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Proposta: É preciso controle para viver em sociedade?

Título: O controle necessário que visa pelo errado

Como um dos maiores pensadores do século XX, Michel Foucault compreendeu que as
relações de poder e conhecimento são sustentadas por uma “normalização” do
comportamento humano. Dessa maneira, a partir de um controle social formado por recursos
matérias e simbólicos criado afim de assegurar que indivíduos se comportem de acordo com as
regras vigentes, identifica-se certa similaridade ao conceito de dominação. Essa noção,
entretanto, mesmo tendo o objetivo de aprimorar o convívio social, foge do ideal pelos forma
em que é realizada.

Elusida-se, primeiramente, que além da ideia de domínio do comportamento humano


apresentada, presencia-se o desperdício de uma dinâmica instrutiva e didática com grande
potencial. Considerando que desde o Antigo Regime a humanidade entende - a partir de ideias
apresentadas por filósofos como Thomas Hobbes e Nicolau Maquiavel - que o estado de
natureza do ser humano é caótico sem um contrato social. Toma-se como necessário portanto,
o ensinamento de virtudes (decididas no caso de organizações democráticas por Constituições)
por meio de instituições escolares e culturais, desde que essas alcancem a todos e não
imponham padrões que visem algo além do bem comum.

Se eventualmente a sociedade optar por esse meio de “controle social”, certamente viver em
coletividade será mas fácil e harmônico. Contudo, esse ideal não ocorre pois os responsáveis
pela aplicação de leis e ensinamento delas fogem do conceito da ética aristotelica que seria
necessária para a reprodução do molde apontado como funcional. Aristóteles entendia a ética
como busca do bem comum pela polis, e o que ocorre no mundo hoje é a aparição de
doutrinas individualistas que ao invés de difundir as leis morais corretas manipulam indivíduos
para o favorecimento de algo ou alguém. Exemplos claros aparecem desde manipulações sutis
para o posicionamento político, até a indução de compras afim de beneficiar empresas.

Depreende-se, portanto, que o controle formado pela “normalização” dos comportamento


pode ser conviniente na medida em que visa o bem comum. Entretanto não ocorre além do
imaginário, pois muitos países e comunidades não tem condições de disseminar o
ensinamento correto das virtudes decididas, e essas na maioria das vezes, sofrem por
inclinações particulares daqueles que tem poder de modifica-las e se afastam do ideal
aristotelico.

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