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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE CARATINGA – FUNEC

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA – UNEC


NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD

CITOLOGIA E HISTOLOGIA VEGETAL

Ronny Francisco de Souza

ENGª. AGRONÔMICA
BACHARELADO
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO
DISCIPLINA: CITOLOGIA E HISTOLOGIA VEGETAL UNEC / EAD

CÉLULA VEGETAL
A célula vegetal é semelhante a à célula animal por apresentar organelas como as mito-
côndrias, o complexo golgiense e o retículo endoplasmático são comuns a ambas as células. As
células vegetais têm características típicas da célula vegetal como parede celular, os vacúolos e
os plastídios (Figura 1).
A parede celular envolve a membrana plasmática que circula o citoplasma. O citoplasma
está composto das organelas como vacúolo, plastídios, mitocôndria, microcorpos, complelxo
de Golgi, retículo endoplasmático, citoesqueleto e os ribossomos.

Figura 1 – Representação de uma célula vegetal, evidenciando as principais diferenças da célula


animal, a presença de parede celular, vacúolo e plastídio (Fonte: https://brasiles-
cola.uol.com.br/biologia/, acessado em 14/07/2020).

Parede Celular
Envolve externamente a membrana plasmática e o conteúdo celular. A parede celular é
produzida pelo protoplasma com o papel de algumas enzimas como a uridina difosfato glicose
(UDP-glicose). Tem a função de dar forma e rigidez da célula, como também de restrigir a
expansão do protoplasto, defesa contra bactérias e fungos e por impedir a ruptura da membrana
pela entrada de H2O no interior da célula.
É formada por microfibrilas de celulose, imersas em uma matriz contendo polissacarí-
deos não-celulósico como a hemiceluloses e pectinas. Substâncias orgânicas como lignina, pro-
teínas e lipídios fazem parte de sua constituição. A parede celular apresenta-se de duas formas
primária e secundária de acordo com estado de desenvolvimento da célula. A parede primária
é a primeira a se formar (Figura 2). Se desenvolve na célula jovem, com uma única parede que
se divide ativamente célula viva. É parte dinâmica da célula e passa por modificações durante
o crescimento e desenvolvimento celular. Formada a parede primária e as camadas depositadas
posteriormente, formam a parede secundária que fica localizada internamente à parede primária

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e externamente à membrana plasmática, ficando assim entre a membrana e parede primária. A
parede secundária pode apresentar até três camadas, S1, S2 e S3 (Figura 3).

Figura 2 – Ilustração da constituição da parede celular primária vegetal. Fonte: Raven-Biologia


vegetal, 2007.

Figura 3 – Representação esquemática das paredes celulares primária e secundária, com foco
na parede secundária se inserindo entre a parede primária e a membrana plasmática. Fonte:
http://www.fisiologiavegetal.ufc.br/Aulas%20em%20PDF%20PG/Unidade%20I.pdf.

Vale ressaltar algumas diferenças entre a parede primaria e secundária. A parede primá-
ria possui arranjo molecular frouxo e um percentual de aproximadamente 70% de água, os 30%
restantes correspondem à matéria seca que está representada em sua maioria por polissacarídeos
como a celulose, hemicelulose e pectina e proteínas como a expansina e a extensina. Na parede
secundária se encontra um arranjo molecular firme, é composta principalmente por celulose,
sendo 50 a 80% da matéria seca, bem como hemicelulose de 5 a 30% e lignina de 15 a 35%.

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Como a lignina tem características hidrofóbicas, a parede secundária possui baixo teor de água,
cerca de 20% apenas.
A formação de parede secundária está muito presente em células especializadas com
função de sustentação como o xilema e o esclerênquima. Durante a deposição da parede secun-
dária inicia-se a lignificação e após a sua formação a célula para de crescer e morre.
A lamela média é o espaço encontrado entre duas células e tem como função preencher
espaços entre as células e funciona como uma espécie de cimento que irá unir células vizinhas.
As células se comunicam via plasmodesmos, estes são formados por pequenos canalículos e
pelas projeções do retículo endoplasmático liso (desmotúbulo) (Figura 4).

Figura 4 – Representação esquemática dos limites de duas células evidenciando a comunicação


entre ela via plasmodesmos, bem como os desmotúbulos.

Estas estruturas formam os campos primários de pontoação, que correspondem às por-


ções da parede primária onde ocorre menor deposição de microfibrilas de celulose, formando
pequenas depressões. Geralmente, nenhum material de parede é depositado durante a formação
da parede secundária onde estão presentes os campos primários de pontoação, originando as
pontoações (Figura 4 e 5).
As pontoações possuem características especificas como tamanho, detalhes em sua es-
trutura. Os mais comuns tipos de pontoações são as pontoação simples e pontoação areolada
(Figura 6). A pontoação simples é apenas uma interrupção da parede secundária sobre a parede
primária, geralmente, sobre os campos de pontoação primário.
A pontoação areolada em vista frontal se mostra como uma aréola, assim sendo, apre-
senta uma saliência de contorno circular e no centro desta encontra-se uma abertura, também
circular.
Em algumas gimnospermas e angiospermas nas células do xilema, como os traqueídes,
ocorre um espessamento especial, na região central da membrana da pontoação areolada, deno-
minado toro.

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Figura 5 – Ilustração de uma célula de xilema, o elemento de vaso, evidenciando as pontoações


na superfície da célula.

Figura 6 – Representação das pontoações simples e areolada. Fonte: www. professores.uni-


santa.br/maramagenta/Imagens, acessado em 30/05/2009.

Membrana Plasmática
Está situada internamente à parede celular e envolve o citoplasma e envolve o cito-
plasma. Sua estrutura e composição é formada por uma bicamada lipídica fluida, na qual as
proteínas estão inseridas.

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A membrana plasmática tem como função o controle da entrada e a saída de substâncias
da célula, possibilita a manutenção de integridade física e funcional, é semipermeável e seletiva,
coordena a síntese da parede celular.
Sua estrutura é uma bicamada lipídica fluida, na qual as proteínas estão inseridas, po-
dendo encontrar carboidratos e alguns lipídios ligados a estas proteínas, em cada camada lipí-
dica, as moléculas se dispõem com a porção polar voltada para fora e a porção apolar voltada
para dentro.
O transporte de substância entre a célula pode se processar de forma passivo, onde não
há gasto de energia, ativo que ocorre com gasto de energia ou por difusão Simples. Já o trans-
porte de grandes moléculas se faz por vesículas. Esses processos são denominados de endoci-
tose e exocitose. A endocitose se dividi em pinocitose e fagocitose.

Citoplasma
O citoplasma é a matriz fluida onde se encontra o núcleo e as organelas, como cloro-
plastos e mitocôndrias. Esse espaço é delimitado pela membrana plasmática. O citoplasma tem
como principal componente a água, mas nele é encontrado proteínas, carboidratos, lipídios, íons
e metabólitos secundários.
O citoplasma está em constante movimento, que é conhecido como ciclose. Os movi-
mentos citoplasmáticos advêm de proteínas motora conhecidas como miosina que ao quebrar a
molécula de adenosina trifosfato, ATP, promove os movimentos.
A função do citoplasma está em realiza as diferentes reações bioquímicas, facilita a troca
de substâncias dentro da própria célula, acumula substâncias do metabolismo primário e secun-
dário da planta. Os plasmodesmos possibilita a comunicação entre células adjacentes.

Vacúolo
O vacúolo é característico de célula vegetal e seu compartimento ocupa 90% do espaço
celular. O tonoplasto é a membrana do vacúolo, que é semelhante à membrana plasmática. Essa
estrutura é constituído por água, substâncias inorgânicas como íons de cálcio, potássio, cloro,
etc..., e orgânicas como açúcares, ácidos orgânicos, protéinas, etc... Enzimas (hidrolases ácidas)
também estão presentes, como nucleases, proteases, lipases, etc.
Osmoticamente ativo, desempenham papel importante no crescimento e desenvolvi-
mento da planta. Eles participam da manutenção do pH celular e são responsáveis pela autofa-
gia, ou seja, da digestão dos componentes celulares. Também armazenam pigmentos e substân-
cias ergásticas, como inclusões de oxalato de cálcio ou outros compostos, na forma de cristais
prismáticos, drusas, estilóides ou ráfides, que atuam na defesa e na osmorregulação.
A manutenção do pH da célula é feita por meio de bombas H+ATPase. Deposito de
metabólitos secundários: antocianinas, taninos, alcaloides, saponinas, etc... O pH vacuolar é
próximo de 5.

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Plastídios
Os plastídios são organelas que derivaram de cianobactérias (algas azuis) e contém seu
próprio genoma e se autoduplicam. Classificam de acordo com a presença ou ausência de pig-
mento ou com o tipo de substância acumulada (Figura 7). Tipos são encontrados, o cloroplasto,
o cromoplastos e o leucoplastos. O proplastídio é o precursor de todos os plastídios. Eles são
pequenos, sem cor, apresentando na matriz poucas membranas internas.
O envoltório dos plastídios é constituído por duas membranas. O conteúdo líquido é
denominado de estroma, está presente um sistema de membrana denominado tilacóide e se di-
videm por fissão binária.
Dentre as principais funções podemos citar a de realizar fotossíntese, síntese de amino-
ácidos e ácidos graxos, participam na assimilação de nitrogênio e enxofre, armazenar amido,
proteína e lipídios.
Os cloroplastos são os mais complexo dentre os plastídios e neles estão contidos pig-
mentos do grupo das clorofilas, carotenoide, transportadores de elétrons e o complexo enzimá-
tico ATP-sintase localizados na membrana dos tilacóides. Os tilacóides são elaborados sistemas
de membranas dentro do estroma. A denominação de granulo, ou granum está relacionado com
os tilacóides arranjados como uma pilha de moedas.
Os cromoplastos são plastídios portadores de pigmentos carotenóides e usualmente não
apresentam clorofila ou outros componentes da fotossíntese. Esses sintetizam pigmentos do
grupo carotenóides (amarelo, vermelho, alaranjado). Quando expostos à luz, podem transfor-
mar-se em cloroplastos, como no tubérculo da batata.
Já os leucoplastos são plastídios que não possuem pigmentos, mas armazenam substân-
cias (Figura 7). Assim quando leucoplastos estão envolvidos no armazenamento de amido são
denominados de amiloplastos. Mas se armazenam proteína sua denominação passar a ser pro-
teinoplastos.

Figura 7 – Esquema de uma célula vegetal evidenciando os plastídios. Modificado de


fonte: https://knoow.net/ciencterravida/biologia/celula-vegetal/attachment/celula-vegetal-2/,
acessado 15/07/2020.

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APRIMORANDO CONCEITOS
Eu li, agora vou fixar.

Após a leitura, retire do texto as informações mais importantes.

Esse é o seu RESUMO das ideias principais.

PARA CONTINUAR SEUS ESTUDOS, POSTE NO ITEM “APRIMORANDO


CONCEITOS – RESUMO 1”.

BIBLIOGRAFIA
Appezzato-da-Glória, B e Carmello-Guerreiro, S.M. Anatomia Vegetal. 3a ed. Viçosa: Edi-
tora da Universidade Federal de Viçosa, UFV.404p. 2012.

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