um córtex occipital enxerga metade
pelo parietal. e o outro a outra metade. Se perde o córtex
occipital direito, para de enxergam o mundo à
 AVC de Cerebral Média:
esquerda.

AVC – ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR

 Hemianopsia homônima contralateral.


 Hemiparesia contralateral.
 Agnosia visual.

o A lesão isquêmica causa edema citotóxico e isso faz  Alexia sem agrafia.

com que as células fiquem ingurgitadas,  Síndrome de Gerstmann.


 Disfunção cognitiva (memória): Por causa da
edemaciadas e as demais estruturas daquele lado
localização temporo-occipital.
serão empurradas, ventrículo lateral até a linha
 Quando bilateral: cegueira cortical, síndrome
média.
de Anton, prosopagnosia.
o Caso tenha desvio da linha média isso pode causar
herniação, porque há um aumento importante da Uma coi sa é u ma le sã o oc c i pi t al pur a que po de se r
pressão intracraniana. Um quadro de herniação causada po r um A V C, tu mo r que vai cau sar só
hem i a n op si a. O u tra c oi sa é le sã o de a. C er e br al
mata o paciente porque vai em direção ao forame
po st er i or p orq ue el a te m se gmen tos que vão pa ra o
magno e vai comprimir bulbo – parada
mesencéf al o e que n utre m o pe dúncul o ce reb ral , ca so o
respiratória. Por isso que é importante saber que AVC seja p ro xi mal da ce reb ral poste ri o r, po de pega r o
um AVC que chega com poucas horas a tomografia tr a t o c ór t ic o - es pi nh al .

não vai delimitar. Por u m AV C de a. Cer e br al po st er i or , mes mo n ão sen do a

o É muito grave AVC extenso de a. cerebral média. área do occi pi tal , pode te r uma hem i p ar es ia .

R elem br a n d o o sis t em a pir am i d al : co meça no có rte x e


depoi s as fi b ras se jun tam v ão pa ra cáps ul a i nter na
depoi s mesencéf al o, ponte , bul bo, me dul a. Qu ando el as
 Circulação posterior: est ã o p ass a nd o j u nt as n o m es e nc éf al o (no pedú ncul o

o Artérias vertebrais. cerebr al ) po dem ser ac om e ti d as p or um AV C de c ereb ral


posteri o r .
o Artéria basilar.
o Artérias cerebrais posteriores. O bs.: A h em ip ar esi a nã o v ai s er p or l es ão d e c ór te x , c omo
acontece na a. Ce reb ral ant eri o r e na médi a , a l esão é pel as
fi bras est are m j unt as, ent ão a hemi p aresi a é i gual , toda de

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uma vez, vai pa ra r face , braç o, pe rna de fo rm a pro porci o na l . BULBO


Hem i par esi a c om pl et a pr o por c i o na l .
 O bulbo é responsável pela respiração,
O bs².: A hemi a nopsi a pode se r a ún ic a m a ni fes t aç ã o de AVC
de a . Ce reb ral pos teri o r. Exa me de CAMP IM ETR IA que da rá o batimentos cardíacos. Então, AVC de bulbo
di agnósti co , é nec ess ár i o sabe r real i za r. pode causar parada respiratória.
 Muitas estruturas passam e bulbo e se forem
acometidas vai causar diferentes
 Ressonância lesão de a. cerebral posterior manifestações:
direita, pegando temporal: o Núcleo vestibular: Pode causar sintomas
vestibulares.
o Pedúnculo cerebelar: Ataxia.
o Nervo IX glossofaríngeo: Disfagia, disartria.
o Fascículo longitudinal medial: Alterações de
propriocepção, sensibilidade profunda.
o Núcleo olivar: Alterações de movimento.
o Pirâmides: Acomete o trato córtico-espinhal
 Tomografia lesão occipital esquerda, lesão causando fraqueza.
de a. cerebral posterior esquerda: o No meio: Áreas responsáveis pela respiração, FC.
o Na visão: Hemianopsia homónima na direita.
 AVC grande de bulbo: Paciente pode chocar,
o Fraqueza: Se tiver pego mesencéfalo – Hemiparesia fazer bradicardia grave, hipotensão grave e não
completa proporcional à direita. voltar.
 Glossofaríngeo, vago e acessório estão
passando por lá. Alterações relacionadas a
estes nervos indicam lesão.

PONTE

 Passa trato córtico-espinhal, os nervos V, VI,


AVC – TRONCO CEREBRAL VII e VIII, fibras cerebelares.
 AVC de ponte:
 É uma estrutura pequena e o AVC de tronco
o Ataxia.
causa muitos sintomas diferentes. Não se vê
o Fraqueza.
bem o tronco cerebral em tomografia, é preciso
examinar o paciente e saber que ele tem um o Alteração dos V, VI, VII (paralisia facial periférica),

déficit neurológico agudo. A depender do AVC VII.

vai precisar ficar internado.  Só da ponte: A saída do V nervo, núcleo do


abducente, facial, núcleos do VIII saindo.
 Lesão de hemi-ponte à esquerda, AVC mais
central:

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o Hemiparesia à direita, pegou as fibras do trato


córtico-espinhal.

O bs.: O c ór te x co ntr ol a o l ocal q ue os ol hos vão . Se que r


ol har par a à es q uer da , o c ór te x à dir e it a se com uni ca
com a p on t e pa ra o n úc l eo d o V I à esque rd a e esse núcl eo
mand a a i n for maçã o pa ra o III n er v o dir e it o p ar a a d uz ir .
O s doi s p reci sam i r j untos p ara n ão have r di pl o pi a . Se há
l esão no núcl eo do VI , a in f or m aç ão v ai c he g ar n a p o nt e
e fic ar lá , n ão v ai ex is tir m ir a d a c o nj u ga d a .

Mesencéfalo

 No meio do pedúnculo está passando o trato


córtico-espinhal. Lesões do trato córtico-
espinhal mesencefálico causa hemiparesia
completa proporcional. Se pegar algum nervo
craniano vai ter outros sintomas.
o Se pegar núcleo rubro, substância negra: Distúrbios
de movimento.
 Paciente com hemiparesia completa
proporcional do lado esquerdo e alteração
do III nervo à direita – a lesão está no
mesencéfalo.

Paci en te co m pt ose : P er d a do I I I n er v o q ue ab re
o ol ho j u nt a me nte c o m as f ibras s i mp át icas . N ão
conf u n dir co m pa r al is ia f a ci al , q u a ndo el e es tá
par al is ad o va i abr ir ma is . Qu a ndo o f aci al es tá
bo m el e f ech a.

Sí ndr om e d e W e ber : Lesão do mese ncéfal o que pega o II I


nervo i psi l ate ral e o t rat o pi ra mi dal con tral a ter al .
Qu a dr o c l ín ic o: pt ose pal peb ral , he mi pa resi a
contr al ater al .

THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA

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