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Eletricidade e Sonorização - Parte 2 - Dimensionamento do sistema

elétrico
Autor: Fernando Antônio Bersan Pinheiro

O operador de um sistema de áudio sempre precisa saber a estimativa de consumo elétrico máximo do
mesmo, pois é a partir dessa informação que é feito o levantamento dos cabos elétricos, disjuntores e
outros equipamentos que compõem o sistema elétrico de um local. No exemplo do artigo anterior, já
estimamos um consumo máximo de 12 KWatts (K = 1000) .

O ideal seria que todo o sistema elétrico desse local seja estimado para fornecer continuamente essa
quantidade de energia. Entretanto, é bom saber que sistemas elétricos têm custo proporcional à
capacidade (quanto mais energia suportam, mais caros). Um sistema apto a suprir 12KW é bem mais
caro que um sistema apto a suprir 6KW, por exemplo.

Mas aqui cabe um primeiro debate. Presenciei uma cena interessante neste Anfiteatro. Mesmo sabendo
que o equipamento todo consome 12 KWatts, instalaram um no-break de apenas 6 KWatts. E houve uma
discussão acalorada entre um dos operadores e o eletricista. O eletricista alegava que o no-break tinha
capacidade mais que suficiente, pois feitas medições com alicate amperímetro, os equipamentos nunca
haviam consumido um valor maior que 6 KW. Já o operador alegou que poderia haver momentos de
picos, onde a potência máxima do sistema (e o consumo máximo) seria atingida.

Ao final, chegou-se à conclusão que os dois estavam certos em suas posições. Tudo depende do tipo de
uso (por exemplo, o estilo musical) que os equipamentos terão.

Enquanto mesa de som e periféricos tem consumo razoavelmente baixo e relativamente constante (sem
muita variação), o consumo elétrico de um amplificador varia grandemente de acordo com o tipo de
música que está sendo executada. A partir de inúmeras medições, os profissionais da área
estabeleceram a seguinte tabela*:

Tipo de Programa Musical Consumo Típico

(com distorção nunca maior que 1%) em %

Sinal senoidal 100%

Ruído rosa, que se aproxima do aplauso 50%

Rock n'roll de alta compressão nos médios graves 40%

Trio elétrico com seu emprego típico 35% - 40%

Jazz moderno e os programas de show brasileiro 30%

Música ambiente 20%

Voz isolada de um cantor e a conversação contínua (pregação) 10%

Sistema de chamadas de uso pouco freqüente 1%

* Autoria de Ruy Monteiro e Rosalfonso Bortoni. Disponível em www.studior.com.br/cabos.zip. A tabela


aqui apresentada tem algumas adequações de nome feitas pelo autor deste artigo.

Esses valores representam uma média de utilização (por isso o nome: Consumo Típico) em relação ao
tipo de música que é executada . Evidente que poderá haver momentos em que potência máxima será
exigida (um fortíssimo – momento mais forte de uma música, ou então quando ocorre uma microfonia, um
“tiro”, um “estalo”, um microfone que cai no chão, um grito, etc), mas em outros o sistema trabalhará
“folgado” (pianíssimo – as partes mais suaves de uma música, uma pausa no meio da pregação, etc).

Não custa lembrar que, para efeito de cálculo, eles consideram que o amplificador nunca entra em regime
de clipping – distorção.

Para usarmos essa tabela proposta pelos autores, devemos ter em mente sempre a pior hipótese de
estilo musical que possa acontecer. Uma festa “rave”, cujas músicas praticamente usam sinais senoidais
puros por vários segundos, e sempre tudo em volumes altíssimos, precisa considerar seu consumo típico
em 100%. Já um DJ, que executa nas festas som de rock de alta compressão (músicas de CD´s quase
sempre sofrem alta compressão), precisam considerar um consumo típico de 40%.

Já para uma igreja, onde se alterna momentos de pregação e de música, o sistema deve ser
dimensionado para atender à pior hipótese, que é a de música. Qual tipo de música? Cada igreja é um
caso, mas não podemos descartar que às vezes um hino é em estilo de rock mesmo. E é bom lembrar
que de vez em quando há uma microfonia, um cabo ruim gerando estalos, etc. Por mais que isso seja
indesejado, temos que levar em consideração todos esses fatores.

No documento dos engenheiros, eles propõem um cálculo que envolvem parâmetros complicados, como
Fator de Potência, Eficiência Energética, Consumo em Repouso, etc. Alguns desses fatores têm que ser
solicitados aos fabricantes, já que raramente estão disponíveis nos manuais. Em resumo: o método pode
ser exato, mas muito complicado para a média das igrejas e operadores de som. Já a nossa proposta é
trabalhar diretamente com o valor de consumo típico encontrado.

Assim, com base nesses dados, este autor propõe que o consumo típico de igrejas seja calculado com
base no valor de 50%. Muito provavelmente o valor será exagerado, mas em eletricidade é sempre bom
trabalhar com folga.

Assim, sabendo-se o consumo elétrico máximo, chegamos ao valor de consumo típico simplesmente
dividindo-o por 2 (50%).

Consumo típico do sistema de som da igreja = Consumo elétrico total estimado / 2

E é esse o valor que será levado ao dimensionamento do sistema.

No nosso exemplo, se nossos equipamentos de sonorização tem consumo estimado de 12.000 Watts,
metade disso (50%) é igual a 6.000 Watts! A partir desse valor encontrado (6 KW) é feito o
dimensionamento do sistema elétrico do local. Dimensionar o sistema elétrico envolve três coisas: fios de
energia, disjuntores e sistema de fornecimento de energia (no-break/gerador).

Para nosso sistema de exemplo, ligado em 127V monofásico (uma fase – o positivo, e um neutro – o
negativo), teremos então:

a) disjuntor de 50A, pois 50A x 127V = 6.350 Watts

Na verdade, poderá até haver um disjuntor central de 50A, mas o mais comum é dividir esta capacidade
em vários circuitos (um conjunto de disjuntor mais as tomadas a eles ligadas formam um circuito). No
caso do Anfiteatro, temos dois disjuntores de 20A para atender aos amplificadores mais um disjuntor de
10A para atender à mesa de som e periféricos. Isso é interessante, pois se um disjuntor dos
amplificadores desligar, o som não some completamente, por exemplo.

b) para o cálculo dos cabos, os engenheiros Ruy e Rosalfonso consideram que um cabo flexível
transporta aproximadamente 5A para cada 1 mm² de bitola*. Então serão necessários cabos de energia
de 10mm² de bitola. (10mm² x 5A = 50A), um para a fase e outro para o neutro. E 50A x 127V = 6.350
Watts.

*Quanto aos cabos, o cálculo exato do dimensionamento deles é bastante complicado. Envolve o tipo do
fio (flexível ou rígido), a bitola, o comprimento, se é fio único ou se é paralelo (como nos cabos PP), o tipo
de calha/canaleta por onde passa, o local onde está instalado (se próximo a locais com altas
temperaturas), a temperatura ambiente e até mesmo a quantidade de emendas. A estimativa de 5A para
cada 1mm² é extremamente “conservadora” (existem fios de 1mm² que chegam a transportar 18A em
determinadas condições), mas refletem exatamente a realidade da “pior hipótese”, tão comum em
sonorização: cabos flexíveis e paralelos, de grande comprimento, mal-emendados, diretamente sob o sol,
etc.

Da mesma forma que no caso dos disjuntores, poderá haver fios principais de 10mm² (ligados ao disjuntor
principal) e depois divide-se esses fios em outros mais finos, mais práticos para trabalhar. No caso do
Anfiteatro, os disjuntores dos amplificadores são ligados com fio 4mm² e o disjuntor da mesa de som e
periféricos é ligado com fio 2,5mm².

c) No caso de haver sistema de fornecimento ininterrupto de energia, precisaremos de um no-break ou


gerador de 6KWatts úteis. Todo no-break/gerador tem capacidade especificada em Volts x Amperes (VA,
ou mais comum ainda, KVA), mas é obrigatório levar em conta o seu Fator de Potência e o tipo de carga,
o que nem sempre vem especificado de maneira clara. Um no-break de 8KVA, por exemplo, consegue
alimentar 6KW de cargas resistivas ou apenas 5KW de cargas indutivas. Sempre consulte o fabricante do
equipamento, pois o assunto é complicado mesmo.

Falaremos mais sobre no-breaks e geradores adiante.

Nosso sistema de exemplo também pode ser ligado em 220V (muitos sistemas de sonorização de grande
porte são 220V, adiante veremos porque), teremos então:

a) disjuntor bipolar (2 pólos, 2 fases) de 30A*, pois 30A x 220V = 6.600 Watts

*Nota: não usamos disjuntor bipolar de 25A porque 25A x 220V = 5500 Watts, valor abaixo do mínimo.

Da mesma forma que antes, esse disjuntor principal poderá ser dividido em diversos circuitos.

b) os cabos continuam transportando 5A para cada 1 mm² de bitola, independente de ser em 110V ou
220V. Só que instalações de 220V são compostas de duas fases mais neutro. Como são duas fases,
poderemos usar 2 fios de 5mm². Entretanto, esse valor não é comercial, então devemos usar cabos
imediatamente superiores, de 6mm². O neutro, por sua vez, já que é único, continuará sendo de 10mm².

Também esses cabos de maior bitola serão divididos em circuitos menores, com cabos de menor bitola.

c) No caso de haver sistema de fornecimento ininterrupto de energia, continuaremos a precisar de um no-


break ou gerador de 6KWatts úteis. A potência do sistema permanece constante, não importa se 50A x
127V ou 30A x 220V.

Lembrando que esse documento é apresentado de forma bem simples, para que os operadores de áudio
tenham noção de como as instalações são feitas e dimensionadas. Existem inúmeras normas, regras e
tabelas que devem ser observadas. Consulte um engenheiro ou um eletrotécnico sempre!

E pronto, está feito o dimensionamento do sistema elétrico. São os valores mínimos adequados para que
não aconteçam problemas no sistema elétrico. É possível usar mais que isso (cabos e disjuntores
maiores, por exemplo), nunca menos. Qualquer coisa menor que o especificado traz o risco do sistema
sobrecarregar (disjuntor desarmar, no-break desligar) no meio do evento, isso na melhor das hipóteses. A
pior hipótese é um incêndio.

Se no mercado não encontrarmos um determinado valor de disjuntor ou de cabo, por exemplo, deve-se
sempre comprar um valor acima, nunca abaixo. Por exemplo, se não existisse fios de 10mm², apenas
8mm² ou 12mm², a nossa escolha deve ser o fio de 12mm², nunca o de 8mm². E o disjuntor deve ser
adequado aos cabos instalados.

Aliás, é bom comentar que disjuntores são feitos para proteger as instalações elétricas (os fios) e não os
equipamentos. Com a passagem de corrente elétrica, os cabos ficam aquecidos, e superaquecimento
(passar mais corrente elétrica que o adequado) pode levar à destruição do isolante (a borracha isolante
se desfaz) e os cabos entram em curto-circuito, com um seríssimo risco de incêndio. Os disjuntores nunca
devem ter mais capacidade de corrente (Amperes) que os fios a ele ligados. A proteção dos
equipamentos é sempre individual, em geral através de fusíveis.

Um pouco de prática...

O objetivo de mostrar como o dimensionamento do sistema é feito, como mostrado acima, não é para que
o operador de som faça o projeto elétrico da igreja ou do local onde o sistema será instalado (ginásio,
quadra, praça, salão, etc). O objetivo na verdade é que, tendo que montar um sistema de sonorização em
algum lugar, o operador possa ANTES conferir o estado e o dimensionamento da parte elétrica do local.

Muitas igrejas têm instalações elétricas semelhantes às residenciais. Se o instalador seguiu a norma
ABNT, toda a instalação é feita em fio único (não paralelo), rígido, sem emendas, de pelo menos 1,5mm²,
ligado a um conector de tomada que suporta, no mínimo, 10A em 120V, e a um disjuntor de 10A de
capacidade mínima. Nessas condições, temos 1200 Watts disponíveis para o nosso sistema de
sonorização. Isso se não houver mais nada instalado no mesmo circuito elétrico (em outra tomada, mas
ligado ao mesmo disjuntor).

O problema começa com a economia na construção. O eletricista (não engenheiro nem eletrotécnico) fala
que acha o flexível mais fácil e rápido de trabalhar. Então o responsável pela obra compra esse tipo de
fio, pois há prazos a cumprir e a obra já está toda atrasada. Só que, se era para comprar fio de 1,5mm²
rígido, ele compra a mesma bitola, só que flexível, mas desconhece que o fio flexível tem menor
capacidade de corrente que o rígido de mesma bitola.

E na hora de comprar o fio, que deveria ser único, o responsável compra fio paralelo (dois fios juntos,
presos um ao outro), e faz tudo desse tipo de fio, inclusive aproveitando todos os retalhos em emendas
mal feitas e mal isoladas. Na hora de comprar as tomadas, encontra duas com capacidade de 10A, mas a
que tem selo do INMETRO é bem mais cara que a outra, que não tem selo nenhum (e não suporta os
10A que deveria).

E o (ir)responsável pela obra faz isso tudo tranquilo, já que tudo ficará escondido do lado de dentro da
tomada. Ninguém vai notar a diferença entre uma tomada dentro da norma de outra fora da norma. E na
hora que der um problema, o construtor vai estar longe, bem longe dali.

Já que falamos em fios flexivéis e paralelos, vamos falar das extensões elétricas, aquelas que usamos
para “puxar” a energia de uma tomada distante. De nada adianta termos uma tomada toda dentro da
norma (1.200 Watts) se usamos encaixado nela uma extensão com fio paralelo flexível de 1 mm², cujo
valor de corrente máxima é de aproximadamente 600 Watts (5A x 120V). E esse é o fio típico de uma
extensão de energia dessas comuns! A capacidade máxima do sistema de energia deixa de ser o da
tomada (1.200 Watts) para o da extensão. Se colocarmos 1200 Watts em uma extensão dessas, ela
provavelmente derreterá, poderá inclusive haver um risco de incêndio, pois o disjuntor não atuará, já que
não foi atingido o valor limite de corrente dele. Eu já vi isso acontecer. Usar extensões, principalmente as
finas, é um perigo. Elas são necessárias, mas precisamos dar muita atenção à elas.

Por essas e outras, as locadoras de equipamentos costumam levar “extensões” grandes (dezenas a
centenas de metros), feitas de cabos bem grossos (6mm², 10mm²), ligadas diretamente no quadro de
disjuntores do local. Como eles fazem eventos cada vez em um local diferente, e não podem atestar a
qualidade das instalações de cada local, eles preferem desprezar as tomadas já existentes do próprio
local e usar as suas próprias, as quais confiam, “puxadas direto da fonte”.

Alguns casos reais envolvendo dimensionamento de instalações elétricas

Certa vez fui fazer um evento em uma cidade do interior do estado. O evento seria para 1.000 pessoas no
ginásio de uma escola (o único ginásio da cidade). Estava levando uma mesa Ciclotron MIX 24 canais,
um amplificador Ciclotron DBK 720 para retorno e dois amplificadores DBK 3000 para PA. Então eu tinha:

Mesa de som: consumo de 100 Watts


Amplificador DBK 720: consumo de 350 Watts
Amplificadores DBK 3000: consumo de 1.200 Watts x 2 = 2.400Watts
Consumo total: 2850 Watts.
Arredondamento (incluindo a folga): 3.000 Watts
Consumo típico (50%): 1.500 Watts.

Do lado de onde estava montando o som havia uma tomada de energia. Estava bem tentadora, exceto
pelo fato de ser uma tomada bem velha, bem velha mesmo. Coloquei o multímetro para testar e tinha
125V, perfeito. Mas, por aquelas coisas que só Deus faz, tive o cuidado de desmontar a tomada para ver
o estado da fiação interna. Qual a minha surpresa quando o que vi foram fios de telefone, ligando aquelas
tomadas. Fios de telefone não tem sequer 0,5mm², e não são feitos para suportar eletricidade. Instalar os
equipamentos naquela tomada seria certeza de dor de cabeça. A solução foi levar um cabo de 4mm² do
som até o quadro de disjuntores do ginásio.

Mas já houve situações onde não foi possível passar outro fio. Levamos inúmeros equipamentos, mas
descobrimos que a única instalação elétrica disponível só agüentaria 1.200 Watts (disjuntor de 10A), e
então tivemos que sacrificar algumas coisas. Para não sacrificar muito o público, os instrumentistas
ficaram sem seus cubos e pedaleiras, abrimos mão de periféricos e os amplificadores trabalharam com o
atenuador em -3dB. Evidente que houve reclamação, mas a outra hipótese era ficar sem som nenhum no
meio do evento.

Os exemplos acima foram em eventos fora da igreja. Mas nas igrejas também acontecem muitos
problemas. Igrejas antigas costumam ter instalações subdimensionadas (20 anos atrás praticamente não
havia computadores, projetores, telões, etc). Foi isso que aconteceu com um amigo meu. A igreja dele foi
reformada, acrescentou-se um anexo, cresceu quase 50% do espaço. Por causa disso, ganhou mais
caixas e mais amplificadores. E a aparelhagem de som também trocou de posição dentro da igreja. Mas
no dia da inauguração do “novo” templo, no segundo hino o disjuntor desarmou, e ele levou um bom
tempo para descobrir o problema. Quando finalmente conseguiu ligar tudo novamente, não demorou
muito para o disjuntor desarmar novamente. E ele, sem noções de eletricidade, não sabia o que fazer.
Não sabia que, com os acréscimos de equipamentos, ele passou a precisar de pelo menos um sistema
elétrico preparado para 15A, enquanto a tomada de energia da onde ele estava situado era de apenas
10A.

O mais interessante foi ele contando a história e comentando “mas no ensaio funcionou tão bom...” e eu
falando “mas era ensaio, igreja vazia, menos volume, menos potência, menos consumo...”

Já fiz inúmeros casamentos, e sempre cheguei bem cedo para montar tudo, passar extensões elétricas
para onde for necessário, testar tudo. E inúmeras vezes vi a mesma cena: o pessoal da filmagem, com
seus poderosos holofotes, chega já próximo ao horário do evento e pedem para usar as nossas
extensões, nossas tomadas. Alguns dos holofotes chegam a ter 500W de consumo constante. Eu nunca
deixei, pois sei os problemas que podem causar, apesar de vários protestos do pessoal da filmagem. Mas
já soube muita gente que passou sérios apertos por deixar a pessoa usar, e simplesmente o sistema
elétrico do local não agüentar. Em geral, o disjuntor desarma, mas houve um caso onde o isolamento da
extensão elétrica derreteu, fechou curto-circuito, o disjuntor velhíssimo não desarmou e houve um
princípio de incêndio. Tudo isso dentro da igreja, no meio de um casamento!

O maior problema que enfrentei, com 8.000 pessoas e nada de som, foi causado exatamente porque não
atentaram para o dimensionamento do sistema elétrico. Havia um no-break, que sempre funcionou para
sustentar os trabalhos de sonorização e projeção de vídeo (projetores também são consumidores vorazes
de energia elétrica). Mas naquele evento em especial, resolveram levar um projetor 3 vezes mais potente
(e com consumo três vezes maior). Em vez de um projetor de 10 Amperes, um de 30 Amperes (faça as
contas: são mais 2000 Watts de carga). O no-break desarmou no primeiro hino que foi cantado, foi
religado, desarmou novamente no segundo hino, foi religado, e no terceiro hino o no-break não agüentou
e estourou!

Falar de dimensionamento também importa em responder uma pergunta interessante: 110V ou 220V?
Porque os grandes sistemas de sonorização são todos ligados em 220V? Já demos uma prévia para o
assunto, mas há detalhes que ficam para o próximo artigo.

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