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Marcas do Ministério Integral de Jesus Cristo

Adriano Bereza da Costa


Instituo Teológico Quadrangular, Guarapuava – PR.
Missão Integral

RESUMO
O ministério terreno de Jesus foi profundamente envolvido com o cuidado
integral do ser humano. Todas as suas obras tinham um objetivo claro: “Porque
o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.” (Lc 19:10). Missão Integral
está profundamente relacionada à anunciação de um novo Reino que é
inaugurado com a chegada do Messias que por sua vez, nos chama para uma
missão em que somos desafiados a incorporar os valores deste Reino
ensinados e praticados por Jesus.

PALAVRAS-CHAVE: Ministério, Jesus, Missão Integral.

1. INTRODUÇÃO
Duas palavras chamam a atenção no versículo de Lucas 19:10, mas que
descreve com perfeição a natureza do caráter do ministério de Jesus. A
primeira palavra é “buscar”, é isto que Jesus veio fazer buscar o perdido. O
termo grego utilizado é (zeteo) que significa muito além de uma simples
procura, mas de uma procura intencional e determinada, como alguém que se
empenhou profundamente em encontrar o objeto da sua busca. E para que se
tenha noção da importância desta palavra, ela é a mesma usada por Jesus em
Mt 6:33: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas
estas coisas vos serão acrescentadas.” E ainda é a mesma palavra também
utilizada em Mt 13:45: “O reino dos céus é também semelhante a um que
negocia e procura boas pérolas.” E a continuação desta passagem nos diz que
tendo achado uma pérola de grande valor, ele vende tudo o que possui e a
compra. Observa-se o empenho na busca e em manter o objeto encontrado. O
que vemos com estas palavras é mostrar que a busca de Deus não foi uma
busca qualquer, mas uma busca intencional, aplicada, determinada e disposta
a pagar o preço que fosse para adquirir o objeto da sua busca. E o texto de
Lucas nos diz que este objeto da busca de Deus é o pecador perdido.
No entanto, a palavra pecador entrou em desuso em nossos dias.
Estamos cada vez mais interessados em palavras com menos peso moral para
atrair aqueles que entendemos necessitar do evangelho. No entanto, embora a
igreja comece a evitar tal palavra, ela continua ativa e revolucionária na
literatura secular, dificilmente encontraremos livros sobre filosofia ou poesia
que não fale do pecado, seja contra ou a favor. O importante é que está
palavra continua a ser percebida, e continua a ecoar na mente e no coração do
homem.
A segunda palavra que nos chama a atenção é “salvar”. O termo usado
pelo evangelista é (sozo), cujo sentido é muito abrangente no que diz respeito
ao cuidado para com o perdido, e inclui desde a salvação espiritual à salvação
física e emocional do indivíduo. É a mesma palavra usada pelo evangelista
João para descrever a natureza do ministério de Jesus: “Porquanto Deus
enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o
mundo fosse salvo por ele.” (Jo 3:17). Há nesta passagem a indicação da
salvação do indivíduo da própria ira de Deus. Já o evangelista Lucas ao narrar
a experiência do naufrágio de Paulo e como este garante, segundo a revelação
de Deus, a integridade física dos que viajavam com ele, utiliza~se da mesma
palavra: “Disse Paulo ao centurião e aos soldados: Se estes não
permanecerem a bordo, vós não podereis salvar-vos.” (At 27:31). Nesta
passagem em particular, podemos deduzir que a natureza da salvação
oferecida por Cristo, abrange inclusive a integridade física dos salvos por ele.
O ministério de Jesus foi surpreendente em todos os aspectos da sua
missão de “buscar e salvar o perdido”. Mesmo seu ensino possuía elementos
distintos daqueles que ensinavam nos seus dias. Marcos ao distinguir o ensino
de Jesus dos demais mestres dos seus dias escreveu: “Maravilhavam-se da
sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os
escribas.” (Mc 1:22). Jesus não se satisfez em seguir o fluxo daqueles dias,
nem suas metodologias, ele criou caminhos, inovou, tudo com no sentido claro
de alcançar seu objetivo e concluir a sua missão. Portanto, mesmo sua
pregação reuniu elementos que a tornaram integral e relevante aos seus dias.
Nosso Senhor explica, ilustra, aplica; explica, ilustra, aplica… Você pode pegar
qualquer sentença de Mateus 6:25-34 e perguntar a si mesmo o que Ele está
fazendo naquele momento em particular. Ele está explicando aqui? Ou
ilustrando? Ou aplicando? É fácil ver a trança, mas as mechas não.
Geralmente Ele está fazendo duas coisas de uma só vez, e, às vezes, Ele está
fazendo todas as três.

CONCLUSÃO
Diante do exposto, percebe-se que infelizmente hoje temos tantos
ministérios com uma agenda diferente da de Cristo, onde nenhuma
preocupação com o homem integral e demonstrada. Por um lado encontramos
um ministério meramente voltado para a alma do indivíduo, sua salvação
eterna, mas por outro lado encontramos ministérios preocupados apenas com
o bem-estar terreno do ser humano. O ministério de Jesus era integral, via o
homem como um ser completo, e completamente carente da graça de Deus.
Voltemos a pregação deste evangelho integral.

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