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net/publication/307776814
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Universidade Federal de Viçosa (UFV)
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Reference evapotranspiration modeling using machine learning and deep learning View project
All content following this page was uploaded by Epitácio José de Souza on 29 September 2016.
1
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Chapadão do Sul/MS. E-mail: magalhaes.fernandof@gmail.com,
fernando.cunha@ufvjm.edu.br, epitacio_jose@hotmail.com, thiago.ramossilva10@gmail.com
2
Universidade Estadual de Pontal Grossa (UEPG), Ponta Grossa/PR. E-mail: amandagodoy@uepg.br
Resumo: O objetivo do presente estudo avaliar a produção de diferentes cultivares de alface tipo crespa submetidas a diferentes
lâminas de irrigação, no Nordeste do Mato Grasso do Sul. O experimento foi conduzido em esquema de parcelas subdivididas,
tendo nas parcelas quatro lâminas de irrigação (50, 75, 100 e 125% da evapotranspiração da cultura-ETc) e nas subparcelas três
cultivares de alface tipo crespa (Rapids, Mônica e Simpson), no delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições.
As irrigações foram aplicadas via sistema por gotejamento e para o manejo da irrigação, utilizou-se o método padrão FAO
Penman-Monteith para a estimativa da evapotranspiração de referência. Foram avaliadas as seguintes características: altura
de planta, diâmetro de cabeça, número de folhas por planta, massas de matéria fresca e seca de raízes, massas de matéria
fresca e seca da parte aérea, massas de matéria fresca e seca das plantas e eficiência do uso da água. O aumento das lâminas
de irrigação reduziu a eficiência do uso da água e aumentou a massa de matéria fresca da parte aérea. A lâmina de irrigação
estimada em 103,6% da ETc maximizou o diâmetro de cabeça das três cultivares de alface (Rapids, Mônica e Simpson). Para
os demais fatores, verificaram-se melhores resultados com lâminas de irrigação de 125% da ETc. A alface Simpson é uma
cultivar promissora para a região de estudo e deverá ser irrigada com lâmina de 100% da evapotranspiração da cultura. As
cultivares de alface Rapids e Mônica irrigadas com reposição de 125% da ETc, devem ser preferidas pelos produtores da região
de Chapadão do Sul, no Nordeste do Mato Grasso do Sul.
Tabela 1. Resultados da análise química da camada de 0-20 cm de solo da área experimental de Chapadão do Sul-MS,
UFMS-CPCS
pH M.O. P(mel) S Ca Mg K H+Al Al
Parâmetros
CaCl2 g dm-3 mg dm-3 cmolc dm-3
Valores 5,2 33 9,8 23 2,6 0,8 0,2 4,5 0,8
O experimento foi montado em esquema de parcelas sendo aquela água necessária para elevar o teor de
subdivididas, tendo nas parcelas quatro lâminas de água atual no momento da precipitação pluvial até o
irrigação (50, 75, 100 e 125% da lâmina de água para teor de água equivalente à capacidade de campo. Os
reposição da evapotranspiração da cultura - ETc) e nas dados meteorológicos diários utilizados no cálculo
subparcelas três cultivares de alface tipo crespa (Rapids, da ETo foram obtidos junto ao do INMET (Instituto
Mônica e Simpson), no delineamento em blocos Nacional de Meteorologia), da estação de Chapadão
casualizados, com quatro repetições. As unidades do Sul, MS. Os parâmetros climáticos coletados foram:
experimentais foram constituídas de parcelas de área temperatura do ar: medida em °C, com um sensor SME
total de 1,08 m2, sendo constituídas de 12 plantas por 160-30, com faixa de operação de -30 °C a +90 °C,
parcela. com precisão de 0,5 °C; umidade relativa do ar: medida
A semeadura da alface foi realizada em 30/09/2013 em porcentagem, com sensor HC 200, com faixa de
em bandejas de poliestireno expandido de 128 células, operação de 10 a 100% e precisão de 3%; radiação
utilizando-se substrato comercial. O transplante solar global: medida por um sensor do tipo fotocélula
das mudas para o local definitivo foi realizado em especialmente projetado para absorver a luz na faixa de
01/11/2013 quando estas estavam com cinco folhas 400 a 1.000 nanômetros (nm) de comprimento de onda.
definitivas, em covas espaçadas de 0,30 m entre linhas O corpo plástico do sensor foi projetado para fazer a
e 0,30 m entre plantas. correção co-seno, e a tampa semitransparente branca
A cultura da alface foi irrigada por gotejamento, por funciona como um difusor. A faixa medida é de 0 a 2.000
meio de fita gotejadora (mangueira gotejadora Petroisa) W m-2; e velocidade do vento: medida com o uso de
com vazão de aproximadamente de 3 L h-1 e sob pressão um anemômetro de conchas instalado a 10 m de altura
de serviço de 98 kPa. Os emissores (gotejadores) foram e operando na faixa de valores de 0,1 a 40 m s-1. Os
espaçados de 0,30 m e as fitas espaçadas entre si de 0,40 valores de velocidade do vento foram corrigidos para a
m. O sistema de irrigação, operado mediante gravidade, altura de 2 m. A precipitação pluvial foi obtida por meio
foi constituído de um reservatório de 20 m de altura, de um pluviômetro instalado na área experimental. A
uma adutora de PVC de 50 mm de diâmetro, tubulação equação utilizada para estimar a ETo foi a padrão FAO
principal de PVC de 32 mm de diâmetro, filtro de disco Penman-Monteith (Equação 2).
e manômetro de glicerina.
A irrigação real necessária para o tratamento de 0, 408∆ ( Rn − G ) + γ
900 (e − e )
u2 s a
100% da ETc foi determinada em função de parâmetros Tméd + 273 10
ETo =
das características do clima, planta e do solo (Equação ∆ + γ (1 + 0,34u 2 )
1), representando a real necessidade de água do sistema.
em que:
n
IRN LOC
= ∑ ET K K K
o c S L − PE ETo - evapotranspiração de referência, mm dia-1;
dia1 Δ - declividade da curva de pressão de saturação,
kPa °C-1;
em que: Rn - saldo de radiação, MJ m-2 dia-1;
IRNLOC - irrigação real necessária para sistemas de G - fluxo de calor no solo, MJ m-2 dia-1;
irrigação localizados, mm; γ - constante psicrométrica, kPa °C-1;
ETo - evapotranspiração de referência, mm dia-1; Tméd - temperatura média diária do ar, ºC;
Kc - coeficiente da cultura, adimensional; u2 - velocidade do vento a 2 m de altura, m s-1;
KS - coeficiente de umidade do solo, adimensional; es - pressão de saturação de vapor d’água, kPa;
KL - o coeficiente de localização, adimensional; ea - pressão atual de vapor d’água, kPa.
PE - precipitação efetiva no período, mm.
Os coeficientes de cultivo (KC) utilizados foram de
A precipitação efetiva foi aquela utilizada 0,7 e 1,0 para os estádios I e III, respectivamente. Para o
diretamente pela cultura (Bernardo et al., 2008), estádio II utilizou-se ponderação linear entre o final do
estádio I e início do estádio IIII. A duração dos estádios (cm), diâmetro de cabeça (cm), número de folhas por
I e II foi de 10 dias cada e o estádio III do 20º dia até planta, as massas de matéria fresca e seca da parte
a colheita. Os coeficientes de umidade do solo (KS), aérea (g m-2), planta (g m-2) e das raízes (g m-2). Para
segundo Bernardo et al. (2008) e de localização (KL), determinar a massa de matéria seca, o material fresco
segundo Keller & Bliesner (1990) foram calculados de foi acondicionado em sacos de papel e colocado em
acordo com as Equações 3 e 4, respectivamente. estufa de circulação forçada, à temperatura de 65±5
ºC até atingir peso constante e quantificar as massas de
Ln ( LAA + 1) matéria seca da parte aérea e das raízes (g m-2). A massa
KS =
Ln ( CTA + 1) total foi a soma das massas da parte aérea e raízes.
A eficiência de uso da água foi estimada pela razão
K L = 0,1 P
entre a produtividade da massa fresca e o volume de
água utilizada, ou seja:
em que:
P
LAA - lâmina atual de água no solo, mm; EUA =
V
CTA - capacidade total de água no solo, mm;
P - maior valor entre porcentagem de área em que:
molhada ou sombreada, %. EUA - eficiência de uso da água, em kg m-3;
P - produtividade de alface, kg ha-1;
O valor de IRNLOC foi corrigido em função da V - volume de água utilizado no período de
eficiência de aplicação do sistema de irrigação, produção, m3 ha-1.
definindo a irrigação total necessária para sistemas
localizados (ITNLOC) (Equação 5). Os dados foram submetidos ao teste F da análise
de variância. Para o fator cultivares foi submetido
IRN LOC
ITN LOC = a comparação de médias pelo teste de Tukey a 0,05
Ea
de probabilidade. Já o fator lâminas de irrigação foi
estudado mediante análise de regressão, selecionando-
em que:
se os modelos com base na significância de seus termos,
Ea - eficiência de aplicação da água, decimal.
utilizando-se o teste t a 0,05 de probabilidade, no
valor do coeficiente de determinação e no significado
A uniformidade de distribuição de água foi
agronômico do comportamento. Para execução das
determinada utilizando-se a metodologia proposta por
análises estatísticas foram utilizados os programas
Keller & Karmeli (1975), modificada por Denículi et al.
estatísticos Assistat 7.6 e SigmaPlot 11.0.
(1980). Para cálculo do coeficiente de uniformidade da
água (Equação 6), utilizou-se a metodologia expressa
Resultados e Discussão
pelo coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD)
de acordo com Keller & Karmeli (1975).
As variações dos elementos meteorológicos durante
q 25 o cultivo da alface estão apresentadas na Figura 1.
CUD = Os valores de temperatura média diária variaram de
qm
21,2 a 26,8 °C, com umidade relativa média diária
oscilando entre 55,8 e 88,0% (Figura 1A). Esses valores
em que:
influenciaram a evapotranspiração de referência (ETo),
q25 - média do menor quartil das vazões coletadas,
que variaram entre 0,9 e 6,2 mm dia-1 (Figura 1B). De
L h-1;
acordo com Costa (1994), lâminas diárias inferiores
qm - média de todas as vazões coletadas, L h-1.
a 1 mm não devem ser consideradas precipitações
pluviais, pois essa quantidade fica retida na cobertura
Para aferição do manejo da irrigação, a umidade
vegetal, não atingindo o solo. Diante disso, houve 11
atual foi acompanhada por meio do potencial matricial
precipitações pluviométricas durante o período de
da água no solo, com tensiômetros digitais instalados a
cultivo, totalizando uma altura de chuva de 213,1 mm.
0,15 m de profundidade nos tratamentos com lâmina de
Os valores de precipitação e de ETo foram utilizados
irrigação de 100% da ETc.
para o cálculo da lâmina de água aplicada em cada
A colheita foi realizada no dia 06/12/2013 e foram
tratamento. Na Tabela 2 são apresentados os valores
avaliadas os seguintes parâmetros: altura de planta
Figura 1. Variação diária dos elementos: (A) temperatura (ºC) e umidade relativa (%); e (B) evapotranspiração de
referência (mm dia-1) e precipitação pluvial (mm), nas condições climáticas de Chapadão do Sul-MS, UFMS-CPCS
de irrigação real necessária e lâmina total de água. A Tabela 2. Precipitação efetiva (PE), irrigação real
precipitação efetiva, segundo Bernardo et al. (2008), é necessária (IRN) e lâmina de água total (LAT) aplicada
aquela fração da precipitação utilizada diretamente pela em cada tratamento e época de cultivo, nas condições
cultura, ou seja, é a quantidade de água que a planta utiliza climáticas de Chapadão do Sul-MS, UFMS-CPCS
em seus processos fisiológicos. A diferença entre essa e Lâminas de irrigação (% ETc)
Eventos
a precipitação total foi a quantidade de água que escoou 50 75 100 125
superficialmente e que percolou abaixo do sistema PE (mm) 49,5 41,3 31,0 31,0
radicular da cultura, após o solo imediatamente acima IRN (mm) 56,7 70,1 93,4 126,1
ter atingido o teor de água equivalente à capacidade de LAT (mm) 106,2 111,4 124,4 157,1
campo. No tratamento de lâmina de irrigação de 100%
da ETc, por exemplo, dos 213,1 mm de água adicionada irrigação (Tabela 3) e apenas das lâminas de irrigação
ao solo via precipitação pluvial, apenas 31,0 mm foi sobre a massa de matéria fresca da parte aérea e na
considerada efetiva, ou seja, que ficou disponível no eficiência do uso da água (Tabela 4).
solo para a cultura. Esse baixo aproveitamento foi Quanto ao efeito das cultivares sobre o diâmetro
devido à alta frequência de irrigação. Dessa forma, de cabeça da alface, as cultivares Rapids e Mônica
o solo sempre permaneceu próximo à capacidade de apresentaram valores estatisticamente iguais, sendo
campo, sendo necessária baixa quantidade de água para superiores a cultivar Simpson (Tabela 5). Silva et al.
atingir a capacidade total de armazenamento. (2006), em trabalho realizado em Gurupi-TO, também
Quanto ao efeito dos tratamentos, houve interação não encontraram diferença estatística nos diâmetros
entre lâminas de irrigação e as cultivares sobre a altura de cabeça das cultivares Rapids (19,5 cm) e Mônica
de planta, número de folhas por planta, sobre as massas (29,2 cm). Silva & Queiroz (2013) avaliando diferentes
de matéria fresca e seca das raízes (Tabela 3), massa de cultivares de alfaces irrigadas em Juazeiro-BA, também
matéria seca da parte aérea e massa fresca e seca das verificaram maiores diâmetros de cabeça da cultivar
plantas de alface (Tabela 4). Houve efeito significativo Mônica (24,3 cm) em relação a Simpson (17,4 cm).
(p<0,01) sobre o diâmetro de cabeça por parte dos Analisando o desdobramento das cultivares dentro
fatores isolados, cultivares de alface e lâminas de das lâminas de irrigação, verificou-se no tratamento
Tabela 3. Resumos das análises de variância para altura de planta (AP), diâmetro de cabeça (DC), número de folhas por
planta (NFP), massa fresca de raízes (MFR) e massa seca de raízes (MSR)
Quadrados médios
Fontes de variação GL
AP DC NFP MFR MSR
Bloco 3 0,6918ns 0,6794ns 0,1611 ns 80,323ns 1,8515ns
LI 3 36,143** 35,740** 26,490** 6.484,5** 946,51**
Resíduo (a) 9 2,6691 1,4640 1,0834 216,82 22,440
Cultivares 2 363,50** 78,484** 21,910** 579,08ns 715,66**
LI x Cultivares 6 21,084** 0,9219ns 10,233** 660,02* 140,48**
Resíduo (b) 24 2,0206 1,4190 2,0195 241,36 24,359
Total 47 22,053 6,7870 5,1785 692,70 125,66
CV (%) Parcela 8,1844 4,9191 9,2038 36,4628 29,6973
CV (%) Subparcela 7,1210 4,8429 12,566 38,4709 30,9410
ns - não significativo; **; * significativo respectivamente a 0,01 e 0,05 de probabilidade pelo teste F; GL - grau de liberdade; CV - coeficiente
de variação; LI - lâminas de irrigação.
Tabela 4. Resumos das análises de variância para massa fresca da parte aérea (MFPA), massa seca da parte aérea
(MSPA), massa fresca das plantas (MFP), massa seca das plantas (MSP) e eficiência do uso da água (EUA)
Quadrados médios
Fontes de variação GL
MFPA MSPA MFP MSP EUA
Bloco 3 1.068,8ns 273,66ns 1.476,0ns 253,10ns 0,0986ns
LI 3 5.969,7* 12.540** 24.689** 20.235** 164,76**
Resíduo (a) 9 861,54 316,47 1.446,7 389,88 0,0955
Cultivares 2 834,27ns 600,82ns 2.421,0* 2.548,5* 0,0803ns
LI x Cultivares 6 766,12ns 2.031,4** 2.631,1** 2.898,9** 0,0892ns
Resíduo (b) 24 375,81 449,17 657,33 538,26 0,0447
Total 47 939,45 1.392,8 2.721,7 2.135,8 10,579
CV (%) Parcela 2,2439 19,5268 2,8206 18,4439 2,8874
CV (%) Subparcela 1,4820 23,2630 1,9013 21,6713 1,9750
ns - não significativo; **; * significativo respectivamente a 0,01 e 0,05 de probabilidade pelo teste F; GL - grau de liberdade; CV - coeficiente
de variação; LI - lâminas de irrigação.
com lâmina de irrigação de 125% ETc, que Rapids os quais não verificaram diferença significativa para
apresentou maior altura de planta que as cultivares de esse parâmetro avaliando as mesmas três cultivares
alface Simpson e Mônica. Nas lâminas de irrigação de (Rapids, Mônica e Simpson) de alface em Brasília-DF.
50% ETc, 75% ETc e 100% ETc a cultivar Simpson Observa-se na Tabela 5 que nas lâminas de irrigação
apresentou estatisticamente maiores alturas das plantas de 50 e 75% ETc não houve diferença de massa fresca
em relação a cultivar Mônica (Tabela 5). Silva et al. ou seca de raízes entre as cultivares Rapids, Mônica
(2006) avaliando diferentes cultivares de alface em e Simpson. Na lâmina de irrigação de 125% ETc,
Gurupi-TO, não verificaram diferença na altura de verificou-se maiores massas de raízes para a cultivar
planta das cultivares Mônica (18,0 cm) e Rapids (15,3 Mônica. Na lâmina de irrigação de 100% ETc, não
cm). houve diferença na massa fresca de raízes entre as
Quanto ao número de folhas por planta, a exceção da cultivares de alface, entretanto, para massa seca de
lâmina de irrigação de 125% ETc em que as cultivares raízes, a cultivar Mônica conferiu maiores médias em
apresentaram mesmo número de folhas, observou-se relação a Simpson
que a cultivar Simpson apresentou maiores valores Verifica-se na Tabela 5, que a alface Simpson
do número de folhas em relação as cultivares Rapids apresentou menor massa seca da parte aérea na lâmina
e Mônica, que por suas vezes, não diferiram entre si de irrigação de 125% ETc. Dentro das demais lâminas
estatisticamente (Tabela 5). Resultados semelhantes de irrigação, as cultivares de alface (Rapids, Mônica e
aos encontrados no presente trabalho foram obtidos por Simpson) não diferenciaram estatisticamente entre si.
Silva et al. (2006), que encontraram valores de 9 e 14 Jasse et al. (2006) irrigando com aspersão diferentes
folhas por planta para as cultivares Rapids e Mônica, cultivares de alface em Brasília-DF, dentre essas
respectivamente, não diferindo estatisticamente entre Rapids, Mônica e Simpson, também não encontraram
si. Jasse et al. (2006) encontraram resultados diferentes, diferença na produtividade da parte aérea.
Tabela 5. Valores médios de altura de planta, diâmetro de cabeça, número de folhas por planta, massa fresca e seca de
raízes, massa seca da parte aérea, massa fresca e seca das plantas em função das lâminas de irrigação e cultivares de
alface, nas condições climáticas de Chapadão do Sul-MS, UFMS-CPCS
Lâminas Cultivares de alface
Fator de resposta
de irrigação Rapids Mônica Simpson
050% ETc 19,87 a 14,21 b 18,88 a
075% ETc 19,71 b 13,63 c 25,83 a
Altura de planta (cm)
100% ETc 22,83 a 14,33 b 25,21 a
125% ETc 26,00 a 15,83 c 23,21 b
Diâmetro de cabeça (cm) 25,33 a 26,35 a 22,11 b
050% ETc 9,33 ab 8,21 b 10,75 a
075% ETc 8,96 b 10,63 b 13,96 a
Número de folhas por planta
100% ETc 10,75 b 10,38 b 13,63 a
125% ETc 14,63 a 12,33 a 12,17 a
050% ETc 25,56 a 8,34 a 8,87 a
075% ETc 42,07 a 36,23 a 46,11 a
Massa fresca de raízes (g m-2)
100% ETc 35,20 a 39,24 a 31,29 a
125% ETc 71,89 ab 92,31 a 47,49 b
050% ETc 5,62 a 9,66 a 4,49 a
075% ETc 12,83 a 12,70 a 8,77 a
Massa seca de raízes (g m-2)
100% ETc 19,30 ab 26,25 a 11,08 b
125% ETc 29,52 b 40,05 a 11,15 c
050% ETc 64,37 a 59,79 a 55,72 a
075% ETc 62,05 a 80,17 a 88,81 a
Massa seca da parte aérea (g m-2)
100% ETc 93,33 a 83,26 a 99,42 a
125% ETc 157,28 a 156,83 a 92,21 b
050% ETc 1.316,1 a 1.294,3 a 1.290,9 a
075% ETc 1.330,3 a 1.342,6 a 1.361,1 a
Massa fresca das plantas (g m-2)
100% ETc 1.343,5 a 1.348,7 a 1.324,8 a
125% ETc 1.408,3 b 1.455,1 a 1.365,9 b
050% ETc 69,99 a 69,45 a 60,22 a
075% ETc 74,88 a 92,87 a 97,57 a
Massa seca das plantas (g m-2)
100% ETc 112,63 a 109,51 a 110,51 a
125% ETc 186,80 a 196,88 a 103,36 b
Médias seguidas de letras diferentes na linha diferenciam para as cultivares de alface, de acordo com o teste de Tukey a 0,05 de probabilidade.
Observa-se na Tabela 5 que a alface Mônica equação de regressão, a lâmina de irrigação de 103,6%
apresentou maior massa fresca das plantas na lâmina de ETc maximizou o diâmetro de cabeça, resultando valor
irrigação de 125% ETc. Na mesma lâmina de irrigação, de 26,15 cm.
a cultivar Monica não diferiu da Rapids para massa A lâmina de irrigação de 90,1% da ETc maximizou
seca da planta, que juntas foram superiores a cultiva o número de folhas por planta para a alface Simpson,
Simpson. Nas demais lâminas de irrigação (50, 75 e resultando em 14 folhas (Figura 2C). Verifica-se
100% ETc), as cultivares não diferiram estatisticamente também na Figura 2C que as lâminas de irrigação
para as massas frescas e secas de planta. proporcionaram efeito linear crescente sobre o número
Quanto ao desdobramento das lâminas de irrigação de folhas por planta das cultivares de alface Rapids
dentro das cultivares, as lâminas de irrigação e Mônica, corroborando com Araújo et al. (2010)
proporcionaram efeito linear crescente sobre a altura aplicando diferentes lâminas de irrigação na alface
das plantas de alface Rapids e Mônica. Para a alface Verônica no município de Boa Vista-RR. Esses autores
Simpson observou-se resposta quadrática, sendo aplicaram lâminas de irrigação variando entre 20 e
estimada uma lâmina de irrigação de 94% ETc que 120% da ETc e encontraram resposta linear variando
maximizou a altura de planta, com valor de 26,1 cm entre 16 e 19 folhas por planta, respectivamente.
(Figura 2A). As lâminas de irrigação proporcionaram efeito
Quanto ao efeito das lâminas de irrigação no linear crescente sobre as massas de matéria fresca
diâmetro de cabeça das cultivares de alface, verificou- (Figura 2D) e seca de raízes (Figura 2E) das cultivares
se efeito quadrático (Figura 2B). De acordo com a de alface Rapids e Mônica. Para a alface Simpson,
Figura 2. Altura de planta (A), diâmetro de cabeça (B), número de folhas por planta (C), massa fresca de raízes (D),
massa seca de raízes (E), massa fresca da parte aérea (F), massa seca da parte aérea (G), massa fresca das plantas (H),
massa seca das plantas (I) e eficiência do uso da água (J) de cultivares de alface submetida a diferentes lâminas de
irrigação, nas condições climáticas de Chapadão do Sul-MS, UFMS-CPCS
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